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Guia para a utilização
                   da norma NP EN 206-1


                  A ESPECIFICAÇÃO
                      DO BETÃO
Edição: Maio 08
Guia para a utilização da norma
         NP EN 206-1




     A ESPECIFICAÇÃO
               DO BETÃO




4.ª Edição: Maio 2008

                        1
A APEB, Associação Portuguesa das
                                 Empresas de Betão Pronto, é uma
                                 associação empresarial sem fins lu-
                                 crativos cuja constituição remonta a
                                 Julho de 1985.

                                 A preparação e publicação deste
                                 documento constitui mais uma das
                                 acções desenvolvidas pela APEB
GUIA PARA A                      tendo em vista o cumprimento dos
UTILIZAÇÃO DA NORMA              seus objectivos estatutários, nome-
NP EN 206-1
                                 adamente :
A ESPECIFICAÇÃO DO
BETÃO                            > Coordenar e apoiar iniciativas
                                   com vista à defesa da qualidade
4.ª Edição:
Maio de 2008
                                   do betão pronto, à expansão do
                                   seu consumo e à melhor econo-
Documento preparado                mia da sua utilização;
pelo grupo de trabalho
GT Normalização e
verificado pela comissão
                                 > Zelar pela aplicação dos diplomas
técnica CT – APEB.                 legais e das normas directa ou in-
                                   directamente relevantes para o
Publicação da                      sector do betão pronto, e colabo-
responsabilidade da
APEB
                                   rar na respectiva elaboração.

Notas editoriais:
A leitura e a utilização deste
                                 Efectivamente, a APEB, não só
documento deve ser efectuada     participou na elaboração da NP EN
em conjunto com a norma
NP EN 206-1:2007.                206-1, como está empenhada na
O conteúdo deste documento não
se sobrepõe ao estabelecido na
                                 sua implementação na indústria que
NP EN 206-1:2007.                representa e, principalmente, na in-
A APEB não poderá ser
responsabilizada por quaisquer   formação e sensibilização de todos
danos decorrentes de uma má
utilização ou interpretação do
                                 os restantes intervenientes desta
presente documento.              área de negócio.

                                 2
PREÂMBULO


O presente documento constitui-se como um guia para a implemen-
tação da norma NP EN 206-1:2007 “Betão – Parte 1: Especificação,
desempenho, produção e conformidade”, dedicando especial atenção
aos aspectos relacionados com a especificação do betão.

A NP EN 206-1:2007 é a norma que sucede à NP ENV 206, que se en-
contrava em vigor desde 1993, nomeadamente nos aspectos relacio-
nados com a especificação, desempenho, produção e conformidade
do betão. Os aspectos relacionados com a colocação, compactação e
cura foram remetidos para uma outra norma: a NP ENV 13670-1:2007
“Execução de estruturas de betão – Parte 1: Regras gerais”.




Nota:
Este documento faz parte de um con-
junto de guias para a implementação da
NP EN 206-1, que, além deste, inclui os
seguintes documentos:

> “A produção do betão”
  Guia para os produtores de betão,
  incluindo aspectos relacionados com
  a concepção, produção e controlo da
  conformidade;

> “A utilização do betão”
  Guia para os utilizadores do betão,
  incluindo aspectos relacionados com
  a encomenda e a recepção do betão
  em obra.

                                      3
O QUE HÁ DE NOVO ?
A NP EN 206-1:2007 resulta da revisão da NP ENV 206:1993 tendo
em consideração as evoluções tecnológicas relacionadas com:
>    os aspectos produtivos;
>    a durabilidade das estruturas;
>    as metodologias de ensaio.


Desta forma, as alterações mais significativas verificaram-se:
>   na classificação das acções ambientais e nos requisitos para os
    betões inseridos em ambientes agressivos;
>   no uso de adições em substituição de parte do cimento;
>   no controlo da produção, incluindo o controlo da conformidade.



DESTINATÁRIOS
O presente documento foi preparado com o objectivo de providenciar
esclarecimentos e recomendações a todos os técnicos envolvidos no
projecto estrutural e na especificação do betão, desde o técnico que
selecciona a classe de resistência do betão para as diferentes partes
da estrutura, até ao que faz a especificação final para o produtor do
betão.




                         Nota:
                         Apesar deste documento referir as várias partes
                         intervenientes na especificação do betão como sendo
                         entidades independentes, nalguns casos a mesma
                         entidade pode incluir as várias partes referidas.
                                    4
TIPOS DE BETÃO
Betão de Comportamento Especificado
     Betão cujas propriedades e características são especificadas ao
     produtor, sendo este o responsável por fornecer um betão que
     satisfaça aquelas propriedades e características.

Betão de Composição Prescrita
     Betão cuja composição e materiais constituintes são especifica-
     dos ao produtor, sendo este responsável por fornecer um betão
     com a composição especificada.

Betão de Composição Prescrita em Norma
     Betão cuja composição se encontra estabelecida numa norma
     válida no local de utilização do betão (ainda não existente em
     Portugal).



DESIGNAÇÃO DO BETÃO
A designação do betão de comportamento especificado deve incluir:
>   referência à norma NP EN 206-1;
>   classe de resistência à compressão, p.e.: C30/37;
>   classe de exposição ambiental seguida do código do país, p.e.:
    XC3(P);
>   classe de teor de cloretos, p.e.: Cl 0,20;
>   máxima dimensão do agregado mais grosso, p.e.: Dmax22;
>   classe de consistência, p.e.: S3, ou valor pretendido (incluindo,
    neste caso, o respectivo método de ensaio).




    NP EN 206-1: C30/37•XC 3(P)•Cl 0,20•Dmax22•S3
                                  5
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
                  Resistência característica   Resistência característica
   Classe de
                    mínima em cilindros           mínima em cubos
  resistência à
                            fck,cyl                      fck,cube
  compressão
                          (N/mm2)                      (N/mm2)
    C12/15                   12                           15

    C16/20                   16                           20

    C20/25                   20                           25

    C25/30                   25                           30

    C30/37                   30                           37

    C35/45                   35                           45

    C40/50                   40                           50

    C45/55                   45                           55

    C50/60                   50                           60

Nota:
As classes apresentadas são as classes mais utilizadas em Portugal.
Contudo, a NP EN 206-1 estabelece outras classes de resistência que vão
desde a classe C8/10 até à classe C100/115.




                                  Recomendação:
                                  A classe de resistência à compres-
                                  são deve ser seleccionada tendo
                                  em consideração o(s) ambiente(s)
                                  a que a estrutura ou elemento es-
                                  trutural vai estar sujeito ao longo da
                                  sua vida útil, por forma a garantir a
                                  durabilidade pretendida.
                                   6
CONSISTÊNCIA
A consistência deve ser especificada através de uma classe ou,
em casos especiais, através de um valor pretendido, tendo em
consideração o método de ensaio mais adequado:
>   Ensaio de Abaixamento
>   Ensaio de Vêbê
>   Ensaio de Compactação
>   Ensaio de Espalhamento

No entanto, o ensaio mais utilizado nas obras correntes é o Ensaio
de Abaixamento.

    Classes de abaixamento
                 Abaixamento
  Classe
                    (mm)
   S1              10 a 40
   S2              50 a 90
   S3             100 a 150
   S4             160 a 210
   S5               ≥ 220




Recomendação:

Betão para bombear                         Ë     Classe ≥ S3

Pavimentos com meios tradicionais de
                                           Ë     Classe ≥ S3
colocação e acabamento

Superfícies com betão à vista              Ë     Classe ≥ S3

Elevado tempo de transporte e/ou clima
                                           Ë     Classe ≥ S3
quente

Betões de alta resistência                 Ë     Classe ≥ S4

                                   7
EXPOSIÇÃO AMBIENTAL
A classificação das acções ambientais tem em consideração os dois
principais factores de ataque ao betão armado ou pré-esforçado:
> o ataque sobre o betão (ataque pelo gelo-degelo ou ataque
    químico);
> o ataque sobre as armaduras ou outros metais embebidos (corrosão
    induzida por carbonatação ou por iões cloreto).
                 Sem risco de corrosão ou ataque
 Classe    Ambiente                              Exemplos
           Para betão não armado e sem
           metais embebidos: todas as          Betão no interior de edifícios
           exposições, excepto ao gelo/degelo,
 X0                                            com muito pouca humidade
           à abrasão ou ao ataque químico.
           Para betão armado ou com metais     do ar
           embebidos: ambiente muito seco

               Corrosão induzida por carbonatação
 Classe    Ambiente           Exemplos
           Seco ou perma-     Betão no interior de edifícios com baixa humidade
 XC1       nentemente         do ar;
           húmido             Betão permanentemente submerso em água
                              Superfícies de betão sujeito a longos períodos de
           Húmido, rara-
 XC2                          contacto com água;
           mente seco         Muitas fundações
                              Betão no interior de edifícios com moderada ou
           Moderadamente
 XC3                          elevada humidade do ar;
           húmido             Betão no exterior protegido da chuva
           Ciclicamente       Superfícies de betão sujeitas ao contacto com a
 XC4       húmido e seco      água, fora do âmbito da classe XC2

 Corrosão induzida por cloretos não proveniente da água do mar
 Classe    Ambiente           Exemplos
           Moderadamente      Superfícies de betão expostas a cloretos
 XD1
           húmido             transportados pelo ar
           Húmido, rara-      Piscinas;
 XD2
           mente seco         Betão exposto a águas industriais contendo cloretos
                              Partes de pontes expostas a salpicos de água
           Ciclicamente       contendo cloretos; Pavimentos;
 XD3
           húmido e seco      Lajes de parques de estacionamento de
                              automóveis
                                      8
Corrosão induzida por cloretos da água do mar
Classe    Ambiente                Exemplos
          Ar transportando sais
          marinhos mas sem        Estruturas na zona costeira ou na sua
XS1
          contacto directo com    proximidade
          a água do mar
          Submersão
XS2                               Partes de estruturas marítimas
          permanente
          Zonas de marés, de
XS3       rebentação ou de        Partes de estruturas marítimas
          salpicos

Ataque pelo gelo/degelo com ou sem produtos descongelantes
Classe    Ambiente                Exemplos
          Moderadamente
          saturado de água,       Superfícies verticais de betão expostas à
XF1
          sem produtos            chuva e ao gelo
          descongelantes
          Moderadamente
                                  Superfícies verticais de betão de estruturas
          saturado de água,
XF2                               rodoviárias expostas ao gelo e a produtos
          com produtos
                                  descongelantes transportados pelo ar
          descongelantes
          Fortemente saturado,
                                  Superfícies horizontais de betão expostas à
XF3       sem produtos
                                  chuva e ao gelo
          descongelantes
                                  Estradas e tabuleiros de pontes expostos a
                                  produtos descongelantes;
          Fortemente saturado,    Superfícies de betão expostas ao gelo
XF4       com produtos            e a salpicos de água contendo produtos
          descongelantes          descongelantes;
                                  Zona das estruturas marítimas expostas à
                                  rebentação e ao gelo

                              Ataque químico
Classe    Ambiente                Exemplos
          Ligeiramente            Água do mar.
XA1
          agressivo               Solos naturais e águas subterrâneas
          Moderadamente           contendo agentes químicos agressivos
XA2
          agressivo               para o betão e para os elementos metálicos
                                  embebidos.
XA3       Fortemente agressivo
                                     9
DURABILIDADE
Para assegurar a durabilidade das estruturas, são impostos limites a
limites a determinadas envolvente a que a estrutura vai ficar o
consoante o ambiente características do betão, consoante sujeita. A
ambiente envolvente a que a estrutura vai ficar sujeclasse de exposiçã
a especificação E 464, excepto no que respeita à assunto
para a especificação E 464, excepto no que respeita à classe
Limites para as características do betão
                                          Classe de            Recobrimento         Dosagem de cimento
          Tipo de cimento(1)
                                          exposição           nominal mínimo             mínima
                   --                        X0                      --                       --
                                            XC1                   25 mm
                                                                                          240 kg/m3
                                            XC2                   35 mm
                                            XC3                   35 mm
                                                                                          280 kg/m3
                                            XC4                   40 mm
                                        XS1 / XD1 (4)             45 mm
               CEM I;                                                                     360 kg/m3
                                        XS2 / XD2 (4)             50 mm
              CEM II/A(2)
                                        XS3 / XD3 (4)             55 mm                   380 kg/m3
                                             XF1
                                                                     --                   280 kg/m3
                                            XF2(5)
                                            XA1(4)                                        340 kg/m3
                                            XA2(4)                   --                   360 kg/m3
                                            XA3(4)                                        380 kg/m3
                                            XC1                   25 mm
                                                                                          260 kg/m3
                                            XC2                   35 mm
       CEM II/B(2); CEM III/A(3);           XC3                   35 mm
        CEM IV(3); CEM V/A(3)                                                             300 kg/m3
                                            XC4                   40 mm
                                            XF1
                                                                     --                   300 kg/m3
                                           XF2(5)
                                         XS1 / XD1                45 mm
                                                                                          320 kg/m3
         CEM IV/A;                       XS2 / XD2                50 mm
 CEM IV/B; CEM III/A; CEM III/           XS3 / XD3                55 mm                   340 kg/m3
         B; CEM V;                         XA1                                            320 kg/m3
   CEM II/B(4); CEM II/A-D                 XA2                                            340 kg/m3
                                                                     --
                                            XA3                                           360 kg/m3
 (1)
       De acordo com a especificação E 464, em vez dos cimentos indicados, podem ser utilizadas
       misturas, obtidas pela junção de um cimento do tipo CEM I ou CEM II/A com adições, cuja
       composição resultante seja equivalente à de um dos cimentos indicados.
 (2)
       Não aplicável aos cimentos II/A-T e II/A-W e aos cimentos II/B-T e II/B-W, respectivamente.
                                                     10
determinadas características do betão,
 NP EN 206-1 remete este assunto para
ão X0



                                                         Classe de resistência mínima
           Razão A/C máxima
                                               Betão Normal                       Betão Leve
                   --                             C12/15                              --

                  0,65                            C25/30                           LC25/28


                  0,60                            C30/37                           LC30/33


                  0,45                            C40/50                           LC40/44

                  0,40                            C50/60                           LC50/55
                  0,60
                                                  C30/37                           LC30/33
                  0,55
                  0,50                            C35/45                           LC35/38

                  0,45                            C40/50                           LC40/44

                  0,65                            C25/30                           LC25/28


                  0,55                            C30/37                           LC30/33

                  0,55
                                                  C30/37                           LC30/33
                  0,50

                  0,55                            C30/37                           LC30/33

                  0,45                            C35/45                           LC35/38
                  0,55                            C30/37                           LC30/33
                  0,50
                                                  C35/45                           LC35/38
                  0,45
 (3)
       Não aplicável aos cimentos com percentagem inferior a 50% de clínquer Portland, em massa.
 (4)
       Não aplicável aos cimentos II-T, II-W, II/B-L e II/B-LL.
 (5)
       Teor mínimo de ar de 4%.


                                                           11
USO DE ADIÇÕES
São materiais finamente divididos (moídos ou não) que podem ser
utilizados no betão com a finalidade de melhorar certas propriedades
ou mesmo alcançar propriedades especiais. Estes materiais podem
ser classificados como:
>   Tipo I – Adições quase inertes, p.e.: fíler calcário;
>   Tipo II – Adições pozolânicas ou hidráulicas latentes, p.e.: cinzas
    volantes, pozolanas, sílica de fumo, escória de alto-forno.

Em alternativa ao estabelecido na NP EN 206-1 para efeitos de utiliza-
ção de adições (conceito do factor-k), a especificação E 464 introduz
uma outra metodologia para a utilização das adições como ligantes:
trata-se do conceito de mistura, o qual tem as seguintes condições
de utilização:

a) o cimento a utilizar seja do tipo CEM I ou CEM II/A e de classe de
   resistência 42,5 ou superior;
b) as adições sejam do tipo I de origem calcária (satisfazendo a es-
   pecificação E 466) ou do tipo II;
c) a composição da mistura satisfaça os limites de composição de
   um dos cimentos previstos no Quadro 1 da NP EN 197-1;
d) a proporção da sílica de fumo não ultrapasse 11% da massa de
   clínquer na mistura.

Quando for utilizado este conceito, os termos “dosagem de cimento” e
“razão água/cimento” devem ser substituídos pelos termos “dosagem
de ligante” e “razão água/ligante”, respectivamente.




                                    12
USO DE ADJUVANTES
São materiais adicionados ao betão, durante o processo de amas-
sadura, em pequenas quantidades, para modificar as propriedades
do betão fresco ou endurecido, no sentido do cumprimento dos
requisitos específicos de cada obra (p.e.: aumento da resistência,
redução da permeabilidade, manutenção da consistência e redução
da razão A/C).

O desempenho de um determinado betão pode ser substancial-
mente melhorado com a utilização de adjuvantes, desde que sejam
cumpridas as recomendações do fabricante e que a sua utilização
tenha sido considerada na formulação da composição do betão.

Nota:
Para mais informações, consultar a NP EN 934-2 “Adjuvantes para betão, argamassa
e caldas de injecção. Parte 2: Adjuvantes para betão – Definições e exigências”.




DIMENSÃO DO AGREGADO
A máxima dimensão do agregado mais grosso, Dmax, corresponde à
dimensão D do agregado de maior dimensão utilizado no betão, de
acordo com a NP EN 12620 “Agregados para betão”.

A especificação da máxima dimensão do agregado deve ter em conta
as condições específicas da obra (p.e.: dimensão da secção, espes-
sura de recobrimento e espaçamento entre armaduras).

Recomendação:
    Para assegurar uma adequada colocação e compactação do
    betão, a máxima dimensão do agregado não deverá exceder:
    -- ¼ da menor dimensão do elemento estrutural;
    -- a distância entre barras de armadura diminuída de 5 mm;
    -- o recobrimento mínimo das armaduras.


                                       13
MASSA VOLÚMICA
A massa volúmica do betão leve ou do betão pesado pode ser
especificada através de um valor pretendido.
No caso de betão leve a massa volúmica pode ser especificada
igualmente através de uma classe.

               Classes de massa volúmica do betão leve
                                                  Massa Volúmica
             Classe
                                                     (kg/m3)
              D1,0                               ≥ 800 e ≤ 1000
              D1,2                              > 1000 e ≤ 1200
              D1,4                              > 1200 e ≤ 1400
              D1,6                              > 1400 e ≤ 1600
              D1,8                              > 1600 e ≤ 1800
              D2,0                              > 1800 e ≤ 2000



TEOR DE CLORETOS

                   Classes de teor de cloretos do betão
                                                  Classe de exposição ambiental
Utilização do betão
                                                  XC, XF, XA          XS, XD
Betão sem armaduras de aço ou outros
metais embebidos, com excepção de
                                                    Cl 1,0             Cl 1,0
dispositivos de elevação resistentes à
corrosão
Betão com armaduras de aço ou outros
                                                   Cl 0,40 1)        Cl 0,20 1)
metais embebidos

Betão com armaduras pré-esforçadas                 Cl 0,20 1)        Cl 0,10 1)

1)
     Estas classes podem deixar de se aplicar se foram tomadas medidas especiais
     de protecção contra a corrosão, como protecção do betão, ou recobrimentos,
     devidamente justificados, ou utilização de aço inox.


                                         14
RECOMENDAÇÕES
Para o projectista da estrutura

O projectista da estrutura é a primeira pessoa que tem de pensar no
betão. A sua decisão quanto à escolha do produto é determinante
para toda a cadeia de intervenientes e para a economia do projecto/
obra, objectivos que serão garantidos desde que sejam observadas
as seguintes etapas:

 1 caracterizar o(s) ambiente(s) envolventes das várias partes
     da estrutura, identificando os agentes agressivos (humidade,
     cloretos, gelo/degelo, etc.);

 2 classificar a exposição ambiental, considerando os agentes
     agressivos identificados;

 3 definir os betões a utilizar nas diferentes partes da estrutura;
 4 dimensionar a estrutura, com base na classe de resistência
     definida em 3.

 5 identificar a máxima dimensão do agregado, Dmax, e a classe
     de consistência, para os vários betões.




                                       Desta forma, garante-se que a
                                       estrutura vai, não só resistir às
                                       acções mecânicas, mas também
                                       às acções ambientais a que vai
                                       estar sujeita ao longo da sua
                                       vida útil e que condicionam a sua
                                       durabilidade.




                                  15
RECOMENDAÇÕES
Para o especificador do betão

O betão deve ser especificado primeiramente no caderno de encargos.
Aqui, o projectista deve preocupar-se por tornar a especificação
o mais clara e completa possível, por forma a reduzir dificuldades
relacionadas com a sua interpretação.

                 A especificação dos betões correntes pode ser
 NP EN 206-1     considerada completa quando incluir:
   C30/37        > a referência à norma NP EN 206-1;
   XC3(P)        > a classe de resistência à compressão;
    Cl 0,2       > a classe de exposição ambiental;
   Dmax22        > a classe de teor de cloretos;
     S3          > a dimensão máxima do agregado;
                 > a classe de consistência.


Em caso de betões especiais, tornar-se-á necessário definir as
classes ou valores pretendidos para as características que os tornam
especiais, p.e.: classe de massa volúmica ou o valor pretendido, no
caso de betões leves ou pesados.

Com uma especificação adequada no caderno de encargos, tanto a
quantificação do custo da obra, como a especificação do betão pela
entidade construtora, ou pelo sub-empreiteiro quando aplicável, ficam
substancialmente facilitadas. O projectista terá assim uma garantia
acrescida de que o be-
tão produzido/fornecido
e aplicado na obra esta-
rá de acordo com as ne-
cessidades estruturais,
assegurando a funcio-
nalidade do sistema es-
trutural que concebeu.
                                 16
RECOMENDAÇÕES
Para o manuseamento do betão em segurança

Quando o cimento é misturado com a água, libertam-se álcalis.
Deste modo, as disposições nacionais quanto à segurança no
manuseamento do betão fresco, nomeadamente no que respeita aos
riscos para a saúde, são as seguintes:

>   Devem tomar-se precauções para evitar que o betão fresco entre
    nos olhos, boca e nariz, recorrendo, se necessário, à utilização
    de equipamento de protecção individual. Se o betão fresco entrar
    em contacto com um destes órgãos, eles devem ser lavados
    imediatamente com água corrente limpa e deve procurar-se
    imediatamente tratamento médico.

>   Deve evitar-se o contacto da pele com o betão fresco, recorrendo
    a equipamento de protecção adequado; se o betão fresco entrar
    em contacto com a pele, esta deve ser lavada imediatamente
    com água corrente limpa.




                                17
REGULAMENTAÇÃO
Com a publicação do Decreto-Lei n.º 301/2007, de 23 de Agosto de
2007, tornou-se obrigatório não só o cumprimento da NP EN 206-1
para a produção do betão, mas também a NP ENV 13670-1 para a
execução das estruturas.

Deste diploma, relacionado com a especificação do betão, interessa
salientar o facto de as especificações de projecto passarem a ter
de estabelecer entre outros, a vida útil pretendida para a estrutura
(quando diferente de 50 anos) e a classe de inspecção a adoptar na
supervisão dos trabalhos de construção.

Consoante a classe de inspecção (1, 2 ou 3, sendo esta a mais
exigente) surgem algumas obrigações para os intervenientes, que
passamos a resumir:
> A Classe de Inspecção 3 obriga à utilização de betão proveniente
     de uma central com o controlo da produção certificado (ver n.º 2
     do Art.º 5º);
> As Classes de Inspecção 2 e 3 obrigam à execução de ensaios
     de identidade para a verificação da resistência à compressão do
     betão, sendo esta uma obrigatoriedade atribuída ao utilizador (i.e.:
     construtor), devendo estes ensaios ser efectuados em laboratório
     acreditado, sendo no entanto possível que a amostragem seja
     efectuada pelo próprio produtor (ver n.º 3 do Art.º 6º).

Por outro lado, a especificação E 464 estabelece requisitos a ter em
conta na composição dos betões destinados a obras com uma vida
útil de 100 anos e em que a estrutura esteja sujeita a ambientes das
classes XF e XA.

Posto isto, torna-se relevante que o especificador inclua na
especificação do betão a classe de inspecção e a vida útil estabelecidas
para a obra e, caso seja do seu interesse, o plano de amostragem
para a execução dos ensaios de identidade.

                                   18
PORQUÊ BETÃO PRONTO?
A utilização do betão pronto afigura-se como uma opção natural,
pois constitui o meio mais eficiente e eficaz de produzir e fornecer
betão com as propriedades e os requisitos funcionais pretendidos
em qualquer projecto da construção, conduzindo à satisfação dos
seguintes objectivos:
> Melhoria da qualidade e segurança na construção.
> Maior rapidez, racionalidade e eficácia na execução da obra.
> Redução dos custos da não qualidade.
> Protecção ambiental do meio e do consumidor.
> Garantia da satisfação do utilizador final.


Optar pelo betão pronto, significa poder atingir com maior facilidade
as metas fundamentais da:
> Segurança sobre o plano técnico (antes, durante e depois do
    fabrico).
> Simplificação da organização da obra/estaleiro.
> Qualidade e eficácia de serviço.
> Racionalização económica.
> Sustentabilidade objectiva.


Em Portugal, a Indústria de Betão Pronto é apoiada institucionalmente
por uma associação sem fins lucrativos, a APEB, que está presente
em todas as comissões técnicas relevantes para o sector, e que ga-
rante a prestação contínua de ser-
viços ao mesmo, nos domínios da
normalização, certificação e metro-
logia, as três áreas chave para as-
segurar a garantia da qualidade do
betão utilizado na construção civil e
obras públicas.
                                 19
NOTAS
Av. Conselheiro Barjona de Freitas, 10- A, 1500 - 204 Lisboa
           T. 217 741 925 / 932 F. 217 785 839
  E-mail: apeb@mail.telepac.pt Internet: www.apeb.pt

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  • 1. Guia para a utilização da norma NP EN 206-1 A ESPECIFICAÇÃO DO BETÃO Edição: Maio 08
  • 2. Guia para a utilização da norma NP EN 206-1 A ESPECIFICAÇÃO DO BETÃO 4.ª Edição: Maio 2008 1
  • 3. A APEB, Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto, é uma associação empresarial sem fins lu- crativos cuja constituição remonta a Julho de 1985. A preparação e publicação deste documento constitui mais uma das acções desenvolvidas pela APEB GUIA PARA A tendo em vista o cumprimento dos UTILIZAÇÃO DA NORMA seus objectivos estatutários, nome- NP EN 206-1 adamente : A ESPECIFICAÇÃO DO BETÃO > Coordenar e apoiar iniciativas com vista à defesa da qualidade 4.ª Edição: Maio de 2008 do betão pronto, à expansão do seu consumo e à melhor econo- Documento preparado mia da sua utilização; pelo grupo de trabalho GT Normalização e verificado pela comissão > Zelar pela aplicação dos diplomas técnica CT – APEB. legais e das normas directa ou in- directamente relevantes para o Publicação da sector do betão pronto, e colabo- responsabilidade da APEB rar na respectiva elaboração. Notas editoriais: A leitura e a utilização deste Efectivamente, a APEB, não só documento deve ser efectuada participou na elaboração da NP EN em conjunto com a norma NP EN 206-1:2007. 206-1, como está empenhada na O conteúdo deste documento não se sobrepõe ao estabelecido na sua implementação na indústria que NP EN 206-1:2007. representa e, principalmente, na in- A APEB não poderá ser responsabilizada por quaisquer formação e sensibilização de todos danos decorrentes de uma má utilização ou interpretação do os restantes intervenientes desta presente documento. área de negócio. 2
  • 4. PREÂMBULO O presente documento constitui-se como um guia para a implemen- tação da norma NP EN 206-1:2007 “Betão – Parte 1: Especificação, desempenho, produção e conformidade”, dedicando especial atenção aos aspectos relacionados com a especificação do betão. A NP EN 206-1:2007 é a norma que sucede à NP ENV 206, que se en- contrava em vigor desde 1993, nomeadamente nos aspectos relacio- nados com a especificação, desempenho, produção e conformidade do betão. Os aspectos relacionados com a colocação, compactação e cura foram remetidos para uma outra norma: a NP ENV 13670-1:2007 “Execução de estruturas de betão – Parte 1: Regras gerais”. Nota: Este documento faz parte de um con- junto de guias para a implementação da NP EN 206-1, que, além deste, inclui os seguintes documentos: > “A produção do betão” Guia para os produtores de betão, incluindo aspectos relacionados com a concepção, produção e controlo da conformidade; > “A utilização do betão” Guia para os utilizadores do betão, incluindo aspectos relacionados com a encomenda e a recepção do betão em obra. 3
  • 5. O QUE HÁ DE NOVO ? A NP EN 206-1:2007 resulta da revisão da NP ENV 206:1993 tendo em consideração as evoluções tecnológicas relacionadas com: > os aspectos produtivos; > a durabilidade das estruturas; > as metodologias de ensaio. Desta forma, as alterações mais significativas verificaram-se: > na classificação das acções ambientais e nos requisitos para os betões inseridos em ambientes agressivos; > no uso de adições em substituição de parte do cimento; > no controlo da produção, incluindo o controlo da conformidade. DESTINATÁRIOS O presente documento foi preparado com o objectivo de providenciar esclarecimentos e recomendações a todos os técnicos envolvidos no projecto estrutural e na especificação do betão, desde o técnico que selecciona a classe de resistência do betão para as diferentes partes da estrutura, até ao que faz a especificação final para o produtor do betão. Nota: Apesar deste documento referir as várias partes intervenientes na especificação do betão como sendo entidades independentes, nalguns casos a mesma entidade pode incluir as várias partes referidas. 4
  • 6. TIPOS DE BETÃO Betão de Comportamento Especificado Betão cujas propriedades e características são especificadas ao produtor, sendo este o responsável por fornecer um betão que satisfaça aquelas propriedades e características. Betão de Composição Prescrita Betão cuja composição e materiais constituintes são especifica- dos ao produtor, sendo este responsável por fornecer um betão com a composição especificada. Betão de Composição Prescrita em Norma Betão cuja composição se encontra estabelecida numa norma válida no local de utilização do betão (ainda não existente em Portugal). DESIGNAÇÃO DO BETÃO A designação do betão de comportamento especificado deve incluir: > referência à norma NP EN 206-1; > classe de resistência à compressão, p.e.: C30/37; > classe de exposição ambiental seguida do código do país, p.e.: XC3(P); > classe de teor de cloretos, p.e.: Cl 0,20; > máxima dimensão do agregado mais grosso, p.e.: Dmax22; > classe de consistência, p.e.: S3, ou valor pretendido (incluindo, neste caso, o respectivo método de ensaio). NP EN 206-1: C30/37•XC 3(P)•Cl 0,20•Dmax22•S3 5
  • 7. RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO Resistência característica Resistência característica Classe de mínima em cilindros mínima em cubos resistência à fck,cyl fck,cube compressão (N/mm2) (N/mm2) C12/15 12 15 C16/20 16 20 C20/25 20 25 C25/30 25 30 C30/37 30 37 C35/45 35 45 C40/50 40 50 C45/55 45 55 C50/60 50 60 Nota: As classes apresentadas são as classes mais utilizadas em Portugal. Contudo, a NP EN 206-1 estabelece outras classes de resistência que vão desde a classe C8/10 até à classe C100/115. Recomendação: A classe de resistência à compres- são deve ser seleccionada tendo em consideração o(s) ambiente(s) a que a estrutura ou elemento es- trutural vai estar sujeito ao longo da sua vida útil, por forma a garantir a durabilidade pretendida. 6
  • 8. CONSISTÊNCIA A consistência deve ser especificada através de uma classe ou, em casos especiais, através de um valor pretendido, tendo em consideração o método de ensaio mais adequado: > Ensaio de Abaixamento > Ensaio de Vêbê > Ensaio de Compactação > Ensaio de Espalhamento No entanto, o ensaio mais utilizado nas obras correntes é o Ensaio de Abaixamento. Classes de abaixamento Abaixamento Classe (mm) S1 10 a 40 S2 50 a 90 S3 100 a 150 S4 160 a 210 S5 ≥ 220 Recomendação: Betão para bombear Ë Classe ≥ S3 Pavimentos com meios tradicionais de Ë Classe ≥ S3 colocação e acabamento Superfícies com betão à vista Ë Classe ≥ S3 Elevado tempo de transporte e/ou clima Ë Classe ≥ S3 quente Betões de alta resistência Ë Classe ≥ S4 7
  • 9. EXPOSIÇÃO AMBIENTAL A classificação das acções ambientais tem em consideração os dois principais factores de ataque ao betão armado ou pré-esforçado: > o ataque sobre o betão (ataque pelo gelo-degelo ou ataque químico); > o ataque sobre as armaduras ou outros metais embebidos (corrosão induzida por carbonatação ou por iões cloreto). Sem risco de corrosão ou ataque Classe Ambiente Exemplos Para betão não armado e sem metais embebidos: todas as Betão no interior de edifícios exposições, excepto ao gelo/degelo, X0 com muito pouca humidade à abrasão ou ao ataque químico. Para betão armado ou com metais do ar embebidos: ambiente muito seco Corrosão induzida por carbonatação Classe Ambiente Exemplos Seco ou perma- Betão no interior de edifícios com baixa humidade XC1 nentemente do ar; húmido Betão permanentemente submerso em água Superfícies de betão sujeito a longos períodos de Húmido, rara- XC2 contacto com água; mente seco Muitas fundações Betão no interior de edifícios com moderada ou Moderadamente XC3 elevada humidade do ar; húmido Betão no exterior protegido da chuva Ciclicamente Superfícies de betão sujeitas ao contacto com a XC4 húmido e seco água, fora do âmbito da classe XC2 Corrosão induzida por cloretos não proveniente da água do mar Classe Ambiente Exemplos Moderadamente Superfícies de betão expostas a cloretos XD1 húmido transportados pelo ar Húmido, rara- Piscinas; XD2 mente seco Betão exposto a águas industriais contendo cloretos Partes de pontes expostas a salpicos de água Ciclicamente contendo cloretos; Pavimentos; XD3 húmido e seco Lajes de parques de estacionamento de automóveis 8
  • 10. Corrosão induzida por cloretos da água do mar Classe Ambiente Exemplos Ar transportando sais marinhos mas sem Estruturas na zona costeira ou na sua XS1 contacto directo com proximidade a água do mar Submersão XS2 Partes de estruturas marítimas permanente Zonas de marés, de XS3 rebentação ou de Partes de estruturas marítimas salpicos Ataque pelo gelo/degelo com ou sem produtos descongelantes Classe Ambiente Exemplos Moderadamente saturado de água, Superfícies verticais de betão expostas à XF1 sem produtos chuva e ao gelo descongelantes Moderadamente Superfícies verticais de betão de estruturas saturado de água, XF2 rodoviárias expostas ao gelo e a produtos com produtos descongelantes transportados pelo ar descongelantes Fortemente saturado, Superfícies horizontais de betão expostas à XF3 sem produtos chuva e ao gelo descongelantes Estradas e tabuleiros de pontes expostos a produtos descongelantes; Fortemente saturado, Superfícies de betão expostas ao gelo XF4 com produtos e a salpicos de água contendo produtos descongelantes descongelantes; Zona das estruturas marítimas expostas à rebentação e ao gelo Ataque químico Classe Ambiente Exemplos Ligeiramente Água do mar. XA1 agressivo Solos naturais e águas subterrâneas Moderadamente contendo agentes químicos agressivos XA2 agressivo para o betão e para os elementos metálicos embebidos. XA3 Fortemente agressivo 9
  • 11. DURABILIDADE Para assegurar a durabilidade das estruturas, são impostos limites a limites a determinadas envolvente a que a estrutura vai ficar o consoante o ambiente características do betão, consoante sujeita. A ambiente envolvente a que a estrutura vai ficar sujeclasse de exposiçã a especificação E 464, excepto no que respeita à assunto para a especificação E 464, excepto no que respeita à classe Limites para as características do betão Classe de Recobrimento Dosagem de cimento Tipo de cimento(1) exposição nominal mínimo mínima -- X0 -- -- XC1 25 mm 240 kg/m3 XC2 35 mm XC3 35 mm 280 kg/m3 XC4 40 mm XS1 / XD1 (4) 45 mm CEM I; 360 kg/m3 XS2 / XD2 (4) 50 mm CEM II/A(2) XS3 / XD3 (4) 55 mm 380 kg/m3 XF1 -- 280 kg/m3 XF2(5) XA1(4) 340 kg/m3 XA2(4) -- 360 kg/m3 XA3(4) 380 kg/m3 XC1 25 mm 260 kg/m3 XC2 35 mm CEM II/B(2); CEM III/A(3); XC3 35 mm CEM IV(3); CEM V/A(3) 300 kg/m3 XC4 40 mm XF1 -- 300 kg/m3 XF2(5) XS1 / XD1 45 mm 320 kg/m3 CEM IV/A; XS2 / XD2 50 mm CEM IV/B; CEM III/A; CEM III/ XS3 / XD3 55 mm 340 kg/m3 B; CEM V; XA1 320 kg/m3 CEM II/B(4); CEM II/A-D XA2 340 kg/m3 -- XA3 360 kg/m3 (1) De acordo com a especificação E 464, em vez dos cimentos indicados, podem ser utilizadas misturas, obtidas pela junção de um cimento do tipo CEM I ou CEM II/A com adições, cuja composição resultante seja equivalente à de um dos cimentos indicados. (2) Não aplicável aos cimentos II/A-T e II/A-W e aos cimentos II/B-T e II/B-W, respectivamente. 10
  • 12. determinadas características do betão, NP EN 206-1 remete este assunto para ão X0 Classe de resistência mínima Razão A/C máxima Betão Normal Betão Leve -- C12/15 -- 0,65 C25/30 LC25/28 0,60 C30/37 LC30/33 0,45 C40/50 LC40/44 0,40 C50/60 LC50/55 0,60 C30/37 LC30/33 0,55 0,50 C35/45 LC35/38 0,45 C40/50 LC40/44 0,65 C25/30 LC25/28 0,55 C30/37 LC30/33 0,55 C30/37 LC30/33 0,50 0,55 C30/37 LC30/33 0,45 C35/45 LC35/38 0,55 C30/37 LC30/33 0,50 C35/45 LC35/38 0,45 (3) Não aplicável aos cimentos com percentagem inferior a 50% de clínquer Portland, em massa. (4) Não aplicável aos cimentos II-T, II-W, II/B-L e II/B-LL. (5) Teor mínimo de ar de 4%. 11
  • 13. USO DE ADIÇÕES São materiais finamente divididos (moídos ou não) que podem ser utilizados no betão com a finalidade de melhorar certas propriedades ou mesmo alcançar propriedades especiais. Estes materiais podem ser classificados como: > Tipo I – Adições quase inertes, p.e.: fíler calcário; > Tipo II – Adições pozolânicas ou hidráulicas latentes, p.e.: cinzas volantes, pozolanas, sílica de fumo, escória de alto-forno. Em alternativa ao estabelecido na NP EN 206-1 para efeitos de utiliza- ção de adições (conceito do factor-k), a especificação E 464 introduz uma outra metodologia para a utilização das adições como ligantes: trata-se do conceito de mistura, o qual tem as seguintes condições de utilização: a) o cimento a utilizar seja do tipo CEM I ou CEM II/A e de classe de resistência 42,5 ou superior; b) as adições sejam do tipo I de origem calcária (satisfazendo a es- pecificação E 466) ou do tipo II; c) a composição da mistura satisfaça os limites de composição de um dos cimentos previstos no Quadro 1 da NP EN 197-1; d) a proporção da sílica de fumo não ultrapasse 11% da massa de clínquer na mistura. Quando for utilizado este conceito, os termos “dosagem de cimento” e “razão água/cimento” devem ser substituídos pelos termos “dosagem de ligante” e “razão água/ligante”, respectivamente. 12
  • 14. USO DE ADJUVANTES São materiais adicionados ao betão, durante o processo de amas- sadura, em pequenas quantidades, para modificar as propriedades do betão fresco ou endurecido, no sentido do cumprimento dos requisitos específicos de cada obra (p.e.: aumento da resistência, redução da permeabilidade, manutenção da consistência e redução da razão A/C). O desempenho de um determinado betão pode ser substancial- mente melhorado com a utilização de adjuvantes, desde que sejam cumpridas as recomendações do fabricante e que a sua utilização tenha sido considerada na formulação da composição do betão. Nota: Para mais informações, consultar a NP EN 934-2 “Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Parte 2: Adjuvantes para betão – Definições e exigências”. DIMENSÃO DO AGREGADO A máxima dimensão do agregado mais grosso, Dmax, corresponde à dimensão D do agregado de maior dimensão utilizado no betão, de acordo com a NP EN 12620 “Agregados para betão”. A especificação da máxima dimensão do agregado deve ter em conta as condições específicas da obra (p.e.: dimensão da secção, espes- sura de recobrimento e espaçamento entre armaduras). Recomendação: Para assegurar uma adequada colocação e compactação do betão, a máxima dimensão do agregado não deverá exceder: -- ¼ da menor dimensão do elemento estrutural; -- a distância entre barras de armadura diminuída de 5 mm; -- o recobrimento mínimo das armaduras. 13
  • 15. MASSA VOLÚMICA A massa volúmica do betão leve ou do betão pesado pode ser especificada através de um valor pretendido. No caso de betão leve a massa volúmica pode ser especificada igualmente através de uma classe. Classes de massa volúmica do betão leve Massa Volúmica Classe (kg/m3) D1,0 ≥ 800 e ≤ 1000 D1,2 > 1000 e ≤ 1200 D1,4 > 1200 e ≤ 1400 D1,6 > 1400 e ≤ 1600 D1,8 > 1600 e ≤ 1800 D2,0 > 1800 e ≤ 2000 TEOR DE CLORETOS Classes de teor de cloretos do betão Classe de exposição ambiental Utilização do betão XC, XF, XA XS, XD Betão sem armaduras de aço ou outros metais embebidos, com excepção de Cl 1,0 Cl 1,0 dispositivos de elevação resistentes à corrosão Betão com armaduras de aço ou outros Cl 0,40 1) Cl 0,20 1) metais embebidos Betão com armaduras pré-esforçadas Cl 0,20 1) Cl 0,10 1) 1) Estas classes podem deixar de se aplicar se foram tomadas medidas especiais de protecção contra a corrosão, como protecção do betão, ou recobrimentos, devidamente justificados, ou utilização de aço inox. 14
  • 16. RECOMENDAÇÕES Para o projectista da estrutura O projectista da estrutura é a primeira pessoa que tem de pensar no betão. A sua decisão quanto à escolha do produto é determinante para toda a cadeia de intervenientes e para a economia do projecto/ obra, objectivos que serão garantidos desde que sejam observadas as seguintes etapas: 1 caracterizar o(s) ambiente(s) envolventes das várias partes da estrutura, identificando os agentes agressivos (humidade, cloretos, gelo/degelo, etc.); 2 classificar a exposição ambiental, considerando os agentes agressivos identificados; 3 definir os betões a utilizar nas diferentes partes da estrutura; 4 dimensionar a estrutura, com base na classe de resistência definida em 3. 5 identificar a máxima dimensão do agregado, Dmax, e a classe de consistência, para os vários betões. Desta forma, garante-se que a estrutura vai, não só resistir às acções mecânicas, mas também às acções ambientais a que vai estar sujeita ao longo da sua vida útil e que condicionam a sua durabilidade. 15
  • 17. RECOMENDAÇÕES Para o especificador do betão O betão deve ser especificado primeiramente no caderno de encargos. Aqui, o projectista deve preocupar-se por tornar a especificação o mais clara e completa possível, por forma a reduzir dificuldades relacionadas com a sua interpretação. A especificação dos betões correntes pode ser NP EN 206-1 considerada completa quando incluir: C30/37 > a referência à norma NP EN 206-1; XC3(P) > a classe de resistência à compressão; Cl 0,2 > a classe de exposição ambiental; Dmax22 > a classe de teor de cloretos; S3 > a dimensão máxima do agregado; > a classe de consistência. Em caso de betões especiais, tornar-se-á necessário definir as classes ou valores pretendidos para as características que os tornam especiais, p.e.: classe de massa volúmica ou o valor pretendido, no caso de betões leves ou pesados. Com uma especificação adequada no caderno de encargos, tanto a quantificação do custo da obra, como a especificação do betão pela entidade construtora, ou pelo sub-empreiteiro quando aplicável, ficam substancialmente facilitadas. O projectista terá assim uma garantia acrescida de que o be- tão produzido/fornecido e aplicado na obra esta- rá de acordo com as ne- cessidades estruturais, assegurando a funcio- nalidade do sistema es- trutural que concebeu. 16
  • 18. RECOMENDAÇÕES Para o manuseamento do betão em segurança Quando o cimento é misturado com a água, libertam-se álcalis. Deste modo, as disposições nacionais quanto à segurança no manuseamento do betão fresco, nomeadamente no que respeita aos riscos para a saúde, são as seguintes: > Devem tomar-se precauções para evitar que o betão fresco entre nos olhos, boca e nariz, recorrendo, se necessário, à utilização de equipamento de protecção individual. Se o betão fresco entrar em contacto com um destes órgãos, eles devem ser lavados imediatamente com água corrente limpa e deve procurar-se imediatamente tratamento médico. > Deve evitar-se o contacto da pele com o betão fresco, recorrendo a equipamento de protecção adequado; se o betão fresco entrar em contacto com a pele, esta deve ser lavada imediatamente com água corrente limpa. 17
  • 19. REGULAMENTAÇÃO Com a publicação do Decreto-Lei n.º 301/2007, de 23 de Agosto de 2007, tornou-se obrigatório não só o cumprimento da NP EN 206-1 para a produção do betão, mas também a NP ENV 13670-1 para a execução das estruturas. Deste diploma, relacionado com a especificação do betão, interessa salientar o facto de as especificações de projecto passarem a ter de estabelecer entre outros, a vida útil pretendida para a estrutura (quando diferente de 50 anos) e a classe de inspecção a adoptar na supervisão dos trabalhos de construção. Consoante a classe de inspecção (1, 2 ou 3, sendo esta a mais exigente) surgem algumas obrigações para os intervenientes, que passamos a resumir: > A Classe de Inspecção 3 obriga à utilização de betão proveniente de uma central com o controlo da produção certificado (ver n.º 2 do Art.º 5º); > As Classes de Inspecção 2 e 3 obrigam à execução de ensaios de identidade para a verificação da resistência à compressão do betão, sendo esta uma obrigatoriedade atribuída ao utilizador (i.e.: construtor), devendo estes ensaios ser efectuados em laboratório acreditado, sendo no entanto possível que a amostragem seja efectuada pelo próprio produtor (ver n.º 3 do Art.º 6º). Por outro lado, a especificação E 464 estabelece requisitos a ter em conta na composição dos betões destinados a obras com uma vida útil de 100 anos e em que a estrutura esteja sujeita a ambientes das classes XF e XA. Posto isto, torna-se relevante que o especificador inclua na especificação do betão a classe de inspecção e a vida útil estabelecidas para a obra e, caso seja do seu interesse, o plano de amostragem para a execução dos ensaios de identidade. 18
  • 20. PORQUÊ BETÃO PRONTO? A utilização do betão pronto afigura-se como uma opção natural, pois constitui o meio mais eficiente e eficaz de produzir e fornecer betão com as propriedades e os requisitos funcionais pretendidos em qualquer projecto da construção, conduzindo à satisfação dos seguintes objectivos: > Melhoria da qualidade e segurança na construção. > Maior rapidez, racionalidade e eficácia na execução da obra. > Redução dos custos da não qualidade. > Protecção ambiental do meio e do consumidor. > Garantia da satisfação do utilizador final. Optar pelo betão pronto, significa poder atingir com maior facilidade as metas fundamentais da: > Segurança sobre o plano técnico (antes, durante e depois do fabrico). > Simplificação da organização da obra/estaleiro. > Qualidade e eficácia de serviço. > Racionalização económica. > Sustentabilidade objectiva. Em Portugal, a Indústria de Betão Pronto é apoiada institucionalmente por uma associação sem fins lucrativos, a APEB, que está presente em todas as comissões técnicas relevantes para o sector, e que ga- rante a prestação contínua de ser- viços ao mesmo, nos domínios da normalização, certificação e metro- logia, as três áreas chave para as- segurar a garantia da qualidade do betão utilizado na construção civil e obras públicas. 19
  • 21. NOTAS
  • 22. Av. Conselheiro Barjona de Freitas, 10- A, 1500 - 204 Lisboa T. 217 741 925 / 932 F. 217 785 839 E-mail: apeb@mail.telepac.pt Internet: www.apeb.pt