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Luiz Francisco Bozo
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                                                                                           Roteiro de Aulas




Tópico 01 – CARGA ELÉTRICA


Introdução: Neste tópico veremos um histórico sobre o eletromagnetismo, as leis básicas aplicadas a
cargas elétricas, processos de eletrização e algumas características relacionadas a condução de
eletricidade. Recomenda-se a leitura do livro-texto a fim de facilitar o entendimento dos assuntos
abordados.

1.1 – Eletromagnetismo

Nos tempos atuais os fenômenos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos têm uma grande
importância em nossas vidas. Telefones celulares, rádios, televisores e equipamentos eletrônicos
diversos se aproveitam desses fenômenos a fim executar tarefas que para nós são transparentes,
mas que envolvem o conhecimento e a experimentação de centenas (ou milhares) de anos.
Os filósofos gregos já conheciam empiricamente e de forma intuitiva alguns fenômenos elétricos e
magnéticos. Com o passar do tempo, as bases para o conhecimento dos fenômenos elétricos (e
magnéticos) foram sendo estabelecidas até que Maxwell encontrou um elo de ligação entre os
fenômenos elétricos e magnéticos - o eletromagnetismo – abrindo caminho para o avanço da ciência
no campo das ondas (incluindo a luz).


1.2 – Carga Elétrica

De acordo com os primeiros modelos atômicos, podemos representar um átomo de um elemento
Qualquer como sendo composto de um núcleo (com prótons e nêutrons) e uma eletrosfera (composta
de elétrons). Hoje sabemos que os prótons e os elétrons possuem carga elétrica e que apenas os
elétrons possuem “liberdade” para se movimentarem na estrutura da matéria. Mas mesmo antes da
descoberta dos elétrons e dos prótons, já se sabia da existência do movimento de cargas elétricas
através de experimentos simples. Posteriormente esse movimento de cargas recebeu o nome de
corrente elétrica. A corrente elétrica pode ser instantânea (como ocorre no processo de eletrização de
corpos e em descargas atmosféricas) ou com uma duração de tempo maior (como na corrente
contínua das baterias dos carros e na corrente alternada das casas e edificações em geral).


1.3 – Processos de Eletrização

Existem 3 formas básicas de se transferir carga elétrica para os objetos: Atrito, contato ou indução.

Atrito: Ao se esfregar determinados tipo de objetos pode-se transferir carga elétrica (elétrons) de um
objeto para outro.
• Vidro e seda – Vidro fica (+)     Perde elétrons para a seda
• Plástico e lã – Plástico fica (-)  Ganha elétrons da lã

Contato: Ao se colocar em contato dois materiais condutores, um carregado eletricamente e outro
neutro, pode ocorrer a transferência de cargas entre esses elementos , obedecendo as dimensões de
cada um dos objetos e as características elétricas de cada um.

Indução: Ao se aproximar um objeto carregado com carga de qualquer sinal de um condutor neutro,
esse será atraído pelo corpo carregado. Esse fenômeno ocorre devido a mobilidade dos elétrons no
condutor.
Se o objeto eletrizado tiver carga positiva, haverá um tendência dos elétrons do condutor se
aproximarem do objeto, ocorrendo a atração.
Se o objeto estiver carregado negativamente, haverá uma tendência dos elétrons migrarem dentro
do condutor para a área mais afastada do objeto, deixando um dos lados praticamente sem elétrons
(ou carregado positivamente) dessa forma o condutor também será atraído pelo objeto.
Caso uma ligação com a terra (aterramento) for estabelecida enquanto o condutor estiver eletrizado
por indução, haverá movimentação de cargas entre condutor e terra estabelecendo uma eletrização
por contato a fim de neutralizar as cargas dentro do mesmo.



                                                  Pág 1
Luiz Francisco Bozo
                                                                                                         Física III
                                                                                                Roteiro de Aulas




1.4 – Medida da Carga Elétrica

Através da criação de instrumentos de medida especiais e de experimentos diversos foi possível
medir a quantidade de carga mínima envolvida em um processo de eletrização. Hoje sabemos que
essa quantidade de carga se relaciona com o elétron e com o próton. Chamou-se então de carga
elementar a quantidade de carga elétrica existente em um elétron ou em um próton, sendo que as
duas diferem apenas no sinal. Estabeleceu-se que a carga do elétron é negativa e a carga do próton
é positiva.
                                    -19
•   Carga Elementar          1.6 x 10     C                               onde C ≡ Coulomb

•   Σcargaátomo neutro = 0

•   Quantidade de carga         n x e = nprótons x e = -(nelétrons x e)


1.5 – Condutores e Isolantes

Em relação a mobilidade de cargas podemos classificar os corpos como: Supercondutores,
condutores, semicondutores e isolantes. Sabe-se que a propriedade da condução está intimamente
relacionada a “formação” do corpo ou objeto, se o mesmo é formado de um elemento puro, uma liga
metálica ou uma composição de elementos. Esta “formação” pode ser usada para criar elementos
com características especiais como os semicondutores e os supercondutores.

Supercondutores: Altíssima mobilidade das cargas elétricas (originalmente vinculada a temperatura)

Condutores: Alta mobilidade das cargas elétricas (metais como ouro e cobre são bons condutores)

Semicondutores: Mobilidade condicionada a um fator construtivo, energia de ativação, etc

Isolantes: Baixa mobilidade de cargas elétricas (borracha, vidro, plásticos)


1.6 – Lei de Coulomb

Essa lei determina o valor da força eletrostática que irá agir em duas partículas quando com cargas
elétricas. Pode-se extrapolar o cálculo da força eletrostática para objetos de todas as dimensões.
Para o cálculo da aplicação dessa força deve-se levar em consideração dois princípios:

•   Ação e reação: A força que a partícula A exerce na partícula B é a mesma que a partícula B
    exerce em A, porém de sentido contrário e
•   Atração e repulsão: Cargas de mesmo sinal se repelem e de sinais contrários se atraem


                                                                q1* q 2
                                                  F=K               2
                                                                  r

        Onde:                       F         ≡ Força de Interação Eletrostática [N]
                                    K         ≡ Constante Eletrostática =1/4πε0
                                    ε0        ≡ Permissividade Elétrica no vácuo
                                                    -12     2        2
        Sabe-se que                 ε0 = 8.85 x 10        [C /Nm ]
                                                    9      2     2
        Então:                      K = 8.89 x 10 [Nm /C ]




                                                          Pág 2
Luiz Francisco Bozo
                                                                                                                          Física III
                                                                                                                 Roteiro de Aulas



1.7 – Princípio da Superposição

Se tivermos n partículas carregadas, elas devem interagir de modo independente, aos pares. Dessa
forma, a força de interação eletrostática em uma partícula será a soma vetorial da força eletrostática
que cada uma das n -1 partículas exerce sobre ela:

                                              →    →          →         →
                                            F1 = F     12   + F 13 + ... F 1n


1.8 – Exemplos
                                                                                                            -11
1 – A distância entre o próton e o elétron em um átomo de hidrogênio é de ≅ 5.3 x 10 m.
        Calcule a força de atração entre as partículas.

            q1* q 2                1.6 *10 −19 *1.6 *10 −19 8.99 * (1.6) 2 10 9 * (10 −19 ) 2
F =K            2   = 8.99 *10 9 *                         =              *                   = 8.19 *10 −8 N
              r                         (5.3 *10 −11 ) 2       (5.3) 2        (10 −11 ) 2

2 – Três partículas carregadas estão presas nas respectivas posições por forças não descritas.
         Calcule a força eletrostática resultante na partícula com carga q1.
 r12 = 15 cm             r13 = 10 cm               θ = 32º
 q1 = -1.2µC             q2 = 3.7µC                q3 = 2.3µC

                                                                                          y
→       →       →
F 1 = F 12 + F 13                                                               q3
                                                                                     -
                                                                                          θ
⇒ F1 X = F12 + F13 sen θ                                                                                          q2
                                                                                                      F12
⇒ F1Y = F13 cosθ                                                                     q1
                                                                                              -
                                                                                                  F13
                                                                                                                  +
                                                                                                                         x

                                                                                                  θ


            q1q2              1.2 * 10−6 * 3.7 * 10−6
F12 = K        2
                 = 8.99 * 109                         = 1.77 N
             r12                      0.152


            q1q3              1.2 * 10− 6 * 2.3 * 10− 6
F13 = K        2
                 = 8.99 * 109                           = 2.48 N
             r13                      0.102



F1 X = 1.77 + 2.48 sen 32º = 3.088 N
                                           obs.: O valor de F1Y foi calculado módulo
F1Y = 2.48 cos 32º = 2.104 N

Do triângulo retângulo temos:

    2
F1 = F12 + F1Y ⇒ F1 = 3.737 N
       X
             2




                                                        Pág 3

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  • 1. Luiz Francisco Bozo Física III Roteiro de Aulas Tópico 01 – CARGA ELÉTRICA Introdução: Neste tópico veremos um histórico sobre o eletromagnetismo, as leis básicas aplicadas a cargas elétricas, processos de eletrização e algumas características relacionadas a condução de eletricidade. Recomenda-se a leitura do livro-texto a fim de facilitar o entendimento dos assuntos abordados. 1.1 – Eletromagnetismo Nos tempos atuais os fenômenos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos têm uma grande importância em nossas vidas. Telefones celulares, rádios, televisores e equipamentos eletrônicos diversos se aproveitam desses fenômenos a fim executar tarefas que para nós são transparentes, mas que envolvem o conhecimento e a experimentação de centenas (ou milhares) de anos. Os filósofos gregos já conheciam empiricamente e de forma intuitiva alguns fenômenos elétricos e magnéticos. Com o passar do tempo, as bases para o conhecimento dos fenômenos elétricos (e magnéticos) foram sendo estabelecidas até que Maxwell encontrou um elo de ligação entre os fenômenos elétricos e magnéticos - o eletromagnetismo – abrindo caminho para o avanço da ciência no campo das ondas (incluindo a luz). 1.2 – Carga Elétrica De acordo com os primeiros modelos atômicos, podemos representar um átomo de um elemento Qualquer como sendo composto de um núcleo (com prótons e nêutrons) e uma eletrosfera (composta de elétrons). Hoje sabemos que os prótons e os elétrons possuem carga elétrica e que apenas os elétrons possuem “liberdade” para se movimentarem na estrutura da matéria. Mas mesmo antes da descoberta dos elétrons e dos prótons, já se sabia da existência do movimento de cargas elétricas através de experimentos simples. Posteriormente esse movimento de cargas recebeu o nome de corrente elétrica. A corrente elétrica pode ser instantânea (como ocorre no processo de eletrização de corpos e em descargas atmosféricas) ou com uma duração de tempo maior (como na corrente contínua das baterias dos carros e na corrente alternada das casas e edificações em geral). 1.3 – Processos de Eletrização Existem 3 formas básicas de se transferir carga elétrica para os objetos: Atrito, contato ou indução. Atrito: Ao se esfregar determinados tipo de objetos pode-se transferir carga elétrica (elétrons) de um objeto para outro. • Vidro e seda – Vidro fica (+) Perde elétrons para a seda • Plástico e lã – Plástico fica (-) Ganha elétrons da lã Contato: Ao se colocar em contato dois materiais condutores, um carregado eletricamente e outro neutro, pode ocorrer a transferência de cargas entre esses elementos , obedecendo as dimensões de cada um dos objetos e as características elétricas de cada um. Indução: Ao se aproximar um objeto carregado com carga de qualquer sinal de um condutor neutro, esse será atraído pelo corpo carregado. Esse fenômeno ocorre devido a mobilidade dos elétrons no condutor. Se o objeto eletrizado tiver carga positiva, haverá um tendência dos elétrons do condutor se aproximarem do objeto, ocorrendo a atração. Se o objeto estiver carregado negativamente, haverá uma tendência dos elétrons migrarem dentro do condutor para a área mais afastada do objeto, deixando um dos lados praticamente sem elétrons (ou carregado positivamente) dessa forma o condutor também será atraído pelo objeto. Caso uma ligação com a terra (aterramento) for estabelecida enquanto o condutor estiver eletrizado por indução, haverá movimentação de cargas entre condutor e terra estabelecendo uma eletrização por contato a fim de neutralizar as cargas dentro do mesmo. Pág 1
  • 2. Luiz Francisco Bozo Física III Roteiro de Aulas 1.4 – Medida da Carga Elétrica Através da criação de instrumentos de medida especiais e de experimentos diversos foi possível medir a quantidade de carga mínima envolvida em um processo de eletrização. Hoje sabemos que essa quantidade de carga se relaciona com o elétron e com o próton. Chamou-se então de carga elementar a quantidade de carga elétrica existente em um elétron ou em um próton, sendo que as duas diferem apenas no sinal. Estabeleceu-se que a carga do elétron é negativa e a carga do próton é positiva. -19 • Carga Elementar 1.6 x 10 C onde C ≡ Coulomb • Σcargaátomo neutro = 0 • Quantidade de carga n x e = nprótons x e = -(nelétrons x e) 1.5 – Condutores e Isolantes Em relação a mobilidade de cargas podemos classificar os corpos como: Supercondutores, condutores, semicondutores e isolantes. Sabe-se que a propriedade da condução está intimamente relacionada a “formação” do corpo ou objeto, se o mesmo é formado de um elemento puro, uma liga metálica ou uma composição de elementos. Esta “formação” pode ser usada para criar elementos com características especiais como os semicondutores e os supercondutores. Supercondutores: Altíssima mobilidade das cargas elétricas (originalmente vinculada a temperatura) Condutores: Alta mobilidade das cargas elétricas (metais como ouro e cobre são bons condutores) Semicondutores: Mobilidade condicionada a um fator construtivo, energia de ativação, etc Isolantes: Baixa mobilidade de cargas elétricas (borracha, vidro, plásticos) 1.6 – Lei de Coulomb Essa lei determina o valor da força eletrostática que irá agir em duas partículas quando com cargas elétricas. Pode-se extrapolar o cálculo da força eletrostática para objetos de todas as dimensões. Para o cálculo da aplicação dessa força deve-se levar em consideração dois princípios: • Ação e reação: A força que a partícula A exerce na partícula B é a mesma que a partícula B exerce em A, porém de sentido contrário e • Atração e repulsão: Cargas de mesmo sinal se repelem e de sinais contrários se atraem q1* q 2 F=K 2 r Onde: F ≡ Força de Interação Eletrostática [N] K ≡ Constante Eletrostática =1/4πε0 ε0 ≡ Permissividade Elétrica no vácuo -12 2 2 Sabe-se que ε0 = 8.85 x 10 [C /Nm ] 9 2 2 Então: K = 8.89 x 10 [Nm /C ] Pág 2
  • 3. Luiz Francisco Bozo Física III Roteiro de Aulas 1.7 – Princípio da Superposição Se tivermos n partículas carregadas, elas devem interagir de modo independente, aos pares. Dessa forma, a força de interação eletrostática em uma partícula será a soma vetorial da força eletrostática que cada uma das n -1 partículas exerce sobre ela: → → → → F1 = F 12 + F 13 + ... F 1n 1.8 – Exemplos -11 1 – A distância entre o próton e o elétron em um átomo de hidrogênio é de ≅ 5.3 x 10 m. Calcule a força de atração entre as partículas. q1* q 2 1.6 *10 −19 *1.6 *10 −19 8.99 * (1.6) 2 10 9 * (10 −19 ) 2 F =K 2 = 8.99 *10 9 * = * = 8.19 *10 −8 N r (5.3 *10 −11 ) 2 (5.3) 2 (10 −11 ) 2 2 – Três partículas carregadas estão presas nas respectivas posições por forças não descritas. Calcule a força eletrostática resultante na partícula com carga q1. r12 = 15 cm r13 = 10 cm θ = 32º q1 = -1.2µC q2 = 3.7µC q3 = 2.3µC y → → → F 1 = F 12 + F 13 q3 - θ ⇒ F1 X = F12 + F13 sen θ q2 F12 ⇒ F1Y = F13 cosθ q1 - F13 + x θ q1q2 1.2 * 10−6 * 3.7 * 10−6 F12 = K 2 = 8.99 * 109 = 1.77 N r12 0.152 q1q3 1.2 * 10− 6 * 2.3 * 10− 6 F13 = K 2 = 8.99 * 109 = 2.48 N r13 0.102 F1 X = 1.77 + 2.48 sen 32º = 3.088 N obs.: O valor de F1Y foi calculado módulo F1Y = 2.48 cos 32º = 2.104 N Do triângulo retângulo temos: 2 F1 = F12 + F1Y ⇒ F1 = 3.737 N X 2 Pág 3