SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 24
crise no mercado de música?
novos modelos de negócio e canais de distribuição online: estudos de caso




                                                                       lucas waltenberg
                                                                              ppgcom uff
Year Zero
 Nine Inch Nails

 5º álbum do NIN, lançado em 2007

 Crítica ao governo americano, apresentando uma
 versão distópica do ano 2022.

 Estratégia promocional: Alternate Reality Game

 - Códigos escondidos em camisetas da turnê, pen
 drives escondidos nas casas de show, sites na internet,
 entre outros.

 - Um matrix midiático: vídeos, mp3s, imagens, textos.

 - Envolvimento dos fãs




Fonte: Wikipedia; SÁ & ANDRADE, 2012
O que é a indústria fonográfica?

Frith (2001): “Como fazer a música gerar dinheiro?”
- Propõe entender a história da comoditização da música em termos de armazenamento e acesso.

Uma história dividida em três partes:
 1) Combinação entre notação e impressão
     Música comercial x música não-comercial
     Novas hierarquias no “fazer musical”
     Proteger a propriedade intelectual
 2) Tecnologias de gravação que permitem acesso à música a partir de discos e cilindros
     Música consumida como um bem, não como uma técnica
     Desenvolvimento de um novo setor industrial
     A própria gravação como uma fonte de renda
 3) Tecnologia digital
     Novas possibilidades de composição musical
     “Desintermediação”

Assim, a indústria fonográfica:

- é uma indústria de direitos, pois depende de regulamentações legais do que é a “posse” para fazer o
licenciamento;
- faz variados usos de trabalhos musicais;
- é uma indústria editorial / de publicações, pois, apesar de levar esses trabalhos para o público, ela
depende das criações de músicos e compositores;
- é uma indústria de talentos, pois depende do gerenciamento efetivo de seu casting através de contratos e
do desenvolvimento de um star system e uma indústria de eletrônicos que depende do uso doméstico e
público de uma diversidade de equipamentos.
Alguns dos desafios enfrentados hoje


- Desmaterialização da música;
- Pirataria;
- Compartilhamento em redes p2p;
- Enfraquecimento do monopólio da distribuição: outros mediadores.


Novas possibilidades


- Ênfase no “ao vivo”, ou consumo de experiência (HERSCHMANN, 2010)
- Novos modelos de negócio
- Novos canais de distribuição
- Cultura participativa
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO
                                                                 OK Go

                                                   “Sucesso comercial” definido por outros parâmetros

                                                   Vídeos ajudam a circular e vender música

                                                   Fontes de renda: fãs, licencimento, patrocínio

                                                   Mais liberdade criativa




“De novo, está ficando difícil definir a música.
Ela está se transformando mais em uma
experiência e menos um objeto. Sem as
gravações como receptáculos de valores
claramente delineados, as regras do último
século – tanto industriais quanto criativas –
não se aplicam mais. Para aqueles que
conseguem encontrar uma audiência ou um
pagamento fora do sistema tradicional, isso
pode significar uma abençoada liberdade dos
gatekeepers da indústria da música.”

- Damian Kulash Jr., vocalista da banda
OK Go em entrevista para o The Wall
Street Journal, “The New Rock Star
Paradigm”, 17 de dezembro de 2010,
acesso online
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO
                  “Pague o quanto quiser”
                  Radiohead




“In Rainbows” é o 7º álbum de estúdio do Radiohead

Em outubro de 2007, foi lançado em mp3 pelo modelo
“pague o quanto quiser”

Esse modelo funcionaria para qualquer banda?
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO
                             “Banda-empresa”
                             Móveis Coloniais de Acaju




                   - Autogestão
                   - Ligação com os fãs
                   - Redes sociais
                   - Processo coletivo de criação Envolvimento dos
                   músicos com tarefas logísticas e administrativas
                   - Adesão a formas não-convencionais de
                   distribuição e remuneração.




Fonte: Overmundo
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO
              Crowdfunding




Novas possibilidades para financiamento de projetos.

Grande penetração da música nesse modelo: shows,
festivais, discos. Alguns sites de crowdfunding são
especificamente voltados para projetos musicais.

O artista/produtor explica o projeto e fala de quanto
precisa para “tirá-lo do papel”.

O público investe em cotas e recebe recompensas que
variam de acordo com a doação: downloads, discos,
camisetas, créditos no encarte, shows privados.
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO
Crowdfunding
Amanda Palmer



Amanda Palmer já conseguiu realizar alguns
projetos usando o modelo do “financiamento
coletivo”.

Recentemente, ela pediu U$ 100.000,00 para
produzir seu último disco, livro e turnê e conseguiu
arrecadar pelo Kickstarter U$ 1.192.793,00 para o
projeto.
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO
             Crowdfunding
             A Banda Mais Bonita da Cidade



Após o compartilhamento intenso do vídeo de
“Oração” pela internet, os músicos usaram o
crowdfunding para gravar o primeiro disco.

Ao invés de pedirem financiamento pelo disco como
um todo, cada faixa era um projeto individual.
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO
                                               Crowdfunding
                                               MiniMecenas




A proposta do site, que não é voltado
exclusivamente para o mercado musical, é
transformar os fãs em patrocinadores através
de doações mensais para que os seus artistas
continuem criando e produzindo seu trabalho.
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO
                                                                           Shows e oportunidades
                                                                           Toque No Brasil




    Uma rede de oportunidades que reúne artistas, fãs, produtores e marcas.

    Como numa rede social, artistas criam o seu perfil no site e se inscrevem
    para oportunidades abertas: shows, festivais, anúncios publicitários, jingles
    etc.

    Os produtores criam seus perfis e fazem as ofertas para os artistas,
    fazendo uma curadoria online dos interessados.

    O objetivo é “dinamizar e fortalecer o laço entre os elos da cadeia de valor
    da música, facilitando o encontro entre quem faz música e quem contrata
    músicos e bandas, ou seja, servindo também como ferramenta de
    trabalho.”




Fonte: Site “Toque no Brasil” e “Estrombo”
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
      Mediadores entre produtores e lojas online




Vendem músicas diretamente e fazem
também a mediação entre o
produtor/artista/selo e as lojas digitais,
retendo uma porcentagem sobre venda e
cobrando uma taxa para cadastrar as
músicas nas lojas.

Em alguns casos, o artista decide quanto
quer cobrar pelas faixas, em quais lojas
serão vendidas, em quais países.

Maior liberdade comercial.

Somente vantagens?
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
                                             Redes Sociais
                                             YouTube e Facebook




 Quanto mais canais, maior a esfera de
 circulação da música.

 O público não quer só ouvir a música:
 também quer vê-la e interagir com ela.

 Diversas ferramentas podem ser
 integradas ao Facebook para o que fã
 escute a música e possa compartilhá-la
 para sua rede de amigos.




Fonte: Sites “Estrombo” e “Facebook Music”
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
                                                 Novos mediadores na crítica
                                                 Hype Machine e Shuffler.fm




Na web 2.0, todos podem ser críticos musicais.

Em muitos desses blogs, a própria música pode
ser incorporada às análises: embed do YouTube,
do Soundcloud etc.

Mas como dar conta de todo o material
compartilhado na rede?

Alguns programas, como o Hype Machine e o
Shuffler.fm, filtram e reorganizam o conteúdo
publicado em blogs de música.

Ambos, entre muitos outros, apontam para uma
mudança fundamental no papel da crítica como a
instituição que leva a música para o público.




Fonte: (NERCOLINI & WALTENBERG, 2010)
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
                                                     Aplicativos
                                                     Axial




                                              Distribuição de álbuns da própria banda e
                                              de parceiros.

                                              O aplicativo Bagagem pode ser acessado
                                              pelo navegador ou instalado no
                                              computador.




“Bagagem é um novo formato midiático
para música gratuita que transcende o CD e
o mp3 devolvendo e atualizando o conceito
de encarte visual perdido na rede digital.
Uma iniciativa do Projeto Axial que agrega
músicos, artistas plásticos, rede social
própria e permite a divulgação de trabalhos
e projetos pessoais dos usuários.” - Fonte:
Site Axial
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
                                                           Aplicativos Móveis
                                                           Simian Mobile Disco




Lançaram o disco “Unpatterns” também como aplicativo.

Enquanto escuta as músicas, o usuário escolhe e distorce
padrões geométricos na tela do aparelho.
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
                                                                       Aplicativos Móveis
                                                                       Björk

O projeto “multimídia” de Björk envolve um complexo
aplicativo.

Através do app principal, o usuário acessa cada
música-aplicativo individualmente.

Cada um deles dialoga de formas diferentes com os
temas das canções, articulando jogos, partituras e
análises textuais, entre outros.




                                            “Se você pensar bem e tiver, digamos, mais de 40 anos, como eu, o conceito de
                                            imersão na música remonta a um ao bastante simples, que acontecia quando
                                            pegávamos um disco de vinil e o escutávamos, olhando para o encarta e lendo
                                            as letras, completamente esquecidos do mundo enquanto nos apaixonávamos
                                            pela música (…). Os formatos digitais nos tiraram um pouco dessa capacidade.
                                            Graças a eles, ouvimos músicas em movimento, enquanto escovamos os dentes
                                            ou tomamos banho. Não que isso seja de todo ruim, mas é como se
                                            mantivéssemos um relacionamento amoroso superficial com a música. 'Biophilia'
                                            é uma experiência em torno daquele conceito de que falei inicialmente, de nos
                                            fazer parar e ouvir a música com profunda atenção. A diferença é que agora o
                                            encarte, as fotos, as imagens, tudo está em movimento, tudo tem vida.” - Scott
                                            Snibbe, em entrevista para o Jornal O Globo
CULTURA PARTICIPATIVA


3 Tendências (JENKINS, 2006, pp. 135-136):


- Apropriações sendo feitas com usos de ferramentas que permitem ao usuário anotar,
modificar, incluir informações diversas.
- Uma ética Do it yourself / Faça você mesmo.
- Uma nova organização da economia do entretenimento que viabiliza o surgimento desses
tipos de práticas e de um novo consumidor mais ativo e atento.




Na prática:


- Incorporação do público às esferas da distribuição e da produção


- Crowdsourcing: “um modelo de produção que utiliza a inteligência e os conhecimentos
coletivos e voluntários espalhados pela internet para resolver problemas, criar conteúdo e
soluções ou desenvolver novas tecnologias como também para gerar fluxo de informação”
(WIKIPEDIA-PT).
CULTURA PARTICIPATIVA
Crowdsourcing: Instagram
Moby

 O álbum “Destroyed” pode ser escutado no site
 http://destroyed.moby.com, uma plataforma interativa
 em parceria com o Instagram, o Polymaps e o
 Soundcloud.

 Os pontos brancos são fotos feitas pelo próprio artista
 nesses locais. Os pretos, são fotos dos usuários no
 Instagram, captadas através da hashtag #destroyed.
CULTURA PARTICIPATIVA
Crowdsourcing: Instagram
The Vaccines


 The Vaccines lançou o vídeo da música
 “Wetsuit” usando como material as fotos
 enviadas pelos usuários no Instagram.

 A proposta foi que os fãs compartilhassem no
 aplicativo imagens feitas em festivais de
 música usando a hashtag #vaccinesvideo.

 As imagens estão hospedadas no site
 http://vaccinesvideo.com/.
CULTURA PARTICIPATIVA
         Crowdsourcing: Instagram
         Móveis Coloniais de Acaju


Também lançaram um vídeo usando imagens
do Instagram.

Cada uma das hashtags ao lado indicam uma
referência à letra da música “Vejo em teu
olhar”.

Todas as fotos ficaram hospedadas no site
http://instamoveis.com.br/.
CULTURA PARTICIPATIVA
Crowdsourcing
Imogen Heap




Criação coletiva do 4º álbum.

O público é convidado periodicamente a enviar sons,
palavras, imagens e demais conteúdos para compor as
faixas e videoclipes do disco, ainda sem título.

Uso de hashtags #heapsong.

Registro em vídeo do processo criativo.
Fontes consultadas
ANDRADE, Luiz Adolfo & SÁ, Simone Pereira de. “This Is Not A Song. Games,
computação ubíqua e novos canais para circulação musical” In: ANDRADE, L.A.;
FALCÃO, T. (Org.). Realidade Sintética: jogos eletrônicos, comunicação e experiência
social no início do século XXI. Realidade Sintética: jogos eletrônicos, comunicação e
experiência social no início do século XXI. São Paulo: Scortecci, 2012

FRITH, Simon. “The popular music industry”. In: FRITH, Simon; STRAW, Will &
STREET, John (org.). The Cambridge companion to pop and rock. New York:
Cambridge University Press, 2001.

HERSCHMANN, Micael. Indústria da música em transição. São Paulo: Estação das
Letras e Cores, 2010.

JENKINS, Henry. “Interactive audiences? The 'collective intelligence'”. In: JENKINS,
Henry. Fans, bloggers and gamers: exploring participatory culture. New York: New York
University Press, 2006.

NERCOLINI, Marildo & WALTENBERG, Lucas. “Novos mediadores na crítica musical”.
In: SÁ, Simone Pereira de (org.). Rumos da cultura da música. Porto Alegre: Sulina,
2010.

Sites:
Estrombo. - http://www.estrombo.com.br/

Overmundo. Móveis planejados de acaju.
http://www.overmundo.com.br/overblog/moveis-planejados-de-acaju

Wired. The álbum is dead. Long live the app.                                            Contato:
http://www.wired.com/business/2009/08/the-album-is-dead-long-live-the-app/
                                                                                        lwaltenberg@gmail.com
The WSJ. The new rock-star paradigm.                                                    facebook.com/luacs
http://online.wsj.com/article/SB10001424052748703727804576017592259031536.html

Wikipedia.

Weitere ähnliche Inhalte

Andere mochten auch

Música 2.0 - A Música na Era Digital
Música 2.0 - A Música na Era DigitalMúsica 2.0 - A Música na Era Digital
Música 2.0 - A Música na Era DigitalWebCarioca
 
O futuro da persuasão móvel: um estudo sobre aplicativos de condicionamento f...
O futuro da persuasão móvel: um estudo sobre aplicativos de condicionamento f...O futuro da persuasão móvel: um estudo sobre aplicativos de condicionamento f...
O futuro da persuasão móvel: um estudo sobre aplicativos de condicionamento f...Eduardo Insaurriaga
 
Marketing digital para bandas
Marketing digital para bandasMarketing digital para bandas
Marketing digital para bandasHiram Damin
 
3 noções de mercado, lucro e resultado
3 noções de mercado, lucro e resultado3 noções de mercado, lucro e resultado
3 noções de mercado, lucro e resultadoRapport Assessoria
 
O marketing da Música
O marketing da MúsicaO marketing da Música
O marketing da MúsicaFilipe Marques
 
10 Truques infalíveis para conquistar fãs e seguidores sem gastar-nada
10 Truques infalíveis para conquistar fãs e seguidores sem gastar-nada10 Truques infalíveis para conquistar fãs e seguidores sem gastar-nada
10 Truques infalíveis para conquistar fãs e seguidores sem gastar-nadaJuliana Sabino
 
Divulgação Culturais - O caminho das pedras | Bia Morais
Divulgação Culturais - O caminho das pedras | Bia MoraisDivulgação Culturais - O caminho das pedras | Bia Morais
Divulgação Culturais - O caminho das pedras | Bia MoraisMais Por Arte
 
Panorama do mercado para o setor de música
Panorama do mercado para o setor de músicaPanorama do mercado para o setor de música
Panorama do mercado para o setor de músicacictec
 

Andere mochten auch (9)

Música 2.0 - A Música na Era Digital
Música 2.0 - A Música na Era DigitalMúsica 2.0 - A Música na Era Digital
Música 2.0 - A Música na Era Digital
 
O futuro da persuasão móvel: um estudo sobre aplicativos de condicionamento f...
O futuro da persuasão móvel: um estudo sobre aplicativos de condicionamento f...O futuro da persuasão móvel: um estudo sobre aplicativos de condicionamento f...
O futuro da persuasão móvel: um estudo sobre aplicativos de condicionamento f...
 
ESPM Marketing Digital (Pós-Graduação)
ESPM Marketing Digital (Pós-Graduação)ESPM Marketing Digital (Pós-Graduação)
ESPM Marketing Digital (Pós-Graduação)
 
Marketing digital para bandas
Marketing digital para bandasMarketing digital para bandas
Marketing digital para bandas
 
3 noções de mercado, lucro e resultado
3 noções de mercado, lucro e resultado3 noções de mercado, lucro e resultado
3 noções de mercado, lucro e resultado
 
O marketing da Música
O marketing da MúsicaO marketing da Música
O marketing da Música
 
10 Truques infalíveis para conquistar fãs e seguidores sem gastar-nada
10 Truques infalíveis para conquistar fãs e seguidores sem gastar-nada10 Truques infalíveis para conquistar fãs e seguidores sem gastar-nada
10 Truques infalíveis para conquistar fãs e seguidores sem gastar-nada
 
Divulgação Culturais - O caminho das pedras | Bia Morais
Divulgação Culturais - O caminho das pedras | Bia MoraisDivulgação Culturais - O caminho das pedras | Bia Morais
Divulgação Culturais - O caminho das pedras | Bia Morais
 
Panorama do mercado para o setor de música
Panorama do mercado para o setor de músicaPanorama do mercado para o setor de música
Panorama do mercado para o setor de música
 

Ähnlich wie Crise no mercado de música? Novos modelos de negócio e canais de distribuição online: estudos de caso

Música na Internet: Indústria Fonográfica e Cultura de Fãs
Música na Internet: Indústria Fonográfica e Cultura de FãsMúsica na Internet: Indústria Fonográfica e Cultura de Fãs
Música na Internet: Indústria Fonográfica e Cultura de FãsLucas Waltenberg
 
Porque musica faz a diferença
Porque musica faz a diferençaPorque musica faz a diferença
Porque musica faz a diferençadafrike
 
Monografia - Luciane Lazzaris
Monografia - Luciane LazzarisMonografia - Luciane Lazzaris
Monografia - Luciane Lazzarisllazzaris
 
Indústria fonográfica: consolidação e reconfiguração
Indústria fonográfica: consolidação e reconfiguraçãoIndústria fonográfica: consolidação e reconfiguração
Indústria fonográfica: consolidação e reconfiguraçãoLucas Waltenberg
 
Seminario Web Radio Podcast Radio Digital
Seminario Web Radio Podcast Radio DigitalSeminario Web Radio Podcast Radio Digital
Seminario Web Radio Podcast Radio Digitaldiversita
 
Spotify CultureNext Report - BRAZIL
Spotify CultureNext Report - BRAZILSpotify CultureNext Report - BRAZIL
Spotify CultureNext Report - BRAZILFernandoBadSansero
 
101 case de produto de consumo club social rir
101 case de produto de consumo club social rir101 case de produto de consumo club social rir
101 case de produto de consumo club social riralynecunha10
 
Copia-me o livro
Copia-me o livroCopia-me o livro
Copia-me o livroCopia-me
 
Estratégias para fidelização de clientes em serviços de streaming de música o...
Estratégias para fidelização de clientes em serviços de streaming de música o...Estratégias para fidelização de clientes em serviços de streaming de música o...
Estratégias para fidelização de clientes em serviços de streaming de música o...Diana Fournier
 
Marketing musical distrib musical - caipira music group
Marketing musical   distrib musical - caipira music groupMarketing musical   distrib musical - caipira music group
Marketing musical distrib musical - caipira music groupCaipira Music
 
Exemplos de Slides de Aula - ESPM (2012)
Exemplos de Slides de Aula - ESPM (2012)Exemplos de Slides de Aula - ESPM (2012)
Exemplos de Slides de Aula - ESPM (2012)Alexandre Mutran
 
A grande Industria Fonografica em xeque - por Marcia Tosta Dias
A grande Industria Fonografica em xeque - por Marcia Tosta DiasA grande Industria Fonografica em xeque - por Marcia Tosta Dias
A grande Industria Fonografica em xeque - por Marcia Tosta DiasDani Ribas
 

Ähnlich wie Crise no mercado de música? Novos modelos de negócio e canais de distribuição online: estudos de caso (20)

Música na Internet: Indústria Fonográfica e Cultura de Fãs
Música na Internet: Indústria Fonográfica e Cultura de FãsMúsica na Internet: Indústria Fonográfica e Cultura de Fãs
Música na Internet: Indústria Fonográfica e Cultura de Fãs
 
Porque musica faz a diferença
Porque musica faz a diferençaPorque musica faz a diferença
Porque musica faz a diferença
 
Monografia - Luciane Lazzaris
Monografia - Luciane LazzarisMonografia - Luciane Lazzaris
Monografia - Luciane Lazzaris
 
Indústria fonográfica: consolidação e reconfiguração
Indústria fonográfica: consolidação e reconfiguraçãoIndústria fonográfica: consolidação e reconfiguração
Indústria fonográfica: consolidação e reconfiguração
 
Seminario Web Radio Podcast Radio Digital
Seminario Web Radio Podcast Radio DigitalSeminario Web Radio Podcast Radio Digital
Seminario Web Radio Podcast Radio Digital
 
Spotify CultureNext Report - BRAZIL
Spotify CultureNext Report - BRAZILSpotify CultureNext Report - BRAZIL
Spotify CultureNext Report - BRAZIL
 
101 case de produto de consumo club social rir
101 case de produto de consumo club social rir101 case de produto de consumo club social rir
101 case de produto de consumo club social rir
 
Copia-me o livro
Copia-me o livroCopia-me o livro
Copia-me o livro
 
boo-box abaixo de zero_Agência FNazca
boo-box abaixo de zero_Agência FNazcaboo-box abaixo de zero_Agência FNazca
boo-box abaixo de zero_Agência FNazca
 
Marca - branding na era da mídia social
Marca - branding na era da mídia socialMarca - branding na era da mídia social
Marca - branding na era da mídia social
 
Culturalivre e o novo mercado
Culturalivre e o novo mercado Culturalivre e o novo mercado
Culturalivre e o novo mercado
 
Semead thiago thot de carvalho economia
Semead thiago thot de carvalho economiaSemead thiago thot de carvalho economia
Semead thiago thot de carvalho economia
 
Estratégias para fidelização de clientes em serviços de streaming de música o...
Estratégias para fidelização de clientes em serviços de streaming de música o...Estratégias para fidelização de clientes em serviços de streaming de música o...
Estratégias para fidelização de clientes em serviços de streaming de música o...
 
Marketing musical distrib musical - caipira music group
Marketing musical   distrib musical - caipira music groupMarketing musical   distrib musical - caipira music group
Marketing musical distrib musical - caipira music group
 
Simulado de banca
Simulado de bancaSimulado de banca
Simulado de banca
 
Exemplos de Slides de Aula - ESPM (2012)
Exemplos de Slides de Aula - ESPM (2012)Exemplos de Slides de Aula - ESPM (2012)
Exemplos de Slides de Aula - ESPM (2012)
 
Simulado de banca
Simulado de bancaSimulado de banca
Simulado de banca
 
A grande Industria Fonografica em xeque - por Marcia Tosta Dias
A grande Industria Fonografica em xeque - por Marcia Tosta DiasA grande Industria Fonografica em xeque - por Marcia Tosta Dias
A grande Industria Fonografica em xeque - por Marcia Tosta Dias
 
311 - TMNR
311 - TMNR311 - TMNR
311 - TMNR
 
MonografiaAlterado
MonografiaAlteradoMonografiaAlterado
MonografiaAlterado
 

Crise no mercado de música? Novos modelos de negócio e canais de distribuição online: estudos de caso

  • 1. crise no mercado de música? novos modelos de negócio e canais de distribuição online: estudos de caso lucas waltenberg ppgcom uff
  • 2. Year Zero Nine Inch Nails 5º álbum do NIN, lançado em 2007 Crítica ao governo americano, apresentando uma versão distópica do ano 2022. Estratégia promocional: Alternate Reality Game - Códigos escondidos em camisetas da turnê, pen drives escondidos nas casas de show, sites na internet, entre outros. - Um matrix midiático: vídeos, mp3s, imagens, textos. - Envolvimento dos fãs Fonte: Wikipedia; SÁ & ANDRADE, 2012
  • 3. O que é a indústria fonográfica? Frith (2001): “Como fazer a música gerar dinheiro?” - Propõe entender a história da comoditização da música em termos de armazenamento e acesso. Uma história dividida em três partes: 1) Combinação entre notação e impressão Música comercial x música não-comercial Novas hierarquias no “fazer musical” Proteger a propriedade intelectual 2) Tecnologias de gravação que permitem acesso à música a partir de discos e cilindros Música consumida como um bem, não como uma técnica Desenvolvimento de um novo setor industrial A própria gravação como uma fonte de renda 3) Tecnologia digital Novas possibilidades de composição musical “Desintermediação” Assim, a indústria fonográfica: - é uma indústria de direitos, pois depende de regulamentações legais do que é a “posse” para fazer o licenciamento; - faz variados usos de trabalhos musicais; - é uma indústria editorial / de publicações, pois, apesar de levar esses trabalhos para o público, ela depende das criações de músicos e compositores; - é uma indústria de talentos, pois depende do gerenciamento efetivo de seu casting através de contratos e do desenvolvimento de um star system e uma indústria de eletrônicos que depende do uso doméstico e público de uma diversidade de equipamentos.
  • 4. Alguns dos desafios enfrentados hoje - Desmaterialização da música; - Pirataria; - Compartilhamento em redes p2p; - Enfraquecimento do monopólio da distribuição: outros mediadores. Novas possibilidades - Ênfase no “ao vivo”, ou consumo de experiência (HERSCHMANN, 2010) - Novos modelos de negócio - Novos canais de distribuição - Cultura participativa
  • 5. NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO OK Go “Sucesso comercial” definido por outros parâmetros Vídeos ajudam a circular e vender música Fontes de renda: fãs, licencimento, patrocínio Mais liberdade criativa “De novo, está ficando difícil definir a música. Ela está se transformando mais em uma experiência e menos um objeto. Sem as gravações como receptáculos de valores claramente delineados, as regras do último século – tanto industriais quanto criativas – não se aplicam mais. Para aqueles que conseguem encontrar uma audiência ou um pagamento fora do sistema tradicional, isso pode significar uma abençoada liberdade dos gatekeepers da indústria da música.” - Damian Kulash Jr., vocalista da banda OK Go em entrevista para o The Wall Street Journal, “The New Rock Star Paradigm”, 17 de dezembro de 2010, acesso online
  • 6. NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO “Pague o quanto quiser” Radiohead “In Rainbows” é o 7º álbum de estúdio do Radiohead Em outubro de 2007, foi lançado em mp3 pelo modelo “pague o quanto quiser” Esse modelo funcionaria para qualquer banda?
  • 7. NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO “Banda-empresa” Móveis Coloniais de Acaju - Autogestão - Ligação com os fãs - Redes sociais - Processo coletivo de criação Envolvimento dos músicos com tarefas logísticas e administrativas - Adesão a formas não-convencionais de distribuição e remuneração. Fonte: Overmundo
  • 8. NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO Crowdfunding Novas possibilidades para financiamento de projetos. Grande penetração da música nesse modelo: shows, festivais, discos. Alguns sites de crowdfunding são especificamente voltados para projetos musicais. O artista/produtor explica o projeto e fala de quanto precisa para “tirá-lo do papel”. O público investe em cotas e recebe recompensas que variam de acordo com a doação: downloads, discos, camisetas, créditos no encarte, shows privados.
  • 9. NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO Crowdfunding Amanda Palmer Amanda Palmer já conseguiu realizar alguns projetos usando o modelo do “financiamento coletivo”. Recentemente, ela pediu U$ 100.000,00 para produzir seu último disco, livro e turnê e conseguiu arrecadar pelo Kickstarter U$ 1.192.793,00 para o projeto.
  • 10. NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO Crowdfunding A Banda Mais Bonita da Cidade Após o compartilhamento intenso do vídeo de “Oração” pela internet, os músicos usaram o crowdfunding para gravar o primeiro disco. Ao invés de pedirem financiamento pelo disco como um todo, cada faixa era um projeto individual.
  • 11. NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO Crowdfunding MiniMecenas A proposta do site, que não é voltado exclusivamente para o mercado musical, é transformar os fãs em patrocinadores através de doações mensais para que os seus artistas continuem criando e produzindo seu trabalho.
  • 12. NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO Shows e oportunidades Toque No Brasil Uma rede de oportunidades que reúne artistas, fãs, produtores e marcas. Como numa rede social, artistas criam o seu perfil no site e se inscrevem para oportunidades abertas: shows, festivais, anúncios publicitários, jingles etc. Os produtores criam seus perfis e fazem as ofertas para os artistas, fazendo uma curadoria online dos interessados. O objetivo é “dinamizar e fortalecer o laço entre os elos da cadeia de valor da música, facilitando o encontro entre quem faz música e quem contrata músicos e bandas, ou seja, servindo também como ferramenta de trabalho.” Fonte: Site “Toque no Brasil” e “Estrombo”
  • 13. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Mediadores entre produtores e lojas online Vendem músicas diretamente e fazem também a mediação entre o produtor/artista/selo e as lojas digitais, retendo uma porcentagem sobre venda e cobrando uma taxa para cadastrar as músicas nas lojas. Em alguns casos, o artista decide quanto quer cobrar pelas faixas, em quais lojas serão vendidas, em quais países. Maior liberdade comercial. Somente vantagens?
  • 14. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Redes Sociais YouTube e Facebook Quanto mais canais, maior a esfera de circulação da música. O público não quer só ouvir a música: também quer vê-la e interagir com ela. Diversas ferramentas podem ser integradas ao Facebook para o que fã escute a música e possa compartilhá-la para sua rede de amigos. Fonte: Sites “Estrombo” e “Facebook Music”
  • 15. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Novos mediadores na crítica Hype Machine e Shuffler.fm Na web 2.0, todos podem ser críticos musicais. Em muitos desses blogs, a própria música pode ser incorporada às análises: embed do YouTube, do Soundcloud etc. Mas como dar conta de todo o material compartilhado na rede? Alguns programas, como o Hype Machine e o Shuffler.fm, filtram e reorganizam o conteúdo publicado em blogs de música. Ambos, entre muitos outros, apontam para uma mudança fundamental no papel da crítica como a instituição que leva a música para o público. Fonte: (NERCOLINI & WALTENBERG, 2010)
  • 16. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Aplicativos Axial Distribuição de álbuns da própria banda e de parceiros. O aplicativo Bagagem pode ser acessado pelo navegador ou instalado no computador. “Bagagem é um novo formato midiático para música gratuita que transcende o CD e o mp3 devolvendo e atualizando o conceito de encarte visual perdido na rede digital. Uma iniciativa do Projeto Axial que agrega músicos, artistas plásticos, rede social própria e permite a divulgação de trabalhos e projetos pessoais dos usuários.” - Fonte: Site Axial
  • 17. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Aplicativos Móveis Simian Mobile Disco Lançaram o disco “Unpatterns” também como aplicativo. Enquanto escuta as músicas, o usuário escolhe e distorce padrões geométricos na tela do aparelho.
  • 18. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Aplicativos Móveis Björk O projeto “multimídia” de Björk envolve um complexo aplicativo. Através do app principal, o usuário acessa cada música-aplicativo individualmente. Cada um deles dialoga de formas diferentes com os temas das canções, articulando jogos, partituras e análises textuais, entre outros. “Se você pensar bem e tiver, digamos, mais de 40 anos, como eu, o conceito de imersão na música remonta a um ao bastante simples, que acontecia quando pegávamos um disco de vinil e o escutávamos, olhando para o encarta e lendo as letras, completamente esquecidos do mundo enquanto nos apaixonávamos pela música (…). Os formatos digitais nos tiraram um pouco dessa capacidade. Graças a eles, ouvimos músicas em movimento, enquanto escovamos os dentes ou tomamos banho. Não que isso seja de todo ruim, mas é como se mantivéssemos um relacionamento amoroso superficial com a música. 'Biophilia' é uma experiência em torno daquele conceito de que falei inicialmente, de nos fazer parar e ouvir a música com profunda atenção. A diferença é que agora o encarte, as fotos, as imagens, tudo está em movimento, tudo tem vida.” - Scott Snibbe, em entrevista para o Jornal O Globo
  • 19. CULTURA PARTICIPATIVA 3 Tendências (JENKINS, 2006, pp. 135-136): - Apropriações sendo feitas com usos de ferramentas que permitem ao usuário anotar, modificar, incluir informações diversas. - Uma ética Do it yourself / Faça você mesmo. - Uma nova organização da economia do entretenimento que viabiliza o surgimento desses tipos de práticas e de um novo consumidor mais ativo e atento. Na prática: - Incorporação do público às esferas da distribuição e da produção - Crowdsourcing: “um modelo de produção que utiliza a inteligência e os conhecimentos coletivos e voluntários espalhados pela internet para resolver problemas, criar conteúdo e soluções ou desenvolver novas tecnologias como também para gerar fluxo de informação” (WIKIPEDIA-PT).
  • 20. CULTURA PARTICIPATIVA Crowdsourcing: Instagram Moby O álbum “Destroyed” pode ser escutado no site http://destroyed.moby.com, uma plataforma interativa em parceria com o Instagram, o Polymaps e o Soundcloud. Os pontos brancos são fotos feitas pelo próprio artista nesses locais. Os pretos, são fotos dos usuários no Instagram, captadas através da hashtag #destroyed.
  • 21. CULTURA PARTICIPATIVA Crowdsourcing: Instagram The Vaccines The Vaccines lançou o vídeo da música “Wetsuit” usando como material as fotos enviadas pelos usuários no Instagram. A proposta foi que os fãs compartilhassem no aplicativo imagens feitas em festivais de música usando a hashtag #vaccinesvideo. As imagens estão hospedadas no site http://vaccinesvideo.com/.
  • 22. CULTURA PARTICIPATIVA Crowdsourcing: Instagram Móveis Coloniais de Acaju Também lançaram um vídeo usando imagens do Instagram. Cada uma das hashtags ao lado indicam uma referência à letra da música “Vejo em teu olhar”. Todas as fotos ficaram hospedadas no site http://instamoveis.com.br/.
  • 23. CULTURA PARTICIPATIVA Crowdsourcing Imogen Heap Criação coletiva do 4º álbum. O público é convidado periodicamente a enviar sons, palavras, imagens e demais conteúdos para compor as faixas e videoclipes do disco, ainda sem título. Uso de hashtags #heapsong. Registro em vídeo do processo criativo.
  • 24. Fontes consultadas ANDRADE, Luiz Adolfo & SÁ, Simone Pereira de. “This Is Not A Song. Games, computação ubíqua e novos canais para circulação musical” In: ANDRADE, L.A.; FALCÃO, T. (Org.). Realidade Sintética: jogos eletrônicos, comunicação e experiência social no início do século XXI. Realidade Sintética: jogos eletrônicos, comunicação e experiência social no início do século XXI. São Paulo: Scortecci, 2012 FRITH, Simon. “The popular music industry”. In: FRITH, Simon; STRAW, Will & STREET, John (org.). The Cambridge companion to pop and rock. New York: Cambridge University Press, 2001. HERSCHMANN, Micael. Indústria da música em transição. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2010. JENKINS, Henry. “Interactive audiences? The 'collective intelligence'”. In: JENKINS, Henry. Fans, bloggers and gamers: exploring participatory culture. New York: New York University Press, 2006. NERCOLINI, Marildo & WALTENBERG, Lucas. “Novos mediadores na crítica musical”. In: SÁ, Simone Pereira de (org.). Rumos da cultura da música. Porto Alegre: Sulina, 2010. Sites: Estrombo. - http://www.estrombo.com.br/ Overmundo. Móveis planejados de acaju. http://www.overmundo.com.br/overblog/moveis-planejados-de-acaju Wired. The álbum is dead. Long live the app. Contato: http://www.wired.com/business/2009/08/the-album-is-dead-long-live-the-app/ lwaltenberg@gmail.com The WSJ. The new rock-star paradigm. facebook.com/luacs http://online.wsj.com/article/SB10001424052748703727804576017592259031536.html Wikipedia.