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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
ENSINO DE POESIA ÉPICA
PARA JOVENS
Waldemar Valença Pereira
(Prof. Val Valença)
Como ler um poema épico ?
“O discurso épico
caracteriza-se por sua natureza híbrida,
isto é, por apresentar
uma dupla instância de enunciação,
a narrativa e a lírica,
mesclando por isso mesmo, em suas manifestações,
os gêneros narrativo e lírico.
Com a conversão da proposta aristotélica em teoria do
discurso épico, impõe-se o reconhecimento da
epopéia apenas por sua instância narrativa,
predominante na
elaboração discursiva da épica clássica,
fazendo com que a crítica, inadvertidamente,
arrolasse a epopéia ao gênero narrativo,
figurando-a ao lado de uma narrativa de ficção.”
(SILVA e RAMALHO, 2007,p.49).
Poema épico
1. Dupla semiotização do discurso épico
(eu lírico/narrador)
2. Plano histórico e Plano Maravilhoso
3. Matéria épica
4. Proposição, Invocação e Cantos
5. Heroísmo épico
1. Dupla semiotização do discurso
(eu lírico/narrador)
O discurso híbrido (lírico e narrativo) é o que
definirá o discurso na epopeia.
A tendência mais para um ou outro polo, lírico
ou narrativo, não anula o discurso épico,
como julgou a crítica literária que compreendeu
o romance como a nova forma do épico.
3. Matéria épica
A matéria épica, em formação, “pode estar
configurada como uma unidade autônoma que faz e se dá
pronta ao poeta, ou apenas como epos, referenciais históricos
e simbólicos dissociados no processo de formação da tradição
cultural, mas que podem ser unificados literariamente” .
(SILVA e RAMALHO, 2007, p.54)
A matéria épica não é um mero sinônimo de
epopeia (RAMALHO, 2013, p. 22), já que leitores encontram
também essa matéria (épica) em alguns romances (românticos
ou de cavalaria), telenovelas, filmes, letras de música,
propagandas,
2. Plano maravilhoso
O plano maravilhoso é viabilizado pelo entendimento do conceito de
epos, ou seja, compreendido como uma articulação de referenciais
simbólicos e históricos ligados ao processo de formação cultural de
uma comunidade (SILVA e RAMALHO, 2007, p. 58).
Fontes: mítica tradicional, mítica literariamente elaborada, mítica
híbrida (RAMALHO, 2013, p. 119).
(+ ) Plano histórico
“Não se pode compreender a elaboração literária do plano
histórico de uma epopeia a não ser pela ótica que sabe
pertencer ao domínio das opções do(a) artista decidir que
fragmentos históricos serão revisitados, a partir de que ponto
de vista e com que recursos de referenciação.”
(RAMALHO, 2013, p. 110)
4. Proposição, Invocação e Cantos
“Entende-se por “proposição épica” uma parte da epopeia, nomeada ou não, em
destaque ou integrada ao corpo do texto, através da qual o eu lírico/narrador
explicita o teor da matéria épica de que tratará a epopeia. (...) A ausência de
uma proposição, entretanto, não impede o reconhecimento de um texto como
epopeia.”
(RAMALHO, 2013, p. 32)
“A invocação, em geral, está posicionada na abertura das epopeias,
justamente por estar associada à necessidade de preparo e fôlego para dar
continuidade a uma criação que exige iluminação e perseverança.
Contudo, nem sempre isso ocorre de forma destacada, embora, muitas vezes,
a invocação mereça uma ou até mais estrofes só para si.”
(RAMALHO, 2013, p. 62)
Divisão em Cantos
“Em termos de nomeação,
aponto dois tipos:
a tradicional e a inventiva.
A divisão em cantos pode
ser, ainda, inexistente,
o que, absolutamente, não
impede que se reconheça o
caráter épico de um poema longo,
uma vez que, como já foi
salientado, é o reconhecimento
Divisão em Cantos
“Em termos de nomeação,
aponto dois tipos:
a tradicional e a inventiva.
A divisão em cantos pode
ser, ainda, inexistente, o que,
absolutamente, não impede que
se reconheça o caráter épico de
um poema longo, uma vez que,
como já foi salientado, é o
reconhecimento da matéria épica
O heroísmo épico
“A figura do herói épico
não escapou às transformações
que os conceitos de heroísmo e
de identidade sofreram com o
passar dos tempos. E isso se vê
perfeitamente nos perfis heroicos
que se reconhecem na trajetória
da épica universal.
Uma leitura crítica desse
percurso com foco no heroísmo traduz facilmente
a mudança na composição do perfil e das ações
heroicas, e a visível e paulatina relevância que o
enfrentamento de obstáculos gerados pelo próprio
cotidiano passou a ter em oposição à tradução dos
grandes feitos heroicos vinculados diretamente a
ações registradas pela história oficial como marcos
históricos.”
(RAMALHO, 2013, p. 142)
“Todas essas transformações abriram espaço para que a
ação heroica ganhasse outros contornos”.
“O heroísmo deixou de ter relevância apenas no
plano da História como sucessão de eventos
extraordinários e passou a se inserir no próprio
plano anônimo da história privada,
desde que as ações do sujeito heroico
fossem emblemáticas de uma capacidade
aí sim
extraordinária de enfrentamento da
nova realidade humano – existencial do mundo.”
(RAMALHO, 2013, p. 142)
Centro Internacional Multidisciplinar
de Estudos Épicos (CIMEEP)
Sobre o gênero épico, em âmbito nacional e
internacional,
sugerimos uma visita virtual,
no site do Centro Internacional
Multidisciplinar de Estudos Épicos
(CIMEEP),
idealizado e desenvolvido pela
professora universitária
Dr. ª Christina Bielinski Ramalho
Como analisar os poemas épicos ?
Século XIX
“A LÁGRIMA DE
UM CAETÉ”
(1849)
“OS TIMBIRAS”
(1857)
Século XIX
Biografia dos autores
Síntese das obras
Gonçalves Dias (1823 - 1864)
Poeta brasileiro nascido, no
Maranhão, foi conhecido pela sua
poesia de feição romântica e
indianista. E Portugal forma-se em
Direito, retorna em 1845 ao Brasil,
sendo um dos poucos poetas
brasileiros de renome, na época,
que conseguiu viver mais do que
40 anos.
Sua obra literária começa a ser
publicada, sob uma proteção
imperial, de 1846 a 1851.
Seus poemas são repletos de
valorização da natureza exótica
brasileira e dos povos indígenas
que nela viviam. Outro tema
recorrente de sua poesia é o Amor.
Tornou-se muito conhecido
também pelos versos de sua
“Os Timbiras”
No poema são narrados ações de guerreiros
Timbiras (Tupinambás), sobretudo do chefe
Itajuba e do jovem guerreiro Jatir.
Itajuba ordena que Jurucey, seu mensageiro,
leve um pedido de paz para Gurupema,
chefe dos Gamellas (Tapuias), seu
arquirrival.
No quarto e último canto dessa obra
incompleta, o pedido de paz é rejeitado, e
Nísia Floresta (1810 - 1885)
Seu verdadeiro nome era Dionísia Gonçalves Pinto,
em homenagem ao seu pai, um advogado
português chamado Dionísio que casou com uma
brasileira de nome Clara. Nísia nasceu no Rio
Grande do Norte, em Papari, atualmente cidade
chamada de Nísia Floresta, em sua homenagem.
Ela foi uma escritora poliglota (português, italiano,
francês e inglês), em uma época em que a mulher
não possuiu acesso ao ensino superior. Nessa
mesma época, ela viúva, mãe de dois filhos e
diretora de escola primária, ela sob pseudônimos
fazia crônicas para jornais.
Tornou-se conhecida, na sociedade carioca, através
de publicações ousadas como, por exemplo, a
tradução livre da obra de Mary Stonecraft,
resultando em seu primeiro livro “O direito das
mulheres e a injustiça dos homens” (1832).
A publicação de “A lágrima de um Caeté”, em 1849,
“A lágrima de um Caeté”
Com 712 versos, o poema longo A lágrima de um Caeté
(1849) discursa sobre um “vulto de um homem”, mais tarde
identificado de modo épico como um índio Caeté que viveu e
que lutou contra a colonização portuguesa, ainda no século
XV e XVI.
É possível ver em A lágrima de um Caeté (1949) momentos
de divagação, em que o herói Caeté, inspirado na luta do outro
herói Nunes Machado, na Praieira (1848), inclusive
presenciando-a, pratica uma digressão temporal e rememora
ilustres personagens de outros conflitos pernambucanos
como a Insurreição Pernambucana (1817) e a Confederação do
Equador (1823).
Voltando ao presente, em 1848, ao ver o herói Nunes Machado
Continuação de
“A lágrima de um Caeté”
O Caeté presencia, ao sair da cidade pernambucana (Recife -
Goiana), partindo em direção à “boca da mata”, de onde ele
vagava, pronto para o combate contra portugueses e até
índios tabajaras, duas personificadas figuras femininas: a
Realidade e a Liberdade.
Primeiro vem a Realidade, com um rosto feio, que causa horror
ao Caeté, deixando-o receoso. Depois vem a Liberdade,
descrita como uma bela virgem, que o convida à batalha e à
vingança. Quando o Caeté tendia para aceitar a Liberdade
como escudeira, a Realidade consegue vencer no argumento,
mostrando ao Caeté, através de palavras, que a Liberdade é,
na verdade, um ilusório caminho, fadado ao insucesso.
Enfim, triste, mas principalmente resignado, o herói Caeté
resolve voltar à mata e terminar sua trajetória às margens do
Análise dos poemas
selecionados
Sob a perspectiva do
heroísmo épico
Em “A lágrima de um Caeté”
analisaremos/investigaremos/discutiremos...
1. O heroísmo épico sob a perspectiva do
Eu lírico/ narrador revelado sobre a primeira
pessoa do plural (Nós/ nossa) por meio de
versos em métrica de decassílabo (10 sílabas
poéticas);
2. O heroísmo épico, sob a perspectiva do plano
maravilhoso (Anhangá – entidade mitológica
indígena dos Caetés), acompanhado da
personificação da Natureza que sorria no
antes da chegada de Cabral.
3 . Uma visão sobre a população
Em “Os Timbiras”
analisaremos/investigaremos/discutiremos...
1. Sob a perspectiva do heroísmo épico de
índios como Jurucei, o mensageiro, e Itajuba,
o chefe guerreiro dos Timbiras, investigaremos
a presença do eu lírico/ narrador que assume
a voz a partir da fala do herói em primeira
pessoa do singular.
2. Compreender o processo de composição do
heroísmo épico, em “Os Timbiras”, a partir da
consciência de que os índios não apresentam,
no momento da lírica narrativa, o
conhecimento da existência de povos
europeus e transitam entre confrontos físicos
Proposta de ensino:
poesia épica para jovens
“ Heroísmo ou Aventura ? ”
A poesia épica brasileira
COMO SE TORNAR
UM HERÓI OU UMA HEROÍNA?
A natureza humana
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A natureza divina
“Os Timbiras” Gonçalves Dias
1857
O heroísmo épico
do tabajara Jurucei e seu pedido de paz
Obra “Os Timbiras” de Gonçalves Dias
Irás tu, Jurucei, por mim dizer-lhes:
Itajubá, o valente, o rei da guerra,
Fabricador das incansáveis lutas,
Em quanto a maça não sopesa em quanto
Dormem- lhe as setas no carcaz imóveis,
Of’rece-vos liança e paz; – não ama,
Tigre repleto, espedaçar mais presas,
Nem quer dos vossos derramar mais sangue.
Três grandes Tabas, onde heróis pululam,
Tantos e mais que vós, tanto e mais bravos,
A lágrima de um Caeté
Nísia Floresta
Ano: 1857
O Caeté sob o plano histórico e maravilhoso
constrói o heroísmo épico, em decassílabos,
através de uma voz engajada
Se Anhangácontra nós mandava o
mal,
Para longe a cabana transferíamos;
Nossas eram as matas, suas frutas,
Seus regatos, seus rios, tudo era
Propriedade nossa… A Natureza
Por toda a parte bela nos sorria…
Sorria-nos o amor, o céu sorria-
O eu lírico/ narrador prossegue...
Onde estão, fero Luso ambicioso,
Estes bens, que eram nossos?
Porangaba perdi, perdi os
filhos;
Ai de mim! inda vivo!!
Com a Pátria lá foram esses
tesouros!
O pranto só me resta!..
Só me resta um sentir, um só
desejo,
Desejo de vingança!
Vingança de selvagem tão
tremenda,
Clique em um nome de uma obra abaixo
para investigar mais sobre
heroísmo épico e culturas indígenas,
agora com o auxílio do seus colegas e da internet,
e, assim, continue a viagem pelo mundo épico...
Caeté Timbiras
Caminhos para
“A lágrima de um Caeté”
http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle
PROGRAMA DE
RÁDIO PÚBLICA
(Parte 01 e 02)
SOBRE
A VIDA E A OBRA
DA ESCRITORA
NÍSIA FLORESTA
PROGRAMA
REALIZADO PELA
TV NBR sobre Nísia
Floresta
https://www.youtube.com/watch?v=-fqz5fsFssE
Caminhos para
“Os Timbiras”
https://www.youtube.com/watch?v=5ZRcsRMcbhM
PROGRAMA
REALIZADO PELO
CENTRO DE
TRABALHO
INDIGENISTA
https://www.youtube.com/watch?v=ra2yyPLc
I – Juca Pirama
Bibliografia
Imagens:
Ilustrações de Danieluiz feitas para o projeto <<
“A lágrima de um Caeté” na escola>>
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rugendas_-_C
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaO
Obras digitais:
A lágrima de um Caeté (Fragmentos) -
http://www.jornaldepoesia.jor.br/nfloresta02p.html
Os Timbiras
Obras impressas:
CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos. Trad. de Nilson Moulin. 2a reimp. .
Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1999.
CEREJA, William Roberto. Ensino de literatura: uma proposta dialógica para
o trabalho com literatura. São Paulo: Atual, 2005.
CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos. Trad. de Nilson Moulin. 2a reimp. .
Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1999.
CEREJA, William Roberto. Ensino de literatura: uma proposta dialógica para
o trabalho com literatura. São Paulo: Atual, 2005.
FLORESTA, Nísia. A lágrima de um Caeté (1849). Ed. atualizada com Notas e
Estudo Crítico de Constância Lima Duarte para a 4a edição. Natal: Fundação
José Augusto, 1997.
FUNARI, Pedro Paulo & PIÑÓN, Ana. A temática indígena na escola:
subsídios para os professores. São Paulo: Contexto, 2011.
GOMES, Carlos Magno. Ensino de literatura e cultura: do resgate à violência
doméstica. Jundiaí: Paco Editorial, 2014.
JOUVE, Vicent. Por que estudar literatura? Trad. Marcos Bagno e Marcos
Marcionilo. São Paulo: Parábola, 2012.
SILVA, Anazildo Vasconcelos. Semiotização literária do discurso. Rio de
Janeiro: Elo, 1984.
SILVA, Anazildo Vasconcelos & RAMALHO, Christina. História da epopéia
brasileira: teoria, crítica e percurso. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.
Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino
fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília:
MEC/SEF, 1998.
Ramalho, Christina. Poemas épicos: estratégias de leitura. Rio de Janeiro:
Uapê, 2013.
TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. Trad. Caio Meira. 4a. ed. - Rio de
Janeiro: DIFEL, 2012.
ZILBERMAN, Regina & SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura – perspectivas
interdisciplinares. São Paulo: Ática, 2005
Fim !!!
Obrigado pela gentileza.

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Heroísmo épico

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE ENSINO DE POESIA ÉPICA PARA JOVENS Waldemar Valença Pereira (Prof. Val Valença)
  • 2. Como ler um poema épico ? “O discurso épico caracteriza-se por sua natureza híbrida, isto é, por apresentar uma dupla instância de enunciação, a narrativa e a lírica, mesclando por isso mesmo, em suas manifestações, os gêneros narrativo e lírico. Com a conversão da proposta aristotélica em teoria do discurso épico, impõe-se o reconhecimento da epopéia apenas por sua instância narrativa, predominante na elaboração discursiva da épica clássica, fazendo com que a crítica, inadvertidamente, arrolasse a epopéia ao gênero narrativo, figurando-a ao lado de uma narrativa de ficção.” (SILVA e RAMALHO, 2007,p.49).
  • 3. Poema épico 1. Dupla semiotização do discurso épico (eu lírico/narrador) 2. Plano histórico e Plano Maravilhoso 3. Matéria épica 4. Proposição, Invocação e Cantos 5. Heroísmo épico
  • 4. 1. Dupla semiotização do discurso (eu lírico/narrador) O discurso híbrido (lírico e narrativo) é o que definirá o discurso na epopeia. A tendência mais para um ou outro polo, lírico ou narrativo, não anula o discurso épico, como julgou a crítica literária que compreendeu o romance como a nova forma do épico.
  • 5. 3. Matéria épica A matéria épica, em formação, “pode estar configurada como uma unidade autônoma que faz e se dá pronta ao poeta, ou apenas como epos, referenciais históricos e simbólicos dissociados no processo de formação da tradição cultural, mas que podem ser unificados literariamente” . (SILVA e RAMALHO, 2007, p.54) A matéria épica não é um mero sinônimo de epopeia (RAMALHO, 2013, p. 22), já que leitores encontram também essa matéria (épica) em alguns romances (românticos ou de cavalaria), telenovelas, filmes, letras de música, propagandas,
  • 6. 2. Plano maravilhoso O plano maravilhoso é viabilizado pelo entendimento do conceito de epos, ou seja, compreendido como uma articulação de referenciais simbólicos e históricos ligados ao processo de formação cultural de uma comunidade (SILVA e RAMALHO, 2007, p. 58). Fontes: mítica tradicional, mítica literariamente elaborada, mítica híbrida (RAMALHO, 2013, p. 119). (+ ) Plano histórico “Não se pode compreender a elaboração literária do plano histórico de uma epopeia a não ser pela ótica que sabe pertencer ao domínio das opções do(a) artista decidir que fragmentos históricos serão revisitados, a partir de que ponto de vista e com que recursos de referenciação.” (RAMALHO, 2013, p. 110)
  • 7. 4. Proposição, Invocação e Cantos “Entende-se por “proposição épica” uma parte da epopeia, nomeada ou não, em destaque ou integrada ao corpo do texto, através da qual o eu lírico/narrador explicita o teor da matéria épica de que tratará a epopeia. (...) A ausência de uma proposição, entretanto, não impede o reconhecimento de um texto como epopeia.” (RAMALHO, 2013, p. 32) “A invocação, em geral, está posicionada na abertura das epopeias, justamente por estar associada à necessidade de preparo e fôlego para dar continuidade a uma criação que exige iluminação e perseverança. Contudo, nem sempre isso ocorre de forma destacada, embora, muitas vezes, a invocação mereça uma ou até mais estrofes só para si.” (RAMALHO, 2013, p. 62)
  • 8. Divisão em Cantos “Em termos de nomeação, aponto dois tipos: a tradicional e a inventiva. A divisão em cantos pode ser, ainda, inexistente, o que, absolutamente, não impede que se reconheça o caráter épico de um poema longo, uma vez que, como já foi salientado, é o reconhecimento
  • 9. Divisão em Cantos “Em termos de nomeação, aponto dois tipos: a tradicional e a inventiva. A divisão em cantos pode ser, ainda, inexistente, o que, absolutamente, não impede que se reconheça o caráter épico de um poema longo, uma vez que, como já foi salientado, é o reconhecimento da matéria épica
  • 10. O heroísmo épico “A figura do herói épico não escapou às transformações que os conceitos de heroísmo e de identidade sofreram com o passar dos tempos. E isso se vê perfeitamente nos perfis heroicos que se reconhecem na trajetória da épica universal. Uma leitura crítica desse percurso com foco no heroísmo traduz facilmente a mudança na composição do perfil e das ações heroicas, e a visível e paulatina relevância que o enfrentamento de obstáculos gerados pelo próprio cotidiano passou a ter em oposição à tradução dos grandes feitos heroicos vinculados diretamente a ações registradas pela história oficial como marcos históricos.” (RAMALHO, 2013, p. 142)
  • 11. “Todas essas transformações abriram espaço para que a ação heroica ganhasse outros contornos”. “O heroísmo deixou de ter relevância apenas no plano da História como sucessão de eventos extraordinários e passou a se inserir no próprio plano anônimo da história privada, desde que as ações do sujeito heroico fossem emblemáticas de uma capacidade aí sim extraordinária de enfrentamento da nova realidade humano – existencial do mundo.” (RAMALHO, 2013, p. 142)
  • 12. Centro Internacional Multidisciplinar de Estudos Épicos (CIMEEP) Sobre o gênero épico, em âmbito nacional e internacional, sugerimos uma visita virtual, no site do Centro Internacional Multidisciplinar de Estudos Épicos (CIMEEP), idealizado e desenvolvido pela professora universitária Dr. ª Christina Bielinski Ramalho
  • 13. Como analisar os poemas épicos ? Século XIX “A LÁGRIMA DE UM CAETÉ” (1849) “OS TIMBIRAS” (1857) Século XIX
  • 15. Gonçalves Dias (1823 - 1864) Poeta brasileiro nascido, no Maranhão, foi conhecido pela sua poesia de feição romântica e indianista. E Portugal forma-se em Direito, retorna em 1845 ao Brasil, sendo um dos poucos poetas brasileiros de renome, na época, que conseguiu viver mais do que 40 anos. Sua obra literária começa a ser publicada, sob uma proteção imperial, de 1846 a 1851. Seus poemas são repletos de valorização da natureza exótica brasileira e dos povos indígenas que nela viviam. Outro tema recorrente de sua poesia é o Amor. Tornou-se muito conhecido também pelos versos de sua
  • 16. “Os Timbiras” No poema são narrados ações de guerreiros Timbiras (Tupinambás), sobretudo do chefe Itajuba e do jovem guerreiro Jatir. Itajuba ordena que Jurucey, seu mensageiro, leve um pedido de paz para Gurupema, chefe dos Gamellas (Tapuias), seu arquirrival. No quarto e último canto dessa obra incompleta, o pedido de paz é rejeitado, e
  • 17. Nísia Floresta (1810 - 1885) Seu verdadeiro nome era Dionísia Gonçalves Pinto, em homenagem ao seu pai, um advogado português chamado Dionísio que casou com uma brasileira de nome Clara. Nísia nasceu no Rio Grande do Norte, em Papari, atualmente cidade chamada de Nísia Floresta, em sua homenagem. Ela foi uma escritora poliglota (português, italiano, francês e inglês), em uma época em que a mulher não possuiu acesso ao ensino superior. Nessa mesma época, ela viúva, mãe de dois filhos e diretora de escola primária, ela sob pseudônimos fazia crônicas para jornais. Tornou-se conhecida, na sociedade carioca, através de publicações ousadas como, por exemplo, a tradução livre da obra de Mary Stonecraft, resultando em seu primeiro livro “O direito das mulheres e a injustiça dos homens” (1832). A publicação de “A lágrima de um Caeté”, em 1849,
  • 18. “A lágrima de um Caeté” Com 712 versos, o poema longo A lágrima de um Caeté (1849) discursa sobre um “vulto de um homem”, mais tarde identificado de modo épico como um índio Caeté que viveu e que lutou contra a colonização portuguesa, ainda no século XV e XVI. É possível ver em A lágrima de um Caeté (1949) momentos de divagação, em que o herói Caeté, inspirado na luta do outro herói Nunes Machado, na Praieira (1848), inclusive presenciando-a, pratica uma digressão temporal e rememora ilustres personagens de outros conflitos pernambucanos como a Insurreição Pernambucana (1817) e a Confederação do Equador (1823). Voltando ao presente, em 1848, ao ver o herói Nunes Machado
  • 19. Continuação de “A lágrima de um Caeté” O Caeté presencia, ao sair da cidade pernambucana (Recife - Goiana), partindo em direção à “boca da mata”, de onde ele vagava, pronto para o combate contra portugueses e até índios tabajaras, duas personificadas figuras femininas: a Realidade e a Liberdade. Primeiro vem a Realidade, com um rosto feio, que causa horror ao Caeté, deixando-o receoso. Depois vem a Liberdade, descrita como uma bela virgem, que o convida à batalha e à vingança. Quando o Caeté tendia para aceitar a Liberdade como escudeira, a Realidade consegue vencer no argumento, mostrando ao Caeté, através de palavras, que a Liberdade é, na verdade, um ilusório caminho, fadado ao insucesso. Enfim, triste, mas principalmente resignado, o herói Caeté resolve voltar à mata e terminar sua trajetória às margens do
  • 20. Análise dos poemas selecionados Sob a perspectiva do heroísmo épico
  • 21. Em “A lágrima de um Caeté” analisaremos/investigaremos/discutiremos... 1. O heroísmo épico sob a perspectiva do Eu lírico/ narrador revelado sobre a primeira pessoa do plural (Nós/ nossa) por meio de versos em métrica de decassílabo (10 sílabas poéticas); 2. O heroísmo épico, sob a perspectiva do plano maravilhoso (Anhangá – entidade mitológica indígena dos Caetés), acompanhado da personificação da Natureza que sorria no antes da chegada de Cabral. 3 . Uma visão sobre a população
  • 22. Em “Os Timbiras” analisaremos/investigaremos/discutiremos... 1. Sob a perspectiva do heroísmo épico de índios como Jurucei, o mensageiro, e Itajuba, o chefe guerreiro dos Timbiras, investigaremos a presença do eu lírico/ narrador que assume a voz a partir da fala do herói em primeira pessoa do singular. 2. Compreender o processo de composição do heroísmo épico, em “Os Timbiras”, a partir da consciência de que os índios não apresentam, no momento da lírica narrativa, o conhecimento da existência de povos europeus e transitam entre confrontos físicos
  • 23. Proposta de ensino: poesia épica para jovens
  • 24. “ Heroísmo ou Aventura ? ”
  • 25. A poesia épica brasileira
  • 26. COMO SE TORNAR UM HERÓI OU UMA HEROÍNA? A natureza humana (+) A natureza divina
  • 28. O heroísmo épico do tabajara Jurucei e seu pedido de paz Obra “Os Timbiras” de Gonçalves Dias Irás tu, Jurucei, por mim dizer-lhes: Itajubá, o valente, o rei da guerra, Fabricador das incansáveis lutas, Em quanto a maça não sopesa em quanto Dormem- lhe as setas no carcaz imóveis, Of’rece-vos liança e paz; – não ama, Tigre repleto, espedaçar mais presas, Nem quer dos vossos derramar mais sangue. Três grandes Tabas, onde heróis pululam, Tantos e mais que vós, tanto e mais bravos,
  • 29. A lágrima de um Caeté Nísia Floresta Ano: 1857
  • 30. O Caeté sob o plano histórico e maravilhoso constrói o heroísmo épico, em decassílabos, através de uma voz engajada Se Anhangácontra nós mandava o mal, Para longe a cabana transferíamos; Nossas eram as matas, suas frutas, Seus regatos, seus rios, tudo era Propriedade nossa… A Natureza Por toda a parte bela nos sorria… Sorria-nos o amor, o céu sorria-
  • 31. O eu lírico/ narrador prossegue... Onde estão, fero Luso ambicioso, Estes bens, que eram nossos? Porangaba perdi, perdi os filhos; Ai de mim! inda vivo!! Com a Pátria lá foram esses tesouros! O pranto só me resta!.. Só me resta um sentir, um só desejo, Desejo de vingança! Vingança de selvagem tão tremenda,
  • 32. Clique em um nome de uma obra abaixo para investigar mais sobre heroísmo épico e culturas indígenas, agora com o auxílio do seus colegas e da internet, e, assim, continue a viagem pelo mundo épico... Caeté Timbiras
  • 33. Caminhos para “A lágrima de um Caeté” http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle PROGRAMA DE RÁDIO PÚBLICA (Parte 01 e 02) SOBRE A VIDA E A OBRA DA ESCRITORA NÍSIA FLORESTA PROGRAMA REALIZADO PELA TV NBR sobre Nísia Floresta https://www.youtube.com/watch?v=-fqz5fsFssE
  • 34. Caminhos para “Os Timbiras” https://www.youtube.com/watch?v=5ZRcsRMcbhM PROGRAMA REALIZADO PELO CENTRO DE TRABALHO INDIGENISTA https://www.youtube.com/watch?v=ra2yyPLc I – Juca Pirama
  • 35. Bibliografia Imagens: Ilustrações de Danieluiz feitas para o projeto << “A lágrima de um Caeté” na escola>> http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rugendas_-_C http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaO Obras digitais: A lágrima de um Caeté (Fragmentos) - http://www.jornaldepoesia.jor.br/nfloresta02p.html Os Timbiras
  • 36. Obras impressas: CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos. Trad. de Nilson Moulin. 2a reimp. . Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1999. CEREJA, William Roberto. Ensino de literatura: uma proposta dialógica para o trabalho com literatura. São Paulo: Atual, 2005. CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos. Trad. de Nilson Moulin. 2a reimp. . Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1999. CEREJA, William Roberto. Ensino de literatura: uma proposta dialógica para o trabalho com literatura. São Paulo: Atual, 2005. FLORESTA, Nísia. A lágrima de um Caeté (1849). Ed. atualizada com Notas e Estudo Crítico de Constância Lima Duarte para a 4a edição. Natal: Fundação José Augusto, 1997. FUNARI, Pedro Paulo & PIÑÓN, Ana. A temática indígena na escola: subsídios para os professores. São Paulo: Contexto, 2011. GOMES, Carlos Magno. Ensino de literatura e cultura: do resgate à violência doméstica. Jundiaí: Paco Editorial, 2014.
  • 37. JOUVE, Vicent. Por que estudar literatura? Trad. Marcos Bagno e Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola, 2012. SILVA, Anazildo Vasconcelos. Semiotização literária do discurso. Rio de Janeiro: Elo, 1984. SILVA, Anazildo Vasconcelos & RAMALHO, Christina. História da epopéia brasileira: teoria, crítica e percurso. Rio de Janeiro: Garamond, 2007. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998. Ramalho, Christina. Poemas épicos: estratégias de leitura. Rio de Janeiro: Uapê, 2013. TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. Trad. Caio Meira. 4a. ed. - Rio de Janeiro: DIFEL, 2012. ZILBERMAN, Regina & SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura – perspectivas interdisciplinares. São Paulo: Ática, 2005
  • 38. Fim !!! Obrigado pela gentileza.