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Liga Acadêmica de Pediatria Medicina Unicid
Naína Arroyo Machado
Amamentar é muito mais
do que nutrir a criança. É
um processo que envolve
interação entre mãe e
filho, com repercussões no
estado nutricional da
criança, em sua habilidade
de se defender de
infecções, em sua fisiologia
e no seu desenvolvimento
cognitivo e emocional,
além de ter implicações na
saúde física e psíquica da
mãe.
 Aleitamento materno exclusivo
 Aleitamento materno predominante
 Aleitamento materno
 Aleitamento materno complementado
 Aleitamento materno misto ou parcial
 Leite materno exclusivo até os seis meses de
idade
 Leite materno complementado até os dois
anos de idade ou mais
 Maior número de episódios de diarréia;
 Maior número de hospitalizações por doença
respiratória;
 Menor duração do aleitamento materno.
 Menor absorção de nutrientes importantes do
leite materno, como o ferro e o zinco;
 Menor eficácia da lactação como método
anticoncepcional;
 Risco de desnutrição se os alimentos
introduzidos forem nutricionalmente inferiores ao
leite materno, como, por exemplo, quando os
alimentos são muito diluídos;
 O leite materno tem composição
espécie-especícifa assegurando
um ótimo padrão de crescimento.
 Evita mortes infantis: devido aos
fatores do leite materno que
evitam infecções.
 Evita diarréia. Essa proteção
diminui quando amamentação
deixa de ser exclusiva(como
oferecer água e chás)
 Evita infecção respiratória
 Diminui riscos de alergias: como a
alergia à proteína do leite de vaca,
de dermatite atópica e outras
incluindo asma e sibilos recorrentes
 Diminui o risco de hipertensão,
colesterol alto e diabetes: tanto no
amamentado como na
mãe(melhora a homeostase da
glicose na mulher)
 Reduz chances de obesidade: pois
há melhor desenvolvimento da
auto-regulação de ingestão de
alimentos e a composição única do
leite materno participa no processo
de “programação metabólica”,
alterado pelo leite de vaca.
 Efeitos positivos na inteligência:
Alguns defendem a presença de
substâncias no leite materno que
otimizam o desenvolvimento
cerebral; outros acreditam que
fatores comportamentais ligados
ao ato de amamentar e à
escolha do modo como
alimentar a criança são os
responsáveis.
 Desenvolvimento da cavidade
bucal: propiciando uma melhor
conformação do palato duro, o
que é fundamental para o
alinhamento correto dos dentes e
uma boa oclusão dentária.
 Proteção contra câncer de mama: Pois
aumentando hormônio ocitocina na mulher,
diminui o estrogênio e progesterona.
 Método anticoncepcional: evita gravidez na
mulher que amamenta pelos mesmos
motivos do item acima
 Menores custos financeiros
 Vinculo afetivo entre mãe e filho: é um meio
de comunicação que traz benefícios
psicológicos para ambos.
 Nos primeiros dias, o leite materno é
chamado colostro: contém mais proteínas e
menos gorduras do que o leite maduro
 O leite de mães de recém-nascidos
prematuros é diferente do de mães de bebês
a termo, como mostrado na tabela a seguir
 O leite de vaca possui proteínas diferentes
das do leite materno. A principal proteína do
leite materno é a lactoalbumina e a do leite
de vaca é a caseína, de difícil digestão para
a espécie humana.
Composição do colostro e do leite
materno maduro de mães de
crianças a termo e pré-termo e do leite de
vaca
 A concentração de gordura no leite aumenta
no decorrer de uma mamada. Assim, o leite do
final da mamada (chamado leite posterior) é
mais rico em calorias e sacia melhor a criança,
daí a importância de a criança esvaziar bem a
mama.
 O leite humano possui numerosos fatores
imunológicos que protegem a criança contra
infecções: como IgA, principal anticorpo, IgM,
IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T,
lactoferrina, lisosima e fator bífido(favorece o
crescimento do Lactobacilus bifidus, uma
bactéria não patogênica que acidifica as fezes,
dificultando a instalação de bactérias que
causam diarreia, tais como Shigella, Salmonella
e Escherichia coli.
 Ambiente adequado
 A retirada do leite pelo bebe é feita pela
língua, graças a um movimento peristáltico
rítmico da ponta da língua para trás, que
comprime suavemente o mamilo.
 Posição confortavelmente apoiada, sem
curvar para tras ou para frente
 Apesar de a sucção do bebê ser um ato
reflexo, ele precisa aprender a retirar o leite
do peito de forma eficiente, que requer
uma abertura ampla da boca,
abocanhando não apenas o mamilo, mas
também parte da aréola(lacre entre boca
e mama que forma o vácuo, indispensável
para que o mamilo e a aréola se
mantenham dentro da boca do bebê)
Além de dificultar a retirada do
leite, a má pega machuca os
mamilos. Quando o
bebê tem uma boa pega, o
mamilo fica em uma posição
dentro da boca da criança que
o protege da fricção e
compressão, prevenindo, assim,
lesões mamilares.
A OMS destaca 4 pontos-chave para o
posicionamento e pega adequados:
Pontos-chave do posicionamento adequado
1. Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na
altura do mamilo;
2. Corpo do bebê próximo ao da mãe;
3. Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não
torcido);
4. Bebê bem apoiado(nádegas bem apoiadas)
Pontos-chave da pega adequada
1. Mais aréola visível acima da boca do bebê;
2. Boca bem aberta;
3. Lábio inferior virado para fora;
4. Queixo tocando a mama.
 Livre demanda nos primeiros
meses; é normal que a criança
mame com frequência e sem
horários regulares, de 8 a 12 vezes
ao dia
 Mamas de diferentes tamanhos
tem a capacidade de produzirem
a mesma quantidade de leite ao
dia, porém armazenando em
quantidade diferente
 O tempo para esvaziar uma mama
varia para cada dupla mãe/bebe
 Depende da fome da criança, do
tempo passado desde a ultima
mamada e do volume de leite
armazenado na mama.
 O bebe deve esvaziar a mama para
que receba o leite final, para o ganho
adequado de peso e para a
manutenção de produção de leite
suficiente
 O volume de leite varia de acordo com o
quanto a criança mama e a frequencia. Pois
grande parte do leite é produzido enquanto
a criança mama, sob estimulo da prolactina
e ocitocina, liberadas com a sucção
 Nos primeiros dias pós parto a mãe produz
cerca de 100ml/dia, já no quarto dia produz
em média 600ml/dia, e no 6º mês é capaz de
produzir 800ml/dia.
 Muitos fatores emocionais, como insegurança,
estresse por voltar ao trabalho, dor, medo,
entre outros podem inibir a produção de
ocitocina e dificultar a saída do leite da mama
 Bebê que não possui sucção ou a tem fraca:
Deve-se fazer estimulação manual ou por
bomba de sucção; acalmar o bebê;
suspender chupetas e insistir na mamada por
alguns minutos. Causas: má posicionamento,
uso de chupetas, bebe não abrir a boca
suficientemente, fluxo forte de leite. Mamas
tensas e mamilos invertidos
 Demora na descida(apojadura após
4ºdia): muitas vezes ocorre por falta de
segurança ou outros fatores emocionais da
mãe. Deve-se desenvolver confiança na
mesma e orientar medidas de estimulação
da mama
 Mamilo invertido: devem ser feitas
manobras que aumentam os mamilos e
mantem as mamas macias, para facilitar a
pega; como estimulação por toque,
compressas frias, sucção por bomba
manual ou seringas, antes das mamadas e
em seus intervalos.
 Mamilo machucado: geralmente devido
a posicionamento e pega inadequados.
 Pouco leite: fatores emocionais e
hormonais interligados
 Para quem não foi amamentado:
Deve-se evitar leite de vaca não modificado. Risco de
anemia, alergias alimentares, distúrbios hidroeletrolíticos e
predisposição a obesidade, pois há pouco ferro e proteínas
distintas as do bebe. Sistema imune não maturado
Caso não haja amamentação nem banco de
leite disponível, até os 4 meses de idade é
necessário que haja reconstituição do leite de
vaca integral, com diluições de acordo com a
tabela abaixo. Após essa idade não se deve
mais diluir.
 Orientação de alimentação de acordo com
idade
Repercussão ao longo da vida; Prevenção de doenças
 Fortalecimento da alimentação
complementar com micronutrientes
Programa Nacional de Suplementação de
Ferro(6 a 18 meses de idade;Sulfato ferroso)
Programa Nacional de Suplementação de
Vitamina A(6 a 11 e 12 a 59 meses de idade, a
cada 6 meses)
Vitamina D e outras
 Dez passos para alimentação saudável
preconizados pelo Ministério da Saúde e o
Programa de Promoção e Proteção a Saúde da
Organização Pan-Americana de Saúde
Passo 1 “Dar somente leite materno até os seis
meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro
alimento.”
Passo 2 “A partir dos seis meses, introduzir de
forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo
o leite materno até os dois anos de idade ou
mais.”
Passo 3 “após seis meses dar alimentos
complementares(cereais, tubérculos, carnes,
leguminosas, frutas, legumes) três vezes ao dia, se
a criança receber leite materno, e cinco vezes ao
dia, se estiver desmamada.”
Passo 4 “A alimentação complementar deve ser
oferecida de acordo com os
horários de refeição da família, em intervalos
regulares e de forma a respeitar
o apetite da criança.”
Passo 5:”A alimentação complementar deve ser
espessa desde o início e oferecida de colher;
começar com consistência pastosa e
gradativamente aumentar a consistência até
chegar a alimentação da família.”
Passo 6: “Oferecer à criança diferentes alimentos
ao dia. Uma alimentação
variada é uma alimentação colorida.”
Passo 7 “Estimular o consumo diário de frutas,
verduras e legumes nas
refeições.”
Passo 8 “Evitar açúcar, café, enlatados, frituras,
refrigerantes, balas, salgadinhos
e outras guloseimas nos primeiros anos de vida.
Usar sal com moderação.”
Passo 9 “Cuidar da higiene no preparo e manuseio
dos alimentos: garantir o seu armazenamento e
conservação adequados.”
Passo 10: “Estimular a criança doente e
convalescente a se alimentar, oferecendo sua
alimentação habitual e seus alimentos preferidos,
respeitando sua alimentação
 Bibliografia
Ministério da Saúde. Caderno de Atenção
Básica nº 23- Saúde da Criança: Nutrição
Infantil Aleitamento Materno e
Alimentação Complementar
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe
s/saude_crianca_nutricao_aleitamento_ali
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Amamentação e Alimentação - Liga de Pediatria UNICID

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Amamentação e Alimentação - Liga de Pediatria UNICID

  • 1. Liga Acadêmica de Pediatria Medicina Unicid Naína Arroyo Machado
  • 2. Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe.
  • 3.  Aleitamento materno exclusivo  Aleitamento materno predominante  Aleitamento materno  Aleitamento materno complementado  Aleitamento materno misto ou parcial
  • 4.  Leite materno exclusivo até os seis meses de idade  Leite materno complementado até os dois anos de idade ou mais
  • 5.  Maior número de episódios de diarréia;  Maior número de hospitalizações por doença respiratória;  Menor duração do aleitamento materno.  Menor absorção de nutrientes importantes do leite materno, como o ferro e o zinco;  Menor eficácia da lactação como método anticoncepcional;  Risco de desnutrição se os alimentos introduzidos forem nutricionalmente inferiores ao leite materno, como, por exemplo, quando os alimentos são muito diluídos;
  • 6.  O leite materno tem composição espécie-especícifa assegurando um ótimo padrão de crescimento.  Evita mortes infantis: devido aos fatores do leite materno que evitam infecções.  Evita diarréia. Essa proteção diminui quando amamentação deixa de ser exclusiva(como oferecer água e chás)  Evita infecção respiratória
  • 7.  Diminui riscos de alergias: como a alergia à proteína do leite de vaca, de dermatite atópica e outras incluindo asma e sibilos recorrentes  Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes: tanto no amamentado como na mãe(melhora a homeostase da glicose na mulher)  Reduz chances de obesidade: pois há melhor desenvolvimento da auto-regulação de ingestão de alimentos e a composição única do leite materno participa no processo de “programação metabólica”, alterado pelo leite de vaca.
  • 8.  Efeitos positivos na inteligência: Alguns defendem a presença de substâncias no leite materno que otimizam o desenvolvimento cerebral; outros acreditam que fatores comportamentais ligados ao ato de amamentar e à escolha do modo como alimentar a criança são os responsáveis.  Desenvolvimento da cavidade bucal: propiciando uma melhor conformação do palato duro, o que é fundamental para o alinhamento correto dos dentes e uma boa oclusão dentária.
  • 9.  Proteção contra câncer de mama: Pois aumentando hormônio ocitocina na mulher, diminui o estrogênio e progesterona.  Método anticoncepcional: evita gravidez na mulher que amamenta pelos mesmos motivos do item acima  Menores custos financeiros  Vinculo afetivo entre mãe e filho: é um meio de comunicação que traz benefícios psicológicos para ambos.
  • 10.  Nos primeiros dias, o leite materno é chamado colostro: contém mais proteínas e menos gorduras do que o leite maduro  O leite de mães de recém-nascidos prematuros é diferente do de mães de bebês a termo, como mostrado na tabela a seguir  O leite de vaca possui proteínas diferentes das do leite materno. A principal proteína do leite materno é a lactoalbumina e a do leite de vaca é a caseína, de difícil digestão para a espécie humana.
  • 11. Composição do colostro e do leite materno maduro de mães de crianças a termo e pré-termo e do leite de vaca
  • 12.  A concentração de gordura no leite aumenta no decorrer de uma mamada. Assim, o leite do final da mamada (chamado leite posterior) é mais rico em calorias e sacia melhor a criança, daí a importância de a criança esvaziar bem a mama.  O leite humano possui numerosos fatores imunológicos que protegem a criança contra infecções: como IgA, principal anticorpo, IgM, IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima e fator bífido(favorece o crescimento do Lactobacilus bifidus, uma bactéria não patogênica que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarreia, tais como Shigella, Salmonella e Escherichia coli.
  • 13.  Ambiente adequado  A retirada do leite pelo bebe é feita pela língua, graças a um movimento peristáltico rítmico da ponta da língua para trás, que comprime suavemente o mamilo.  Posição confortavelmente apoiada, sem curvar para tras ou para frente
  • 14.  Apesar de a sucção do bebê ser um ato reflexo, ele precisa aprender a retirar o leite do peito de forma eficiente, que requer uma abertura ampla da boca, abocanhando não apenas o mamilo, mas também parte da aréola(lacre entre boca e mama que forma o vácuo, indispensável para que o mamilo e a aréola se mantenham dentro da boca do bebê)
  • 15. Além de dificultar a retirada do leite, a má pega machuca os mamilos. Quando o bebê tem uma boa pega, o mamilo fica em uma posição dentro da boca da criança que o protege da fricção e compressão, prevenindo, assim, lesões mamilares.
  • 16. A OMS destaca 4 pontos-chave para o posicionamento e pega adequados: Pontos-chave do posicionamento adequado 1. Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo; 2. Corpo do bebê próximo ao da mãe; 3. Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido); 4. Bebê bem apoiado(nádegas bem apoiadas) Pontos-chave da pega adequada 1. Mais aréola visível acima da boca do bebê; 2. Boca bem aberta; 3. Lábio inferior virado para fora; 4. Queixo tocando a mama.
  • 17.  Livre demanda nos primeiros meses; é normal que a criança mame com frequência e sem horários regulares, de 8 a 12 vezes ao dia  Mamas de diferentes tamanhos tem a capacidade de produzirem a mesma quantidade de leite ao dia, porém armazenando em quantidade diferente
  • 18.  O tempo para esvaziar uma mama varia para cada dupla mãe/bebe  Depende da fome da criança, do tempo passado desde a ultima mamada e do volume de leite armazenado na mama.  O bebe deve esvaziar a mama para que receba o leite final, para o ganho adequado de peso e para a manutenção de produção de leite suficiente
  • 19.  O volume de leite varia de acordo com o quanto a criança mama e a frequencia. Pois grande parte do leite é produzido enquanto a criança mama, sob estimulo da prolactina e ocitocina, liberadas com a sucção  Nos primeiros dias pós parto a mãe produz cerca de 100ml/dia, já no quarto dia produz em média 600ml/dia, e no 6º mês é capaz de produzir 800ml/dia.
  • 20.  Muitos fatores emocionais, como insegurança, estresse por voltar ao trabalho, dor, medo, entre outros podem inibir a produção de ocitocina e dificultar a saída do leite da mama  Bebê que não possui sucção ou a tem fraca: Deve-se fazer estimulação manual ou por bomba de sucção; acalmar o bebê; suspender chupetas e insistir na mamada por alguns minutos. Causas: má posicionamento, uso de chupetas, bebe não abrir a boca suficientemente, fluxo forte de leite. Mamas tensas e mamilos invertidos
  • 21.  Demora na descida(apojadura após 4ºdia): muitas vezes ocorre por falta de segurança ou outros fatores emocionais da mãe. Deve-se desenvolver confiança na mesma e orientar medidas de estimulação da mama  Mamilo invertido: devem ser feitas manobras que aumentam os mamilos e mantem as mamas macias, para facilitar a pega; como estimulação por toque, compressas frias, sucção por bomba manual ou seringas, antes das mamadas e em seus intervalos.
  • 22.  Mamilo machucado: geralmente devido a posicionamento e pega inadequados.  Pouco leite: fatores emocionais e hormonais interligados
  • 23.  Para quem não foi amamentado: Deve-se evitar leite de vaca não modificado. Risco de anemia, alergias alimentares, distúrbios hidroeletrolíticos e predisposição a obesidade, pois há pouco ferro e proteínas distintas as do bebe. Sistema imune não maturado
  • 24. Caso não haja amamentação nem banco de leite disponível, até os 4 meses de idade é necessário que haja reconstituição do leite de vaca integral, com diluições de acordo com a tabela abaixo. Após essa idade não se deve mais diluir.
  • 25.  Orientação de alimentação de acordo com idade Repercussão ao longo da vida; Prevenção de doenças
  • 26.  Fortalecimento da alimentação complementar com micronutrientes Programa Nacional de Suplementação de Ferro(6 a 18 meses de idade;Sulfato ferroso) Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A(6 a 11 e 12 a 59 meses de idade, a cada 6 meses) Vitamina D e outras
  • 27.  Dez passos para alimentação saudável preconizados pelo Ministério da Saúde e o Programa de Promoção e Proteção a Saúde da Organização Pan-Americana de Saúde Passo 1 “Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento.” Passo 2 “A partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais.” Passo 3 “após seis meses dar alimentos complementares(cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas, legumes) três vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada.”
  • 28. Passo 4 “A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança.” Passo 5:”A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher; começar com consistência pastosa e gradativamente aumentar a consistência até chegar a alimentação da família.” Passo 6: “Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida.”
  • 29. Passo 7 “Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.” Passo 8 “Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação.” Passo 9 “Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos: garantir o seu armazenamento e conservação adequados.” Passo 10: “Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando sua alimentação
  • 30.  Bibliografia Ministério da Saúde. Caderno de Atenção Básica nº 23- Saúde da Criança: Nutrição Infantil Aleitamento Materno e Alimentação Complementar http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe s/saude_crianca_nutricao_aleitamento_ali mentacao.pdf