Este documento discute vários conceitos narratólogos, incluindo:
1) Tipos de narradores (autodiegético, homodiegético, heterodiegético);
2) Narratários (pessoas invocadas pelo narrador);
3) Elementos espaciais e temporais nas narrativas (espaço físico, tempo da história vs tempo do discurso);
3) Tipos de personagens (protagonistas, secundárias, figurantes).
Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 31-32
Figuras narrativas e elementos estruturais da narrativa
1.
2. A palavra «choro», provinda de «chorar», é
formada por
a) derivação não afixal.
b) conversão.
c) derivação imprópria.
d) parassíntese.
3. Em «menos ais, menos ais, menos ais» e «o
Estado tem de emagrecer», temos
exemplos de
a) conversão e derivação não afixal.
b) derivação não afixal e conversão.
c) derivação imprópria e parassíntese.
d) conversão e derivação por prefixação.
4. As palavras «ineficazmente» e «couve-flor»
são, respetivamente,
a) derivada por prefixação e sufixação e
composto morfológico.
b) derivada por parassíntese e composto
morfossintático.
c) derivada por prefixação e sufixação e
composto morfossintático.
d) derivada por parassíntese e composto
morfológico.
5. A palavra «geologia» (geo + logia), é
formada por
a) composição morfológica.
b) composição morfossintática.
c) truncação.
d) derivação por prefixação e sufixação.
6. São palavras derivadas por derivação não
afixal
a) «amanhecer», «fotografia», «engordar».
b) «alcance», «debate», «compra».
c) «amor», «corte», «andamento».
d) «burro», «conquista», «apara».
7. São palavras derivadas por prefixação
a) «infeliz», «inexato», «rever».
b) «filósofo», «anormal», «alindar».
c) «recocó», «repente», «apor».
d) «índio», «interior», «Inglaterra».
8. Uma das diferenças entre a derivação
com constituintes morfológicos e a
composição é
a) na composição haver mais do que uma
forma de base.
b) na derivação haver sufixos.
c) na composição a base serem radicais
e, na derivação, palavras.
d) na derivação haver radicais e afixos.
9. As palavras «tira-nódoas» e «girassol»
são
a) compostos morfológicos.
b) compostos morfossintáticos.
c) palavras compostas por justaposição
e aglutinação, respetivamente.
d) composto morfossintático e composto
morfológico, respetivamente.
10. As palavras «profe» (< professor)
«informática» (informação +
automática) são exemplos,
respetivamente, de
a) truncação e empréstimo.
b) cunhagem e empréstimo.
c) cunhagem e extensão semântica.
d) truncação e amálgama.
11. «Unicef» e «AMI» são exemplos de
a) siglas.
b) acrónimos.
c) truncações.
d) empréstimos.
12. «Yaros» (< Yaroslav), «Gi» (< Gisela),
«Bia» (< Beatriz), «Sol» (< Solange),
«Dani» (< Daniel) são exemplos de
a) onomatopeia.
b) truncação.
c) derivação não afixal.
d) derivação imprópria.
13. «Sumás de ananol» é brincadeira que
implica o processo de
a) amálgama.
b) truncação.
c) composição morfológica.
d) derivação não afixal.
14. A palavra «leitor» (de DVD’s), resultante
de analogia com um «leitor» (de
textos), exemplifica o processo de
a) Hanna Schmitz.
b) empréstimo.
c) estrangeirismo.
d) extensão semântica.
15. «Corista» (< coro) é uma palavra derivada
por
a) parassíntese.
b) prefixação.
c) sufixação.
d) derivação não afixal.
coro + ista
base + sufixo
16. «SOS» (< Save Our Souls) e «PJ» são,
respetivamente,
a) sigla, sigla.
b) sigla, acrónimo.
c) acrónimo, sigla.
d) acrónimo, acrónimo.
17. «Empréstimo» e «estrangeirismo»
a) podem ser palavras sinónimas, mas
«estrangeirismos» tem conotação
depreciativa.
b) são sinónimos exatos.
c) supõem, respetivamente, grafias
aportuguesada e a da língua original.
d) correspondem a palavras entradas no
português recentemente e a palavras
em curso de acomodação.
18. Galicismos são palavras
a) francesas.
b) portuguesas provindas do francês.
c) de origem galesa.
d) da família de «galo» («ovo»,
«Roberto», «crista», etc.).
19. A palavra «feni», inventada por um
lexicógrafo afinal engenheiro, era
a) uma cunhagem.
b) uma onomatopeia.
c) uma composição.
d) um empréstimo.
20. A grafia «cócó» é
a) correta, porque o acento gráfico visa
marcar a abertura do «o» da primeira
sílaba.
b) incorreta, porque uma palavra aguda não
teria nunca acento na penúltima sílaba.
c) correta, porque a palavra, sendo grave,
tem de ter acento na antepenúltima sílaba.
d) correta, porque a palavra é grave e aguda,
resultando de composição.
21. A palavra «Abú» está
a) mal escrita, porque «u» final nunca é
tónico.
b) bem escrita.
c) mal escrito, porque nenhuma palavra
pode terminar com «u» acentuado
graficamente. baú
d) mal escrita, porque esta palavra seria
já aguda sem acento gráfico.
22. «alvedrio» é uma palavra
a) esdrúxula.
b) grave.
c) aguda.
d) certamente mal grafada.
alvédrio (esdrúxula)
alvedriu (aguda) / alvedrió (aguda)
23. «Imbele» é uma palavra
a) aguda.
b) grave.
c) esdrúxula.
d) que inventei eu.
ímbele (esdrúxula)
imbelé (aguda)
24. A grafia «baínha» é
a) correta, porque o acento desfaz o
ditongo («ai»).
b) errada, porque não se usa acento no
«i» tónico antes de «nh».
c) incorreta, porque nas palavras graves
não é preciso acento.
d) errada, por desfaz um ditongo que
deveria existir.
25. «Ninguém» tem acento gráfico, porque
a) é palavra esdrúxula.
b) é palavra aguda.
c) as palavras agudas terminadas em
consoante nasal têm acento gráfico.
bem
d) as palavras agudas terminadas «-em»
têm acento quando dissílabas.
26. O acento grave
a) usa-se apenas em palavras graves.
b) usa-se em palavras agudas e
esdrúxulas.
c) marca a sílaba tónica.
d) indica vogal aberta.
à (a + a), às (a + as)
àquele/a/es/as (a + aquele/...)
àquilo (a + aquilo)
àqueloutro/a/os/as (a + aqueloutro/...)
27. Pausas preenchidas são
a) silêncios num discurso.
b) intervalos nas frases completados
com palavras.
c) ateliês de tempos livres.
d) alongamentos enquanto não ocorre a
palavra a usar.
28. Em «Fulano está bué calmo», «bué» é um
advérbio de
a) frase.
b) predicado.
c) quantidade/grau.
d) modo.
29. Em «Devorei o salmão sofregamente»,
«sofregamente» está a modificar
a) toda a frase.
b) o predicado.
c) um adjetivo.
d) um nome.
Obviamente, devorei o salmão sofregamente
advérbio de frase advérbio de predicado
30. Em «Inicialmente, lemos um texto;
depois, estudámos gramática; por fim,
vimos um filme», os advérbios e a
locução adverbial pertencem à
subclasse dos
a) advérbios conectivos.
b) advérbios de frase.
c) advérbios de tempo.
d) advérbios de predicado.
31. Em «Possivelmente, considerarão esta
pergunta sobre advérbios demasiado
fácil» há
a) um advérbio de frase e um advérbio de
quantidade.
b) um advérbio de predicado e um
advérbio de quantidade.
c) um advérbio conectivo e um advérbio
de grau.
d) um advérbio conectivo e um advérbio
de predicado.
32. Em «Vale bem a pena verem algumas
análises a letras de músicas escolhidas
por colegas, embora haja muitos
[quantificador] ‘anda comigo ver os
aviões’», temos
a) um advérbio.
b) dois advérbios.
c) três advérbios.
d) zero advérbios.
33. Em «Bruno Alves cortou rápida e
meigamente a jogada», as duas
palavras em itálico são
a) adjetivo e advérbio.
b) dois adjetivos.
c) dois advérbios.
d) um adjetivo e uma mentira.
34. Num contrato usa-se
a) a 3.ª pessoa e identificam-se os dois
outorgantes mas só no final.
b) a 2.ª ou a 1.ª pessoa, podendo haver
identificação dos outorgantes.
c) a 3.ª pessoa e revelam-se os dois
outorgantes logo no início.
d) a 1.ª pessoa e identificam-se os dois
outorgantes.
35. Numa declaração, o declarante é
a) um serviço oficial.
b) o subscritor.
c) o destinatário.
d) o requerente.
37. Há uma hipérbole em
a) «fumei um cigarro pensativo».
b) «em 1755 boa parte de Lisboa ficou
destruída».
c) «o Barcelona goleou por 5-0».
d) «este trabalho de gramática será uma
derrocada».
38. Uma apóstrofe é
a) a repetição de uma palavra no início
de vários versos ou frases.
b) um vocativo.
c) a repetição de uma palavra ou
expressão no final de versos ou frases.
d) o sinal usado para marcar sinalefas
(«morr’amor!»).
39. Em «Estudámos figuras de estilo e
advérbios e processos de formação de
palavras e o diabo a quatro», temos
a) um assíndeto.
b) um polissíndeto.
c) uma gradação.
d) uma metonímia.
40. A frase em que não há nenhuma
metáfora é
a) «O blogue é uma gaveta de textos
úteis».
b) «Não havia nuvens na sua alegria».
c) «A tua impertinência funciona como
uma seta que me apontas». (=
comparação)
d) «As dificuldades económicas são
desafios ou espinhos ou faróis».
41. Em «Bebi [gosto] o cheiro [olfato] verde
[visão] dos teus acalantos [tato]», além
de má poesia, há
a) uma antítese.
b) um oxímoro.
c) um paradoxo.
d) uma sinestesia.
42.
43. O narrador já foi suficientemente
referido, quer quanto à participação como
personagem — principal (autodiegético),
secundária (homodiegético) — ou não
(heterodiegético), quer quanto ao
conhecimento revelado na narração
(focalização omnisciente, interna, externa —
ou seja, desde o conhecimento completo
àquele que advém da pura observação do
que se desenrola à nossa frente).
44. Não falámos numa figura mais rara.
Imaginemos, por exemplo, que o diário de
Clément Mathieu estava dirigido «aos meus
alunos de 1949, no Fundo do Pântano», e
que o narrador os ia invocando aqui e ali
(«lembram-se de quando começámos o
nosso coro?»). Seriam os narratários. Não
podemos confundir «narratário» e «leitor»
(do mesmo modo que são diferentes
«narrador» e «autor»). Também o Aladino
Sepúlveda a quem é dedicado o conto que
estamos a ler não é um narratário, é apenas
o destinatário da dedicatória.
45. Referimos o espaço (físico), por causa
da importância de cabana-Patagónia e
barraca-Roma (respetivamente em «A
chama» e em Feios, Porcos e Maus) e das
próprias deslocações-viagens que
ocorrem nas duas narrativas. Por vezes,
considera-se também o conceito de
espaço social (que reconheceríamos no
ambiente social dos camponeses da
estepe, dos marginais do bairro de lata ou,
no caso dos Coristas, das crianças
estigmatizadas) e o de espaço psicológico
(ambos desnecessários, quanto a mim).
46. E há o tempo. Uma narrativa tem de dar
conta representar o tempo da história (o
tempo cronológico), numa extensão medida
em linhas e páginas, o tempo do discurso.
O discurso pode condensar o tempo da
história, pode omitir até partes da diegese,
pode também ampliar pequenos momentos.
Frequentemente, altera a ordem da sua
apresentação (analepses, prolepses). Na
«Chama», de Luis Sepúlveda, a narração
começa e acaba na mesma viagem anual e,
47. no entanto, ao longo do curto conto,
recuamos a todo um passado de décadas.
Nos Coristas, a analepse que temos
estado a seguir vai terminar com o
desenlace no colégio, mas, regressados
ao presente, Pépinot ainda irá resolver
numa nova analepse o que já não coubera
no diário de Mathieu. Em Feios, Porcos e
Maus, a ação parece concentrar-se em
poucos dias, mas há um truque para se
recuperar informações do passado, os
monólogos e diálogos de Giacinto.
48. Das personagens já salientámos a
classificação quanto ao relevo que têm
(protagonista, secundárias, figurantes). Já
referimos a possibilidade de se considerar
certas personagens como coletivas (o
colégio, a família).
49. No domínio da composição, haveria
que distinguir as personagens planas
(previsíveis, pouco trabalhadas
psicologicamente) e as redondas (no
fundo, mais verdadeiras). O extremo do
desenho plano da personagem é a
personagem-tipo, que obedece até a
um perfil caricatural (como vimos em
Feios, Porcos e Maus). Nos Coristas,
as
50. personagens adultas secundárias são
personagens relativamente planas (ou
mesmo tipos: o diretor autoritário, o
professor excêntrico, o empregado
bondoso), mas talvez que Clément e a
mãe de Pierre possam exemplificar as
personagens redondas, mais densas
psicologicamente. Creio que o velho de
«A chama» é uma personagem
redonda.
51. As personagens podem ter
caracterização direta ou indireta. Em «A
chama obstinada da sorte» o retrato
psicológico do velho decorre do que diz e
faz (e não de alguma explicitação, de
alguma definição, que o narrador
avançasse): é, portanto, uma caracterização
indireta. Nos filmes, o natural é a
caracterização ser indireta, embora, no caso
de Feios, Porcos e Maus e de Os Coristas,
as observações dos dois heróis acerca das
outras personagens favoreçam uma
caracterização direta.
54. O concurso José Gomes Ferreira
decorre até 8 de Junho (têm o
regulamento em Gaveta de Nuvens).
55. Bibliofilmes
Estou por cá (D9)
na quarta (de manhã, exceto segundo bloco)
e na sexta (todo o dia).
Bibliofilmes devem ser entregues
presencialmente (evitar mail).
Verificar também se o ficheiro funciona
(se não é um projeto apenas, por exemplo).
56. • Nota do terceiro período é
forçosamente parecida com a do
segundo período (processo é
acumulativo — período foi curto).
57. • Nos casos em que ainda não pude
avaliar bibliofilme, serei um pouco
mais evasivo.
Embora, a não ser no caso de não
realização do trabalho, seja improvável
que a tarefa se reflita na classificação
final.