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        1
Universidade Anhanguera - Uniderp
  Centro de Educação a Distância



      Caderno de Atividades

    Serviço Social
             Coordenação do Curso
       Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre




                     Autores
             Ana Lucia Américo Antonio
       Angela Cristina Dias do Rego Catonio
             Edilene Xavier Rocha Garcia
        Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre
        Helenrose A. da S. Pedroso Coelho
                Luciano Gamez (org.)
            Ricardo Leite de Albuquerque
                     Yaeko Ozaki
Universidade Anhanguera - Uniderp
                        Centro de Educação a Distância
Chanceler                                             Diretor-Adjunto
Ana Maria Costa de Sousa                              Luciano Sathler
Reitor                                                Coordenação de Qualidade do Material
Guilherme Marback Neto                                Didático
Vice-Reitora                                          Luciano Gamez: Coordenador e organizador
Heloisa Helena Gianotti Pereira                       da publicação
Pró-Reitores                                          Barbara Monteiro Gomes de Campos
Pró-Reitor Administrativo: Antonio Fonseca            Bruno Tonhetti Galasse
de Carvalho                                           Fernanda Bocchi Balthazar
Pró-Reitor de Extensão, Cultura e                     Helena Okada
Desporto: Ivo Arcângelo Vendrúsculo Busato            Lucia Helena Paula do Canto
Pró-Reitor de Graduação: Eduardo de                   Waurie Rolão
Oliveira Elias                                        Ilustrações
Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação:              Ednei Marx
Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA                        ANHANGUERA PUBLICAÇÕES
Diretor-Geral                                         Gerente Editorial
José Manuel Moran                                     Adauto Damásio



                            C129   Caderno de atividades: serviço social / Ana Lucia Américo An-
                                      tonio... [et. al.].; Organizador Luciano Gamez; Coordenação
                                      do curso Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre. – Valinhos :
                                      Anhanguera Publicações, 2011.
                                      288 p.



                                      ISBN: 978-85-7969-053-2

© 2011 Anhanguera
Publicações - Proibida
a reprodução final ou                  1. Serviço social. I. Antonio, Ana Lucia Américo. II. Gamez,
parcial por qualquer meio          Luciano. III. Nobre, Elisa Cléia Pinheiro.
de impressão, em forma
idêntica, resumida ou                                                         CDD - 20.ed. : 370.15
modificada em língua
portuguesa ou qualquer
outro idioma. Impresso
no Brasil 2011
Nossa Missão, Nossos Valores
Desde sua fundação, em 1994, os fundamentos da “Anhanguera Educacional” têm sido o principal motivo do
seu crescimento.
Buscando permanentemente a inovação e o aprimoramento acadêmico em todas as ações e programas, é uma
Instituição de Educação Superior comprometida com a qualidade do ensino, pesquisa de iniciação científica e
extensão, que oferecemos.
Ela procura adequar suas iniciativas às necessidades do mercado de trabalho e às exigências do mundo em cons-
tante transformação.
Esse compromisso com a qualidade é evidenciado pelos intensos e constantes investimentos no corpo docente
e de funcionários, na infraestrutura, nas bibliotecas, nos laboratórios, nas metodologias e nos Programas Institu-
cionais, tais como:
•   Programa de Iniciação Científica (PIC), que concede bolsas de estudo aos alunos para o desenvolvimento de
    pesquisa supervisionada pelos nossos professores.
•   Programa Institucional de Capacitação Docente (PICD), que concede bolsas de estudos para docentes cursa-
    rem especialização, mestrado e doutorado.
•   Programa do Livro-Texto (PLT), que propicia aos alunos a aquisição de livros a preços acessíveis, dos melhores
    autores nacionais e internacionais, indicados pelos professores.
•   Serviço de Assistência ao Estudante (SAE), que oferece orientação pessoal, psicopedagógica e financeira aos
    alunos.
•   Programas de Extensão Comunitária, que desenvolve ações de responsabilidade social, permitindo aos alunos
    o pleno exercício da cidadania, beneficiando a comunidade no acesso aos bens educacionais e culturais.
A fim de manter esse compromisso com a mais perfeita qualidade, a custos acessíveis, a Anhanguera privilegia
o preparo dos alunos para que concretizem seus Projetos de Vida e obtenham sucesso no mercado de trabalho.
Adota inovadores e modernos sistemas de gestão nas suas instituições. As unidades localizadas em diversos Es-
tados do País preservam a missão e difundem os valores da Anhanguera.
Atuando também na Educação a Distância, orgulha-se em oferecer ensino superior de qualidade em todo o Terri-
tório Nacional, por meio do trabalho desenvolvido pelo Centro de Educação a Distância da Universidade Anhan-
guera - Uniderp, nos diversos polos de apoio presencial espalhados por todo o Brasil. Sua metodologia permite
a integração dos professores, tutores e coordenadores habilitados na área pedagógica, com a mesma finalidade:
aliar os melhores recursos tecnológicos e educacionais, devidamente revisados, atualizados e com conteúdo cada
vez mais amplo para o desenvolvimento pessoal e profissional de nossos alunos.
A todos, bons estudos!

                                                                                Prof. Antonio Carbonari Netto
                                                                                   Presidente - Anhanguera Educacional
Sobre o Caderno de Atividades
Caro(a) Aluno(a),
Você está recebendo o Caderno de Atividades, preparado pelos professores do Curso de Graduação em que você
está matriculado, com o objetivo de contribuir para a sua aprendizagem. Ele aprofunda os conteúdos disponíveis
nas publicações que fazem parte do Programa do Livro-Texto (PLT), trazendo orientações de estudo, destaques,
propostas de atividades individuais e em grupo e desafios de aprendizagem a serem realizados.
As questões propostas foram elaboradas pelos docentes ou adaptadas de provas públicas já realizadas, inclusi-
ve do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), que tem o objetivo de aferir o rendimento dos
alunos dos cursos de graduação em relação a conhecimentos, habilidades e competências, necessários ao seu
futuro desempenho profissional. Essa inclusão de perguntas, selecionadas a partir de avaliações ocorridas fora
do âmbito universitário, colabora na sua preparação para o enfrentamento de situações mais contextualizadas.
Você também vai encontrar caminhos para vincular os textos e questões com as teleaulas do seu curso. Isso
permite planejar com antecedência seu tempo e dedicação, estudar os temas previamente e se preparar para
aproveitar ao máximo a interação com a equipe docente.
Desejamos que você tenha um ótimo semestre letivo.



                                                                     José Manuel Moran e Luciano Sathler
                                                                           Diretoria do Centro de Educação a Distância
                                                                                   Universidade Anhanguera - UNIDERP
Autores
                                          Ana Lúcia Américo Antonio
                    Graduação: Serviço Social - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1999.
   Especialização: Trabalho Social com Famílias - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do
                                            Pantanal (UNIDERP) - 2001.
                                     Angela Cristina Dias do Rego Catonio
              Graduação: Letras - Português/Inglês - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1996.
            Especialização: Comunicação Social - Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) - 1999.
              Mestrado: Comunicação Social - Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) - 2000.
                                             Edilene Xavier Rocha Garcia
             Graduação: Serviço Social - Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT) - 1988.
Especialização: Gestão de Políticas Sociais - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal
                                                   (UNIDERP) - 2003.
                Mestrado: Desenvolvimento Local - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 2007.
                                         Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre
                   Graduação: Serviço Social - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1992.
     Especialização: Políticas Sociais - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal
                                                    (UNIDERP) - 2003.
                 Mestrado: Educação - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - 2007.
                                    Helenrose Aparecida da Silva Pedroso Coelho
                Graduação: Ciências Sociais - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - 1982.
                               Direito - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1992.
        Psicologia - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal (UNIDERP) - 2004.
Especialização: Gestão Judiciária Estratégica - Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso (CEFET-MT) - 2007.
                    Mestrado: Psicologia Social - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 2007.
                                  Luciano Gamez - Organizador da publicação
  Graduação: Psicologia - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação - Universidade de Lisboa (FPCE-UL) - 1992.
                    Mestrado: Engenharia Humana - Universidade do Minho (UMINHO) - 1998.
  Doutorado: Engenharia de Produção - Área de concentração: Ergonomia - Universidade Federal de Santa Catarina
                                                    (UFSC) - 2004.
                                         Ricardo Leite de Albuquerque
Graduação: Licenciatura em Educação Física e Técnica de desporto - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - 1976.
   Especialização: Aperfeiçoamento em Informática Aplicada à Educação - Universidade Estadual de Campinas
                                                (UNICAMP) - 1987.
                Mestrado: Educação - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - 1999.
                                                  Yaeko Ozaki
                         Graduação: Psicologia - Universidade São Francisco (USF) - 1992.
       Especialização: Administração de Recursos Humanos - Universidade São Judas Tadeu (USJT) - 1993.
Mestrado: Clínica Médica - Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNI-CAMP) - 2008.
Sumário

Família e Sociedade
   Tema 1 - Mudanças Estruturais, Política Social e Papel da Família ............................... 15
   Tema 2 - Novas Propostas e Dinâmica da Família ........................................................ 22
   Tema 3 - Transformações Econômicas e Sociais no Brasil dos Anos 1990
            e seu Impacto no Âmbito da Família ............................................................ 28
   Tema 4 - A Família, a Criança e o Adolescente ........................................................... 34
   Tema 5 - Família - e as Situações Vivenciadas por seus Membros ................................ 41
   Tema 6 - Família e Trabalho........................................................................................ 48
   Tema 7 - Programas de Atendimento à Família........................................................... 55
   Tema 8 - O Assistente Social e o Trabalho com Famílias .............................................. 61


Serviço Social na Contemporaneidade
   Tema 1 - Preleções sobre a Gênese do Serviço Social .................................................. 79
   Tema 2 - A Especificidade do Serviço Social ................................................................ 86
   Tema 3 - O Serviço Social e as Políticas Sociais ........................................................... 93
   Tema 4 - A Natureza Subalterna do Serviço Social .................................................... 100
   Tema 5 - O Objeto do Serviço Social ........................................................................ 107
   Tema 6 - Particularidades do Serviço Social .............................................................. 114
   Tema 7 - Teoria e Prática no Serviço Social ............................................................... 120
   Tema 8 - Demandas Profissionais do Serviço Social ................................................... 126
Tecnologias da Informação e da Comunicação
   Tema 1 - A Relação entre a Tecnologia e a Comunicação ......................................... 142
   Tema 2 - O Fenômeno Técnico e suas Particularidades no Âmbito da Comunicação
            e da Cultura Contemporânea .................................................................... 148
   Tema 3 - A Tecnologia da Informação e a Utilização de suas Ferramentas
            Computacionais no Apoio à Atuação Profissional do Assistente Social ....... 155
   Tema 4 - Mídia e Questão Social: o Direito à Informação como Direito Humano ....... 162
   Tema 5 - A Indústria Cultural e seus Produtos Midiáticos .......................................... 169
   Tema 6 - Configurações Midiáticas da Globalização: Hegemonia e Monopólios ....... 176
   Tema 7 - A Blogosfera e as Alternativas à Comunicação Hegemônica ...................... 182
   Tema 8 - O Assistente Social na Era das Comunicações ............................................ 189


Leitura e Produção de Textos
   Tema 1 - Leitura, Texto e Sentido ............................................................................. 204
   Tema 2 - Texto e Contexto ....................................................................................... 212
   Tema 3 - Texto e Intertextualidade ........................................................................... 221
   Tema 4 - Coerência Textual: um Princípio de Interpretabilidade ................................ 231


Desenvolvimento Pessoal e Profissional
   Tema 1 - Você no Mundo ........................................................................................ 253
   Tema 2 - Você com os Outros .................................................................................. 259
   Tema 3 - Você e a Empregabilidade.......................................................................... 267
   Tema 4 - Você Conquistando Oportunidades ........................................................... 275
Leitura e
Produção de Textos



Autora:
Angela Cristina Dias do Rego Catonio
Leitura e
 Produção de Textos

 Orientações de estudo
 Este Caderno de Atividades foi elaborado com base
 no livro “Ler e compreender: os sentidos do texto”,
 das autoras Ingedore V. Koch e Vanda Maria Elias,
 da Editora Contexto, PLT 225.
 Ele é composto de quatro temas:


 Tema 1
 Leitura, Texto e Sentido
 Aborda os conteúdos situados no capítulo I,
 pp. 9-37. Nele, você perceberá que a leitura é re-
 sultado da construção de sentidos entre vários fatores que compõem um texto, os objetivos da leitura e conheci-
 mentos do leitor. Isso porque somos resultado de nossas experiências em sociedade.
 Com isso, você entenderá que a leitura e a compreensão do que se lê implica sempre uma participação mútua de
 quem escreve e de quem lê. Assim, toda vez que se lê qualquer texto, devem-se observar as circunstâncias em que
 foi escrito e as circunstâncias em que foi lido para que ele adquira um sentido, fruto das experiências do leitor.


 Tema 2
 Texto e Contexto
 Aborda os conteúdos situados no capítulo III, pp. 57-73. Nele, conceituam-se as concepções de contexto que
 derivam dos conhecimentos de mundo adquiridos pelo leitor, a partir de suas experiências de vida.
 O contexto é a inter-relação de circunstâncias que acompanham um fato ou uma situação. Ele se constitui de
 dados comuns ao emissor e ao receptor, composto pelos saberes dos interlocutores, isto é, a junção de elementos
 linguísticos e sociais e a troca de dados em comum entre o emissor e o receptor, envolvendo os elementos do
 ambiente que favorecem seu entendimento e significado.


 Tema 3
 Texto e Intertextualidade
 Aborda os conteúdos situados no capítulo IV, pp. 75 -100. Nele, você poderá entender que intertextualidade é o
 diálogo entre diferentes textos. Significa inter-relacionar, diretamente ou não, assuntos afins, em que os conheci-
 mentos são reunidos e voltados para a análise e verificação do mesmo objeto de estudo.
 No conteúdo aqui apresentado, você observará que a intertextualidade envolve o conhecimento de mundo e
 compreende o processo de produção/recepção de um texto, processo no qual a decodificação pode adquirir
 múltiplos sentidos.




202
Você verá também, neste tema, como a intertextualidade se constitui e como ela pode ajudar na construção de
sentidos.


Tema 4
Coerência Textual: um Princípio de Interpretabilidade
Aborda os conteúdos situados no capítulo IV, pp. 183-214. Nele, você entenderá que em um bom texto as partes
devem-se ligar, formando uma harmonia interna, uma unidade; cada parte depende das outras com que se rela-
cionam. As ideias contidas no texto devem formar um conjunto uno, coeso e coerente.
Tendo em vista os elementos que fazem a coerência de um texto, destaca-se que o raciocínio deve ter um direcio-
namento claro e único. Em outras palavras, um texto deve ter unidade, ou seja, criar relações entre os elementos
e informações nele contidas.
Você verá, neste capítulo também, os diversos tipos de coerência que determinam a elaboração de um
bom texto.


ATENÇÃO! As respostas para as atividades deste caderno estão disponíveis no ambiente
virtual do curso. Consulte seu tutor presencial para mais informações.




                                                                                                         203
Tema 1
 Leitura, Texto e Sentido

 Objetivos de aprendizagem
 •    Identificar as concepções de leitura.
 •    Compreender a importância da leitura como uma forma de interação social.
 •    Perceber as diversas possibilidades de leitura.




 Para início de conversa
 Aqui você terá uma visão ampla sobre o processo da lei-
 tura e sobre como ele se constrói. Perceberá que a leitu-
 ra implica sempre em uma interação entre quem produz o
 texto e quem o lê.
 Você terá a oportunidade de perceber que a leitura é carre-
 gada de significados pessoais e recebe influência das expe-
 riências de vida do leitor.




 Por dentro do tema
 As concepções de leitura variam conforme a visão de sujeito, de língua, de texto e
 de sentido.
 A concepção do foco no autor é aquela em que o texto é resultado da sua re-
 presentação mental. Cabe ao leitor “captar” os sentidos do que o autor pretende
 informar, isto é, o leitor tem função passiva, porque o sentido do texto está centrado
 no autor.
 A segunda concepção de leitura é aquela com o foco no texto. Leva em conta
 a estrutura da língua como sistema, código, cabendo, então, ao leitor identificar,
 reconhecer, decodificar os sentidos expressos no texto. Nesse caso, não se leva em
 conta o conhecimento do leitor. Conforme as autoras, não há lugar para ele, para
 sua história de sujeito, para sua história de leituras, para suas experiências de vida. Basta somente ao leitor conhe-
 cer o código e decodificá-lo.
 A última concepção é a interação entre autor-texto-leitor em que, diferentemente das concepções anteriores,
 há uma concepção interacional (dialógica) da língua.
 Neste foco de concepção, para que haja produção de sentido, devem-se levar em conta as experiências e conhe-
 cimentos do leitor, os conhecimentos construídos socialmente. É a interação “texto-sujeitos”.
 A linguagem é expressa em diversas formas do uso de uma língua, podendo variar em sua forma de manifestação.
 Lev Vygotsky foi o pioneiro nos estudos que relacionam a linguagem, não somente como aquisição de habilidades
 cognitivas de características congênitas, mas como resultado das experiências adquiridas ao longo da vida social
 do indivíduo. Segundo ele, o conhecimento é adquirido socialmente, no âmbito das relações humanas.


204
A teoria de Vygotsky (1991) tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-
histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento.
Para ele (VYGOTSKY, 1991), a linguagem possui duas finalidades: a de intercâmbio social e a de pensamento ge-
neralizante. A primeira serve para a comunicação entre os indivíduos. A segunda é a ordenação do real, processo
de inter-relações que desenvolve a consciência e a percepção de determinado objeto/situação, posteriormente
transmitido para outros conceitos e outras áreas do pensamento.
Vale observar que a língua foi o principal código desenvolvido pelo homem para expressar suas necessidades e
uma tentativa, muitas vezes vitoriosa, de modificação da sociedade.
A leitura para o ser humano vai muito além da simples decodificação dos símbolos. Pode ser interpretada de ma-
neiras diferentes, baseada nas experiências sensoriais, representações e lembranças do leitor.
Em termos de produção e recepção, a leitura é o veículo da interação entre o emissor e o receptor. Dessa forma é
que se estabelecem os laços de inter-relação entre os sujeitos e serve, também, de instrumento de inserção social.
Logo, na leitura de um texto, deve-se ter em mente os conhecimentos adquiridos pelo leitor ao longo de sua
vida.
São as experiências individuais que determinam as diferentes formas de leitura e de sentidos compreendidos no
texto, uma vez que os fatores que envolvem o entendimento de um texto dependem do conhecimento linguístico,
dos esquemas cognitivos, da bagagem cultural e das circunstâncias em que o texto foi produzido e lido: contextos
de produção e de uso.
Com relação aos fatores de compreensão da leitura, é importante salientar que, se todo texto apresenta elemen-
tos de informação necessários para o seu entendimento, por outro lado também sempre há elementos implícitos
que necessitam ser inferidos pelos leitores.
Em outras palavras, podemos afirmar que os conhecimentos ativados na leitura são fruto da bagagem pessoal de
cada leitor, armazenados em sua memória de forma a construir o sentido do texto.




Anotações
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Tema 1 - Atividades                                                  Leitura e Produção de Textos




 Atividades                                           ____________________________________________
                                                      ____________________________________________
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 INSTRUÇÕES                                           ____________________________________________
 A seguir, você encontrará algumas questões           ____________________________________________
 para que verifique o seu entendimento sobre o         ____________________________________________
 tema apresentado. A ideia é que você constate,
 como a sua história de vida interfere, orienta e     ____________________________________________
 propicia a interação com os textos.                  ____________________________________________
                                                      ____________________________________________
                                                      ____________________________________________

 Ponto de partida                                     ____________________________________________
                                                      ____________________________________________
                                                      ____________________________________________
 Por que um mesmo texto suscita várias interpre-
 tações? Você já parou para pensar sobre isso?        ____________________________________________
 ____________________________________________
 ____________________________________________
 ____________________________________________         Questão 2
 ____________________________________________
 ____________________________________________         Individual e sem consulta.
 ____________________________________________         O livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos,
 ____________________________________________         retrata a dura vida do homem sertanejo em
 ____________________________________________         condições subumanas. Mostra aspectos da de-
                                                      sigualdade social, da seca, da fome e da miséria
 ____________________________________________         humana, em que o homem se assemelha a um
 ____________________________________________         animal irracional buscando sua própria sobrevi-
 ____________________________________________         vência.
                                                      Leia o fragmento a seguir e responda à questão
                                                      que o segue.
 Agora é com você! Responda às questões a             FABIANO
 seguir para conferir o que aprendeu.                 Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se.
                                                      Chegara naquele Estado, com a família morren-
                                                      do de fome, comendo raízes. Caíra no fim do
                                                      pátio, debaixo de um juazeiro, depois tomara
 Questão 1                                            conta da casa deserta. Ele, a mulher e os filhos
                                                      tinham-se habituado à cama rinha escura, pare-
 Individual e sem consulta.                           ciam ratos - e a lembrança dos sofrimentos pas-
                                                      sados esmorecera.
 Angela Kleiman (2007, p. 10) afirma que a leitu-
 ra “[...] é uma prática social que remete a outros   Pisou com firmeza no chão gretado, puxou a
 textos e outras leituras. Em outras palavras, ao     faca de ponta, esgaravatou as unhas sujas. Tirou
 lermos um texto, qualquer texto, colocamos em        do aió um pedaço de fumo, picou-o, fez um ci-
 ação todo o nosso sistema de valores, crenças e      garro com palha de milho, acendeu-o ao binga,
 atitudes que refletem o grupo social em que se        pôs-se a fumar regalado.
 deu nossa sociabilização primária, isto é, o gru-    – Fabiano, você é um homem, exclamou em voz
 po social em que fomos criados”.                     alta.
 Com base nessa afirmação, como os sistemas de         Conteve-se, notou que os meninos estavam per-
 valores pessoais se refletem na leitura? Sua res-     to, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar
 posta deve ficar entre 10 e 15 linhas.                só. E, pensando bem, ele não era homem: era
                                                      apenas um cabra ocupado em guardar coisas


206
Leitura e Produção de Textos                                      Tema 1 - Atividades



  dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos      ____________________________________________
  azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vi-    ____________________________________________
  via em terra alheia, cuidava de animais alheios,
                                                      ____________________________________________
  descobria-se, encolhia-se na presença dos bran-
  cos e julgava-se cabra.                             ____________________________________________
  Olhou em torno, com receio de que, fora os me-      ____________________________________________
  ninos, alguém tivesse percebido a frase impru-      ____________________________________________
  dente. Corrigiu-a, murmurando:                      ____________________________________________
  – Você é um bicho, Fabiano.                         ____________________________________________
  Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor,    ____________________________________________
  um bicho, capaz de vencer dificuldades.
  Chegara naquela situação medonha - e ali esta-
  va forte, até gordo, fumando o seu cigarro de
  palha.”                                             Questão 4
  Comente as duas colocações do autor: “Fabia-
  no, você é um homem, exclamou em voz alta” e        Em grupo e sem consulta.
  “Você é um bicho, Fabiano”.
                                                      Segundo Paulo Freire, a leitura de mundo pre-
   ____________________________________________       cede à leitura da palavra. Discuta com seus cole-
   ____________________________________________       gas essa afirmação e depois escreva o resultado
   ____________________________________________       dessa reflexão.
   ____________________________________________       ____________________________________________
   ____________________________________________       ____________________________________________
   ____________________________________________       ____________________________________________
   ____________________________________________       ____________________________________________
   ____________________________________________       ____________________________________________
   ____________________________________________       ____________________________________________
   ____________________________________________       ____________________________________________
                                                      ____________________________________________
                                                      ____________________________________________

  Questão 3                                           ____________________________________________


  Individual e com consulta.
  Para realizar esta atividade, você deverá consul-   Questão 5
  tar a internet. Acesse o site da Turma da Mônica
  e cumpra os seguintes passos:                       Em grupo e com consulta.
  a. Acesse o site <http://www.monica.com.br/         Leia o texto a seguir, discuta com seus colegas
      index.htm>.                                     de grupo e responda o que se pede.
  b. Na parte superior da página “clique” em          O LEITOR IDEAL
      “Quadrinhos”.
                                                      Mário Quintana
  c. Aberta a página, “clique” em “Histórias es-
                                                      O leitor ideal para o cronista seria aquele a
      peciais”.
                                                      quem bastasse uma frase.
  d. Aparecerão vários gibis com temas especiais.
                                                      Uma frase? Que digo? Uma palavra!
      “Clique” no gibi “Acessibilidade”.
                                                      O cronista escolheria a palavra do dia: “Árvo-
  e. Leia toda a história.
                                                      re”, por exemplo, ou “Menina”.
  f. Explique: de que forma a HQ constrói, du-
                                                      Escreveria essa palavra bem no meio da pági-
      rante a leitura, o sentido de “acessibilida-
                                                      na, com espaço em branco para todos os lados,
      de”?
                                                      como um campo aberto aos devaneios do lei-
                                                      tor.



                                                                                                   207
Tema 1 - Atividades                                                  Leitura e Produção de Textos




 Imaginem só uma meninazinha solta no meio
 da página.                                           Questão 6
 Sem mais nada.
 Até sem nome.                                        (IBGE). Uma diferença de 3.000 quilômetros e
 Sem cor de vestido nem de olhos.                     32 anos de vida separa as margens do abismo
 Sem se saber para onde ia...                         entre o Brasil que vive muito, e bem, e o Brasil
 Que mundo de sugestões e de poesia para o lei-       que vive pouco, e mal. Esses números, levanta-
 tor!                                                 dos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
                                                      tística, IBGE, e pela Fundação Joaquim Nabuco,
 E que cúmulo de arte a crônica! Pois bem sabeis      de Pernambuco, se referem a duas cidades si-
 que arte é sugestão...                               tuadas em polos opostos do quadro social brasi-
 E se o leitor nada conseguisse tirar dessa obra-     leiro. Num dos extremos está a cidade de Vera-
 prima, poderia o autor alegar, cavilosamente,        nópolis, encravada na Serra Gaúcha. As pessoas
 que a culpa não era do cronista.                     que nascem ali têm grandes possibilidades de
 Mas nem tudo estaria perdido para esse hipoté-       viver até os 70 anos de idade. Na outra ponta
 tico leitor fracassado, porque ele teria sempre      fica Juripiranga, uma pequena cidade do sertão
 à sua disposição, na página, um considerável         da Paraíba. Lá, chegar à velhice é privilégio de
 espaço em branco para tomar seus apontamen-          poucos. Segundo o IBGE, quem nasce em Juripi-
 tos, fazer os seus cálculos ou a sua fezinha...      ranga tem a menor esperança de vida do País:
 Em todo caso, eu lhe dou de presente, hoje, a        apenas 38 anos.
 palavra “Ventania”. Serve?                           A estatística revela o tamanho do abismo entre
                                (QUINTANA, 1988)      a cidade serrana e a sertaneja. Na cidade gaú-
                                                      cha, 95% das pessoas são alfabetizadas, todas
 O texto apresenta uma proposta diferente de
                                                      usam água tratada e comem, em média, 2.800
 escrita e leitura, que é justamente a participa-
                                                      calorias por dia. Os moradores de Juripiranga
 ção “ativa” do leitor no processo de construção
                                                      não têm a mesma sorte. Só a metade deles re-
 do texto.
                                                      cebe água tratada, os analfabetos são 40% da
 Discuta e responda:                                  população e, no item alimentação, o consumo
 Qual seria o tipo de participação do “leitor         médio de calorias por dia não passa de 650.
 ideal” na construção do texto? Faça a relação        O Brasil está no meio do trajeto que liga a dra-
 entre essa crônica e o tema: Leitura, texto e sen-   mática situação de Juripiranga à vida tranquila
 tido.                                                dos veranenses. A média que aparece nas esta-
  ____________________________________________        tísticas internacionais dá conta de que o brasi-
  ____________________________________________        leiro tem uma expectativa de vida de 66 anos.
  ____________________________________________        Veranópolis, como é comum na Serra Gaúcha, é
                                                      formada por pequenas propriedades rurais em
  ____________________________________________
                                                      que se planta uva para a fabricação de vinhos.
  ____________________________________________        Tem um cenário verdejante. Seus moradores -
  ____________________________________________        na maioria descendentes de imigrantes euro-
  ____________________________________________        peus - plantam e criam animais para o consumo
                                                      da família. Na cidade paraibana, é óbvio, a rea-
  ____________________________________________
                                                      lidade é bem diferente. Os sertanejos vivem em
  ____________________________________________        cenário árido. Juripiranga não tem calçamento
  ____________________________________________        e o esgoto corre entre as casas, a céu aberto.
                                                      Não há hospitais. A economia gira em torno
 Atenção! As questões de 6 a 10 deverão ser res-      da cana-de-açúcar. Em época de entressafra, a
 pondidas individualmente e sem consulta.             maioria das pessoas fica sem trabalho.
                                                      No censo de 1980, os entrevistadores do IBGE
                                                      perguntaram às mulheres de Juripiranga quan-
                                                      tos de seus filhos nascidos vivos ainda sobre-
                                                      viviam. O índice geral de sobreviventes foi de
                                                      55%. Na cidade gaúcha, o resultado foi bem di-
                                                      ferente: a sobrevivência é de 93%.



208
Leitura e Produção de Textos                                            Tema 1 - Atividades



  Contrastes como esses são comuns no País. A              ultrapassou o número daquelas que viviam no
  estrada entre o país rico e o miserável está se-         campo. No início deste século, em 2000, segun-
  dimentada por séculos de tradições e culturas            do dados do IBGE, mais de 80% da população
  econômicas diferentes. Cobrir esse fosso custará         brasileira já era urbana.
  muito tempo e trabalho.                                  Considerando essas informações, estabeleça a
  (Revista Veja - 11/05/94 - pp. 86-87 - com adaptações)   relação entre as charges:
  Analise as afirmações abaixo e assinale V para
  as que, de acordo com o texto, considerar ver-
  dadeiras e F para as falsas:
  ( ) A cidade paraibana não tem sequer a meta-
      de dos privilégios de que goza a cidade gaú-
      cha.
  ( ) O Brasil, como um todo, encontra-se numa
      posição intermediária entre as duas cidades.
  ( ) Apesar de afastadas pelas estatísticas, Ve-
      ranópolis e Juripiranga se unem pelas tradi-
      ções culturais.
  ( ) Embora com resultados diferentes, a base da
      economia das duas cidades é a agricultura.
  ( ) De seus ancestrais europeus os sertanejos
      adquiriram as técnicas rurais.                       PORQUE
    A sequência correta é:
  a) V - V - V - F - F.
  b) V - V - F - F - F.
  c) V - V - F - V - F.
  d) F - F - V - F - V.
  e) F - F - V - V – V.



  Questão 7
  Ainda conforme o texto anterior: “Cobrir esse
  fosso custará muito tempo e trabalho.” O fosso
  mencionado no texto diz respeito ao(à):
  a) Abismo entre as duas realidades.                      BARALDI, Márcio. Disponível em: <http://www.
  b) Esgoto que corre a céu aberto.                        marciobaraldi.com.br/baraldi2/component/joomgallery/
                                                           ?func=detail&id=178>. Acesso em: 5 out. 2009.
  c) Calçamento deficiente das estradas brasilei-
      ras.                                                 Com base nas informações dadas e na relação
                                                           proposta entre essas charges, é CORRETO afir-
  d) Falta de trabalho durante a entressafra.
                                                           mar que:
  e) Distância geográfica entre os dois polos.
                                                           a) A primeira charge é falsa e a segunda é ver-
                                                              dadeira.
                                                           b) A primeira charge é verdadeira e a segunda
  Questão 8                                                   é falsa.
                                                           c) As duas charges são falsas.
                                                           d) As duas charges são verdadeiras e a segunda
  (ENADE, 2009). A urbanização no Brasil regis-
                                                              explica a primeira.
  trou marco histórico na década de 1970, quan-
  do o número de pessoas que viviam nas cidades            e) As duas charges são verdadeiras, mas a se-
                                                              gunda não explica a primeira.



                                                                                                             209
Tema 1 - Atividades                                                          Leitura e Produção de Textos




                                                              c) Programas de formação continuada de pro-
 Questão 9                                                       fessores, capacitando-os para criar um víncu-
                                                                 lo significativo entre o estudante e o texto.
                                                              d) Programas de iniciativa pública e privada,
 (ENADE, 2009). Leia os gráficos:
                                                                 garantindo que os livros migrem das estan-
                                                                 tes para as mãos dos leitores.
                                                              e) Uso da literatura como estratégia de motiva-
                                                                 ção dos estudantes, contribuindo para uma
                                                                 leitura mais prazerosa.



                                                              Questão 10
                                                              (TJ-PE, 2009). A quebra das tradições transfor-
 ____________________________________________                 mou o comportamento social e trouxe conflitos
                                                              para o cotidiano. O crescimento da violência
                                                              nos grandes centros urbanos:
                                                              a) Está relacionado apenas com o fim dos valo-
                                                                  res conservadores das famílias.
                                                              b) Demonstra a falta de mais cuidado com o
                                                                  planejamento econômico.
                                                              c) Acontece apenas nos países pobres da Amé-
                                                                  rica Latina e da África.
                                                              d) Fortalece somente a repressão policial, sem,
                                                                  contudo haver o êxito esperado.
                                                              e) Vincula-se, sobretudo, à falta de projetos so-
 Fonte: Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional - INAF,       ciais e políticos responsáveis.
 2005.
 Relacione estes gráficos às seguintes informa-
                                                              AMPLIANDO O CONHECIMENTO
 ções:
 O Ministério da Cultura divulgou, em 2008, que o             Você quer saber mais sobre esse assunto? En-
 Brasil não só produz mais da metade dos livros do            tão:
 Continente Americano, como também tem par-                   • Leia o livro Vidas secas, de Graciliano Ramos.
 que gráfico atualizado, excelente nível de pro-               Você terá um retrato da vida sofrida do homem
 dução editorial e grande quantidade de papel.                sertanejo e poderá ativar seus conhecimentos
 Estima-se que 73% dos livros do País estejam nas             sobre a cultura brasileira.
 mãos de 16% da população.                                    • Leia o artigo A importância do ato de ler, de
 Para melhorar essa situação, é necessário que o              Paulo Freire. Disponível em: <http://extralibris.
 Brasil adote políticas públicas capazes de condu-            org/2007/04/a-importancia-do-ato-de-ler>.
 zir o País à formação de uma sociedade leitora.              Acesso em: 20 ago. 2010.
 Qual das seguintes ações NÃO contribui para a                • Acesse o site da Revista Letras - Paraná: UFPR,
 formação de uma sociedade leitora?                           onde você encontrará artigos variados sobre
 a) Desaceleração da distribuição de livros didá-             o processo de leitura e escrita. Disponível em:
     ticos para os estudantes das escolas públicas,           <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/letras>.
     pelo MEC, porque isso enriquece editoras e               Acesso em: 20 ago. 2010.
     livreiros.                                               • Assista ao filme Narradores de Javé. É a
 b) Exigência de acervo mínimo de livros, impres-             história de um povoado que está prestes a ser
     sos e eletrônicos, com gêneros diversificados             inundado por uma represa e a sua única chance
     para as bibliotecas escolares e comunitárias.            de não sumir do mapa é provar que o vilarejo




210
Leitura e Produção de Textos                                   Tema 1 - Atividades



  tem algum valor histórico e cultural. É preciso    ____________________________________________
  fazer um documento escrito para provar sua         ____________________________________________
  importância. Contudo, ninguém por lá sabe ler
                                                     ____________________________________________
  ou escrever.
                                                     ____________________________________________
                                                     ____________________________________________
  FINALIZANDO                                        ____________________________________________
  Neste tema, você viu que a leitura é a constru-    ____________________________________________
  ção de sentidos decorrentes da interação emis-     ____________________________________________
  sor/receptor. Além disso, você pôde conhecer as    ____________________________________________
  três concepções de leitura apresentadas pelas
                                                     ____________________________________________
  autoras do PLT, que se manifestam no ato de ler:
  foco no autor, foco no texto e foco no autor-      ____________________________________________
  texto-leitor.                                      ____________________________________________
  Assim, lembre-se de que a bagagem cultural do      ____________________________________________
  leitor é fundamental para uma leitura eficaz e      ____________________________________________
  para melhor entendimento do texto.
                                                     ____________________________________________
                                                     ____________________________________________
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   Anotações                                         ____________________________________________
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Tema 2
 Texto e Contexto

 Objetivos de aprendizagem
 •    Entender que o contexto determina a construção de sentido em um texto.
 •    Conhecer diferentes fatores contextuais.
 •    Identificar o contexto em diferentes textos.
 •    Perceber que o sentido do texto é construído na interação dos sujeitos.




 Para início de conversa
 Neste tema, você perceberá o quanto são importantes seus
 conhecimentos para o entendimento de um texto. É esse
 conjunto de saberes, linguísticos e sociais, que determinarão
 a apreensão integral do que é lido, porque o sentido do texto
 se completa com a interação entre os interlocutores.




 Por dentro do tema
 Como você viu anteriormente, a leitura vai muito além da simples identificação dos
 símbolos. Quando lemos algo, logo damos sentido à informação apresentada con-
 forme o que trazemos como bagagem de vida.
 A inter-relação de situações que envolvem o texto forma o seu contexto. É, simul-
 taneamente, a junção de elementos linguísticos e sociais e da troca de dados em
 comum entre o emissor e o receptor, envolvendo os elementos do ambiente que
 favorecem seu entendimento e significado.
 A leitura e a escrita são resultado de processos sociais e culturais. Ler significa pro-
 duzir sentido e é um ato interativo entre o autor e o leitor por meio do texto. O
 leitor constrói significados a partir de conhecimentos adquiridos ao longo de suas
 experiências de vida. O conhecimento é adquirido socialmente, no âmbito das relações humanas.
 A leitura tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfati-
 zando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento. O leitor produz os sentidos conforme os
 valores e conhecimentos adquiridos em um contexto sócio-histórico-cultural.
 Logo, podemos definir contexto como a relação entre um texto e as circunstâncias que ele envolve, e conhecimen-
 tos que acionam sua interpretação.
 Conforme as autoras, Koch e Elias, devemos sempre considerar o contexto em qualquer ato de leitura. Caso isso
 não aconteça, corremos os seguintes riscos:




212
1.   Enunciados ambíguos: tornam a mensagem equívoca, despertando dúvida, incerteza.
2.   Os fatores contextuais podem alterar o que se diz: se o contexto não estiver claro levará a interpretações
     diversas e até contrárias ao que se quer dizer.
A capacidade de construir o sentido do texto se faz pela observância de vários aspectos que determinam a com-
preensão da leitura. O primeiro deles é o “cotexto”, conhecimento da língua; o segundo, a situação mediata –
fatores adjacentes às condições sociopolítico-culturais e, por último, o contexto cognitivo dos interlocutores,
os conhecimentos adquiridos pelo indivíduo e que precisam ser ativados no momento da leitura.
No contexto cognitivo, destacam-se os seguintes conhecimentos: a. linguístico - uso da língua; b. adquirido - o
que aprendemos intelectualmente e da convivência social; c. comunicativo - observância à situação comunica-
tiva; d. superestrutural; e. estilístico – diz respeito aos gêneros e tipos textuais; f. intertextual – identificação de
outros textos naquele que é lido.
Contudo, se não levarmos em conta esses fatores de interpretação em um texto, podemos incorrer em equívocos
no entendimento global da leitura. Por isso, vale destacar que:
•    O entendimento de contexto pode evitar a ambiguidade de uma asserção.
•    Quando houver uma lacuna no texto, o contexto poderá elucidar o enunciado.
•    Os fatores que compõem o contexto podem modificar o sentido do texto, conforme alguns elementos de
     expressão como gestos, expressão facial, entonação da voz, entre outros.
•    O contexto justifica por levar em consideração fatores externos à língua, por exemplo, a prática social e
     situação comunicativa.
O plano de significação e interpretação de um texto depende também da contextualização da escrita. Distingue-
se, aqui, o contexto de produção e o contexto de uso. O primeiro é fruto das experiências de quem escreve so-
madas às circunstâncias e intenções de produção. No segundo, o receptor ativa seus conhecimentos e estabelece
as relações com o texto.
Vale destacar, ainda, que, para o bom entendimento de um texto, os contextos sociocognitivos dos interlocutores
devem ser em parte concordantes.
Por tudo isso, se tem certeza de que a leitura exerce papel fundamental na formação do sujeito social. A relação
entre quem produz o texto com quem o lê deve ser um processo dinâmico, levando-se em consideração as vivên-
cias pessoais e o decurso das experiências de vida.




Anotações
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Tema 2 - Atividades                                                Leitura e Produção de Textos




 Atividades                                        Agora é com você! Responda às questões a
                                                   seguir para conferir o que aprendeu.


 INSTRUÇÕES
                                                   Questão 1
 Na sequência, você encontrará algumas ques-
 tões para fixação do conteúdo apresentado.
 Observe as orientações de resolução de cada       Individual e sem consulta. (ENADE 2008). Discur-
 questão, considerando as indicações com rela-     siva.
 ção ao trabalho individual ou em grupo. Nas       DIREITOS HUMANOS EM QUESTÃO
 questões propostas, será importante perceber      “O caráter universalizante dos direitos do
 quais as relações de contexto que você fará nos   homem (...) não é da ordem do saber teórico,
 textos apresentados.                              mas do operatório ou prático: eles são invoca-
                                                   dos para agir, desde o princípio, em qualquer
                                                   situação dada.”
 Ponto de partida                                  François JULIEN, filósofo e sociólogo.


 Leia o trecho da letra da música a seguir, de
 autoria de Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e
 Sérgio Brito. Comente quais conhecimentos de
 contexto se deve ter para entendê-la.
 COMIDA
     Bebida é água.
     Comida é pasto.
     Você tem sede de que?
     Você tem fome de que?
     A gente não quer só comida
     A gente quer comida, diversão e arte.
     A gente não quer só comida,
     A gente quer saída para qualquer parte.
     A gente não quer só comida,
     A gente quer bebida, diversão, balé.
     A gente não quer só comida,
     A gente quer a vida como a vida quer.
 ____________________________________________
 ____________________________________________
 ____________________________________________
 ____________________________________________      Neste ano, em que são comemorados os 60 anos
                                                   da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
 ____________________________________________
                                                   novas perspectivas e concepções incorporam-
 ____________________________________________      se à agenda pública brasileira. Uma das novas
 ____________________________________________      perspectivas em foco é a visão mais integrada
 ____________________________________________      dos direitos econômicos, sociais, civis, políticos.
                                                   E, mais recentemente, ambientais, ou seja, tra-
 ____________________________________________
                                                   ta-se da integralidade ou indivisibilidade dos di-
 ____________________________________________      reitos humanos. Dentre as novas concepções de
 ____________________________________________      direitos, destacam-se:
 ____________________________________________




214
Leitura e Produção de Textos                                      Tema 2 - Atividades



  • A habitação como moradia digna e não ape-         Plutarco, eram uns verdadeiros chatos. Isto para
  nas como necessidade de abrigo e proteção.          ele, Plutarco. Mas para o grego comum da épo-
  • A segurança como bem-estar e não apenas           ca deviam ser a delícia e a tábua de salvação das
  como necessidade de vigilância e punição.           conversas.
  • O trabalho como ação para a vida e não ape-       Pois não é mesmo tão bom falar e pensar sem
  nas como necessidade de emprego e renda.            esforço? O lugar-comum é a base da socieda-
                                                      de, e sua política, a sua filosofia, a segurança
  Tendo em vista o exposto acima, selecione uma
                                                      das instituições. Ninguém é levado a sério com
  das concepções destacadas e esclareça por que
                                                      ideias originais.
  ela representa um avanço para o exercício ple-
  no da cidadania, na perspectiva da integralida-     Já não é a primeira vez, por exemplo, que um
  de dos direitos humanos.                            figurão qualquer declara em entrevista:
  Seu texto deve ter entre 8 e 10 linhas.             “O Brasil não fugirá ao seu destino histórico”!
  ____________________________________________        O êxito da tirada, a julgar pelo destaque que lhe
                                                      dá a imprensa, é sempre infalível, embora o lei-
  ____________________________________________
                                                      tor semidesperto possa desconfiar que isso não
  ____________________________________________        quer dizer coisa alguma, pois nada foge mesmo
  ____________________________________________        ao seu destino histórico, seja um Império que
  ____________________________________________        desaba ou uma barata esmagada.
  ____________________________________________        (QUINTANA, 1989)
  ____________________________________________        Poderíamos comparar o “leitor dorminhoco”
  ____________________________________________        que Mário Quintana apresenta no texto com
                                                      aqueles leitores que não se interessam por com-
  ____________________________________________        preender uma mensagem em seu contexto? Ex-
  ____________________________________________        plique.
  ____________________________________________         ____________________________________________
  ____________________________________________         ____________________________________________
  ____________________________________________         ____________________________________________
  ____________________________________________         ____________________________________________
  ____________________________________________         ____________________________________________
  ____________________________________________         ____________________________________________
  ____________________________________________         ____________________________________________
  ____________________________________________         ____________________________________________
                                                       ____________________________________________
                                                       ____________________________________________
  Questão 2                                            ____________________________________________
                                                       ____________________________________________
  Individual e sem consulta.                           ____________________________________________
  Leia o fragmento a seguir e responda à questão       ____________________________________________
  que o segue.                                         ____________________________________________
  NÃO DESPERTEMOS O LEITOR                             ____________________________________________
  Os leitores são, por natureza, dorminhocos.          ____________________________________________
  Gostam de ler dormindo. Autor que os queira          ____________________________________________
  conservar não deve ministrar-lhes o mínimo sus-      ____________________________________________
  to. Apenas as eternas frases feitas.
                                                       ____________________________________________
  “A vida é um fardo” – isto, por exemplo, pode-
  se repetir sempre. E acrescentar impunemente:        ____________________________________________
  “disse Bias”. Bias não faz mal a ninguém, como       ____________________________________________
  aliás os outros seis sábios da Grécia, pois todos    ____________________________________________
  os sete, como há vinte séculos já se queixara        ____________________________________________



                                                                                                   215
Tema 2 - Atividades                                                Leitura e Produção de Textos




 Questão 3                                          Questão 4
 Individual e com consulta.                         Em grupo e sem consulta.
 Observe as pinturas a seguir, de Pedro Wein-       “Se a compreensão emerge da relação texto-
 gartner (1853-1929), importante pintor brasilei-   leitor, quanto mais ele souber do que será lido,
 ro do século XIX, que se preocupou em retratar     mais possibilidade terá de interagir, de criar uma
 o Brasil de sua época. Qual leitura de contexto    rede de relações, de minimizar as dificuldades e
 seria necessária para compreender sua obra?        de construir significados”. (BRAGA, 2002)
                                                    Discuta com os colegas essa afirmação e anote
                                                    as conclusões a que chegaram.
                                                     ____________________________________________
                                                     ____________________________________________
                                                     ____________________________________________
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                                                     ____________________________________________
                                                     ____________________________________________
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                                                     ____________________________________________
 Ceifa, Anticoli, 1903.
                                                     ____________________________________________
                                                     ____________________________________________



                                                    Questão 5
                                                    Em grupo e com consulta.
                                                    Leia o poema abaixo e responda à questão a se-
                                                    guir:
                                                    HERANÇA

                                                    - Vamos brincar de Brasil?
                                                    Mas sou eu quem manda
 Tempora Mutantur, 1889.                            Quero morar numa casa grande
 ____________________________________________       Começou desse jeito a nossa história
 ____________________________________________
 ____________________________________________       Negro fez papel de sombra.
 ____________________________________________
 ____________________________________________       E foram chegando soldados e frades
 ____________________________________________       Trouxeram as leis e os Dez Mandamentos
 ____________________________________________       Jabuti perguntou:
 ____________________________________________       “- Ora é só isso?”
 ____________________________________________
 ____________________________________________       Depois vieram as mulheres do próximo
 ____________________________________________       Vieram imigrantes com alma a retalho
                                                    Brasil subiu até o 10º andar




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Leitura e Produção de Textos                                   Tema 2 - Atividades



  Litoral riu com os motores
  Subúrbio confraternizou com a cidade            Questão 6
  Negro coçou piano e fez música
                                                  (ENADE, 2009). Leia o gráfico a seguir, em que é
  Vira-bosta mudou de vida                        mostrada a evolução do número de trabalhado-
  Maitacas se instalaram no alto dos galhos       res de 10 a 14 anos, em algumas regiões metro-
                                                  politanas brasileiras, em dado período:
  No interior do Brasil continua desconfiado
  A serra morde as carretas
  Povo puxa bendito pra vir chuva
  Nas estradas vazias
  cruzes sem nome marcam casos de morte
  As vinganças continuam
  Famílias se entredevoram nas tocaias

  Há noites de reza e cata-piolho

  Nas bandas do cemitério
  Cachorro magro sem dono uiva sozinho

  De vez em quando                                Fonte: Adaptado de Folha. Disponível em: <http://www1.
                                                  folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u85799.shtml>.
  a mula sem cabeça sobe a serra                  Acesso em: 2 out. 2009.
  ver o Brasil como vai                           Leia a charge:
  (BOPP, 1984).
  Quais são os conhecimentos sobre o contexto
  que o poema “Herança” aborda e que precisa-
  mos saber para entendê-lo?
  ____________________________________________
  ____________________________________________
  ____________________________________________
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  ____________________________________________
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  ____________________________________________
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  ____________________________________________
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                                                  Fonte: Charges. Disponível em: <www.charges.com.br>.
                                                  Acesso em: 15 set. 2009.
  As questões de 6 a 10 deverão ser respondidas
                                                  Há relação entre o que é mostrado no gráfico e
  individualmente e sem consulta.
                                                  na charge?



                                                                                                    217
Tema 2 - Atividades                                                 Leitura e Produção de Textos




 a) Não, pois a faixa etária acima dos 18 anos
    é aquela responsável pela disseminação da
    violência urbana nas grandes cidades brasi-
    leiras.
 b) Não, pois o crescimento do número de crian-
    ças e adolescentes que trabalham diminui o
    risco de sua exposição aos perigos da rua.
 c) Sim, pois ambos se associam ao mesmo con-
    texto de problemas socioeconômicos e cul-
    turais vigentes no País.
 d) Sim, pois o crescimento do trabalho infantil
    no Brasil faz crescer o número de crianças
    envolvidas com o crime organizado.
 e) Ambos abordam temas diferentes e não é
    possível se estabelecer relação mesmo que
    indireta entre eles.



 Questão 7
 (ENADE, 2007). Entre 1508 e 1512, Michelange-
 lo pintou o teto da Capela Sistina no Vaticano,
 um marco da civilização ocidental. Revolucioná-
 ria, a obra chocou os mais conservadores, pela
 quantidade de corpos nus, possivelmente re-
 sultado de seus secretos estudos de anatomia,
 uma vez que, no seu tempo, era necessária a
 autorização da Igreja para a dissecação de ca-
 dáveres. Recentemente, perceberam-se algu-
 mas peças anatômicas camufladas entre as ce-       Fonte: BARRETO, Gilson e OLIVEIRA, Marcelo G. de.
 nas que compõem o teto. Alguns pesquisadores      A arte secreta de Michelangelo - Uma lição de anatomia
 conseguiram identificar uma grande quantida-       na Capela Sistina. ARX.
 de de estruturas internas da anatomia humana,     Considerando essa hipótese, uma ampliação in-
 que teria sido a forma velada de como o artista   terpretativa dessa obra-prima de Michelangelo
 “imortalizou a comunhão da arte com o conhe-      expressaria:
 cimento”. Uma das cenas mais conhecidas é “A
 criação de Adão”. Para esses pesquisadores ela    a) O Criador dando a consciência ao ser huma-
 representaria o cérebro num corte sagital, como       no, manifestada pela função do cérebro.
 se pode observar nas figuras a seguir:             b) A separação entre o bem e o mal, apresenta-
                                                       da em cada seção do cérebro.
                                                   c) A evolução do cérebro humano, apoiada na
                                                       teoria darwinista.
                                                   d) A esperança no futuro da Humanidade, re-
                                                       velada pelo conhecimento da mente.
                                                   e) A diversidade humana, representada pelo
                                                       cérebro e pela medula.




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Leitura e Produção de Textos                                       Tema 2 - Atividades



                                                       (FCC, 2008). As questões 9 e 10 referem-se ao
  Questão 8                                            texto abaixo.
                                                       FIM DE FEIRA
  (Eletrobrás).                                        Quando os feirantes já se dispõem a desarmar
                                                       as barracas, começam a chegar os que querem
  A MISÉRIA É DE TODOS NÓS
                                                       pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou
  Como entender a resistência da miséria no            mesmo nada, pelo que ameaça estragar. Che-
  Brasil, uma chaga social que remonta aos pri-        gam com suas sacolas cheias de esperança. Al-
  mórdios da colonização? No decorrer das últi-        guns não perdem tempo e passam a recolher o
  mas décadas, enquanto a miséria se mantinha          que está pelo chão: um mamãozinho amoleci-
  mais ou menos do mesmo tamanho, todos os             do, umas folhas de couve amarelas, a metade
  indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há       de um abacaxi que serviu de chamariz para os
  mais crianças em idade escolar frequentando          fregueses compradores. Há uns que se aven-
  aulas atualmente do que em qualquer outro            turam até mesmo nas cercanias da barraca de
  período da nossa história. As taxas de analfa-       pescados, onde pode haver alguma suspeita
  betismo e mortalidade infantil também são as         sardinha oculta entre jornais, ou uma ponta de
  menores desde que se passou a registrá-las na-       cação obviamente desprezada.
  cionalmente. O Brasil figura entre as dez nações
                                                       Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pes-
  de economia mais forte do mundo. No campo
                                                       soas: oferecem-lhes o que, de qualquer modo,
  diplomático, começa a exercitar seus músculos.
                                                       eles iriam jogar fora. Mas outros parecem ciu-
  Vem firmando uma inconteste liderança política
                                                       mentos do teimoso aproveitamento dos refu-
  regional na América Latina, ao mesmo tempo
                                                       gos, e chegam a recolhê-los para não os verem
  em que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por
                                                       coletados. Agem para salvaguardar não o lucro
  ter se tornado um forte oponente das injustas
                                                       possível, mas o princípio mesmo do comércio.
  políticas de comércio dos países ricos. Apesar de
                                                       Parecem temer que a fome seja debelada sem
  todos esses avanços, a miséria resiste.
                                                       que alguém pague por isso. E não admitem ser
  Embora em algumas de suas ocorrências, es-           acusados de egoístas: somos comerciantes, não
  pecialmente na zona rural, esteja confinada a         assistentes sociais, alegam.
  bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais
                                                       Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão
  bem posicionados na escala social, a miséria é
                                                       da limpeza e os funcionários da prefeitura var-
  onipresente. Nas grandes cidades, com aterro-
                                                       rem e lavam tudo, entre risos e gritos. O trânsito
  rizante frequência, ela atravessa o fosso social
                                                       é liberado, os carros atravancam a rua e, não
  profundo e se manifesta de forma violenta. A
                                                       fosse o persistente cheiro de peixe, a ninguém
  mais assustadora dessas manifestações é a crimi-
                                                       ocorreria que ali houve uma feira, frequentada
  nalidade, que, se não tem na pobreza sua única
                                                       por tão diversas espécies de seres humanos.
  causa, certamente em razão dela se tornou mais
  disseminada e cruel. Explicar a resistência da po-   (Joel Rubinato, inédito)
  breza extrema entre milhões de habitantes não
  é uma empreitada simples.
  (Revista Veja, ed. 1735)
                                                       Questão 9
  O título dado ao texto se justifica porque:
  a) A miséria abrange grande parte de nossa
                                                       Nas frases “parecem ciumentos do teimoso
      população.
                                                       aproveitamento dos refugos e não admitem ser
  b) A miséria é culpa da classe dominante.            acusados de egoístas”, o narrador do texto:
  c) Todos os governantes colaboraram para a           a) Mostra-se imparcial diante de atitudes opos-
      miséria comum.                                      tas dos feirantes.
  d) A miséria deveria ser preocupação de todos        b) Revela uma perspectiva crítica diante da ati-
      nós.                                                tude de certos feirantes.
  e) Um mal tão intenso atinge indistintamente         c) Demonstra não reconhecer qualquer provei-
      a todos.                                            to nesse tipo de coleta.




                                                                                                     219
Tema 2 - Atividades                                               Leitura e Produção de Textos




 d) Assume-se como um cronista a quem não          • O filme Nenhum a menos, que apresenta
    cabe emitir julgamentos.                       uma menina que se torna professora e tem a
 e) Insinua sua indignação contra o lucro exces-   missão de não deixar nenhum aluno abandonar
    sivo dos feirantes.                            a escola. As aventuras da pequena professora
                                                   começam quando um dos meninos vai para a
                                                   cidade grande em busca de emprego e ela vai
                                                   atrás para buscá-lo.
 Questão 10
                                                   FINALIZANDO
 Considerando-se o contexto, traduz-se correta-
 mente o sentido de um segmento do texto em:       Em resumo, a leitura se caracteriza pela parti-
                                                   lha de experiências pessoais entre os indivíduos
 a) Serviu de chamariz = respondeu ao chama-
                                                   participantes no ato comunicativo, uma vez que
    do.
                                                   as trocas de experiências e conhecimentos entre
 b) Alguma suspeita sardinha = possivelmente       o emissor e o receptor é que fazem a dinâmica
    uma sardinha.                                  do diálogo.
 c) Teimoso aproveitamento = persistente utili-
    zação.
 d) O princípio mesmo do comércio = preâmbu-
    lo da operação comercial.                       Anotações
 e) Agem para salvaguardar = relutam em
    admitir.                                       ____________________________________________
                                                   ____________________________________________
                                                   ____________________________________________
 AMPLIANDO O CONHECIMENTO                          ____________________________________________
 Você quer saber mais sobre esse assunto? Então,   ____________________________________________
 consulte:                                         ____________________________________________
 • O livro O corpo fala, de Pierre Weil e Ronald   ____________________________________________
 Tampakow da editora Vozes. Você também            ____________________________________________
 pode encontrá-lo na internet como e-book para
 download.                                         ____________________________________________
 • O artigo Sociedade, democracia e lingua-        ____________________________________________
 gem, de Carlos Vogt. Disponível em: <http://      ____________________________________________
 www.comciencia.br/reportagens/2005/07/01_         ____________________________________________
 impr.shtml>. Acesso em: 20 ago. 2010.             ____________________________________________
 • O artigo Vygotsky e o papel das intera-         ____________________________________________
 ções sociais na sala de aula: reconhecer
 e desvendar o mundo de João Carlos Martins.       ____________________________________________
 Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.       ____________________________________________
 gov.br/pdf/ideias_28_p111-122_c.pdf>. Acesso      ____________________________________________
 em: 20 ago. 2010. Refletir sobre a importância     ____________________________________________
 das trocas entre os parceiros como momentos
                                                   ____________________________________________
 significativos no processo ensino-aprendizagem
 remete, necessariamente, à psicologia sócio-      ____________________________________________
 histórica como paradigma de nossas reflexões.      ____________________________________________
 • O filme O baile, que faz um painel histórico     ____________________________________________
 da França, desde a ocupação nazista até a         ____________________________________________
 década de 80.
                                                   ____________________________________________
                                                   ____________________________________________
                                                   ____________________________________________
                                                   ____________________________________________



220
Tema 3
Texto e Intertextualidade

Objetivos de aprendizagem
•    Conhecer o que é intertextualidade.
•    Entender que textos dialogam entre si.
•    Compreender os diferentes tipos de intertextualidade.
•    Identificar a intertextualidade em diferentes textos.




Para início de conversa
Agora, você aprenderá o que é intertextualidade e como ela
se manifesta em textos variados. Além disso, terá a oportu-
nidade de analisar textos e identificar como acontece o pro-
cesso dialógico entre eles e avaliar se a referência é explícita
ou implícita.




Por dentro do tema
Leia os textos no quadro da página seguinte. Você observará que a música da ban-
da Legião Urbana retoma outras duas passagens já escritas anteriormente, uma na
Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, outra no soneto de Luís Vaz de Camões.
A composição “Monte Castelo” juntou outros conhecimentos e fez o intercâmbio
entre os conceitos de amor apresentados pelo apóstolo Paulo e por Camões, ob-
jetivando a compreensão da mensagem por meio da relação entre os conteúdos.
Dessa forma, realizou uma “intercomunicação” entre os textos desses autores,
achando um tema que os liga.
Intertextualidade é o diálogo entre diferentes textos. Significa inter-relacionar, dire-
tamente ou não, assuntos afins, em que os conhecimentos são reunidos e voltados
para a análise e verificação do mesmo objeto de estudo. Ela pode acontecer também em diferentes manifestações
artísticas, por exemplo, entre pinturas, esculturas, arquitetura etc.
Para as autoras Koch e Elias (PLT), a intertextualidade envolve conhecimento de mundo e compreende o processo
de produção/recepção de um texto, processo no qual a decodificação pode adquirir múltiplos sentidos. Conforme
as autoras, a intertextualidade pode ser:
a.   Intertextualidade explícita: quando a fonte aparece claramente no intertexto.
b.   Intertextualidade implícita: não há a citação expressa da fonte e o interlocutor deve relacionar os conteúdos
     intertextuais.
Devemos lembrar que a interdisciplinaridade não é uma mistura confusa de informações ou textos. Mas, uma
forma de transformação e junção de outros vários, a partir de um inicial, de modo que o novo texto retome os
sentidos dos outros originários.



                                                                                                           221
Vale destacar, também, a diferença entre plágio e intertextualidade. Plágio é a apresentação de uma obra como de
 sua própria autoria, sendo originalmente produzida por outrem, ou seja, a dissimulação da produção intelectual
 ou artística de outra pessoa.
 Salienta-se, aqui, que a intertextualidade também pode servir como “voz” de uma época, do momento histórico-
 político-social de uma sociedade, ao realizar o diálogo com os acontecimentos e situações sociais contemporâ-
 neas.
 Quando um texto incorpora elementos de outro, permite que se amplie o horizonte de quem lê. O intercâmbio
 entre as temáticas no diálogo intertextual aumenta a visão de mundo e privilegia o conhecimento de quem lê, isto
 porque, no esforço de dar sentido à leitura, busca-se identificar os assuntos nela envolvidos.
 Por isso, a nossa compreensão de um texto depende do conhecimento de mundo adquirido pela experiência, pela
 educação, pelo estudo, por nossas leituras. Quanto maior o conhecimento do leitor, melhores possibilidades ele
 terá de perceber as ligações entre os textos, facilitando, assim, a sua compreensão.


        MONTE CASTELO
        Legião Urbana

        Ainda que eu falasse
        A língua dos homens
        E falasse a língua dos anjos
        Sem amor, eu nada seria...
                                                                  I Coríntios 13:1 Ainda que eu falasse as
        É só o amor, é só o amor
                                                                  línguas dos homens e dos anjos, e não
        Que conhece o que é verdade
                                                                  tivesse amor, seria como o metal que soa
        O amor é bom, não quer o mal
                                                                  ou como o címbalo que retine.
        Não sente inveja
        Ou se envaidece...                                        I Coríntios 13:2 E ainda que tivesse o
        O amor é o fogo                                           dom de profecia, e conhecesse todos
        Que arde sem se ver                                       os mistérios e toda a ciência, e ainda
        É ferida que dói                                          que tivesse toda fé, de maneira tal que
        E não se sente                                            transportasse os montes, e não tivesse
        É um contentamento                                        amor, nada seria.
        Descontente                                               I Coríntios 13:4 O amor é sofredor, é
        É dor que desatina sem doer...                            benigno; o amor não é invejoso; o amor
        Ainda que eu falasse                                      não se vangloria não se ensoberbece...
        A língua dos homens                                                                    Apóstolo Paulo
        E falasse a língua dos anjos
        Sem amor, eu nada seria...
        É um não querer
        Mais que bem querer
        É solitário andar
        Por entre a gente
        É um não contentar-se
        De contente
        É cuidar que se ganha                                     Amor é fogo que arde sem se ver;
        Em se perder...                                           É ferida que dói e não se sente;
        É um estar-se preso                                       É um contentamento descontente;
        Por vontade                                               É dor que desatina sem doer;
        É servir a quem vence
        O vencedor                                                É um não querer mais que bem querer;
        É um ter com quem nos mata                                É solitário andar por entre a gente;
        A lealdade                                                É nunca contentar-se de contente;
        Tão contrário a si                                        É cuidar que se ganha em se perder;
        É o mesmo amor...
        Estou acordado                                            É querer estar preso por vontade;
        E todos dormem, todos dormem                              É servir a quem vence, o vencedor;
        Todos dormem                                              É ter com quem nos mata lealdade.
        Agora vejo em parte
        Mas então veremos face a face                             Mas como causar pode seu favor
        É só o amor, é só o amor                                  Nos corações humanos amizade,
        Que conhece o que é verdade...                            se tão contrário a si é o mesmo Amor?
        Ainda que eu falasse
        A língua dos homens                                                                            Camões
        E falasse a língua dos anjos
        Sem amor, eu nada seria...




222
Leitura e Produção de Textos                                      Tema 3 - Atividades



  Atividades                                          Agora é com você! Responda às questões a
                                                      seguir para conferir o que aprendeu.


  INSTRUÇÕES
                                                      Questão 1
  Vamos, agora, pôr em prática o conteúdo so-
  bre intertextualidade. Observe as orientações
  de resolução de cada questão, considerando as       Individual e sem consulta.
  indicações com relação ao trabalho individual       Leia os dois textos a seguir e explique, em no
  ou em grupo. Lembre-se de que é importante          mínimo 10 e no máximo 15 linhas, a relação in-
  perceber as relações dialógicas entre os textos     tertextual entre eles.
  apresentados.                                       Texto 1:


                                                          VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA
  Ponto de partida                                        Manuel Bandeira

                                                          Vou-me embora pra Pasárgada
  Vamos criar um conteúdo intertextual?                   Lá sou amigo do rei
                                                          Lá tenho a mulher que eu quero
  Apresentamos uma pintura de Van Gogh intitu-
                                                          Na cama que escolherei
  lada “A Sesta” (1889-90). A partir dela, produ-         Vou-me embora pra Pasárgada
  za um texto escrito que poderá ser um poema,            Vou-me embora pra Pasárgada
  uma música, uma argumentação, uma matéria               Aqui eu não sou feliz
  jornalística, um anúncio publicitário etc, utili-       Lá a existência é uma aventura
  zando o diálogo entre a tela e o seu texto.             De tal modo inconsequente
  Lembre-se de que você deve deixar clara a refe-         Que Joana a Louca de Espanha
                                                          Rainha e falsa demente
  rência à obra de Van Gogh.
                                                          Vem a ser contraparente
                                                          Da nora que nunca tive
                                                          E como farei ginástica
                                                          Andarei de bicicleta
                                                          Montarei em burro brabo
                                                          Subirei no pau-de-sebo
                                                          Tomarei banhos de mar!
                                                          E quando estiver cansado
                                                          Deito na beira do rio
                                                          Mando chamar a mãe-d’água
                                                          Pra me contar as histórias
                                                          Que no tempo de eu menino
                                                          Rosa vinha me contar
                                                          Vou-me embora pra Pasárgada
                                                          Em Pasárgada tem tudo
                                                          É outra civilização
                                                          Tem um processo seguro
                                                          De impedir a concepção
  A sesta, 1889. Museu d’Orsay.                           Tem telefone automático
                                                          Tem alcalóide à vontade
  ____________________________________________            Tem prostitutas bonitas
  ____________________________________________            Para a gente namorar
  ____________________________________________            E quando eu estiver mais triste
                                                          Mas triste de não ter jeito
  ____________________________________________            Quando de noite me der
  ____________________________________________            Vontade de me matar
                                                          - Lá sou amigo do rei -
  ____________________________________________
                                                          Terei a mulher que eu quero
  ____________________________________________            Na cama que escolherei
  ____________________________________________            Vou-me embora pra Pasárgada.




                                                                                                223
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  • 1. SS eo r c vi i a ç l o CA ada d td eed r i e nv oi s 1
  • 2.
  • 3. Universidade Anhanguera - Uniderp Centro de Educação a Distância Caderno de Atividades Serviço Social Coordenação do Curso Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre Autores Ana Lucia Américo Antonio Angela Cristina Dias do Rego Catonio Edilene Xavier Rocha Garcia Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre Helenrose A. da S. Pedroso Coelho Luciano Gamez (org.) Ricardo Leite de Albuquerque Yaeko Ozaki
  • 4. Universidade Anhanguera - Uniderp Centro de Educação a Distância Chanceler Diretor-Adjunto Ana Maria Costa de Sousa Luciano Sathler Reitor Coordenação de Qualidade do Material Guilherme Marback Neto Didático Vice-Reitora Luciano Gamez: Coordenador e organizador Heloisa Helena Gianotti Pereira da publicação Pró-Reitores Barbara Monteiro Gomes de Campos Pró-Reitor Administrativo: Antonio Fonseca Bruno Tonhetti Galasse de Carvalho Fernanda Bocchi Balthazar Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Helena Okada Desporto: Ivo Arcângelo Vendrúsculo Busato Lucia Helena Paula do Canto Pró-Reitor de Graduação: Eduardo de Waurie Rolão Oliveira Elias Ilustrações Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação: Ednei Marx Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ANHANGUERA PUBLICAÇÕES Diretor-Geral Gerente Editorial José Manuel Moran Adauto Damásio C129 Caderno de atividades: serviço social / Ana Lucia Américo An- tonio... [et. al.].; Organizador Luciano Gamez; Coordenação do curso Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre. – Valinhos : Anhanguera Publicações, 2011. 288 p. ISBN: 978-85-7969-053-2 © 2011 Anhanguera Publicações - Proibida a reprodução final ou 1. Serviço social. I. Antonio, Ana Lucia Américo. II. Gamez, parcial por qualquer meio Luciano. III. Nobre, Elisa Cléia Pinheiro. de impressão, em forma idêntica, resumida ou CDD - 20.ed. : 370.15 modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. Impresso no Brasil 2011
  • 5. Nossa Missão, Nossos Valores Desde sua fundação, em 1994, os fundamentos da “Anhanguera Educacional” têm sido o principal motivo do seu crescimento. Buscando permanentemente a inovação e o aprimoramento acadêmico em todas as ações e programas, é uma Instituição de Educação Superior comprometida com a qualidade do ensino, pesquisa de iniciação científica e extensão, que oferecemos. Ela procura adequar suas iniciativas às necessidades do mercado de trabalho e às exigências do mundo em cons- tante transformação. Esse compromisso com a qualidade é evidenciado pelos intensos e constantes investimentos no corpo docente e de funcionários, na infraestrutura, nas bibliotecas, nos laboratórios, nas metodologias e nos Programas Institu- cionais, tais como: • Programa de Iniciação Científica (PIC), que concede bolsas de estudo aos alunos para o desenvolvimento de pesquisa supervisionada pelos nossos professores. • Programa Institucional de Capacitação Docente (PICD), que concede bolsas de estudos para docentes cursa- rem especialização, mestrado e doutorado. • Programa do Livro-Texto (PLT), que propicia aos alunos a aquisição de livros a preços acessíveis, dos melhores autores nacionais e internacionais, indicados pelos professores. • Serviço de Assistência ao Estudante (SAE), que oferece orientação pessoal, psicopedagógica e financeira aos alunos. • Programas de Extensão Comunitária, que desenvolve ações de responsabilidade social, permitindo aos alunos o pleno exercício da cidadania, beneficiando a comunidade no acesso aos bens educacionais e culturais. A fim de manter esse compromisso com a mais perfeita qualidade, a custos acessíveis, a Anhanguera privilegia o preparo dos alunos para que concretizem seus Projetos de Vida e obtenham sucesso no mercado de trabalho. Adota inovadores e modernos sistemas de gestão nas suas instituições. As unidades localizadas em diversos Es- tados do País preservam a missão e difundem os valores da Anhanguera. Atuando também na Educação a Distância, orgulha-se em oferecer ensino superior de qualidade em todo o Terri- tório Nacional, por meio do trabalho desenvolvido pelo Centro de Educação a Distância da Universidade Anhan- guera - Uniderp, nos diversos polos de apoio presencial espalhados por todo o Brasil. Sua metodologia permite a integração dos professores, tutores e coordenadores habilitados na área pedagógica, com a mesma finalidade: aliar os melhores recursos tecnológicos e educacionais, devidamente revisados, atualizados e com conteúdo cada vez mais amplo para o desenvolvimento pessoal e profissional de nossos alunos. A todos, bons estudos! Prof. Antonio Carbonari Netto Presidente - Anhanguera Educacional
  • 6.
  • 7. Sobre o Caderno de Atividades Caro(a) Aluno(a), Você está recebendo o Caderno de Atividades, preparado pelos professores do Curso de Graduação em que você está matriculado, com o objetivo de contribuir para a sua aprendizagem. Ele aprofunda os conteúdos disponíveis nas publicações que fazem parte do Programa do Livro-Texto (PLT), trazendo orientações de estudo, destaques, propostas de atividades individuais e em grupo e desafios de aprendizagem a serem realizados. As questões propostas foram elaboradas pelos docentes ou adaptadas de provas públicas já realizadas, inclusi- ve do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), que tem o objetivo de aferir o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação a conhecimentos, habilidades e competências, necessários ao seu futuro desempenho profissional. Essa inclusão de perguntas, selecionadas a partir de avaliações ocorridas fora do âmbito universitário, colabora na sua preparação para o enfrentamento de situações mais contextualizadas. Você também vai encontrar caminhos para vincular os textos e questões com as teleaulas do seu curso. Isso permite planejar com antecedência seu tempo e dedicação, estudar os temas previamente e se preparar para aproveitar ao máximo a interação com a equipe docente. Desejamos que você tenha um ótimo semestre letivo. José Manuel Moran e Luciano Sathler Diretoria do Centro de Educação a Distância Universidade Anhanguera - UNIDERP
  • 8. Autores Ana Lúcia Américo Antonio Graduação: Serviço Social - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1999. Especialização: Trabalho Social com Famílias - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (UNIDERP) - 2001. Angela Cristina Dias do Rego Catonio Graduação: Letras - Português/Inglês - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1996. Especialização: Comunicação Social - Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) - 1999. Mestrado: Comunicação Social - Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) - 2000. Edilene Xavier Rocha Garcia Graduação: Serviço Social - Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT) - 1988. Especialização: Gestão de Políticas Sociais - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (UNIDERP) - 2003. Mestrado: Desenvolvimento Local - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 2007. Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre Graduação: Serviço Social - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1992. Especialização: Políticas Sociais - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (UNIDERP) - 2003. Mestrado: Educação - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - 2007. Helenrose Aparecida da Silva Pedroso Coelho Graduação: Ciências Sociais - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - 1982. Direito - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1992. Psicologia - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal (UNIDERP) - 2004. Especialização: Gestão Judiciária Estratégica - Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso (CEFET-MT) - 2007. Mestrado: Psicologia Social - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 2007. Luciano Gamez - Organizador da publicação Graduação: Psicologia - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação - Universidade de Lisboa (FPCE-UL) - 1992. Mestrado: Engenharia Humana - Universidade do Minho (UMINHO) - 1998. Doutorado: Engenharia de Produção - Área de concentração: Ergonomia - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - 2004. Ricardo Leite de Albuquerque Graduação: Licenciatura em Educação Física e Técnica de desporto - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - 1976. Especialização: Aperfeiçoamento em Informática Aplicada à Educação - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - 1987. Mestrado: Educação - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - 1999. Yaeko Ozaki Graduação: Psicologia - Universidade São Francisco (USF) - 1992. Especialização: Administração de Recursos Humanos - Universidade São Judas Tadeu (USJT) - 1993. Mestrado: Clínica Médica - Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNI-CAMP) - 2008.
  • 9. Sumário Família e Sociedade Tema 1 - Mudanças Estruturais, Política Social e Papel da Família ............................... 15 Tema 2 - Novas Propostas e Dinâmica da Família ........................................................ 22 Tema 3 - Transformações Econômicas e Sociais no Brasil dos Anos 1990 e seu Impacto no Âmbito da Família ............................................................ 28 Tema 4 - A Família, a Criança e o Adolescente ........................................................... 34 Tema 5 - Família - e as Situações Vivenciadas por seus Membros ................................ 41 Tema 6 - Família e Trabalho........................................................................................ 48 Tema 7 - Programas de Atendimento à Família........................................................... 55 Tema 8 - O Assistente Social e o Trabalho com Famílias .............................................. 61 Serviço Social na Contemporaneidade Tema 1 - Preleções sobre a Gênese do Serviço Social .................................................. 79 Tema 2 - A Especificidade do Serviço Social ................................................................ 86 Tema 3 - O Serviço Social e as Políticas Sociais ........................................................... 93 Tema 4 - A Natureza Subalterna do Serviço Social .................................................... 100 Tema 5 - O Objeto do Serviço Social ........................................................................ 107 Tema 6 - Particularidades do Serviço Social .............................................................. 114 Tema 7 - Teoria e Prática no Serviço Social ............................................................... 120 Tema 8 - Demandas Profissionais do Serviço Social ................................................... 126
  • 10. Tecnologias da Informação e da Comunicação Tema 1 - A Relação entre a Tecnologia e a Comunicação ......................................... 142 Tema 2 - O Fenômeno Técnico e suas Particularidades no Âmbito da Comunicação e da Cultura Contemporânea .................................................................... 148 Tema 3 - A Tecnologia da Informação e a Utilização de suas Ferramentas Computacionais no Apoio à Atuação Profissional do Assistente Social ....... 155 Tema 4 - Mídia e Questão Social: o Direito à Informação como Direito Humano ....... 162 Tema 5 - A Indústria Cultural e seus Produtos Midiáticos .......................................... 169 Tema 6 - Configurações Midiáticas da Globalização: Hegemonia e Monopólios ....... 176 Tema 7 - A Blogosfera e as Alternativas à Comunicação Hegemônica ...................... 182 Tema 8 - O Assistente Social na Era das Comunicações ............................................ 189 Leitura e Produção de Textos Tema 1 - Leitura, Texto e Sentido ............................................................................. 204 Tema 2 - Texto e Contexto ....................................................................................... 212 Tema 3 - Texto e Intertextualidade ........................................................................... 221 Tema 4 - Coerência Textual: um Princípio de Interpretabilidade ................................ 231 Desenvolvimento Pessoal e Profissional Tema 1 - Você no Mundo ........................................................................................ 253 Tema 2 - Você com os Outros .................................................................................. 259 Tema 3 - Você e a Empregabilidade.......................................................................... 267 Tema 4 - Você Conquistando Oportunidades ........................................................... 275
  • 11. Leitura e Produção de Textos Autora: Angela Cristina Dias do Rego Catonio
  • 12. Leitura e Produção de Textos Orientações de estudo Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro “Ler e compreender: os sentidos do texto”, das autoras Ingedore V. Koch e Vanda Maria Elias, da Editora Contexto, PLT 225. Ele é composto de quatro temas: Tema 1 Leitura, Texto e Sentido Aborda os conteúdos situados no capítulo I, pp. 9-37. Nele, você perceberá que a leitura é re- sultado da construção de sentidos entre vários fatores que compõem um texto, os objetivos da leitura e conheci- mentos do leitor. Isso porque somos resultado de nossas experiências em sociedade. Com isso, você entenderá que a leitura e a compreensão do que se lê implica sempre uma participação mútua de quem escreve e de quem lê. Assim, toda vez que se lê qualquer texto, devem-se observar as circunstâncias em que foi escrito e as circunstâncias em que foi lido para que ele adquira um sentido, fruto das experiências do leitor. Tema 2 Texto e Contexto Aborda os conteúdos situados no capítulo III, pp. 57-73. Nele, conceituam-se as concepções de contexto que derivam dos conhecimentos de mundo adquiridos pelo leitor, a partir de suas experiências de vida. O contexto é a inter-relação de circunstâncias que acompanham um fato ou uma situação. Ele se constitui de dados comuns ao emissor e ao receptor, composto pelos saberes dos interlocutores, isto é, a junção de elementos linguísticos e sociais e a troca de dados em comum entre o emissor e o receptor, envolvendo os elementos do ambiente que favorecem seu entendimento e significado. Tema 3 Texto e Intertextualidade Aborda os conteúdos situados no capítulo IV, pp. 75 -100. Nele, você poderá entender que intertextualidade é o diálogo entre diferentes textos. Significa inter-relacionar, diretamente ou não, assuntos afins, em que os conheci- mentos são reunidos e voltados para a análise e verificação do mesmo objeto de estudo. No conteúdo aqui apresentado, você observará que a intertextualidade envolve o conhecimento de mundo e compreende o processo de produção/recepção de um texto, processo no qual a decodificação pode adquirir múltiplos sentidos. 202
  • 13. Você verá também, neste tema, como a intertextualidade se constitui e como ela pode ajudar na construção de sentidos. Tema 4 Coerência Textual: um Princípio de Interpretabilidade Aborda os conteúdos situados no capítulo IV, pp. 183-214. Nele, você entenderá que em um bom texto as partes devem-se ligar, formando uma harmonia interna, uma unidade; cada parte depende das outras com que se rela- cionam. As ideias contidas no texto devem formar um conjunto uno, coeso e coerente. Tendo em vista os elementos que fazem a coerência de um texto, destaca-se que o raciocínio deve ter um direcio- namento claro e único. Em outras palavras, um texto deve ter unidade, ou seja, criar relações entre os elementos e informações nele contidas. Você verá, neste capítulo também, os diversos tipos de coerência que determinam a elaboração de um bom texto. ATENÇÃO! As respostas para as atividades deste caderno estão disponíveis no ambiente virtual do curso. Consulte seu tutor presencial para mais informações. 203
  • 14. Tema 1 Leitura, Texto e Sentido Objetivos de aprendizagem • Identificar as concepções de leitura. • Compreender a importância da leitura como uma forma de interação social. • Perceber as diversas possibilidades de leitura. Para início de conversa Aqui você terá uma visão ampla sobre o processo da lei- tura e sobre como ele se constrói. Perceberá que a leitu- ra implica sempre em uma interação entre quem produz o texto e quem o lê. Você terá a oportunidade de perceber que a leitura é carre- gada de significados pessoais e recebe influência das expe- riências de vida do leitor. Por dentro do tema As concepções de leitura variam conforme a visão de sujeito, de língua, de texto e de sentido. A concepção do foco no autor é aquela em que o texto é resultado da sua re- presentação mental. Cabe ao leitor “captar” os sentidos do que o autor pretende informar, isto é, o leitor tem função passiva, porque o sentido do texto está centrado no autor. A segunda concepção de leitura é aquela com o foco no texto. Leva em conta a estrutura da língua como sistema, código, cabendo, então, ao leitor identificar, reconhecer, decodificar os sentidos expressos no texto. Nesse caso, não se leva em conta o conhecimento do leitor. Conforme as autoras, não há lugar para ele, para sua história de sujeito, para sua história de leituras, para suas experiências de vida. Basta somente ao leitor conhe- cer o código e decodificá-lo. A última concepção é a interação entre autor-texto-leitor em que, diferentemente das concepções anteriores, há uma concepção interacional (dialógica) da língua. Neste foco de concepção, para que haja produção de sentido, devem-se levar em conta as experiências e conhe- cimentos do leitor, os conhecimentos construídos socialmente. É a interação “texto-sujeitos”. A linguagem é expressa em diversas formas do uso de uma língua, podendo variar em sua forma de manifestação. Lev Vygotsky foi o pioneiro nos estudos que relacionam a linguagem, não somente como aquisição de habilidades cognitivas de características congênitas, mas como resultado das experiências adquiridas ao longo da vida social do indivíduo. Segundo ele, o conhecimento é adquirido socialmente, no âmbito das relações humanas. 204
  • 15. A teoria de Vygotsky (1991) tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio- histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento. Para ele (VYGOTSKY, 1991), a linguagem possui duas finalidades: a de intercâmbio social e a de pensamento ge- neralizante. A primeira serve para a comunicação entre os indivíduos. A segunda é a ordenação do real, processo de inter-relações que desenvolve a consciência e a percepção de determinado objeto/situação, posteriormente transmitido para outros conceitos e outras áreas do pensamento. Vale observar que a língua foi o principal código desenvolvido pelo homem para expressar suas necessidades e uma tentativa, muitas vezes vitoriosa, de modificação da sociedade. A leitura para o ser humano vai muito além da simples decodificação dos símbolos. Pode ser interpretada de ma- neiras diferentes, baseada nas experiências sensoriais, representações e lembranças do leitor. Em termos de produção e recepção, a leitura é o veículo da interação entre o emissor e o receptor. Dessa forma é que se estabelecem os laços de inter-relação entre os sujeitos e serve, também, de instrumento de inserção social. Logo, na leitura de um texto, deve-se ter em mente os conhecimentos adquiridos pelo leitor ao longo de sua vida. São as experiências individuais que determinam as diferentes formas de leitura e de sentidos compreendidos no texto, uma vez que os fatores que envolvem o entendimento de um texto dependem do conhecimento linguístico, dos esquemas cognitivos, da bagagem cultural e das circunstâncias em que o texto foi produzido e lido: contextos de produção e de uso. Com relação aos fatores de compreensão da leitura, é importante salientar que, se todo texto apresenta elemen- tos de informação necessários para o seu entendimento, por outro lado também sempre há elementos implícitos que necessitam ser inferidos pelos leitores. Em outras palavras, podemos afirmar que os conhecimentos ativados na leitura são fruto da bagagem pessoal de cada leitor, armazenados em sua memória de forma a construir o sentido do texto. Anotações _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 205
  • 16. Tema 1 - Atividades Leitura e Produção de Textos Atividades ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ INSTRUÇÕES ____________________________________________ A seguir, você encontrará algumas questões ____________________________________________ para que verifique o seu entendimento sobre o ____________________________________________ tema apresentado. A ideia é que você constate, como a sua história de vida interfere, orienta e ____________________________________________ propicia a interação com os textos. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Ponto de partida ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Por que um mesmo texto suscita várias interpre- tações? Você já parou para pensar sobre isso? ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Questão 2 ____________________________________________ ____________________________________________ Individual e sem consulta. ____________________________________________ O livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, ____________________________________________ retrata a dura vida do homem sertanejo em ____________________________________________ condições subumanas. Mostra aspectos da de- sigualdade social, da seca, da fome e da miséria ____________________________________________ humana, em que o homem se assemelha a um ____________________________________________ animal irracional buscando sua própria sobrevi- ____________________________________________ vência. Leia o fragmento a seguir e responda à questão que o segue. Agora é com você! Responda às questões a FABIANO seguir para conferir o que aprendeu. Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se. Chegara naquele Estado, com a família morren- do de fome, comendo raízes. Caíra no fim do pátio, debaixo de um juazeiro, depois tomara Questão 1 conta da casa deserta. Ele, a mulher e os filhos tinham-se habituado à cama rinha escura, pare- Individual e sem consulta. ciam ratos - e a lembrança dos sofrimentos pas- sados esmorecera. Angela Kleiman (2007, p. 10) afirma que a leitu- ra “[...] é uma prática social que remete a outros Pisou com firmeza no chão gretado, puxou a textos e outras leituras. Em outras palavras, ao faca de ponta, esgaravatou as unhas sujas. Tirou lermos um texto, qualquer texto, colocamos em do aió um pedaço de fumo, picou-o, fez um ci- ação todo o nosso sistema de valores, crenças e garro com palha de milho, acendeu-o ao binga, atitudes que refletem o grupo social em que se pôs-se a fumar regalado. deu nossa sociabilização primária, isto é, o gru- – Fabiano, você é um homem, exclamou em voz po social em que fomos criados”. alta. Com base nessa afirmação, como os sistemas de Conteve-se, notou que os meninos estavam per- valores pessoais se refletem na leitura? Sua res- to, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar posta deve ficar entre 10 e 15 linhas. só. E, pensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas 206
  • 17. Leitura e Produção de Textos Tema 1 - Atividades dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos ____________________________________________ azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vi- ____________________________________________ via em terra alheia, cuidava de animais alheios, ____________________________________________ descobria-se, encolhia-se na presença dos bran- cos e julgava-se cabra. ____________________________________________ Olhou em torno, com receio de que, fora os me- ____________________________________________ ninos, alguém tivesse percebido a frase impru- ____________________________________________ dente. Corrigiu-a, murmurando: ____________________________________________ – Você é um bicho, Fabiano. ____________________________________________ Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, ____________________________________________ um bicho, capaz de vencer dificuldades. Chegara naquela situação medonha - e ali esta- va forte, até gordo, fumando o seu cigarro de palha.” Questão 4 Comente as duas colocações do autor: “Fabia- no, você é um homem, exclamou em voz alta” e Em grupo e sem consulta. “Você é um bicho, Fabiano”. Segundo Paulo Freire, a leitura de mundo pre- ____________________________________________ cede à leitura da palavra. Discuta com seus cole- ____________________________________________ gas essa afirmação e depois escreva o resultado ____________________________________________ dessa reflexão. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Questão 3 ____________________________________________ Individual e com consulta. Para realizar esta atividade, você deverá consul- Questão 5 tar a internet. Acesse o site da Turma da Mônica e cumpra os seguintes passos: Em grupo e com consulta. a. Acesse o site <http://www.monica.com.br/ Leia o texto a seguir, discuta com seus colegas index.htm>. de grupo e responda o que se pede. b. Na parte superior da página “clique” em O LEITOR IDEAL “Quadrinhos”. Mário Quintana c. Aberta a página, “clique” em “Histórias es- O leitor ideal para o cronista seria aquele a peciais”. quem bastasse uma frase. d. Aparecerão vários gibis com temas especiais. Uma frase? Que digo? Uma palavra! “Clique” no gibi “Acessibilidade”. O cronista escolheria a palavra do dia: “Árvo- e. Leia toda a história. re”, por exemplo, ou “Menina”. f. Explique: de que forma a HQ constrói, du- Escreveria essa palavra bem no meio da pági- rante a leitura, o sentido de “acessibilida- na, com espaço em branco para todos os lados, de”? como um campo aberto aos devaneios do lei- tor. 207
  • 18. Tema 1 - Atividades Leitura e Produção de Textos Imaginem só uma meninazinha solta no meio da página. Questão 6 Sem mais nada. Até sem nome. (IBGE). Uma diferença de 3.000 quilômetros e Sem cor de vestido nem de olhos. 32 anos de vida separa as margens do abismo Sem se saber para onde ia... entre o Brasil que vive muito, e bem, e o Brasil Que mundo de sugestões e de poesia para o lei- que vive pouco, e mal. Esses números, levanta- tor! dos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- tística, IBGE, e pela Fundação Joaquim Nabuco, E que cúmulo de arte a crônica! Pois bem sabeis de Pernambuco, se referem a duas cidades si- que arte é sugestão... tuadas em polos opostos do quadro social brasi- E se o leitor nada conseguisse tirar dessa obra- leiro. Num dos extremos está a cidade de Vera- prima, poderia o autor alegar, cavilosamente, nópolis, encravada na Serra Gaúcha. As pessoas que a culpa não era do cronista. que nascem ali têm grandes possibilidades de Mas nem tudo estaria perdido para esse hipoté- viver até os 70 anos de idade. Na outra ponta tico leitor fracassado, porque ele teria sempre fica Juripiranga, uma pequena cidade do sertão à sua disposição, na página, um considerável da Paraíba. Lá, chegar à velhice é privilégio de espaço em branco para tomar seus apontamen- poucos. Segundo o IBGE, quem nasce em Juripi- tos, fazer os seus cálculos ou a sua fezinha... ranga tem a menor esperança de vida do País: Em todo caso, eu lhe dou de presente, hoje, a apenas 38 anos. palavra “Ventania”. Serve? A estatística revela o tamanho do abismo entre (QUINTANA, 1988) a cidade serrana e a sertaneja. Na cidade gaú- cha, 95% das pessoas são alfabetizadas, todas O texto apresenta uma proposta diferente de usam água tratada e comem, em média, 2.800 escrita e leitura, que é justamente a participa- calorias por dia. Os moradores de Juripiranga ção “ativa” do leitor no processo de construção não têm a mesma sorte. Só a metade deles re- do texto. cebe água tratada, os analfabetos são 40% da Discuta e responda: população e, no item alimentação, o consumo Qual seria o tipo de participação do “leitor médio de calorias por dia não passa de 650. ideal” na construção do texto? Faça a relação O Brasil está no meio do trajeto que liga a dra- entre essa crônica e o tema: Leitura, texto e sen- mática situação de Juripiranga à vida tranquila tido. dos veranenses. A média que aparece nas esta- ____________________________________________ tísticas internacionais dá conta de que o brasi- ____________________________________________ leiro tem uma expectativa de vida de 66 anos. ____________________________________________ Veranópolis, como é comum na Serra Gaúcha, é formada por pequenas propriedades rurais em ____________________________________________ que se planta uva para a fabricação de vinhos. ____________________________________________ Tem um cenário verdejante. Seus moradores - ____________________________________________ na maioria descendentes de imigrantes euro- ____________________________________________ peus - plantam e criam animais para o consumo da família. Na cidade paraibana, é óbvio, a rea- ____________________________________________ lidade é bem diferente. Os sertanejos vivem em ____________________________________________ cenário árido. Juripiranga não tem calçamento ____________________________________________ e o esgoto corre entre as casas, a céu aberto. Não há hospitais. A economia gira em torno Atenção! As questões de 6 a 10 deverão ser res- da cana-de-açúcar. Em época de entressafra, a pondidas individualmente e sem consulta. maioria das pessoas fica sem trabalho. No censo de 1980, os entrevistadores do IBGE perguntaram às mulheres de Juripiranga quan- tos de seus filhos nascidos vivos ainda sobre- viviam. O índice geral de sobreviventes foi de 55%. Na cidade gaúcha, o resultado foi bem di- ferente: a sobrevivência é de 93%. 208
  • 19. Leitura e Produção de Textos Tema 1 - Atividades Contrastes como esses são comuns no País. A ultrapassou o número daquelas que viviam no estrada entre o país rico e o miserável está se- campo. No início deste século, em 2000, segun- dimentada por séculos de tradições e culturas do dados do IBGE, mais de 80% da população econômicas diferentes. Cobrir esse fosso custará brasileira já era urbana. muito tempo e trabalho. Considerando essas informações, estabeleça a (Revista Veja - 11/05/94 - pp. 86-87 - com adaptações) relação entre as charges: Analise as afirmações abaixo e assinale V para as que, de acordo com o texto, considerar ver- dadeiras e F para as falsas: ( ) A cidade paraibana não tem sequer a meta- de dos privilégios de que goza a cidade gaú- cha. ( ) O Brasil, como um todo, encontra-se numa posição intermediária entre as duas cidades. ( ) Apesar de afastadas pelas estatísticas, Ve- ranópolis e Juripiranga se unem pelas tradi- ções culturais. ( ) Embora com resultados diferentes, a base da economia das duas cidades é a agricultura. ( ) De seus ancestrais europeus os sertanejos adquiriram as técnicas rurais. PORQUE A sequência correta é: a) V - V - V - F - F. b) V - V - F - F - F. c) V - V - F - V - F. d) F - F - V - F - V. e) F - F - V - V – V. Questão 7 Ainda conforme o texto anterior: “Cobrir esse fosso custará muito tempo e trabalho.” O fosso mencionado no texto diz respeito ao(à): a) Abismo entre as duas realidades. BARALDI, Márcio. Disponível em: <http://www. b) Esgoto que corre a céu aberto. marciobaraldi.com.br/baraldi2/component/joomgallery/ ?func=detail&id=178>. Acesso em: 5 out. 2009. c) Calçamento deficiente das estradas brasilei- ras. Com base nas informações dadas e na relação proposta entre essas charges, é CORRETO afir- d) Falta de trabalho durante a entressafra. mar que: e) Distância geográfica entre os dois polos. a) A primeira charge é falsa e a segunda é ver- dadeira. b) A primeira charge é verdadeira e a segunda Questão 8 é falsa. c) As duas charges são falsas. d) As duas charges são verdadeiras e a segunda (ENADE, 2009). A urbanização no Brasil regis- explica a primeira. trou marco histórico na década de 1970, quan- do o número de pessoas que viviam nas cidades e) As duas charges são verdadeiras, mas a se- gunda não explica a primeira. 209
  • 20. Tema 1 - Atividades Leitura e Produção de Textos c) Programas de formação continuada de pro- Questão 9 fessores, capacitando-os para criar um víncu- lo significativo entre o estudante e o texto. d) Programas de iniciativa pública e privada, (ENADE, 2009). Leia os gráficos: garantindo que os livros migrem das estan- tes para as mãos dos leitores. e) Uso da literatura como estratégia de motiva- ção dos estudantes, contribuindo para uma leitura mais prazerosa. Questão 10 (TJ-PE, 2009). A quebra das tradições transfor- ____________________________________________ mou o comportamento social e trouxe conflitos para o cotidiano. O crescimento da violência nos grandes centros urbanos: a) Está relacionado apenas com o fim dos valo- res conservadores das famílias. b) Demonstra a falta de mais cuidado com o planejamento econômico. c) Acontece apenas nos países pobres da Amé- rica Latina e da África. d) Fortalece somente a repressão policial, sem, contudo haver o êxito esperado. e) Vincula-se, sobretudo, à falta de projetos so- Fonte: Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional - INAF, ciais e políticos responsáveis. 2005. Relacione estes gráficos às seguintes informa- AMPLIANDO O CONHECIMENTO ções: O Ministério da Cultura divulgou, em 2008, que o Você quer saber mais sobre esse assunto? En- Brasil não só produz mais da metade dos livros do tão: Continente Americano, como também tem par- • Leia o livro Vidas secas, de Graciliano Ramos. que gráfico atualizado, excelente nível de pro- Você terá um retrato da vida sofrida do homem dução editorial e grande quantidade de papel. sertanejo e poderá ativar seus conhecimentos Estima-se que 73% dos livros do País estejam nas sobre a cultura brasileira. mãos de 16% da população. • Leia o artigo A importância do ato de ler, de Para melhorar essa situação, é necessário que o Paulo Freire. Disponível em: <http://extralibris. Brasil adote políticas públicas capazes de condu- org/2007/04/a-importancia-do-ato-de-ler>. zir o País à formação de uma sociedade leitora. Acesso em: 20 ago. 2010. Qual das seguintes ações NÃO contribui para a • Acesse o site da Revista Letras - Paraná: UFPR, formação de uma sociedade leitora? onde você encontrará artigos variados sobre a) Desaceleração da distribuição de livros didá- o processo de leitura e escrita. Disponível em: ticos para os estudantes das escolas públicas, <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/letras>. pelo MEC, porque isso enriquece editoras e Acesso em: 20 ago. 2010. livreiros. • Assista ao filme Narradores de Javé. É a b) Exigência de acervo mínimo de livros, impres- história de um povoado que está prestes a ser sos e eletrônicos, com gêneros diversificados inundado por uma represa e a sua única chance para as bibliotecas escolares e comunitárias. de não sumir do mapa é provar que o vilarejo 210
  • 21. Leitura e Produção de Textos Tema 1 - Atividades tem algum valor histórico e cultural. É preciso ____________________________________________ fazer um documento escrito para provar sua ____________________________________________ importância. Contudo, ninguém por lá sabe ler ____________________________________________ ou escrever. ____________________________________________ ____________________________________________ FINALIZANDO ____________________________________________ Neste tema, você viu que a leitura é a constru- ____________________________________________ ção de sentidos decorrentes da interação emis- ____________________________________________ sor/receptor. Além disso, você pôde conhecer as ____________________________________________ três concepções de leitura apresentadas pelas ____________________________________________ autoras do PLT, que se manifestam no ato de ler: foco no autor, foco no texto e foco no autor- ____________________________________________ texto-leitor. ____________________________________________ Assim, lembre-se de que a bagagem cultural do ____________________________________________ leitor é fundamental para uma leitura eficaz e ____________________________________________ para melhor entendimento do texto. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Anotações ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ 211
  • 22. Tema 2 Texto e Contexto Objetivos de aprendizagem • Entender que o contexto determina a construção de sentido em um texto. • Conhecer diferentes fatores contextuais. • Identificar o contexto em diferentes textos. • Perceber que o sentido do texto é construído na interação dos sujeitos. Para início de conversa Neste tema, você perceberá o quanto são importantes seus conhecimentos para o entendimento de um texto. É esse conjunto de saberes, linguísticos e sociais, que determinarão a apreensão integral do que é lido, porque o sentido do texto se completa com a interação entre os interlocutores. Por dentro do tema Como você viu anteriormente, a leitura vai muito além da simples identificação dos símbolos. Quando lemos algo, logo damos sentido à informação apresentada con- forme o que trazemos como bagagem de vida. A inter-relação de situações que envolvem o texto forma o seu contexto. É, simul- taneamente, a junção de elementos linguísticos e sociais e da troca de dados em comum entre o emissor e o receptor, envolvendo os elementos do ambiente que favorecem seu entendimento e significado. A leitura e a escrita são resultado de processos sociais e culturais. Ler significa pro- duzir sentido e é um ato interativo entre o autor e o leitor por meio do texto. O leitor constrói significados a partir de conhecimentos adquiridos ao longo de suas experiências de vida. O conhecimento é adquirido socialmente, no âmbito das relações humanas. A leitura tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfati- zando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento. O leitor produz os sentidos conforme os valores e conhecimentos adquiridos em um contexto sócio-histórico-cultural. Logo, podemos definir contexto como a relação entre um texto e as circunstâncias que ele envolve, e conhecimen- tos que acionam sua interpretação. Conforme as autoras, Koch e Elias, devemos sempre considerar o contexto em qualquer ato de leitura. Caso isso não aconteça, corremos os seguintes riscos: 212
  • 23. 1. Enunciados ambíguos: tornam a mensagem equívoca, despertando dúvida, incerteza. 2. Os fatores contextuais podem alterar o que se diz: se o contexto não estiver claro levará a interpretações diversas e até contrárias ao que se quer dizer. A capacidade de construir o sentido do texto se faz pela observância de vários aspectos que determinam a com- preensão da leitura. O primeiro deles é o “cotexto”, conhecimento da língua; o segundo, a situação mediata – fatores adjacentes às condições sociopolítico-culturais e, por último, o contexto cognitivo dos interlocutores, os conhecimentos adquiridos pelo indivíduo e que precisam ser ativados no momento da leitura. No contexto cognitivo, destacam-se os seguintes conhecimentos: a. linguístico - uso da língua; b. adquirido - o que aprendemos intelectualmente e da convivência social; c. comunicativo - observância à situação comunica- tiva; d. superestrutural; e. estilístico – diz respeito aos gêneros e tipos textuais; f. intertextual – identificação de outros textos naquele que é lido. Contudo, se não levarmos em conta esses fatores de interpretação em um texto, podemos incorrer em equívocos no entendimento global da leitura. Por isso, vale destacar que: • O entendimento de contexto pode evitar a ambiguidade de uma asserção. • Quando houver uma lacuna no texto, o contexto poderá elucidar o enunciado. • Os fatores que compõem o contexto podem modificar o sentido do texto, conforme alguns elementos de expressão como gestos, expressão facial, entonação da voz, entre outros. • O contexto justifica por levar em consideração fatores externos à língua, por exemplo, a prática social e situação comunicativa. O plano de significação e interpretação de um texto depende também da contextualização da escrita. Distingue- se, aqui, o contexto de produção e o contexto de uso. O primeiro é fruto das experiências de quem escreve so- madas às circunstâncias e intenções de produção. No segundo, o receptor ativa seus conhecimentos e estabelece as relações com o texto. Vale destacar, ainda, que, para o bom entendimento de um texto, os contextos sociocognitivos dos interlocutores devem ser em parte concordantes. Por tudo isso, se tem certeza de que a leitura exerce papel fundamental na formação do sujeito social. A relação entre quem produz o texto com quem o lê deve ser um processo dinâmico, levando-se em consideração as vivên- cias pessoais e o decurso das experiências de vida. Anotações _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 213
  • 24. Tema 2 - Atividades Leitura e Produção de Textos Atividades Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu. INSTRUÇÕES Questão 1 Na sequência, você encontrará algumas ques- tões para fixação do conteúdo apresentado. Observe as orientações de resolução de cada Individual e sem consulta. (ENADE 2008). Discur- questão, considerando as indicações com rela- siva. ção ao trabalho individual ou em grupo. Nas DIREITOS HUMANOS EM QUESTÃO questões propostas, será importante perceber “O caráter universalizante dos direitos do quais as relações de contexto que você fará nos homem (...) não é da ordem do saber teórico, textos apresentados. mas do operatório ou prático: eles são invoca- dos para agir, desde o princípio, em qualquer situação dada.” Ponto de partida François JULIEN, filósofo e sociólogo. Leia o trecho da letra da música a seguir, de autoria de Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito. Comente quais conhecimentos de contexto se deve ter para entendê-la. COMIDA Bebida é água. Comida é pasto. Você tem sede de que? Você tem fome de que? A gente não quer só comida A gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só comida, A gente quer saída para qualquer parte. A gente não quer só comida, A gente quer bebida, diversão, balé. A gente não quer só comida, A gente quer a vida como a vida quer. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Neste ano, em que são comemorados os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ____________________________________________ novas perspectivas e concepções incorporam- ____________________________________________ se à agenda pública brasileira. Uma das novas ____________________________________________ perspectivas em foco é a visão mais integrada ____________________________________________ dos direitos econômicos, sociais, civis, políticos. E, mais recentemente, ambientais, ou seja, tra- ____________________________________________ ta-se da integralidade ou indivisibilidade dos di- ____________________________________________ reitos humanos. Dentre as novas concepções de ____________________________________________ direitos, destacam-se: ____________________________________________ 214
  • 25. Leitura e Produção de Textos Tema 2 - Atividades • A habitação como moradia digna e não ape- Plutarco, eram uns verdadeiros chatos. Isto para nas como necessidade de abrigo e proteção. ele, Plutarco. Mas para o grego comum da épo- • A segurança como bem-estar e não apenas ca deviam ser a delícia e a tábua de salvação das como necessidade de vigilância e punição. conversas. • O trabalho como ação para a vida e não ape- Pois não é mesmo tão bom falar e pensar sem nas como necessidade de emprego e renda. esforço? O lugar-comum é a base da socieda- de, e sua política, a sua filosofia, a segurança Tendo em vista o exposto acima, selecione uma das instituições. Ninguém é levado a sério com das concepções destacadas e esclareça por que ideias originais. ela representa um avanço para o exercício ple- no da cidadania, na perspectiva da integralida- Já não é a primeira vez, por exemplo, que um de dos direitos humanos. figurão qualquer declara em entrevista: Seu texto deve ter entre 8 e 10 linhas. “O Brasil não fugirá ao seu destino histórico”! ____________________________________________ O êxito da tirada, a julgar pelo destaque que lhe dá a imprensa, é sempre infalível, embora o lei- ____________________________________________ tor semidesperto possa desconfiar que isso não ____________________________________________ quer dizer coisa alguma, pois nada foge mesmo ____________________________________________ ao seu destino histórico, seja um Império que ____________________________________________ desaba ou uma barata esmagada. ____________________________________________ (QUINTANA, 1989) ____________________________________________ Poderíamos comparar o “leitor dorminhoco” ____________________________________________ que Mário Quintana apresenta no texto com aqueles leitores que não se interessam por com- ____________________________________________ preender uma mensagem em seu contexto? Ex- ____________________________________________ plique. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Questão 2 ____________________________________________ ____________________________________________ Individual e sem consulta. ____________________________________________ Leia o fragmento a seguir e responda à questão ____________________________________________ que o segue. ____________________________________________ NÃO DESPERTEMOS O LEITOR ____________________________________________ Os leitores são, por natureza, dorminhocos. ____________________________________________ Gostam de ler dormindo. Autor que os queira ____________________________________________ conservar não deve ministrar-lhes o mínimo sus- ____________________________________________ to. Apenas as eternas frases feitas. ____________________________________________ “A vida é um fardo” – isto, por exemplo, pode- se repetir sempre. E acrescentar impunemente: ____________________________________________ “disse Bias”. Bias não faz mal a ninguém, como ____________________________________________ aliás os outros seis sábios da Grécia, pois todos ____________________________________________ os sete, como há vinte séculos já se queixara ____________________________________________ 215
  • 26. Tema 2 - Atividades Leitura e Produção de Textos Questão 3 Questão 4 Individual e com consulta. Em grupo e sem consulta. Observe as pinturas a seguir, de Pedro Wein- “Se a compreensão emerge da relação texto- gartner (1853-1929), importante pintor brasilei- leitor, quanto mais ele souber do que será lido, ro do século XIX, que se preocupou em retratar mais possibilidade terá de interagir, de criar uma o Brasil de sua época. Qual leitura de contexto rede de relações, de minimizar as dificuldades e seria necessária para compreender sua obra? de construir significados”. (BRAGA, 2002) Discuta com os colegas essa afirmação e anote as conclusões a que chegaram. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Ceifa, Anticoli, 1903. ____________________________________________ ____________________________________________ Questão 5 Em grupo e com consulta. Leia o poema abaixo e responda à questão a se- guir: HERANÇA - Vamos brincar de Brasil? Mas sou eu quem manda Tempora Mutantur, 1889. Quero morar numa casa grande ____________________________________________ Começou desse jeito a nossa história ____________________________________________ ____________________________________________ Negro fez papel de sombra. ____________________________________________ ____________________________________________ E foram chegando soldados e frades ____________________________________________ Trouxeram as leis e os Dez Mandamentos ____________________________________________ Jabuti perguntou: ____________________________________________ “- Ora é só isso?” ____________________________________________ ____________________________________________ Depois vieram as mulheres do próximo ____________________________________________ Vieram imigrantes com alma a retalho Brasil subiu até o 10º andar 216
  • 27. Leitura e Produção de Textos Tema 2 - Atividades Litoral riu com os motores Subúrbio confraternizou com a cidade Questão 6 Negro coçou piano e fez música (ENADE, 2009). Leia o gráfico a seguir, em que é Vira-bosta mudou de vida mostrada a evolução do número de trabalhado- Maitacas se instalaram no alto dos galhos res de 10 a 14 anos, em algumas regiões metro- politanas brasileiras, em dado período: No interior do Brasil continua desconfiado A serra morde as carretas Povo puxa bendito pra vir chuva Nas estradas vazias cruzes sem nome marcam casos de morte As vinganças continuam Famílias se entredevoram nas tocaias Há noites de reza e cata-piolho Nas bandas do cemitério Cachorro magro sem dono uiva sozinho De vez em quando Fonte: Adaptado de Folha. Disponível em: <http://www1. folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u85799.shtml>. a mula sem cabeça sobe a serra Acesso em: 2 out. 2009. ver o Brasil como vai Leia a charge: (BOPP, 1984). Quais são os conhecimentos sobre o contexto que o poema “Herança” aborda e que precisa- mos saber para entendê-lo? ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Fonte: Charges. Disponível em: <www.charges.com.br>. Acesso em: 15 set. 2009. As questões de 6 a 10 deverão ser respondidas Há relação entre o que é mostrado no gráfico e individualmente e sem consulta. na charge? 217
  • 28. Tema 2 - Atividades Leitura e Produção de Textos a) Não, pois a faixa etária acima dos 18 anos é aquela responsável pela disseminação da violência urbana nas grandes cidades brasi- leiras. b) Não, pois o crescimento do número de crian- ças e adolescentes que trabalham diminui o risco de sua exposição aos perigos da rua. c) Sim, pois ambos se associam ao mesmo con- texto de problemas socioeconômicos e cul- turais vigentes no País. d) Sim, pois o crescimento do trabalho infantil no Brasil faz crescer o número de crianças envolvidas com o crime organizado. e) Ambos abordam temas diferentes e não é possível se estabelecer relação mesmo que indireta entre eles. Questão 7 (ENADE, 2007). Entre 1508 e 1512, Michelange- lo pintou o teto da Capela Sistina no Vaticano, um marco da civilização ocidental. Revolucioná- ria, a obra chocou os mais conservadores, pela quantidade de corpos nus, possivelmente re- sultado de seus secretos estudos de anatomia, uma vez que, no seu tempo, era necessária a autorização da Igreja para a dissecação de ca- dáveres. Recentemente, perceberam-se algu- mas peças anatômicas camufladas entre as ce- Fonte: BARRETO, Gilson e OLIVEIRA, Marcelo G. de. nas que compõem o teto. Alguns pesquisadores A arte secreta de Michelangelo - Uma lição de anatomia conseguiram identificar uma grande quantida- na Capela Sistina. ARX. de de estruturas internas da anatomia humana, Considerando essa hipótese, uma ampliação in- que teria sido a forma velada de como o artista terpretativa dessa obra-prima de Michelangelo “imortalizou a comunhão da arte com o conhe- expressaria: cimento”. Uma das cenas mais conhecidas é “A criação de Adão”. Para esses pesquisadores ela a) O Criador dando a consciência ao ser huma- representaria o cérebro num corte sagital, como no, manifestada pela função do cérebro. se pode observar nas figuras a seguir: b) A separação entre o bem e o mal, apresenta- da em cada seção do cérebro. c) A evolução do cérebro humano, apoiada na teoria darwinista. d) A esperança no futuro da Humanidade, re- velada pelo conhecimento da mente. e) A diversidade humana, representada pelo cérebro e pela medula. 218
  • 29. Leitura e Produção de Textos Tema 2 - Atividades (FCC, 2008). As questões 9 e 10 referem-se ao Questão 8 texto abaixo. FIM DE FEIRA (Eletrobrás). Quando os feirantes já se dispõem a desarmar as barracas, começam a chegar os que querem A MISÉRIA É DE TODOS NÓS pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou Como entender a resistência da miséria no mesmo nada, pelo que ameaça estragar. Che- Brasil, uma chaga social que remonta aos pri- gam com suas sacolas cheias de esperança. Al- mórdios da colonização? No decorrer das últi- guns não perdem tempo e passam a recolher o mas décadas, enquanto a miséria se mantinha que está pelo chão: um mamãozinho amoleci- mais ou menos do mesmo tamanho, todos os do, umas folhas de couve amarelas, a metade indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há de um abacaxi que serviu de chamariz para os mais crianças em idade escolar frequentando fregueses compradores. Há uns que se aven- aulas atualmente do que em qualquer outro turam até mesmo nas cercanias da barraca de período da nossa história. As taxas de analfa- pescados, onde pode haver alguma suspeita betismo e mortalidade infantil também são as sardinha oculta entre jornais, ou uma ponta de menores desde que se passou a registrá-las na- cação obviamente desprezada. cionalmente. O Brasil figura entre as dez nações Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pes- de economia mais forte do mundo. No campo soas: oferecem-lhes o que, de qualquer modo, diplomático, começa a exercitar seus músculos. eles iriam jogar fora. Mas outros parecem ciu- Vem firmando uma inconteste liderança política mentos do teimoso aproveitamento dos refu- regional na América Latina, ao mesmo tempo gos, e chegam a recolhê-los para não os verem em que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por coletados. Agem para salvaguardar não o lucro ter se tornado um forte oponente das injustas possível, mas o princípio mesmo do comércio. políticas de comércio dos países ricos. Apesar de Parecem temer que a fome seja debelada sem todos esses avanços, a miséria resiste. que alguém pague por isso. E não admitem ser Embora em algumas de suas ocorrências, es- acusados de egoístas: somos comerciantes, não pecialmente na zona rural, esteja confinada a assistentes sociais, alegam. bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão bem posicionados na escala social, a miséria é da limpeza e os funcionários da prefeitura var- onipresente. Nas grandes cidades, com aterro- rem e lavam tudo, entre risos e gritos. O trânsito rizante frequência, ela atravessa o fosso social é liberado, os carros atravancam a rua e, não profundo e se manifesta de forma violenta. A fosse o persistente cheiro de peixe, a ninguém mais assustadora dessas manifestações é a crimi- ocorreria que ali houve uma feira, frequentada nalidade, que, se não tem na pobreza sua única por tão diversas espécies de seres humanos. causa, certamente em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistência da po- (Joel Rubinato, inédito) breza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada simples. (Revista Veja, ed. 1735) Questão 9 O título dado ao texto se justifica porque: a) A miséria abrange grande parte de nossa Nas frases “parecem ciumentos do teimoso população. aproveitamento dos refugos e não admitem ser b) A miséria é culpa da classe dominante. acusados de egoístas”, o narrador do texto: c) Todos os governantes colaboraram para a a) Mostra-se imparcial diante de atitudes opos- miséria comum. tas dos feirantes. d) A miséria deveria ser preocupação de todos b) Revela uma perspectiva crítica diante da ati- nós. tude de certos feirantes. e) Um mal tão intenso atinge indistintamente c) Demonstra não reconhecer qualquer provei- a todos. to nesse tipo de coleta. 219
  • 30. Tema 2 - Atividades Leitura e Produção de Textos d) Assume-se como um cronista a quem não • O filme Nenhum a menos, que apresenta cabe emitir julgamentos. uma menina que se torna professora e tem a e) Insinua sua indignação contra o lucro exces- missão de não deixar nenhum aluno abandonar sivo dos feirantes. a escola. As aventuras da pequena professora começam quando um dos meninos vai para a cidade grande em busca de emprego e ela vai atrás para buscá-lo. Questão 10 FINALIZANDO Considerando-se o contexto, traduz-se correta- mente o sentido de um segmento do texto em: Em resumo, a leitura se caracteriza pela parti- lha de experiências pessoais entre os indivíduos a) Serviu de chamariz = respondeu ao chama- participantes no ato comunicativo, uma vez que do. as trocas de experiências e conhecimentos entre b) Alguma suspeita sardinha = possivelmente o emissor e o receptor é que fazem a dinâmica uma sardinha. do diálogo. c) Teimoso aproveitamento = persistente utili- zação. d) O princípio mesmo do comércio = preâmbu- lo da operação comercial. Anotações e) Agem para salvaguardar = relutam em admitir. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ AMPLIANDO O CONHECIMENTO ____________________________________________ Você quer saber mais sobre esse assunto? Então, ____________________________________________ consulte: ____________________________________________ • O livro O corpo fala, de Pierre Weil e Ronald ____________________________________________ Tampakow da editora Vozes. Você também ____________________________________________ pode encontrá-lo na internet como e-book para download. ____________________________________________ • O artigo Sociedade, democracia e lingua- ____________________________________________ gem, de Carlos Vogt. Disponível em: <http:// ____________________________________________ www.comciencia.br/reportagens/2005/07/01_ ____________________________________________ impr.shtml>. Acesso em: 20 ago. 2010. ____________________________________________ • O artigo Vygotsky e o papel das intera- ____________________________________________ ções sociais na sala de aula: reconhecer e desvendar o mundo de João Carlos Martins. ____________________________________________ Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp. ____________________________________________ gov.br/pdf/ideias_28_p111-122_c.pdf>. Acesso ____________________________________________ em: 20 ago. 2010. Refletir sobre a importância ____________________________________________ das trocas entre os parceiros como momentos ____________________________________________ significativos no processo ensino-aprendizagem remete, necessariamente, à psicologia sócio- ____________________________________________ histórica como paradigma de nossas reflexões. ____________________________________________ • O filme O baile, que faz um painel histórico ____________________________________________ da França, desde a ocupação nazista até a ____________________________________________ década de 80. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ 220
  • 31. Tema 3 Texto e Intertextualidade Objetivos de aprendizagem • Conhecer o que é intertextualidade. • Entender que textos dialogam entre si. • Compreender os diferentes tipos de intertextualidade. • Identificar a intertextualidade em diferentes textos. Para início de conversa Agora, você aprenderá o que é intertextualidade e como ela se manifesta em textos variados. Além disso, terá a oportu- nidade de analisar textos e identificar como acontece o pro- cesso dialógico entre eles e avaliar se a referência é explícita ou implícita. Por dentro do tema Leia os textos no quadro da página seguinte. Você observará que a música da ban- da Legião Urbana retoma outras duas passagens já escritas anteriormente, uma na Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, outra no soneto de Luís Vaz de Camões. A composição “Monte Castelo” juntou outros conhecimentos e fez o intercâmbio entre os conceitos de amor apresentados pelo apóstolo Paulo e por Camões, ob- jetivando a compreensão da mensagem por meio da relação entre os conteúdos. Dessa forma, realizou uma “intercomunicação” entre os textos desses autores, achando um tema que os liga. Intertextualidade é o diálogo entre diferentes textos. Significa inter-relacionar, dire- tamente ou não, assuntos afins, em que os conhecimentos são reunidos e voltados para a análise e verificação do mesmo objeto de estudo. Ela pode acontecer também em diferentes manifestações artísticas, por exemplo, entre pinturas, esculturas, arquitetura etc. Para as autoras Koch e Elias (PLT), a intertextualidade envolve conhecimento de mundo e compreende o processo de produção/recepção de um texto, processo no qual a decodificação pode adquirir múltiplos sentidos. Conforme as autoras, a intertextualidade pode ser: a. Intertextualidade explícita: quando a fonte aparece claramente no intertexto. b. Intertextualidade implícita: não há a citação expressa da fonte e o interlocutor deve relacionar os conteúdos intertextuais. Devemos lembrar que a interdisciplinaridade não é uma mistura confusa de informações ou textos. Mas, uma forma de transformação e junção de outros vários, a partir de um inicial, de modo que o novo texto retome os sentidos dos outros originários. 221
  • 32. Vale destacar, também, a diferença entre plágio e intertextualidade. Plágio é a apresentação de uma obra como de sua própria autoria, sendo originalmente produzida por outrem, ou seja, a dissimulação da produção intelectual ou artística de outra pessoa. Salienta-se, aqui, que a intertextualidade também pode servir como “voz” de uma época, do momento histórico- político-social de uma sociedade, ao realizar o diálogo com os acontecimentos e situações sociais contemporâ- neas. Quando um texto incorpora elementos de outro, permite que se amplie o horizonte de quem lê. O intercâmbio entre as temáticas no diálogo intertextual aumenta a visão de mundo e privilegia o conhecimento de quem lê, isto porque, no esforço de dar sentido à leitura, busca-se identificar os assuntos nela envolvidos. Por isso, a nossa compreensão de um texto depende do conhecimento de mundo adquirido pela experiência, pela educação, pelo estudo, por nossas leituras. Quanto maior o conhecimento do leitor, melhores possibilidades ele terá de perceber as ligações entre os textos, facilitando, assim, a sua compreensão. MONTE CASTELO Legião Urbana Ainda que eu falasse A língua dos homens E falasse a língua dos anjos Sem amor, eu nada seria... I Coríntios 13:1 Ainda que eu falasse as É só o amor, é só o amor línguas dos homens e dos anjos, e não Que conhece o que é verdade tivesse amor, seria como o metal que soa O amor é bom, não quer o mal ou como o címbalo que retine. Não sente inveja Ou se envaidece... I Coríntios 13:2 E ainda que tivesse o O amor é o fogo dom de profecia, e conhecesse todos Que arde sem se ver os mistérios e toda a ciência, e ainda É ferida que dói que tivesse toda fé, de maneira tal que E não se sente transportasse os montes, e não tivesse É um contentamento amor, nada seria. Descontente I Coríntios 13:4 O amor é sofredor, é É dor que desatina sem doer... benigno; o amor não é invejoso; o amor Ainda que eu falasse não se vangloria não se ensoberbece... A língua dos homens Apóstolo Paulo E falasse a língua dos anjos Sem amor, eu nada seria... É um não querer Mais que bem querer É solitário andar Por entre a gente É um não contentar-se De contente É cuidar que se ganha Amor é fogo que arde sem se ver; Em se perder... É ferida que dói e não se sente; É um estar-se preso É um contentamento descontente; Por vontade É dor que desatina sem doer; É servir a quem vence O vencedor É um não querer mais que bem querer; É um ter com quem nos mata É solitário andar por entre a gente; A lealdade É nunca contentar-se de contente; Tão contrário a si É cuidar que se ganha em se perder; É o mesmo amor... Estou acordado É querer estar preso por vontade; E todos dormem, todos dormem É servir a quem vence, o vencedor; Todos dormem É ter com quem nos mata lealdade. Agora vejo em parte Mas então veremos face a face Mas como causar pode seu favor É só o amor, é só o amor Nos corações humanos amizade, Que conhece o que é verdade... se tão contrário a si é o mesmo Amor? Ainda que eu falasse A língua dos homens Camões E falasse a língua dos anjos Sem amor, eu nada seria... 222
  • 33. Leitura e Produção de Textos Tema 3 - Atividades Atividades Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu. INSTRUÇÕES Questão 1 Vamos, agora, pôr em prática o conteúdo so- bre intertextualidade. Observe as orientações de resolução de cada questão, considerando as Individual e sem consulta. indicações com relação ao trabalho individual Leia os dois textos a seguir e explique, em no ou em grupo. Lembre-se de que é importante mínimo 10 e no máximo 15 linhas, a relação in- perceber as relações dialógicas entre os textos tertextual entre eles. apresentados. Texto 1: VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA Ponto de partida Manuel Bandeira Vou-me embora pra Pasárgada Vamos criar um conteúdo intertextual? Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Apresentamos uma pintura de Van Gogh intitu- Na cama que escolherei lada “A Sesta” (1889-90). A partir dela, produ- Vou-me embora pra Pasárgada za um texto escrito que poderá ser um poema, Vou-me embora pra Pasárgada uma música, uma argumentação, uma matéria Aqui eu não sou feliz jornalística, um anúncio publicitário etc, utili- Lá a existência é uma aventura zando o diálogo entre a tela e o seu texto. De tal modo inconsequente Lembre-se de que você deve deixar clara a refe- Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente rência à obra de Van Gogh. Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d’água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção A sesta, 1889. Museu d’Orsay. Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade ____________________________________________ Tem prostitutas bonitas ____________________________________________ Para a gente namorar ____________________________________________ E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito ____________________________________________ Quando de noite me der ____________________________________________ Vontade de me matar - Lá sou amigo do rei - ____________________________________________ Terei a mulher que eu quero ____________________________________________ Na cama que escolherei ____________________________________________ Vou-me embora pra Pasárgada. 223