Os dois oradores discutiram os desafios da democracia em construir uma sociedade mais diversa e igualitária. Lilian Celiberti destacou a importância do conflito e da imaginação para conquistar novos direitos, enquanto Boaventura de Sousa Santos argumentou que a democracia precisa reconhecer as diferenças e lutar pelos direitos dos grupos marginalizados.
2. Destaques da fala de
Lilian Celiberti
- Na época da ditadura a democracia era o horizonte imediato
-Hoje estamos em uma situação diferente, a esquerda perseguida pelos militares hoje é
governo
-Como queremos construir o futuro?
-A democracia existe à medida que há atores. Valorizar o conflito na conquista de novos
direitos. Pessoas colocam os direitos em debate.
-A imaginação também foi colonizada. Não sabemos imaginar uma sociedade diferente
-Uma sociedade que cuida vive o cuidado no campo doméstico e na sociedade -
redistribuição do trabalho na esfera doméstica entre homens e mulheres. Repensar o
cuidado – não é só da mulher
-Cuidado nas relações políticas – relações políticas mais fraternas
-O desafio para a democracia é construir a diversidade de pluralidade no político
- Radicalizar o pensamento democrático - dar vós a sujeitos que desafiam a democracia
-Desafio dos movimentos populares é recuperar o saber de cada movimento que busca
a transformação do pensamento ocidental – a luta contra o machismo, o patriarcado,
o racismo...
-Buscar ações de Estado e de Governo – este é o desafio da democracia
4. Destaques da fala de Boaventura de
Sousa Santos
-Todos somos democratas e amigos dos direitos humanos. O que entendemos por direitos humanos?
-Na Europa a democracia está suspensa, tutelada por agências internacionais. Direitos estão sendo
liquidados - a democracia para ser destruída não precisa de ditadura
-Decidimos cada vez mais sobre coisas menos importantes
-Os indígenas Guarani Kaiowá... em nome do progresso – a democracia convive com o fascismo
social
-O fascismo social- está na sociedade através do direito dos mais fortes sobre os mais fracos
-Direitos humanos – a --maioria é objeto do discurso dos direitos humanos- -não podemos criticar
apenas, temos que lutar por eles
-Por que há tanto sofrimento humano que não conta como violação de direitos humanos? (por
exemplo a invasão do Iraque)
--A democracia não é de fato - são processos de democracia
-O socialismo é democracia sem fim
-A democracia deve ser intercultural
-Os índios bolivianos definem três tipos de democracia: participativa, representativa e comunitária
Igualdade: reconhecimento da diferença. Esta luta é fundamental!!!
5. -O Brasil quer se ver mais inclusivo e mais diverso
-A democracia racial é uma aspiração
--Precisamos lutar pelo direito à saúde coletiva e pelo direito à
autodeterminação dos povos
-Um terço da nossa comida está contaminada com agrotóxicos –
destruindo a saúde - direito ao desenvolvimento x direito à saúde
-Via campesina merece nosso apoio. Lado preocupante do Brasil –
não esquecer as populações que sofrem
-A luta contra-hegemônica pelos direitos humanos e democracia
pensar outra sociedade lutar contra a razão indolente
- A democracia funciona com ideia de quantidade –devemos pensar
na democracia dos que foram feitos minorias (indígenas e negros)
– quanto menos são, mais representativos pois foram feitos
minorias
-Nós todos – lutadores pelas mulheres, pelos direitos humanos,
moradia,(terra, indígenas, negros, LGBT...) a ameaça à dignidade
ataca em geral e se tentarmos escolher, um dia não teremos pelo
que lutar.
8. "Temos o direito de ser iguais quando a
nossa diferença nos inferioriza; e
temos o direito de ser diferentes
quando a nossa igualdade nos
descaracteriza. Daí a necessidade de
uma igualdade que reconheça as
diferenças e de uma diferença que
não produza, alimente ou reproduza
as desigualdades."
Boaventura de Sousa Santos