Bahia sees worsening economic crisis signs in labor market in 3rd quarter 2021
1. OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DA BAHIA
RELEASE DA PNADC – ANÁLISE 3º TRIMESTRE DE 2021
Integra o Produto 2.2 do Plano de Trabalho
Contrato de Prestação de Serviços Nº. 027/2021 – SETRE-BA e DIEESE
NOVEMBRO DE 2021
SALVADOR/BA
2. EXPEDIENTE DA SECRETARIA DO TRABALHO, EMPREGO, RENDA E
ESPORTE DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA
RUI COSTA
Governador
JOÃO LEÃO
Vice-Governador
DAVIDSON DE MAGALHÃES SANTOS
Secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte
JUREMAR DE OLIVEIRA
Chefe de Gabinete
MARCELO BRITO DA SILVA
Superintendente de Desenvolvimento do Trabalho
MILTON BARBOSA DE ALMEIDA FILHO
Superintendente de Economia Solidária
DANILO XAVIER
Diretor-Geral
FREDERICO FERNANDES
Coordenador do Observatório do Trabalho da Bahia
SETRE – Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte
Endereço: 2ª Avenida, nº 200, Plataforma III - 3º andar, Sala 306 – CAB
Salvador - Bahia – Brasil - CEP: 41.745-003
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3. EXPEDIENTE DO DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E
ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS – DIEESE
Direção Técnica
Fausto Augusto Jr – Diretor Técnico
Patrícia Toledo Pelatieri – Diretora Técnica Adjunta
José Silvestre Prado de Oliveira – Diretor Técnico Adjunta
Coordenação Geral do Projeto
Patrícia Toledo Pelatieri – Diretora Técnica Adjunta
Ana Georgina Dias – Supervisora do Escritório Regional do DIEESE na Bahia
Flávia Santana Rodrigues – Técnica Responsável pelo Projeto
Técnica Responsável pelo Estudo
Flávia Santana Rodrigues
DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
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Observatório do Trabalho da Bahia
Rua do Cabral, nº 15, Sindicato dos Metalúrgicos – Nazaré
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Fone: (71) 3242 7880 – E-mail: observatorioba@dieese.org.br
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4. Sinais de crise econômica se agravam no mercado de trabalho da Bahia no
3º trimestre de 2021
O IBGE lançou os dados da Pnad Contínua (PnadC) trimestral para um conjunto de
indicadores relacionados à força de trabalho, referentes ao 3º trimestre de 2021, composto
pelos meses de julho a setembro, nesta última terça-feira, dia 30 de novembro de 2021.
Esse release traz a análise de vários indicadores do mercado de trabalho da Bahia no
terceiro trimestre de 2021, com o objetivo de acompanhar alguns efeitos mais imediatos
sobre as condições de trabalho da população baiana, com a flexibilização das medidas
restritivas de circulação da população e de funcionamento das atividades econômicas, após
a obtenção de maior controle da pandemia da Covid-19 e avanço da campanha nacional de
imunização do SARS-CoV-2.
Nessa análise, foi possível verificar que o desempenho do mercado de trabalho da Bahia,
no terceiro trimestre de 2021, aprofundou diversos traços de uma crise social sem
precedentes, somada ao cenário de recessão econômica instalada em 2020, com a queda de
4,1% do PIB nacional, que continuam presentes em 2021: a taxa de desocupação atinge o
segundo maior patamar da série iniciada em 2012, para os trimestres terminados em
setembro e é a segunda maior do país, a despeito do recuo em relação aos períodos de
comparação; o aumento da ocupação está acontecendo, porém decorre do crescimento
generalizado da informalidade e precarização nas posições ocupacionais, por meio de
contratações sem carteira assinada, queda do emprego formal e elevação de conta própria
com CNPJ e de empregador sem CNPJ; queda do rendimento médio real habitual de todos
os trabalhos e aumento de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas.
Com essa análise também foi possível evidenciar a forte desigualdade regional que
caracteriza o mercado de trabalho brasileiro, apontando discrepâncias estaduais enormes
no tocante às taxas de desocupação, informalidade e composta de subutilização da força de
trabalho.
Taxa de desocupação
No terceiro trimestre de 2021, observa-se que houve recuo da taxa de desocupação na
Bahia, embora seja a segunda maior taxa do país e ainda esteja em um nível bastante
elevado, revelando que 18,7% das pessoas na força de trabalho estavam desocupadas,
o que significa dizer que de cada 100 pessoas no mercado de trabalho, cerca de 19
estavam desocupadas no 3º trimestre. Vale ressaltar que a taxa de desocupação do 3º
trimestre de 2021 foi a segunda maior para o estado desde o 3º trimestre de 2012, início da
5. série histórica da Pnad contínua do IBGE, atrás apenas do mesmo período no ano anterior
(21,1%). Essa taxa indica a proporção de pessoas de 14 anos ou mais de idade na Bahia,
que estavam desocupadas, em relação ao total da força de trabalho1
.
Na comparação do 3º trimestre de 2021, em relação ao trimestre imediatamente anterior
(abril a junho), nota-se o recuo da taxa de desocupação, com decréscimo de 1,5 pontos
percentuais (p.p.), passando de 20,2% para 18,7% (Gráfico 1). Com efeito, quando a
comparação é feita em relação ao mesmo trimestre do ano passado (julho a setembro de
2020), nota-se uma queda maior da taxa, de 2,4 p.p., caindo de 21,1% para 18,7%.
Com os resultados de todos os trimestres selecionados é possível perceber que a queda da
taxa de desocupação teve uma trajetória descendente, expandindo-se apenas entre o quarto
trimestre de 2020 e o primeiro de 2021, acompanhando a abertura paulatina dos setores
não essenciais a partir do mês de julho. Nesse intervalo, muitas pessoas que estavam sem
buscar trabalho, devido às medidas restritivas de convívio social, para controlar a
contaminação da Covid-19, passaram a pressionar mais o mercado de trabalho, tentando
conseguir alguma atividade laboral.
GRÁFICO 1
Evolução da taxa trimestral de desocupação
Bahia, 3º trimestre de 2020 a 3º trimestre de 2021
Fonte: IBGE, PnadC trimestral
Elaboração: DIEESE. Observatório do Trabalho da Bahia
Distribuição estadual da taxa de desocupação
Na comparação com as demais Unidades da Federação e Distrito Federal, a Bahia teve a
segunda maior taxa de desocupação do país (18,7%), atrás de Pernambuco, com 19,3%.
1
Segundo o IBGE, a força de trabalho representa o mercado de trabalho e é composto pelo total de pessoas
ocupadas e desocupadas.
6. Sergipe (17,5%) foi o estado com taxa mais próxima da Bahia no 3º trimestre de 2021. As
menores taxas foram de Santa Catarina (5,3%), Rio Grande do Sul (6,6%) e Paraná (7,6%).
Juntamente com 11 estados e o Distrito Federal, a taxa de desocupação da Bahia ficou
acima da taxa média nacional, de 12,6% (Gráfico 2).
Em relação ao 2º trimestre de 2021, 15 estados tiveram retração da taxa de desocupação
maior que 2,0 p.p., com os destaques para o Tocantins (-5,0 p.p.) e Roraima e Piauí (ambos
com -3,4 p.p.); sete estados tiveram recuo da taxa igual ou maior que 1 p.p. e menor que
2,0 p.p., dentre eles a Bahia (-1,5 p.p.); três estados tiveram queda da taxa abaixo de 1 p.p.
e apenas no Amapá (1,3%) houve ampliação da taxa no 3º trimestre de 2021. O Distrito
Federal (0,2%) manteve a taxa estável no referido período.
Na comparação com os estados nordestinos, a Bahia e Pernambuco também lideram com
as maiores taxas de desocupação, enquanto o Piauí sobressai-se com a menor (11,9%). Em
relação ao período imediatamente anterior, os nove estados nordestinos tiveram recuo da
taxa, sendo que os três primeiros são: Piauí (-3,4 p.p.), Ceará (-2,7 p.p.), Maranhão e
Pernambuco (ambos com -2,5 p.p.).
GRÁFICO 2
Taxa de desocupação
Unidades da Federação e DF, 2º e 3º trimestres de 2021
Fonte: IBGE, PnadC trimestral
Elaboração: DIEESE. Observatório do Trabalho da Bahia
População desocupada
Estimou-se um contingente de 1.336 mil pessoas desocupadas na Bahia no 3º trimestre
de 2021. Esse contingente foi menor do que o total de desocupados no trimestre
imediatamente anterior, mas maior do que o de igual período no ano anterior: em relação
ao trimestre imediatamente anterior (abril a junho) o decréscimo foi de 38 mil pessoas,
7. visto que antes havia 1.374 mil pessoas desocupadas e, no comparativo com igual trimestre
de 2020, o incremento foi de 15 mil pessoas, visto que havia 1.321 mil pessoas
desocupadas.
A queda na desocupação em relação ao 2º trimestre de 2021 foi provocada pelo aumento
da ocupação. Já o aumento dos desocupados em relação ao mesmo período do ano passado,
conforme já foi sinalizado, provavelmente, está relacionado ao crescimento da busca
efetiva por trabalho, que se iniciou com a flexibilização das medidas de isolamento social,
para combate da pandemia da Covid-19. Com a ampliação da reabertura de diversos
segmentos de setores de atividade econômica em julho de 2021 e com o aumento de
circulação nas ruas, as pessoas passaram a buscar mais trabalho, além de aumentar a sua
ocupação em atividades informais.
Saliente-se que a ampliação e o alto contingente de pessoas desocupadas só reforçam a
importância do auxílio emergencial, benefício que foi criado em abril de 2020, para atender
justamente os contingentes de pessoas mais vulneráveis na sociedade, cuja sobrevivência
ficou seriamente comprometida pela pandemia da Covid-19. Esse auxílio sofreu mudanças
significativas ao longo de seu período de concessão. Iniciou sendo pago em cinco parcelas
de R$ 600 ou R$ 1,2 mil para mães chefes de família monoparental.
Durante o segundo semestre de 2020, o auxílio emergencial assegurou renda básica para
um público que, quando participa do mercado de trabalho, majoritariamente, está envolvido
em atividades bastante precárias e informais. De setembro a dezembro de 2020, o valor do
auxílio foi reduzido para R$ 300,00 (metade de seu valor inicial). Segundo a Pnad Covid,
do IBGE, 54,4% dos domicílios baianos receberam o auxílio emergencial em novembro de
2020. O auxílio emergencial foi encerrado em dezembro e só foi retomado em abril de
2021. Assim, no primeiro trimestre desse ano, as pessoas que eram beneficiárias desse
programa tornaram-se mais vulneráveis socialmente, sendo praticamente forçadas a buscar
trabalho e renda para sobreviver em meio a tão grave crise sanitária. A retomada do
benefício foi feita com novas reduções do valor (passou a ser R$ 150 para famílias de uma
só pessoa, R$ 250 para famílias de duas ou mais pessoas e R$ 375 para mães chefes de
família monoparental) e do alcance do público atingido.
Variação das posições ocupacionais no terceiro trimestre de 2021
Em relação ao trimestre imediatamente anterior
8. No 3º trimestre de 2021, observa-se que o mercado de trabalho da Bahia era mais
formado por 2.413 mil trabalhadores do setor privado (exclusive trabalhador
doméstico), que equivaliam a 41,6% do total de ocupados, 1.874 mil conta-própria
(32,3%) e 746 mil empregados do setor público (12,9%). Juntas, essas posições
ocupacionais respondiam por 86,8% do total de ocupações (Gráfico 3).
Nota-se que houve aumento generalizado dos ocupados (+6,5%) em relação ao
trimestre imediatamente anterior. Dentre as posições ocupacionais, o incremento do
total de pessoas ocupadas foi maior para os trabalhadores domésticos (+18,3%). Na
sequência, estão os trabalhadores por conta própria (+12,3%), trabalhadores auxiliares
familiares (+6,9%), empregadores do setor privado, exclusive os trabalhadores domésticos
(+3,3%), empregadores (+1,1%) e do setor público (+0,1%).
Cabe salientar que, no terceiro trimestre de 2021, a Bahia, assim como os demais estados
continuam acompanhando com cautela e segurança a retomada de grandes eventos, como
o Carnaval e Reveillon, após já ter superado a segunda onda da pandemia da Covid-19
(caracterizada pelas expressivas elevações do número de pessoas que vieram a óbito, dos
casos confirmados de infecção e quase colapso hospitalar do sistema de saúde, por causa
da ocupação total dos leitos de UTI e UTI Covid), muito mais grave do que o momento
mais danoso da primeira fase da doença. Com a intensificação da crise sanitária, novas
medidas de prevenção e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública, por meio do
controle das atividades nas repartições públicas e restrições no funcionamento de
atividades econômicas do setor privado foram adotadas entre os meses de fevereiro e março
de 2021. Esse retorno necessário ao fechamento de inúmeras atividades econômicas acirrou
a crise no mercado de trabalho do estado no período acumulado do ano atual e, certamente,
estimulou o aumento de demissões, fechamento definitivo de alguns negócios e contribuiu
para a redução de ocupações, sejam elas do segmento formal e informal de trabalho.
9. GRÁFICO 3
Distribuição dos ocupados (em 1.000 pessoas), segundo posição na ocupação e
variação % no período
Bahia, 2º e 3º trimestres de 2021
Fonte: IBGE, PnadC trimestral
Elaboração: DIEESE. Observatório do Trabalho da Bahia
Cabe ressaltar que nas categorias de emprego de quase todas as posições
ocupacionais, houve crescimento da informalidade, por meio da expansão dos
trabalhadores assalariados sem carteira assinada no setor privado, exclusive trabalho
doméstico), no serviço público e para os trabalhadores domésticos, além da ausência
de CNPJ entre os empregadores.
Aliado a isso, a precariedade no mercado de trabalho da Bahia foi acentuada pela
queda das contratações com carteira assinada em todas as posições ocupacionais –
exceto entre os trabalhadores assalariados no setor privado, exclusive trabalho
doméstico (estáveis com 0,5%) – e com o crescimento de 56,3% de trabalhadores conta
própria com CNPJ. Com efeito, esse tipo de contrato está sendo muito praticado após a
reforma trabalhista de 2017 e revela um processo de forte pejotização, no qual se mascara
a relação de emprego entre empresa e trabalhador e transfere para esse último a
responsabilidade de recolher os encargos trabalhistas.
No total estimado dos 5.797 mil ocupados no 3º trimestre de 2021, o incremento dos
trabalhadores conta própria com CNPJ, em relação ao trimestre anterior, foi de 56,3%,
equivalendo a +121 mil pessoas. No caso da ampliação informal das ocupações dos
trabalhadores domésticos, o incremento foi de 23,6% (+58 mil vínculos sem carteira), no
setor privado, exclusive trabalho doméstico, houve um aumento dos sem carteira de 7,1%
ou +72 mil pessoas e para os Empregadores sem CNPJ, o incremento foi de 8,3% (+5 mil
pessoas) (Tabela 1).
10. TABELA 1
Distribuição dos ocupados (em 1.000 pessoas) e variação % no período, segundo
a posição na ocupação e categoria do emprego
Bahia, 2º e 3º trimestres de 2021
Fonte: IBGE, PnadC trimestral
Elaboração: DIEESE. Observatório do Trabalho da Bahia
Variação setorial no terceiro trimestre de 2021
Em relação ao trimestre imediatamente anterior
Percebe-se que todos os cinco grupamentos de atividade contrataram mais
trabalhadores, com destaque para o Comércio e Construção. O Comércio, reparação
de veículos automotores e motocicletas, setor com a segunda maior estimativa de
ocupados, atingiu 1.154 mil trabalhadores, após crescer 14,4%, sendo seguido pela
Construção (+12,6% e atingindo 465 mil ocupados) e Agricultura, pecuária, produção
florestal, pesca e aquicultura, que consiste no setor com o terceiro maior contingente de
ocupados do estado, após o incremento setorial de 61 mil pessoas ou 5,8%, atingindo 1.111
mil ocupados no 3º trimestre de 2021. Os Serviços (principal setor do estado em número
de ocupados) teve avanço de 3,6% no período, ficando com 2.614 mil ocupados e a
Indústria geral (453 mil ocupados), devido ao acréscimo de 2,3%.
Nos Serviços, as variações negativas de ocupados ficaram restritas a dois segmentos:
Transporte, armazenagem e correio, com 257 mil ocupados, após -10,8% ou -31 mil
pessoas e Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias,
profissionais e administrativas, com 420 mil ocupados no 3º trimestre de 2021, após
variação negativa de 0,7% ou -3 mil ocupados. De modo contrário, Serviços domésticos
ficaram com 353 mil ocupados, após o aumento mais significativo de 19,3% ou +57 mil
ocupados (Tabela 2).
Com carteira 1.319 1.325 0,5
Sem carteira 1.016 1.088 7,1
Com carteira 50 45 -10,0
Sem carteira 246 304 23,6
Com carteira 87 63 -27,6
Militar e funcionário
público estatutário
468 479 2,4
Sem carteira 190 204 7,4
Com CNPJ 122 118 -3,3
Sem CNPJ 60 65 8,3
Com CNPJ 215 336 56,3
Sem CNPJ 1.454 1.537 5,7
Trabalhador doméstico
Empregador
Posição ocupacional e categoria do emprego Var. %
Setor privado
Conta própria
Setor público
2º tri/2021 3º tri/2021
11. TABELA 2
Distribuição dos ocupados (em 1.000 pessoas) e variação % no período, segundo
grupamentos de atividade econômica
Bahia, 2º e 3º trimestres de 2021
Fonte: IBGE, PnadC trimestral
Elaboração: DIEESE. Observatório do Trabalho da Bahia
Rendimento médio real habitual de todos os trabalhos2
O rendimento médio real, habitualmente, recebido em todos os trabalhos pelas pessoas
ocupadas na Bahia foi estimado em R$ 1.583 no 3º trimestre de 2021, após queda de 5,9%,
frente ao trimestre imediatamente anterior, quando o valor auferido era R$ 1.682. Ao
comparar com o mesmo trimestre do ano anterior, a queda no rendimento médio real foi
mais intensa, através de uma variação de -15,7%, cujo valor tinha sido R$ 1.877.
Subocupação
Para a PnadC trimestral, as pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas são
assim classificadas, na semana de referência, consoante as quatro condições abaixo: tinham
14 anos ou mais de idade; trabalhavam habitualmente menos de 40 horas no seu único
trabalho ou no conjunto de todos os seus trabalhos; gostariam de trabalhar mais horas que
as habitualmente trabalhadas; e estavam disponíveis para trabalhar mais horas no período
de 30 dias, contados a partir do primeiro dia da semana de referência.
A estimativa de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas na Bahia
foi de 962 mil pessoas no 3º trimestre de 2021. Esse contingente apresentou aumento de
6,8% ou +61 mil pessoas em relação ao trimestre imediatamente anterior (abril a junho). A
existência de quase 1 milhão de trabalhadores baianos como subocupados denota
precarização acentuada do mercado de trabalho, inclusive porque esse contingente também
2
É o rendimento bruto real médio habitualmente recebido em todos os trabalhos que as pessoas ocupadas
com rendimento tinham na semana referência, a preços médios do trimestre mais recente que está sendo
divulgado, com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura 1.050 1.111 5,8
Indústria geral 443 453 2,3
Construção 413 465 12,6
Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas 1.009 1.154 14,4
Serviços 2.524 2.614 3,6
Transporte, armazenagem e correio 288 257 -10,8
Alojamento e alimentação 317 323 1,9
Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas 423 420 -0,7
Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais 979 1.014 3,6
Outros serviços 221 247 11,8
Serviços domésticos 296 353 19,3
Grupamentos de atividade econômica Var. %
2º tri/2021 3º tri/2021
12. havia sido menor (728 mil pessoas subocupadas), tendo avançado 32,2% ou +234 mil
subocupados na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Cabe ressaltar que o crescimento da subocupação dos trabalhadores baianos no 3º trimestre
de 2021, em relação aos períodos anteriores, pode estar relacionado à expansão de
ocupações informais e tipos de contratos criados pela reforma trabalhista de 2017, como
os vínculos intermitentes.
População fora da força de trabalho
Segundo a PnadC, são classificadas como fora da força de trabalho na semana de referência
as pessoas que não estavam ocupadas, nem desocupadas nessa semana.
O contingente fora da força de trabalho na Bahia é composto por pessoas de 14 anos
ou mais de idade e foi estimado em 4.965 mil pessoas no 3º trimestre de 2021. Observa-
se que houve redução de 5,2% ou de -273 mil pessoas em relação ao 2º trimestre de 2021,
quando a estimativa era de 5.238 mil pessoas. Na comparação com o mesmo trimestre de
2020, a queda foi mais acentuada (-13,6% ou -782 mil pessoas).
População na força de trabalho potencial
O IBGE define essa população como o conjunto de pessoas com 14 anos ou mais de idade,
que não estavam na força de trabalho por uma série de motivos3, segundo duas situações:
buscaram trabalho de forma efetiva nos últimos 30 dias, mas não estavam disponíveis para
trabalhar na semana de referência da pesquisa e não fizeram a busca efetiva por trabalho
no mesmo intervalo de tempo, mas tinham interesse e estavam disponíveis para trabalhar
na semana de referência.
O contingente na força de trabalho potencial foi estimado em 1.072 mil pessoas no 3º
trimestre de 2021, tendo registrado variação de -10,1% ou -121 mil pessoas na
comparação com o 2º trimestre de 2021, mas crescimento de -30,6% ou -473 mil pessoas,
frente ao mesmo trimestre do ano anterior.
Desalento
Segundo a PnadC, o conceito de pessoas desalentadas compreende as pessoas fora da força
de trabalho na semana de referência, que estavam disponíveis para assumir um trabalho na
3
Para obter informações dos motivos consultar: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9171-
pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-mensal.html?edicao=27774&t=resultados. Acesso
em: 29/05/2020.
13. semana de referência, mas não tomaram providência para conseguir trabalho no período de
referência de 30 dias, por não ter conseguido trabalho adequado, não ter experiência
profissional ou qualificação, não haver trabalho na localidade em que residia ou não
conseguir trabalho por ser considerado muito jovem ou muito idoso.
O contingente de pessoas desalentadas foi estimado em 665 mil pessoas no 3º trimestre
de 2021. Essa estimativa apresentou retração de 7,8% ou -56 mil pessoas em relação ao 2º
trimestre de 2021. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, este indicador
apresentou um recuo de 16,1%, visto que o total de pessoas desalentadas era maior (793
mil).
Taxa composta de subutilização da força de trabalho
Essa taxa é a síntese de condições de precariedade e vulnerabilidade social do trabalhador
no mercado de trabalho e revela a proporção de pessoas na força de trabalho ampliada, que
estão subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas, desocupadas ou na força de
trabalho potencial.
No 3º trimestre de 2021, a taxa composta de subutilização da força de trabalho na
Bahia foi de 41,1%, retraindo-se em 2,2 p.p. em relação ao trimestre imediatamente
anterior, e em 5,0 p.p., na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, quando era
46,1%. No total do país, essa taxa ficou em 26,5% no 3º trimestre de 2021.
Segundo o IBGE, a Bahia teve a quarta maior taxa de subutilização da força de trabalho do
país no 3º trimestre de 2021 (41,1%), atrás apenas do Maranhão (43,0%), Piauí (42,7%) e
Sergipe (42,0%). De modo oposto, Santa Catarina (9,9%) e Mato Grosso (12,9%),
destacaram-se com as menores taxas.
Taxa de informalidade
A taxa de informalidade da Bahia no 3° trimestre de 2021 foi de 55,6%, indicando que
mais da metade da força de trabalho do estado era formada por ocupações informais e
precárias: empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada; empregado
doméstico sem carteira de trabalho assinada; empregador sem registro no CNPJ;
trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ e, trabalhador familiar auxiliar.
Estimava-se um contingente de 3.226 mil trabalhadores informais na Bahia nesse período.
Em relação ao trimestre imediatamente anterior, a taxa ficou praticamente estável (55,0%).
14. A taxa de informalidade para o país foi de 40,6% da população ocupada no 3º trimestre de
2021.
Com relação às demais Unidades da Federação e Distrito Federal, a Bahia possuía a quinta
maior taxa de informalidade do país. Pará (62,2%), Amazonas (59,6%), Maranhão (59,3%)
e Piauí (57,7%) tinham as taxas mais elevadas do país. Já Santa Catarina (26,6%), São
Paulo (30,6%) e Distrito Federal (31,8%) sobressaíam-se com as menores taxas.
Consulte esse release e demais produtos desenvolvidos pelo Observatório do Trabalho da Bahia, acessando
o portal eletrônico do Observatório, através do site da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte
(SETRE).
Disponível em: http://geo.dieese.org.br/bahia/Observatório do Trabalho da Bahia