SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 20
A Música Na Internet
indústria fonográfica e cultura de fãs




         Lucas Waltenberg
        UFF – Universidade Federal Fluminense




                     2012
1. O que é a indústria da música?
2. Que desafios ela enfrenta hoje?
3. Como fãs e artistas estão lidando com isso?
4. Casos
O que é a indústria da música?
Frith (2001): “Como fazer a música gerar dinheiro?”


Entender a história da comoditização da música em termos de armazenamento e acesso.



Uma história dividida em três partes:

 1) Combinação entre notação e impressão
   Música comercial x música não-comercial
   Novas hierarquias no “fazer musical”
   Proteger a propriedade intelectual

 2) Tecnologias de gravação que permitem acesso à música a partir de discos e cilindros
   Música consumida como um bem, não como uma técnica
   Desenvolvimento de um novo setor industrial
   A própria gravação como uma fonte de renda

 3) Tecnologia digital
   Novas práticas moldadas pela prática digital
   Novas possibilidades de composição musical
   “Desintermediação”
O que é a indústria da música?


Assim, a indústria fonográfica:


- é uma indústria de direitos, pois depende de regulamentações legais do que é a
   “posse” para fazer o licenciamento;
- faz variados usos de trabalhos musicais;
- é uma indústria editorial / de publicações, pois, apesar de levar esses trabalhos
    para o público, ela depende das criações de músicos e compositores;
- é uma indústria de talentos, pois depende do gerenciamento efetivo de seu
   casting através de contratos e do desenvolvimento de um star system e uma
   indústria de eletrônicos que depende do uso doméstico e público de uma
   diversidade de equipamentos.
Que desafios ela enfrenta hoje?
Já nos anos 80: “Home taping is killing music”




Qual a especifidade do momento atual?


    - Desmaterialização da música;
    - Pirataria;
    - Compartilhamento em redes p2p;
    - Quebra do monopólio da distribuição: outros mediadores;
    - Novos modelos de negócio.
Que desafios ela enfrenta hoje?


   (…) novas mídias e tecnologias muito raramente simplesmente substituem
   outras. Por um bom tempo, mais e mais usuários irão precisar fazer uma
   escolha de reprodução e estocagem para mídias, um matrix midiático, com
   diferentes possibilidades e conotações culturais. O que é mais provável de
   acontecer é que novas mídias irão permitir novas práticas, que estarão
   relacionadas com as funcionalidades e práticas desenvolvidas em
   relação a mídias existentes, as quais, no processo, de alguma maneira
   serão remodeladas (BØDKER, 2004, p. 14-15).
Como fãs e artistas estão lidando com isso?

Web 2.0 (O' REILLY, online)
A “segunda geração de serviços online” (PRIMO, 2007).
Alguns princípios:
     - Cauda longa (ANDERSON, 2006)
     - Arquitetura de participação
     - Conteúdo e informação gerados pelo usuário



Redes Sociais
As redes sociais são o conjunto de atores e conexões. Sites de redes sociais são plataformas que
   permitem a criação de uma rede social online, onde os atores são representados pelos perfis
   (que podem ser institucionais ou pessoais, públicos ou privados) e as conexões são as ligações
   entre esses perfis. São definidos como “sistemas que permitem i) a construção de uma persona
   através de um perfil ou página pessoal; ii) a interação através de comentários; e iii) a exposição
   pública da rede social de cada ator” (RECUERO, 2009).
Como fãs e artistas estão lidando com isso?

Cultura Participativa (JENKINS, 2006, pp. 135-136)

3 Tendências:


    - Apropriações sendo feitas com usos de ferramentas que permitem ao usuário anotar,
       modificar, incluir informações diversas.
    - Uma ética Do it yourself / Faça você mesmo.
    - Uma nova organização da economia do entretenimento que viabiliza o surgimento desses
       tipos de práticas e de um novo consumidor mais ativo e atento.
Girl Talk

Mash up; samples; direito autoral
Filme: RIP! A Remix Manifesto
Lady Gaga

Aproximação com os
fãs em redes sociais;
investe em diversas
plataformas de
exibição
“Retorno” de formatos tidos como ultrapassados.
Sleeveface (SÁ, 2009)




“Retorno” de formatos tidos como ultrapassados.
Amanda Palmer

Investe na relação
com os fãs;
crowdfunding
A Banda Mais Bonita da Cidade

Viral; crowdfunding
Móveis Coloniais de Acaju

Banda independente; crowdfunding;
videoclipe colaborativo
“De novo, está ficando difícil definir a música. Ela está se
               transformando mais em uma experiência e menos um objeto.
               Sem as gravações como receptáculos de valores claramente
               delineados, as regras do último século – tanto industriais
               quanto criativas – não se aplicam mais. Para aqueles que
               conseguem encontrar uma audiência ou um pagamento fora do
               sistema tradicional, isso pode significar uma abençoada
               liberdade dos gatekeepers da indústria da música.”

               - Damian Kulash Jr., vocalista da banda OK Go em entrevista
               para o The Wall Street Journal, “The New Rock Star Paradigm”,
               17 de dezembro de 2010, acesso online


OK Go

Vídeos populares; YouTube como
importante canal de circulação de
música
Radiohead

Pague o quanto quiser pelo disco
Björk

Álbum-aplicativo
“Biophilia”
Referências Bibliográficas:                                        Contato:
ANDERSON, Chris. A cauda longa. Rio de Janeiro: Elsevier,
   2006.

BØDKER, Henrik. The changing           materiality   of   music.
   Trøjborgtrykkeriet: Aarhus, 2004.                               lwaltenberg@gmail.com
FRITH, Simon. “The popular music industry”. In: FRITH, Simon;
    STRAW, Will & STREET, John (org.). The Cambridge               facebook.com/luacs
    companion to pop and rock. New York: Cambridge
    University Press, 2001.

JENKINS, Henry. “Interactive audiences? The 'collective
   intelligence'”. In: JENKINS, Henry. Fans, bloggers and
   gamers: exploring participatory culture. New York: New York
   University Press, 2006.

O‘REILLY, Tim. “What is Web 2.0? Design Patterns and Business
    Models for the Next Generation of Software”. O‘Reilly
    Publishing, 2005.

PRIMO, Alex. O aspecto relacional das interações na Web 2.0.
    E-Compós. Agosto, 2007.

RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre:
   Sulina, 2009.

SÁ, Simone Pereira de. “O CD morreu? Viva o vinil”. In:
    PERPETUO, Irineu Franco & SILVEIRA, Sergio Amadeu
    (orgs.). O futuro da música depois da morte do CD. São
    Paulo: Momento Editorial, 2009.

Weitere ähnliche Inhalte

Ähnlich wie Música na Internet: Indústria Fonográfica e Cultura de Fãs

A popularização dos meios de produção e difusão da música. Manoel J de Souza ...
A popularização dos meios de produção e difusão da música. Manoel J de Souza ...A popularização dos meios de produção e difusão da música. Manoel J de Souza ...
A popularização dos meios de produção e difusão da música. Manoel J de Souza ...
Manoel Neto
 
A popularização dos meios de produção e difusão da música - Manoel J de Souz...
A popularização dos meios de produção e difusão da música  - Manoel J de Souz...A popularização dos meios de produção e difusão da música  - Manoel J de Souz...
A popularização dos meios de produção e difusão da música - Manoel J de Souz...
Manoel Neto
 
Facebook e o consumo cultural
Facebook e o consumo culturalFacebook e o consumo cultural
Facebook e o consumo cultural
Tiago Nogueira
 
A+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacao
A+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacaoA+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacao
A+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacao
Moisés Costa Pinto
 
O mercado fonográfico na era pós napster
O mercado fonográfico na era pós napsterO mercado fonográfico na era pós napster
O mercado fonográfico na era pós napster
Fernanda Bas
 

Ähnlich wie Música na Internet: Indústria Fonográfica e Cultura de Fãs (20)

Crise no mercado de música? Novos modelos de negócio e canais de distribuição...
Crise no mercado de música? Novos modelos de negócio e canais de distribuição...Crise no mercado de música? Novos modelos de negócio e canais de distribuição...
Crise no mercado de música? Novos modelos de negócio e canais de distribuição...
 
A popularização dos meios de produção e difusão da música. Manoel J de Souza ...
A popularização dos meios de produção e difusão da música. Manoel J de Souza ...A popularização dos meios de produção e difusão da música. Manoel J de Souza ...
A popularização dos meios de produção e difusão da música. Manoel J de Souza ...
 
A popularização dos meios de produção e difusão da música - Manoel J de Souz...
A popularização dos meios de produção e difusão da música  - Manoel J de Souz...A popularização dos meios de produção e difusão da música  - Manoel J de Souz...
A popularização dos meios de produção e difusão da música - Manoel J de Souz...
 
Música na tecnocultura - Vinícius leonel
Música na tecnocultura - Vinícius leonelMúsica na tecnocultura - Vinícius leonel
Música na tecnocultura - Vinícius leonel
 
Mídia Tática
Mídia TáticaMídia Tática
Mídia Tática
 
O consumo de músicas via youtube
O consumo de músicas via youtubeO consumo de músicas via youtube
O consumo de músicas via youtube
 
Seminario Web Radio Podcast Radio Digital
Seminario Web Radio Podcast Radio DigitalSeminario Web Radio Podcast Radio Digital
Seminario Web Radio Podcast Radio Digital
 
Indústria fonográfica: consolidação e reconfiguração
Indústria fonográfica: consolidação e reconfiguraçãoIndústria fonográfica: consolidação e reconfiguração
Indústria fonográfica: consolidação e reconfiguração
 
Ab ciber distribuição e circulação de música nas redes sociais
Ab ciber distribuição e circulação de música nas redes sociaisAb ciber distribuição e circulação de música nas redes sociais
Ab ciber distribuição e circulação de música nas redes sociais
 
Indústria Cultural, Indústria Fonográfica, Tecnologia e Cibercultura
Indústria Cultural, Indústria Fonográfica, Tecnologia e CiberculturaIndústria Cultural, Indústria Fonográfica, Tecnologia e Cibercultura
Indústria Cultural, Indústria Fonográfica, Tecnologia e Cibercultura
 
Disruptura no Mercado Fonografico
Disruptura no Mercado FonograficoDisruptura no Mercado Fonografico
Disruptura no Mercado Fonografico
 
Facebook e o consumo cultural
Facebook e o consumo culturalFacebook e o consumo cultural
Facebook e o consumo cultural
 
Web Colaborativa (2ª parte)
Web Colaborativa (2ª parte)Web Colaborativa (2ª parte)
Web Colaborativa (2ª parte)
 
Marca - branding na era da mídia social
Marca - branding na era da mídia socialMarca - branding na era da mídia social
Marca - branding na era da mídia social
 
Novas Mídias: A tecnologia como plataforma da comunicação digital
Novas Mídias: A tecnologia como plataforma da comunicação digitalNovas Mídias: A tecnologia como plataforma da comunicação digital
Novas Mídias: A tecnologia como plataforma da comunicação digital
 
Copia-me o livro
Copia-me o livroCopia-me o livro
Copia-me o livro
 
A grande Industria Fonografica em xeque - por Marcia Tosta Dias
A grande Industria Fonografica em xeque - por Marcia Tosta DiasA grande Industria Fonografica em xeque - por Marcia Tosta Dias
A grande Industria Fonografica em xeque - por Marcia Tosta Dias
 
A+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacao
A+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacaoA+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacao
A+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacao
 
Mídia tática como conceito operativo nas artes visuais
Mídia tática como conceito operativo nas artes visuaisMídia tática como conceito operativo nas artes visuais
Mídia tática como conceito operativo nas artes visuais
 
O mercado fonográfico na era pós napster
O mercado fonográfico na era pós napsterO mercado fonográfico na era pós napster
O mercado fonográfico na era pós napster
 

Kürzlich hochgeladen

Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
FabianeMartins35
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
AntonioVieira539017
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
HELENO FAVACHO
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
edelon1
 

Kürzlich hochgeladen (20)

LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptxProjeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 

Música na Internet: Indústria Fonográfica e Cultura de Fãs

  • 1. A Música Na Internet indústria fonográfica e cultura de fãs Lucas Waltenberg UFF – Universidade Federal Fluminense 2012
  • 2. 1. O que é a indústria da música? 2. Que desafios ela enfrenta hoje? 3. Como fãs e artistas estão lidando com isso? 4. Casos
  • 3. O que é a indústria da música? Frith (2001): “Como fazer a música gerar dinheiro?” Entender a história da comoditização da música em termos de armazenamento e acesso. Uma história dividida em três partes: 1) Combinação entre notação e impressão Música comercial x música não-comercial Novas hierarquias no “fazer musical” Proteger a propriedade intelectual 2) Tecnologias de gravação que permitem acesso à música a partir de discos e cilindros Música consumida como um bem, não como uma técnica Desenvolvimento de um novo setor industrial A própria gravação como uma fonte de renda 3) Tecnologia digital Novas práticas moldadas pela prática digital Novas possibilidades de composição musical “Desintermediação”
  • 4. O que é a indústria da música? Assim, a indústria fonográfica: - é uma indústria de direitos, pois depende de regulamentações legais do que é a “posse” para fazer o licenciamento; - faz variados usos de trabalhos musicais; - é uma indústria editorial / de publicações, pois, apesar de levar esses trabalhos para o público, ela depende das criações de músicos e compositores; - é uma indústria de talentos, pois depende do gerenciamento efetivo de seu casting através de contratos e do desenvolvimento de um star system e uma indústria de eletrônicos que depende do uso doméstico e público de uma diversidade de equipamentos.
  • 5. Que desafios ela enfrenta hoje? Já nos anos 80: “Home taping is killing music” Qual a especifidade do momento atual? - Desmaterialização da música; - Pirataria; - Compartilhamento em redes p2p; - Quebra do monopólio da distribuição: outros mediadores; - Novos modelos de negócio.
  • 6. Que desafios ela enfrenta hoje? (…) novas mídias e tecnologias muito raramente simplesmente substituem outras. Por um bom tempo, mais e mais usuários irão precisar fazer uma escolha de reprodução e estocagem para mídias, um matrix midiático, com diferentes possibilidades e conotações culturais. O que é mais provável de acontecer é que novas mídias irão permitir novas práticas, que estarão relacionadas com as funcionalidades e práticas desenvolvidas em relação a mídias existentes, as quais, no processo, de alguma maneira serão remodeladas (BØDKER, 2004, p. 14-15).
  • 7. Como fãs e artistas estão lidando com isso? Web 2.0 (O' REILLY, online) A “segunda geração de serviços online” (PRIMO, 2007). Alguns princípios: - Cauda longa (ANDERSON, 2006) - Arquitetura de participação - Conteúdo e informação gerados pelo usuário Redes Sociais As redes sociais são o conjunto de atores e conexões. Sites de redes sociais são plataformas que permitem a criação de uma rede social online, onde os atores são representados pelos perfis (que podem ser institucionais ou pessoais, públicos ou privados) e as conexões são as ligações entre esses perfis. São definidos como “sistemas que permitem i) a construção de uma persona através de um perfil ou página pessoal; ii) a interação através de comentários; e iii) a exposição pública da rede social de cada ator” (RECUERO, 2009).
  • 8. Como fãs e artistas estão lidando com isso? Cultura Participativa (JENKINS, 2006, pp. 135-136) 3 Tendências: - Apropriações sendo feitas com usos de ferramentas que permitem ao usuário anotar, modificar, incluir informações diversas. - Uma ética Do it yourself / Faça você mesmo. - Uma nova organização da economia do entretenimento que viabiliza o surgimento desses tipos de práticas e de um novo consumidor mais ativo e atento.
  • 9. Girl Talk Mash up; samples; direito autoral Filme: RIP! A Remix Manifesto
  • 10. Lady Gaga Aproximação com os fãs em redes sociais; investe em diversas plataformas de exibição
  • 11. “Retorno” de formatos tidos como ultrapassados.
  • 12. Sleeveface (SÁ, 2009) “Retorno” de formatos tidos como ultrapassados.
  • 13. Amanda Palmer Investe na relação com os fãs; crowdfunding
  • 14.
  • 15. A Banda Mais Bonita da Cidade Viral; crowdfunding
  • 16. Móveis Coloniais de Acaju Banda independente; crowdfunding; videoclipe colaborativo
  • 17. “De novo, está ficando difícil definir a música. Ela está se transformando mais em uma experiência e menos um objeto. Sem as gravações como receptáculos de valores claramente delineados, as regras do último século – tanto industriais quanto criativas – não se aplicam mais. Para aqueles que conseguem encontrar uma audiência ou um pagamento fora do sistema tradicional, isso pode significar uma abençoada liberdade dos gatekeepers da indústria da música.” - Damian Kulash Jr., vocalista da banda OK Go em entrevista para o The Wall Street Journal, “The New Rock Star Paradigm”, 17 de dezembro de 2010, acesso online OK Go Vídeos populares; YouTube como importante canal de circulação de música
  • 18. Radiohead Pague o quanto quiser pelo disco
  • 20. Referências Bibliográficas: Contato: ANDERSON, Chris. A cauda longa. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. BØDKER, Henrik. The changing materiality of music. Trøjborgtrykkeriet: Aarhus, 2004. lwaltenberg@gmail.com FRITH, Simon. “The popular music industry”. In: FRITH, Simon; STRAW, Will & STREET, John (org.). The Cambridge facebook.com/luacs companion to pop and rock. New York: Cambridge University Press, 2001. JENKINS, Henry. “Interactive audiences? The 'collective intelligence'”. In: JENKINS, Henry. Fans, bloggers and gamers: exploring participatory culture. New York: New York University Press, 2006. O‘REILLY, Tim. “What is Web 2.0? Design Patterns and Business Models for the Next Generation of Software”. O‘Reilly Publishing, 2005. PRIMO, Alex. O aspecto relacional das interações na Web 2.0. E-Compós. Agosto, 2007. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. SÁ, Simone Pereira de. “O CD morreu? Viva o vinil”. In: PERPETUO, Irineu Franco & SILVEIRA, Sergio Amadeu (orgs.). O futuro da música depois da morte do CD. São Paulo: Momento Editorial, 2009.