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REFERÊNCIAL TEÓRICO
A autoconsciência permite ao empregado monitorar-se e observa-se constantemente e
influenciando suas ações para seu próprio benefício (WEISINGER, 1997). “A inteligência
emocional é simplesmente o uso inteligente das emoções – isto é, fazer intencionalmente com que
suas emoções trabalhem a seu favor, usando-as como uma ajuda para ditar seu comportamento e seu
raciocínio de maneira a aperfeiçoar seus resultados.” (WEISINGER,1997, p. 13)
A emoção acompanha o comportamento e pode ser identificada em sua intensidade. Isso
pode ser verificado quando o indivíduo persiste arduamente em alguma tarefa ou fica desmotivado
em outra. (BAHIA; FURTADO; TRASSI, 1999). Segundo Dejours e Abdouchebi (1994, p.126):
“Cada indivíduo, um sujeito sem outro igual, portador de desejos e projetos enraizados na sua
história singular que, de acordo com aquilo que caracteriza a organização de sua personalidade,
reage a realidade de maneira estritamente original.”
O sofrimento no trabalho é um estado de luta entre o sujeito e suas perturbações mentais.
São necessárias estratégias defensivas para se manter uma coesão e estabilização num grupo de
trabalhadores. (DEJOURS; ABDOUCHEBI, 1994). Vários aspectos envolvem a personalidade do
homem, principalmente o seu comportamento quando em organizações. Elas se desenvolvem nos
estágios iniciais de sua vida e portanto o empregado já a traz para a organização. (BAHIA;
FURTADO; TRASSI, 1999).
Os indivíduos são seres complexos, induzidos a manifestarem sua personalidade para a pura
aceitação, ganhar dinheiro, para alcançar status, evitar insegurança, estimular o ego e outras
necessidades básicas. (BAHIA; FURTADO; TRASSI, 1999). “O processo de de maturidade
emocional de um grupo é um movimento que começa com dependência, passando por luta-fuga
para chegar finalmente, à união” (BAHIA; FURTADO; TRASSI, 1999, p. 119)
“A inteligência emocional é simplesmente o uso inteligente das emoções – isto é, fazer
intencionalmente com que suas emoções trabalhem a seu favor, usando-as como uma ajuda para
ditar seu comportamento e seu raciocínio de maneira a aperfeiçoar seus resultados.”
(WEISINGER,1997, p. 13)
Segundo Weisinger (1997, p.15)
A inteligência emocional provém de quatro componentes, que agem como os componentes
do DNA; quando alimentados pela experiência, eles lhe permitem desenvolver habilidades
e aptidões específicas, que vão formar a base da sua inteligência emocional. [..] Cada um
desses quatro componentes representa certas aptidões que reunidas, dão origem à sua
inteligência emocional; cada nível subsequênte incorpora as aptidões dos níveis anteriores,
sendo construídos, assim, de forma hierárquica. […] Esses quatro componentes são: A
capacidade de perceber, avaliar e expressar corretamente uma emoção; Acapacidade de
gerar ou ter acesso a sentimentos quando eles puderem facilitar sua compreensão de si
mesmo ou de outrem; A capacidade de compreender as emoções e o conhecimento derivado
delas; A capacidade de controlar as próprias emoções para promover o crecimento
emocional e intelectual.
“As pessoas têm sido solicitadas a aprender habilidades em tempo mais curto que sua
condição humana permite, ou solicitação a alterar suas identidades, sem que isso faça parte de seus
planos de vida.” (ZANELLI, BORGES-ANDRADE,BASTOS, 2004, p.14). As pressões no trabalho
estão relacionadas as questões físicas, mecânicas, químicas e biológicas. Nas organizações, elas tem
como seu principal alvo o trabalhador, no qual pode levar desgastes, envelhecimento e doenças
somáticas. (DEJOURS; ABDOUCHEBI, 1994)
Segundo Zanelli, Borges-Andrade, Bastos (2004, p. 13)
Assim, relacionado à sociedade e às suas atividades, o estudo do trabalho transformou-se
em um campo fertil para o desenvolvimento das ciências sociais e comportamentais e
transformou-se numa arena transdisciplinar que facilitou o diálogo entre essas ciências.
Compreender a relação entre os processos sócio comportamentais e os processos de
produção ganhou o status de uma necessidade crescente desde a implementação da
tecnologia do vapor, em meados do século XVIII. A adaptação do desempenho humano a
fluxos racionalizados de produção demandava domínio mais profundo e sistematizado
sobre a relação entre os fluxos de produção e o contexto.
Luta, Dependência, fuga e união são modalidades emocionais que permitem a um grupo
numa organização se tornarem atuantes e produtivos, organizados, solidários e cuidadosos (BAHIA;
FURTADO; TRASSI, 1999). Posições éticas cruciais advêm de aptidões emocionais intrínsecas, o
controle dos impulsos é fundamental para o caráter e a força de vontade.(GOLEMAN, 2007).
Para a realização do trabalho, existe, às vezes, entre o homem e a organização, um espaço de
liberdade para uma negociação, isto é, uma invenção do operador sobre a própria organização do
trabalho, para congruente com às suas necessidades e desejos. (DEJOURS, 1987). Por as emoções
serem uma interação entre pensamento, alterações fisiológicas e atitudes. Compreende-las permite
saber lidar ,em situações de desequilíbrio emocional, de forma mais produtiva..(WEISINGER,
1997).
“Qualquer um pode zangar-se – isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida
certa, na hora certa, pelo motivo certo, e de maneira certa – não é fácil” (ARISTÓTELIS, Ética a
nicomaco)
Segundo Goleman (2007, p. 42)
É em momentos assim – quando um sentimento impulsivo domina o racional – que o
recém-descoberto papel da amígdala se mostra crucial. Os sinais que vêm dos sentidos
permitem que a amígdala faça uma varredura de toda experiência, em busca de problemas.
Isso a põe num poderoso posto na vida mental, alguma coisa semelhante a uma sentinela
psicológica, desafiando cada situação, cada percepção, com apenas um tipo de pergunta em
mente, a mais primitiva: “É alguma coisa que odeio? Isso me fere? Alguma coisa que
temo?” Se for este o caso se o momento em questão de algum modo esboça um “Sim”
A amígdala reage instantaneamente, como um fio de armadilha neural,
telegrafando uma mensagem de crise para todas as pertes do cérebro. Na arquitetura do
cérebro, a mígdala coloca-se de um modo um tanto semelhante ao alarme de uma empresa,
onde operadores estão a postos para enviar chamadas de emergência ao corpo de
bombeiros, polícia e um vizinho, sempre que um sistema de segurança interno dá o sinal de
perigo.
Quando os empregados se utilizam da inteligência emocional eles ajudam a formar uma
organização emocionalmente inteligente, sendo cada um responsável por moldar sua própria
inteligência, seja nas relações interpessoais ou na organização como um todo (WEISINGER, 1997).
Segundo Weisinger (1997, p.18). “A base de qualquer relacionamento é a comunicação: A
comunicação estabelece vínculos, e o vínculo forma um relacionamento. É incalculável o valor da
capacidade de comunicar-se eficazmente no local de trabalho”.
Um aspecto importante a ser considerado tanto para administradores como para profissionais
da área de recursos humanos é que o distanciamento entre o escalão superior e o nível do operariado
dificulta na identificação de falhas na produção decorrentes de sofrimento mental (Dejours, 1987).
“Qualquer situação enfrentada pode ser um problema estressante para alguém, caso a pessoa sofra
por não conseguir o objetivo desejado ou seja submetida a um ou vários eventos negativos e
graves.” (ALVARENGA, 2007, p. 128).

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  • 1. REFERÊNCIAL TEÓRICO A autoconsciência permite ao empregado monitorar-se e observa-se constantemente e influenciando suas ações para seu próprio benefício (WEISINGER, 1997). “A inteligência emocional é simplesmente o uso inteligente das emoções – isto é, fazer intencionalmente com que suas emoções trabalhem a seu favor, usando-as como uma ajuda para ditar seu comportamento e seu raciocínio de maneira a aperfeiçoar seus resultados.” (WEISINGER,1997, p. 13) A emoção acompanha o comportamento e pode ser identificada em sua intensidade. Isso pode ser verificado quando o indivíduo persiste arduamente em alguma tarefa ou fica desmotivado em outra. (BAHIA; FURTADO; TRASSI, 1999). Segundo Dejours e Abdouchebi (1994, p.126): “Cada indivíduo, um sujeito sem outro igual, portador de desejos e projetos enraizados na sua história singular que, de acordo com aquilo que caracteriza a organização de sua personalidade, reage a realidade de maneira estritamente original.” O sofrimento no trabalho é um estado de luta entre o sujeito e suas perturbações mentais. São necessárias estratégias defensivas para se manter uma coesão e estabilização num grupo de trabalhadores. (DEJOURS; ABDOUCHEBI, 1994). Vários aspectos envolvem a personalidade do homem, principalmente o seu comportamento quando em organizações. Elas se desenvolvem nos estágios iniciais de sua vida e portanto o empregado já a traz para a organização. (BAHIA; FURTADO; TRASSI, 1999). Os indivíduos são seres complexos, induzidos a manifestarem sua personalidade para a pura aceitação, ganhar dinheiro, para alcançar status, evitar insegurança, estimular o ego e outras necessidades básicas. (BAHIA; FURTADO; TRASSI, 1999). “O processo de de maturidade emocional de um grupo é um movimento que começa com dependência, passando por luta-fuga para chegar finalmente, à união” (BAHIA; FURTADO; TRASSI, 1999, p. 119) “A inteligência emocional é simplesmente o uso inteligente das emoções – isto é, fazer intencionalmente com que suas emoções trabalhem a seu favor, usando-as como uma ajuda para ditar seu comportamento e seu raciocínio de maneira a aperfeiçoar seus resultados.” (WEISINGER,1997, p. 13) Segundo Weisinger (1997, p.15) A inteligência emocional provém de quatro componentes, que agem como os componentes do DNA; quando alimentados pela experiência, eles lhe permitem desenvolver habilidades e aptidões específicas, que vão formar a base da sua inteligência emocional. [..] Cada um desses quatro componentes representa certas aptidões que reunidas, dão origem à sua inteligência emocional; cada nível subsequênte incorpora as aptidões dos níveis anteriores, sendo construídos, assim, de forma hierárquica. […] Esses quatro componentes são: A capacidade de perceber, avaliar e expressar corretamente uma emoção; Acapacidade de gerar ou ter acesso a sentimentos quando eles puderem facilitar sua compreensão de si mesmo ou de outrem; A capacidade de compreender as emoções e o conhecimento derivado
  • 2. delas; A capacidade de controlar as próprias emoções para promover o crecimento emocional e intelectual. “As pessoas têm sido solicitadas a aprender habilidades em tempo mais curto que sua condição humana permite, ou solicitação a alterar suas identidades, sem que isso faça parte de seus planos de vida.” (ZANELLI, BORGES-ANDRADE,BASTOS, 2004, p.14). As pressões no trabalho estão relacionadas as questões físicas, mecânicas, químicas e biológicas. Nas organizações, elas tem como seu principal alvo o trabalhador, no qual pode levar desgastes, envelhecimento e doenças somáticas. (DEJOURS; ABDOUCHEBI, 1994) Segundo Zanelli, Borges-Andrade, Bastos (2004, p. 13) Assim, relacionado à sociedade e às suas atividades, o estudo do trabalho transformou-se em um campo fertil para o desenvolvimento das ciências sociais e comportamentais e transformou-se numa arena transdisciplinar que facilitou o diálogo entre essas ciências. Compreender a relação entre os processos sócio comportamentais e os processos de produção ganhou o status de uma necessidade crescente desde a implementação da tecnologia do vapor, em meados do século XVIII. A adaptação do desempenho humano a fluxos racionalizados de produção demandava domínio mais profundo e sistematizado sobre a relação entre os fluxos de produção e o contexto. Luta, Dependência, fuga e união são modalidades emocionais que permitem a um grupo numa organização se tornarem atuantes e produtivos, organizados, solidários e cuidadosos (BAHIA; FURTADO; TRASSI, 1999). Posições éticas cruciais advêm de aptidões emocionais intrínsecas, o controle dos impulsos é fundamental para o caráter e a força de vontade.(GOLEMAN, 2007). Para a realização do trabalho, existe, às vezes, entre o homem e a organização, um espaço de liberdade para uma negociação, isto é, uma invenção do operador sobre a própria organização do trabalho, para congruente com às suas necessidades e desejos. (DEJOURS, 1987). Por as emoções serem uma interação entre pensamento, alterações fisiológicas e atitudes. Compreende-las permite saber lidar ,em situações de desequilíbrio emocional, de forma mais produtiva..(WEISINGER, 1997). “Qualquer um pode zangar-se – isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo, e de maneira certa – não é fácil” (ARISTÓTELIS, Ética a nicomaco) Segundo Goleman (2007, p. 42) É em momentos assim – quando um sentimento impulsivo domina o racional – que o recém-descoberto papel da amígdala se mostra crucial. Os sinais que vêm dos sentidos
  • 3. permitem que a amígdala faça uma varredura de toda experiência, em busca de problemas. Isso a põe num poderoso posto na vida mental, alguma coisa semelhante a uma sentinela psicológica, desafiando cada situação, cada percepção, com apenas um tipo de pergunta em mente, a mais primitiva: “É alguma coisa que odeio? Isso me fere? Alguma coisa que temo?” Se for este o caso se o momento em questão de algum modo esboça um “Sim” A amígdala reage instantaneamente, como um fio de armadilha neural, telegrafando uma mensagem de crise para todas as pertes do cérebro. Na arquitetura do cérebro, a mígdala coloca-se de um modo um tanto semelhante ao alarme de uma empresa, onde operadores estão a postos para enviar chamadas de emergência ao corpo de bombeiros, polícia e um vizinho, sempre que um sistema de segurança interno dá o sinal de perigo. Quando os empregados se utilizam da inteligência emocional eles ajudam a formar uma organização emocionalmente inteligente, sendo cada um responsável por moldar sua própria inteligência, seja nas relações interpessoais ou na organização como um todo (WEISINGER, 1997). Segundo Weisinger (1997, p.18). “A base de qualquer relacionamento é a comunicação: A comunicação estabelece vínculos, e o vínculo forma um relacionamento. É incalculável o valor da capacidade de comunicar-se eficazmente no local de trabalho”. Um aspecto importante a ser considerado tanto para administradores como para profissionais da área de recursos humanos é que o distanciamento entre o escalão superior e o nível do operariado dificulta na identificação de falhas na produção decorrentes de sofrimento mental (Dejours, 1987). “Qualquer situação enfrentada pode ser um problema estressante para alguém, caso a pessoa sofra por não conseguir o objetivo desejado ou seja submetida a um ou vários eventos negativos e graves.” (ALVARENGA, 2007, p. 128).