O documento discute as estratégias e intervenções para reduzir a mortalidade infantil no Rio Grande do Sul, como o reforço do pré-natal e incentivo ao aleitamento materno. Também apresenta os resultados de um estudo sobre a assistência à gestação e parto em Rio Grande em 2007, mostrando desafios como a alta taxa de cesarianas.
1. Curso de Capacitação“Atenção à Gestante e Humanização do Parto” Hospital Universitário Universidade Federal do Rio Grande Março de 2010
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3. Ações para reduzir o CMI no Rio Grande do Sul segundo Secretaria Estadual de Saúde Entre as principais estratégias para a redução da mortalidade infantil estão: Reforço do pré-natal; Realização de exames preventivos; Regulação de leitos (nascimento seguro); Acompanhamento de egressos de risco e de gestação de risco (como vulnerabilidade social); Investigação e análise das causas do óbito infantil, fetal e materno; incentivo ao aleitamento materno, programa Bebê Canguru, Bancos de Leite, Rede Amamenta Brasil; Expansão da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e Programa Primeira Infância melhor (PIM); Prevenção ao Vírus Influenza (Inverno Gaúcho) e Capacitação dos profissionais de saúde.
4. Intervenções e seu potencial impacto sobre a morbimortalidade materno-infantil* Intervenções com elevado impacto (entre 6% e 10%): Aumentar a cobertura e melhorar a qualidade; Melhorar a qualidade da assistência ao parto; Reduzir a prevalência de BPN (mas é difícil!); Melhorar o manejo de casos; Promover o planejamento familiar, sobretudo espaçar o intervalo interpartal; Reduzir a ocorrência de partos prematuros (cesariana?) Manter os níveis alcançados, é essencial! *CG Victora & JA Cesar , Saúde Materno-infantil no Brasil — Padrões de Morbimortalidade e possíveis intervenções; Epidemiologia & Saúde, pags. 415-466; 2003 .
5. Intervenções e seu potencial impacto sobre a morbimortalidade materno-infantil* Intervenções com médio impacto (entre 3% e 5%): Promover aleitamento ao seio materno; Introduzir vacinas anti-HIB; *CG Victora & JA Cesar , Saúde Materno-infantil no Brasil — Padrões de Morbimortalidade e possíveis intervenções; Epidemiologia & Saúde, pags. 415-466; 2003 .
6. Intervenções e seu potencial impacto sobre a morbimortalidade materno-infantil* Intervenções com baixo impacto (entre 1% e 2%): Introduzir vacinas contra rotavírus; Melhorar a qualidade da água e saneamento; Prevenir lesões físicas/acidentes; Prevenir malformações congênitas; Melhorar o estado nutricional; Reduzir a aglomeração no domicílio; Reduzir o tabagismo durante a gravidez; Melhorar o estado nutricional materno; Reduzir a ocorrência de cesarianas; *CG Victora & JA Cesar , Saúde Materno-infantil no Brasil — Padrões de Morbimortalidade e possíveis intervenções; Epidemiologia & Saúde, pags. 415-466; 2003 .
7. Assistência à Gestação e ao Parto em Rio Grande, RS: Resultados do estudo Perinatal de 2007 Juraci A. Cesar Raúl A. Mendoza-Sassi Divisão de População & Saúde Faculdade de Medicina Universidade Federal do Rio Grande
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9. ... a assistência a gestação ao parto envolve a quase totalidade dos cuidados em saúde materno-infantil e, por conseguinte, consome a maior dos recursos humanos e financeiros dos serviços públicos de saúde;
10. ... não se conheciam diversos indicadores básicos de saúde materno-infantil para o município como um todo;
11. ... pela possibilidade de implementação de medidas com impacto imediato nos indicadores de saúde infantil;
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13. MetodologiaPopulação estudada e critérios de escolha: Todas os nascimentos: ocorridos na Santa Casa ou no Hospital Universitário; entre 01/01 a 31/12 de 2007; com peso ao nascer igual ou superior a 500 gramas ou 20 semanas ou mais de idade gestacional; Filhos de mães residentes nas áreas urbana ou rural do município de Rio Grande.
14. MetodologiaInformações coletadas: Sobre as famílias: Nível socioeconômico ; Condições de habitação e saneamento; Sobre as mães: Características demográficas; História reprodutiva; Hábitos de vida; Ocupação; Assistência recebida durante gestação e o parto; Acesso e utilização de serviços de saúde; Conhecimento sobre amamentação & dieta;
15. MetodologiaInformações coletadas: Sobre a criança: Data de nascimento; Sexo; Peso ao nascer; Apgar; Exame físico: comprimento, perímetros cefálico e torácico e circunferência abdominal.
16. MetodologiaIntegrantes da equipe 10 entrevistadores; 02 graduados, atuando de segunda a sexta-feira – 40 horas por semana; 08 estudantes de medicina, atuando nos finais de semana e feriados; Treinamento durante 4 dias úteis na aplicação de questionários e na coleta de dados e Realização de estudo piloto; 02 revisores; 02 digitadores 01 para o controle de qualidade: repetição de 10% das entrevistas.
17. MetodologiaLogística Visita diária às duas maternidades; Checagem no livro de baixas de parturientes; Visita a maternidade e quartos; Aplicação de questionários à mães residentes em Rio Grande; Codificação de questões fechadas; Entrega/recebimento de material na sede do projeto; Reuniões quinzenas com coordenadores; Rodízio periódico de entrevistadores entre os hospitais.
18. MetodologiaProcessamento de dados Questionários foram: Codificados; Revisados; Duplamente digitados por diferentes pessoas e na ordem inversa; Comprados a cada bloco de 100 questionários; Corrigidos; Rotulados: variáveis e respectivas categorias; Submetidos a análise de consistência e Obtidas listagens de freqüência: analise descritiva.
19. MetodologiaAspectos éticos O protocolo de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa na Área da Saúde (CEPAS); Garantiu-se a participação voluntária de todas as mães; Todas as participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido;
31. Conclusões Este primeiro inquérito sobre a assistência à gestação e ao parto no município de Rio Grande mostrou: - proporção expressiva de nascimentos ocorrendo entre mães adolescentes; - que a grande maioria das mães inicia as consultas de pré-natal ainda no primeiro trimestre; - que realiza um número suficiente de consultas que permitiria receber todos os cuidados básicos para um pré-nataladequado, mas que isto acontece para vários os exames laboratoriais e parte dos exames clínicos; - que as coberturas para suplementação com sulfato ferroso e imunização antitetânica são insatisfatórias; - que a elevada ocorrência de cesariana bem como de episiotomia foi alta e semelhante à observada em diversas localidades.
32. Recomendações (i) Universalizar a assistência à gestação e ao parto reforçando o início ainda no primeiro trimestre; Melhorar a qualidade do exame clínico durante as consultas de pré-natal; Aumentar a oferta de exames laboratoriais específicos, sobretudo VDRL e exame comum de urina – enfatizar e importância destes exames; Identificar gestantes de alto risco durante o pré-natal e realizar acompanhamento de forma intensificada pelo maior risco de morte que os seus filhos apresentam;
33. Recomendações (ii) Atuar junto aos obstetras a fim de reduzir a ocorrência de cesariana ou que, se esta vir a ocorrer, que seja após a 39ª semana de gestação, a fim de reduzir possível efeito deste procedimento a incidência de prematuridade; Desencorajar a ocorrência de gravidez na adolescência; Aumentar a oferta de métodos contraceptivos bem como ensinar a maneira mais adequada de utilizá-los; Incentivar a gravidez planejada através de campanha na mídia local e criar condições para que isto possa ser feito dentro das unidades básicas de saúde;
34. Recomendações (iii) Fortalecer a rede pública de saúde visto que responde por oito em cada 10 nascimentos e Seguir monitorando a saúde perinatal no município e, a partir dos resultados obtidos, definir as intervenções com maior potencial de impacto, estabelecer metas e juntar esforços a fim de que sejam alcançadas em um curto espaço de tempo.