SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 20
1 
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE 
GOIÁS – PUCGO 
DEPARTAMENTO DE BIOMEDICINA – CBB 
APOSTILA I 
BIOQUÍMICA III
2 
DISCIPLINA: CBB – 3243 – BIOQUÍMICA III 
DOCENTE: IVANISE CORREIA DA SILVA MOTA 
2009 
SUMÁRIO 
1. 
Histórico.................................................................................... 
.................03 
2. 
Glicólise...................................................................................... 
................04 
3. Ciclo de 
Krebs........................................................................................... 
08
4. Via das Pentoses-fosfato........................................................................ 
3 
11 
5. 
Bibliografia............................................................................... 
...................14
4 
HISTÓRICO 
Em 1860, Loius Pasteur observou e descreveu o processo de 
fermentação como um processo indissoluvelmente ligado às células vivas. 
Em 1897, Hans e Eduard Büchner pesquisavam como conservar 
extratos de levedura isento de células, sem utilizar anti-sépticos. 
Experimentaram então a sacarose, como substância conservadora e o 
resultado foi uma fermentação com rápida produção de álcool. 
Em 1905, Arthur Harden e William Young, ao unirem glicose com 
extrato de leveduras observaram uma rápida e breve fermentação, contudo, 
ao adicionarem fosfato inorgânico (Pi) o processo fermentado continuava. 
Posteriormente, isolaram a frutose 1,6 bisfosfato, chegando a outros 
compostos presentes na degradação da glicose. 
A via glicolitica completa foi elucidada por volta de 1940. Vários foram 
os cientistas que contribuíram para o esclarecimento da via entre eles: 
Gustav Embdet, Otto Meyerhof, Carl Neuberg, Jacob Parnas, Otto Warburg, 
Gerty Cori e Carl Cori. 
Nos organismos superiores o processo de produção de energia a partir 
da oxidação dos alimentos é composto por 03(três) estágios de geração de 
energia: 
# 1º As moléculas maiores dos alimentos sofrem quebras na sua estrutura 
molecular até se tornarem unidades menores, gerando então os “osídeos”
que serão hidrolisados`a ”oses”, as proteínas a aminoácidos e os lipídeos a 
glicerol e ácidos graxos. 
# 2º A glicólise – numerosas moléculas de glicose são degradadas a 
unidades simples, gerando energia utilizável na forma de alguns poucos ATP 
e exercem papel central no metabolismo. 
# 3º Ciclo de Krebs ou Ciclo do ácido cítrico e fosforilação oxidativa – 
Momento de degradação dos alimentos de maior produção de energia(mais 
de 90% de ATP). 
5 
GLICÓLISE
A maioria dos tecidos tem alguma necessidade de glicose, por 
esta razão, a glicólise é a principal via do metabolismo da glicose, ocorrendo 
no citosol de todas as células. A capacidade da glicólise de produzir ATP na 
falta de oxigênio permite que o músculo esquelético trabalhe em níveis 
elevados mesmo na falta de oxigênio. 
A concentração de glicose na corrente sanguínea é mantida a 
níveis sensivelmente constantes. A glicose entra nas células por difusão 
facilitada. Este processo não permite a acumulação na célula de 
concentrações de glicose superiores às existentes no sangue, 
consequentemente tem de manter glicose em seu interior, sendo realizado 
por modificação química da glicose pela enzima hexoquinase: 
6
A membrana celular é impermeável à glicose-6-fosfato, que pode 
por isso ser acumulada na célula. A glicose-6-fosfato será utilizada na síntese 
do glicogênio (uma forma de armazenamento de glicose), para produzir 
outros compostos de carbono na via das pentoses fosfato, ou degradada 
para produzir energia - glicólise. 
Para poder ser utilizada na produção de energia, a glicose-6- 
fosfato é primeiro isomerizada a frutose-6-fosfato. A frutose-6-fosfato é 
depois fosforilada a frutose-1,6-bisfosfato. Este é o ponto de não-retorno 
desta via metabólica: a partir do momento em que a glicose é transformada 
em frutose-1,6-bisfosfato não pode ser usada em nenhuma outra via. 
Seguidamente, a frutose-1,6-bisfosfato é clivada em duas moléculas de 
7 
três carbonos cada:
Estas duas moléculas (dihidroxiacetona fosfatada e gliceraldeído-3- 
fosfato) são facilmente interconvertíveis por isomerização. Portanto, basta 
uma via metabólica para degradar as duas. É por esta razão que a glicose-6- 
P foi isomerizada a frutose-6-P: Os aldeídos têm potenciais de oxidação-redução 
bastante baixos A reação de oxidação do gliceraldeído-3-fosfato 
pelo NAD+ é bastante espontânea. É uma reação tão exergónica que pode 
ser usada para produzir ATP . A produção de ATP é feita em dois passos. No 
primeiro, dá-se a oxidação do gliceraldeído-3-fosfato e a fosforilação do 
ácido produzido. 
Os ácidos fosforilados (tal como os fosfoenóis e os 
fosfoguanidinos) têm grupos fosfatos bastante energéticos: a saída do grupo 
fosfato dá origem a espécies muito mais estabilizadas por ressonância. O 
grupo fosfato do carbono 1 do 1,3-bisfosfoglicerato pode por isso ser 
transferido para ADP, produzindo ATP. 
O 3-fosfoglicerato é isomerizado a 2-fosfoglicerato, que depois de 
8 
desidratado e. perder H2O dá origem a um fosfoenol:
Devido ao seu elevado potencial de transferência de fosfato, o 
9 
fosfoenolpiruvato pode transferir um fosfato o ADP: 
Na glicólise gastam-se portanto dois ATP (primeira fase até a formação 
das duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato), e produzem-se quatro ATP. 
O NAD+ tem de ser regenerado, caso contrário a glicólise pára, uma vez que 
é substrato de uma das reações. Em condições aeróbicas, o NADH transfere 
os seus elétrons para a cadeia transportadora de elétrons. Na ausência de O2 
o NADH transfere os seus elétrons para o próprio piruvato, dando origem a 
lactato. É o que se denomina fermentação : um processo em que o 
aceitador final dos elétrons provenientes da degradação é um produto 
orgânico da própria degradação. 
Regulação 
Hexoquinase - Inibda pelo próprio produto Glicose-6-fosfato. 
Fosfofrutoquinase - Principal enzima no controle da via glicolítica, altos 
níveis de ATP e citrato exercem inibição. Outro agente a inibi-la é H+. É 
estimulada por frutose-6-fosfato, AMP e ADP.
Piruvatoquinase - Controla o final da via que gera ATP e piruvato. O ATP e 
o acetil-CoA a inibe. 
10
11 
CICLO DE KREBS 
O piruvato produzido na glicólise ainda contém bastante poder redutor 
.Este poder redutor vai ser aproveitado pela célula no Ciclo de Krebs ou 
Ciclo do Ácido Cítrico, ocorrendo no interior mitocondrial. Em primeiro 
lugar, o piruvato é utilizado para produzir acetil-CoA, que é uma forma 
ativada de acetato.
Nesta reação intervém a piruvato desidrogenase. É uma enzima 
bastante complexa, que contém bastantes cofatores: lipoamida, FAD, 
coenzima A. A hidrólise do acetil-CoA é bastante exergónica, pelo que a sua 
formação exige energia. Essa energia provém da descarboxilação do piruvato 
A energia proveniente de descarboxilações é frequentemente usada pela 
célula para empurrar um equilíbrio no sentido da formação de produtos. 
Na primeira reação do ciclo de Krebs, o acetil-CoA é adicionado a 
oxaloacetato, dando origem a citrato, numa reação de adição aldólica. A 
hidrólise do tioéster ajuda a deslocar o equilíbrio no sentido da formação de 
produtos: 
O citrato é depois isomerizado a isocitrato. Este é então descarboxilado 
a a-cetoglutarato. Se o citrato não tivesse sido isomerizado a isocitrato antes 
da descarboxilação, esta produziria um composto de carbono ramificado, 
mais difícil de metabolizar. 
12
Tal como o piruvato, o α-cetoglutarato é um α-cetoácido, i.e., possui 
um grupo carbonilo adjacente ao grupo ácido carboxílico. É portanto de 
prever que reaja exactamente como o piruvato, i.e., que a sua 
descarboxilação forneça energia suficiente para que se forme uma ligação 
tioéster com a coenzima A A enzima responsável por esta reação, a α- 
cetoglutarato desidrogenase,. 
A ligação tioéster do succinil-CoA é bastante energética. A sua 
hidrólise vai constituir o único ponto do ciclo de Krebs onde ocorre 
produção direta de ATP (ou equivalente). 
O succinato é, tal como o oxaloacetato, um produto com quatro carbonos. A 
parte final do ciclo de Krebs consiste em regenerar o oxaloacetato a partir 
do succinato. O succinato é primeiro oxidado a fumarato, pelo complexo 
succinato desidrogenase (também denominado complexo II), que se 
encontra na face matricial da membrana interna da mitocôndria. A oxidação 
de ligação simples a dupla (alcanos a alcenos) tem um potencial demasiado 
elevado para que os elétrons possam ser aceites pelo NAD+ . A célula utiliza 
13
portanto FAD como aceitador destes elétrons. A hidratação do fumarato 
produz malato, que depois é oxidado a oxaloacetato, completando o ciclo. 
Uma seqüência semelhante de reações ocorre na β-oxidação dos lipídeos. 
14 
O resultado do ciclo de Krebs é portanto: 
Acetil-CoA + oxaloacetato + 3 NAD+ + GDP + Pi +FAD  oxaloacetato + 2 
CO2 + FADH2 + 3 NADH + 3 H+ + GTP 
Regulação 
Piruvato desidrogenase – Inibida pelo próprios produtos: acetil-CoA e NADH, 
estimulada pelo íon cálcio. 
Citrato sintase – Inibida pelo citrato, NADH e succinil-CoA. 
Isocitrato desidrogenase e a-cetoglutarato desidrogenase – Inibidas por 
NADH e succinil-CoA e estimuladas por íon cálcio. A isocitrato 
desidrogenase é também inibida por ATP e estimulada por ADP.
15 
VIA DAS PENTOSES-FOSFATO: 
Para realizar o seu anabolismo, a célula não precisa apenas de energia 
(ATP): também precisa de poder redutor, sob a forma de NADPH. O NADPH 
é produzido durante a oxidação da glicose-6-fosfato por uma via distinta da 
glicólise, a via das pentoses-fosfato ou desvio da hexose-monofosfato. 
Esta via é muito ativa em tecidos envolvidos na biossíntese de colesterol e 
de ácidos gordos (fígado, tecido adiposo, córtex adrenal, glândulas 
mamárias). Esta via também produz ribose-5-P, o açúcar constituinte dos 
ácidos nucleicos. 
A glicose-6-fosfato é primeiro oxidada no seu carbono 1, dando 
origem a uma lactona (um ácido carboxílico cíclico). Os elétrons libertados 
são utilizados para reduzir uma molécula de NADP+. O anel é então aberto 
por reação com água:
A descarboxilação do gluconato liberta dois elétrons, que vão reduzir 
16 
outra molécula de NADP+. Obtém-se assim um açúcar de 5 carbonos, a 
ribulose-5-fosfato, que por isomerização é transformado em ribose-5-P. 
O que se passa a seguir depende das necessidades da célula: se a 
célula só precisar de NADPH e não precisar de ribose-5-P esta poderá ser 
reaproveitada. Isto é feito através de 3 reações. Na primeira, a ribose-5-P 
recebe dois carbonos da xilulose-5-P (obtida por epimerização da ribulose- 
5-P):
Seguidamente, são transferidos três carbonos da sedoeptulose-7-P 
17 
para o gliceraldeído-3-P: 
Por transferência de dois carbonos da xilulose-5-P para a eritrose-4-P, 
forma-se outra molécula de frutose-6-P e uma molécula de gliceraldeído-3- 
P:
18 
O balanço destas últimas reações é: 
2 xilulose-5-P + ribose-5-P -----> 2 frutose-6-P + gliceraldeído-3-P 
A frutose-6-P e o gliceraldeído-3-P podem ser utilizados na glicólise 
para produção de energia, ou reciclados pela gliconeogénese para formar 
novamente glicose-5-P. Neste último caso, através de seis ciclos da via das 
pentoses-fosfato e da gliconeogénese uma molécula de glicose-6-P pode 
ser completamente oxidada a seis moléculas de CO2 com produção 
simultânea de 12 moléculas de NADPH. Quando as necessidades de ribose- 
5-P são superiores às de NADPH, esta pode ser produzida por estas reações 
a partir de frutose-6-P e gliceraldeído-3-P. 
Regulação 
O fluxo é determinado pela velocidade da reação da glicose-6-fosfato-desidrogenase, 
que é controlada pela disponibilidade de NADP+.
19 
BIBLIOGRAFIA 
*CAMPBELL, MARY K. Bioquímica, 3. ed. Porto Alegre:Artmed, 2000. 
*CHAMPE, P. C., HARVEY, R. A., FERRIER, D. R. Bioquímica Ilustrada. 3. 
ed.Porto Alegre: Artmed, 2006. 
* CONN, E. E.; STUMPF, P. K. Introdução a bioquímica. 4 ed. Tradução de J. 
R. Magalhães; L. Mennucci. São Paulo: Edgard Blücher, 2001. 525 p. Tradução 
de: Outlines of biochemistry. 
*DEVLIN, T.M. Manual de Bioquímica com Correlações Clínicas. 4. ed. São 
Paulo:Edgard Blücher Ltda, 2000. 
*KOZLOSKI, G. V. Bioquímica dos ruminantes. Santa Maria: UFSM, 2002. 
* LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica. 
Tradução de W.R. Loodi, e A.A. Simões. São Paulo: Sarvier, 2003. 839 p. 
Tradução de: Principles of biochemistry 
* VIEIRA, E.C.; GAZZINELLI, G.; MARES-GUIA, M. Bioquímica celular e 
biologia molecular. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2006. 360 p.
20

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Metabolismo de Carboidratos
Metabolismo de CarboidratosMetabolismo de Carboidratos
Metabolismo de CarboidratosAdriana Quevedo
 
Bioquímica ii 02 glicólise e gliconeogênese
Bioquímica ii 02   glicólise e gliconeogêneseBioquímica ii 02   glicólise e gliconeogênese
Bioquímica ii 02 glicólise e gliconeogêneseJucie Vasconcelos
 
Metabolismo de carboidratos
Metabolismo de carboidratosMetabolismo de carboidratos
Metabolismo de carboidratosRodrigo Tinoco
 
Bioquímica ii 03 via das pentose fosfato - med resumos (arlindo netto)
Bioquímica ii 03   via das pentose fosfato - med resumos (arlindo netto)Bioquímica ii 03   via das pentose fosfato - med resumos (arlindo netto)
Bioquímica ii 03 via das pentose fosfato - med resumos (arlindo netto)Jucie Vasconcelos
 
Metabolismo dos carboidratos
Metabolismo dos carboidratosMetabolismo dos carboidratos
Metabolismo dos carboidratosRamon Bispo
 
Fermentação alcoólica e lática, gliconeogênese, glicogênese e glicogenólise fsp
Fermentação alcoólica e lática, gliconeogênese, glicogênese e glicogenólise fspFermentação alcoólica e lática, gliconeogênese, glicogênese e glicogenólise fsp
Fermentação alcoólica e lática, gliconeogênese, glicogênese e glicogenólise fspMessias Miranda
 
38 013723 metabolismode_carboidratos
38 013723 metabolismode_carboidratos38 013723 metabolismode_carboidratos
38 013723 metabolismode_carboidratosokamoto_adilson
 
Via das pentoses luciano
Via das pentoses   lucianoVia das pentoses   luciano
Via das pentoses luciano300685
 
Revisao metabolismo prova_2
Revisao metabolismo prova_2Revisao metabolismo prova_2
Revisao metabolismo prova_2Sergio Câmara
 
Aula 4 ciclo de krebs
Aula 4   ciclo de krebsAula 4   ciclo de krebs
Aula 4 ciclo de krebsInara Rocha
 
Ciclo de krebs ou ciclo do ácido cítrico
Ciclo de krebs ou ciclo do ácido cítricoCiclo de krebs ou ciclo do ácido cítrico
Ciclo de krebs ou ciclo do ácido cítricoBeatriz Souza Lima
 
Bioquímica da fermentação etanólica
Bioquímica da fermentação etanólicaBioquímica da fermentação etanólica
Bioquímica da fermentação etanólicaCauré Portugal
 
Bioquímica ii 10 lipogênese (arlindo netto)
Bioquímica ii 10   lipogênese (arlindo netto)Bioquímica ii 10   lipogênese (arlindo netto)
Bioquímica ii 10 lipogênese (arlindo netto)Jucie Vasconcelos
 
Me resumo de vias metabólicas
Me  resumo de vias metabólicasMe  resumo de vias metabólicas
Me resumo de vias metabólicasJéssica Souza
 
Transaminação de aminoácidos
Transaminação de aminoácidosTransaminação de aminoácidos
Transaminação de aminoácidosBeatriz Souza Lima
 
Bioquímica ii 11 lipolise (arlindo netto)
Bioquímica ii 11   lipolise (arlindo netto)Bioquímica ii 11   lipolise (arlindo netto)
Bioquímica ii 11 lipolise (arlindo netto)Jucie Vasconcelos
 

Was ist angesagt? (20)

Metabolismo de Carboidratos
Metabolismo de CarboidratosMetabolismo de Carboidratos
Metabolismo de Carboidratos
 
gliconeogenese
gliconeogenesegliconeogenese
gliconeogenese
 
Bioquímica ii 02 glicólise e gliconeogênese
Bioquímica ii 02   glicólise e gliconeogêneseBioquímica ii 02   glicólise e gliconeogênese
Bioquímica ii 02 glicólise e gliconeogênese
 
Metabolismo de carboidratos
Metabolismo de carboidratosMetabolismo de carboidratos
Metabolismo de carboidratos
 
Bioquímica ii 03 via das pentose fosfato - med resumos (arlindo netto)
Bioquímica ii 03   via das pentose fosfato - med resumos (arlindo netto)Bioquímica ii 03   via das pentose fosfato - med resumos (arlindo netto)
Bioquímica ii 03 via das pentose fosfato - med resumos (arlindo netto)
 
Resumo bioquimica1
Resumo bioquimica1Resumo bioquimica1
Resumo bioquimica1
 
Metabolismo dos carboidratos
Metabolismo dos carboidratosMetabolismo dos carboidratos
Metabolismo dos carboidratos
 
Metabolismo do glicogenio_
Metabolismo do glicogenio_Metabolismo do glicogenio_
Metabolismo do glicogenio_
 
Fermentação alcoólica e lática, gliconeogênese, glicogênese e glicogenólise fsp
Fermentação alcoólica e lática, gliconeogênese, glicogênese e glicogenólise fspFermentação alcoólica e lática, gliconeogênese, glicogênese e glicogenólise fsp
Fermentação alcoólica e lática, gliconeogênese, glicogênese e glicogenólise fsp
 
38 013723 metabolismode_carboidratos
38 013723 metabolismode_carboidratos38 013723 metabolismode_carboidratos
38 013723 metabolismode_carboidratos
 
Via das pentoses luciano
Via das pentoses   lucianoVia das pentoses   luciano
Via das pentoses luciano
 
Revisao metabolismo prova_2
Revisao metabolismo prova_2Revisao metabolismo prova_2
Revisao metabolismo prova_2
 
Aula 4 ciclo de krebs
Aula 4   ciclo de krebsAula 4   ciclo de krebs
Aula 4 ciclo de krebs
 
Ciclo de krebs ou ciclo do ácido cítrico
Ciclo de krebs ou ciclo do ácido cítricoCiclo de krebs ou ciclo do ácido cítrico
Ciclo de krebs ou ciclo do ácido cítrico
 
Bioquímica da fermentação etanólica
Bioquímica da fermentação etanólicaBioquímica da fermentação etanólica
Bioquímica da fermentação etanólica
 
Bioquimica 4
Bioquimica 4Bioquimica 4
Bioquimica 4
 
Bioquímica ii 10 lipogênese (arlindo netto)
Bioquímica ii 10   lipogênese (arlindo netto)Bioquímica ii 10   lipogênese (arlindo netto)
Bioquímica ii 10 lipogênese (arlindo netto)
 
Me resumo de vias metabólicas
Me  resumo de vias metabólicasMe  resumo de vias metabólicas
Me resumo de vias metabólicas
 
Transaminação de aminoácidos
Transaminação de aminoácidosTransaminação de aminoácidos
Transaminação de aminoácidos
 
Bioquímica ii 11 lipolise (arlindo netto)
Bioquímica ii 11   lipolise (arlindo netto)Bioquímica ii 11   lipolise (arlindo netto)
Bioquímica ii 11 lipolise (arlindo netto)
 

Andere mochten auch

Livro de bioquímica cap. 7 - 9
Livro de bioquímica cap. 7 - 9Livro de bioquímica cap. 7 - 9
Livro de bioquímica cap. 7 - 9Felipe Cavalcante
 
Bioquimica - Blanco
Bioquimica - BlancoBioquimica - Blanco
Bioquimica - BlancoDaniel Borba
 
Bioquimica de alimentos proteases
Bioquimica de alimentos   proteasesBioquimica de alimentos   proteases
Bioquimica de alimentos proteasesUERGS
 
Bioquímica de alimentos - Carboidrases
Bioquímica de alimentos - CarboidrasesBioquímica de alimentos - Carboidrases
Bioquímica de alimentos - CarboidrasesUERGS
 
Manejo de pragas - agricultura organica
Manejo de pragas - agricultura organicaManejo de pragas - agricultura organica
Manejo de pragas - agricultura organicapipesmythe
 
Bioquimica 2 Carboidratos
Bioquimica 2   CarboidratosBioquimica 2   Carboidratos
Bioquimica 2 Carboidratosguest67130e
 
Bioquímica dos alimentos aula 1 conservantes
Bioquímica dos alimentos aula 1 conservantesBioquímica dos alimentos aula 1 conservantes
Bioquímica dos alimentos aula 1 conservantesjoelbadboy
 
Bioquímica Básica: Carboidratos
Bioquímica Básica: CarboidratosBioquímica Básica: Carboidratos
Bioquímica Básica: CarboidratosRodrigo Caixeta
 
Alimentos industrializados
Alimentos industrializadosAlimentos industrializados
Alimentos industrializadosValeria Yesenia
 
Bioquímica ii 01 metabolismo do glicogênio
Bioquímica ii 01   metabolismo do glicogênioBioquímica ii 01   metabolismo do glicogênio
Bioquímica ii 01 metabolismo do glicogênioJucie Vasconcelos
 
Introdução a análises clínicas
Introdução a análises clínicasIntrodução a análises clínicas
Introdução a análises clínicasStephany Strombeck
 
Bioquimica medicina pacheco_leal
Bioquimica medicina pacheco_lealBioquimica medicina pacheco_leal
Bioquimica medicina pacheco_lealpooh15
 

Andere mochten auch (20)

Livro de bioquímica cap. 7 - 9
Livro de bioquímica cap. 7 - 9Livro de bioquímica cap. 7 - 9
Livro de bioquímica cap. 7 - 9
 
Apostila de hematologia
Apostila de hematologiaApostila de hematologia
Apostila de hematologia
 
Bioquimica - Blanco
Bioquimica - BlancoBioquimica - Blanco
Bioquimica - Blanco
 
Bioquimica de alimentos proteases
Bioquimica de alimentos   proteasesBioquimica de alimentos   proteases
Bioquimica de alimentos proteases
 
Bioquímica de alimentos - Carboidrases
Bioquímica de alimentos - CarboidrasesBioquímica de alimentos - Carboidrases
Bioquímica de alimentos - Carboidrases
 
Manejo de pragas - agricultura organica
Manejo de pragas - agricultura organicaManejo de pragas - agricultura organica
Manejo de pragas - agricultura organica
 
Bioquimica
BioquimicaBioquimica
Bioquimica
 
Bioquimica 2 Carboidratos
Bioquimica 2   CarboidratosBioquimica 2   Carboidratos
Bioquimica 2 Carboidratos
 
Bioquímica dos alimentos aula 1 conservantes
Bioquímica dos alimentos aula 1 conservantesBioquímica dos alimentos aula 1 conservantes
Bioquímica dos alimentos aula 1 conservantes
 
Carboidratos
CarboidratosCarboidratos
Carboidratos
 
Bioquímica Básica: Carboidratos
Bioquímica Básica: CarboidratosBioquímica Básica: Carboidratos
Bioquímica Básica: Carboidratos
 
Carboidratos
CarboidratosCarboidratos
Carboidratos
 
Carboidratos
CarboidratosCarboidratos
Carboidratos
 
Alimentos industrializados
Alimentos industrializadosAlimentos industrializados
Alimentos industrializados
 
Apostila coleta cnpq
Apostila coleta cnpqApostila coleta cnpq
Apostila coleta cnpq
 
Bioquímica ii 01 metabolismo do glicogênio
Bioquímica ii 01   metabolismo do glicogênioBioquímica ii 01   metabolismo do glicogênio
Bioquímica ii 01 metabolismo do glicogênio
 
Introdução a análises clínicas
Introdução a análises clínicasIntrodução a análises clínicas
Introdução a análises clínicas
 
Bioquimica medicina pacheco_leal
Bioquimica medicina pacheco_lealBioquimica medicina pacheco_leal
Bioquimica medicina pacheco_leal
 
Bioquimica -Antonio Blanco-
Bioquimica -Antonio Blanco-Bioquimica -Antonio Blanco-
Bioquimica -Antonio Blanco-
 
Blood coagulation
Blood coagulationBlood coagulation
Blood coagulation
 

Ähnlich wie Bioquímica III: Glicólise, Ciclo de Krebs e Pentoses

AULA 8 - GLICÓLISE OU VIA GLICOLÍTICA.ppt
AULA 8 -  GLICÓLISE OU VIA GLICOLÍTICA.pptAULA 8 -  GLICÓLISE OU VIA GLICOLÍTICA.ppt
AULA 8 - GLICÓLISE OU VIA GLICOLÍTICA.pptSuilanMoreiraFerreir
 
AULA 8-9 - RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO.ppt
AULA 8-9 - RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO.pptAULA 8-9 - RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO.ppt
AULA 8-9 - RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO.pptMariledaRodrigues
 
0001 respiração celualr
0001   respiração celualr0001   respiração celualr
0001 respiração celualrdescompliBIO
 
0001 respiração celualr
0001   respiração celualr0001   respiração celualr
0001 respiração celualrdescompliBIO
 
06Nutri15mdpfmpkokdmtknejtignbndpofopgmdp
06Nutri15mdpfmpkokdmtknejtignbndpofopgmdp06Nutri15mdpfmpkokdmtknejtignbndpofopgmdp
06Nutri15mdpfmpkokdmtknejtignbndpofopgmdpMarcosAdriano90
 
T3 regulação e integração metabólica
T3   regulação e integração metabólicaT3   regulação e integração metabólica
T3 regulação e integração metabólicaCarina Marinho
 
Metabolismo De Lipídios Veterinária
Metabolismo De Lipídios    VeterináriaMetabolismo De Lipídios    Veterinária
Metabolismo De Lipídios VeterináriaAdriana Quevedo
 
Metabolismo energético
Metabolismo energéticoMetabolismo energético
Metabolismo energéticoMARCIAMP
 
aula-4---fermentacao-e-ciclo-acido-citrico.pdf
aula-4---fermentacao-e-ciclo-acido-citrico.pdfaula-4---fermentacao-e-ciclo-acido-citrico.pdf
aula-4---fermentacao-e-ciclo-acido-citrico.pdfDiegoM74
 
2ª e 3ª etapas da Respiração Celular
2ª e 3ª etapas da Respiração Celular2ª e 3ª etapas da Respiração Celular
2ª e 3ª etapas da Respiração CelularAdriana Quevedo
 
A Fase Bioquímica da Fotossíntese
A Fase Bioquímica da FotossínteseA Fase Bioquímica da Fotossíntese
A Fase Bioquímica da FotossínteseAgda Soares
 
(8) biologia e geologia 10º ano - obtenção de energia
(8) biologia e geologia   10º ano - obtenção de energia(8) biologia e geologia   10º ano - obtenção de energia
(8) biologia e geologia 10º ano - obtenção de energiaHugo Martins
 
bioenergética no metabolismo das plantas
bioenergética no metabolismo das plantasbioenergética no metabolismo das plantas
bioenergética no metabolismo das plantasJeanMarcelo21
 

Ähnlich wie Bioquímica III: Glicólise, Ciclo de Krebs e Pentoses (20)

AULA 8 - GLICÓLISE OU VIA GLICOLÍTICA.ppt
AULA 8 -  GLICÓLISE OU VIA GLICOLÍTICA.pptAULA 8 -  GLICÓLISE OU VIA GLICOLÍTICA.ppt
AULA 8 - GLICÓLISE OU VIA GLICOLÍTICA.ppt
 
AULA 8-9 - RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO.ppt
AULA 8-9 - RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO.pptAULA 8-9 - RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO.ppt
AULA 8-9 - RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO.ppt
 
Síntese de lípides
Síntese de lípidesSíntese de lípides
Síntese de lípides
 
0001 respiração celualr
0001   respiração celualr0001   respiração celualr
0001 respiração celualr
 
0001 respiração celualr
0001   respiração celualr0001   respiração celualr
0001 respiração celualr
 
002 glicolise
002 glicolise002 glicolise
002 glicolise
 
Ciclo de krebs
Ciclo de krebsCiclo de krebs
Ciclo de krebs
 
06Nutri15mdpfmpkokdmtknejtignbndpofopgmdp
06Nutri15mdpfmpkokdmtknejtignbndpofopgmdp06Nutri15mdpfmpkokdmtknejtignbndpofopgmdp
06Nutri15mdpfmpkokdmtknejtignbndpofopgmdp
 
T3 regulação e integração metabólica
T3   regulação e integração metabólicaT3   regulação e integração metabólica
T3 regulação e integração metabólica
 
Vii respiracao
Vii respiracaoVii respiracao
Vii respiracao
 
Metabolismo De Lipídios Veterinária
Metabolismo De Lipídios    VeterináriaMetabolismo De Lipídios    Veterinária
Metabolismo De Lipídios Veterinária
 
Metabolismo energético
Metabolismo energéticoMetabolismo energético
Metabolismo energético
 
aula-4---fermentacao-e-ciclo-acido-citrico.pdf
aula-4---fermentacao-e-ciclo-acido-citrico.pdfaula-4---fermentacao-e-ciclo-acido-citrico.pdf
aula-4---fermentacao-e-ciclo-acido-citrico.pdf
 
Aula ciclo de krebs
Aula ciclo de krebsAula ciclo de krebs
Aula ciclo de krebs
 
Fermentação
FermentaçãoFermentação
Fermentação
 
2ª e 3ª etapas da Respiração Celular
2ª e 3ª etapas da Respiração Celular2ª e 3ª etapas da Respiração Celular
2ª e 3ª etapas da Respiração Celular
 
A Fase Bioquímica da Fotossíntese
A Fase Bioquímica da FotossínteseA Fase Bioquímica da Fotossíntese
A Fase Bioquímica da Fotossíntese
 
Lipidos
LipidosLipidos
Lipidos
 
(8) biologia e geologia 10º ano - obtenção de energia
(8) biologia e geologia   10º ano - obtenção de energia(8) biologia e geologia   10º ano - obtenção de energia
(8) biologia e geologia 10º ano - obtenção de energia
 
bioenergética no metabolismo das plantas
bioenergética no metabolismo das plantasbioenergética no metabolismo das plantas
bioenergética no metabolismo das plantas
 

Bioquímica III: Glicólise, Ciclo de Krebs e Pentoses

  • 1. 1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS – PUCGO DEPARTAMENTO DE BIOMEDICINA – CBB APOSTILA I BIOQUÍMICA III
  • 2. 2 DISCIPLINA: CBB – 3243 – BIOQUÍMICA III DOCENTE: IVANISE CORREIA DA SILVA MOTA 2009 SUMÁRIO 1. Histórico.................................................................................... .................03 2. Glicólise...................................................................................... ................04 3. Ciclo de Krebs........................................................................................... 08
  • 3. 4. Via das Pentoses-fosfato........................................................................ 3 11 5. Bibliografia............................................................................... ...................14
  • 4. 4 HISTÓRICO Em 1860, Loius Pasteur observou e descreveu o processo de fermentação como um processo indissoluvelmente ligado às células vivas. Em 1897, Hans e Eduard Büchner pesquisavam como conservar extratos de levedura isento de células, sem utilizar anti-sépticos. Experimentaram então a sacarose, como substância conservadora e o resultado foi uma fermentação com rápida produção de álcool. Em 1905, Arthur Harden e William Young, ao unirem glicose com extrato de leveduras observaram uma rápida e breve fermentação, contudo, ao adicionarem fosfato inorgânico (Pi) o processo fermentado continuava. Posteriormente, isolaram a frutose 1,6 bisfosfato, chegando a outros compostos presentes na degradação da glicose. A via glicolitica completa foi elucidada por volta de 1940. Vários foram os cientistas que contribuíram para o esclarecimento da via entre eles: Gustav Embdet, Otto Meyerhof, Carl Neuberg, Jacob Parnas, Otto Warburg, Gerty Cori e Carl Cori. Nos organismos superiores o processo de produção de energia a partir da oxidação dos alimentos é composto por 03(três) estágios de geração de energia: # 1º As moléculas maiores dos alimentos sofrem quebras na sua estrutura molecular até se tornarem unidades menores, gerando então os “osídeos”
  • 5. que serão hidrolisados`a ”oses”, as proteínas a aminoácidos e os lipídeos a glicerol e ácidos graxos. # 2º A glicólise – numerosas moléculas de glicose são degradadas a unidades simples, gerando energia utilizável na forma de alguns poucos ATP e exercem papel central no metabolismo. # 3º Ciclo de Krebs ou Ciclo do ácido cítrico e fosforilação oxidativa – Momento de degradação dos alimentos de maior produção de energia(mais de 90% de ATP). 5 GLICÓLISE
  • 6. A maioria dos tecidos tem alguma necessidade de glicose, por esta razão, a glicólise é a principal via do metabolismo da glicose, ocorrendo no citosol de todas as células. A capacidade da glicólise de produzir ATP na falta de oxigênio permite que o músculo esquelético trabalhe em níveis elevados mesmo na falta de oxigênio. A concentração de glicose na corrente sanguínea é mantida a níveis sensivelmente constantes. A glicose entra nas células por difusão facilitada. Este processo não permite a acumulação na célula de concentrações de glicose superiores às existentes no sangue, consequentemente tem de manter glicose em seu interior, sendo realizado por modificação química da glicose pela enzima hexoquinase: 6
  • 7. A membrana celular é impermeável à glicose-6-fosfato, que pode por isso ser acumulada na célula. A glicose-6-fosfato será utilizada na síntese do glicogênio (uma forma de armazenamento de glicose), para produzir outros compostos de carbono na via das pentoses fosfato, ou degradada para produzir energia - glicólise. Para poder ser utilizada na produção de energia, a glicose-6- fosfato é primeiro isomerizada a frutose-6-fosfato. A frutose-6-fosfato é depois fosforilada a frutose-1,6-bisfosfato. Este é o ponto de não-retorno desta via metabólica: a partir do momento em que a glicose é transformada em frutose-1,6-bisfosfato não pode ser usada em nenhuma outra via. Seguidamente, a frutose-1,6-bisfosfato é clivada em duas moléculas de 7 três carbonos cada:
  • 8. Estas duas moléculas (dihidroxiacetona fosfatada e gliceraldeído-3- fosfato) são facilmente interconvertíveis por isomerização. Portanto, basta uma via metabólica para degradar as duas. É por esta razão que a glicose-6- P foi isomerizada a frutose-6-P: Os aldeídos têm potenciais de oxidação-redução bastante baixos A reação de oxidação do gliceraldeído-3-fosfato pelo NAD+ é bastante espontânea. É uma reação tão exergónica que pode ser usada para produzir ATP . A produção de ATP é feita em dois passos. No primeiro, dá-se a oxidação do gliceraldeído-3-fosfato e a fosforilação do ácido produzido. Os ácidos fosforilados (tal como os fosfoenóis e os fosfoguanidinos) têm grupos fosfatos bastante energéticos: a saída do grupo fosfato dá origem a espécies muito mais estabilizadas por ressonância. O grupo fosfato do carbono 1 do 1,3-bisfosfoglicerato pode por isso ser transferido para ADP, produzindo ATP. O 3-fosfoglicerato é isomerizado a 2-fosfoglicerato, que depois de 8 desidratado e. perder H2O dá origem a um fosfoenol:
  • 9. Devido ao seu elevado potencial de transferência de fosfato, o 9 fosfoenolpiruvato pode transferir um fosfato o ADP: Na glicólise gastam-se portanto dois ATP (primeira fase até a formação das duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato), e produzem-se quatro ATP. O NAD+ tem de ser regenerado, caso contrário a glicólise pára, uma vez que é substrato de uma das reações. Em condições aeróbicas, o NADH transfere os seus elétrons para a cadeia transportadora de elétrons. Na ausência de O2 o NADH transfere os seus elétrons para o próprio piruvato, dando origem a lactato. É o que se denomina fermentação : um processo em que o aceitador final dos elétrons provenientes da degradação é um produto orgânico da própria degradação. Regulação Hexoquinase - Inibda pelo próprio produto Glicose-6-fosfato. Fosfofrutoquinase - Principal enzima no controle da via glicolítica, altos níveis de ATP e citrato exercem inibição. Outro agente a inibi-la é H+. É estimulada por frutose-6-fosfato, AMP e ADP.
  • 10. Piruvatoquinase - Controla o final da via que gera ATP e piruvato. O ATP e o acetil-CoA a inibe. 10
  • 11. 11 CICLO DE KREBS O piruvato produzido na glicólise ainda contém bastante poder redutor .Este poder redutor vai ser aproveitado pela célula no Ciclo de Krebs ou Ciclo do Ácido Cítrico, ocorrendo no interior mitocondrial. Em primeiro lugar, o piruvato é utilizado para produzir acetil-CoA, que é uma forma ativada de acetato.
  • 12. Nesta reação intervém a piruvato desidrogenase. É uma enzima bastante complexa, que contém bastantes cofatores: lipoamida, FAD, coenzima A. A hidrólise do acetil-CoA é bastante exergónica, pelo que a sua formação exige energia. Essa energia provém da descarboxilação do piruvato A energia proveniente de descarboxilações é frequentemente usada pela célula para empurrar um equilíbrio no sentido da formação de produtos. Na primeira reação do ciclo de Krebs, o acetil-CoA é adicionado a oxaloacetato, dando origem a citrato, numa reação de adição aldólica. A hidrólise do tioéster ajuda a deslocar o equilíbrio no sentido da formação de produtos: O citrato é depois isomerizado a isocitrato. Este é então descarboxilado a a-cetoglutarato. Se o citrato não tivesse sido isomerizado a isocitrato antes da descarboxilação, esta produziria um composto de carbono ramificado, mais difícil de metabolizar. 12
  • 13. Tal como o piruvato, o α-cetoglutarato é um α-cetoácido, i.e., possui um grupo carbonilo adjacente ao grupo ácido carboxílico. É portanto de prever que reaja exactamente como o piruvato, i.e., que a sua descarboxilação forneça energia suficiente para que se forme uma ligação tioéster com a coenzima A A enzima responsável por esta reação, a α- cetoglutarato desidrogenase,. A ligação tioéster do succinil-CoA é bastante energética. A sua hidrólise vai constituir o único ponto do ciclo de Krebs onde ocorre produção direta de ATP (ou equivalente). O succinato é, tal como o oxaloacetato, um produto com quatro carbonos. A parte final do ciclo de Krebs consiste em regenerar o oxaloacetato a partir do succinato. O succinato é primeiro oxidado a fumarato, pelo complexo succinato desidrogenase (também denominado complexo II), que se encontra na face matricial da membrana interna da mitocôndria. A oxidação de ligação simples a dupla (alcanos a alcenos) tem um potencial demasiado elevado para que os elétrons possam ser aceites pelo NAD+ . A célula utiliza 13
  • 14. portanto FAD como aceitador destes elétrons. A hidratação do fumarato produz malato, que depois é oxidado a oxaloacetato, completando o ciclo. Uma seqüência semelhante de reações ocorre na β-oxidação dos lipídeos. 14 O resultado do ciclo de Krebs é portanto: Acetil-CoA + oxaloacetato + 3 NAD+ + GDP + Pi +FAD  oxaloacetato + 2 CO2 + FADH2 + 3 NADH + 3 H+ + GTP Regulação Piruvato desidrogenase – Inibida pelo próprios produtos: acetil-CoA e NADH, estimulada pelo íon cálcio. Citrato sintase – Inibida pelo citrato, NADH e succinil-CoA. Isocitrato desidrogenase e a-cetoglutarato desidrogenase – Inibidas por NADH e succinil-CoA e estimuladas por íon cálcio. A isocitrato desidrogenase é também inibida por ATP e estimulada por ADP.
  • 15. 15 VIA DAS PENTOSES-FOSFATO: Para realizar o seu anabolismo, a célula não precisa apenas de energia (ATP): também precisa de poder redutor, sob a forma de NADPH. O NADPH é produzido durante a oxidação da glicose-6-fosfato por uma via distinta da glicólise, a via das pentoses-fosfato ou desvio da hexose-monofosfato. Esta via é muito ativa em tecidos envolvidos na biossíntese de colesterol e de ácidos gordos (fígado, tecido adiposo, córtex adrenal, glândulas mamárias). Esta via também produz ribose-5-P, o açúcar constituinte dos ácidos nucleicos. A glicose-6-fosfato é primeiro oxidada no seu carbono 1, dando origem a uma lactona (um ácido carboxílico cíclico). Os elétrons libertados são utilizados para reduzir uma molécula de NADP+. O anel é então aberto por reação com água:
  • 16. A descarboxilação do gluconato liberta dois elétrons, que vão reduzir 16 outra molécula de NADP+. Obtém-se assim um açúcar de 5 carbonos, a ribulose-5-fosfato, que por isomerização é transformado em ribose-5-P. O que se passa a seguir depende das necessidades da célula: se a célula só precisar de NADPH e não precisar de ribose-5-P esta poderá ser reaproveitada. Isto é feito através de 3 reações. Na primeira, a ribose-5-P recebe dois carbonos da xilulose-5-P (obtida por epimerização da ribulose- 5-P):
  • 17. Seguidamente, são transferidos três carbonos da sedoeptulose-7-P 17 para o gliceraldeído-3-P: Por transferência de dois carbonos da xilulose-5-P para a eritrose-4-P, forma-se outra molécula de frutose-6-P e uma molécula de gliceraldeído-3- P:
  • 18. 18 O balanço destas últimas reações é: 2 xilulose-5-P + ribose-5-P -----> 2 frutose-6-P + gliceraldeído-3-P A frutose-6-P e o gliceraldeído-3-P podem ser utilizados na glicólise para produção de energia, ou reciclados pela gliconeogénese para formar novamente glicose-5-P. Neste último caso, através de seis ciclos da via das pentoses-fosfato e da gliconeogénese uma molécula de glicose-6-P pode ser completamente oxidada a seis moléculas de CO2 com produção simultânea de 12 moléculas de NADPH. Quando as necessidades de ribose- 5-P são superiores às de NADPH, esta pode ser produzida por estas reações a partir de frutose-6-P e gliceraldeído-3-P. Regulação O fluxo é determinado pela velocidade da reação da glicose-6-fosfato-desidrogenase, que é controlada pela disponibilidade de NADP+.
  • 19. 19 BIBLIOGRAFIA *CAMPBELL, MARY K. Bioquímica, 3. ed. Porto Alegre:Artmed, 2000. *CHAMPE, P. C., HARVEY, R. A., FERRIER, D. R. Bioquímica Ilustrada. 3. ed.Porto Alegre: Artmed, 2006. * CONN, E. E.; STUMPF, P. K. Introdução a bioquímica. 4 ed. Tradução de J. R. Magalhães; L. Mennucci. São Paulo: Edgard Blücher, 2001. 525 p. Tradução de: Outlines of biochemistry. *DEVLIN, T.M. Manual de Bioquímica com Correlações Clínicas. 4. ed. São Paulo:Edgard Blücher Ltda, 2000. *KOZLOSKI, G. V. Bioquímica dos ruminantes. Santa Maria: UFSM, 2002. * LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica. Tradução de W.R. Loodi, e A.A. Simões. São Paulo: Sarvier, 2003. 839 p. Tradução de: Principles of biochemistry * VIEIRA, E.C.; GAZZINELLI, G.; MARES-GUIA, M. Bioquímica celular e biologia molecular. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2006. 360 p.
  • 20. 20