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PRODUÇÃO



A Gestão da Produção em Firmas
Agroindustriais

 Mário O. Batalha
 Penido Sthalberg
     Universidade Federal de São Carlos - UFSCar
     Departamento de Engenharia de Produção - DEP
     Grupo de Estudos e Pesquisas na Agroindústria - GEPAI
     Via Washington Luiz, Km 235
     Caixa Postal 676
     13565-905 - São Carlos - SP


    Palavras-chave: Gestão da produção, agroindustria.



     RESUMO
     Este traballio tem por objetivo principal discutir a aplicação das duas principais filosofias atuais de gestão da
 produção (just-in-time e just-in-case) ao caso das empresas agroindustriais. O traballio divide-se em duas partes
 principais.
     Após uma breve introdução, a primeira parte busca -evidenciar as especificidades das fumas agroindustriais em
 relação aos seus processos de produção, de fornecimento em matérias-primas e de distribuição. Estas especificidades
 são o resultado de vários fatores, dentre os quais pode-se destacar:
     • variações sazonais da produção agrícola;
    • variações de qualidade na produção agrícola;
     • perecibilidade das matérias-primas agrícolas;
     • normas de controle de qualidade (sanitárias) estritas;
    • variações sazonais no consumo de certos alimentos;
    • limitações importantes no ciclo de comercialização dos alimentos (DLV - Datas Limite de Venda).
     A segunda parte considera estas especificidades para discutir a problemática da gestão dos fluxos de produção nas
 empresas agroindustriais. Ainda nesta parte, comenta-se sobre a maior ou menor aplicabilidade dos sistemas tipo MRP
 e KANBAN a estas fumas.
      A parte fmal do artigo encerra algumas conclusões sobre a questão levantada, além de apresentar algumas
 orientações para pesquisas futuras.




                                                            51
Neste sentido, este trabalho evidenciará
Introdução                                              como as especificidades que envolvem as
   o sistema agroindustrial (SAI) brasileiro é          agroindústrias em relação aos seus processos
responsável por parcela importante da ativi-            de produção, de abastecimento em matérias-
dade econômica brasileira. Em 1988 ele em-              primas (MP) e de distribuição, podem condi-
pregava 23% da população ativa e era                    cionar a aplicação das duas principais filoso-
responsável por mais de 30% do PIB (Jank,               fias atuais de gestão da produção (just-in-time
1990). As agroindústrias alimentares repre-             e just-in-case) às suas unidades fabris.
sentam um importante elo das cadeias produ-
tivas que compõem este sistema (Batalha,
1993). Em 1985 elas representavam 13,3%                 Algumas
dos empregos distribuídos em 20,8% das in-
dústrias nacionais (ABIA, 1992).                        Especificidades das
   Apesar desta importância inconteste, o               Firmas Agroindustriais
número pouco expressivo de trabalhos que                Alim en tares
abordam a adaptação das modernas técnicas
de gerenciamento (gestão da produção,                      Além dos aspectos ligados às especificida-
marketing, gestão da qualidade, controle de             des dos seus circuitos de produção, distribui-
custos industriais, etc) às especificidades des-        ção e abastecimento em MP as firmas agroin-
te conjunto de indústrias parece refletir um            dustriais também apresentam particularida-
relativo descaso dos pesquisadores para com             des em relação ao meio-ambiente socio-eco-
esta problemática. Somente num período re-              nômico que as envolvem. Por um lado, elas se
cente, com o surgimento de alguns grupos de             defrontam com fornecedores de MP, perten-
pesquisas espalhados por diferentes Univer-             centes ao mundo rural, com peculiaridades
sidades brasileiras, a comunidade acadêmica             bem específicas. Pm outro lado, elas devem
parece ter despertado para as potencialidades           atender consumidores que devem necessaria-
desta área de pesquisa. Porém, cabe ressaltar           mente se alimentar para sobreviver. Este im-
que, mesmo com o interesse crescente que o              portante jogo de interesses gera constantes
assunto vem suscitando, o aprimoramento                 intervenções do governo nos mercados, como
das ferramentas de gestão das atividades in-            forma de tentar garantir (?) um abastecimento
ternas das firmas agroindustriais continua sen-         alimentar conveniente para a população.
do negligenciado e pouco estudado, visto que
uma parcela expressiva dos esforços dos pes-               A despeito dos esforços para padronizar e
quisadores está sendo canalizado para anali-            regularizar (diminuição da sazonalidade) a
sar, compreender e propor recomendações                 produção agrícola e animal, as firmas agroin-
para o bom funcionamento dos ditos "com-                dustriais ainda se defrontam com problemas
plexos agroindush-iais". Neste caso, a unida-           relativos à variabilidade na qualidade e na
de de análise não é a firma em si mesma, mas            disponibilidade de suas MP de base. Numa
os complexos vistos através dos seus meca-              indústria onde a MP geralmente representa
nismos de interação e regulação, sejam eles             uma parcela importante da estrutura de custos
internos ou externos (as relações entre fmna,           dos produtos, o controle estrito deste fluxo de
cadeia, complexo e sistema agroindustrial               abastecimento é muito importante. As varia-
podem ser vistos em Batalha, 1993).                     ções no clima, que independem da vontade do

                                                   52
PRODUÇÃO



homem, podem afetar sobremaneira a quali-              tância vital devido a esta perecibilidade.
dade e a quantidade da produção agrícola,
atingindo, desta forma, as agroindústrias.                 Uma outra característica que afeta de ma-
                                                       neira importante as agroindústrias é aquela
   A amplitude da va,riação sazonal no abas-           ligada à qualidade dos produtos. Como algu-
tecimento em MP (mais ou menos importante              mas agroindústrias fabricam produtos que
segundo o produto em questão) pode conju-              serão diretamente consumidos (no sentido
gar-se com uma variação sazonal no consumo             literal da palavra) pelo cliente, e que a saúde
dos produtos finais, que pode, por sua vez, ser        deste consumidor pode ser seriamente com-
defasada ou não em relação à sazonalidade da           prometida em função da qualidade deste ali-
MP. Este fato pode complicar ainda mais o              mento, o poder público tende a exercer um
problema de t1exibilidade estática das ferra-          controle estrito da qualidade final deste pro-
mentas de produção das agroindústrias. Face            duto através de rigorosas normas de produção
a estes problemas, a indústria pode ser levada         e comercialização. Se, para alguns setores, a
a instalar uma capacidade de produção capaz            qualidade é uma vantagem concorrencial im-
de atender as MP que devem, na safra, ser              portante, para as agroindústrias ela é uma
absolutamente processadas sob pena de se               questão de sobrevivência. Um problema de
deteriorarem, mas que, em alguns períodos do           não qualidade em um produto qualquer pode
ano, funciona com uma enorme capacidade                afetar de maneira importante uma imagem de
ociosa. A defasagem entre o aumento da ofer-           marca solidamente implantada no mercado,
ta em MP, e o aumento do consumo de produ-             comprometendo-a de maneira definitiva. Di-
tos acabados coloca a empresa face ao dilema           ficilmente um consumidor que viu sua saúde
da fonnação de estoques para atender os picos          prejudicada pela ingestão de um produto de-
de consumo, e todos os encargos gerados pela           teriorado ou contaminado, arriscaria nova-
detenção de estoques elevados.                         mente, se pudesse evitar, a compra de tal
                                                       produto.
   Por outro lado, o número relativamente
baixo de matérias-primas de base, utilizadas           Além dos problemas devidos à natureza
por grande parte das agroindustrias, aliado,       intrínseca dos alimentos, as agroindústrias se
em grande parte dos casos, a processos contí-       defrontam com distribuidores cada vez mais
nuos de produção, facilita a tarefa de sequen-     poderosos. As exigências dos distribuidores
ciamento e de controle do t1uxo de produção.        também condicionam a gestão da produção
                                                    das agroindústrias. Assim, exigências a nível
   A pericibilidade das MP e dos produtos           da embalagem (uma promoção especial, por
finais são características que afetam uma gran-     exemplo) obrigam as agroindústrias a traba-
de parte das agroindústrias. O processo de          lhar, em alguns casos, sob encomenda. Estas
industrialização deve ser o mais rápido possí-      exigências, conjugadas ao fato de que os
vel, porque atrasos na produção podem com-          distribuidores querem vender um produto o
prometer, de maneira definitiva, a qualidade        mais "fresco" possível, e contar com uma
dos produtos. Os problemas de estoques inter-       durabilidade na prateleira a mais longa possí-
mediários de produção, por mais graves que         vel, faz com que as agroindústrias tendam,
eles sejam para outros setores industriais,        cada vez mais, a trabalhar dentro da filosofia
assumem, para as agroindústrias, uma impor-        just-in-time. Cabe ressaltar que estes últimos



                                                  53
PRODUÇÃO


aspectos não são somente do interesse do                  O conceito MRP é baseado na constatação
distribuidor, mas também do fabricante, que            de que uma indústria tem dois tipos de neces-
deve tentar preservar a imagem de marca do             sidades de material: as necessidades depen-
seu produto.                                           dentes e as necessidades independentes.

                                                          o Necessidades dependentes: são geradas
                                                       pelas necessidades independentes e podem
A Gestão da Produção                                   ser calculadas pela decomposição dos produ-
                                                       tos finais em sub-conjuntos, peças, matérias-
nas Agroindústrias                                     prima, etc. Este cálculo é o motor do MRP e
                                                       sua vantagem principal.
   Para gerir os seus t1uxos de produção, as
empresas podem utilizar um sistemajust-in-
                                                          o Necessidades independentes: são repre-
case (t1uxo "empurrado" porum plano diretor
                                                       sentadas por produtos que a empresa comer-
de produção), um sistemajus-in-time (t1uxo
                                                       cializa no mercado. A previsão destas neces-
"puxados" pelos pedidos), ou ainda uma com-
                                                       sidades baseia-se nas previsões de vendas.
binação destes dois. Cada uma destas duas
"filosofias" de gestão se traduz por técnicas,
                                                          Assim, o MRP é particularmente bem ada p-
ferramentas e metodologias que lhes são pró-
                                                       tado às indústrias que fabricam produtos ten-
pnas.
                                                       do um grande número de componentes.

                                                          Convém ressaltar que, na lógica MRP, não
o just-in-case e o MRP.                                são os pedidos que "disparam" a fabricação
                                                       de um artigo. A produção avança segundo um
   As modernas ferramentas dos sistemas                "Programa Mestre de Produção" (pMP) esta-
just-in-case são baseadas, sobretudo, nos              belecido geralmente a partir das previsões de
conceitos do MRP (Materiais Requirements               venda. Como consequência, a produção é
Planning). A maioria dos softwares integra-            "empurrada" de "montante para jusante".
 dos de gestão da produção são inspirados nos
princípios do MRP.                                        A lógica de funcionamento do MRP tem
                                                       uma "vocação" natural para criar estoques.
   o MRP é um conceito de gestão da produ-             Ele é um sistema construído ao redor da
ção desenvolvido nos Estados Unidos durante            necessidade de aglomerar as necessidades
os anos 60. Este conceito evoluiu, no fim dos          oriundas dos pedidos, com o objetivo de obter
anos 70, para o conceito de MRP 2 (Material            séries econômicas de fabricação que diminu-
Resources Planning). O método MRP, em                  am os custos de produção associados a deter-
todas as suas variantes, é o mais utilizado nas        minadas máquinas que apresentam custos de
empresas ocidentais de hoje. Sua aplicação é           funcionamento (ou de regulagem) particular-
feita, principalmente, através de várias cente-        mente altos. Ora, a perecibilidade de uma
nas de softwares disponíveis no mercado.               grande parte das matérias-primas envolvidas
Estes sistemas são, em geral, difíceis de gerir        na produção agroindustrial não permite a for-
e demandam um suporte em informática im-               mação de estoques intermediários. Para estas
portante.                                              empresas a utilização de um sistema MRP



                                                  54
PRODUÇÃO


padrão não se justifica.                               devem iniciar o processo de fabricação tão
                                                       logo elas cheguem à fabrica.
   A fabricação de produtos em processo con-
tínuo se adapta mal à ótica utilizada pelo                Os serviços de manutenção e os aspectos
MRP. Uma parte expressiva das agroindústri-            ligados à qualidade são considerados como
as utilizam justamente este tipo de processo           importantes na filosofia just-in-case, mas
de fabricação.                                         não são objetos de controle direto do MRP.
                                                       Ora, para as agroindústrias, como já foi co-
   o cálculo das necessidades em componen-             mentado, o aspecto qualidade reveste-se de
tes, como forma de facilitar o sequenciamento          uma importância vital.
e o processo de abastecimento em MP é outra
das grandes vantagens do MRP. Para algumas
agroindústrias estes cálculos não são um pro-          o just-in-time na agroindústria
blema maior porque -elas fabricam produtos
                                                          Durante os anos 70 apareceu uma outra
pouco complexos, (envolvendo poucas MP
                                                       "filosofia" de produção que se opunha a ges-
de base) no que se refere ao número de com-
                                                       tão da produção do tipo "empurrar". É a
ponentes.
                                                       produção do tipo "puxar" ou produçãojust-
   A perecibilidade, as variações climáticas, a        in-time.
amplitude da sazonalidade e o problema de
padronização da produção agrícola pertur-                 Foi no Japão que esta nova filosofia de
bam as previsões e a gestão dos estoques de            gestão atingiu maior sucesso, e foi através das
MP. Para o MRP os estoques disponíveis são             indústrias japonesas que ela se disseminou
dados físicos indispensáveis para a planifica-         pelo ocidente. O exemplo mais conhecido foi
ção da produção (é preciso notar que para              o sistema desenvolvido pela Toyota e que
algumas agroindústrias é a chegada da MP               ficou conhecido sobretudo pelo seu sistema
que dá início à fabricação e não o inverso).           de informações do tipo Kanban.

   Por outro lado, o just-in-case pode ser               Dentro da lógica de produção just-in-time
válido para alguns tipos de agroindústria. Em          não é o Programa Mestre de Fabricação que
todos os casos onde a previsão de estoques de          deslancha a fabricação. Neste caso, são as
matéria-prima e a previsão de vendas é possí-          encomendas e a demanda dos centros de pro-
vel e confiável, pode-se utilizar uma política         dução que deslancham a fàbricação.
de produção just-in-case. Isto não quer, abso-
lutamente, dizer que esta é a filosofia de             Cabe ressaltar que o just-in-time não é
gestão mais indicada. Cada caso deve                somente um sistema de gestão de produção.
ser estudado segundo suas características pró-      Seus objetivos vão muito além. Assim, não se
prias.                                              deve confundir o sistema Kanban (sistema de
                                                   informações utilizadas para a gestão da pro-
    Convém, ainda, destacar que as caracterís-      dução) e ojust-in-time. O Kanban é somente
ticas de sazonalidade e perecibilidade de vá-      uma ferramenta dojust-in-time. Uma indús-
rias MP agrícolas pode levar as agroindústrias     tria pode, por exemplo, utilizar a "filosofia"
a trabalharem emjust-in-case. Na verdade, as       just-in-time (JIT) sem utilizar o sistema de
indústrias que trabalham com MP perecíveis         informações Kanban.


                                                  55
Uma das ações necessárias à implantação              longo de uma linha, ou de uma seção de
 do m é a formação de linhas de produção e/              fabricação para outra, é problemática devido
 ou células flexíveis de produção. Isso visa,            ao perigo de contaminação que isto pode
 entre outras, dar mais fluidez e flexibilidade          oferecer aos produtos. Na verdade, o grau de
 aos fluxos de produção. No caso das agroin-             exigência em termos de higiene sanitária pode
 dústrias elas já fabricam, em grande parte,             variar ao longo de uma linha de produção.
 seus produtos em linhas de produção, o que              Assim, um operário que troca de posto, na
 facilita a implantação do JIT.                          mesma jornada de trabalho, pode, se não
                                                         tomar as precauções devidas, tomar-se um
    o controle da qualidade é outro conceito             agente de contaminação em todas as etapas de
 importante à implantação do m. Os produtos              fabricação.
 agroindustriais, como já foi visto, sempre
 foram, por natureza, controlados ao nível qua-             A planificação da produção em um sistema
 lidade, seja este controle externo ou interno à         JIT é, geralmente, feito por três meses, e
 empresa.                                                atualizado no mínimo a cada semana. Esta
                                                         planificação, em um sistema MRP é feita uma
    A perecibilidade de alguns produtos agro-            vez por ano, e as modificações são trabalho-
 industriais incta as agroindústrias a trabalha-        sas de serem feitas. Esta t1exibilidade de pla-
 rem em JIT. Os distribuidores fazem pressão             nificação no sistema JIT combina bem com as
 para receber produtos com DLV a mais longa              características das agroindústrias, devido a
 possível, o que leva as agroindústrias a dimi-          sazonalidade do consumo e dos problemas de
 nuírem cada vez mais os seus prazos de entre-           abastecimento em MP.
 ga. Assim, várias agroindústrias já trabalham
 em JIT, mesmo sem perceber.

    As agroindústrias trabalham, geralmente,
                                                         Não Existem
 com processos de produção curtos, o que                 Soluções Prontas
 facilita o funcionamento em JIT. O ciclo de
 fabricação curto proporciona respostas mais                Nenhum dos dois sistemas de produção
 rápidas às encomendas.                                  apresentados podem ser adotados pelas agro-
                                                         indústrias sem as adaptações necessárias. As
     A "diferenciação retardada de produtos"             adaptações devem ser feitas caso a caso,
  (farondeau, 1982) é um artifício utilizado             segundo as especificidades da indústria estu-
. pelo JIT para que o ciclo industrial da fábrica        dada .
  seja compatível com o prazo de entrega ao
  cliente. Este conceito é largamente utilizado             A "tendência" das agroindústrias em traba-
  nas agroindústrias. Os produtos agroindustri-          lhar no sistema JIT não impede que o sistema
  ais, por sua própria natureza, prestam-se bem          JIC possa ser interessante para algumas destas
  a esta estratégia de produção.                         empresas. Na verdade, pode-se conceber sis-
                                                         temas de gestão mistos onde a produção é
    A polivalência do pessoal é outra caracte-           "empurrada" até a estabilização da MP e, após
 rística do JIT. Para as agroindústrias a aplica-        esta estabilização, "puxada" pelos pedidos
 ção deste princípio pode ser problemática. A            (Floriot, 1992). Este é, por exemplo, o caso
 troca de posto de trabalho pelos operários ao           dos laticínios. Nestas indústrias o fluxo pode


                                                    56
PRODUÇÃO


ser empurrado pela chegada da MP (perecível             BATALHA, Mário O. La notion de filiere
e sujeita a sazonalidade). Porém, a empresa                comme outil d 'analyse stratégique: le
tem a possibilidade de secar este leite, trans-            cas des matieres grasses à tartiner au
formando-o em leite em pó. A partir deste                  Brésil. Tese dt:: Doutorado IGIAlINPL,
ponto, a indústria pode trabalhar em função                 1993, Paris.
dos pedidos recebidos.
                                                        ABIA A indústria brasileira de alimentação
   Finalmente, cabe relembrar que um bom                   hoje. abril/no
sistema de gestão da produção ajuda a pilotar
e a controlar uma organização, mas não resol-           FLORIOT, Jean-Louis. Les stratégies indus-
ve todos os problemas de ineficácia produti-                trielles et la maítrise des flux en indus-
va. Um bom sistema de gestão da produção                    tries agro-alimentaires. Revue Econo-
deve caminhar junto com tecnologias de pro-                 mie & Gestion Agro-alimentaire nO 24,
cesso adequadas e um pessoal bem formado e                  Cergy-Pontoise, França, 19n.
motivado. A escolha do processo de gestão da
produção melhor adaptado deve, necessaria-              TARONDEAU, Jean-Claude. Produits et te-
mente, levar em consideração as característi-              chnologies - Choix politiques de
cas do processo industrial e os objetivos estra-           I 'entreprise industrielle. Dalloz, 1982,
tégicos da firma.                                          Paris.

                                                        GIARD, Vincent. Gestion de la production.
Referências                                                 Economica, 1989, Paris.

Bibliográficas
JANK, Marcos.A inserção do Brasil e do
    setor cooperativo no mercado mundial
    de produtos agro industrializados . USP/
    ESALQ, 1990, São Paulo.




                                                   57

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  • 1. PRODUÇÃO A Gestão da Produção em Firmas Agroindustriais Mário O. Batalha Penido Sthalberg Universidade Federal de São Carlos - UFSCar Departamento de Engenharia de Produção - DEP Grupo de Estudos e Pesquisas na Agroindústria - GEPAI Via Washington Luiz, Km 235 Caixa Postal 676 13565-905 - São Carlos - SP Palavras-chave: Gestão da produção, agroindustria. RESUMO Este traballio tem por objetivo principal discutir a aplicação das duas principais filosofias atuais de gestão da produção (just-in-time e just-in-case) ao caso das empresas agroindustriais. O traballio divide-se em duas partes principais. Após uma breve introdução, a primeira parte busca -evidenciar as especificidades das fumas agroindustriais em relação aos seus processos de produção, de fornecimento em matérias-primas e de distribuição. Estas especificidades são o resultado de vários fatores, dentre os quais pode-se destacar: • variações sazonais da produção agrícola; • variações de qualidade na produção agrícola; • perecibilidade das matérias-primas agrícolas; • normas de controle de qualidade (sanitárias) estritas; • variações sazonais no consumo de certos alimentos; • limitações importantes no ciclo de comercialização dos alimentos (DLV - Datas Limite de Venda). A segunda parte considera estas especificidades para discutir a problemática da gestão dos fluxos de produção nas empresas agroindustriais. Ainda nesta parte, comenta-se sobre a maior ou menor aplicabilidade dos sistemas tipo MRP e KANBAN a estas fumas. A parte fmal do artigo encerra algumas conclusões sobre a questão levantada, além de apresentar algumas orientações para pesquisas futuras. 51
  • 2. Neste sentido, este trabalho evidenciará Introdução como as especificidades que envolvem as o sistema agroindustrial (SAI) brasileiro é agroindústrias em relação aos seus processos responsável por parcela importante da ativi- de produção, de abastecimento em matérias- dade econômica brasileira. Em 1988 ele em- primas (MP) e de distribuição, podem condi- pregava 23% da população ativa e era cionar a aplicação das duas principais filoso- responsável por mais de 30% do PIB (Jank, fias atuais de gestão da produção (just-in-time 1990). As agroindústrias alimentares repre- e just-in-case) às suas unidades fabris. sentam um importante elo das cadeias produ- tivas que compõem este sistema (Batalha, 1993). Em 1985 elas representavam 13,3% Algumas dos empregos distribuídos em 20,8% das in- dústrias nacionais (ABIA, 1992). Especificidades das Apesar desta importância inconteste, o Firmas Agroindustriais número pouco expressivo de trabalhos que Alim en tares abordam a adaptação das modernas técnicas de gerenciamento (gestão da produção, Além dos aspectos ligados às especificida- marketing, gestão da qualidade, controle de des dos seus circuitos de produção, distribui- custos industriais, etc) às especificidades des- ção e abastecimento em MP as firmas agroin- te conjunto de indústrias parece refletir um dustriais também apresentam particularida- relativo descaso dos pesquisadores para com des em relação ao meio-ambiente socio-eco- esta problemática. Somente num período re- nômico que as envolvem. Por um lado, elas se cente, com o surgimento de alguns grupos de defrontam com fornecedores de MP, perten- pesquisas espalhados por diferentes Univer- centes ao mundo rural, com peculiaridades sidades brasileiras, a comunidade acadêmica bem específicas. Pm outro lado, elas devem parece ter despertado para as potencialidades atender consumidores que devem necessaria- desta área de pesquisa. Porém, cabe ressaltar mente se alimentar para sobreviver. Este im- que, mesmo com o interesse crescente que o portante jogo de interesses gera constantes assunto vem suscitando, o aprimoramento intervenções do governo nos mercados, como das ferramentas de gestão das atividades in- forma de tentar garantir (?) um abastecimento ternas das firmas agroindustriais continua sen- alimentar conveniente para a população. do negligenciado e pouco estudado, visto que uma parcela expressiva dos esforços dos pes- A despeito dos esforços para padronizar e quisadores está sendo canalizado para anali- regularizar (diminuição da sazonalidade) a sar, compreender e propor recomendações produção agrícola e animal, as firmas agroin- para o bom funcionamento dos ditos "com- dustriais ainda se defrontam com problemas plexos agroindush-iais". Neste caso, a unida- relativos à variabilidade na qualidade e na de de análise não é a firma em si mesma, mas disponibilidade de suas MP de base. Numa os complexos vistos através dos seus meca- indústria onde a MP geralmente representa nismos de interação e regulação, sejam eles uma parcela importante da estrutura de custos internos ou externos (as relações entre fmna, dos produtos, o controle estrito deste fluxo de cadeia, complexo e sistema agroindustrial abastecimento é muito importante. As varia- podem ser vistos em Batalha, 1993). ções no clima, que independem da vontade do 52
  • 3. PRODUÇÃO homem, podem afetar sobremaneira a quali- tância vital devido a esta perecibilidade. dade e a quantidade da produção agrícola, atingindo, desta forma, as agroindústrias. Uma outra característica que afeta de ma- neira importante as agroindústrias é aquela A amplitude da va,riação sazonal no abas- ligada à qualidade dos produtos. Como algu- tecimento em MP (mais ou menos importante mas agroindústrias fabricam produtos que segundo o produto em questão) pode conju- serão diretamente consumidos (no sentido gar-se com uma variação sazonal no consumo literal da palavra) pelo cliente, e que a saúde dos produtos finais, que pode, por sua vez, ser deste consumidor pode ser seriamente com- defasada ou não em relação à sazonalidade da prometida em função da qualidade deste ali- MP. Este fato pode complicar ainda mais o mento, o poder público tende a exercer um problema de t1exibilidade estática das ferra- controle estrito da qualidade final deste pro- mentas de produção das agroindústrias. Face duto através de rigorosas normas de produção a estes problemas, a indústria pode ser levada e comercialização. Se, para alguns setores, a a instalar uma capacidade de produção capaz qualidade é uma vantagem concorrencial im- de atender as MP que devem, na safra, ser portante, para as agroindústrias ela é uma absolutamente processadas sob pena de se questão de sobrevivência. Um problema de deteriorarem, mas que, em alguns períodos do não qualidade em um produto qualquer pode ano, funciona com uma enorme capacidade afetar de maneira importante uma imagem de ociosa. A defasagem entre o aumento da ofer- marca solidamente implantada no mercado, ta em MP, e o aumento do consumo de produ- comprometendo-a de maneira definitiva. Di- tos acabados coloca a empresa face ao dilema ficilmente um consumidor que viu sua saúde da fonnação de estoques para atender os picos prejudicada pela ingestão de um produto de- de consumo, e todos os encargos gerados pela teriorado ou contaminado, arriscaria nova- detenção de estoques elevados. mente, se pudesse evitar, a compra de tal produto. Por outro lado, o número relativamente baixo de matérias-primas de base, utilizadas Além dos problemas devidos à natureza por grande parte das agroindustrias, aliado, intrínseca dos alimentos, as agroindústrias se em grande parte dos casos, a processos contí- defrontam com distribuidores cada vez mais nuos de produção, facilita a tarefa de sequen- poderosos. As exigências dos distribuidores ciamento e de controle do t1uxo de produção. também condicionam a gestão da produção das agroindústrias. Assim, exigências a nível A pericibilidade das MP e dos produtos da embalagem (uma promoção especial, por finais são características que afetam uma gran- exemplo) obrigam as agroindústrias a traba- de parte das agroindústrias. O processo de lhar, em alguns casos, sob encomenda. Estas industrialização deve ser o mais rápido possí- exigências, conjugadas ao fato de que os vel, porque atrasos na produção podem com- distribuidores querem vender um produto o prometer, de maneira definitiva, a qualidade mais "fresco" possível, e contar com uma dos produtos. Os problemas de estoques inter- durabilidade na prateleira a mais longa possí- mediários de produção, por mais graves que vel, faz com que as agroindústrias tendam, eles sejam para outros setores industriais, cada vez mais, a trabalhar dentro da filosofia assumem, para as agroindústrias, uma impor- just-in-time. Cabe ressaltar que estes últimos 53
  • 4. PRODUÇÃO aspectos não são somente do interesse do O conceito MRP é baseado na constatação distribuidor, mas também do fabricante, que de que uma indústria tem dois tipos de neces- deve tentar preservar a imagem de marca do sidades de material: as necessidades depen- seu produto. dentes e as necessidades independentes. o Necessidades dependentes: são geradas pelas necessidades independentes e podem A Gestão da Produção ser calculadas pela decomposição dos produ- tos finais em sub-conjuntos, peças, matérias- nas Agroindústrias prima, etc. Este cálculo é o motor do MRP e sua vantagem principal. Para gerir os seus t1uxos de produção, as empresas podem utilizar um sistemajust-in- o Necessidades independentes: são repre- case (t1uxo "empurrado" porum plano diretor sentadas por produtos que a empresa comer- de produção), um sistemajus-in-time (t1uxo cializa no mercado. A previsão destas neces- "puxados" pelos pedidos), ou ainda uma com- sidades baseia-se nas previsões de vendas. binação destes dois. Cada uma destas duas "filosofias" de gestão se traduz por técnicas, Assim, o MRP é particularmente bem ada p- ferramentas e metodologias que lhes são pró- tado às indústrias que fabricam produtos ten- pnas. do um grande número de componentes. Convém ressaltar que, na lógica MRP, não o just-in-case e o MRP. são os pedidos que "disparam" a fabricação de um artigo. A produção avança segundo um As modernas ferramentas dos sistemas "Programa Mestre de Produção" (pMP) esta- just-in-case são baseadas, sobretudo, nos belecido geralmente a partir das previsões de conceitos do MRP (Materiais Requirements venda. Como consequência, a produção é Planning). A maioria dos softwares integra- "empurrada" de "montante para jusante". dos de gestão da produção são inspirados nos princípios do MRP. A lógica de funcionamento do MRP tem uma "vocação" natural para criar estoques. o MRP é um conceito de gestão da produ- Ele é um sistema construído ao redor da ção desenvolvido nos Estados Unidos durante necessidade de aglomerar as necessidades os anos 60. Este conceito evoluiu, no fim dos oriundas dos pedidos, com o objetivo de obter anos 70, para o conceito de MRP 2 (Material séries econômicas de fabricação que diminu- Resources Planning). O método MRP, em am os custos de produção associados a deter- todas as suas variantes, é o mais utilizado nas minadas máquinas que apresentam custos de empresas ocidentais de hoje. Sua aplicação é funcionamento (ou de regulagem) particular- feita, principalmente, através de várias cente- mente altos. Ora, a perecibilidade de uma nas de softwares disponíveis no mercado. grande parte das matérias-primas envolvidas Estes sistemas são, em geral, difíceis de gerir na produção agroindustrial não permite a for- e demandam um suporte em informática im- mação de estoques intermediários. Para estas portante. empresas a utilização de um sistema MRP 54
  • 5. PRODUÇÃO padrão não se justifica. devem iniciar o processo de fabricação tão logo elas cheguem à fabrica. A fabricação de produtos em processo con- tínuo se adapta mal à ótica utilizada pelo Os serviços de manutenção e os aspectos MRP. Uma parte expressiva das agroindústri- ligados à qualidade são considerados como as utilizam justamente este tipo de processo importantes na filosofia just-in-case, mas de fabricação. não são objetos de controle direto do MRP. Ora, para as agroindústrias, como já foi co- o cálculo das necessidades em componen- mentado, o aspecto qualidade reveste-se de tes, como forma de facilitar o sequenciamento uma importância vital. e o processo de abastecimento em MP é outra das grandes vantagens do MRP. Para algumas agroindústrias estes cálculos não são um pro- o just-in-time na agroindústria blema maior porque -elas fabricam produtos Durante os anos 70 apareceu uma outra pouco complexos, (envolvendo poucas MP "filosofia" de produção que se opunha a ges- de base) no que se refere ao número de com- tão da produção do tipo "empurrar". É a ponentes. produção do tipo "puxar" ou produçãojust- A perecibilidade, as variações climáticas, a in-time. amplitude da sazonalidade e o problema de padronização da produção agrícola pertur- Foi no Japão que esta nova filosofia de bam as previsões e a gestão dos estoques de gestão atingiu maior sucesso, e foi através das MP. Para o MRP os estoques disponíveis são indústrias japonesas que ela se disseminou dados físicos indispensáveis para a planifica- pelo ocidente. O exemplo mais conhecido foi ção da produção (é preciso notar que para o sistema desenvolvido pela Toyota e que algumas agroindústrias é a chegada da MP ficou conhecido sobretudo pelo seu sistema que dá início à fabricação e não o inverso). de informações do tipo Kanban. Por outro lado, o just-in-case pode ser Dentro da lógica de produção just-in-time válido para alguns tipos de agroindústria. Em não é o Programa Mestre de Fabricação que todos os casos onde a previsão de estoques de deslancha a fabricação. Neste caso, são as matéria-prima e a previsão de vendas é possí- encomendas e a demanda dos centros de pro- vel e confiável, pode-se utilizar uma política dução que deslancham a fàbricação. de produção just-in-case. Isto não quer, abso- lutamente, dizer que esta é a filosofia de Cabe ressaltar que o just-in-time não é gestão mais indicada. Cada caso deve somente um sistema de gestão de produção. ser estudado segundo suas características pró- Seus objetivos vão muito além. Assim, não se prias. deve confundir o sistema Kanban (sistema de informações utilizadas para a gestão da pro- Convém, ainda, destacar que as caracterís- dução) e ojust-in-time. O Kanban é somente ticas de sazonalidade e perecibilidade de vá- uma ferramenta dojust-in-time. Uma indús- rias MP agrícolas pode levar as agroindústrias tria pode, por exemplo, utilizar a "filosofia" a trabalharem emjust-in-case. Na verdade, as just-in-time (JIT) sem utilizar o sistema de indústrias que trabalham com MP perecíveis informações Kanban. 55
  • 6. Uma das ações necessárias à implantação longo de uma linha, ou de uma seção de do m é a formação de linhas de produção e/ fabricação para outra, é problemática devido ou células flexíveis de produção. Isso visa, ao perigo de contaminação que isto pode entre outras, dar mais fluidez e flexibilidade oferecer aos produtos. Na verdade, o grau de aos fluxos de produção. No caso das agroin- exigência em termos de higiene sanitária pode dústrias elas já fabricam, em grande parte, variar ao longo de uma linha de produção. seus produtos em linhas de produção, o que Assim, um operário que troca de posto, na facilita a implantação do JIT. mesma jornada de trabalho, pode, se não tomar as precauções devidas, tomar-se um o controle da qualidade é outro conceito agente de contaminação em todas as etapas de importante à implantação do m. Os produtos fabricação. agroindustriais, como já foi visto, sempre foram, por natureza, controlados ao nível qua- A planificação da produção em um sistema lidade, seja este controle externo ou interno à JIT é, geralmente, feito por três meses, e empresa. atualizado no mínimo a cada semana. Esta planificação, em um sistema MRP é feita uma A perecibilidade de alguns produtos agro- vez por ano, e as modificações são trabalho- industriais incta as agroindústrias a trabalha- sas de serem feitas. Esta t1exibilidade de pla- rem em JIT. Os distribuidores fazem pressão nificação no sistema JIT combina bem com as para receber produtos com DLV a mais longa características das agroindústrias, devido a possível, o que leva as agroindústrias a dimi- sazonalidade do consumo e dos problemas de nuírem cada vez mais os seus prazos de entre- abastecimento em MP. ga. Assim, várias agroindústrias já trabalham em JIT, mesmo sem perceber. As agroindústrias trabalham, geralmente, Não Existem com processos de produção curtos, o que Soluções Prontas facilita o funcionamento em JIT. O ciclo de fabricação curto proporciona respostas mais Nenhum dos dois sistemas de produção rápidas às encomendas. apresentados podem ser adotados pelas agro- indústrias sem as adaptações necessárias. As A "diferenciação retardada de produtos" adaptações devem ser feitas caso a caso, (farondeau, 1982) é um artifício utilizado segundo as especificidades da indústria estu- . pelo JIT para que o ciclo industrial da fábrica dada . seja compatível com o prazo de entrega ao cliente. Este conceito é largamente utilizado A "tendência" das agroindústrias em traba- nas agroindústrias. Os produtos agroindustri- lhar no sistema JIT não impede que o sistema ais, por sua própria natureza, prestam-se bem JIC possa ser interessante para algumas destas a esta estratégia de produção. empresas. Na verdade, pode-se conceber sis- temas de gestão mistos onde a produção é A polivalência do pessoal é outra caracte- "empurrada" até a estabilização da MP e, após rística do JIT. Para as agroindústrias a aplica- esta estabilização, "puxada" pelos pedidos ção deste princípio pode ser problemática. A (Floriot, 1992). Este é, por exemplo, o caso troca de posto de trabalho pelos operários ao dos laticínios. Nestas indústrias o fluxo pode 56
  • 7. PRODUÇÃO ser empurrado pela chegada da MP (perecível BATALHA, Mário O. La notion de filiere e sujeita a sazonalidade). Porém, a empresa comme outil d 'analyse stratégique: le tem a possibilidade de secar este leite, trans- cas des matieres grasses à tartiner au formando-o em leite em pó. A partir deste Brésil. Tese dt:: Doutorado IGIAlINPL, ponto, a indústria pode trabalhar em função 1993, Paris. dos pedidos recebidos. ABIA A indústria brasileira de alimentação Finalmente, cabe relembrar que um bom hoje. abril/no sistema de gestão da produção ajuda a pilotar e a controlar uma organização, mas não resol- FLORIOT, Jean-Louis. Les stratégies indus- ve todos os problemas de ineficácia produti- trielles et la maítrise des flux en indus- va. Um bom sistema de gestão da produção tries agro-alimentaires. Revue Econo- deve caminhar junto com tecnologias de pro- mie & Gestion Agro-alimentaire nO 24, cesso adequadas e um pessoal bem formado e Cergy-Pontoise, França, 19n. motivado. A escolha do processo de gestão da produção melhor adaptado deve, necessaria- TARONDEAU, Jean-Claude. Produits et te- mente, levar em consideração as característi- chnologies - Choix politiques de cas do processo industrial e os objetivos estra- I 'entreprise industrielle. Dalloz, 1982, tégicos da firma. Paris. GIARD, Vincent. Gestion de la production. Referências Economica, 1989, Paris. Bibliográficas JANK, Marcos.A inserção do Brasil e do setor cooperativo no mercado mundial de produtos agro industrializados . USP/ ESALQ, 1990, São Paulo. 57