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Psicologia Social II
Aula 3: Percepção social: formação de impressões, fatores que afetam a formação do percepto social.
Texto: ARONSON, Elliot; WILSON, Timothy D.; AKERT, Robin M. Psicologia social. Rio de Janeiro:
LTC, 2002, p.61-88
Resumo
Visão geral do capítulo
Comportamento Não Verbal
 Expressões Faciais de Emoção
 Outros canais de Comunicação Não-Verbal
 Comunicação Não-Verbal em Múltiplos Canais
 Diferenças de Gênero na Comunicação Não-Verbal
Teorias Implícitas de Personalidade: Preenchendo as lacunas
 O uso de atalhos mentais quando formamos impressões
Atribuições de causalidade: Respondendo à Pergunta “Por quê?”
 A natureza do processo de atribuição de causalidade
 Teoria da inferência correspondente: dos atos às disposições
 O modelo de covariação: atribuições internas versus atribuições externas
 O erro fundamental de atribuição: as pessoas como Psicólogos da Personalidade
 A diferença entre ator e observador
 Atribuições interesseiras
Até que pontos são precisas nossas atribuições e impressões?
 Por que nossas impressões sobre os outros são às vezes errôneas?
 Por que parece que nossas impressões são corretas?
Todos nós temos fascínio básico de querer saber explicar o comportamento de outras pessoas. As razões por
que assim agimos porém, estão em geral ocultas para nós. Tudo o que temos é comportamento observável: o
que as pessoas fazem, o que dizem, as suas expressões faciais, seus gestos, o tom de voz. Infelizmente não
temos capacidade de ler a mente das pessoas, - não podemos saber, verdadeira e inteiramente, quem elas são
e quais as suas intenções. Diante disso, confiamos em impressões e em teorias, combinando-as tão bem
quanto possível, na esperança de que elas nos levem as conclusões razoavelmente precisas e úteis.
Por que gastamos tanto tempo e energia tentando explicar o comportamento dos outros? Porque fazer isso
ajuda-nos a compreender e prever o mundo social em que vivemos.
Comportamento não-verbal
O que sabemos de uma pessoa quando somos apresentados a ela? Sabemos aquilo que podemos ver e ouvir,
mesmo que saibamos que não devemos julgar um livro pela capa, esse tipo de informação facilmente
observável reveste-se de importância critica para as nossas primeiras impressões. Prestamos grande atenção
ao que elas dizem. Afinal de contas, nossa realização mais notável como espécie foi o desenvolvimento da
linguagem verbal.
As palavras que ouvimos não contam toda história. A forma mais rica é a comunicação não-verbal. Ela se
refere a um grande corpo de pesquisas sobre as maneiras como as pessoas se comunicam, intencionalmente
Psicologia Social II
ou não. As expressões faciais, os gestos, as posições e os movimentos do corpo, o uso do toque e o modo de
olhar são os canais de diagnostico mais usados da comunicação não-verbal.
De que maneira funciona a comunicação não-verbal? Na comunicação, as pistas não-verbais servem a
muitas funções. As formas não-verbais são as seguintes: expressar emoções (apertar os olhos); transmitir
atitudes (gosto de você); comunicar traços de personalidade (eu sou sociável), facilitar a comunicação verbal
(você baixa a voz e desvia a vista quando termina uma frase).
O olhar pode ser ameaçar como uma arma carregada e apontada, insultar como um assobio de
mofa ou um pontapé ou, em outro estado de espírito, lançado um feixe de bondade, fazer o
coração dançar de alegria. Ralph Waldo Emerson, The Condict of life, 1860.
Expressões faciais de emoção
A jóia da coroa da comunicação não-verbal é o canal das expressões faciais. A pesquisa de Darwin sobre
expressões faciais produziu forte impacto em muitas áreas de estudo. As emoções primárias transmitidas
pelo rosto são universais - todos os seres humanos, em toda parte, codificam ou expressam essas emoções
da mesma maneira e todos nós podemos codificá-las, ou interpretá-las, com igual precisão. O interesse de
Darwin (1872) pela evolução levou acreditar que as formas não-verbais de comunicação eram “especificas à
espécie” e não “específicas da cultura”. Disse que as expressões faciais são vestígios de reações fisiológicas.
Afirmou ainda Darwin que tais expressões faciais adquiriram mais tarde importância evolutiva. A
capacidade de comunicar tais estados emocionais (por exemplo, a sensação de nojo, não por alimento, mas
por outra pessoa ou situação) tinha valor de sobrevivência para a espécie que então evoluía.
A resposta é afirmativa no tocante às seis grandes manifestações emocionais: raiva, felicidade, surpresa,
medo, nojo, tristeza. (ex. tribo pré-letrada que não tivera contato algum com a civilização ocidental. Eles
contaram aos Fore historias curtas com conteúdo emocional e em seguida, lhes mostraram fotografias de
americanos expressando 6 emoções. O trabalho dos Fore era “casar” as expressões faciais de emoção com as
historias. E eles foram tão precisos quanto teriam sido sujeitos ocidentais. Os pesquisadores pediram que
demonstrassem enquanto fotografados s expressões foram decodificados com precisão. Há provas que a
capacidade de expressar as 6 grandes emoções é transcultural – é parte da condição de ser humano e não
produto da experiência cultural do individuo).
Quando os olhos dizem uma coisa e a língua outra, o homem experiente confia na linguagem
do primeiro. Ralph Waldo Emerson, The Condict of life, 1860.
Alem das seis principais emoções, haverá outros estados emocionais? A pesquisa atual está ocupada
estudando exatamente essa questão no tocante a outras emoções, tais como ansiedade, desprezo e embaraço.
Haja prova ampla de que as seis grandes emoções são manifestadas da mesma maneira por pessoas em todo
o mundo, a cultura desempenha de fato um papel importante no tocante a quando e como elas são
expressadas no rosto. Paul Ekman e seus colegas notaram que as regras de manifestação dessas emoções
são particulares a cada cultura e determina que tipo de expressão emocional é de esperar que as pessoas
demonstrem.
Uma nota final sobre decodificar precisamente expressões faciais: essa situação é complicada ainda mais
pelo fato de que, muitas vezes, o individuo demonstra uma mistura de manifestações emocionais, com a
qual parte do rosto registra uma emoção e a outra parte registra outra, diferente.
Outros canais de comunicação não-verbal
Há outros canais de comunicação não-verbal. O contato com olho a olho e a maneira de olhar constituem
pistas não-verbais de grande importância. Outra forma de comunicação não-verbal é a maneira como as
Psicologia Social II
pessoas usam o espaço pessoal. Esse espaço varia de cultura para cultura, os americanos gostas de uma
bolha de espaço desimpedido de 50 a 70 cm em volta de sua pessoa, em comparação outras culturas,
estranhos não darão a menor importância a uma proximidade menor, até o ponto de se tocarem.
Gestos com as mãos e os braços constituem também meios de comunicação fascinante. Sinal como o OK,
são gestos para os quais há definições claras, bem compreendidas, são denominadas emblemas.
O importante notar que os emblemas não são universais. Cada cultura cria os seus e eles não precisam ser
entendidos por pessoas de outras culturas.
Comunicação Não-Verbal em múltiplos Canais
No caso de algumas situações especificas (falar ao telefone), a vida diária é constituída de interação social
em um sentido e multicanais não-verbais. De que maneira usamos essa informação? E com que precisão a
usamos? A fita de vídeo Tarefa de Interpretações Sociais é composta de 20 cenas de comportamento não-
verbal que ocorrem naturalmente. Para compreender bem a cena tem que se prestar bastante atenção para
interpretar o comportamento não-verbal das pessoas que nela aparecem. Em outras palavras, geralmente não
acontece que uma única pista importante sirva de sinal para a resposta correta. As informações não-verbais
úteis estão presentes, em múltiplos canais, em todas as cenas.
Diferenças de Gênero na Cominação Não-Verbal
Talvez lhe tenha ocorrido perguntar se um sexo é mais competente que outro no que interessa à
compreensão da comunicação não-verbal. Quem decodifica melhor as pistas não-verbais – homem, ou
mulher? E que é mais hábil em codificar essas informações? Muitos estudos revelaram que as mulheres são
mais eficientes tanto na decodificação quanto na codificação. As mulheres perdem essa vantagem quando o
individuo mente, descobriram que as mulheres aceitem pelo valor aparente comunicações enganosas,
acreditando na mentira, enquanto é mais provável que o homem capte as pistas não-verbais e corretamente
conclua que o individuo está mentindo. Sugere que isso ocorra porque elas são mais polidas do que os
homens Embora ela tenham a capacidade de decodificaras pistas não-verbais de mentiras elas tendem a
desligá-las quando identificam tentativas de logro, preferindo ser educadas com o interlocutor.
Segundo Eagly, essa divisão de trabalho acarreta duas conseqüências importantes. Em primeiro lugar,
surgem expectativas quanto aos papeis dos gêneros, segundo as quais os membros da sociedade esperam que
os homens e mulheres tenham atributos compatíveis com os seus papeis. Espera-se que as mulheres sejam
mais carinhosas, cordiais, expressivas, etc. – e de fato o são. Em segundo lugar, homens e mulheres
desenvolvem diferentes conjuntos de habilidade e atitudes, baseados nos papéis de seus respectivos gêneros.
Devido à oposição é mais importante que a mulher desenvolva habilidades como sensibilidade e
comunicação.
Segundo Eagly, as expectativas sobre os papeis de gênero, e as habilidades pertinentes a cada sexo,
combinam-se para criar diferenças sexuais no comportamento social, tais como as que acabamos de discutir
no comportamento não-verbal.
Podemos aprender muito sobre as pessoas por seu comportamento não-verbal, inclusive atitudes, emoções e
características da personalidade. O comportamento não-verbal nos fornece muitos fragmentos de
informações, “dados”, digamos assim, que depois usamos para desenvolver nossas impressões gerais ou
teorias sobe as pessoas.
Teorias implícitas de personalidade: Preenchendo as lacunas
Psicologia Social II
Quando nos sentimos inseguros quanto à natureza do mundo social, usamos esquemas para preencher os
claros. Ex. é a maneira como formamos impressões sobre outras pessoas. Se é unha-de-fome, acreditamos
que é também de temperamento irascível utilizamos um esquema importante a teoria implícita de
personalidade.
Essas teorias implícitas de personalidade servem à mesma função de qualquer esquema: como “avaros
cognitivos”, podemos extrapolar de um volume pequeno de informação para outro, muito maior. Nesse caso
podemos usar como ponto de partida, apenas algumas observações sobre as pessoas, em seguida usando
esquema, desenvolver uma compreensão muito mais completa do tipo de gente que ela é. Dessa maneira
formamos rapidamente impressões, sem termos que passar semanas convivendo com as pessoas, a fim de
chegar a uma conclusão sobre quem elas são.
Essas teorias são interessantes porque nelas há componentes compartilhados – muitos de nós temos teorias
muito parecidas – e também espaço para variação idiossincrática – isto é, temos também teorias diferentes.
Tais teorias surgem com o tempo e com a experiência. No que não é de surpreender, elas apresentam muitas
vezes um forte componente cultural: em uma dada sociedade, a maioria das pessoas compartilha algumas
teorias implícitas de personalidade, porque são crenças culturais transmitidas de um ao outro.
A variação cultural nessas tórias foi demonstrada em um instigante estudo de autoria de Curt Hoffman e
outros notaram que diferentes culturas têm idéias diferentes sobre os tipos de personalidade – isto é , o tipo
de indivíduos para os quais há rótulos verbais simples, com o s quais todos concordam. Ex: nas culturas
ocidentais concordamos em que há tipo de pessoa dotada de personalidade artística, os chineses, por outro
lado não esquema ou teoria implícita da personalidade para o tipo artístico, etc.
Hoffman e colegas formularam hipótese de que tais teorias culturais implícitas da personalidade influenciam
a maneira como formamos impressões sobre outras pessoas.
O uso de atalhos mentais quando formamos impressões
Às vezes a teoria ou traço não se aplica a alguém a quem fomos apresentados. O comportamento da pessoa
pode ser ambíguo, tornando difícil chegar a uma conclusão.
O papel da acessibilidade e da facilitação na percepção da pessoa.
Pesquisa recente indica que a impressão que você forma do homem do ônibus pode ser afetada pela
acessibilidade das categorias de traços de personalidade definida como a medida em que pensamos, idéias e
traços estão no primeiro plano de nossa mente e, por conseguinte, tendem a ser usados quando fazemos um
julgamento sobre o mundo social. Alguns podem ser costumeiramente acessíveis devido a experiências
passadas. E vários estudos mostraram também que os traços podem tornar-se acessíveis por razões mais
arbitrarias. O que quer que estivermos pensando ou fazendo antes de um evento pode induzir o aparecimento
de um traço em nossa mente, tornando-o mais acessível, e portanto com maior probabilidade de ser usado
para interpretar um evento.
Atribuição de causalidade respondendo à pergunta Por Quê?
A partir do comportamento não-verbal delas, podemos também fazer suposições sobre a personalidade de
cada uma, como até que ponto elas são simpáticas ou sociáveis. O comportamento não-verbal, porém, não é
um indicador à prova de erros daquilo em que a pessoa está realmente pensando ou sentido. Para responder a
pergunta “por que”, precisamos ir alem da informação dada, daquilo que observamos, o que as pessoas são
realmente e o que as motiva a agir como agem.
A natureza do processo de atribuição de causalidade
Uma das atribuições mais valiosas é uma dicotomia simples: quando tentamos chegar a uma conclusão sobre
o motivo porque uma pessoa age de sertã maneira - porque um pai acabou justamente de gritar com o filho -,
Psicologia Social II
podemos fazer uma de duas atribuições. Atribuição interna decidindo a causa do comportamento do pai era
alguma nele existente – sua disposição, sua personalidade, suas atitudes, seu caráter – ou seja, uma
explicação que atribui seu comportamento a causas internas. Podemos decidir que Le tem pouca
competência para educar o filho e que o corrige de maneira imprópria. Ao contrario podemos fazer uma
atribuição externa, decidindo que a causa do comportamento do pai foi alguma coisa da situação – como,
por exemplo, o fato do filho ter saído à rua sem olhar para os lados -, explicação esta que atribui a causa do
comportamento a um fator externo (ato do filho que deflagrou o comportamento do pai).
Teoria da inferência correspondente: dos atos às disposições
Edward Jones e Keith Davis formularam a teoria da inferência para descrever o processo pelo qual
chegamos a uma atribuição interna: ou seja, como inferimos disposições, ou características internas de
personalidade a partir de comportamento ou aços correspondentes. Esta interessada em como limitamos tais
possibilidade a uma conclusão especifica sobre o motivo porque fez o que fez.
O papel dos efeitos não comuns na teoria da inferência correspondente
Ex: o papel dos muitos efeitos não-comuns: quando as pessoas podem realizar muitas coisas com uma
única ação, e que não podem com uma ação alternativa.
Os efeitos poucos não-comuns, quando a pessoas podem realizar poucas coisa com uma ação que não
podem realizar com outra.
O papel das expectativas na teoria da inferência correspondente
Em suma, fazer atribuições, segundo a teoria da inferência correspondente, assemelha-se a bancar o detetive.
Quando tentamos deduzir o motivo pelo qual alguém se comportou de certa maneira, os culpados são as
varias coisas que a pessoa poderia ter estado tentando realizar (os efeitos de seus atos). Reduzimos o numero
de possibilidades examinando o que ela poderia ter realizado se tivesse se comportado de alguma outra
maneira. Levamos ainda em conta o quanto esperávamos que as pessoas fizessem o que conta o quanto
esperávamos que as pessoas fizessem o que fizeram, uma vez que as ações inesperadas dizem muito mais
sobre o que a pessoa realmente é do que as ações esperadas.
Modelo de covariação: atribuições internas versus atribuições externas
Teoria da atribuição: voltavam a atenção para as informações que usamos para fazer atribuição
disposicional, eu ênfase ao primeiro passo no processo da percepção social – como o individuo decide se faz
uma atribuição interna ou externa. A outra diferença entre as duas teorias é que a teoria da inferência
correspondente aplica-se a uma única observação do comportamento (um amigo seu, ex. recusa-se a lhe
emprestar o carro), ao passo que o modelo de covariação de Kelley (1967), aplica-se a muitos casos de
comportamento, ocorrendo ao longo do tempo e em situações diferentes (por ex. o amigo se recusou antes a
emprestar-lhe o carro? Ele o empresta a outras pessoas? Ele também se recusou a lhe emprestar outras
coisas?).
Kelley supõe que, quando estamos no processo de fazer uma atribuição, reunimos informações, ou dados
que nos ajudarão a chegar a um juízo.
Quando estamos formando uma atribuição, que tipos de informações examinaram para covariação? Há três
informações importantes: o consenso, distintividade e consistência. Informação de consenso se refere à
maneira como outras pessoas se comportam em relação ao estimulo. A informação da distintividade, diz
respeito a como o ator reage aos estímulos. A informação de consistência descreve a freqüência com que o
comportamento observado entre o mesmo ator e o mesmo estímulo ocorre em tempos e situações diferentes.
Psicologia Social II
As pessoas têm muita probabilidade de fazer uma atribuição interna quando o consenso e a distintividade do
ato são baixos, mas sua consistência é alta. Quando a consistência é baixa, não podemos fazer uma
atribuição interna ou externa, e em vista disso recorremos a um tipo especial de atribuição situacional, ou
externa supondo que alguma coisa incomum ou muito particular esta acontecendo nessas circunstancias.
O Erro Fundamental de Atribuição: As pessoas como Psicólogos da Personalidade
A teoria,ou esquema difundida, básica,que a maioria de nós aceita sobre o comportamento humano é a de
que as pessoas fazem o que fazem por causa do tipo de pessoas que são, e não por causam da situação em
que se encontram.Quando pensamos dessa maneira, parecemos mais psicólogos da personalidade, que vêem
o comportamento como nascendo de disposições e traços internos, do que psicólogos sociais, que focalizam
o impacto das situações sociais no comportamento.Esse viés para sermos psicólogos da personalidade é tão
geral que o psicólogos social Lee Ross(1977 cunhou para ele a expressão erro fundamental de atribuição.
O comportamento interpretado como um reflexo das disposições e crenças, e não como resultado da
influência da situação que as pessoas vivem. A grande lição da psicologia social é de que as influências das
situações sociais podem ser extremamente poderosas.O importante no erro fundamental de atribuição é que
tendemos a subestimar essas influências quando explicamos o comportamento de alguém.
O Papel da Saliência Perceptual no Erro Fundamental de Atribuição
Por que cometemos o erro fundamental de atribuição?Umas das razões é que, quando tentamos explicar o
comportamento de alguém, em geral dirigimos a atenção para a pessoa, e não para a situação em que ela
está.O individuo, em termos perceptuais, é exatamente proeminente- as pessoas são aquilo que nossos olhos
e nosso ouvidos notam. E conforme frisou Heider(1958), o que notamos parece-nos ser a causa razoável e
lógica do comportamento observado.
A saliência perceptual, ou a nossa perspectiva visual, ajuda a explicar por que o erro fundamental de
atribuição é tão comum. Focalizamos mais a atenção nas pessoa do que na situação em que ela está porque a
situação é muito difícil de ver ou conhecer.
Passamos por duas etapas: Começamos fazendo uma atribuição interna, supondo que o comportamento de
uma pessoa foi devido a alguma coisa a ela inerente. Em seguida, tentamos ajustar a atribuição,levando em
conta a situação em que a pessoa se encontra.
O Papelda Cultura no Erro Fundamental de Atribuição
A pesquisa recente indicou uma segunda razão para o por que ocorre o erro fundamental de atribuição: a
cultura ocidental, que enfatiza a liberdade individual e autonomia, socializa-nos para preferir atribuições
disposicionais, de preferência a atribuições situacionais. Em comparação, as culturas
coletivistas(freqüentemente orientais) enfatizam a filiação ao grupo, á interdependência e a conformidade as
normas da comunidade.
A cultura, portanto, parece que desempenha um papel se os observadores são abertamente disposicionais (o
erro fundamental de atribuição) ou exageradamente situacionais. O esforço cognitivo, no entanto, pode
trazer ambos os extremos para um nível mais moderado, misto- e esta segunda etapa de processamento
ocorre em todas as culturas.
A Diferença entre Autor e Observador
Fazemos freqüentemente atribuições situacionais acerca do motivo por que agimos de certa maneira. Cria-
se, assim, um interessante dilema de atribuição: a mesma ação pode deflagrar atribuições disposicionais em
Psicologia Social II
pessoas que a observam e atribuições situacionais nas que a praticam. Essa é a chamada diferença entre
autor e observador.
A diferença de ator e observador é uma ressalva do erro fundamental de atribuição: temos mais
probabilidade de cometer esse erro quando explicamos o comportamento de outra pessoas do que quando
explicamos o nosso. O efeito ator/ observador ocorre porque a saliência perceptual e a disponibilidade da
informação diferem para o ator e para o observador.
A Saliência Perceptual Revisitada
Uma das razões de tal divergência é a nossa velha amiga, saliência perceptual.Conforme dissemos antes,da
mesma maneira que notamos mais o comportamento dos outros do que a situação em que eles se encontram,
notamos também mais a nossa situação do que o nosso próprio comportamento .O perceptualmente saliente
para nós são as pessoas, objetos e fatos que se desenrolam no mundo.
Papel da Disponibilidade de Informação na Diferença entre Ator e Observador
A diferença entre ator e observador ocorre também porque outra razão.Os atores têm mais informações
sobre si mesmos do que os observadores.Os atores freqüentemente reflitam fatores situacionais, porque eles
sabem mais sobre como seu comportamento varia de uma situação para outra do que a maioria dos
observadores, que só os vêem em contextos limitados
Atribuições Interesseiras
São atribuições que protegem a nossa auto-estima e a crença em que o mundo é um lugar seguro e
justo,quando a auto-estima do indivíduo está ameaçada, ele freqüentemente faz atribuições
interesseiras.Ou,em palavras simples, essas atribuições referem-se á nossa tendência de assumir o crédito
pelos nossos sucessos (fazendo atribuições internas) e de culpar os outros(ou a situação) pelos nossos
fracassos .Muitos estudos mostraram que as pessoas fazem atribuições interna quando se saem bem em uma
tarefa,mas externas quando tiveram desempenho medíocre.
Porque as pessoas fazem atribuições interesseiras? as pessoas tentam sempre que possível manter auto-
estima , mesmo que isso implique distorcer a realidade mudando uma cognição.Nesse caso,vemos uma
estratégia atribucional específica que pode ser usada para manter ou elevar a auto-estima ou seja ,apenas
localizar a ''causalidade'' onde ela pode nos fazer o maior bem.
Uma segunda razão tem a ver com a maneira como nos apresentamos a outras pessoas.Queremos que
pensem bem de nós e nos admirem.Dizer a alguém que nosso desempenho medíocre foi devido a alguma
causa externa é uma dessas estratégias e boa apresentação na verdade, ás vezes chamamos a isso '' dar
desculpas''.Entre todo os tipos de autoconhecimento que temos, o conhecimento de que somos mortais, e de
que coisas más podem nos acontecer,é talvez o mais difícil de aceitar tomamos medidas para negar esse
fato.Uma das medidas é fazer atribuições defensivas ,que são explicações do comportamento que nos
defendem de sentimentos de vulnerabilidade de mortalidade.
Uma forma de atribuição defensiva é o otimismo irrealista, caso em que acreditamos que é maior a
probabilidade de que boas coisas aconteçam a nós do que aos outros e menos a probabilidade de que coisas
ruins aconteçam a nós do que aos outros. Ser excessivamente otimista, portanto, é uma maneira pela qual o
indivíduo tenta protoger-se de sentimentos desagradáveis de mortalidade. Acreditando que coisas ruins
acontecem apenas a pessoas más. Melvin Lerner (1980)chamou isso de crença em um mundo justo a
suposição de que o indivíduo recebe o que merece e merece o que recebe.Uma vez que quase todos nós nos
consideramos seres humanos decentes,bons,então,com certeza,coisas ruins não vão nos acontecer.A crença
em um mundo justo,portanto,é uma atribuição defensiva que ajuda o indivíduo a manter sua visão da vida
como segura,organizada e previsível.
Psicologia Social II
Até que Ponto São Precisas Nossas Atribuições e Impressões?
Quando fazemos atribuições, nosso objetivo é compreender as outras pessoas e prever o que elas farão.
Evidentemente, é vantajoso para nós fazer atribuições tão exatas quanto possível.Mas, qual é o nosso grau
de exatidão?A resposta, em poucas palavras,é que,em muitas circunstâncias, não somos lá muito precisos,
especialmente em comparação com o quanto pensamos que somos.As pesquisas, por exemplo,descobriram
que as primeiras impressões, os rápidos '' instantâneos'' de atribuição que formamos quando somos
apresentados a uma pessoa nem sempre são muito acurados.Não obstante , elas se tornam de fato mais
precisas á medida que a conhecemos melhor.
Por que nossas impressões sobre os outros são ás vezes errôneas?
Nossas impressões são as vezes errôneas por causa do atalhos mentais que usamos quando formamos juízos
de natureza social. Somos propensos demais a atribuir aos atos a sua personalidade, e não á situação.
Por que parece que nossas impressões são corretas?
Por que parece que nossas impressões são corretas, quando conforme acabamos de ver, elas freqüentemente
são errôneas?Podemos apontar três razões: em primeiro lugar, vemos as pessoas em um numero limitado de
situações e, portanto, nunca temos a oportunidade de verificar que as nossas impressões estão erradas. Você,
por exemplo tem contatos com a professora de psicologia social apenas no ambiente acadêmico. Digamos
que você tenha formado atribuições a respeito dela- que é severa, intransigente e não aceita dilatar o prazo
de entrega dos trabalhos. Como você não a conhece em outras situações, não se dá conta de que ele é
também bondosa e de temperamento divertido, uma mãe permissiva e uma amiga generosa.
Em segundo lugar, não nos daremos conta de que nossas impressões são erradas se fizermos com que elas se
transformem em verdadeiras. Isso é i que acontece com as profecias auto realizadoras. Mesmo que uma
impressão inicial seja incorreta, muitas vezes fazemos com que ela se torne verdadeira pela maneira como
tratamos uma pessoa.
Em terceiro lugar, talvez deixamos de compreender que estamos enganados se um bocado de outras pessoas
concorda a respeito do que alguém supostamente é – mesmo que todas elas estão erradas
Em suma, somos capazes de fazer tanto avaliações incrivelmente exatas das pessoas quanto de cometer
horrendos erros de atribuição- e cabe a você determinar qual vai ser a diferença em sua vida, por que a
maneira como as tratamos faz com que elas se comportem da maneira que esperamos ( a profecia auto –
realizadora).

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Aula 3 social ii

  • 1. Psicologia Social II Aula 3: Percepção social: formação de impressões, fatores que afetam a formação do percepto social. Texto: ARONSON, Elliot; WILSON, Timothy D.; AKERT, Robin M. Psicologia social. Rio de Janeiro: LTC, 2002, p.61-88 Resumo Visão geral do capítulo Comportamento Não Verbal  Expressões Faciais de Emoção  Outros canais de Comunicação Não-Verbal  Comunicação Não-Verbal em Múltiplos Canais  Diferenças de Gênero na Comunicação Não-Verbal Teorias Implícitas de Personalidade: Preenchendo as lacunas  O uso de atalhos mentais quando formamos impressões Atribuições de causalidade: Respondendo à Pergunta “Por quê?”  A natureza do processo de atribuição de causalidade  Teoria da inferência correspondente: dos atos às disposições  O modelo de covariação: atribuições internas versus atribuições externas  O erro fundamental de atribuição: as pessoas como Psicólogos da Personalidade  A diferença entre ator e observador  Atribuições interesseiras Até que pontos são precisas nossas atribuições e impressões?  Por que nossas impressões sobre os outros são às vezes errôneas?  Por que parece que nossas impressões são corretas? Todos nós temos fascínio básico de querer saber explicar o comportamento de outras pessoas. As razões por que assim agimos porém, estão em geral ocultas para nós. Tudo o que temos é comportamento observável: o que as pessoas fazem, o que dizem, as suas expressões faciais, seus gestos, o tom de voz. Infelizmente não temos capacidade de ler a mente das pessoas, - não podemos saber, verdadeira e inteiramente, quem elas são e quais as suas intenções. Diante disso, confiamos em impressões e em teorias, combinando-as tão bem quanto possível, na esperança de que elas nos levem as conclusões razoavelmente precisas e úteis. Por que gastamos tanto tempo e energia tentando explicar o comportamento dos outros? Porque fazer isso ajuda-nos a compreender e prever o mundo social em que vivemos. Comportamento não-verbal O que sabemos de uma pessoa quando somos apresentados a ela? Sabemos aquilo que podemos ver e ouvir, mesmo que saibamos que não devemos julgar um livro pela capa, esse tipo de informação facilmente observável reveste-se de importância critica para as nossas primeiras impressões. Prestamos grande atenção ao que elas dizem. Afinal de contas, nossa realização mais notável como espécie foi o desenvolvimento da linguagem verbal. As palavras que ouvimos não contam toda história. A forma mais rica é a comunicação não-verbal. Ela se refere a um grande corpo de pesquisas sobre as maneiras como as pessoas se comunicam, intencionalmente
  • 2. Psicologia Social II ou não. As expressões faciais, os gestos, as posições e os movimentos do corpo, o uso do toque e o modo de olhar são os canais de diagnostico mais usados da comunicação não-verbal. De que maneira funciona a comunicação não-verbal? Na comunicação, as pistas não-verbais servem a muitas funções. As formas não-verbais são as seguintes: expressar emoções (apertar os olhos); transmitir atitudes (gosto de você); comunicar traços de personalidade (eu sou sociável), facilitar a comunicação verbal (você baixa a voz e desvia a vista quando termina uma frase). O olhar pode ser ameaçar como uma arma carregada e apontada, insultar como um assobio de mofa ou um pontapé ou, em outro estado de espírito, lançado um feixe de bondade, fazer o coração dançar de alegria. Ralph Waldo Emerson, The Condict of life, 1860. Expressões faciais de emoção A jóia da coroa da comunicação não-verbal é o canal das expressões faciais. A pesquisa de Darwin sobre expressões faciais produziu forte impacto em muitas áreas de estudo. As emoções primárias transmitidas pelo rosto são universais - todos os seres humanos, em toda parte, codificam ou expressam essas emoções da mesma maneira e todos nós podemos codificá-las, ou interpretá-las, com igual precisão. O interesse de Darwin (1872) pela evolução levou acreditar que as formas não-verbais de comunicação eram “especificas à espécie” e não “específicas da cultura”. Disse que as expressões faciais são vestígios de reações fisiológicas. Afirmou ainda Darwin que tais expressões faciais adquiriram mais tarde importância evolutiva. A capacidade de comunicar tais estados emocionais (por exemplo, a sensação de nojo, não por alimento, mas por outra pessoa ou situação) tinha valor de sobrevivência para a espécie que então evoluía. A resposta é afirmativa no tocante às seis grandes manifestações emocionais: raiva, felicidade, surpresa, medo, nojo, tristeza. (ex. tribo pré-letrada que não tivera contato algum com a civilização ocidental. Eles contaram aos Fore historias curtas com conteúdo emocional e em seguida, lhes mostraram fotografias de americanos expressando 6 emoções. O trabalho dos Fore era “casar” as expressões faciais de emoção com as historias. E eles foram tão precisos quanto teriam sido sujeitos ocidentais. Os pesquisadores pediram que demonstrassem enquanto fotografados s expressões foram decodificados com precisão. Há provas que a capacidade de expressar as 6 grandes emoções é transcultural – é parte da condição de ser humano e não produto da experiência cultural do individuo). Quando os olhos dizem uma coisa e a língua outra, o homem experiente confia na linguagem do primeiro. Ralph Waldo Emerson, The Condict of life, 1860. Alem das seis principais emoções, haverá outros estados emocionais? A pesquisa atual está ocupada estudando exatamente essa questão no tocante a outras emoções, tais como ansiedade, desprezo e embaraço. Haja prova ampla de que as seis grandes emoções são manifestadas da mesma maneira por pessoas em todo o mundo, a cultura desempenha de fato um papel importante no tocante a quando e como elas são expressadas no rosto. Paul Ekman e seus colegas notaram que as regras de manifestação dessas emoções são particulares a cada cultura e determina que tipo de expressão emocional é de esperar que as pessoas demonstrem. Uma nota final sobre decodificar precisamente expressões faciais: essa situação é complicada ainda mais pelo fato de que, muitas vezes, o individuo demonstra uma mistura de manifestações emocionais, com a qual parte do rosto registra uma emoção e a outra parte registra outra, diferente. Outros canais de comunicação não-verbal Há outros canais de comunicação não-verbal. O contato com olho a olho e a maneira de olhar constituem pistas não-verbais de grande importância. Outra forma de comunicação não-verbal é a maneira como as
  • 3. Psicologia Social II pessoas usam o espaço pessoal. Esse espaço varia de cultura para cultura, os americanos gostas de uma bolha de espaço desimpedido de 50 a 70 cm em volta de sua pessoa, em comparação outras culturas, estranhos não darão a menor importância a uma proximidade menor, até o ponto de se tocarem. Gestos com as mãos e os braços constituem também meios de comunicação fascinante. Sinal como o OK, são gestos para os quais há definições claras, bem compreendidas, são denominadas emblemas. O importante notar que os emblemas não são universais. Cada cultura cria os seus e eles não precisam ser entendidos por pessoas de outras culturas. Comunicação Não-Verbal em múltiplos Canais No caso de algumas situações especificas (falar ao telefone), a vida diária é constituída de interação social em um sentido e multicanais não-verbais. De que maneira usamos essa informação? E com que precisão a usamos? A fita de vídeo Tarefa de Interpretações Sociais é composta de 20 cenas de comportamento não- verbal que ocorrem naturalmente. Para compreender bem a cena tem que se prestar bastante atenção para interpretar o comportamento não-verbal das pessoas que nela aparecem. Em outras palavras, geralmente não acontece que uma única pista importante sirva de sinal para a resposta correta. As informações não-verbais úteis estão presentes, em múltiplos canais, em todas as cenas. Diferenças de Gênero na Cominação Não-Verbal Talvez lhe tenha ocorrido perguntar se um sexo é mais competente que outro no que interessa à compreensão da comunicação não-verbal. Quem decodifica melhor as pistas não-verbais – homem, ou mulher? E que é mais hábil em codificar essas informações? Muitos estudos revelaram que as mulheres são mais eficientes tanto na decodificação quanto na codificação. As mulheres perdem essa vantagem quando o individuo mente, descobriram que as mulheres aceitem pelo valor aparente comunicações enganosas, acreditando na mentira, enquanto é mais provável que o homem capte as pistas não-verbais e corretamente conclua que o individuo está mentindo. Sugere que isso ocorra porque elas são mais polidas do que os homens Embora ela tenham a capacidade de decodificaras pistas não-verbais de mentiras elas tendem a desligá-las quando identificam tentativas de logro, preferindo ser educadas com o interlocutor. Segundo Eagly, essa divisão de trabalho acarreta duas conseqüências importantes. Em primeiro lugar, surgem expectativas quanto aos papeis dos gêneros, segundo as quais os membros da sociedade esperam que os homens e mulheres tenham atributos compatíveis com os seus papeis. Espera-se que as mulheres sejam mais carinhosas, cordiais, expressivas, etc. – e de fato o são. Em segundo lugar, homens e mulheres desenvolvem diferentes conjuntos de habilidade e atitudes, baseados nos papéis de seus respectivos gêneros. Devido à oposição é mais importante que a mulher desenvolva habilidades como sensibilidade e comunicação. Segundo Eagly, as expectativas sobre os papeis de gênero, e as habilidades pertinentes a cada sexo, combinam-se para criar diferenças sexuais no comportamento social, tais como as que acabamos de discutir no comportamento não-verbal. Podemos aprender muito sobre as pessoas por seu comportamento não-verbal, inclusive atitudes, emoções e características da personalidade. O comportamento não-verbal nos fornece muitos fragmentos de informações, “dados”, digamos assim, que depois usamos para desenvolver nossas impressões gerais ou teorias sobe as pessoas. Teorias implícitas de personalidade: Preenchendo as lacunas
  • 4. Psicologia Social II Quando nos sentimos inseguros quanto à natureza do mundo social, usamos esquemas para preencher os claros. Ex. é a maneira como formamos impressões sobre outras pessoas. Se é unha-de-fome, acreditamos que é também de temperamento irascível utilizamos um esquema importante a teoria implícita de personalidade. Essas teorias implícitas de personalidade servem à mesma função de qualquer esquema: como “avaros cognitivos”, podemos extrapolar de um volume pequeno de informação para outro, muito maior. Nesse caso podemos usar como ponto de partida, apenas algumas observações sobre as pessoas, em seguida usando esquema, desenvolver uma compreensão muito mais completa do tipo de gente que ela é. Dessa maneira formamos rapidamente impressões, sem termos que passar semanas convivendo com as pessoas, a fim de chegar a uma conclusão sobre quem elas são. Essas teorias são interessantes porque nelas há componentes compartilhados – muitos de nós temos teorias muito parecidas – e também espaço para variação idiossincrática – isto é, temos também teorias diferentes. Tais teorias surgem com o tempo e com a experiência. No que não é de surpreender, elas apresentam muitas vezes um forte componente cultural: em uma dada sociedade, a maioria das pessoas compartilha algumas teorias implícitas de personalidade, porque são crenças culturais transmitidas de um ao outro. A variação cultural nessas tórias foi demonstrada em um instigante estudo de autoria de Curt Hoffman e outros notaram que diferentes culturas têm idéias diferentes sobre os tipos de personalidade – isto é , o tipo de indivíduos para os quais há rótulos verbais simples, com o s quais todos concordam. Ex: nas culturas ocidentais concordamos em que há tipo de pessoa dotada de personalidade artística, os chineses, por outro lado não esquema ou teoria implícita da personalidade para o tipo artístico, etc. Hoffman e colegas formularam hipótese de que tais teorias culturais implícitas da personalidade influenciam a maneira como formamos impressões sobre outras pessoas. O uso de atalhos mentais quando formamos impressões Às vezes a teoria ou traço não se aplica a alguém a quem fomos apresentados. O comportamento da pessoa pode ser ambíguo, tornando difícil chegar a uma conclusão. O papel da acessibilidade e da facilitação na percepção da pessoa. Pesquisa recente indica que a impressão que você forma do homem do ônibus pode ser afetada pela acessibilidade das categorias de traços de personalidade definida como a medida em que pensamos, idéias e traços estão no primeiro plano de nossa mente e, por conseguinte, tendem a ser usados quando fazemos um julgamento sobre o mundo social. Alguns podem ser costumeiramente acessíveis devido a experiências passadas. E vários estudos mostraram também que os traços podem tornar-se acessíveis por razões mais arbitrarias. O que quer que estivermos pensando ou fazendo antes de um evento pode induzir o aparecimento de um traço em nossa mente, tornando-o mais acessível, e portanto com maior probabilidade de ser usado para interpretar um evento. Atribuição de causalidade respondendo à pergunta Por Quê? A partir do comportamento não-verbal delas, podemos também fazer suposições sobre a personalidade de cada uma, como até que ponto elas são simpáticas ou sociáveis. O comportamento não-verbal, porém, não é um indicador à prova de erros daquilo em que a pessoa está realmente pensando ou sentido. Para responder a pergunta “por que”, precisamos ir alem da informação dada, daquilo que observamos, o que as pessoas são realmente e o que as motiva a agir como agem. A natureza do processo de atribuição de causalidade Uma das atribuições mais valiosas é uma dicotomia simples: quando tentamos chegar a uma conclusão sobre o motivo porque uma pessoa age de sertã maneira - porque um pai acabou justamente de gritar com o filho -,
  • 5. Psicologia Social II podemos fazer uma de duas atribuições. Atribuição interna decidindo a causa do comportamento do pai era alguma nele existente – sua disposição, sua personalidade, suas atitudes, seu caráter – ou seja, uma explicação que atribui seu comportamento a causas internas. Podemos decidir que Le tem pouca competência para educar o filho e que o corrige de maneira imprópria. Ao contrario podemos fazer uma atribuição externa, decidindo que a causa do comportamento do pai foi alguma coisa da situação – como, por exemplo, o fato do filho ter saído à rua sem olhar para os lados -, explicação esta que atribui a causa do comportamento a um fator externo (ato do filho que deflagrou o comportamento do pai). Teoria da inferência correspondente: dos atos às disposições Edward Jones e Keith Davis formularam a teoria da inferência para descrever o processo pelo qual chegamos a uma atribuição interna: ou seja, como inferimos disposições, ou características internas de personalidade a partir de comportamento ou aços correspondentes. Esta interessada em como limitamos tais possibilidade a uma conclusão especifica sobre o motivo porque fez o que fez. O papel dos efeitos não comuns na teoria da inferência correspondente Ex: o papel dos muitos efeitos não-comuns: quando as pessoas podem realizar muitas coisas com uma única ação, e que não podem com uma ação alternativa. Os efeitos poucos não-comuns, quando a pessoas podem realizar poucas coisa com uma ação que não podem realizar com outra. O papel das expectativas na teoria da inferência correspondente Em suma, fazer atribuições, segundo a teoria da inferência correspondente, assemelha-se a bancar o detetive. Quando tentamos deduzir o motivo pelo qual alguém se comportou de certa maneira, os culpados são as varias coisas que a pessoa poderia ter estado tentando realizar (os efeitos de seus atos). Reduzimos o numero de possibilidades examinando o que ela poderia ter realizado se tivesse se comportado de alguma outra maneira. Levamos ainda em conta o quanto esperávamos que as pessoas fizessem o que conta o quanto esperávamos que as pessoas fizessem o que fizeram, uma vez que as ações inesperadas dizem muito mais sobre o que a pessoa realmente é do que as ações esperadas. Modelo de covariação: atribuições internas versus atribuições externas Teoria da atribuição: voltavam a atenção para as informações que usamos para fazer atribuição disposicional, eu ênfase ao primeiro passo no processo da percepção social – como o individuo decide se faz uma atribuição interna ou externa. A outra diferença entre as duas teorias é que a teoria da inferência correspondente aplica-se a uma única observação do comportamento (um amigo seu, ex. recusa-se a lhe emprestar o carro), ao passo que o modelo de covariação de Kelley (1967), aplica-se a muitos casos de comportamento, ocorrendo ao longo do tempo e em situações diferentes (por ex. o amigo se recusou antes a emprestar-lhe o carro? Ele o empresta a outras pessoas? Ele também se recusou a lhe emprestar outras coisas?). Kelley supõe que, quando estamos no processo de fazer uma atribuição, reunimos informações, ou dados que nos ajudarão a chegar a um juízo. Quando estamos formando uma atribuição, que tipos de informações examinaram para covariação? Há três informações importantes: o consenso, distintividade e consistência. Informação de consenso se refere à maneira como outras pessoas se comportam em relação ao estimulo. A informação da distintividade, diz respeito a como o ator reage aos estímulos. A informação de consistência descreve a freqüência com que o comportamento observado entre o mesmo ator e o mesmo estímulo ocorre em tempos e situações diferentes.
  • 6. Psicologia Social II As pessoas têm muita probabilidade de fazer uma atribuição interna quando o consenso e a distintividade do ato são baixos, mas sua consistência é alta. Quando a consistência é baixa, não podemos fazer uma atribuição interna ou externa, e em vista disso recorremos a um tipo especial de atribuição situacional, ou externa supondo que alguma coisa incomum ou muito particular esta acontecendo nessas circunstancias. O Erro Fundamental de Atribuição: As pessoas como Psicólogos da Personalidade A teoria,ou esquema difundida, básica,que a maioria de nós aceita sobre o comportamento humano é a de que as pessoas fazem o que fazem por causa do tipo de pessoas que são, e não por causam da situação em que se encontram.Quando pensamos dessa maneira, parecemos mais psicólogos da personalidade, que vêem o comportamento como nascendo de disposições e traços internos, do que psicólogos sociais, que focalizam o impacto das situações sociais no comportamento.Esse viés para sermos psicólogos da personalidade é tão geral que o psicólogos social Lee Ross(1977 cunhou para ele a expressão erro fundamental de atribuição. O comportamento interpretado como um reflexo das disposições e crenças, e não como resultado da influência da situação que as pessoas vivem. A grande lição da psicologia social é de que as influências das situações sociais podem ser extremamente poderosas.O importante no erro fundamental de atribuição é que tendemos a subestimar essas influências quando explicamos o comportamento de alguém. O Papel da Saliência Perceptual no Erro Fundamental de Atribuição Por que cometemos o erro fundamental de atribuição?Umas das razões é que, quando tentamos explicar o comportamento de alguém, em geral dirigimos a atenção para a pessoa, e não para a situação em que ela está.O individuo, em termos perceptuais, é exatamente proeminente- as pessoas são aquilo que nossos olhos e nosso ouvidos notam. E conforme frisou Heider(1958), o que notamos parece-nos ser a causa razoável e lógica do comportamento observado. A saliência perceptual, ou a nossa perspectiva visual, ajuda a explicar por que o erro fundamental de atribuição é tão comum. Focalizamos mais a atenção nas pessoa do que na situação em que ela está porque a situação é muito difícil de ver ou conhecer. Passamos por duas etapas: Começamos fazendo uma atribuição interna, supondo que o comportamento de uma pessoa foi devido a alguma coisa a ela inerente. Em seguida, tentamos ajustar a atribuição,levando em conta a situação em que a pessoa se encontra. O Papelda Cultura no Erro Fundamental de Atribuição A pesquisa recente indicou uma segunda razão para o por que ocorre o erro fundamental de atribuição: a cultura ocidental, que enfatiza a liberdade individual e autonomia, socializa-nos para preferir atribuições disposicionais, de preferência a atribuições situacionais. Em comparação, as culturas coletivistas(freqüentemente orientais) enfatizam a filiação ao grupo, á interdependência e a conformidade as normas da comunidade. A cultura, portanto, parece que desempenha um papel se os observadores são abertamente disposicionais (o erro fundamental de atribuição) ou exageradamente situacionais. O esforço cognitivo, no entanto, pode trazer ambos os extremos para um nível mais moderado, misto- e esta segunda etapa de processamento ocorre em todas as culturas. A Diferença entre Autor e Observador Fazemos freqüentemente atribuições situacionais acerca do motivo por que agimos de certa maneira. Cria- se, assim, um interessante dilema de atribuição: a mesma ação pode deflagrar atribuições disposicionais em
  • 7. Psicologia Social II pessoas que a observam e atribuições situacionais nas que a praticam. Essa é a chamada diferença entre autor e observador. A diferença de ator e observador é uma ressalva do erro fundamental de atribuição: temos mais probabilidade de cometer esse erro quando explicamos o comportamento de outra pessoas do que quando explicamos o nosso. O efeito ator/ observador ocorre porque a saliência perceptual e a disponibilidade da informação diferem para o ator e para o observador. A Saliência Perceptual Revisitada Uma das razões de tal divergência é a nossa velha amiga, saliência perceptual.Conforme dissemos antes,da mesma maneira que notamos mais o comportamento dos outros do que a situação em que eles se encontram, notamos também mais a nossa situação do que o nosso próprio comportamento .O perceptualmente saliente para nós são as pessoas, objetos e fatos que se desenrolam no mundo. Papel da Disponibilidade de Informação na Diferença entre Ator e Observador A diferença entre ator e observador ocorre também porque outra razão.Os atores têm mais informações sobre si mesmos do que os observadores.Os atores freqüentemente reflitam fatores situacionais, porque eles sabem mais sobre como seu comportamento varia de uma situação para outra do que a maioria dos observadores, que só os vêem em contextos limitados Atribuições Interesseiras São atribuições que protegem a nossa auto-estima e a crença em que o mundo é um lugar seguro e justo,quando a auto-estima do indivíduo está ameaçada, ele freqüentemente faz atribuições interesseiras.Ou,em palavras simples, essas atribuições referem-se á nossa tendência de assumir o crédito pelos nossos sucessos (fazendo atribuições internas) e de culpar os outros(ou a situação) pelos nossos fracassos .Muitos estudos mostraram que as pessoas fazem atribuições interna quando se saem bem em uma tarefa,mas externas quando tiveram desempenho medíocre. Porque as pessoas fazem atribuições interesseiras? as pessoas tentam sempre que possível manter auto- estima , mesmo que isso implique distorcer a realidade mudando uma cognição.Nesse caso,vemos uma estratégia atribucional específica que pode ser usada para manter ou elevar a auto-estima ou seja ,apenas localizar a ''causalidade'' onde ela pode nos fazer o maior bem. Uma segunda razão tem a ver com a maneira como nos apresentamos a outras pessoas.Queremos que pensem bem de nós e nos admirem.Dizer a alguém que nosso desempenho medíocre foi devido a alguma causa externa é uma dessas estratégias e boa apresentação na verdade, ás vezes chamamos a isso '' dar desculpas''.Entre todo os tipos de autoconhecimento que temos, o conhecimento de que somos mortais, e de que coisas más podem nos acontecer,é talvez o mais difícil de aceitar tomamos medidas para negar esse fato.Uma das medidas é fazer atribuições defensivas ,que são explicações do comportamento que nos defendem de sentimentos de vulnerabilidade de mortalidade. Uma forma de atribuição defensiva é o otimismo irrealista, caso em que acreditamos que é maior a probabilidade de que boas coisas aconteçam a nós do que aos outros e menos a probabilidade de que coisas ruins aconteçam a nós do que aos outros. Ser excessivamente otimista, portanto, é uma maneira pela qual o indivíduo tenta protoger-se de sentimentos desagradáveis de mortalidade. Acreditando que coisas ruins acontecem apenas a pessoas más. Melvin Lerner (1980)chamou isso de crença em um mundo justo a suposição de que o indivíduo recebe o que merece e merece o que recebe.Uma vez que quase todos nós nos consideramos seres humanos decentes,bons,então,com certeza,coisas ruins não vão nos acontecer.A crença em um mundo justo,portanto,é uma atribuição defensiva que ajuda o indivíduo a manter sua visão da vida como segura,organizada e previsível.
  • 8. Psicologia Social II Até que Ponto São Precisas Nossas Atribuições e Impressões? Quando fazemos atribuições, nosso objetivo é compreender as outras pessoas e prever o que elas farão. Evidentemente, é vantajoso para nós fazer atribuições tão exatas quanto possível.Mas, qual é o nosso grau de exatidão?A resposta, em poucas palavras,é que,em muitas circunstâncias, não somos lá muito precisos, especialmente em comparação com o quanto pensamos que somos.As pesquisas, por exemplo,descobriram que as primeiras impressões, os rápidos '' instantâneos'' de atribuição que formamos quando somos apresentados a uma pessoa nem sempre são muito acurados.Não obstante , elas se tornam de fato mais precisas á medida que a conhecemos melhor. Por que nossas impressões sobre os outros são ás vezes errôneas? Nossas impressões são as vezes errôneas por causa do atalhos mentais que usamos quando formamos juízos de natureza social. Somos propensos demais a atribuir aos atos a sua personalidade, e não á situação. Por que parece que nossas impressões são corretas? Por que parece que nossas impressões são corretas, quando conforme acabamos de ver, elas freqüentemente são errôneas?Podemos apontar três razões: em primeiro lugar, vemos as pessoas em um numero limitado de situações e, portanto, nunca temos a oportunidade de verificar que as nossas impressões estão erradas. Você, por exemplo tem contatos com a professora de psicologia social apenas no ambiente acadêmico. Digamos que você tenha formado atribuições a respeito dela- que é severa, intransigente e não aceita dilatar o prazo de entrega dos trabalhos. Como você não a conhece em outras situações, não se dá conta de que ele é também bondosa e de temperamento divertido, uma mãe permissiva e uma amiga generosa. Em segundo lugar, não nos daremos conta de que nossas impressões são erradas se fizermos com que elas se transformem em verdadeiras. Isso é i que acontece com as profecias auto realizadoras. Mesmo que uma impressão inicial seja incorreta, muitas vezes fazemos com que ela se torne verdadeira pela maneira como tratamos uma pessoa. Em terceiro lugar, talvez deixamos de compreender que estamos enganados se um bocado de outras pessoas concorda a respeito do que alguém supostamente é – mesmo que todas elas estão erradas Em suma, somos capazes de fazer tanto avaliações incrivelmente exatas das pessoas quanto de cometer horrendos erros de atribuição- e cabe a você determinar qual vai ser a diferença em sua vida, por que a maneira como as tratamos faz com que elas se comportem da maneira que esperamos ( a profecia auto – realizadora).