Moacyr Scliar nasceu em 1937 em Porto Alegre, filho de imigrantes judeus russos. Ele se tornou um importante escritor brasileiro, escrevendo crônicas, contos e romances que abordavam temas como a imigração judaica e a identidade cultural. Scliar recebeu muitos prêmios literários e foi eleito para a Academia Brasileira de Letras antes de morrer em 2011.
2. O garoto cria-se no bairro Bom Fim, reduto
Moacyr Jaime Scliar, filho do casal,
nasce em 1937, em Porto Alegre.
da comunidade judaica no RS. Alfabetizado pela mãe, o guri Moacyr
vai para o Colégio Iídiche.
José e Sara Scliar são filhos de imigrantes russos,
perseguidos pelo antissemitismo europeu.
Faz o ginásio em colégio católico.
Em 1955, cursa a Faculdade de Medicina.
A partir de 1962, escreve profissionalmente,
de temas cotidianos a cenas médicas.
Escreve crônicas, contos e romances.
Colabora em jornais famosos.
Casa-se com Judith e torna-se pai de
Roberto, seu único filho.
Ganha inúmeros prêmios literários.
Elege-se para a Academia Brasileira de
Letras/ABL, tornando-se um “Imortal” Em 2011, morre na cidade natal, após
complicações de uma cirurgia.
7. Joel é o protagonista desta novela que mistura
realismo e fantasia. Ele relembra seus tempos
de menino judeu, quando vivia com a família,
nos anos 1940, no Bom Fim, coração judaico da
capital gaúcha.
Revivendo seus anos de aprendizado, Joel
busca na memória o garoto que, em meio às
notícias da guerra na Europa e uma
comunidade imigrante vinda de lá, brincava
com os amigos e aventurava-se pelas calçadas
do bairro, conhecendo os fatos da vida. A
imagem e as angústias do célebre escritor
Franz Kafka são um espectro que paira sobre o
passado e o presente de Joel, que, como sua
família, luta para se adaptar em uma sociedade
que é e não é a sua.
Lançado em 1972, em plena ditadura militar, é
o primeiro romance de Moacyr Scliar e
também um romance de formação.
8. Ajudada por um ex-historiador que se
converteu em “terapeuta de vidas
passadas”, uma mulher descobre que, no
século X a. C., foi uma das setecentas
esposas do rei Salomão — a mais feia de
todas, mas a única capaz de ler e escrever.
Encantado com essa habilidade inusitada,
o soberano a encarrega de escrever a
história da humanidade — e, em particular,
a do povo judeu —, tarefa a que uma junta
de escribas se dedica há anos sem sucesso.
Com uma linguagem que transita entre a
elevada dicção bíblica e o mais baixo calão,
a anônima redatora conta sua trajetória,
desde o tempo em que não passava de
uma personagem anônima, filha de um
chefe tribal obscuro.
9. O alemão Max, um garoto sensível,
cresceu sob a severidade de seu pai que
sempre lhe deixou com medo e inseguro.
Envolve-se, mais tarde com Frida, esposa
de um militar nazista, o que faz que
tenha que abandonar o país. Em meio a
viagem de barco, é obrigado, graças a um
naufrágio, a dividir o pequeno espaço
com um imenso jaguar, um felino que
sempre lhe aterrorizou.
O livro tornou-se conhecido após o autor,
Moacyr Scliar, comentar em um jornal
que o best seller A vida de Pi, do
canadense Yan Martell, seria
parcialmente um plágio de seu livro Max
e os Felinos.
10. Ao lermos o nome do livro, nos
perguntamos: que palavra é essa? Seria
como aparece nos contos maravilhosos de
criança? Diferentemente disso, ao contar a
história do intratável Lucídio, brigado há
muito com a família e reconduzido ao afeto
familiar pela disponibilidade amorosa de
seu neto Pedro, o autor vai nos revelando
aos poucos os múltiplos significados da
“palavra mágica”. Ficamos sabendo que,
apesar de toda palavra mágica possuir
poderes extraordinários, nessa história
trata-se de uma palavra comum, tão
comum que “quer partilhar a vida com os
outros”, ou seja, conviver com as outras
palavras, formar frases e compor uma
história.
11. A trama se passa na fictícia Santiago do Oeste,
onde Josias, filho dos imigrantes judeu-russos
Samuel e Raquel, alimenta o desejo de trabalhar
numa rádio, como locutor, contrariando os planos
do pai de que fosse médico. Sem querer nada
com os estudos, o jovem fazia apenas delirar
ouvindo as ondas radiofônicas. Josias acaba
encontrando, então, o apoio que lhe faltava para
alçar novos voos em seu vizinho, Onofre, que fora
justamente dono da única emissora de rádio da
cidade. Assim, incentivado pelo amigo que dividia
a mesma paixão e entusiasmo pelo rádio, o
adolescente dá nova vida a um antigo serviço de
alto-falantes, instalados nos postes da praça –
mais conhecido pelo povo como a Voz do Poste.
Logo, a Voz do Poste cai no gosto da população
santiaguense, tão carente de novidades. Notícias,
entrevistas, críticas, receitas, música – uma
programação variada que agrada em cheio a
todos, menos Samuel.
12. Mardoqueu Stern, filho de judeus, conhece
Carlos, um rapaz negro, no Colégio Padre
Juvêncio, frequentado por filhos de
fazendeiros e de industriais. Os jovens
tinham sido admitidos na escola graças ao
padre Otero. Entre os dois nasce uma grande
amizade. Porém, juntos, enfrentam a
discriminação, a injustiça e a
incompreensão. A respeito desta comovente
história, o autor, Moacyr Scliar, também
descendente de emigrantes judeus,
comenta: “Minha infância e minha
juventude foram marcadas pela sombra do
preconceito. (…) Não estou só me referindo
à cor da pele. Estou me referindo a ideias, a
sentimentos, a emoções. Desejava, assim,
compartilhar com os jovens leitores uma
história sobre esperança, amizade e amor.”