1. A arte
Capítulo 4 – A arte
FILOSOFAR COM TEXTOS:
TEMAS E HISTÓRIA DA
FILOSOFIA
4
Capítulo
2. Estética
Etimologicamente, estética remete a “sensibilidade”,
“faculdade de sentir”, “compreensão pelos sentidos”.
De fato, a estética é um campo da filosofia que
se ocupa dos julgamentos de beleza sobre a criação
e a apreciação artística.
Foi o alemão Alexander Gottlieb Baumgarten quem
delimitou, no século XVIII, o conceito moderno de
estética e o campo de suas investigações: as
“belas artes” (pintura, poesia, escultura, música e dança).
Os movimentos contemporâneos ampliaram o conceito
de arte com inúmeras concepções, às vezes conflitantes.
3. Estética
Túmulo de Julio II (no detalhe,
Moisés, em escultura de Michelangelo
Buonarroti), em Roma. No período
renascentista, a perfeição das formas
e a reprodução exata da natureza
eram sinônimos de beleza.
SCALA,FLORENCE/GLOWIMAGES
A fonte, de Marcel Duchamp, é um exemplo
de obra de arte em que o conceito de belo
está além das formas físicas do objeto.
ALBUM/AKG-IMAGES/LATINSTOCK–MUSEUDEARTEDAFILADÉLFIA
4. Na Antiguidade e na Idade Média, a arte era compreendida
como um “saber-fazer”.
Os artistas eram semelhantes
aos artesãos, e suas obras
eram, geralmente, anônimas
(estava ausente a noção
de autoria).
A partir do Renascimento,
o artista obtém
reconhecimento.
Surgem academias de arte e
a obra de arte começa a ser
apreciada apenas por sua
beleza, não mais por seu
caráter de utilidade.
O ofício da arte
Detalhe da fachada da catedral de Notre Dame
de Reims (França), construção do século XIII.
No período medieval, obras desse tipo eram
executadas por profissionais considerados
artesãos, e não artistas.
PAULMAEYAER/THEBRIDGEMANARTLIBRARY/KEYSTONE
5. O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) teorizou sobre o
juízo estético do gosto.
É pelo gosto que julgamos um objeto ou representação
conforme a satisfação que pode nos causar quando o
apreciamos, afirmou Kant.
Segundo Kant, a obra de arte não é a representação de uma
coisa bela, mas sim “a bela representação de uma coisa”.
Para Kant, o prazer estético que uma obra de arte provoca
supõe a apreciação desinteressada (visa apenas à fruição
e não à utilidade), a originalidade (o artista é inovador)
e a exemplaridade (a inovação do artista serve de modelo
a outros).
A função formalista expressa a autonomia da arte. Trata-se
da valorização (sobreposição) dos aspectos estéticos e formais
da arte sobre suas demais funções.
O ofício da arte
6. O ofício da arte
Monumento nacional aos mortos na Segunda
Guerra Mundial, no Rio de Janeiro. A obra
que homenageia os soldados brasileiros
mortos durante a Segunda Grande Guerra é
um exemplo de arte com função prática.
JOÃOLUIZBULCÃO/TYBA
7. O gosto estético é aprendido/adquirido pela frequentação
das obras e pelo conhecimento da cultura artística ou da
história da arte.
Mas a obra, por ser um apelo à sensibilidade, sempre escapa a
esse conhecimento prévio e desperta, assim, a sensibilidade
de quem a aprecia.
Portanto, é próprio da arte a exigência da autonomia do
gosto.
O ofício da arte
8. A arte na sociedade industrial
A sociedade industrial possibilitou a produção em série.
Com o aperfeiçoamento das técnicas de reprodução,
tiveram início novas possibilidades artísticas, como o
cinema, o cartaz e o design.
Walter Benjamin identificou esse novo fenômeno.
Com a multiplicidade da produção em série perdeu-se a
unicidade da obra e, portanto, de sua aura.
Isso não significa depreciar essa nova arte, mas entendê-la
conforme critérios distintos da concepção tradicional.
Para Benjamin, seria preciso repensar o conceito de arte,
mas também identificar quando ela está a serviço da
massificação ou da conscientização.
9. A arte na sociedade industrial
O fenômeno da arte como mercadoria foi amplamente
discutido pelos pensadores da indústria cultural.
A reprodução mecânica e objetos de consumo foram temas do trabalho do artista
Andy Warhol, maior expoente da chamada Pop art, movimento artístico que
propunha o reconhecimento da crise da arte no século XX e fazia crítica à
sociedade de consumo. Segundo alguns críticos, em pouco tempo as obras da
Pop art teriam se tornado mais um produto da sociedade de consumo.
MUSEUDEARTEMODERNA,NOVAYORK