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LEIALDO PULZ
CAMINHO DA LUZ
A manifestação de Deus na História
SUMÁRIO
1 PREFÁCIO.................................................................................... 7
2 INTRODUÇÃO ............................................................................9
3 HAJA LUZ.................................................................................. 11
4 QUEDA .......................................................................................19
5 ERA DAS TREVAS - I ..............................................................27
6 ERA DAS TREVAS - II..............................................................35
7 ABRAÃO E PATRIARCAS........................................................46
8 MOISÉS E AS LEIS ..................................................................53
9 A CONQUISTA .........................................................................61
10UM MENINO REI É ILUMINADO ........................................70
11 CASA DE LUZ ........................................................................... 77
12A CHAMA QUE QUASE SE APAGA.......................................84
13MENSAGEIROS DA LUZ.........................................................90
14RESTAURADA A CHAMA.......................................................95
15 ÀS PORTAS DA PENUMBRA SILENCIOSA.........................99
16SILÊNCIO NO MUNDO.........................................................105
17 A ALVORADA..........................................................................110
18A LUZ DO MUNDO ................................................................115
19O FRUTO DA LUZ ..................................................................120
20ILUMINANDO O MUNDO....................................................124
21 ERA DA LUZ............................................................................129
22MIL LUZES..............................................................................133
PREFÁCIO
Vivemos num mundo globalizado, tecnológico, dinâmico
e cheio de novidades. Mas não seria o “novo” apenas o “velho”
que foi esquecido? Tantos ramos do conhecimento humano
que despontam nestes dias diante de nossos olhos apenas são
recapitulações que foram reestruturadas e apresentadas a
todos como “descobertas”. Nossa arrogância nos leva a crer
que o que temos atualmente é o mais apurado, mais perfeito,
mais primoroso. Por isto, ao estudarmos a sabedoria do
passado nos deparamos com um mundo “novo”, mas que está
ali ha alguns milênios. Isto ocorre de forma especialmente
surpreendente ao examinarmos os textos bíblicos. Muito antes
de se tornarem obsoletos, eles estão diante da sociedade,
apontando seu testemunho de nossa insensatez, orgulho e
arrogância. Debruçar-se sobre os textos e ensinamentos da
Palavra é muito mais do que um exercício para pessoas
desconexas com o mundo real. O seu estudo ultrapassa as
fronteiras e nos descortina um mundo que até então estava
desapercebido. Embarcar nesta História através das páginas
deste livro sagrado é conhecer a História humana, é conhecer a
sua própria história.
Queremos neste livro demonstrar que a velha e
antiquada sabedoria ainda é o farol na experiência humana.
Nossa existência está ligada tanto ao plano material quanto ao
não-material. Desconsiderar, portanto, este lado metafísico é
nos tolher de parte de nossa essência.
A jornada humana pela trilha do mundo espiritual e
religioso é uma das nossas maiores aventuras. Muitos acabam
sucumbindo neste caminho, desviando-se dele e perdendo-se
nas trevas que estão ao longo dele. Mas há aqueles que não se
perturbam ou deixam envolver pelas sombras, prosseguindo
firmes para o verdadeiro alvo, um encontro com o Criador.
Esperamos que este livro possa orientar o leitor neste
caminhar, mostrando quais os perigos do caminho das trevas,
revelando todo o fluir da História que leva ao Criador, o
Senhor da Luz!
INTRODUÇÃO
Teologia é uma área da ciência humana que tem muitas
nuances, elementos e dinâmicas.
Um dos principais pontos de discussões entre os especia-
listas nos textos bíblicos é: qual o elemento unificador de toda
a narrativa bíblica? Muitos autores se lançaram nesta busca, e
um dos mais importantes teólogos do século XX, Walter C.
Kaiser levanta algumas perguntas:
 Existe uma chave para uma organização metódica
e progressiva de assuntos, temas e ensinos do
Antigo Testamento?
 Os escritores do AT tinham consciência dessa
organização quando acrescentavam algo a essa
corrente histórica da revelação?
 Seria o Reino, a Aliança, o Mediador, o Messias,
ou outro fator que seria o fio que unificaria toda a
narrativa?
A questão ainda está aberta.
Nossa proposta não é, neste livro, apresentar uma nova
perspectiva. Deixemos toda a discussão para os especialistas.
Nossa intenção aqui é propor uma temática que seja bíblica e
que ao mesmo tempo possa ajudar os leitores a tirar do estudo
algo prático e que possibilite sua reprodução em qualquer
meio, quer seja num grupo de estudos, quer numa conversa
informal com alguém.
Por ser bíblica, a ideia de contraposição entre Luz e
trevas, permeando literalmente desde o relato inicial de
Gênesis e adentrando Apocalipse, cremos que esta metáfora é
adequada para representar toda a História humana. Este
conceito não diz respeito exclusivamente ao mundo dos
escritos bíblicos, sendo compreensível a qualquer pessoa, o
que torna a ideia universal, como é a mensagem do texto
sagrado.
Ao longo dos estudos, o leitor perceberá que serão
incluídas as contribuições da busca humana ao longo de toda o
transcorrer histórico. Faremos, quando possível, paralelos
entre o que acontecia na Palestina e o resto do mundo.
Queremos com isto provar que a mente humana sempre esteve
voltada para o resgate da Era de Ouro, perdida no Jardim.
Nossa busca aqui partirá de onde nossa linha tempo-
espaço se inicia e acabará quando a presente Era tocar a Era da
Luz, a partir de onde não temos informações concretas.
Participar desta jornada é estar vivendo a epopeia
humana no processo de retorno ao Criador.
Bom proveito a todos!
Leialdo Pulz
Lição 1
HAJA LUZ...
Leitura: Gênesis 1-2
No princípio Deus criou os céus e a terra.
Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face
do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face
das águas.
Disse Deus: "Haja luz", e houve luz.
Gênesis 1.1-3
Com estas palavras começa o texto bíblico. Parece-nos
muito apropriado que assim seja, pois uma das grandes per-
guntas humanas é sobre a origem de tudo. Segundo este texto,
podemos perceber que este livro, a Bíblia, traz como o arquite-
to maior a pessoa de Deus. Ela se ocupará por toda sua exten-
são de demonstrar quem é este Deus. O versículo 1 é um resu-
mo de tudo, pois descreve que Deus criou tudo o que existe,
mesmo aquilo que não é perceptível a nós faz parte de sua cria-
ção.
Se temos no versículo 1 o resumo e a exclamação mais
profunda sobre a origem de tudo, o verso 2 começa focando
num pequeno ponto azul suspenso na imensidão escura do es-
paço que chamamos “Terra”. De todo o universo criado (e aqui
não nos cabe discutir o processo e o tempo necessário para que
isto ocorresse), o foco muda rapidamente para nosso planeta,
pois é neste mundo que vivemos e é o único lugar que podemos
chamar de lar.
Muito se pode discutir sobre a posição atual da ciência e
o relato de Gênesis, contudo, quanto mais os cientistas se
aprofundam no tema, mais perto do texto bíblico vão ficando
as respostas obtidas. Precisamos entender que as palavras de
Gênesis 1 não esboçam um tratado científico como o
entendemos atualmente. O desejo do autor é transmitir de
forma simples e harmonizada um conceito, e para isto lança
mão de seus recursos a fim de entregar a ideia da forma mais
clara possível.
Deus já está com o Universo formado, mas a partir do
verso 2 modela o planeta para colocar nele o maior presente de
seu ser, a vida. Tudo ordenado, lógico, preparado para a
chegada do ápice da criação deste mundo, o ser humano. Neste
ser, Ele colocaria o seu espírito, o fôlego de vida, e o homem
passaria a existir como ser vivente. O homem aparece na face
do planeta.
Mas antes de nossa chegada, o início da criação no
planeta se dá com a inserção de um elemento essencial à
própria vida, a luz. Ela já existia, pois na formação do universo
(v.1) já se pressupõe a sua presença (nas estrelas, por
exemplo). Mas este elemento passa a aparecer num mundo
caótico, sem forma, em cuja superfície reinava o vazio (v.2). O
processo de instauração da vida se dá exatamente pela
introdução de raios de luz, que quebram as trevas e inauguram
uma nova era no planeta.
Neste sentido, podemos afirmar que a luz é um símbolo
de vida, começo, ato divino contrário ao caos. Foi a luz o pri-
meiro ato de Deus na proposta de mudança do quadro vigente!
Os atos posteriores são uma sequencia para estabelecer
as condições ideais para sistemas de vida mais complexas. E o
ponto culminante seria a formação do ser humano.
Mas quando ocorreu a chegada do homem?
A Resposta mais uma vez não é fácil. Segundo a teoria
evolucionista, o primeiro hominídeo teria aparecido por este
planeta por volta de 4 milhões de anos atrás, mas as datas têm
sido revistas com frequência. O ser humano como o conhece-
mos hoje, segundo esta teoria, teria aparecido após um proces-
so evolutivo a cerca de 100 mil anos (mesmo aqui as datas são
altamente discutidas entre os defensores da teoria
darwiniana). A civilização, com estruturas ainda em forma ru-
dimentares, teria seu início por volta de 7 mil anos atrás.
Segundo a Bíblia, usando os dados fornecidos em
Gênesis, nossa raça teria “nascido” por volta de 6-7 mil anos
atrás. Estes números são obtidos a partir de uma leitura muito
literal do texto. Contudo, fica claro, pela análise mais detalha-
da do texto, que as genealogias apresentadas são seletivas, ou
seja, tem propósito didático (os números muitas vezes
arredondados nas genealogias são um indício disto). Mas
mesmo que apliquemos algumas possíveis complementações
nas listas genealógicas, dificilmente ultrapassaremos a barreira
de uns 12 mil anos para o primeiro casal descrito em Gênesis.
Importante notar que os sistemas de datação atuais
(como o Carbono 14), são “precisos” até cerca de 5 mil anos.
Além desta faixa, a incerteza é muito grande. Entretanto, uma
olhada rápida nos números, nos coloca frente a uma data mui-
to interessante, o surgimento dos primeiros grupos civilizatóri-
os e a criação do homem segundo Gênesis são muito
semelhantes para serem desconsiderados. Os números que
operam acima desta faixa de 7 mil anos são frutos de
especulações e interpretações, e muitas vezes regados de
predisposições ideológicas de evolucionistas.
Estabelecido isto, passemos para os pontos importantes
da descrição sobre a criação humana. Qual o objetivo da for-
mação de nossa raça? Quando Deus os forma, nossos primei-
ros representantes são colocados num jardim com o objetivo
de cuidar dele (1.26-30). Portanto, a função primária era zelar
e proteger a criação. Fomos formados para gerenciar aquilo
que Deus fez. Segundo algumas tradições antigas, o primeiro
casal estava envolto por um manto de luz que irradiava deles,
mostrando sua natureza divina e o sopro que sobre ele foi dado
(2.7). Lenda ou realidade, não podemos dizer a esta distância
temporal, mas mesmo que seja em forma simbólica, este
conceito é muito expressivo. Fomos criados para a luz, com
luz. Nossa natureza humana clama pela luz, verdade, amor,
vida.
Podemos perceber pelo restante do relato de Gênesis que
esta foi uma Era de Ouro para a humanidade. Muitos contos,
lendas e mitos de vários povos ao redor do mundo fazem
alusões a esta época de luzes, quando tudo estava em
harmonia.
Outro objetivo para o qual estávamos predestinados era
participar de uma disputa de proporções além de nosso plano
puramente material. E logo esta luta bateria à nossa porta!
○ ○ ○
Fixação de material:
 As duas principais teorias sobre a origem do Universo e
da vida são a Teoria da __________________, que
basicamente apregoa a espontaneidade do surgimento de tudo,
e o ________________________ que acredita num
agente primário criador, comumente denominado Deus.
 As hipóteses sobre a formação das primeiras
sociedades organizadas humanas (Civilização) geralmente
colocam o início civilizatório em aproximadamente 7 mil anos
atrás. Esta datação está muito próxima dos dados fornecidos
pela Bíblia sobre a criação do ser humano. Qual a relação que
você vê neste aspecto entre o que afirma a ciência e a Bíblia?
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 Em sua opinião, e lembre-se que neste caso não existe
certo ou errado, o universo e o mundo foi criado em 6 dias
literais? Seria isto um arranjo poético que reflete uma verdade,
mas não na sua literalidade? (Reforçamos aqui que o texto
requer nossa fé no sentido que foi Deus o autor de todas as
coisas, por isto sinta-se à vontade para expressar sua opinião!)
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 Após a constatação do estado caótico em que se encon-
trava o planeta, o texto nos oferece a primeira ação concreta de
Deus para tirá-lo desta situação. Foi neste momento que ele
traz a _________, fazendo com que o processo de vivificação
da Terra se torne possível.
○ ○ ○
Perguntas para reflexão:
1. Deus nos criou para a luz, e não para as trevas. O
que isto pode representar em sua vida pessoal?
2. Neste processo de criação, ele nos colocou (raça hu-
mana) como administradores deste planeta. Qual a diferença
entre administrado e explorador?
3. Aquele que crê em Deus deve ter uma consciência
ecológica? Por que?
4. O caos e as trevas tem algum poder final sobre a
luz? O que podemos aprender com esta verdade “física”?
5. Existe tensão entre a ciência bem feita e uma Bíblia
bem interpretada?
Lição 2
QUEDA
O Apagão
Leitura: Gênesis 3-4
Não temos como identificar quanto tempo se passa entre
os capítulos 1 e 2 de Gênesis e o capítulo 3. Pode-se inclusive
supor que houve tempo suficiente para que o casal tivesse fi-
lho(s) naquela Era de Ouro, pois a fala de Deus em 3.16 indica
esta possibilidade, já que anunciou a inclusão da dor na hora
do parto, e para isto seria preciso uma noção de como era an-
tes. Mas, seja qual o número de habitantes no planeta naquela
época do capítulo 3, o fato é que ventos de mudanças estavam
por varrer o Jardim.
O protagonista de uma rebelião que ocorreu em algum
tempo e local a nós desconhecidos, acaba de chegar a cena no
capítulo 3. Não somos informados de sua procedência ou mes-
mo história, pois Deus não está intencionado a contar a histó-
ria dele, mas a nossa. O fato é que a presença deste indesejado
traz consigo desequilíbrio na harmonia da Era das Luzes. O
objetivo daquele intruso era clara desde o início, apesar de
nossos primeiros antepassados desconhecerem-na. O intento
do sagaz adversário era roubar, matar e destruir a criação. A
incapacidade dele em tirar de Deus algo estava novamente
sendo provada no Jardim, e o seu esforço seria recompensado.
Buscando sombrear a mente de mulher, ele busca suas
armas em meio a distorções, sofismas e mentiras. A engenhosi-
dade com que trama as palavras da verdade com suas mortífe-
ras interpretações e insinuações levam a vítima a enrolar-se no
pensamento. Como uma jiboia que se enrola em sua presa, es-
magando-a pela força de seus músculos, de forma lenta e ago-
nizante, ele trabalha com a mulher a necessidade de provar sua
independência do mandamento do Criador.
Não, nada no texto nos leva a crer que isto seja apenas
uma fábula, conto ou mito. Ao tomar o fruto (e aqui cabe
sempre uma reflexão sobre o que e qual seria este fruto!?), ela
deseja tornar-se igual a Deus (lit. aos deuses). Mas o ato
precisava ser consumado pelo parceiro, para que tudo estivesse
plenamente nas mãos do intruso. Ao chegar para seu cônjuge e
dar-lhe de comer, sem que este tivesse oferecido resistência,
mostra que ambos estavam ludibriados e com suas mentes em
processo de escurecimento.
Pode-se dizer que foi neste momento crucial que temos o
grande apagão da humanidade! Como que de forma mágica e
inesperada, a mente deles concebe o conhecimento do bem e
do mal, mas da forma mais trágica possível, pois eles eram os
agentes introdutórios do mal na criação neste planeta. Sim, os
administradores trouxeram desgraça e morte não apenas para
si, mas para tudo o que estava sobre o seu domínio... eles eram
os responsáveis pela desgraça que se abatia sobre o mundo!
As lendas dizem que neste momento a luz de ambos se
apagou... Era o blackout de toda a criação. Quando percebem
que estão nus (por não terem mais luz radiando?), procuram
um abrigo para fugir desta situação inusitada e totalmente
nova.
As trevas haviam baixado sobre o mundo. Qual seria a
reação do Criador? Não eram as ordens claras e a sentença evi-
dente caso desobedecessem? Suas palavras foram: “No dia em
que dela comer, certamente você morrerá". (2.17)
Ao perceberem a voz do Criador que se aproximava, por
medo, buscam esconder-se, mas ninguém escapa de Deus. Ao
serem inqueridos sobre os fatos, eles reconhecem que comete-
ram o erro de dar ouvidos ao intruso, sendo enganados por ele.
Mas os argumentos não revogam a sentença pré-determinada.
As consequências do ato de desobediência são duras para nos-
sos antepassados: teriam que abandonar o Jardim, teriam seus
privilégios revogados e acima de tudo, perderiam o contato di-
reto com seu Criador, e por fim, a morte. Em outras palavras, a
luz estava sendo apagada em suas vidas!
Mas espere um pouco. Deus ainda tem algumas palavras
para dirigir a eles. Nem tudo estava perdido, pois haveria um
dia no futuro, quando um descendente da mulher restauraria
as coisas ("Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua
descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e
você lhe ferirá o calcanhar" – Ge 3.15). Sim, ele viria e
reconduziria a raça de volta para o estado original, para a Era
de Ouro e Luz. Eles haviam sido enganados, não o fizeram por
sua própria iniciativa, e isto levou o Criador a colocar uma
clausula remissiva nesta História. Um dia, o descendente da
mulher restabeleceria a luz perdida.
Simbolicamente, o próprio Deus ofereceu um sacrifício
para indicar o processo restaurador (3.21). Um animal foi mor-
to para que o casal desnudo pudesse enfrentar as atrocidades e
os desafios de um novo mundo, que agora estava entrando em
sua noite, uma noite polar espiritual que duraria alguns
milênios. Morte e trevas fariam parte de nossa História...
○ ○ ○
Fixação de material:
1. A primeira fase da História humana podemos denomi-
nar de Era de __________ ou Era da ____________ .
2. Este período foi marcado:
 Pela ausência de:
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 Pela presença de:
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3. Deus criou o ser humano para:
( ) se divertir com o ser humano.
( ) cuidar de sua criação como administradores.
( ) trabalhar como escravos a fim de suprir os caprichos dEle
( ) aplacar o seu sentimento de solidão.
( ) outro: ___________________________________
4. Marque V ou F:
( ) o intruso no Jardim mentiu deliberadamente para Eva, ou
seja, tudo era mentira.
( ) Deus foi pego de surpresa pela ação do homem.
( ) O fato de um animal ser morto para tapar a vergonha do
casal já indicava o que viria no futuro para propiciar a reden-
ção humana.
( ) O fato de serem enganados deu aos nossos pais (Adão e
Eva) a possibilidade de terem sua condição final mudada, ao
contrário da situação do intruso.
( ) As trevas tiraram a luz, mas não apagaram a chama no co-
ração humano, que espera por redenção.
Perguntas para reflexão:
 A Era de Ouro (ou Era da Luz) durou algum tempo,
pois houve tempo para reflexão (como a “solidão de Adão),
para nomear todos os animais, o casal se conhecer, habituar-se
ao “caminhar” de Deus pelo Jardim (3.8), e até mesmo
hipoteticamente ter filhos. Como poderiam ter sido estes
tempos anteriores ao apagão? Como você imagina o dia a dia
deles? Como era administrar a criação? Seria isto um indício
do que espera os resgatados no futuro Reino de Deus?
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 Quando olhamos para o quadro descrito no capítulo 3,
percebemos a gravidade da situação. Mas o que tudo aquilo
tem a ver conosco hoje? Por que devemos pagar pelo erro
deles?
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 Quando continuamos a ler o texto (capítulos 4-5), per-
cebemos que Adão e Eva não morreram no mesmo dia
conforme havia sido predito por Deus (2.17). Teria Deus se
enganado? Confira o texto de Salmo 90.4 com Gênesis 5.4-5, e
como isto se encaixa em sua opinião?
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Lição 3
ERA DAS TREVAS - I
A MÃE TERRA
Leitura: Gênesis 4-6
Os primeiros passos fora do Jardim certamente foram
muito difíceis. Tudo era novo, mas um novo que trazia ares
áspero, rugoso, tenebroso. Lutar pela sobrevivência era algo
totalmente inédito para eles, e as coisas iriam piorar conforme
a falta daquela luz do Jardim fosse ficando cada vez mais
longe. O banimento, que provocou o exílio ao leste do Jardim
trouxe consigo o suor, a dor e o desespero. A natureza que
antes os servia, agora se torna numa ameaça constante.
Logo nos deparamos com o casal tendo dois filhos ho-
mens (não se considerava a prole feminina, mas certamente
ela estava presente). Como precisavam buscar o sustento da
terra agora amaldiçoada, cada um dos filhos enfrentou o
problema de forma prática. Caim, o mais velho, buscou sua
fonte de sobrevivência na terra, tornando-se agricultor. Abel, o
mais novo, encaminhou-se pela pecuária, domesticando
animais e provendo-se assim dos recursos que estes ofereciam.
Neste ponto percebemos que os historiadores são unâni-
mes em afirmar que tanto a agricultura quanto a pecuária fo-
ram fatores que precederam a civilização! Muitos mitos e len-
das antigas entre muitos povos contam histórias sobre a tensão
entre irmãos que buscaram estas duas atividades econômicas
como forma de subsistência, evocando talvez os ecos desta pri-
meira história pós-Éden.
Caim afunda-se em sua ira contra o irmão após sua
oferta ser rejeitada por Deus, e mata-o num acesso de ira. O
assassinato acaba por introduzir mais um degrau na descida
humana rumo às trevas. Agora já não haveria mais limites para
a maldade. Com Abel morto e Caim banido por Deus como um
assassino, poucas eram as esperanças do casal Adão e Eva, pois
ambos os filhos estavam perdidos! Mas ainda não era o fim da
História...
No outro lado, Caim havia buscado refúgio mais ao leste,
indo para as bandas do que seria hoje o vale do Rio Indo. Lá,
segundo o texto bíblico, nasceriam as primeiras cidades, evi-
dências primeiras do processo civilizatório. Por muitos anos
creu-se que as primeiras cidades foram erguidas na Mesopotâ-
mia, mas descobertas mais recentes dão conta que foi justa-
mente no vale do rio Indo que elas teriam sido erguidas.
Uma das primeiras formas religiosas registradas pelos
estudiosos no assunto é a invocação de uma divindade
relacionada com a Mãe-Terra. A adoração parece proliferar por
todos os lados daquelas primeiras civilizações, o que nos
indicaria a tendência dos descendentes de Caim em se
relacionar com a terra (agricultura). Se Deus está longe,
obscurecido pelas faltas e pecados do povo, o altar religioso
fica vago. Mas não por muito tempo! A candidata mais
próxima e natural ao pedestal era a terra, que oferecia o
sustento para os humanos. Se o Deus-Pai criador estava longe,
num distante céu, a sua consorte Mãe-Terra estava perto, ali
mesmo, aos pés dos adoradores. A troca de Deus-Pai (sistema
patriarcal) para a adoração da Mãe-Terra (sistema matriarcal)
foi apenas uma questão de tempo, e parece que não de muito
tempo. A escuridão lançava suas garras ainda mais
profundamente sobre a raça humana.
Enquanto a linhagem de Caim se afundava em ritos cada
vez mais distorcidos, do outro lado Adão e Eva tinham um ou-
tro filho que levaria a promessa redentora de Deus adiante.
Eles tiveram um filho, chamado Sete.
Não temos conhecimento de quanto tempo tiveram que
esperar, mas isto aconteceu quando Adão tinha 130 anos (5.3).
A evidente alegria e esperança se acendeu novamente no cora-
ção de ambos, pois por meio de Sete poderia Deus cumprir sua
promessa (4.25). Os registros históricos e arqueológicos desta
linhagem se encontram praticamente perdidos, pois aparente-
mente eles não se dedicaram a construção de cidades,
devotando-se praticamente à vida pastoril, nômade ou semi-
nômade.
A frase enigmática de Gênesis 4.26 tem causado proble-
mas em sua interpretação. Ao que parece, foram necessários
cerca de 105 anos (ou um pouco mais) até que o nome de Deus
fosse invocado novamente sobre a Terra. Por este tempo
tivemos um período de “luto” e dormência espiritual,
provocado pela culpa e dor dos pais de nossa raça pela perda
do Éden. É de se esperar, entretanto, que o nome de Deus
nunca tenha caído completamente no esquecimento, já que as
suas histórias e narrativas preservaram a ideia de um Criador.
Vemos que o nome de Deus chega a Enos, neto de Adão,
quando este ainda era vivo. Neste sentido, a palavra invocar
está relacionada à atividades litúrgicas e cerimoniais por parte
de Enos, e não uma “redescoberta” de um nome oculto ou
esquecido.
Ainda que timidamente, a linhagem de Sete carrega o
pouco de luz que restou de nossos antepassados, e estava por
repassar às gerações vindouras o testemunho do Criador, o
Deus-Pai.
○ ○ ○
Fixação de material:
1. Somos informados em Ge 4 que: (A)bel e (C)aim se dedi-
caram à:
( ) Agricultura
( ) Extrativismo
( ) Pecuária
( ) Pescaria
2. Qual teria sido o motivo da ação de Caim contra seu irmão?
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3. Uma das primeiras formas de manifestação religiosas diz
respeito à invocação de uma divindade relacionada com:
( ) Terra.
( ) Ar
( ) Água
( ) Fogo
4. (V)erdadeiro ou (F)also:
( ) Adão e Eva tiveram apenas mais um filho homem chama-
do Sete.
( ) Os descendentes de Sete permaneceram puros e distantes
do pecado.
( ) Enos, neto de Adão, começou novamente a invocar o
nome de Deus.
Perguntas para reflexão:
1. Deus abandonou a raça humana após a expulsão do
Jardim? Justifique.
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2. A linhagem de Sete acaba por se corromper
totalmente, possivelmente pelo contato que começa a ter com a
de Caim. O que isto nos ensina em relação a nossa vida?
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3.Quando notamos os deslocamentos em Gênesis 3-4,
percebemos que os primeiros humanos ao cometerem atos
pecaminosos dirigem-se para o leste, cada vez se afastando
mais do Jardim. O que isto significa? Coincidência ou uma
atitude de fuga dos problemas? Que paralelos podemos traçar
em relação a nossas vidas?
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Lição 4
ERA DAS TREVAS - II
Aprofundando-senastrevas
Leitura: Gênesis 10-11
Conforme a população foi aumentando, o nível de degra-
dação moral também veio crescendo. Paralelamente, o afasta-
mento da luz foi um fator que contribuiu para este quadro. O
homem, agora sentindo-se órfão num mundo permeado de di-
ficuldades, busca na natureza algum tipo de refúgio para sua
carência espiritual. O culto à Mãe-Terra vai tomando conta da
mente desta raça e os valores do Eterno vão se perdendo.
A multiplicação da iniquidade chega a um grau irreversí-
vel, como constatamos em Gênesis 6.1. Toda a Terra estava
corrompida! Não apenas o homem, mas a natureza toda estava
sofrendo com as sequelas deixadas pelo afastamento dos
princípios norteadores de seu Criador. Podemos apenas fazer
um exercício de imaginação a respeito do quadro geral que
dominava o mundo, pois suas especificidades (felizmente) nos
escapam nas sombras do tempo. O fato é que tudo estava
absolutamente permeado pelas trevas, e até mesmo a
descendência de Sete havia buscado o caminho de Caim,
deixando-se levar pela fascinação da escuridão.
Não havia mais solução, a não ser reverter todo o
processo. A solução era radical, mas não poderia ser
procrastinada, pois Deus sempre tratou o pecado de forma
séria.
Contudo, em meio a tanta desgraça e depravação, o texto
de Gênesis nos relata que Noé, e apenas ele com sua família,
acharam graça diante de Deus (6.7). Um recomeço foi proposto
por Deus, tendo como base a sua misericórdia, pois os planos
de redenção daquela pobre e desgraçada raça ainda estava por
se concretizar. Deus não abandonaria o homem, assim como
nunca o fez. O rompimento do homem com Deus foi que O
força a deixar-nos num “exílio”, até que sejamos totalmente
recuperados. O Santo não pode habitar com o pecador, a Luz
não convive com as trevas. Desta forma, Ele resolve traçar seu
plano de salvação, para que possamos voltar para a luz. E este
plano passa pela continuidade da raça, por uma arca e por 8
pessoas dentro dela.
O mundo corrompido é totalmente sepultado com o
dilúvio e uma nova realidade aparece. Quando entram na arca,
Noé e sua família avistam o seu mundo agonizante pela última
vez. Quando a porta novamente se abre, 1 ano depois, eles
saem numa Terra completamente transformada.
O enredo desta narrativa bíblica, por muitos anos
desacreditada nos círculos acadêmicos, vem sendo encontrado
universalmente nos relatos de povos de todo o mundo. O
renomado antropólogo escocês James George Frazer, em seu
livro Folclore do Antigo Testamento, catalogou mais de 250
narrativas de povos sobre o Dilúvio em todos os continentes.
Desde então, com algumas variações, esta história já foi
catalogada em outras centenas contos e lendas, o que alguns
antropólogos chegam a contabilizar cerca de 10.000 narrativas
sobre este ocorrido. As evidências geológicas vem apontando
cada vez mais para uma catástrofe global em tempos bem
recentes.
Voltando para nossa narrativa, ao saírem da arca,
aqueles humanos trazem consigo o vírus da rebelião enraizado,
encubado em seus corações. Pouco tempo depois da saída da
arca, percebemos seus descendentes se envolvendo em
práticas perniciosas e levianas novamente. O culto à Deusa-
Mãe desembarca neste novo mundo, agora ainda mais inóspito
do que o anterior.
Os fenômenos naturais são mais intensos e devastadores.
Secas, inundações, terremotos, mortalidade e clima, acabam
trazendo sobre as pessoas uma sensação cada vez maior de
abandono. A justiça (luz) de Noé não consegue se projetar
muito além de seus dias de vida. Ao se multiplicarem, os
homens amplificam seus desejos pelas trevas outra vez.
Estes elementos acabam gerando um apego ao obscuro,
transcendental e desconhecido mundo dos espíritos. Tudo que
há na natureza ganha contornos místicos. O caminho para o
animismo, magismo, espiritualismo, feiticismo, idolatria
estava aberto.
Animismo é a crença de acordo com a qual todas as for-
mas identificáveis da natureza (animais, pessoas, plantas, fe-
nômenos naturais, etc.) possuem uma alma, que pode ser
invocada e mesmo cultuada.
Fetichismo é o culto de objetos que se supõe represen-
tarem entidades espirituais e possuírem poderes de magia.
A busca eterna do ser humano pelo Criador, que agora
está eclipsado de sua mente e do cotidiano, leva-o a tatear na
escuridão a procura de alguma esperança. Mas quanto mais se
aprofundava em sua escuridão, mais Deus trabalhava no
silêncio de Sua soberania sobre a História.
A necessidade de espantar o medo da solidão e o trauma
do Dilúvio, leva-os a ajuntarem-se na planície de Sinear (Ge
11.1), atual Iraque, para construir uma torre que chegue aos
céus. Um projeto aparentemente ridículo e irrealizável, mas
que mostra o quanto o homem buscava secretamente no seu
coração o recontato com o céu (não necessariamente com o
Criador, mas com os benefícios que poderiam ter com o estado
perdido). Além disto, mostra a arrogância que se preservava na
alma humana, pois fazem isto sem sentirem a necessidade de
reconciliação com Deus! Eles não queriam Deus, mas o céu.
A frustrante tentativa acaba, através de uma intervenção
divina, por dispersar os malfadados descendentes de Noé pela
face da Terra, que cada vez mais se mostra inamistosa para
com eles. E quanto mais se enredam pelos confins da Terra,
mais se enrolam nas superstições e crendices sobre as forças
da natureza. O homem se torna presa fácil das enganações
daquele intruso lá do Jardim, camufladas pro uma piedade
religiosa e promessas de “vocês se tornaram como deuses” (Ge
3.5).
O sol, que dá o calor; a Lua que clareia a negra noite; as
estrelas no céu que vagueiam pelo firmamento; as tempestades
e os relâmpagos que destroem plantações e afugentam os
animais; os animais, que são fonte de sobrevivência e em
outros casos de morte; os rios (água), que são divinizados por
suas propriedades essenciais à vida. Tudo vira divindade na
mentalidade da humanidade imersa nas trevas.
E é exatamente neste contexto que vemos nascer uma
forte expressão religiosa que irá caracterizar-nos ao longo dos
milênios que viriam. Foi aqui que nasceu a magia, que nada
mais é do que o impulso humano de tentar controlar, por meio
de encantamentos, as forças da natureza e do mundo
espiritual.
Mas ao contrário do monoteísmo inicial e a posterior de-
turpação deste que resultou no politeísmo, a magia não tenta
contatar o mundo espiritual para restabelecer a conexão com o
divino Criador (criadores, no caso do politeísmo). Não! Através
da magia se tentará manipular, usar o sobrenatural em
benefício próprio. No lugar da oração, fé e amor, a magia
propõe o uso de adivinhação, encantamento e coação. E isto
aprofunda a ligação com o estado espiritual cada vez mais
corruptível dos humanos.
Entretanto, não seria este o fim da História. Ao longo
desta jornada, Deus deixou-se ser percebido por pessoas que o
buscavam verdadeiramente, ainda que de forma inadequada.
O testemunho de Sua presença não desapareceu do coração e
aos olhos de todos. O verdadeiro Deus estava sendo buscado
por pessoas como Jó e Melquisedeque, e por tantos outros
nomes que agora se perderam pelas areias do tempo.
Mas a História preservou o nome de um homem que um
dia ouviu uma voz divina que lhe falou. Seu nome era Abrão,
da cidade de Ur...
○ ○ ○
Fixação de material:
1. Qual foi a causa imediata para a destruição do mundo
antigo?
( ) o pecado e sua proliferação incontrolada por toda a cria-
ção
( ) um meteoro que atingiu a terra
( ) as chuvas
( ) a Era do Gelo
2. Cite nomes de outros personagens da época de Abraão
que serviam a Deus:
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3. A ____________ é o impulso humano de tentar con-
trolar, por meio de encantamentos, as forças da nature-
za e do mundo espiritual.
4. __________________ é a crença de acordo com
a qual todas as formas identificáveis da natureza (ani-
mais, pessoas, plantas, fenômenos naturais etc) possu-
em alma.
5. ___________________ é o culto de objetos que
se supõe representarem entidades espirituais e possuí-
rem poderes de magia.
6. O que teria vindo primeiro: Monoteísmo (crença num
único Deus) ou Politeísmo (crença em vários deuses)?
Como você explica este processo da transição de um
sistema para outro?
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Perguntas para reflexão:
 O homem é bom por natureza e a sociedade é que o
corrompe, ou ele já vem ao mundo com esta natureza
pecaminosa? Isto pode ser verificável no
comportamento de bebês, por exemplo?
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 Pode o homem, sem intervenção revelatória divina,
chegar ao conhecimento profundo do seu Criador?
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 Leia Romanos 3.23. Ao lermos a palavra TODOS,
entendemos que:
( ) alguns pecaram
( ) os maus pecam
( ) ninguém é culpado
( ) não há pessoa que não peque
 A condição atual da humanidade está pior, melhor ou
igual ao período estudado nesta lição? Por que? A
situação pode piorar?
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 Toda a forma de manifestação religiosa tem a capacida-
de de levar uma pessoa a Deus? Por que?
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Lição 5
ABRAÃO E PATRIARCAS
A chama é preservada
Leitura: Gênesis 12
Ur era uma cidade cosmopolita e rica ao sul da
Mesopotâmia. Caravanas vinham de lugares tão longínquos
quanto Índia, China, Egito. Era um centro religioso, sendo a
deusa da Lua, Nun, a principal divindade cultuada. Mas a
padroeira da cidade não estava sozinha no pedestal das
divindades, sendo cercada por uma infinidade de outros
deuses e deusas dos povos da Mesopotâmia e de outros pontos
do mundo conhecido. A cidade de Ur era uma ótima
representante de toda a idolatria, fetichismo e espiritualismo
nos quais os humanos haviam se envolvidos. Mesmo o
constante sol do sul da Mesopotâmia não podia dissipar as
trevas espirituais em que estavam mergulhados!
Mas algo estava para mudar. Certo dia, ha cerca de 4 mil
anos atrás, um homem olhou para os céus e ouviu a voz de um
“deus desconhecido” lhe chamando para a luz. A voz estava
dizendo-lhe para sair de Ur e ir para um lugar ainda
desconhecido para ele. E mais, dizia que abençoaria toda a
humanidade um dia através dele (Ge 12.1-4). Assim, partiu
Abrão para o desconhecido, crendo que as promessas se
cumpririam.
Ao longo dos anos que se seguiram, Abrão aprendeu a
ouvir e obedecer àquela voz de forma irrestrita. Seu nome foi
mudado pelo “Desconhecido”. Abrão acaba por virar Abraão,
pois ele se tornaria o “pai de uma nação” (significado em
hebraico do nome Abraão). E não apenas Abraão seguiu
aquele Deus, mas seus descendentes fizeram o mesmo. Cada
um de seu jeito, às vezes caindo, às vezes levantando; às vezes
duvidando, em outras horas crendo. Contudo, sempre sendo
tratados pessoalmente pelo Deus que havia os tirado de Ur.
Abraão, Isaque e Jacó foram aqueles que preservaram a
chama viva na crença de um Deus Criador. Mas percebemos
que Deus não apenas se revelara aos membros do clã de
Abraão. Havia ainda outros pontos de fogueiras na escuridão
da noite espiritual humana. Vemos, por exemplo, que “havia
um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este
homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal”
(Jó 1.1). É de comum acordo que a história de Jó se passa
aproximadamente nos tempos de Abraão. Vemos ainda outro
personagem nos tempos de Abraão que aparece
misteriosamente no texto bíblico, cujo nome é Melquisedeque,
cujo nome significa “rei de justiça”, sendo ele rei de Salém
(Jerusalém) e sacerdote do Deus Altíssimo (Gênesis 14:18-20).
Com isto percebemos que a luz, apesar de toda as trevas
que cercavam a humanidade, não se extinguiu. Deus havia
preservado uma chama que teimosamente continuava a existir.
Um dia, os descendentes de Abraão (mais precisamente
a 3ª geração depois deste) precisaram deixar a terra de Canaã
para a qual haviam sido levados por Deus e seguir para o Egito,
devido a uma fome que se abateu por toda a região. Lá
permaneceram por quatro séculos, até que Deus intervem
novamente na História...
○ ○ ○
Fixação de material:
1. Com o passar do tempo, o ser humano ficou mais
próximo ou afastado da luz divina?
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2. Esta situação leva a raça humana a:
( ) constante procura para um substituto para Deus.
( ) eleger outros deuses, geralmente tirados de fenômenos
naturais.
( ) insistir numa perigosa aventura pelo desconhecido, pois
não tinham o controle sobre as forças com as quais estava li-
dando
( ) além da idolatria, caímos nas práticas mágicas, que ten-
tam controlar e manipular estas “forças” desconhecidas.
3. Em meio a todo este deteriorante cenário, Deus es-
colhe algumas pessoas para garantir o cumprimento de sua
promessa feita no Jardim. Vemos então Ele chamando a
_____________ da cidade de Ur, na Mesopotâmia, ha cerca
de 4 mil anos atrás (2000 a.C.). Contudo, este não foi o único
que teve algum conhecimento de Deus, sendo que
__________ de Uz e _________________ rei de Salém,
segundo o texto bíblico, também tiveram contato com o Cria-
dor, o Deus Altíssimo.
4. Ao deixar Ur, Abrão deixa para sempre a idolatria
que o cercava para nunca mais tornar a vê-la? Estaria ele cer-
cado em Canaã e Egito pela mesma idolatria? O que isto vem a
nos mostrar?
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Perguntas para reflexão:
1. Deus usou de misericórdia e amor ao chamar Abrão
e outros para um contato mais direto com Ele. Estaria Ele
usando estes atributos divinos para com nossas vidas ao cha-
mar-nos para seu Reino da luz? Comovocê encara este chama-
do?
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2. A busca humana pelas condições perdidas do Jardim e
a Era de Ouro demonstram sua necessidade de um reencontro:
( ) consigo mesmo
( ) com Deus
( ) com a felicidade
( ) com a satisfação de seus prazeres
( ) com nada, pois isto é apenas uma carência vinda de eras
primitivas
3. Reflita: Poderíamos dizer que Deus tem outros Mel-
quisedeques, Jós e Abraãos ao redor do mundo aos quais ele
pode estar chamando nestes dias?
4. Deus estabeleceu uma norma para que pessoas o
conheçam, que seria:
( ) fé em Deus.
( ) conhecimento espiritual.
( ) qualquer forma de crença religiosa, pois o que vale é ter
fé.
( ) não há norma, pois todos irão para Deus no fim.
Lição 6
MOISÉS E AS LEIS
Alimentando a chama
Leitura: Êxodo 1-4; Êxodo 20
Depois de 4 séculos, aproximadamente no século XVI
a.C., o povo hebreu estava ainda no Egito. A situação política lá
havia mudado muito, e depois de séculos de convívio
tranquilo, os hebreus estavam num estado de escravidão.
Os descendentes de Abraão acabaram por assimilar mui-
to da cultura egípcia, e em algum grau, a sua visão religiosa do
mundo. Nesta época, a visão religiosa dos egípcios estava total-
mente eclipsada por um panteão repleto de infinitas divinda-
des. Animais, aves, fenômenos naturais, reis, corpos celestes, e
o próprio rio Nilo eram divinizados.
Contudo, apesar de ser conhecida pelo seu excêntrico po-
liteísmo, estudos modernos demonstram que, quanto mais nos
aprofundamos no passado egípcio, mais claro se torna um
pulsante monoteísmo que se encontra por debaixo de camadas
politeístas. E este fenômeno monoteísta em outras culturas
antigas se repete. Isto vem demonstrar que em seus
primórdios, não apenas os egípcios, mas toda a humanidade,
baseava sua fé num único Deus, e que por causa de seu
rompimento com esta divindade, acabam por buscar
alternativas para recompor o seu quadro religioso. É
expressivo ainda o fato de que culturas antigas tendem a
preservar o nome divino em segredo, evitando pronunciá-lo,
pois entendiam que não eram dignos de fazerem-no
abertamente, reservando esta atitude apenas em cerimônias
cada vez mais fechadas. Com o tempo, as castas sacerdotais
seriam as únicas detentoras do conhecimento deste nome,
enquanto para o populacho ficava apenas à sombra sacerdotal,
sem ao menos entenderem as profundidades teológicas dos
ritos. Desta forma, as expressões religiosas acabam se
deteriorando, e a religião popular se afunda em superstições.
Deus ia sendo desconstruído das mentes das pessoas.
O século XVI a.C., entretanto, parece iniciar uma Era de
apogeu para o politeísmo no Egito. E como regra, quanto mais
escuras as trevas, mais brilhante se torna a ação divina. Era
tempo de intervenção na História humana novamente, e Deus
agiu!
Em uma casa hebreia situada no delta do rio Nilo nasceu
uma criança que mudaria o curso da história religiosa da hu-
manidade. Ele ficaria conhecido no mundo como Moisés. Após
ser adotado pela princesa egípcia, Moisés passa 40 anos rece-
bendo a educação palaciana e preparando-se para se tornar um
faraó. Neste processo, envolve-se passionalmente com a situa-
ção do povo de seus pais, e acaba por ter que fugir para o
exílio. Aproximadamente 40 anos depois, Deus o acha pas-
toreando ovelhas no deserto, e de forma figurativa lhe aparece
numa chama em uma sarça. Começaria a maior aventura
religiosa que o mundo conheceria até a chegada da plenitude
dos tempos.
Comissionado por Ele, Moisés acaba voltando para o
Egito a fim de levar o povo hebreu para fora do Egito e de volta
para a Terra que há 4 séculos haviam deixado para trás. O
resultado da intensa luta entre Moisés e o faraó ficou
conhecida como as “10 pragas”, o que na verdade esconde o
fato deste embate de poder ser um ato de demonstração do
poder do Deus de Moisés sobre os deuses egípcios, pois cada
uma das pragas mostrava que o controle do curso da vida
humana está nas mãos unicamente de Deus, e não de outros
“deuses” fabricados pela imaginação e mãos humanas.
Ao final desta batalha, o povo acaba partindo do Egito, e
aventurando-se pelo deserto, sendo guiados pelo próprio
Moisés. Após serem salvos sobrenaturalmente no episódio do
Mar Vermelho, os hebreus se encontram diante do monte
Sinai, onde receberam das mãos de Deus os Mandamentos e
firmaram uma aliança com Ele. A chama que por pouco não se
apagou no Egito, estava sendo alimentada e cada vez mais se
tornava evidente o meio pelo qual Ele cumpriria a sua
promessa.
Enquanto os outros povos esperariam um enviado por
Deus, que chegaria ao mundo para salvar, os hebreus recebiam
a incumbência de carregar consigo as Leis, e a promessa futura
de um redentor que viria através deles. Os povos tateavam no
escuro à procura da salvação, enquanto no Sinai ela estava
sendo preparada.
○ ○ ○
Fixação de material:
1. O povo hebreu passa ________ séculos no Egito.
2. Nos primeiros séculos, o povo usufrui de uma liberdade
consideravelmente ampla. Contudo, nos últimos 100 anos este
processo é revertido. O período de escravidão é caracterizado
por:
( ) trabalhos forçados
( ) controle da natalidade (especialmente masculina)
( ) genocídio nos guetos onde moravam os judeus
( ) boicotes econômicos contra o comércio dos hebreus
( ) de fato não houve um período de escravidão
3. Marque Verdadeiro ou Falso:
( ) A religião egípcia era desde seus primórdios
politeísta.
( ) Ao longo do processo de afastamento das ideias mo-
noteístas iniciais, os egípcios e outros povos caem no politeís-
mo.
( ) As 10 pragas tinham como um dos objetivos demons-
trar o controle que Deus tinha sobre questões físicas e naturais
( ) O povo no deserto foi liderado por um conselho de
anciões
4. No pacto feito por Deus com os hebreus no monte
Sinai, eles receberam os __________________________
ou também chamado de decálogo. Este sistema de Leis iriam
nortear todo o sistema jurídico do mundo ocidental.
Perguntas para reflexão:
1. Deus escolheu o povo hebreu para ser o veículo
pelo qual viria a salvação. Em sua opinião, isto é uma
indicação de superioridade dos hebreus ou uma
responsabilidade que Deus estava delegando, sendo que não
haveria nada de “especial” naquela etnia?
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2. A experiência de Moisés nos 40 anos iniciais nos
palácios do Egito, depois os próximos 40 anos no deserto cui-
dando dos rebanhos de seu sogro teriam sido usados por Deus
nos próximos 40 anos quando Moisés iria liderar o povo pelo
deserto até a Terra Prometida? Deus pode usar as suas experi-
ências no passado para ajudá-lo na sua vida cristã?
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3. Faça uma análise e aliste experiências (positivas e
negativas) de sua vida que podem ser úteis em sua vida cristã.
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4. Reflita: Como temos observado, Deus nunca está
ausente, especialmente nos momentos das maiores dificulda-
des das pessoas. Isto se aplica para sua vida?
Lição 7
A CONQUISTA
Estabelecendo a tocha
Leitura: Josué 1
A geração que havia saído do Egito demonstrou o quanto
estava influenciada pela religiosidade egípcia quando constrói
o bezerro de ouro, apesar da expressa proibição divina já no
primeiro item dos 10 Mandamentos. Este momento e outros
fatores de falta de confiança na palavra de Deus, além da
imaturidade com que encaravam os desafios no deserto, os
levaram a peregrinarem pelos espaços ermos por um longo
tempo.
Passaram-se 40 anos desde a saída do Egito, e agora
aquela geração adulta que havia vivenciado o Êxodo estava
sepultada nas areias. Uma nova mentalidade cresceu e se
firmou com a nova geração. Entretanto, não haveria mais
tempo para Moisés liderar o povo na entrada em Canaã. Ele
havia chegado ao limite de 120 anos, e apenas pôde
contemplar a terra prometida de longe, enquanto passava a
autoridade e responsabilidade de liderança para Josué.
O general que contava com mais de 80 anos de idade
tinha o desafio de introduzir o povo israelita numa terra
repleta de habitantes, que tinham cidades fortalecidas e bem
guardadas. Ele escolhe a estratégica cidade de Jericó para
iniciar sua conquista. Após uma intervenção divina, a cidade é
tomada e incendiada e sua população morta. A ordem era de
não poupar nenhuma vida cananeia. Mas por que?
Ao olharmos para as descobertas arqueológicas e os
relatos preservados de antigos escritores, veremos que a
depravação religiosa e moral atingira seu ápice exatamente
naquela região. Os cananeus não apenas praticavam o
sacrifício humano, mas acabaram ficando conhecidos pelos
seus rituais de queimarem os próprios filhos infantes ainda
vivos em honra aos deuses locais! Os cultos da fertilidade nos
templos eram verdadeiras orgias desenfreadas, onde a
promiscuidade eram encaradas como adoração aos deuses. A
depravação sexual era tamanha, que não apenas relações homo
e heterossexuais ocorriam, mas bestialidade eram comuns. Era
o ponto mais escuro que se poderia chegar. A epidemia de
depravações se alastravam por toda a parte. A terra toda estava
corrompida novamente, numa volta ao estado pré-diluviano.
Este era o contexto das ordens dadas a Josué em relação
à conquista. Não podemos nos surpreender que para Israel se
estabelecer na Terra Prometida, ela precisava ser purificada.
Precisamos ainda olhar para aquele momento histórico
segundo o ponto de vista daquela sociedade.
A conquista durou sete anos. Nos primeiros três anos e
meio, Josué dedicou-se a tomar as terras do sul de Canaã. Na
segunda fase da conquista, seus exércitos se voltam para o
norte. Apesar de todo o esforço do velho general, a terra não
fica completamente livre dos cananeus, sendo que alguns
redutos se mostram fortes o suficiente para resistirem e
mesmo oferecer perigo para Israel. Este fato de não se livrarem
dos cananeus iria cobrar um preço muito alto de Israel no
futuro.
As insistentes advertências divinas para que o povo
israelita não se contaminasse com as depravações canaanitas
não tiveram um efeito muito longo. Após a morte de Josué, os
israelitas vão se acostumando com as práticas religiosas dos
habitantes da terra, e acabam por sucumbir a um sincretismo,
onde práticas pagãs envolveram-se com a adoração ao Deus da
Aliança do monte Sinai.
Ao entrarem numa espécie de penumbra espiritual, os
israelitas sofrem a consequência de suas decisões. Os povos
vizinhos começam a oprimi-los, causando muito sofrimento.
Neste contexto, temos a entrada dos filisteus em cena, povo
vindo da região da ilha de Creta e adjacências. A partir do
século XII a.C. eles entram no horizonte de Israel, tornando-se
os seus maiores adversários.
A religião dos filisteus traz traços das ilhas do
Mediterrâneo, que se diferenciam da cananeia por ser menos
sanguinária, ainda que com o tempo elementos cananeus
começem a se infiltrar na visão espiritual deles também. Neste
estado de luta constante pela soberania de seus territórios e de
sua religião, vemos Israel iniciar um novo ciclo em sua vida, o
período monárquico.
○ ○ ○
Fixação de material:
1. O que provocou a peregrinação dos hebreus pelo
deserto por 40 anos?
( ) A falta de confiança em Deus.
( ) A incapacidade militar.
( ) A desordem social das tribos no deserto.
( ) A falta de uma liderança forte para direcionar o povo.
( ) A incapacidade de se localizar geograficamente no de-
serto.
2. Quais as principais características da religião cananeia?
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3. Os filisteus são povos que chegaram a Canaã vindos da
região:
( ) Ilha de Creta e adjacências
( ) Egito
( ) Europa
( ) Mesopotâmia
4. Marque V ou F:
( ) A religião cananeia se caracterizava por atos de imoralida-
de e infanticídio.
( ) Assim como os hebreus, os filisteus não sofreram a influ-
ência da religião cananeia.
( ) Após a morte de Josué o povo se corrompe espiritualmen-
te.
( ) A ordem para o extermínio dos cananeus tem a ver com o
ódio do Deus dos hebreus para com aquele povo pagão.
( ) Moisés e Josué foram os grandes líderes dos israelitas
neste período.
Perguntas para reflexão:
1. O que teria provocado a ira divina em relação aos cana-
neus?
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2. Por que esta ira não é demonstrada para com os
filisteus e outros povos com quem Israel tinha contato?
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3. Qual o perigo que corremos ao nos deixar influenciar
pelo profano?
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4. Ao percebermos o ciclo visto no período após a morte
de Josué (conhecido como período dos Juízes), quando o povo
se desviava do propósito, Deus mandava opressão sobre o povo
a fim de reorientá-los. Seria possível identificar o cuidado de
Deus nestes casos? Como isto ocorre em sua vida?
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Lição 8
UM MENINO REI É ILUMINADO
Leitura: I Samuel 16
Ameaçados por todos os lados pelos inimigos, Israel
pede um rei. Naquela ocasião, o juiz que julgava o povo era
Samuel, que já era avançado em idade.
Os israelitas viviam sob uma forma distinta de governo,
pois baseavam-no numa teocracia. Segundo este modelo, Deus
era considerado o único Rei da nação, e os juízes acabavam por
formar uma espécie de representantes ligados diretamente
com Ele. Um juiz não tinha corte, palácio, coroa ou qualquer
poder sobre decisões que afetassem toda a nação. Esta era a
prerrogativa exclusiva de Deus. Contudo, o Estado Teocrático
passava por momentos de dificuldades. A falta da centralização
provocava uma desunião entre as tribos de Israel. Cada um
vivia segundo o seu entendimento.
Com o aumento da tensão e dos partidários em favor da
monarquia expressando-se cada vez mais fortemente, Samuel
acaba ungindo o primeiro rei humano israelita. Tentativas an-
teriores de alguns pretendentes haviam sido frustradas, pois a
escolha do rei era uma prerrogativa do próprio Deus.
Saul era um homem rude e duro, familiarizado com a
vida do campo. Era uma peça que precisaria ser lapidada, poli-
da e preparada. Mas o tempo era pouco, o rei precisava ser co-
roado e colocado em seu ofício, ainda que nem ele ou os outros
soubessem bem ao certo o que isto significaria. E o despreparo
cobrou seu preço. Em pouco tempo o “novo rei” transgride al-
gumas linhas de seu ofício que não poderia, e isto veio a custar
sua coroa. Fora destituído pelo próprio Rei!
Davi era um garoto quando foi ungido rei. Longe do
palácio de Saul, ele cresceu num anonimato, sendo preparado
pela vida para ocupar o lugar do primeiro rei. Sua aproximação
de Saul e ascensão no meio palaciano ocorreu por
circunstâncias guiadas pelo próprio Deus. O rei, há muito
prometido, estava pronto para tomar o lugar no trono. Os anos
de dificuldades sofridas pelo jovem Davi, especialmente na
perseguição realizada por Saul, foram formando o caráter dele.
Após a morte de Saul, que suicidou-se num campo de batalha,
Davi ainda esperou alguns anos para tomar conta de todo
Israel.
Davi era o rei prometido por Deus, conforme vemos em
Dt 17.15a: “porá certamente sobre ti como rei aquele que o
Senhor teu Deus escolher...・ Mas por que tanta atenção com
este rei? O que havia de especial neste caso?
Davi em si não era um super-homem, ou um semi-deus,
como geralmente identificavam as mitologias dos povos ao
falarem de seus heróis. Não! Fica bem claro desde o início que
ele era um homem comum. Contudo, o destaque estava na fé
que ele tinha em Deus, o seu relacionamento com o Criador.
Aquele rei era um homem “segundo o coração de Deus”, e isto
quer dizer que a vida de Davi era agradável a Deus. Davi não
era infalível, pelo contrário, os relatos de seus pecados
demonstram bem claramente o ser humano “normal” que era.
Ele não era para ser endeusado, como muitos reis na
Antiguidade o eram. Aliás, este era um dos costumes que
levaram muitos panteões a se tornarem volumosos, ao ponto
de não mais se poder conhecer todos os “deuses”. Este
fenômeno da deificação humana dos reis e antepassados é
relatado por vários povos ao longo dos tempos. E isto, na
contramão da História humana, não ocorreria em Israel.
Davi foi chamado certa vez por Deus para uma aliança. O
rei iluminado serviria de canal para a chegada do Prometido lá
no Jardim.
“Farei levantar depois de ti o teu descendente, que será
dos teus filhos, e estabelecerei o seu reino... O confirmarei na
minha casa e no meu reino para sempre, e o seu trono será
estabelecido para sempre" (1 Crônicas 17:4-14)
O mundo precisaria esperar por mais mil anos até que
este descendente viesse. Por enquanto, o rei Davi se consolaria
ao saber que o Prometido viria de sua prole, e um dia seria
conhecido como o “Filho de Davi”! (Mateus 1.1)
A tocha da esperança continuava acessa!
○ ○ ○
Fixação de material:
1. O que teria levado os israelitas a pedir um rei?
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___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
2. O sistema de governo ____________________ é
quando Deus é o soberano. O sistema
___________________ é quando um rei é colocado como
o cabeça de toda a nação.
3. Diferente de um rei, o juiz em Israel tinha:
( ) corte
( ) palácio
( ) coroa
( ) poder
( ) harém
( ) esposa e filhos
4.Os dois primeiros reis de Israel foram _____ e _____.
5. Ao contrário dos outros povos, o __________ não
era endeusado ou tido como um filho de Deus, ou mesmo um
herói sem erros.
6. Davi foi um “homem segundo o coração de Deus, pois:
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
7. Deus fez uma _______________ com Davi, prome-
tendo que seu descendente teria um reino eterno.
Perguntas para reflexão:
1. Poderíamos dizer que, segundo a experiência do
Israel pré-monárquico, toda a instituição precisa de um líder
humano que se responsabilize e responda por ela?
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
2. O pedido insistente e prematuro de um rei pode
ter “atrapalhado” o curso natural da História para Israel? Qual
a lição para a vida que podemos tirar deste episódio?
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___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
3. Ao que podemos ver neste ponto e em outros
momentos da História, Deus trabalha num plano que foje dos
imediatismos humanos, numa escala à longo prazo, como foi o
caso de Davi. Você pode identificar algo neste sentido em sua
própria vida?
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___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
Lição 9
CASA DE LUZ
O fulgor que habitou o mundo
Leitura: I Re 6
O grande rei Davi havia descido ao sepulcro. Em seu
lugar ficou o seu jovem filho Salomão, que teve a incumbência
de levantar o magnífico Templo que seu pai havia planejado e
se dedicado a construir, mas que fora impedido por Deus.
Por sete anos materiais vindos de Israel e outras
localidades, especialmente da Fenícia, foram utilizados para
erigir o centro de culto israelita. Os marceneiros e outros
operários foram importados da Fenícia, e o Templo seguiu as
linhas gerais do Tabernáculo que fora usado até a chegada do
novo Templo. Mas a construção teve igualmente influência dos
seus arquitetos estrangeiros, e em muito acabou se
assemelhando com outros templos fenícios e até mesmo
egípcios. As divisões e orientação pelos pontos cardeais são
exemplo disto.
No dia de sua inauguração, o próprio Salomão oficializou
a cerimônia. Fez uma das orações mais expressivas da
Antiguidade, reforçando o fato que aquele local seria onde o
Deus verdadeiro iria habitar e ouvir os homens, e se pecadores
entrassem naquele Templo arrependidos e expressando isto
em suas orações, o Senhor os ouviria e perdoaria.
Ao fim de suas palavras, um fenômeno importante teve
lugar, pois a Glória de Deus encheu o Templo. Esta Glória
(conhecida pelos hebreus como Shekinah) era a manifestação
da presença divina. Isto ocorreu na inauguração do
Tabernáculo que fora erigido no deserto nos tempos de
Moisés. Não sabemos muito ao certo o que seria esta Shekinah
e como se manifestava. Aparentemente era uma fumaça
estonteantemente luminosa que enchia o local. O fato é que o
Templo foi aceito como habitaçãodivina, mas não num sentido
literal de habitação das divindades que outros povos davam
aos locais sagrados. Deus não podia ser comportado numa
construção humana, e isto é reconhecido imediatamente pelo
próprio Salomão. O Templo seria mais um símbolo para o
povo, um memorial de sua ligação pela Aliança firmada no
passado.
As outras nações sempre erigiram monumentos e
templos para suas diversas divindades. Mas quanto mais
antiga a cultura, mais próximo encontramos nelas o conceito
de Salomão: Deus não se limita a um local, mas é o Senhor dos
Céus. Conforme foram se passando os tempos, tais povos
foram se afastando da verdade luminosa sobre um Deus único
e Criador, e consequentemente, mais monumentos eram
levantados para divindades eleitas por homens. Tudo isto foi
um caminho que levou todos à idolatria.
Com o decorrer dos anos, fica evidente que o local não
era sagrado por si só. O que o tornava especial era o seu Dono.
Cerca de 4 séculos depois, quando veio abaixo pelas mãos dos
babilônios, isto serviu de aviso ao povo. Quando os judeus
começaram a depositar sua fé na impossibilidade do Templo
ser violado e destruído pelos inimigos de Israel, apegaram-se a
ele, como a um amuleto da sorte. A salvação não estava no
Templo, mas no seu Dono.
Com o passar dos anos, igualmente o próprio Salomão
acaba se entregando à possibilidade de render culto e
sacrifícios a outras divindades. O abismo em que se enredou o
rei acabou por levar o povo à promiscuidade espiritual. Altares
foram levantados em Israel. As trevas estavam sufocando a luz
novamente. O Templo virou local de cerimônias vazias e
rotineiras. Enquanto o povo se desviava e seguia os deuses das
outras nações, a justiça foi se esvaziando.
Depois da morte de Salomão, o reino acaba por se dividir
entre sul e norte. A parte sul fica nas mãos de 2 tribos (Judá e
Benjamim), e o norte abarga as restantes 10 tribos. Foi o fim
do período de ouro de Israel. Nuvens de tempestade e trevas se
agigantavam no horizonte daquela nação.
○ ○ ○
Fixação de material:
1. Depois de anos de um reinado bem sucedido, o
grande rei ___________ deixa seu trono para o seu filho
______________, que terá a incumbência de construir o
______________.
2. A grande construção levantada pelo novo rei teve
como modelo o __________________ , contudo sofreu
forte influência dos:
( ) Gregos
( ) Persas
( ) Fenícios
( ) Filisteus
3. Com o passar dos anos o Templo se torna um
verdadeiro _____________ nas mãos do povo que acabou
interpretando-o como sendo a morada de Deus.
4. A Glória (conhecida pelos hebreus como
Shekinah) era a manifestação da _____________ divina.
Esta manifestação ocorre no tabernáculo na sua inauguração
(Êxodo 40) e após a oração dedicatória feita por Salomão. O
que isto pode nos dizer?
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Perguntas para reflexão:
1. Quais os perigos que corremos quando trocamos o
Criador pela criação?
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2. Salomão era conhecido como o homem mais
sábio de sua época, entretanto, isto não o impediu de se
desviar da luz. Qual o caminho então para permanecermos na
luz? Fé, conhecimento, obras? Qual sua opinião a respeito?
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3. Existe algo de sagrado, santo nos ambientes de
adoração como templos, igrejas, monastérios?
( ) Sim, pois são lugares dedicados à busca do espiritualismo.
( ) Não, pois o que importa é a quem estamos adorando.
( ) Não sei, pois ainda não pensei no assunto.
4. O que é o sagrado e o profano? Existem coisas
que são totalmente sagradas e outras totalmente
profanas?____________________________________
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Lição 10
A CHAMA QUE QUASE SE APAGA
Leitura: 2 Cr 36.15-21
Os anos que se seguiram à divisão entre as tribos do sul e
do norte foram de muita confusão. Apesar de serem
conectados por laços familiares, ao longo dos próximos 200
anos os dois lados irão opor-se um ao outro, tanto no campo
político, social e econômico, quanto no religioso. As diferenças
acabaram, por determinados momentos, colocando ambos até
mesmo em lados opostos no campo de batalha.
Não apenas a deterioração das relações interpessoais
foram se agravando, mas o quadro religioso foi vítima
constantes de golpes por parte das trevas, especialmente no
norte. Lá, já nos primeiros anos de reinado, o novo rei inicia a
construção de lugares sagrados pelo território, buscando
oferecer uma alternativa ao Templo de Salomão como centro
cúltico, que havia ficado nas mãos dos sulistas. Esta medida foi
tomada, pois além de seus súditos ainda manterem os laços
religiosos com as suas tribos co-irmãs, o fluxo de adoradores
continuava a atravessar a fronteira em direção ao sul para
fazerem seus sacrifícios e ritos no templo do vizinho Judá.
O estado se agrava com os altares que se multiplicaram
pelo reino, e com o tempo, as perversidades pagãs dos
cananeus vão se incorporando nos rituais celebrados nestes
lugares. A mistura com o paganismo cananeu, conforme
advertiu Moisés, acabariam por cobrar o preço costumeiro.
Dos 19 reis, desde a separação até o cativeiro assírio (722 a.C.),
todos foram classificados como “maus”. Este julgamento não
está vinculado com questões político-sociais, nem mesmo com
a economia ou outro aspecto, mas é uma constatação sob o
prisma da moralidade e lealdade ao Deus de seus
antepassados. Com o tempo, e com algumas exceções, a chama
foi se apagando no Reino do Norte. As esperanças ficaram por
conta do sul, mas mesmo lá, a situação era instável.
A maioria dos reis do sul foi da mesma forma
considerada má. O reino cambaleia em meio a imoralidades,
desunião, desestruturação da malha social, forte oposição dos
inimigos ao redor, etc. A falta de observância das Leis
Mosaicas foi levando o reino à ruína total.
Apesar de toda esta situação, havia alguns flashes de luz
em meio a uma tenebrosidade exponencial. Nomes como
Ezequias, Josias, Urias e outros poucos reis, foram
conceituados positivamente, sendo que “fizeram o que era reto
diante do Senhor”. Entretanto, mesmo estes lampejos não
foram suficientes para desconstruir o quadro geral formado
pelo povo. Quando tais reis mandaram derrubar os altares
profanos, isto não foi capaz de retirar dos judeus a religião
pagã já fortemente enraizada em seus corações.
E este quadro era agravado pela falsa sensação de
isenção de julgamento e reprovação divina que pairava sobre o
povo. Afinal, segundo suas crenças, eram o povo escolhido,
tinham o Templo, as promessas e as Leis. Contudo, toda esta
soberba acabava por ocultar o estado eminentemente
catastrófico que estava por se instalar.
Em 587 a.C., após muitas indas e vindas dos conturbados
processos políticos e bélicos, a capital Jerusalém sucumbe aos
exércitos babilônios. O sagrado Templo é profanado, pilhado e
incendiado. A fumaça e a morte se espalham pelas ruas da
cidade.
O símbolo mais evidente da dor dos judeus foi expressa
pelo maior profeta da época, Jeremias, em seu livro intitulado
Lamentações. O fato do Estado judeu deixar de existir, o
Templo estar arruinado e o povo cativo, levou muitos a uma
reflexão mais profunda de suas vidas pessoais, especialmente
no que se referia a relação com o Deus que cultuavam desde a
antiguidade. Pequenos pontos de luz se acendiam na
escuridão!
○ ○ ○
Fixação de material:
1. Verdadeiro ou Falso:
( ) O Reino do Norte teve poucos reis maus
( ) Quando a Bíblia fala de rei bom ou mau está se referendo
à sua relação com Deus e atos.
( ) Apenas os reis eram maus, a sociedade vivia de forma
correta e piedosa.
( ) Deus envia o povo para os cativeiros numa forma de
correção e não punição.
2. Logo após a divisão dos dois reinos, começamos a
perceber uma rápida tendência de oposição nos campos
______________ , ________________ , _________ e
_______________
3. Foram aproximadamente ____ anos de inimizade
quase que contínua entre os reinos:
( ) 100
( ) 200
( ) 250
( ) 300
4. Qual a solução do primeiro rei do Reino do Norte
para evitar o fluxo de seus súditos em direção à Jerusalém para
adorar?
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Perguntas para reflexão:
1. O que podemos aprender com este período?
Qual a relação entre nossa atitude para com Deus e para com o
próximo?
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2. Como a ação do primeiro rei do norte
influenciou na subsequente deterioração do quadro religioso?
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3. Qual, em sua opinião, a maior lição que
podemos tirar deste período?
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4. Instituições religiosas, amuletos, talismãs,
líderes religiosos, etc. , tem algum poder para proteger as
pessoas? Por que?
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Lição 11
MENSAGEIROS DA LUZ
Leitura: Amós 3
Precisamos dar uma atenção especial para um fenômeno
de grande importância que ocorreu no período dos reinos
divididos.
Neste momento sombrio da desunida nação israelita,
surgem os vultos de personalidades que ditariam para os
descendentes de Jacó as diretrizes divinas. Foram vozes que se
elevaram em meio ao caos instalado na Palestina. Eles foram
conhecidos como os profetas.
Os profetas eram pessoas comuns, não tendo
necessariamente um vínculo com o sistema religioso israelita.
Eles muitas vezes aparecem repentinamente no cenário
urbano (ou rural) e da mesma forma desaparecem sem deixar
ao menos algum registro de suas vidas pessoais.
Apesar de sempre estarem presentes desde tempos
imemoráveis na história do povo, seja andando solitários pelas
paisagens áridas, ou em bandos, foi com Elias (IX a.C.) que o
movimento profético teve seu alavancamento. Ele acaba por se
tornar um ícone nesta forma de transmissão da orientação
divina para os homens. Diferentemente do sacerdócio, que era
vitalício e passado hereditariamente, o profetismo não tem
vínculos com instituições. Sua continuidade dependia
exclusivamente do Senhor, que elegia e convocava o profeta.
A partir da metade do século VIII a.C., uma onda cada
vez maior destes profetas começa a ampliar a visão teológica
dos seus contemporâneos em ambos os lados da fronteira dos
Reinos do Sul e do Norte. Aparentemente, Jonas inaugura este
momento que perdurará até aproximadamente o período de
Jesus (que teria considerado João Batista o último dos grandes
profetas).
As revoluções teológicas propostas por aqueles homens
se davam no âmbito social, onde os profetas denunciam as
desigualdades na sociedade e a exploração humana, passam
por questões cúlticas, onde Deus assegura seu total repúdio a
rituais desvinculados com uma atitude interna, e
especialmente, o grande e total (e até então desconhecido pelos
judeus) interesse de Deus por todos os povos. Sim, Deus
controlava a História das nações, amava-os de forma
irrevogável, e isto foi expresso maravilhosamente no caso de
Jonas, enviado para Nínive (inimigos de Israel) para pregar
arrependimento e salvação.
Uma década depois, aparece Amós, deliberadamente se
comprometendo com estas “novas” perspectivas teológicas.
Segundo suas pregações, Deus controlava todo o curso
histórico, e o Universo inteiro (inclusive os povos), Lhe
pertenciam. Em seu encalço, vemos uma série de homens-
profetas se levantarem, sendo que invariavelmente o mais
conhecido de todos foi Isaías, que inicia sua atuação neste
palco cerca de 15 anos após o conterrâneo Amós.
O despreparo do povo e da elite em receber estas
“inovações”, em muitos casos, causaram o desprezo,
ridicularização e até mesmo o assassinato desses mensageiros
inspirados pelo próprio Deus.
Eles falavam em nome do Senhor quando afirmavam
“Assim diz o Senhor...”. Foram pessoas das quais o autor da
carta aos Hebreus no Novo Testamento dirá: “o mundo não
era digno deles. (Hb 11.38)
Mas estas e outras inovações na compreensão religiosa e
teológica não estavam ocorrendo apenas com os israelitas na
Palestina. No mundo inteiro mestres religiosos (e até não-
religiosos) estavam saindo de uma sonolência provocada pela
escuridão espiritual que de longo tempo se abatia sobre todos.
O processo parece ter-se iniciado nas áridas paisagens da
Palestina, com os profetas, mas aos poucos, fracos raios de luz
começaram a penetrar as densas trevas. Em outras localidades
que estavam tão distantes quanto a China e a Grécia, alguns
questionamentos de cunho mais metafísico estavam sendo
levantados, e com o tempo, começaram a ser denunciadas a
ineficácia dos ritos externos, a religião estéril, o sistema de
magias e a idolatria.
Questionamentos de cunho filosófico, religioso e moral
rondavam as mentes dos homens, e isto serviria muito, depois,
como fundo para a chegada do Eleito de Deus, pois se estava
preparando o cenário para a plenitude dos tempos. Podemos
afirmar que as palavras do profeta Isaías se encaixam
exatamente neste contexto: “O povo que andava nas trevas
viu uma grande luz; sobre os que habitavam na terra da
sombra da morte resplandeceu a luz”. (9.2)
É bem verdade que Buda, LaoTsé, Confúcio, os filósofos
gregos, as escrituras dos Vedas e todas as outras manifestações
desta busca pela verdade não eram suficientes para tirar os
povos de toda a sua cegueira espiritual, mas eles apontavam
para a vinda de um Salvador, o que futuramente se tornará
conhecido em Israel pela designação de “o Messias”. Todos
estes mestres, invariavelmente, apontaram para o Eleito que
viria, e jamais requisitaram para si mesmos tal título!
Enquanto isto, na perdida Palestina, o povo israelita
passava pela situação mais febril de sua História. Em poucos
anos, precisamente 722 a.C., devido à compulsiva obsessão
pelas trevas e as práticas religiosas indevidas, os habitantes do
Reino do Norte foram levados cativos pelos assírios, e a volta
até hoje está envolta em mistério.
A lição infringida ao reino irmão não abriu os olhos dos
sulistas, e mesmo com o contínuo fluxo de profetas que
pregavam uma mudança nas bases da religiosidade do povo,
um século e meio depois, chegou a vez do Reino do Sul ir para
o cativeiro, mas desta vez levados pelos babilônios. O Templo
foi destruído pelo invasor e o orgulho do povo foi jogado por
terra. Parecia que as esperanças de um prometido vindouro
Rei oriundo da tribo sulista de Judá estavam sendo destruídas.
Entretanto, como em outros momentos, Deus reservou
para si a demonstração que detinha as rédeas da História. O
Cativeiro da Babilônia serviria para, de forma inesperada,
preservar a fé. O remédio para a cura tinha um gosto amargo.
Ainda neste período longe de seus lares, na Babilônia, os
judeus ouviram as vozes de outros profetas como Daniel e
Ezequiel, clamando comomensageiros, indicando que o fim da
história ainda não havia chegado.
Os cerca de 70 anos de Exílio dos sulistas curariam a
idolatria de Judá. A chama que quase apagou, reacendeu! Eles
voltaram para sua terra, graças a mão poderosa de seu Deus,
que usou um rei persa, Ciro, o ungido do Senhor...
Lição 12
RESTAURADA A CHAMA
Leitura: Salmos 92-100
O período do Cativeiro judeu na Babilônia não apenas
curou o povo de sua crônica idolatria, como abriu os olhos
deles para o que acontecia na criação de Deus. Com o orgulho
rasgado pela humilhação que estavam sofrendo, eles começam
a reconhecer a ação do Deus, conhecido em Israel, no mundo
ao redor.
Os Salmos compostos (alguns foram indicados na
Leitura acima) neste tempo começam a convocar os povos de
toda a Terra para adorar Aquele que anteriormente era,
segundo a concepção judaica, o Deus exclusivo deles. A
percepção das maravilhas divinas se manifestando no meio
dos gentios (os não-judeus) provocou um conflito interno na
visão de mundo e teologia judaicas. O Senhor Deus (conhecido
por eles por YHVH, cuja pronuncia do Nome está perdida) era,
na verdade, o Deus da humanidade e zelava por toda ela!
(Salmo 33,13)
Mas como eles estavam chegando a estas conclusões?
Quais eram as evidências da atuação divina fora do âmbito
judaico?
Ao entrarem em contado com o mundo religioso-
espiritual dos persas, por exemplo, os judeus percebem que
Deus não estava de todo oculto de outros povos como
imaginavam. Os persas haviam substituído os babilônios no
cenário internacional quando em 539 a.C. o rei Ciro
conquistou a capital dos babilônios. A mescla das tradições
religiosas da Mesopotâmia com o universo persa faz uma
efervescente busca pelo Criador se acender nos corações de
muitos povos. Perguntas tais como: “Onde está a verdade?
Qual o deus verdadeiro?” acabam por levantar
questionamentos profundos. E é exatamente neste contexto
em que temos os judeus sendo inseridos no seu tempo de
Exílio.
Os persas naquele momento viviam sob a influência das
reformas religiosas promovidas por Zoroastro. O clamor
daquele líder espiritual persa ia ao encontro dos profetas
israelitas, e conclamava a todos a buscaram o único Deus
verdadeiro, o qual os persas denominavam Ahura-Mazda
(Sábio Senhor). Os inúmeros pontos de contato entre a fé
zoroastrística e os ensinos do Antigo Testamento levam muitos
estudiosos a se questionarem qual das duas correntes
influenciou a outra em seus conceitos mais primários. Nada
impede, entretanto, que ambos os sistemas tenham se
desenvolvido de forma independente uma da outra e vindo a se
complementar posteriormente.
Um exemplo concreto desta intercambialidade está
expressa na oração de Neemias, um dos heróis do período pós-
cativeiro. Em sua oração (Neemias 1.4-11), ele se refere ao
Deus de seus antepassados como o “Deus dos Céus”,
designação pela qual era conhecido Ahura-Mazda. A
descoberta de atributos de Deus ocorre na mente judaica neste
período, e este processo enriquecerá a visão dos judeus nos
próximos séculos. Os aprofundamentos se dão especialmente
em relação às questões sobre a vida após a morte, seres
celestes, e os últimos acontecimentos da nossa História
(vulgarmente conhecido como Apocalipse).
Contudo, todas estas similaridades e incrementos na
compreensão teológica apontam invariavelmente para uma
manifestação revelatória mais aguda de Deus para os judeus e
nas culturas fora de Israel. Deus não se deixara sem
testemunho entre as nações. Podemos ver esta verdade
estampada nas palavras de Paulo, cerca de 500 anos mais
tarde quando afirma: No passado ele permitiu que todas as
nações seguissem os seus próprios caminhos. Contudo, não
ficou sem testemunho... (Atos 14.16-17). E foi com esta
realidade que os judeus estavam se deparando no Exílio.
Quando voltaram para suas casas, o mundo havia ficado
maior em suas mentes, o próprio conceito de Deus havia
crescido em suas concepções. Isto fez com que precisassem
reavaliar toda as bases teóricas de sua religião.
Com a chama restaurada e a visão ampliada, os judeus
voltam para reconstruir o Templo. A tarefa era árdua e
perigosa, pois muitos inimigos ao redor estavam interessados
no fracasso da empreitada judaica.
Neste momento, temos pessoas levantadas por Deus,
como Neemias e Esdras, que colocam o povo para trabalhar na
restauração dos muros de Jerusalém, no erguimento das
paredes do Templo, enfim, na restauração do que havia sido
destruído pelos babilônios.
Podemos notar neste contexto que Esdras foi o
responsável pela estruturação e organização do movimento
religioso judaico, o que viria a se tornar ao longo dos próximos
séculos, o judaísmo. O zelo dos judeus agora pela Lei e as
Escrituras Sagradas acabam por tomarem conta de todos.
Haviam aprendido a dramática lição de qual era a situação do
homem entregue à idolatria.
Após este tempo de Esdras e os profetas do pós exílio
(como Zacarias, Ageu, Malaquias), inicia-se o silêncio
intertestamentário, que é um período de aproximadamente
400 anos em que não temos uma atividade profética
expressiva em Israel.
Mas isto não significa que Deus não estava agindo em
outros cantos do mundo ou mesmo em Judá. Pelo contrário, a
Sua ação vai se intensificando por todo o planeta. A hora do
Eleito vir ao mundo estava chegando.
Lição 13
ÀS PORTAS DA PENUMBRA
SILENCIOSA
Deus fez isso para que os homens o
buscassem e talvez, tateando,
pudessem encontrá-lo, embora não
esteja longe de cada um de nós. At
17 .27
Leitura: Atos 17.22-31
Enquanto Israel estava em sua luta pela sobrevivência no
período pré e pós-cativeiro, no mundo externo, os povos ainda
estavam imersos nas trevas, com alguns pontos fracamente
iluminados na vastidão das trevas e sombras. Mas o processo
de busca pelo estado ideal inicial, no Jardim, nunca cessou.
Por esses tempos, na China o culto a Shang-Ti estava
fadado a um plano secundário. O Senhor dos Céus (Shang-Ti)
fora reverenciado desde a mais remota antiguidade, recebendo
sacrifícios realizados 1 vez ao ano pelo Imperador, num templo
especial ao norte da capital imperial. Neste e nos outros
lugares dedicados a Shang-Ti, a representação da divindade
era proibida, seja por desenhos ou estátuas.
Se a memória do Senhor dos Céus estava eclipsada, o que
teria ocupado a mente religiosa inquisitiva dos chineses? Bem,
Confucio se dedicava a pensamentos que buscavam solucionar
o dilema humano do bom convívio social, sem descartar
entretanto ideias e conceitos metafísicos, como o Tao,
amplamente conhecido por aqueles lados do mundo. Algum
tempo antes, Lao Tsé se dedicara ao tema do Tao, que seria a
origem criadora de todas as coisas, mas que estava totalmente
oculto aos olhos humanos, sendo portanto, inatingível.
Na Grécia, a filosofia estava se debruçando sobre
questões mais profundas, metafísicas, e encontrou no Logos
algo que equivaleria ao Tao chinês. Platão dedica muito esforço
à procura de respostas para todas as questões do plano
material e não-material. Este esforço platônico posteriormente
será a base para a introdução da pregação do Eleito no mundo
helênico, o que influenciou o conceito do Logos conforme
vemos na teologia do apóstolo João (João 1).
Além de chineses e gregos, desde os mais antigos
tempos, os povos indo-arianos conheciam o Logos-Tao pelo
nome de Dharma ou Rita. Os egípcios, de longa data,
chamavam este princípio criador e ordenador do mundo por
Maat. Os sumérios já o conheciam pelo nome de Me.
A busca por estes conceitos, o desejo de se conhecer e
pensar sobre assuntos desassociados com o plano material,
indicam que a ânsia humana pelo metafísico e o transcendente
havia sido despertada, especialmente nestes séculos que
antecediam a plenitude dos tempos.
Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História
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Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

  • 1.
  • 2.
  • 3. LEIALDO PULZ CAMINHO DA LUZ A manifestação de Deus na História
  • 4. SUMÁRIO 1 PREFÁCIO.................................................................................... 7 2 INTRODUÇÃO ............................................................................9 3 HAJA LUZ.................................................................................. 11 4 QUEDA .......................................................................................19 5 ERA DAS TREVAS - I ..............................................................27 6 ERA DAS TREVAS - II..............................................................35 7 ABRAÃO E PATRIARCAS........................................................46 8 MOISÉS E AS LEIS ..................................................................53 9 A CONQUISTA .........................................................................61 10UM MENINO REI É ILUMINADO ........................................70 11 CASA DE LUZ ........................................................................... 77
  • 5. 12A CHAMA QUE QUASE SE APAGA.......................................84 13MENSAGEIROS DA LUZ.........................................................90 14RESTAURADA A CHAMA.......................................................95 15 ÀS PORTAS DA PENUMBRA SILENCIOSA.........................99 16SILÊNCIO NO MUNDO.........................................................105 17 A ALVORADA..........................................................................110 18A LUZ DO MUNDO ................................................................115 19O FRUTO DA LUZ ..................................................................120 20ILUMINANDO O MUNDO....................................................124 21 ERA DA LUZ............................................................................129 22MIL LUZES..............................................................................133
  • 6.
  • 7. PREFÁCIO Vivemos num mundo globalizado, tecnológico, dinâmico e cheio de novidades. Mas não seria o “novo” apenas o “velho” que foi esquecido? Tantos ramos do conhecimento humano que despontam nestes dias diante de nossos olhos apenas são recapitulações que foram reestruturadas e apresentadas a todos como “descobertas”. Nossa arrogância nos leva a crer que o que temos atualmente é o mais apurado, mais perfeito, mais primoroso. Por isto, ao estudarmos a sabedoria do passado nos deparamos com um mundo “novo”, mas que está ali ha alguns milênios. Isto ocorre de forma especialmente surpreendente ao examinarmos os textos bíblicos. Muito antes de se tornarem obsoletos, eles estão diante da sociedade, apontando seu testemunho de nossa insensatez, orgulho e arrogância. Debruçar-se sobre os textos e ensinamentos da Palavra é muito mais do que um exercício para pessoas desconexas com o mundo real. O seu estudo ultrapassa as fronteiras e nos descortina um mundo que até então estava desapercebido. Embarcar nesta História através das páginas deste livro sagrado é conhecer a História humana, é conhecer a sua própria história.
  • 8. Queremos neste livro demonstrar que a velha e antiquada sabedoria ainda é o farol na experiência humana. Nossa existência está ligada tanto ao plano material quanto ao não-material. Desconsiderar, portanto, este lado metafísico é nos tolher de parte de nossa essência. A jornada humana pela trilha do mundo espiritual e religioso é uma das nossas maiores aventuras. Muitos acabam sucumbindo neste caminho, desviando-se dele e perdendo-se nas trevas que estão ao longo dele. Mas há aqueles que não se perturbam ou deixam envolver pelas sombras, prosseguindo firmes para o verdadeiro alvo, um encontro com o Criador. Esperamos que este livro possa orientar o leitor neste caminhar, mostrando quais os perigos do caminho das trevas, revelando todo o fluir da História que leva ao Criador, o Senhor da Luz!
  • 9. INTRODUÇÃO Teologia é uma área da ciência humana que tem muitas nuances, elementos e dinâmicas. Um dos principais pontos de discussões entre os especia- listas nos textos bíblicos é: qual o elemento unificador de toda a narrativa bíblica? Muitos autores se lançaram nesta busca, e um dos mais importantes teólogos do século XX, Walter C. Kaiser levanta algumas perguntas:  Existe uma chave para uma organização metódica e progressiva de assuntos, temas e ensinos do Antigo Testamento?  Os escritores do AT tinham consciência dessa organização quando acrescentavam algo a essa corrente histórica da revelação?  Seria o Reino, a Aliança, o Mediador, o Messias, ou outro fator que seria o fio que unificaria toda a narrativa? A questão ainda está aberta. Nossa proposta não é, neste livro, apresentar uma nova perspectiva. Deixemos toda a discussão para os especialistas.
  • 10. Nossa intenção aqui é propor uma temática que seja bíblica e que ao mesmo tempo possa ajudar os leitores a tirar do estudo algo prático e que possibilite sua reprodução em qualquer meio, quer seja num grupo de estudos, quer numa conversa informal com alguém. Por ser bíblica, a ideia de contraposição entre Luz e trevas, permeando literalmente desde o relato inicial de Gênesis e adentrando Apocalipse, cremos que esta metáfora é adequada para representar toda a História humana. Este conceito não diz respeito exclusivamente ao mundo dos escritos bíblicos, sendo compreensível a qualquer pessoa, o que torna a ideia universal, como é a mensagem do texto sagrado. Ao longo dos estudos, o leitor perceberá que serão incluídas as contribuições da busca humana ao longo de toda o transcorrer histórico. Faremos, quando possível, paralelos entre o que acontecia na Palestina e o resto do mundo. Queremos com isto provar que a mente humana sempre esteve voltada para o resgate da Era de Ouro, perdida no Jardim. Nossa busca aqui partirá de onde nossa linha tempo- espaço se inicia e acabará quando a presente Era tocar a Era da Luz, a partir de onde não temos informações concretas. Participar desta jornada é estar vivendo a epopeia humana no processo de retorno ao Criador. Bom proveito a todos! Leialdo Pulz
  • 11.
  • 12. Lição 1 HAJA LUZ... Leitura: Gênesis 1-2 No princípio Deus criou os céus e a terra. Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. Disse Deus: "Haja luz", e houve luz. Gênesis 1.1-3 Com estas palavras começa o texto bíblico. Parece-nos muito apropriado que assim seja, pois uma das grandes per- guntas humanas é sobre a origem de tudo. Segundo este texto, podemos perceber que este livro, a Bíblia, traz como o arquite- to maior a pessoa de Deus. Ela se ocupará por toda sua exten- são de demonstrar quem é este Deus. O versículo 1 é um resu- mo de tudo, pois descreve que Deus criou tudo o que existe, mesmo aquilo que não é perceptível a nós faz parte de sua cria- ção. Se temos no versículo 1 o resumo e a exclamação mais profunda sobre a origem de tudo, o verso 2 começa focando num pequeno ponto azul suspenso na imensidão escura do es-
  • 13. paço que chamamos “Terra”. De todo o universo criado (e aqui não nos cabe discutir o processo e o tempo necessário para que isto ocorresse), o foco muda rapidamente para nosso planeta, pois é neste mundo que vivemos e é o único lugar que podemos chamar de lar. Muito se pode discutir sobre a posição atual da ciência e o relato de Gênesis, contudo, quanto mais os cientistas se aprofundam no tema, mais perto do texto bíblico vão ficando as respostas obtidas. Precisamos entender que as palavras de Gênesis 1 não esboçam um tratado científico como o entendemos atualmente. O desejo do autor é transmitir de forma simples e harmonizada um conceito, e para isto lança mão de seus recursos a fim de entregar a ideia da forma mais clara possível. Deus já está com o Universo formado, mas a partir do verso 2 modela o planeta para colocar nele o maior presente de seu ser, a vida. Tudo ordenado, lógico, preparado para a chegada do ápice da criação deste mundo, o ser humano. Neste ser, Ele colocaria o seu espírito, o fôlego de vida, e o homem passaria a existir como ser vivente. O homem aparece na face do planeta. Mas antes de nossa chegada, o início da criação no planeta se dá com a inserção de um elemento essencial à própria vida, a luz. Ela já existia, pois na formação do universo (v.1) já se pressupõe a sua presença (nas estrelas, por exemplo). Mas este elemento passa a aparecer num mundo
  • 14. caótico, sem forma, em cuja superfície reinava o vazio (v.2). O processo de instauração da vida se dá exatamente pela introdução de raios de luz, que quebram as trevas e inauguram uma nova era no planeta. Neste sentido, podemos afirmar que a luz é um símbolo de vida, começo, ato divino contrário ao caos. Foi a luz o pri- meiro ato de Deus na proposta de mudança do quadro vigente! Os atos posteriores são uma sequencia para estabelecer as condições ideais para sistemas de vida mais complexas. E o ponto culminante seria a formação do ser humano. Mas quando ocorreu a chegada do homem? A Resposta mais uma vez não é fácil. Segundo a teoria evolucionista, o primeiro hominídeo teria aparecido por este planeta por volta de 4 milhões de anos atrás, mas as datas têm sido revistas com frequência. O ser humano como o conhece- mos hoje, segundo esta teoria, teria aparecido após um proces- so evolutivo a cerca de 100 mil anos (mesmo aqui as datas são altamente discutidas entre os defensores da teoria darwiniana). A civilização, com estruturas ainda em forma ru- dimentares, teria seu início por volta de 7 mil anos atrás. Segundo a Bíblia, usando os dados fornecidos em Gênesis, nossa raça teria “nascido” por volta de 6-7 mil anos atrás. Estes números são obtidos a partir de uma leitura muito literal do texto. Contudo, fica claro, pela análise mais detalha- da do texto, que as genealogias apresentadas são seletivas, ou seja, tem propósito didático (os números muitas vezes
  • 15. arredondados nas genealogias são um indício disto). Mas mesmo que apliquemos algumas possíveis complementações nas listas genealógicas, dificilmente ultrapassaremos a barreira de uns 12 mil anos para o primeiro casal descrito em Gênesis. Importante notar que os sistemas de datação atuais (como o Carbono 14), são “precisos” até cerca de 5 mil anos. Além desta faixa, a incerteza é muito grande. Entretanto, uma olhada rápida nos números, nos coloca frente a uma data mui- to interessante, o surgimento dos primeiros grupos civilizatóri- os e a criação do homem segundo Gênesis são muito semelhantes para serem desconsiderados. Os números que operam acima desta faixa de 7 mil anos são frutos de especulações e interpretações, e muitas vezes regados de predisposições ideológicas de evolucionistas. Estabelecido isto, passemos para os pontos importantes da descrição sobre a criação humana. Qual o objetivo da for- mação de nossa raça? Quando Deus os forma, nossos primei- ros representantes são colocados num jardim com o objetivo de cuidar dele (1.26-30). Portanto, a função primária era zelar e proteger a criação. Fomos formados para gerenciar aquilo que Deus fez. Segundo algumas tradições antigas, o primeiro casal estava envolto por um manto de luz que irradiava deles, mostrando sua natureza divina e o sopro que sobre ele foi dado (2.7). Lenda ou realidade, não podemos dizer a esta distância temporal, mas mesmo que seja em forma simbólica, este conceito é muito expressivo. Fomos criados para a luz, com
  • 16. luz. Nossa natureza humana clama pela luz, verdade, amor, vida. Podemos perceber pelo restante do relato de Gênesis que esta foi uma Era de Ouro para a humanidade. Muitos contos, lendas e mitos de vários povos ao redor do mundo fazem alusões a esta época de luzes, quando tudo estava em harmonia. Outro objetivo para o qual estávamos predestinados era participar de uma disputa de proporções além de nosso plano puramente material. E logo esta luta bateria à nossa porta! ○ ○ ○ Fixação de material:  As duas principais teorias sobre a origem do Universo e da vida são a Teoria da __________________, que basicamente apregoa a espontaneidade do surgimento de tudo, e o ________________________ que acredita num agente primário criador, comumente denominado Deus.  As hipóteses sobre a formação das primeiras sociedades organizadas humanas (Civilização) geralmente colocam o início civilizatório em aproximadamente 7 mil anos atrás. Esta datação está muito próxima dos dados fornecidos pela Bíblia sobre a criação do ser humano. Qual a relação que você vê neste aspecto entre o que afirma a ciência e a Bíblia?
  • 17. ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________  Em sua opinião, e lembre-se que neste caso não existe certo ou errado, o universo e o mundo foi criado em 6 dias literais? Seria isto um arranjo poético que reflete uma verdade, mas não na sua literalidade? (Reforçamos aqui que o texto requer nossa fé no sentido que foi Deus o autor de todas as coisas, por isto sinta-se à vontade para expressar sua opinião!) ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
  • 18. ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________  Após a constatação do estado caótico em que se encon- trava o planeta, o texto nos oferece a primeira ação concreta de Deus para tirá-lo desta situação. Foi neste momento que ele traz a _________, fazendo com que o processo de vivificação da Terra se torne possível. ○ ○ ○ Perguntas para reflexão: 1. Deus nos criou para a luz, e não para as trevas. O que isto pode representar em sua vida pessoal? 2. Neste processo de criação, ele nos colocou (raça hu- mana) como administradores deste planeta. Qual a diferença entre administrado e explorador? 3. Aquele que crê em Deus deve ter uma consciência ecológica? Por que?
  • 19. 4. O caos e as trevas tem algum poder final sobre a luz? O que podemos aprender com esta verdade “física”? 5. Existe tensão entre a ciência bem feita e uma Bíblia bem interpretada?
  • 20. Lição 2 QUEDA O Apagão Leitura: Gênesis 3-4 Não temos como identificar quanto tempo se passa entre os capítulos 1 e 2 de Gênesis e o capítulo 3. Pode-se inclusive supor que houve tempo suficiente para que o casal tivesse fi- lho(s) naquela Era de Ouro, pois a fala de Deus em 3.16 indica esta possibilidade, já que anunciou a inclusão da dor na hora do parto, e para isto seria preciso uma noção de como era an- tes. Mas, seja qual o número de habitantes no planeta naquela época do capítulo 3, o fato é que ventos de mudanças estavam por varrer o Jardim. O protagonista de uma rebelião que ocorreu em algum tempo e local a nós desconhecidos, acaba de chegar a cena no capítulo 3. Não somos informados de sua procedência ou mes- mo história, pois Deus não está intencionado a contar a histó- ria dele, mas a nossa. O fato é que a presença deste indesejado traz consigo desequilíbrio na harmonia da Era das Luzes. O objetivo daquele intruso era clara desde o início, apesar de nossos primeiros antepassados desconhecerem-na. O intento do sagaz adversário era roubar, matar e destruir a criação. A
  • 21. incapacidade dele em tirar de Deus algo estava novamente sendo provada no Jardim, e o seu esforço seria recompensado. Buscando sombrear a mente de mulher, ele busca suas armas em meio a distorções, sofismas e mentiras. A engenhosi- dade com que trama as palavras da verdade com suas mortífe- ras interpretações e insinuações levam a vítima a enrolar-se no pensamento. Como uma jiboia que se enrola em sua presa, es- magando-a pela força de seus músculos, de forma lenta e ago- nizante, ele trabalha com a mulher a necessidade de provar sua independência do mandamento do Criador. Não, nada no texto nos leva a crer que isto seja apenas uma fábula, conto ou mito. Ao tomar o fruto (e aqui cabe sempre uma reflexão sobre o que e qual seria este fruto!?), ela deseja tornar-se igual a Deus (lit. aos deuses). Mas o ato precisava ser consumado pelo parceiro, para que tudo estivesse plenamente nas mãos do intruso. Ao chegar para seu cônjuge e dar-lhe de comer, sem que este tivesse oferecido resistência, mostra que ambos estavam ludibriados e com suas mentes em processo de escurecimento. Pode-se dizer que foi neste momento crucial que temos o grande apagão da humanidade! Como que de forma mágica e inesperada, a mente deles concebe o conhecimento do bem e do mal, mas da forma mais trágica possível, pois eles eram os agentes introdutórios do mal na criação neste planeta. Sim, os administradores trouxeram desgraça e morte não apenas para si, mas para tudo o que estava sobre o seu domínio... eles eram
  • 22. os responsáveis pela desgraça que se abatia sobre o mundo! As lendas dizem que neste momento a luz de ambos se apagou... Era o blackout de toda a criação. Quando percebem que estão nus (por não terem mais luz radiando?), procuram um abrigo para fugir desta situação inusitada e totalmente nova. As trevas haviam baixado sobre o mundo. Qual seria a reação do Criador? Não eram as ordens claras e a sentença evi- dente caso desobedecessem? Suas palavras foram: “No dia em que dela comer, certamente você morrerá". (2.17) Ao perceberem a voz do Criador que se aproximava, por medo, buscam esconder-se, mas ninguém escapa de Deus. Ao serem inqueridos sobre os fatos, eles reconhecem que comete- ram o erro de dar ouvidos ao intruso, sendo enganados por ele. Mas os argumentos não revogam a sentença pré-determinada. As consequências do ato de desobediência são duras para nos- sos antepassados: teriam que abandonar o Jardim, teriam seus privilégios revogados e acima de tudo, perderiam o contato di- reto com seu Criador, e por fim, a morte. Em outras palavras, a luz estava sendo apagada em suas vidas! Mas espere um pouco. Deus ainda tem algumas palavras para dirigir a eles. Nem tudo estava perdido, pois haveria um dia no futuro, quando um descendente da mulher restauraria as coisas ("Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar" – Ge 3.15). Sim, ele viria e
  • 23. reconduziria a raça de volta para o estado original, para a Era de Ouro e Luz. Eles haviam sido enganados, não o fizeram por sua própria iniciativa, e isto levou o Criador a colocar uma clausula remissiva nesta História. Um dia, o descendente da mulher restabeleceria a luz perdida. Simbolicamente, o próprio Deus ofereceu um sacrifício para indicar o processo restaurador (3.21). Um animal foi mor- to para que o casal desnudo pudesse enfrentar as atrocidades e os desafios de um novo mundo, que agora estava entrando em sua noite, uma noite polar espiritual que duraria alguns milênios. Morte e trevas fariam parte de nossa História... ○ ○ ○ Fixação de material: 1. A primeira fase da História humana podemos denomi- nar de Era de __________ ou Era da ____________ . 2. Este período foi marcado:  Pela ausência de: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
  • 24.  Pela presença de: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 3. Deus criou o ser humano para: ( ) se divertir com o ser humano. ( ) cuidar de sua criação como administradores. ( ) trabalhar como escravos a fim de suprir os caprichos dEle ( ) aplacar o seu sentimento de solidão. ( ) outro: ___________________________________ 4. Marque V ou F: ( ) o intruso no Jardim mentiu deliberadamente para Eva, ou seja, tudo era mentira. ( ) Deus foi pego de surpresa pela ação do homem. ( ) O fato de um animal ser morto para tapar a vergonha do casal já indicava o que viria no futuro para propiciar a reden- ção humana. ( ) O fato de serem enganados deu aos nossos pais (Adão e Eva) a possibilidade de terem sua condição final mudada, ao contrário da situação do intruso. ( ) As trevas tiraram a luz, mas não apagaram a chama no co- ração humano, que espera por redenção.
  • 25. Perguntas para reflexão:  A Era de Ouro (ou Era da Luz) durou algum tempo, pois houve tempo para reflexão (como a “solidão de Adão), para nomear todos os animais, o casal se conhecer, habituar-se ao “caminhar” de Deus pelo Jardim (3.8), e até mesmo hipoteticamente ter filhos. Como poderiam ter sido estes tempos anteriores ao apagão? Como você imagina o dia a dia deles? Como era administrar a criação? Seria isto um indício do que espera os resgatados no futuro Reino de Deus? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
  • 26.  Quando olhamos para o quadro descrito no capítulo 3, percebemos a gravidade da situação. Mas o que tudo aquilo tem a ver conosco hoje? Por que devemos pagar pelo erro deles? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________  Quando continuamos a ler o texto (capítulos 4-5), per- cebemos que Adão e Eva não morreram no mesmo dia conforme havia sido predito por Deus (2.17). Teria Deus se enganado? Confira o texto de Salmo 90.4 com Gênesis 5.4-5, e como isto se encaixa em sua opinião? ___________________________________________ ___________________________________________
  • 28. Lição 3 ERA DAS TREVAS - I A MÃE TERRA Leitura: Gênesis 4-6 Os primeiros passos fora do Jardim certamente foram muito difíceis. Tudo era novo, mas um novo que trazia ares áspero, rugoso, tenebroso. Lutar pela sobrevivência era algo totalmente inédito para eles, e as coisas iriam piorar conforme a falta daquela luz do Jardim fosse ficando cada vez mais longe. O banimento, que provocou o exílio ao leste do Jardim trouxe consigo o suor, a dor e o desespero. A natureza que antes os servia, agora se torna numa ameaça constante. Logo nos deparamos com o casal tendo dois filhos ho- mens (não se considerava a prole feminina, mas certamente ela estava presente). Como precisavam buscar o sustento da terra agora amaldiçoada, cada um dos filhos enfrentou o problema de forma prática. Caim, o mais velho, buscou sua fonte de sobrevivência na terra, tornando-se agricultor. Abel, o mais novo, encaminhou-se pela pecuária, domesticando animais e provendo-se assim dos recursos que estes ofereciam.
  • 29. Neste ponto percebemos que os historiadores são unâni- mes em afirmar que tanto a agricultura quanto a pecuária fo- ram fatores que precederam a civilização! Muitos mitos e len- das antigas entre muitos povos contam histórias sobre a tensão entre irmãos que buscaram estas duas atividades econômicas como forma de subsistência, evocando talvez os ecos desta pri- meira história pós-Éden. Caim afunda-se em sua ira contra o irmão após sua oferta ser rejeitada por Deus, e mata-o num acesso de ira. O assassinato acaba por introduzir mais um degrau na descida humana rumo às trevas. Agora já não haveria mais limites para a maldade. Com Abel morto e Caim banido por Deus como um assassino, poucas eram as esperanças do casal Adão e Eva, pois ambos os filhos estavam perdidos! Mas ainda não era o fim da História... No outro lado, Caim havia buscado refúgio mais ao leste, indo para as bandas do que seria hoje o vale do Rio Indo. Lá, segundo o texto bíblico, nasceriam as primeiras cidades, evi- dências primeiras do processo civilizatório. Por muitos anos creu-se que as primeiras cidades foram erguidas na Mesopotâ- mia, mas descobertas mais recentes dão conta que foi justa- mente no vale do rio Indo que elas teriam sido erguidas. Uma das primeiras formas religiosas registradas pelos estudiosos no assunto é a invocação de uma divindade relacionada com a Mãe-Terra. A adoração parece proliferar por
  • 30. todos os lados daquelas primeiras civilizações, o que nos indicaria a tendência dos descendentes de Caim em se relacionar com a terra (agricultura). Se Deus está longe, obscurecido pelas faltas e pecados do povo, o altar religioso fica vago. Mas não por muito tempo! A candidata mais próxima e natural ao pedestal era a terra, que oferecia o sustento para os humanos. Se o Deus-Pai criador estava longe, num distante céu, a sua consorte Mãe-Terra estava perto, ali mesmo, aos pés dos adoradores. A troca de Deus-Pai (sistema patriarcal) para a adoração da Mãe-Terra (sistema matriarcal) foi apenas uma questão de tempo, e parece que não de muito tempo. A escuridão lançava suas garras ainda mais profundamente sobre a raça humana. Enquanto a linhagem de Caim se afundava em ritos cada vez mais distorcidos, do outro lado Adão e Eva tinham um ou- tro filho que levaria a promessa redentora de Deus adiante. Eles tiveram um filho, chamado Sete. Não temos conhecimento de quanto tempo tiveram que esperar, mas isto aconteceu quando Adão tinha 130 anos (5.3). A evidente alegria e esperança se acendeu novamente no cora- ção de ambos, pois por meio de Sete poderia Deus cumprir sua promessa (4.25). Os registros históricos e arqueológicos desta linhagem se encontram praticamente perdidos, pois aparente- mente eles não se dedicaram a construção de cidades, devotando-se praticamente à vida pastoril, nômade ou semi-
  • 31. nômade. A frase enigmática de Gênesis 4.26 tem causado proble- mas em sua interpretação. Ao que parece, foram necessários cerca de 105 anos (ou um pouco mais) até que o nome de Deus fosse invocado novamente sobre a Terra. Por este tempo tivemos um período de “luto” e dormência espiritual, provocado pela culpa e dor dos pais de nossa raça pela perda do Éden. É de se esperar, entretanto, que o nome de Deus nunca tenha caído completamente no esquecimento, já que as suas histórias e narrativas preservaram a ideia de um Criador. Vemos que o nome de Deus chega a Enos, neto de Adão, quando este ainda era vivo. Neste sentido, a palavra invocar está relacionada à atividades litúrgicas e cerimoniais por parte de Enos, e não uma “redescoberta” de um nome oculto ou esquecido. Ainda que timidamente, a linhagem de Sete carrega o pouco de luz que restou de nossos antepassados, e estava por repassar às gerações vindouras o testemunho do Criador, o Deus-Pai. ○ ○ ○ Fixação de material: 1. Somos informados em Ge 4 que: (A)bel e (C)aim se dedi- caram à:
  • 32. ( ) Agricultura ( ) Extrativismo ( ) Pecuária ( ) Pescaria 2. Qual teria sido o motivo da ação de Caim contra seu irmão? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 3. Uma das primeiras formas de manifestação religiosas diz respeito à invocação de uma divindade relacionada com: ( ) Terra. ( ) Ar ( ) Água ( ) Fogo 4. (V)erdadeiro ou (F)also: ( ) Adão e Eva tiveram apenas mais um filho homem chama- do Sete. ( ) Os descendentes de Sete permaneceram puros e distantes do pecado. ( ) Enos, neto de Adão, começou novamente a invocar o
  • 33. nome de Deus. Perguntas para reflexão: 1. Deus abandonou a raça humana após a expulsão do Jardim? Justifique. ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 2. A linhagem de Sete acaba por se corromper totalmente, possivelmente pelo contato que começa a ter com a de Caim. O que isto nos ensina em relação a nossa vida? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
  • 34. ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 3.Quando notamos os deslocamentos em Gênesis 3-4, percebemos que os primeiros humanos ao cometerem atos pecaminosos dirigem-se para o leste, cada vez se afastando mais do Jardim. O que isto significa? Coincidência ou uma atitude de fuga dos problemas? Que paralelos podemos traçar em relação a nossas vidas? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
  • 35. Lição 4 ERA DAS TREVAS - II Aprofundando-senastrevas Leitura: Gênesis 10-11 Conforme a população foi aumentando, o nível de degra- dação moral também veio crescendo. Paralelamente, o afasta- mento da luz foi um fator que contribuiu para este quadro. O homem, agora sentindo-se órfão num mundo permeado de di- ficuldades, busca na natureza algum tipo de refúgio para sua carência espiritual. O culto à Mãe-Terra vai tomando conta da mente desta raça e os valores do Eterno vão se perdendo. A multiplicação da iniquidade chega a um grau irreversí- vel, como constatamos em Gênesis 6.1. Toda a Terra estava corrompida! Não apenas o homem, mas a natureza toda estava sofrendo com as sequelas deixadas pelo afastamento dos princípios norteadores de seu Criador. Podemos apenas fazer um exercício de imaginação a respeito do quadro geral que dominava o mundo, pois suas especificidades (felizmente) nos escapam nas sombras do tempo. O fato é que tudo estava absolutamente permeado pelas trevas, e até mesmo a descendência de Sete havia buscado o caminho de Caim,
  • 36. deixando-se levar pela fascinação da escuridão. Não havia mais solução, a não ser reverter todo o processo. A solução era radical, mas não poderia ser procrastinada, pois Deus sempre tratou o pecado de forma séria. Contudo, em meio a tanta desgraça e depravação, o texto de Gênesis nos relata que Noé, e apenas ele com sua família, acharam graça diante de Deus (6.7). Um recomeço foi proposto por Deus, tendo como base a sua misericórdia, pois os planos de redenção daquela pobre e desgraçada raça ainda estava por se concretizar. Deus não abandonaria o homem, assim como nunca o fez. O rompimento do homem com Deus foi que O força a deixar-nos num “exílio”, até que sejamos totalmente recuperados. O Santo não pode habitar com o pecador, a Luz não convive com as trevas. Desta forma, Ele resolve traçar seu plano de salvação, para que possamos voltar para a luz. E este plano passa pela continuidade da raça, por uma arca e por 8 pessoas dentro dela. O mundo corrompido é totalmente sepultado com o dilúvio e uma nova realidade aparece. Quando entram na arca, Noé e sua família avistam o seu mundo agonizante pela última vez. Quando a porta novamente se abre, 1 ano depois, eles saem numa Terra completamente transformada. O enredo desta narrativa bíblica, por muitos anos desacreditada nos círculos acadêmicos, vem sendo encontrado
  • 37. universalmente nos relatos de povos de todo o mundo. O renomado antropólogo escocês James George Frazer, em seu livro Folclore do Antigo Testamento, catalogou mais de 250 narrativas de povos sobre o Dilúvio em todos os continentes. Desde então, com algumas variações, esta história já foi catalogada em outras centenas contos e lendas, o que alguns antropólogos chegam a contabilizar cerca de 10.000 narrativas sobre este ocorrido. As evidências geológicas vem apontando cada vez mais para uma catástrofe global em tempos bem recentes. Voltando para nossa narrativa, ao saírem da arca, aqueles humanos trazem consigo o vírus da rebelião enraizado, encubado em seus corações. Pouco tempo depois da saída da arca, percebemos seus descendentes se envolvendo em práticas perniciosas e levianas novamente. O culto à Deusa- Mãe desembarca neste novo mundo, agora ainda mais inóspito do que o anterior. Os fenômenos naturais são mais intensos e devastadores. Secas, inundações, terremotos, mortalidade e clima, acabam trazendo sobre as pessoas uma sensação cada vez maior de abandono. A justiça (luz) de Noé não consegue se projetar muito além de seus dias de vida. Ao se multiplicarem, os homens amplificam seus desejos pelas trevas outra vez. Estes elementos acabam gerando um apego ao obscuro, transcendental e desconhecido mundo dos espíritos. Tudo que
  • 38. há na natureza ganha contornos místicos. O caminho para o animismo, magismo, espiritualismo, feiticismo, idolatria estava aberto. Animismo é a crença de acordo com a qual todas as for- mas identificáveis da natureza (animais, pessoas, plantas, fe- nômenos naturais, etc.) possuem uma alma, que pode ser invocada e mesmo cultuada. Fetichismo é o culto de objetos que se supõe represen- tarem entidades espirituais e possuírem poderes de magia. A busca eterna do ser humano pelo Criador, que agora está eclipsado de sua mente e do cotidiano, leva-o a tatear na escuridão a procura de alguma esperança. Mas quanto mais se aprofundava em sua escuridão, mais Deus trabalhava no silêncio de Sua soberania sobre a História. A necessidade de espantar o medo da solidão e o trauma do Dilúvio, leva-os a ajuntarem-se na planície de Sinear (Ge 11.1), atual Iraque, para construir uma torre que chegue aos céus. Um projeto aparentemente ridículo e irrealizável, mas que mostra o quanto o homem buscava secretamente no seu coração o recontato com o céu (não necessariamente com o Criador, mas com os benefícios que poderiam ter com o estado perdido). Além disto, mostra a arrogância que se preservava na alma humana, pois fazem isto sem sentirem a necessidade de reconciliação com Deus! Eles não queriam Deus, mas o céu. A frustrante tentativa acaba, através de uma intervenção divina, por dispersar os malfadados descendentes de Noé pela
  • 39. face da Terra, que cada vez mais se mostra inamistosa para com eles. E quanto mais se enredam pelos confins da Terra, mais se enrolam nas superstições e crendices sobre as forças da natureza. O homem se torna presa fácil das enganações daquele intruso lá do Jardim, camufladas pro uma piedade religiosa e promessas de “vocês se tornaram como deuses” (Ge 3.5). O sol, que dá o calor; a Lua que clareia a negra noite; as estrelas no céu que vagueiam pelo firmamento; as tempestades e os relâmpagos que destroem plantações e afugentam os animais; os animais, que são fonte de sobrevivência e em outros casos de morte; os rios (água), que são divinizados por suas propriedades essenciais à vida. Tudo vira divindade na mentalidade da humanidade imersa nas trevas. E é exatamente neste contexto que vemos nascer uma forte expressão religiosa que irá caracterizar-nos ao longo dos milênios que viriam. Foi aqui que nasceu a magia, que nada mais é do que o impulso humano de tentar controlar, por meio de encantamentos, as forças da natureza e do mundo espiritual. Mas ao contrário do monoteísmo inicial e a posterior de- turpação deste que resultou no politeísmo, a magia não tenta contatar o mundo espiritual para restabelecer a conexão com o divino Criador (criadores, no caso do politeísmo). Não! Através da magia se tentará manipular, usar o sobrenatural em benefício próprio. No lugar da oração, fé e amor, a magia
  • 40. propõe o uso de adivinhação, encantamento e coação. E isto aprofunda a ligação com o estado espiritual cada vez mais corruptível dos humanos. Entretanto, não seria este o fim da História. Ao longo desta jornada, Deus deixou-se ser percebido por pessoas que o buscavam verdadeiramente, ainda que de forma inadequada. O testemunho de Sua presença não desapareceu do coração e aos olhos de todos. O verdadeiro Deus estava sendo buscado por pessoas como Jó e Melquisedeque, e por tantos outros nomes que agora se perderam pelas areias do tempo. Mas a História preservou o nome de um homem que um dia ouviu uma voz divina que lhe falou. Seu nome era Abrão, da cidade de Ur... ○ ○ ○ Fixação de material: 1. Qual foi a causa imediata para a destruição do mundo antigo? ( ) o pecado e sua proliferação incontrolada por toda a cria- ção ( ) um meteoro que atingiu a terra ( ) as chuvas ( ) a Era do Gelo
  • 41. 2. Cite nomes de outros personagens da época de Abraão que serviam a Deus: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 3. A ____________ é o impulso humano de tentar con- trolar, por meio de encantamentos, as forças da nature- za e do mundo espiritual. 4. __________________ é a crença de acordo com a qual todas as formas identificáveis da natureza (ani- mais, pessoas, plantas, fenômenos naturais etc) possu- em alma. 5. ___________________ é o culto de objetos que se supõe representarem entidades espirituais e possuí- rem poderes de magia. 6. O que teria vindo primeiro: Monoteísmo (crença num único Deus) ou Politeísmo (crença em vários deuses)? Como você explica este processo da transição de um sistema para outro? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
  • 42. ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ Perguntas para reflexão:  O homem é bom por natureza e a sociedade é que o corrompe, ou ele já vem ao mundo com esta natureza pecaminosa? Isto pode ser verificável no comportamento de bebês, por exemplo? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
  • 43. ___________________________________________ ___________________________________________  Pode o homem, sem intervenção revelatória divina, chegar ao conhecimento profundo do seu Criador? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________  Leia Romanos 3.23. Ao lermos a palavra TODOS, entendemos que: ( ) alguns pecaram ( ) os maus pecam ( ) ninguém é culpado ( ) não há pessoa que não peque  A condição atual da humanidade está pior, melhor ou
  • 44. igual ao período estudado nesta lição? Por que? A situação pode piorar? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________  Toda a forma de manifestação religiosa tem a capacida- de de levar uma pessoa a Deus? Por que? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
  • 45. Lição 5 ABRAÃO E PATRIARCAS A chama é preservada Leitura: Gênesis 12 Ur era uma cidade cosmopolita e rica ao sul da Mesopotâmia. Caravanas vinham de lugares tão longínquos quanto Índia, China, Egito. Era um centro religioso, sendo a deusa da Lua, Nun, a principal divindade cultuada. Mas a padroeira da cidade não estava sozinha no pedestal das divindades, sendo cercada por uma infinidade de outros deuses e deusas dos povos da Mesopotâmia e de outros pontos do mundo conhecido. A cidade de Ur era uma ótima representante de toda a idolatria, fetichismo e espiritualismo nos quais os humanos haviam se envolvidos. Mesmo o constante sol do sul da Mesopotâmia não podia dissipar as trevas espirituais em que estavam mergulhados! Mas algo estava para mudar. Certo dia, ha cerca de 4 mil anos atrás, um homem olhou para os céus e ouviu a voz de um “deus desconhecido” lhe chamando para a luz. A voz estava dizendo-lhe para sair de Ur e ir para um lugar ainda desconhecido para ele. E mais, dizia que abençoaria toda a
  • 46. humanidade um dia através dele (Ge 12.1-4). Assim, partiu Abrão para o desconhecido, crendo que as promessas se cumpririam. Ao longo dos anos que se seguiram, Abrão aprendeu a ouvir e obedecer àquela voz de forma irrestrita. Seu nome foi mudado pelo “Desconhecido”. Abrão acaba por virar Abraão, pois ele se tornaria o “pai de uma nação” (significado em hebraico do nome Abraão). E não apenas Abraão seguiu aquele Deus, mas seus descendentes fizeram o mesmo. Cada um de seu jeito, às vezes caindo, às vezes levantando; às vezes duvidando, em outras horas crendo. Contudo, sempre sendo tratados pessoalmente pelo Deus que havia os tirado de Ur. Abraão, Isaque e Jacó foram aqueles que preservaram a chama viva na crença de um Deus Criador. Mas percebemos que Deus não apenas se revelara aos membros do clã de Abraão. Havia ainda outros pontos de fogueiras na escuridão da noite espiritual humana. Vemos, por exemplo, que “havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal” (Jó 1.1). É de comum acordo que a história de Jó se passa aproximadamente nos tempos de Abraão. Vemos ainda outro personagem nos tempos de Abraão que aparece misteriosamente no texto bíblico, cujo nome é Melquisedeque, cujo nome significa “rei de justiça”, sendo ele rei de Salém (Jerusalém) e sacerdote do Deus Altíssimo (Gênesis 14:18-20).
  • 47. Com isto percebemos que a luz, apesar de toda as trevas que cercavam a humanidade, não se extinguiu. Deus havia preservado uma chama que teimosamente continuava a existir. Um dia, os descendentes de Abraão (mais precisamente a 3ª geração depois deste) precisaram deixar a terra de Canaã para a qual haviam sido levados por Deus e seguir para o Egito, devido a uma fome que se abateu por toda a região. Lá permaneceram por quatro séculos, até que Deus intervem novamente na História... ○ ○ ○ Fixação de material: 1. Com o passar do tempo, o ser humano ficou mais próximo ou afastado da luz divina? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 2. Esta situação leva a raça humana a: ( ) constante procura para um substituto para Deus. ( ) eleger outros deuses, geralmente tirados de fenômenos naturais. ( ) insistir numa perigosa aventura pelo desconhecido, pois não tinham o controle sobre as forças com as quais estava li-
  • 48. dando ( ) além da idolatria, caímos nas práticas mágicas, que ten- tam controlar e manipular estas “forças” desconhecidas. 3. Em meio a todo este deteriorante cenário, Deus es- colhe algumas pessoas para garantir o cumprimento de sua promessa feita no Jardim. Vemos então Ele chamando a _____________ da cidade de Ur, na Mesopotâmia, ha cerca de 4 mil anos atrás (2000 a.C.). Contudo, este não foi o único que teve algum conhecimento de Deus, sendo que __________ de Uz e _________________ rei de Salém, segundo o texto bíblico, também tiveram contato com o Cria- dor, o Deus Altíssimo. 4. Ao deixar Ur, Abrão deixa para sempre a idolatria que o cercava para nunca mais tornar a vê-la? Estaria ele cer- cado em Canaã e Egito pela mesma idolatria? O que isto vem a nos mostrar? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
  • 49. ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ Perguntas para reflexão: 1. Deus usou de misericórdia e amor ao chamar Abrão e outros para um contato mais direto com Ele. Estaria Ele usando estes atributos divinos para com nossas vidas ao cha- mar-nos para seu Reino da luz? Comovocê encara este chama- do? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
  • 50. 2. A busca humana pelas condições perdidas do Jardim e a Era de Ouro demonstram sua necessidade de um reencontro: ( ) consigo mesmo ( ) com Deus ( ) com a felicidade ( ) com a satisfação de seus prazeres ( ) com nada, pois isto é apenas uma carência vinda de eras primitivas 3. Reflita: Poderíamos dizer que Deus tem outros Mel- quisedeques, Jós e Abraãos ao redor do mundo aos quais ele pode estar chamando nestes dias? 4. Deus estabeleceu uma norma para que pessoas o conheçam, que seria: ( ) fé em Deus. ( ) conhecimento espiritual. ( ) qualquer forma de crença religiosa, pois o que vale é ter fé. ( ) não há norma, pois todos irão para Deus no fim.
  • 51. Lição 6 MOISÉS E AS LEIS Alimentando a chama Leitura: Êxodo 1-4; Êxodo 20 Depois de 4 séculos, aproximadamente no século XVI a.C., o povo hebreu estava ainda no Egito. A situação política lá havia mudado muito, e depois de séculos de convívio tranquilo, os hebreus estavam num estado de escravidão. Os descendentes de Abraão acabaram por assimilar mui- to da cultura egípcia, e em algum grau, a sua visão religiosa do mundo. Nesta época, a visão religiosa dos egípcios estava total- mente eclipsada por um panteão repleto de infinitas divinda- des. Animais, aves, fenômenos naturais, reis, corpos celestes, e o próprio rio Nilo eram divinizados. Contudo, apesar de ser conhecida pelo seu excêntrico po- liteísmo, estudos modernos demonstram que, quanto mais nos aprofundamos no passado egípcio, mais claro se torna um pulsante monoteísmo que se encontra por debaixo de camadas politeístas. E este fenômeno monoteísta em outras culturas antigas se repete. Isto vem demonstrar que em seus primórdios, não apenas os egípcios, mas toda a humanidade,
  • 52. baseava sua fé num único Deus, e que por causa de seu rompimento com esta divindade, acabam por buscar alternativas para recompor o seu quadro religioso. É expressivo ainda o fato de que culturas antigas tendem a preservar o nome divino em segredo, evitando pronunciá-lo, pois entendiam que não eram dignos de fazerem-no abertamente, reservando esta atitude apenas em cerimônias cada vez mais fechadas. Com o tempo, as castas sacerdotais seriam as únicas detentoras do conhecimento deste nome, enquanto para o populacho ficava apenas à sombra sacerdotal, sem ao menos entenderem as profundidades teológicas dos ritos. Desta forma, as expressões religiosas acabam se deteriorando, e a religião popular se afunda em superstições. Deus ia sendo desconstruído das mentes das pessoas. O século XVI a.C., entretanto, parece iniciar uma Era de apogeu para o politeísmo no Egito. E como regra, quanto mais escuras as trevas, mais brilhante se torna a ação divina. Era tempo de intervenção na História humana novamente, e Deus agiu! Em uma casa hebreia situada no delta do rio Nilo nasceu uma criança que mudaria o curso da história religiosa da hu- manidade. Ele ficaria conhecido no mundo como Moisés. Após ser adotado pela princesa egípcia, Moisés passa 40 anos rece- bendo a educação palaciana e preparando-se para se tornar um faraó. Neste processo, envolve-se passionalmente com a situa-
  • 53. ção do povo de seus pais, e acaba por ter que fugir para o exílio. Aproximadamente 40 anos depois, Deus o acha pas- toreando ovelhas no deserto, e de forma figurativa lhe aparece numa chama em uma sarça. Começaria a maior aventura religiosa que o mundo conheceria até a chegada da plenitude dos tempos. Comissionado por Ele, Moisés acaba voltando para o Egito a fim de levar o povo hebreu para fora do Egito e de volta para a Terra que há 4 séculos haviam deixado para trás. O resultado da intensa luta entre Moisés e o faraó ficou conhecida como as “10 pragas”, o que na verdade esconde o fato deste embate de poder ser um ato de demonstração do poder do Deus de Moisés sobre os deuses egípcios, pois cada uma das pragas mostrava que o controle do curso da vida humana está nas mãos unicamente de Deus, e não de outros “deuses” fabricados pela imaginação e mãos humanas. Ao final desta batalha, o povo acaba partindo do Egito, e aventurando-se pelo deserto, sendo guiados pelo próprio Moisés. Após serem salvos sobrenaturalmente no episódio do Mar Vermelho, os hebreus se encontram diante do monte Sinai, onde receberam das mãos de Deus os Mandamentos e firmaram uma aliança com Ele. A chama que por pouco não se apagou no Egito, estava sendo alimentada e cada vez mais se tornava evidente o meio pelo qual Ele cumpriria a sua promessa.
  • 54. Enquanto os outros povos esperariam um enviado por Deus, que chegaria ao mundo para salvar, os hebreus recebiam a incumbência de carregar consigo as Leis, e a promessa futura de um redentor que viria através deles. Os povos tateavam no escuro à procura da salvação, enquanto no Sinai ela estava sendo preparada. ○ ○ ○ Fixação de material: 1. O povo hebreu passa ________ séculos no Egito. 2. Nos primeiros séculos, o povo usufrui de uma liberdade consideravelmente ampla. Contudo, nos últimos 100 anos este processo é revertido. O período de escravidão é caracterizado por: ( ) trabalhos forçados ( ) controle da natalidade (especialmente masculina) ( ) genocídio nos guetos onde moravam os judeus ( ) boicotes econômicos contra o comércio dos hebreus ( ) de fato não houve um período de escravidão 3. Marque Verdadeiro ou Falso: ( ) A religião egípcia era desde seus primórdios politeísta. ( ) Ao longo do processo de afastamento das ideias mo-
  • 55. noteístas iniciais, os egípcios e outros povos caem no politeís- mo. ( ) As 10 pragas tinham como um dos objetivos demons- trar o controle que Deus tinha sobre questões físicas e naturais ( ) O povo no deserto foi liderado por um conselho de anciões 4. No pacto feito por Deus com os hebreus no monte Sinai, eles receberam os __________________________ ou também chamado de decálogo. Este sistema de Leis iriam nortear todo o sistema jurídico do mundo ocidental. Perguntas para reflexão: 1. Deus escolheu o povo hebreu para ser o veículo pelo qual viria a salvação. Em sua opinião, isto é uma indicação de superioridade dos hebreus ou uma responsabilidade que Deus estava delegando, sendo que não haveria nada de “especial” naquela etnia? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
  • 56. ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 2. A experiência de Moisés nos 40 anos iniciais nos palácios do Egito, depois os próximos 40 anos no deserto cui- dando dos rebanhos de seu sogro teriam sido usados por Deus nos próximos 40 anos quando Moisés iria liderar o povo pelo deserto até a Terra Prometida? Deus pode usar as suas experi- ências no passado para ajudá-lo na sua vida cristã? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 3. Faça uma análise e aliste experiências (positivas e negativas) de sua vida que podem ser úteis em sua vida cristã. ___________________________________________ ___________________________________________
  • 58. Lição 7 A CONQUISTA Estabelecendo a tocha Leitura: Josué 1 A geração que havia saído do Egito demonstrou o quanto estava influenciada pela religiosidade egípcia quando constrói o bezerro de ouro, apesar da expressa proibição divina já no primeiro item dos 10 Mandamentos. Este momento e outros fatores de falta de confiança na palavra de Deus, além da imaturidade com que encaravam os desafios no deserto, os levaram a peregrinarem pelos espaços ermos por um longo tempo. Passaram-se 40 anos desde a saída do Egito, e agora aquela geração adulta que havia vivenciado o Êxodo estava sepultada nas areias. Uma nova mentalidade cresceu e se firmou com a nova geração. Entretanto, não haveria mais tempo para Moisés liderar o povo na entrada em Canaã. Ele havia chegado ao limite de 120 anos, e apenas pôde contemplar a terra prometida de longe, enquanto passava a
  • 59. autoridade e responsabilidade de liderança para Josué. O general que contava com mais de 80 anos de idade tinha o desafio de introduzir o povo israelita numa terra repleta de habitantes, que tinham cidades fortalecidas e bem guardadas. Ele escolhe a estratégica cidade de Jericó para iniciar sua conquista. Após uma intervenção divina, a cidade é tomada e incendiada e sua população morta. A ordem era de não poupar nenhuma vida cananeia. Mas por que? Ao olharmos para as descobertas arqueológicas e os relatos preservados de antigos escritores, veremos que a depravação religiosa e moral atingira seu ápice exatamente naquela região. Os cananeus não apenas praticavam o sacrifício humano, mas acabaram ficando conhecidos pelos seus rituais de queimarem os próprios filhos infantes ainda vivos em honra aos deuses locais! Os cultos da fertilidade nos templos eram verdadeiras orgias desenfreadas, onde a promiscuidade eram encaradas como adoração aos deuses. A depravação sexual era tamanha, que não apenas relações homo e heterossexuais ocorriam, mas bestialidade eram comuns. Era o ponto mais escuro que se poderia chegar. A epidemia de depravações se alastravam por toda a parte. A terra toda estava corrompida novamente, numa volta ao estado pré-diluviano. Este era o contexto das ordens dadas a Josué em relação à conquista. Não podemos nos surpreender que para Israel se estabelecer na Terra Prometida, ela precisava ser purificada.
  • 60. Precisamos ainda olhar para aquele momento histórico segundo o ponto de vista daquela sociedade. A conquista durou sete anos. Nos primeiros três anos e meio, Josué dedicou-se a tomar as terras do sul de Canaã. Na segunda fase da conquista, seus exércitos se voltam para o norte. Apesar de todo o esforço do velho general, a terra não fica completamente livre dos cananeus, sendo que alguns redutos se mostram fortes o suficiente para resistirem e mesmo oferecer perigo para Israel. Este fato de não se livrarem dos cananeus iria cobrar um preço muito alto de Israel no futuro. As insistentes advertências divinas para que o povo israelita não se contaminasse com as depravações canaanitas não tiveram um efeito muito longo. Após a morte de Josué, os israelitas vão se acostumando com as práticas religiosas dos habitantes da terra, e acabam por sucumbir a um sincretismo, onde práticas pagãs envolveram-se com a adoração ao Deus da Aliança do monte Sinai. Ao entrarem numa espécie de penumbra espiritual, os israelitas sofrem a consequência de suas decisões. Os povos vizinhos começam a oprimi-los, causando muito sofrimento. Neste contexto, temos a entrada dos filisteus em cena, povo vindo da região da ilha de Creta e adjacências. A partir do século XII a.C. eles entram no horizonte de Israel, tornando-se os seus maiores adversários.
  • 61. A religião dos filisteus traz traços das ilhas do Mediterrâneo, que se diferenciam da cananeia por ser menos sanguinária, ainda que com o tempo elementos cananeus começem a se infiltrar na visão espiritual deles também. Neste estado de luta constante pela soberania de seus territórios e de sua religião, vemos Israel iniciar um novo ciclo em sua vida, o período monárquico. ○ ○ ○ Fixação de material: 1. O que provocou a peregrinação dos hebreus pelo deserto por 40 anos? ( ) A falta de confiança em Deus. ( ) A incapacidade militar. ( ) A desordem social das tribos no deserto. ( ) A falta de uma liderança forte para direcionar o povo. ( ) A incapacidade de se localizar geograficamente no de- serto. 2. Quais as principais características da religião cananeia? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
  • 62. ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 3. Os filisteus são povos que chegaram a Canaã vindos da região: ( ) Ilha de Creta e adjacências ( ) Egito ( ) Europa ( ) Mesopotâmia 4. Marque V ou F: ( ) A religião cananeia se caracterizava por atos de imoralida- de e infanticídio. ( ) Assim como os hebreus, os filisteus não sofreram a influ- ência da religião cananeia. ( ) Após a morte de Josué o povo se corrompe espiritualmen- te. ( ) A ordem para o extermínio dos cananeus tem a ver com o ódio do Deus dos hebreus para com aquele povo pagão. ( ) Moisés e Josué foram os grandes líderes dos israelitas
  • 63. neste período. Perguntas para reflexão: 1. O que teria provocado a ira divina em relação aos cana- neus? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 2. Por que esta ira não é demonstrada para com os filisteus e outros povos com quem Israel tinha contato? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
  • 64. ___________________________________________ ___________________________________________ 3. Qual o perigo que corremos ao nos deixar influenciar pelo profano? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 4. Ao percebermos o ciclo visto no período após a morte de Josué (conhecido como período dos Juízes), quando o povo se desviava do propósito, Deus mandava opressão sobre o povo a fim de reorientá-los. Seria possível identificar o cuidado de Deus nestes casos? Como isto ocorre em sua vida? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
  • 66. Lição 8 UM MENINO REI É ILUMINADO Leitura: I Samuel 16 Ameaçados por todos os lados pelos inimigos, Israel pede um rei. Naquela ocasião, o juiz que julgava o povo era Samuel, que já era avançado em idade. Os israelitas viviam sob uma forma distinta de governo, pois baseavam-no numa teocracia. Segundo este modelo, Deus era considerado o único Rei da nação, e os juízes acabavam por formar uma espécie de representantes ligados diretamente com Ele. Um juiz não tinha corte, palácio, coroa ou qualquer poder sobre decisões que afetassem toda a nação. Esta era a prerrogativa exclusiva de Deus. Contudo, o Estado Teocrático passava por momentos de dificuldades. A falta da centralização provocava uma desunião entre as tribos de Israel. Cada um vivia segundo o seu entendimento. Com o aumento da tensão e dos partidários em favor da monarquia expressando-se cada vez mais fortemente, Samuel acaba ungindo o primeiro rei humano israelita. Tentativas an- teriores de alguns pretendentes haviam sido frustradas, pois a
  • 67. escolha do rei era uma prerrogativa do próprio Deus. Saul era um homem rude e duro, familiarizado com a vida do campo. Era uma peça que precisaria ser lapidada, poli- da e preparada. Mas o tempo era pouco, o rei precisava ser co- roado e colocado em seu ofício, ainda que nem ele ou os outros soubessem bem ao certo o que isto significaria. E o despreparo cobrou seu preço. Em pouco tempo o “novo rei” transgride al- gumas linhas de seu ofício que não poderia, e isto veio a custar sua coroa. Fora destituído pelo próprio Rei! Davi era um garoto quando foi ungido rei. Longe do palácio de Saul, ele cresceu num anonimato, sendo preparado pela vida para ocupar o lugar do primeiro rei. Sua aproximação de Saul e ascensão no meio palaciano ocorreu por circunstâncias guiadas pelo próprio Deus. O rei, há muito prometido, estava pronto para tomar o lugar no trono. Os anos de dificuldades sofridas pelo jovem Davi, especialmente na perseguição realizada por Saul, foram formando o caráter dele. Após a morte de Saul, que suicidou-se num campo de batalha, Davi ainda esperou alguns anos para tomar conta de todo Israel. Davi era o rei prometido por Deus, conforme vemos em Dt 17.15a: “porá certamente sobre ti como rei aquele que o Senhor teu Deus escolher...・ Mas por que tanta atenção com este rei? O que havia de especial neste caso? Davi em si não era um super-homem, ou um semi-deus,
  • 68. como geralmente identificavam as mitologias dos povos ao falarem de seus heróis. Não! Fica bem claro desde o início que ele era um homem comum. Contudo, o destaque estava na fé que ele tinha em Deus, o seu relacionamento com o Criador. Aquele rei era um homem “segundo o coração de Deus”, e isto quer dizer que a vida de Davi era agradável a Deus. Davi não era infalível, pelo contrário, os relatos de seus pecados demonstram bem claramente o ser humano “normal” que era. Ele não era para ser endeusado, como muitos reis na Antiguidade o eram. Aliás, este era um dos costumes que levaram muitos panteões a se tornarem volumosos, ao ponto de não mais se poder conhecer todos os “deuses”. Este fenômeno da deificação humana dos reis e antepassados é relatado por vários povos ao longo dos tempos. E isto, na contramão da História humana, não ocorreria em Israel. Davi foi chamado certa vez por Deus para uma aliança. O rei iluminado serviria de canal para a chegada do Prometido lá no Jardim. “Farei levantar depois de ti o teu descendente, que será dos teus filhos, e estabelecerei o seu reino... O confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e o seu trono será estabelecido para sempre" (1 Crônicas 17:4-14) O mundo precisaria esperar por mais mil anos até que este descendente viesse. Por enquanto, o rei Davi se consolaria ao saber que o Prometido viria de sua prole, e um dia seria conhecido como o “Filho de Davi”! (Mateus 1.1)
  • 69. A tocha da esperança continuava acessa! ○ ○ ○ Fixação de material: 1. O que teria levado os israelitas a pedir um rei? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 2. O sistema de governo ____________________ é quando Deus é o soberano. O sistema ___________________ é quando um rei é colocado como o cabeça de toda a nação. 3. Diferente de um rei, o juiz em Israel tinha: ( ) corte ( ) palácio ( ) coroa ( ) poder ( ) harém
  • 70. ( ) esposa e filhos 4.Os dois primeiros reis de Israel foram _____ e _____. 5. Ao contrário dos outros povos, o __________ não era endeusado ou tido como um filho de Deus, ou mesmo um herói sem erros. 6. Davi foi um “homem segundo o coração de Deus, pois: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 7. Deus fez uma _______________ com Davi, prome- tendo que seu descendente teria um reino eterno. Perguntas para reflexão: 1. Poderíamos dizer que, segundo a experiência do Israel pré-monárquico, toda a instituição precisa de um líder humano que se responsabilize e responda por ela?
  • 71. ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 2. O pedido insistente e prematuro de um rei pode ter “atrapalhado” o curso natural da História para Israel? Qual a lição para a vida que podemos tirar deste episódio? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 3. Ao que podemos ver neste ponto e em outros momentos da História, Deus trabalha num plano que foje dos imediatismos humanos, numa escala à longo prazo, como foi o caso de Davi. Você pode identificar algo neste sentido em sua própria vida? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
  • 73. Lição 9 CASA DE LUZ O fulgor que habitou o mundo Leitura: I Re 6 O grande rei Davi havia descido ao sepulcro. Em seu lugar ficou o seu jovem filho Salomão, que teve a incumbência de levantar o magnífico Templo que seu pai havia planejado e se dedicado a construir, mas que fora impedido por Deus. Por sete anos materiais vindos de Israel e outras localidades, especialmente da Fenícia, foram utilizados para erigir o centro de culto israelita. Os marceneiros e outros operários foram importados da Fenícia, e o Templo seguiu as linhas gerais do Tabernáculo que fora usado até a chegada do novo Templo. Mas a construção teve igualmente influência dos seus arquitetos estrangeiros, e em muito acabou se assemelhando com outros templos fenícios e até mesmo egípcios. As divisões e orientação pelos pontos cardeais são exemplo disto. No dia de sua inauguração, o próprio Salomão oficializou a cerimônia. Fez uma das orações mais expressivas da Antiguidade, reforçando o fato que aquele local seria onde o
  • 74. Deus verdadeiro iria habitar e ouvir os homens, e se pecadores entrassem naquele Templo arrependidos e expressando isto em suas orações, o Senhor os ouviria e perdoaria. Ao fim de suas palavras, um fenômeno importante teve lugar, pois a Glória de Deus encheu o Templo. Esta Glória (conhecida pelos hebreus como Shekinah) era a manifestação da presença divina. Isto ocorreu na inauguração do Tabernáculo que fora erigido no deserto nos tempos de Moisés. Não sabemos muito ao certo o que seria esta Shekinah e como se manifestava. Aparentemente era uma fumaça estonteantemente luminosa que enchia o local. O fato é que o Templo foi aceito como habitaçãodivina, mas não num sentido literal de habitação das divindades que outros povos davam aos locais sagrados. Deus não podia ser comportado numa construção humana, e isto é reconhecido imediatamente pelo próprio Salomão. O Templo seria mais um símbolo para o povo, um memorial de sua ligação pela Aliança firmada no passado. As outras nações sempre erigiram monumentos e templos para suas diversas divindades. Mas quanto mais antiga a cultura, mais próximo encontramos nelas o conceito de Salomão: Deus não se limita a um local, mas é o Senhor dos Céus. Conforme foram se passando os tempos, tais povos foram se afastando da verdade luminosa sobre um Deus único e Criador, e consequentemente, mais monumentos eram
  • 75. levantados para divindades eleitas por homens. Tudo isto foi um caminho que levou todos à idolatria. Com o decorrer dos anos, fica evidente que o local não era sagrado por si só. O que o tornava especial era o seu Dono. Cerca de 4 séculos depois, quando veio abaixo pelas mãos dos babilônios, isto serviu de aviso ao povo. Quando os judeus começaram a depositar sua fé na impossibilidade do Templo ser violado e destruído pelos inimigos de Israel, apegaram-se a ele, como a um amuleto da sorte. A salvação não estava no Templo, mas no seu Dono. Com o passar dos anos, igualmente o próprio Salomão acaba se entregando à possibilidade de render culto e sacrifícios a outras divindades. O abismo em que se enredou o rei acabou por levar o povo à promiscuidade espiritual. Altares foram levantados em Israel. As trevas estavam sufocando a luz novamente. O Templo virou local de cerimônias vazias e rotineiras. Enquanto o povo se desviava e seguia os deuses das outras nações, a justiça foi se esvaziando. Depois da morte de Salomão, o reino acaba por se dividir entre sul e norte. A parte sul fica nas mãos de 2 tribos (Judá e Benjamim), e o norte abarga as restantes 10 tribos. Foi o fim do período de ouro de Israel. Nuvens de tempestade e trevas se agigantavam no horizonte daquela nação. ○ ○ ○
  • 76. Fixação de material: 1. Depois de anos de um reinado bem sucedido, o grande rei ___________ deixa seu trono para o seu filho ______________, que terá a incumbência de construir o ______________. 2. A grande construção levantada pelo novo rei teve como modelo o __________________ , contudo sofreu forte influência dos: ( ) Gregos ( ) Persas ( ) Fenícios ( ) Filisteus 3. Com o passar dos anos o Templo se torna um verdadeiro _____________ nas mãos do povo que acabou interpretando-o como sendo a morada de Deus. 4. A Glória (conhecida pelos hebreus como Shekinah) era a manifestação da _____________ divina. Esta manifestação ocorre no tabernáculo na sua inauguração (Êxodo 40) e após a oração dedicatória feita por Salomão. O que isto pode nos dizer? ___________________________________________ ___________________________________________
  • 77. ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ Perguntas para reflexão: 1. Quais os perigos que corremos quando trocamos o Criador pela criação? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 2. Salomão era conhecido como o homem mais sábio de sua época, entretanto, isto não o impediu de se desviar da luz. Qual o caminho então para permanecermos na luz? Fé, conhecimento, obras? Qual sua opinião a respeito? ___________________________________________
  • 78. ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 3. Existe algo de sagrado, santo nos ambientes de adoração como templos, igrejas, monastérios? ( ) Sim, pois são lugares dedicados à busca do espiritualismo. ( ) Não, pois o que importa é a quem estamos adorando. ( ) Não sei, pois ainda não pensei no assunto. 4. O que é o sagrado e o profano? Existem coisas que são totalmente sagradas e outras totalmente profanas?____________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ _______
  • 79.
  • 80. Lição 10 A CHAMA QUE QUASE SE APAGA Leitura: 2 Cr 36.15-21 Os anos que se seguiram à divisão entre as tribos do sul e do norte foram de muita confusão. Apesar de serem conectados por laços familiares, ao longo dos próximos 200 anos os dois lados irão opor-se um ao outro, tanto no campo político, social e econômico, quanto no religioso. As diferenças acabaram, por determinados momentos, colocando ambos até mesmo em lados opostos no campo de batalha. Não apenas a deterioração das relações interpessoais foram se agravando, mas o quadro religioso foi vítima constantes de golpes por parte das trevas, especialmente no norte. Lá, já nos primeiros anos de reinado, o novo rei inicia a construção de lugares sagrados pelo território, buscando oferecer uma alternativa ao Templo de Salomão como centro cúltico, que havia ficado nas mãos dos sulistas. Esta medida foi tomada, pois além de seus súditos ainda manterem os laços religiosos com as suas tribos co-irmãs, o fluxo de adoradores continuava a atravessar a fronteira em direção ao sul para fazerem seus sacrifícios e ritos no templo do vizinho Judá.
  • 81. O estado se agrava com os altares que se multiplicaram pelo reino, e com o tempo, as perversidades pagãs dos cananeus vão se incorporando nos rituais celebrados nestes lugares. A mistura com o paganismo cananeu, conforme advertiu Moisés, acabariam por cobrar o preço costumeiro. Dos 19 reis, desde a separação até o cativeiro assírio (722 a.C.), todos foram classificados como “maus”. Este julgamento não está vinculado com questões político-sociais, nem mesmo com a economia ou outro aspecto, mas é uma constatação sob o prisma da moralidade e lealdade ao Deus de seus antepassados. Com o tempo, e com algumas exceções, a chama foi se apagando no Reino do Norte. As esperanças ficaram por conta do sul, mas mesmo lá, a situação era instável. A maioria dos reis do sul foi da mesma forma considerada má. O reino cambaleia em meio a imoralidades, desunião, desestruturação da malha social, forte oposição dos inimigos ao redor, etc. A falta de observância das Leis Mosaicas foi levando o reino à ruína total. Apesar de toda esta situação, havia alguns flashes de luz em meio a uma tenebrosidade exponencial. Nomes como Ezequias, Josias, Urias e outros poucos reis, foram conceituados positivamente, sendo que “fizeram o que era reto diante do Senhor”. Entretanto, mesmo estes lampejos não foram suficientes para desconstruir o quadro geral formado pelo povo. Quando tais reis mandaram derrubar os altares profanos, isto não foi capaz de retirar dos judeus a religião
  • 82. pagã já fortemente enraizada em seus corações. E este quadro era agravado pela falsa sensação de isenção de julgamento e reprovação divina que pairava sobre o povo. Afinal, segundo suas crenças, eram o povo escolhido, tinham o Templo, as promessas e as Leis. Contudo, toda esta soberba acabava por ocultar o estado eminentemente catastrófico que estava por se instalar. Em 587 a.C., após muitas indas e vindas dos conturbados processos políticos e bélicos, a capital Jerusalém sucumbe aos exércitos babilônios. O sagrado Templo é profanado, pilhado e incendiado. A fumaça e a morte se espalham pelas ruas da cidade. O símbolo mais evidente da dor dos judeus foi expressa pelo maior profeta da época, Jeremias, em seu livro intitulado Lamentações. O fato do Estado judeu deixar de existir, o Templo estar arruinado e o povo cativo, levou muitos a uma reflexão mais profunda de suas vidas pessoais, especialmente no que se referia a relação com o Deus que cultuavam desde a antiguidade. Pequenos pontos de luz se acendiam na escuridão! ○ ○ ○ Fixação de material: 1. Verdadeiro ou Falso: ( ) O Reino do Norte teve poucos reis maus
  • 83. ( ) Quando a Bíblia fala de rei bom ou mau está se referendo à sua relação com Deus e atos. ( ) Apenas os reis eram maus, a sociedade vivia de forma correta e piedosa. ( ) Deus envia o povo para os cativeiros numa forma de correção e não punição. 2. Logo após a divisão dos dois reinos, começamos a perceber uma rápida tendência de oposição nos campos ______________ , ________________ , _________ e _______________ 3. Foram aproximadamente ____ anos de inimizade quase que contínua entre os reinos: ( ) 100 ( ) 200 ( ) 250 ( ) 300 4. Qual a solução do primeiro rei do Reino do Norte para evitar o fluxo de seus súditos em direção à Jerusalém para adorar? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ Perguntas para reflexão:
  • 84. 1. O que podemos aprender com este período? Qual a relação entre nossa atitude para com Deus e para com o próximo? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 2. Como a ação do primeiro rei do norte influenciou na subsequente deterioração do quadro religioso? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 3. Qual, em sua opinião, a maior lição que podemos tirar deste período? ___________________________________________ 4. Instituições religiosas, amuletos, talismãs, líderes religiosos, etc. , tem algum poder para proteger as
  • 86. Lição 11 MENSAGEIROS DA LUZ Leitura: Amós 3 Precisamos dar uma atenção especial para um fenômeno de grande importância que ocorreu no período dos reinos divididos. Neste momento sombrio da desunida nação israelita, surgem os vultos de personalidades que ditariam para os descendentes de Jacó as diretrizes divinas. Foram vozes que se elevaram em meio ao caos instalado na Palestina. Eles foram conhecidos como os profetas. Os profetas eram pessoas comuns, não tendo necessariamente um vínculo com o sistema religioso israelita. Eles muitas vezes aparecem repentinamente no cenário urbano (ou rural) e da mesma forma desaparecem sem deixar ao menos algum registro de suas vidas pessoais. Apesar de sempre estarem presentes desde tempos imemoráveis na história do povo, seja andando solitários pelas paisagens áridas, ou em bandos, foi com Elias (IX a.C.) que o movimento profético teve seu alavancamento. Ele acaba por se
  • 87. tornar um ícone nesta forma de transmissão da orientação divina para os homens. Diferentemente do sacerdócio, que era vitalício e passado hereditariamente, o profetismo não tem vínculos com instituições. Sua continuidade dependia exclusivamente do Senhor, que elegia e convocava o profeta. A partir da metade do século VIII a.C., uma onda cada vez maior destes profetas começa a ampliar a visão teológica dos seus contemporâneos em ambos os lados da fronteira dos Reinos do Sul e do Norte. Aparentemente, Jonas inaugura este momento que perdurará até aproximadamente o período de Jesus (que teria considerado João Batista o último dos grandes profetas). As revoluções teológicas propostas por aqueles homens se davam no âmbito social, onde os profetas denunciam as desigualdades na sociedade e a exploração humana, passam por questões cúlticas, onde Deus assegura seu total repúdio a rituais desvinculados com uma atitude interna, e especialmente, o grande e total (e até então desconhecido pelos judeus) interesse de Deus por todos os povos. Sim, Deus controlava a História das nações, amava-os de forma irrevogável, e isto foi expresso maravilhosamente no caso de Jonas, enviado para Nínive (inimigos de Israel) para pregar arrependimento e salvação. Uma década depois, aparece Amós, deliberadamente se comprometendo com estas “novas” perspectivas teológicas. Segundo suas pregações, Deus controlava todo o curso
  • 88. histórico, e o Universo inteiro (inclusive os povos), Lhe pertenciam. Em seu encalço, vemos uma série de homens- profetas se levantarem, sendo que invariavelmente o mais conhecido de todos foi Isaías, que inicia sua atuação neste palco cerca de 15 anos após o conterrâneo Amós. O despreparo do povo e da elite em receber estas “inovações”, em muitos casos, causaram o desprezo, ridicularização e até mesmo o assassinato desses mensageiros inspirados pelo próprio Deus. Eles falavam em nome do Senhor quando afirmavam “Assim diz o Senhor...”. Foram pessoas das quais o autor da carta aos Hebreus no Novo Testamento dirá: “o mundo não era digno deles. (Hb 11.38) Mas estas e outras inovações na compreensão religiosa e teológica não estavam ocorrendo apenas com os israelitas na Palestina. No mundo inteiro mestres religiosos (e até não- religiosos) estavam saindo de uma sonolência provocada pela escuridão espiritual que de longo tempo se abatia sobre todos. O processo parece ter-se iniciado nas áridas paisagens da Palestina, com os profetas, mas aos poucos, fracos raios de luz começaram a penetrar as densas trevas. Em outras localidades que estavam tão distantes quanto a China e a Grécia, alguns questionamentos de cunho mais metafísico estavam sendo levantados, e com o tempo, começaram a ser denunciadas a ineficácia dos ritos externos, a religião estéril, o sistema de magias e a idolatria.
  • 89. Questionamentos de cunho filosófico, religioso e moral rondavam as mentes dos homens, e isto serviria muito, depois, como fundo para a chegada do Eleito de Deus, pois se estava preparando o cenário para a plenitude dos tempos. Podemos afirmar que as palavras do profeta Isaías se encaixam exatamente neste contexto: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre os que habitavam na terra da sombra da morte resplandeceu a luz”. (9.2) É bem verdade que Buda, LaoTsé, Confúcio, os filósofos gregos, as escrituras dos Vedas e todas as outras manifestações desta busca pela verdade não eram suficientes para tirar os povos de toda a sua cegueira espiritual, mas eles apontavam para a vinda de um Salvador, o que futuramente se tornará conhecido em Israel pela designação de “o Messias”. Todos estes mestres, invariavelmente, apontaram para o Eleito que viria, e jamais requisitaram para si mesmos tal título! Enquanto isto, na perdida Palestina, o povo israelita passava pela situação mais febril de sua História. Em poucos anos, precisamente 722 a.C., devido à compulsiva obsessão pelas trevas e as práticas religiosas indevidas, os habitantes do Reino do Norte foram levados cativos pelos assírios, e a volta até hoje está envolta em mistério. A lição infringida ao reino irmão não abriu os olhos dos sulistas, e mesmo com o contínuo fluxo de profetas que pregavam uma mudança nas bases da religiosidade do povo, um século e meio depois, chegou a vez do Reino do Sul ir para
  • 90. o cativeiro, mas desta vez levados pelos babilônios. O Templo foi destruído pelo invasor e o orgulho do povo foi jogado por terra. Parecia que as esperanças de um prometido vindouro Rei oriundo da tribo sulista de Judá estavam sendo destruídas. Entretanto, como em outros momentos, Deus reservou para si a demonstração que detinha as rédeas da História. O Cativeiro da Babilônia serviria para, de forma inesperada, preservar a fé. O remédio para a cura tinha um gosto amargo. Ainda neste período longe de seus lares, na Babilônia, os judeus ouviram as vozes de outros profetas como Daniel e Ezequiel, clamando comomensageiros, indicando que o fim da história ainda não havia chegado. Os cerca de 70 anos de Exílio dos sulistas curariam a idolatria de Judá. A chama que quase apagou, reacendeu! Eles voltaram para sua terra, graças a mão poderosa de seu Deus, que usou um rei persa, Ciro, o ungido do Senhor...
  • 91. Lição 12 RESTAURADA A CHAMA Leitura: Salmos 92-100 O período do Cativeiro judeu na Babilônia não apenas curou o povo de sua crônica idolatria, como abriu os olhos deles para o que acontecia na criação de Deus. Com o orgulho rasgado pela humilhação que estavam sofrendo, eles começam a reconhecer a ação do Deus, conhecido em Israel, no mundo ao redor. Os Salmos compostos (alguns foram indicados na Leitura acima) neste tempo começam a convocar os povos de toda a Terra para adorar Aquele que anteriormente era, segundo a concepção judaica, o Deus exclusivo deles. A percepção das maravilhas divinas se manifestando no meio dos gentios (os não-judeus) provocou um conflito interno na visão de mundo e teologia judaicas. O Senhor Deus (conhecido por eles por YHVH, cuja pronuncia do Nome está perdida) era, na verdade, o Deus da humanidade e zelava por toda ela! (Salmo 33,13) Mas como eles estavam chegando a estas conclusões?
  • 92. Quais eram as evidências da atuação divina fora do âmbito judaico? Ao entrarem em contado com o mundo religioso- espiritual dos persas, por exemplo, os judeus percebem que Deus não estava de todo oculto de outros povos como imaginavam. Os persas haviam substituído os babilônios no cenário internacional quando em 539 a.C. o rei Ciro conquistou a capital dos babilônios. A mescla das tradições religiosas da Mesopotâmia com o universo persa faz uma efervescente busca pelo Criador se acender nos corações de muitos povos. Perguntas tais como: “Onde está a verdade? Qual o deus verdadeiro?” acabam por levantar questionamentos profundos. E é exatamente neste contexto em que temos os judeus sendo inseridos no seu tempo de Exílio. Os persas naquele momento viviam sob a influência das reformas religiosas promovidas por Zoroastro. O clamor daquele líder espiritual persa ia ao encontro dos profetas israelitas, e conclamava a todos a buscaram o único Deus verdadeiro, o qual os persas denominavam Ahura-Mazda (Sábio Senhor). Os inúmeros pontos de contato entre a fé zoroastrística e os ensinos do Antigo Testamento levam muitos estudiosos a se questionarem qual das duas correntes influenciou a outra em seus conceitos mais primários. Nada impede, entretanto, que ambos os sistemas tenham se desenvolvido de forma independente uma da outra e vindo a se
  • 93. complementar posteriormente. Um exemplo concreto desta intercambialidade está expressa na oração de Neemias, um dos heróis do período pós- cativeiro. Em sua oração (Neemias 1.4-11), ele se refere ao Deus de seus antepassados como o “Deus dos Céus”, designação pela qual era conhecido Ahura-Mazda. A descoberta de atributos de Deus ocorre na mente judaica neste período, e este processo enriquecerá a visão dos judeus nos próximos séculos. Os aprofundamentos se dão especialmente em relação às questões sobre a vida após a morte, seres celestes, e os últimos acontecimentos da nossa História (vulgarmente conhecido como Apocalipse). Contudo, todas estas similaridades e incrementos na compreensão teológica apontam invariavelmente para uma manifestação revelatória mais aguda de Deus para os judeus e nas culturas fora de Israel. Deus não se deixara sem testemunho entre as nações. Podemos ver esta verdade estampada nas palavras de Paulo, cerca de 500 anos mais tarde quando afirma: No passado ele permitiu que todas as nações seguissem os seus próprios caminhos. Contudo, não ficou sem testemunho... (Atos 14.16-17). E foi com esta realidade que os judeus estavam se deparando no Exílio. Quando voltaram para suas casas, o mundo havia ficado maior em suas mentes, o próprio conceito de Deus havia crescido em suas concepções. Isto fez com que precisassem reavaliar toda as bases teóricas de sua religião.
  • 94. Com a chama restaurada e a visão ampliada, os judeus voltam para reconstruir o Templo. A tarefa era árdua e perigosa, pois muitos inimigos ao redor estavam interessados no fracasso da empreitada judaica. Neste momento, temos pessoas levantadas por Deus, como Neemias e Esdras, que colocam o povo para trabalhar na restauração dos muros de Jerusalém, no erguimento das paredes do Templo, enfim, na restauração do que havia sido destruído pelos babilônios. Podemos notar neste contexto que Esdras foi o responsável pela estruturação e organização do movimento religioso judaico, o que viria a se tornar ao longo dos próximos séculos, o judaísmo. O zelo dos judeus agora pela Lei e as Escrituras Sagradas acabam por tomarem conta de todos. Haviam aprendido a dramática lição de qual era a situação do homem entregue à idolatria. Após este tempo de Esdras e os profetas do pós exílio (como Zacarias, Ageu, Malaquias), inicia-se o silêncio intertestamentário, que é um período de aproximadamente 400 anos em que não temos uma atividade profética expressiva em Israel. Mas isto não significa que Deus não estava agindo em outros cantos do mundo ou mesmo em Judá. Pelo contrário, a Sua ação vai se intensificando por todo o planeta. A hora do Eleito vir ao mundo estava chegando.
  • 95.
  • 96. Lição 13 ÀS PORTAS DA PENUMBRA SILENCIOSA Deus fez isso para que os homens o buscassem e talvez, tateando, pudessem encontrá-lo, embora não esteja longe de cada um de nós. At 17 .27 Leitura: Atos 17.22-31 Enquanto Israel estava em sua luta pela sobrevivência no período pré e pós-cativeiro, no mundo externo, os povos ainda estavam imersos nas trevas, com alguns pontos fracamente iluminados na vastidão das trevas e sombras. Mas o processo de busca pelo estado ideal inicial, no Jardim, nunca cessou. Por esses tempos, na China o culto a Shang-Ti estava fadado a um plano secundário. O Senhor dos Céus (Shang-Ti) fora reverenciado desde a mais remota antiguidade, recebendo sacrifícios realizados 1 vez ao ano pelo Imperador, num templo especial ao norte da capital imperial. Neste e nos outros lugares dedicados a Shang-Ti, a representação da divindade era proibida, seja por desenhos ou estátuas. Se a memória do Senhor dos Céus estava eclipsada, o que
  • 97. teria ocupado a mente religiosa inquisitiva dos chineses? Bem, Confucio se dedicava a pensamentos que buscavam solucionar o dilema humano do bom convívio social, sem descartar entretanto ideias e conceitos metafísicos, como o Tao, amplamente conhecido por aqueles lados do mundo. Algum tempo antes, Lao Tsé se dedicara ao tema do Tao, que seria a origem criadora de todas as coisas, mas que estava totalmente oculto aos olhos humanos, sendo portanto, inatingível. Na Grécia, a filosofia estava se debruçando sobre questões mais profundas, metafísicas, e encontrou no Logos algo que equivaleria ao Tao chinês. Platão dedica muito esforço à procura de respostas para todas as questões do plano material e não-material. Este esforço platônico posteriormente será a base para a introdução da pregação do Eleito no mundo helênico, o que influenciou o conceito do Logos conforme vemos na teologia do apóstolo João (João 1). Além de chineses e gregos, desde os mais antigos tempos, os povos indo-arianos conheciam o Logos-Tao pelo nome de Dharma ou Rita. Os egípcios, de longa data, chamavam este princípio criador e ordenador do mundo por Maat. Os sumérios já o conheciam pelo nome de Me. A busca por estes conceitos, o desejo de se conhecer e pensar sobre assuntos desassociados com o plano material, indicam que a ânsia humana pelo metafísico e o transcendente havia sido despertada, especialmente nestes séculos que antecediam a plenitude dos tempos.