Aula 1 - Enf. em pacientes críticos, conhecendo a UTI e sinais vitais.pdf
2017 ufop rastreamento
1. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Rastreamento
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
www.medicina.ufop.br
27/11/2017
2. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
O termo rastreamento, derivado do inglês screening, vem da
ideia de peneira – do inglês sieve –, rica em furos.
Todos os programas possuem resultados falso-positivos e falso-
negativos. No rastreamento, exames ou testes são aplicados em
pessoas sadias. (BRASIL, 2010)
Conceito
3. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
• Aplicação de um teste para detectar uma
condição ou doença potencial numa pessoa
que não tenha sintomas conhecidos dessa
doença ou condição
– Anamnese (tabagismo)
– Exame físico (ausculta cardíaca – sopros)
– Estudo laboratorial (colesterol)
– Procedimento (retossigmoidoscopia)
Conceito
4. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Abordagem de alto risco
Classificar pessoas e selecionar o grupo de alto risco para se
aplicar uma medida preventiva.
Grande atrativo: intervenção é apropriada ao indivíduo, forte
motivação para adoção da intervenção, os profissionais de
saúde também estão motivados e existe um uso racional do
recurso (custo-efetividade). Por ser grupo de alto risco, as
intervenções se justificam, ou seja, em tese essa abordagem trás
mais benefícios do que danos ao paciente (ROSE, 1985).
Conceito
5. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Abordagem populacional
Abordagem radical, tentativa de eliminação da suscetibilidade,
possui grande alcance na população e é comportamentalmente
apropriada. Exemplos: imunização, o uso de cinto de segurança
e a orientação para MEV.
Aborda toda população = maioria das pessoas são saudáveis
Paradoxo da prevenção: a estratégia preventiva populacional
que traz mais benefícios para a saúde da população oferece
poucas vantagens para cada participante individualmente
(ROSE, 1985).
Conceito
6. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Detecção precoce (câncer)
Na área oncológica, o diagnóstico precoce é uma estratégia que
possibilita terapias mais simples e efetivas, ao contribuir para a
redução do estágio de apresentação do câncer. Por essa razão,
o conceito de diagnóstico precoce é por vezes nomeado de
down-staging (WHO, 2007).
É importante que a população em geral e os profissionais de
saúde reconheçam os sinais de alerta dos cânceres mais
comuns passíveis de melhor prognóstico se descobertos no
início. (BRASIL, 2010).
Conceito
7. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Detecção precoce (câncer)
Conceito
(WHO,2007;BRASIL,2010)
8. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Características do teste de rastreio:
– Alta sensibilidade e alta especificidade.
– Testes simples, baratos e seguros.
– Nenhum teste é absolutamente seguro.
– O “rastreio de massa” em pessoas saudáveis
apresenta problemas potenciais (falsos-positivos)
– O rastreio deve ser direcionado para pacientes
que mais se beneficiem, com acompanhamento
garantido.
[Harvard Medical School de Portugal]
António Vaz Carneiro
9. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Critérios para um Programa de Rastreio
GUSSO & LOPES Rastreamento. TMFC 2013
Características da doença
- Impacto significativo (Saúde Pública)
- Período assintomático durante o qual a detecção é
possível
- Melhores desfechos se o tratamento ocorre no período
assintomático
10. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Critérios para um Programa de Rastreio
GUSSO & LOPES Rastreamento. TMFC 2013
Características do teste de rastreio
- Sensibilidade suficiente para detectar doença no
período assintomático
- Especificidade suficiente para minimizar os resultados
falso-positivos
- Exame aceitável para as pessoas
11. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Critérios para um Programa de Rastreio
GUSSO & LOPES Rastreamento. TMFC 2013
Características da população rastreada
- Prevalência suficientemente alta que o justifique
- Cuidados médicos acessíveis para o problema
- Pessoas dispostas a aderir ao processo de investigação
e tratamento;
12. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Critérios para um Programa de Rastreio
1. A doença deve representar um problema de saúde pública relevante,
considerando magnitude, transcendência e vulnerabilidade;
2. A história natural da doença/ problema deve ser bem conhecida;
3. Há um estágio pré-clínico (assintomático) bem definido, no qual a
doença possa ser diagnosticada;
4. O benefício da detecção/ tratamento precoce com o rastreio é maior
do que se a condição fosse tratada ao diagnóstico;
5. Os exames que detectam a condição clínica no estágio assintomático
são disponíveis, aceitáveis e confiáveis;
6. O custo do rastreamento/ tratamento de uma condição deve ser
razoável e compatível com o orçamento do sistema de saúde;
7. O rastreamento deve ser um processo contínuo e sistemático.
Wilson e Jungner, 1968 In: [Cadernos da Atenção Básica 29] Rastreamento
13. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Rastreamento: viés
• Principais viéses de estudos de rastreamento
– Viés de Diluição: quem deveria ser incluído no
rastreamento não o recebe
– Viés de Contaminação: quem não deveria ser
incluído no rastreamento o recebe
– Viés de Seleção: população do estudo não condiz
com a população a qual o teste será aplicado
14. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Rastreamento: viés
Tempo de antecipação ou tempo ganho
Fletcher, 2008
15. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Rastreamento: viés
– Tempo de duração: maior intervalo pré-clínico =
doença de menor agressividade = maior sobrevida
Fletcher, 2008
16. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Rastreamento: viés
– Viés de sobrediagnóstico
17. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Rastreamento: viés
Choosing WIsely
18. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Wilson e Jungner, 1968 In: [Cadernos da Atenção Básica 29] Rastreamento
• Viés de sobrediagnóstico/ dano
Rastreamento: viés
THIS IS HOW
OVERDIAGNOSIS
OCCURS
19. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
• 1ª lição: Prevenir é caro, e nem sempre é
melhor que remediar.
Prevenir pode causar ansiedade, medo,
incerteza... e o exame preventivo pode causar
dano per se ou pelas consequências diretas
dele.
20. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Usando a Epidemiologia Clínica
21. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
O valor “normal” de um exame, por convenção, inclui 95% da população saudável
-3σ -2 σ -1 σ 0 1 σ 2 σ 3 σ
68,2%
95,0%
99,7%
O que é isto?
22. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Ponto de corte
Glicemia (mg/dL)50 100 126 140
Diabéticos
Não Diabéticos
18090
Ponto de corte
23. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Ponto de corte
Glicemia (mg/dL)50 100 126 140
Diabéticos
Não Diabéticos
18090
Ponto de
corte
24. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Ponto de corte
Glicemia (mg/dL)50 100 126 140
Diabéticos
Não Diabéticos
18090
Ponto de
corte
25. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
O aumento do ponto de corte leva a:
- Aumento de especificidade
- Diminuição de sensibilidade
A diminuição do ponto de corte leva a:
- Diminuição de especificidade
- Aumento de sensibilidade
Ponto de corte
26. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
• 2ª lição: CUIDADO ao aceitar passivamente os
pontos de corte de exames propostos em
Guidelines. Eles podem te gerar falsas doenças
com falsas necessidades (ou a falsa sensação
de segurança).
27. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Probabilidade de um teste ser positivo (ou apresentar
valor alterado) sabendo-se que o paciente examinado é
doente.
É uma característica intrínseca do teste
Pode ser calculada a partir da realização do teste em
uma população de pessoas sabidamente doentes e
verificação do percentual de exames alterados.
Sensibilidade
28. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
29. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
Em 100 pacientes doentes, 90 resultados alterados
SENSIBILIDADE = 90%
30. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Probabilidade de um teste ser negativo (ou apresentar
valor inalterado) sabendo-se que o paciente examinado
não apresenta a doença relacionada à alteração do
teste.
É uma característica intrínseca do teste
Pode ser calculada a partir da realização do teste em
uma população de pessoas sadias e verificação do
percentual de exames inalterados.
Especificidade
31. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
32. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
Em 100 pacientes sadios, 90 resultados inalterados
ESPECIFICIDADE = 90%
33. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Onde está o nosso “olho” ao receber o resultado de
um teste de triagem?
Teste
Positivo Negativo Total
Doente a b a+b
Não Doente c d c+d
Total a+c b+d a+b+c+d
O que é isto?
34. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Suponha: 10% de prevalência de uma doença
s=90; e=90
Teste
Positivo Negativo Total
Doente 10
Não Doente 90
Total 100
Desempenho do teste
9 1
9 81
18 82
35. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Sensibilidade e especificidade são bons indicadores das
qualidades gerais de um teste.
Eles não ajudam a decisão da equipe médica que recebendo um
paciente com resultado positivo precisa avaliar se o paciente está
ou não doente.
Isto ocorre por que o cálculo de sensibilidade e especificidade é
feito a partir de situações em que há certeza sobre o diagnóstico.
Os valores preditivo positivo e negativo refletem a capacidade de
um teste em produzir decisões clínicas corretas.
Desempenho do teste
36. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
É a probabilidade de o paciente estar realmente doente
quando seu exame tem resultado positivo.
Seu valor depende não apenas das características
intrínsecas do teste, mas também da prevalência da
doença na população.
O índice de falso-positivos de um teste em valores
percentuais é dado por: 100 – VPP (%)
Valor Preditivo Positivo
37. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Exemplo 1 – valor preditivo positivo
População composta por 100 pessoas. A
prevalência da doença na população é de 10%.
No total: 90 pessoas sadias e 10 pessoas
doentes
38. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
39. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Exemplo 1 – valor preditivo positivo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
40. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
41. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Exemplo 1 – valor preditivo positivo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
42. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
43. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
18 exames com resultado alterado
44. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
18 exames com resultado alterado
Destes apenas 9 são de doentes
Valor preditivo positivo = 9x100/18
Valor preditivo positivo = 50%
45. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Exemplo 2 – valor preditivo positivo
População composta por 100 pessoas. A
prevalência da doença na população é de 40%.
No total: 60 pessoas sadias e 40 pessoas
doentes
46. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
47. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Exemplo 2 – valor preditivo positivo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
48. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Exemplo 2 – valor preditivo positivo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
49. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
50. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Exemplo 2 – valor preditivo positivo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
51. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
52. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
42 exames com resultado alterado
53. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
42 exames com resultado alterado
Destes 36 são doentes
Valor preditivo positivo = 36x100/42
Valor preditivo positivo = 85,7%
54. [Oficina Exames de Rastreio]
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• 3ª lição: Conheça a prevalência da doença na
sua população. Ela equivale a probabilidade
pré-teste de uma doença.
55. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
É a probabilidade de o paciente não apresentar
determinada doença quando seu exame tem resultado
negativo.
Seu valor depende não apenas das características
intrínsecas do teste, mas também da prevalência da
doença na população.
O índice de falso-negativos de um teste em valores
percentuais é dado por: 100 – VPN (%)
Valor Preditivo Negativo
56. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Exemplo 1 – valor preditivo negativo
População composta por 100 pessoas. A
prevalência da doença na população é de 10%.
No total: 90 pessoas sadias e 10 pessoas
doentes
57. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
58. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Exemplo 1 – valor preditivo negativo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
59. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Exemplo 1 – valor preditivo negativo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
60. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
61. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Exemplo 1 – valor preditivo negativo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
62. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
63. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
82 exames com resultado inalterado
64. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
82 exames com resultado inalterado
Destes 81 não apresentam a doença
65. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
Valor preditivo negativo = 81x100/82
Valor preditivo negativo = 98,8%
66. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Exemplo 2 – valor preditivo negativo
População composta por 100 pessoas. A
prevalência da doença na população é de 40%.
No total: 60 pessoas sadias e 40 pessoas
doentes
67. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
68. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Exemplo 2 – valor preditivo negativo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
69. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
2.4. Exemplo 2 – valor preditivo negativo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
70. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
71. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
2.4. Exemplo 2 – valor preditivo negativo
Realizado exame laboratorial para
todos os pacientes. Características do
exame solicitado:
Sensibilidade: 90%
Especificidade: 90%
72. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
73. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
58 exames com resultado inalterado
74. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Doente
Sadio
inalterado
alterado
Resultado:
58 exames com resultado inalterado
Destes, 54 não apresentam a doença
Valor preditivo negativo = 54x100/58
Valor preditivo negativo = 93,1%
75. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
• 4ª lição: Além de conhecer a prevalência,
descubra os VPP e VPN dos testes que você
usa. Eles são mais úteis que sensibilidade e
especificidades em sua Unidade de Saúde.
76. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
O “check-up”
• Probabilidade normal
O valor “normal” de um exame, por convenção, inclui 95% da população saudável
-3σ -2 σ -1 σ 0 1 σ 2 σ 3 σ
68,2%
95,0%
99,7%
77. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
• Probabilidade de um achado anormal, em
uma pessoa saudável
= 1-p, ou seja, 1- 0,95 = 0,05
O “mito do check-up”
78. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
O “mito do check-up”
• Probabilidade de pelo menos um exame com
resultado falso (3 exames)
= (1-p)x 3 – [(1-p)(1-p)x3] – [(1-p)(1-p)(1-p)]
= (0,05)x3 – [(0,05x0,05)x3) – (0,05x0,05x0,05)
= 0,15 – 0,0075 – 0,00000125
= 14,249875%
79. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
O “mito do check-up”
• Probabilidade de pelo menos um exame falso
(12 exames)
0,4596 = 45,96%
80. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
• 5ª lição: “Prevenir [em quantidade] [também]
não é melhor que remediar”. Muitos exames
significam muitas chances de erro do
laboratório.
81. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Mensagens finais
82. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Importante saber:
• Quando e quais doenças “rastrear”?
– Doenças que tenham repercussões
potencialmente graves
– Doenças de prevalência elevada.
– Necessariamente doenças que se conheça bem a
história natural e para as quais exista tratamento
adequado.
[Harvard Medical School de Portugal]
António Vaz Carneiro
83. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Cuidado com...
• «marketing do medo» sobrestimação de
situações patológicas na população em geral,
• «medicalização» de fatores de risco, visando
alargar o mercado dos consumidores de
saúde, ou seja, o mercado farmacêutico.
84. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
• Exemplo final
85. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
Teste
Positivo Negativo Total
Doente
Não Doente
Total 1000
Brincando de estatísticas
86. [Oficina Exames de Rastreio]
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Universidade Federal de Ouro Preto
OBRIGADO
Leonardo C M Savassi
savassi@medicina.ufop.br
sites.google.com/site/leosavassi