2. Empoderamento e interação dialógica em Paulo Freire
Cosmovisão dialética e dialógica
Premissa – utopia inerente ao projeto social emancipador
Da materialidade histórica dos excluídos, à problematização do mundo
Interação dialógica
• Crítica
• Transformadora
• Aberta à alteridade e ao novo
• Constituição mútua dos sujeitos sociais
• Relações sociais solidárias e emancipadoras
Pesce (2010)
Lucila Pesce
3. Devir
• Vocação histórica do homem para humanizar-se a cada dia
• Inacabamento humano – à busca de constante superação
• Humanização – historicidade, circunstâncias socioculturais
• Curiosidade – da ingênua à epistemológica
Empoderamento (empowerment)
• Circunstâncias históricas (experiências e construção cultural) da classe trabalhadora
• Transformação radical da sociedade
Educação / Empoderamento / Frente de luta
Educação e sociedade – relações históricas e dialéticas
• Educação – reprodução x reconstrução
• TDIC – humanização x coisificação
Pesce (2010)
Empoderamento e interação dialógica em Paulo Freire
Lucila Pesce
4. Denúncia – oposição à educação bancária, à coisificação do homem
Superação – mundo como realidade em transformação
• Práxis – tomada de consciência / interação dialógica / reflexão sobre a realidade
concreta
• Diálogo / conscientização / emancipação
História como possibilidade
• Inacabamento /Devir
• Conscientização / Humanização / Emancipação
• Dialética / Libertária
• Resgate (sonho, utopia, esperança)
Projeto educacional de Paulo Freire
• Rigoroso (entre liberdade e autoridade - nem licenciosidade nem autoritarismo)
• Natureza humana transcendente / Humanizar-se no devir / Utopia e esperança
• Investigação temática, tematização do conhecimento, problematização
Pesce (2010)
Empoderamento e interação dialógica em Paulo Freire
Lucila Pesce
5. INVESTIGAÇÃO TEMÁTICA
Temas geradores
Problematização
Constituição mútua de formando e formador
TEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
Articulada à realidade vivida
Problematização – situações reais vividas
Intervenção pedagógica e concretude histórica
PROBLEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
Professor libertador (conteúdos de ensino / conscientização / emancipação).
Intervenção / Reconstrução
Lucila Pesce
6. Empoderamento para Freire
Acento no coletivo.
“A questão do empowerment da classe social envolve a questão de como a classe
trabalhadora, através de suas próprias experiências, sua própria construção de
cultura, se empenha na obtenção do poder político. Isto faz do empowerment
muito mais do que um invento individual ou psicológico. Indica um processo
político das classes dominadas que buscam a própria liberdade da dominação, um
longo processo histórico de que a educação é uma frente de luta”.
Freire e Shor (1986, p. 138)
Empoderamento e interação dialógica em Paulo Freire
Lucila Pesce
7. A contribuição de Paulo Freire para o uso crítico de
memes no ensino de literatura no Ensino Médio
Artigo emanado de uma pesquisa em desenvolvimento – mestrado
acadêmico em Educação – PPGE/UNIFESP
Pesquisador – Luciano Nunes do S. Meirelles
Orientação – Lucila Pesce
Lucila Pesce
8. A contribuição de Paulo Freire para o uso crítico de
memes no ensino de literatura no Ensino Médio
Objetivo Geral
Compreender a contribuição dos memes para o Ensino de Literatura no
2º ano do Ensino Médio, tendo como objeto de pesquisa o Portal Lítera
Brasil e o Currículo do Estado de São Paulo no Ensino Médio, na área
de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – conteúdos e habilidades
da 2ª. Série.
Lucila Pesce
9. Exemplo de conteúdo e
habilidades a serem
desenvolvidas na
disciplina de língua
portuguesa e literatura no
3º bimestre da 2ª série do
Ensino Médio
Esferas de atividades sociais da
linguagem
As propostas pós-românticas e a
literatura realista e naturalista
Leitura e expressão escrita Relações de conhecimento sobre o
gênero do texto e antecipação de
sentidos a partir de diferentes indícios
Funcionamento da língua Intertextualidade: interdiscursiva,
intergenérica, referencial, temática
Habilidades Analisar e revisar o próprio texto em
função dos objetivos estabelecidos, da
intenção comunicativa e do leitor a que se
destina;
Relacionar a produção textual presente à
herança cultural acumulada pela língua
portuguesa nos processos de
continuidade e ruptura;
Fonte: Currículo do estado de São Paulo, 2011, p. 95-96.
10. A contribuição de Paulo Freire para o uso crítico de
memes no ensino de literatura no Ensino Médio
[...] o Currículo Oficial do estado de São Paulo dialoga com os conceitos de Mikail Bakhtin (2003),
especificamente no que se refere ao conhecimento de gêneros textuais, bem como os vários discursos e
sentidos empregados, ao se pronunciar determinado texto.
[...] o documento pode dar suporte ao desenvolvimento do trabalho com a interação dos textos, a
interdiscursividade, o reconhecimento de informações explícitas e/ou implícitas, além dos efeitos que o texto
poderá produzir, quando for destinado a um leitor específico. Essas habilidades consolidam o pensamento de
se compreender um texto como um todo, ampliando o repertório do estudante e consolidando novas formas
de aprendizagem.
Meirelles e Pesce (2020, p. 20)
Lucila Pesce
13. Discussão preliminar dos achados da pesquisa
“[...] o Portal Lítera Brasil pode vir a contribuir para a transposição de
um aspecto da obra literária nos domínios de um meme, favorecendo,
assim, a intertextualidade e a interdiscursividade, normalmente
carregada de humor. Estes recursos semióticos, quando utilizados em
sala de aula, podem vir a favorecer a autonomia e a leitura de mundo
(FREIRE, 1982; 2001) dos estudantes do Ensino Médio”.
Meirelles e Pesce (2020, p. 20)
Lucila Pesce
14. Discussão preliminar dos achados da pesquisa
“[...] os memes, enquanto novo gênero textual veiculado nas esferas
digitais, é intertextual, carregado de significados e reinterpretações, a
partir de um sentido exposto. Utilizá-lo como estratégia didática em
sala de aula pode favorecer os processos formativos de alunos e
professores”.
Meirelles e Pesce (2020, p. 20)
Lucila Pesce
15. Discussão preliminar dos achados da pesquisa
“Os memes, se trabalhados criticamente em sala de aula, podem se
consubstanciar como gêneros textuais contribuintes à efetivação dos
princípios e pressupostos da proposta freireana de educação”.
Meirelles e Pesce (2020, p. 20)
Lucila Pesce
16. Práticas educacionais conformes às demandas mercantis
Reprodução
Reconstrução
Práticas educacionais ressignificadas, empoderadoras e emancipadoras
Conclusões provisórias, porque históricas
Lucila Pesce
17. DENÚNCIAS E MUDANÇAS...
EDUCAÇÃO BANCÁRIA EDUCAÇÃO EMANCIPADORA
Sob a égide da racionalidade
instrumental
Sob a égide da premissa dialógica
Voltadas à adaptação de professores
e estudantes às demandas
mercadológicas
Voltadas à emancipação dos sujeitos
sociais em formação
Atenção às demandas do sistema
educacional
Gera consciência coisificada
Atenção às circunstâncias dos
estudantes e dos professores
Gera hominização
Conclusões provisórias, porque históricas
Lucila Pesce
Pesce (2010)
18. Atividades educacionais desenvolvidas em caráter remoto, em
tempos de pandemia: não cabe refutar, mas ampliar a
compreensão crítica sobre tais ações.
Distância geográfica e não simbólica.
Distância temporal (atividades assíncronas) e não descompasso
entre as temporalidades cronológica e kairológica (PESCE, 2014).
Conclusões provisórias, porque históricas
Lucila Pesce
19. “O progresso científico e tecnológico que não
responde fundamentalmente aos interesses
humanos, às necessidades de nossa existência,
perdem, para mim, sua significação”.
Freire (1997, p. 147)
Lucila Pesce
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Referências
Lucila Pesce
21. Profa. Dra. Lucila Pesce
Departamento de Educação
Programa de Pós-Graduação em Educação
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
Líder do Grupo de Pesquisa LEC: Linguagem, Educação e Cibercultura
http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/20966
Vice coordenadora do GT 16 (Educação e Comunicação) da ANPEd
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/4867232275873194
ORCID: http://orcid.org/0000-0002-2562-2012
Sítio eletrônico pessoal: http://sites.google.com/site/lucilapesce/
e-mail: lucila.pesce@unifesp.br
OBRIGADA!
Lucila Pesce