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J o s é d e Al e n c
    O romantismo brasileiro
encontrou no índio a sua mais                 Rousseau
autêntica      expressão    de
nacionalidade. O mito do “bom
selvagem” de Rousseau estava
vivo nas matas brasileiras,
identificadas como o “paraíso
perdido”.
O romance indianista celebra
tanto o estado de pureza e
inocência do índio quanto a
formação    mestiça da   raça
brasileira.



                                 V orM el
                                  it eir es
O romantismo europeu valorizava o
passado medieval, no qual se
buscava reencontrar as raízes
históricas e culturais de cada povo e
de cada nação.
O romantismo brasileiro recorreu
ao período anterior ao nosso
descobrimento, no qual o índio
corresponde à figura do cavaleiro
medieval.
Na tentativa de definir a etnia brasileira, os escritores
constataram que o índio era o verdadeiro representante
da raça brasileira, mais que o branco e o negro. A
simpatia pelo índio era resultado também do trabalho de
conscientização feito pelos jesuítas, no sentido de
preservar a liberdade dos silvícolas.
Cearense,     principal    romancista
romântico     brasileiro,     escreveu
romances indianistas,        históricos,
urbanos e regionalistas.

Sua produção literária estava
voltada para o projeto de construção
da cultura brasileira, no qual o
romance indianista, buscando um
tema nacional e uma linguagem mais
brasileira, ganhou papel de destaque.

Seus três romances indianistas são:
O guarani (1857), Iracema (1865) e
Ubirajara (1874).
Comprometido com o nacionalismo e o
   americanismo do movimento romântico, o
   romance narra a lenda (criada pelo próprio
   Alencar) da origem do Ceará e da civilização
   brasileira, fruto do amor proibido entre o
   português Martim e a virgem Iracema, uma
   jovem índia.


                                                  IRACEMA

                                                  AMÉRICA
c e ma é u m a n a g r a ma d e A mé r ic a
1.Trata-se de um poema
em prosa, com uma série
de ingredientes próprios de
contos de fadas.
2. Alencar parte de um
argumento histórico e o associa
à lenda da fundação do Ceará:
Martim Soares Moreno, guerreiro
português, apaixona-se pela
índia Iracema.

No enredo existe uma das
teses       fundamentais      do
Romantismo: a origem do povo
brasileiro, cuja bravura e honra
derivam da miscigenação do
indígena com o branco.
3. Com relação ao estilo e à linguagem , destacam-se três
    processos construtivos:

•   Adjetivação abundante: O adjetivo é empregado por Alencar
     para colorir a linguagem, enfeitar a frase, trabalhar a
    melodia, enriquecida pelo termo mais sonoro, mais de
    acordo com o nível poético que o escritor pretende alcançar.

b. Uso da comparação e da prosopopéia ou personificação:
   Alencar utiliza mais a comparação do que a metáfora.
   Através da prosopopéia, a natureza reflete sensações e
   sentimentos humanos.

c. Pontuação excessiva e coordenação abundante: o autor
   parece imitar o processo primitivo de pensar do indígena.
4. O processo
narrativo é rico em
incidentes, situações
que      prendem      a
atenção do leitor até o
final.
5. A descrição do cenário é
esplêndida, minuciosa,
correspondendo           ao
deslumbramento do povo
português     diante     da
paisagem brasileira.

       Alencar   procurou
descrever os costumes
indígenas, apoiado em
longos e contínuos estudos
sobre a vida primitiva dos
primeiros habitantes do
Brasil.
Diferentes       tribos      indígenas
habitavam o Ceará. Uma delas era a
dos tabajaras que dominavam o
interior e a qual pertencia Iracema.
Outra era a dos pitiguaras, inimiga
dos primeiros, que habitava o litoral.
Iracema era filha de Araquém, pajé
dos tabajaras.
Um dia Iracema, sentada à sombra
de uma palmeira, brincava com sua
ará, quando ouviu um ruído entre as
folhagens e viu diante de si um
guerreiro branco, Martim.
Iracema atirou-lhe uma flecha,
ferindo-lhe levemente o rosto.
Ele sorri e a jovem corre para
estancar-lhe o sangue e quebra a
flecha em sinal de paz.
O guerreiro é levado à cabana
de Araquém, sendo recebido com
hospitalidade, embora viesse de
uma tribo inimiga, pois era amigo
dos pitiguaras.
Combinaram esperar a volta de
Caubi, irmão de Iracema, para
guiar Martim de volta à sua tribo.
Iracema se enamorou de Martim e
foi por ele correspondida, mas ela não
podia se casar, porque era a guardiã
da jurema, bebida sagrada. Irapuã,
chefe dos tabajaras e apaixonado por
Iracema, jura matar Martim.
Enquanto isso Poti, irmão das armas
de Martim, descobre seu paradeiro.
Combina com Iracema a fuga de
Martim. Antes da partida, porém,
Iracema torna-se mulher de Martim.
Iracema         guiava
                                          Martim e Poti, que
                                          propõe que Martim
                                          devolvesse a jovem à
                                          cabana do pai, mas ela
                                          recusa-se a abandonar
                                          o esposo, deixando
                                          para trás o lar, a
                                          família, os irmãos, sua
                                          cultura e sua posição
                                          diante da tribo.

Quando já estavam em terras pitiguaras, foram alcançados pelos
guerreiros tabajaras liderados por Irapuã. Trava-se uma luta
sangrenta da qual os tabajaras saem derrotados. Iracema chora por
seus irmãos, mas segue Martim.
Iracema, Martim e Poti mudam-se
                  para um lugar paradisíaco. Iracema
                  espera um filho e, durante algum
                  tempo, vivem plenamente felizes.
                  Porém, logo depois, Martim passa a
                  sentir saudades da civilização e da
                  noiva que deixara em Portugal.
                  Iracema percebe e definha.


Martim e Poti partem para a guerra contra os brancos
tapuias (franceses) - que se aliaram aos tabajaras contra
os pitiguaras, amigos dos portugueses.
Partem sem se despedir de Iracema, que a partir de
então passa os dias esperando o regresso de Martim, cada
vez mais fraca.
Um dia recebe a visita
de sua ará, que passa a
lhe fazer companhia.
Poti e Martim voltam
triunfantes, pois haviam
vencido a luta.
O coração de Iracema
renasce, mas logo se
entristece novamente, já
que Martim está sempre
com     o    pensamento
longe dela.
                       Novamente Martim e Poti se ausentam para
                       novas batalhas. No mesmo momento em que
                       celebravam a vitória, nascia Moacir, filho da dor e
                       do sofrimento de Iracema. Caubi a visita e
                       pretende ficar para ajudá-la, mas Iracema pede
                       que ele retorne para junto do pai.
 Muito fraca, Iracema
não             consegue
amamentar o filho, pois
o leite secara.
Para salvar o filho, a
índia coloca os filhotes
de uma cadela       para
mamar em seus seis a
fim de estimular a
produção de leite.
Assim        consegue
devolver o alimento ao
filho Moacir.
No retorno ao lar, Martim
vem apreensivo. Ao chegar
encontra Iracema com os
filhos nos braços, à morte, já
sem poder amamentar o filho.

Embora Martim a cerque de
atenções e carícias, já era
tarde.   Martim enterra seu
corpo sob uma palmeira onde
a ará fica a gritar o nome
Iracema.


Martim parte com o filho e fica quatro anos fora. Algum tempo
depois retorna com muitos guerreiros brancos, que têm por missão
transformar os índios em cristãos e dar início ao efetivo processo de
colonização. Poti é batizado e recebe o nome do santo do dia.
 Muitas vezes Martim voltou às terras onde
  viveu com Iracema para matar a saudade.
  O pássaro ainda cantava na palmeira, mas
  já não repetia o nome de Iracema.

“ Tudo passa sobre a terra.”

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Iracema - caracteristicas e resumo

  • 1. J o s é d e Al e n c
  • 2. O romantismo brasileiro encontrou no índio a sua mais Rousseau autêntica expressão de nacionalidade. O mito do “bom selvagem” de Rousseau estava vivo nas matas brasileiras, identificadas como o “paraíso perdido”. O romance indianista celebra tanto o estado de pureza e inocência do índio quanto a formação mestiça da raça brasileira. V orM el it eir es
  • 3. O romantismo europeu valorizava o passado medieval, no qual se buscava reencontrar as raízes históricas e culturais de cada povo e de cada nação. O romantismo brasileiro recorreu ao período anterior ao nosso descobrimento, no qual o índio corresponde à figura do cavaleiro medieval.
  • 4. Na tentativa de definir a etnia brasileira, os escritores constataram que o índio era o verdadeiro representante da raça brasileira, mais que o branco e o negro. A simpatia pelo índio era resultado também do trabalho de conscientização feito pelos jesuítas, no sentido de preservar a liberdade dos silvícolas.
  • 5. Cearense, principal romancista romântico brasileiro, escreveu romances indianistas, históricos, urbanos e regionalistas. Sua produção literária estava voltada para o projeto de construção da cultura brasileira, no qual o romance indianista, buscando um tema nacional e uma linguagem mais brasileira, ganhou papel de destaque. Seus três romances indianistas são: O guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874).
  • 6. Comprometido com o nacionalismo e o americanismo do movimento romântico, o romance narra a lenda (criada pelo próprio Alencar) da origem do Ceará e da civilização brasileira, fruto do amor proibido entre o português Martim e a virgem Iracema, uma jovem índia. IRACEMA AMÉRICA c e ma é u m a n a g r a ma d e A mé r ic a
  • 7. 1.Trata-se de um poema em prosa, com uma série de ingredientes próprios de contos de fadas.
  • 8. 2. Alencar parte de um argumento histórico e o associa à lenda da fundação do Ceará: Martim Soares Moreno, guerreiro português, apaixona-se pela índia Iracema. No enredo existe uma das teses fundamentais do Romantismo: a origem do povo brasileiro, cuja bravura e honra derivam da miscigenação do indígena com o branco.
  • 9. 3. Com relação ao estilo e à linguagem , destacam-se três processos construtivos: • Adjetivação abundante: O adjetivo é empregado por Alencar para colorir a linguagem, enfeitar a frase, trabalhar a melodia, enriquecida pelo termo mais sonoro, mais de acordo com o nível poético que o escritor pretende alcançar. b. Uso da comparação e da prosopopéia ou personificação: Alencar utiliza mais a comparação do que a metáfora. Através da prosopopéia, a natureza reflete sensações e sentimentos humanos. c. Pontuação excessiva e coordenação abundante: o autor parece imitar o processo primitivo de pensar do indígena.
  • 10. 4. O processo narrativo é rico em incidentes, situações que prendem a atenção do leitor até o final.
  • 11. 5. A descrição do cenário é esplêndida, minuciosa, correspondendo ao deslumbramento do povo português diante da paisagem brasileira.  Alencar procurou descrever os costumes indígenas, apoiado em longos e contínuos estudos sobre a vida primitiva dos primeiros habitantes do Brasil.
  • 12. Diferentes tribos indígenas habitavam o Ceará. Uma delas era a dos tabajaras que dominavam o interior e a qual pertencia Iracema. Outra era a dos pitiguaras, inimiga dos primeiros, que habitava o litoral. Iracema era filha de Araquém, pajé dos tabajaras. Um dia Iracema, sentada à sombra de uma palmeira, brincava com sua ará, quando ouviu um ruído entre as folhagens e viu diante de si um guerreiro branco, Martim. Iracema atirou-lhe uma flecha, ferindo-lhe levemente o rosto.
  • 13. Ele sorri e a jovem corre para estancar-lhe o sangue e quebra a flecha em sinal de paz. O guerreiro é levado à cabana de Araquém, sendo recebido com hospitalidade, embora viesse de uma tribo inimiga, pois era amigo dos pitiguaras. Combinaram esperar a volta de Caubi, irmão de Iracema, para guiar Martim de volta à sua tribo.
  • 14. Iracema se enamorou de Martim e foi por ele correspondida, mas ela não podia se casar, porque era a guardiã da jurema, bebida sagrada. Irapuã, chefe dos tabajaras e apaixonado por Iracema, jura matar Martim. Enquanto isso Poti, irmão das armas de Martim, descobre seu paradeiro. Combina com Iracema a fuga de Martim. Antes da partida, porém, Iracema torna-se mulher de Martim.
  • 15. Iracema guiava Martim e Poti, que propõe que Martim devolvesse a jovem à cabana do pai, mas ela recusa-se a abandonar o esposo, deixando para trás o lar, a família, os irmãos, sua cultura e sua posição diante da tribo. Quando já estavam em terras pitiguaras, foram alcançados pelos guerreiros tabajaras liderados por Irapuã. Trava-se uma luta sangrenta da qual os tabajaras saem derrotados. Iracema chora por seus irmãos, mas segue Martim.
  • 16. Iracema, Martim e Poti mudam-se para um lugar paradisíaco. Iracema espera um filho e, durante algum tempo, vivem plenamente felizes. Porém, logo depois, Martim passa a sentir saudades da civilização e da noiva que deixara em Portugal. Iracema percebe e definha. Martim e Poti partem para a guerra contra os brancos tapuias (franceses) - que se aliaram aos tabajaras contra os pitiguaras, amigos dos portugueses. Partem sem se despedir de Iracema, que a partir de então passa os dias esperando o regresso de Martim, cada vez mais fraca.
  • 17. Um dia recebe a visita de sua ará, que passa a lhe fazer companhia. Poti e Martim voltam triunfantes, pois haviam vencido a luta. O coração de Iracema renasce, mas logo se entristece novamente, já que Martim está sempre com o pensamento longe dela. Novamente Martim e Poti se ausentam para novas batalhas. No mesmo momento em que celebravam a vitória, nascia Moacir, filho da dor e do sofrimento de Iracema. Caubi a visita e pretende ficar para ajudá-la, mas Iracema pede que ele retorne para junto do pai.
  • 18.  Muito fraca, Iracema não consegue amamentar o filho, pois o leite secara. Para salvar o filho, a índia coloca os filhotes de uma cadela para mamar em seus seis a fim de estimular a produção de leite. Assim consegue devolver o alimento ao filho Moacir.
  • 19. No retorno ao lar, Martim vem apreensivo. Ao chegar encontra Iracema com os filhos nos braços, à morte, já sem poder amamentar o filho. Embora Martim a cerque de atenções e carícias, já era tarde. Martim enterra seu corpo sob uma palmeira onde a ará fica a gritar o nome Iracema. Martim parte com o filho e fica quatro anos fora. Algum tempo depois retorna com muitos guerreiros brancos, que têm por missão transformar os índios em cristãos e dar início ao efetivo processo de colonização. Poti é batizado e recebe o nome do santo do dia.
  • 20.  Muitas vezes Martim voltou às terras onde viveu com Iracema para matar a saudade. O pássaro ainda cantava na palmeira, mas já não repetia o nome de Iracema. “ Tudo passa sobre a terra.”