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CÍCERO: ESTOICISMO
ROMANO E LEI NATURAL
  BITTAR, Eduardo C.B. ALMEIDA,
 Guilherme Assis de Curso de filosofia
  do Direito. São Paulo, Atlas, 2001
6.1 Pensamento
          ciceroniano
 Marcus Túllius Cícero, como estóico
  afirma que a natureza humana só se
  pode realizar uma vez observada as
  regras do cosmo e a ordem divina das
  coisas. 132
 “… o que é moral não pode estar
  vinculado a nenhum outro atrelamento
  senão à própria realização moral.”
Independência regularidade e
                dever
   “A ética estóica caminha no sentido de postular
    a independência do homem com relação a tudo
    o que o cerca e seu atrelamento com causas e
    regularidades universais. A preocupação com o
    conceito de dever (kathékon) irrompe com uma
    série de conseqüências histórico-filosóficas que
    haviam de marcar nuanças anteriores
    inexistentes. Razão, dever, felicidade, sabedoria
    e autonomia, relacionam-se com proximidade
    inusitada dentro da tradição romana…” 133
6.2 Ética estóica
   A ética estóica é uma ética da ataraxia. O
    homo ethicus do estoico é o que respeita o
    universo e suas leis cósmicas e se respeita.
    (…) é capaz de alcançar a ataraxia, o estado
    de harmonia corporal, moral e espiritual, por
    saber distinguir o bem do mal. Este homem não
    se abala excessivamente nem pelo que é bom
    nem pelo que é mau,…
   Significa, então, descoberta de sua
    interioridade, posse de um estado
    imperturbável diante das ocorrências externas.
    134
Ação, felicidade e dever
   Na ética estóica convivem conhecimentos
    lógicos e físicos, não é a contemplação a
    finalidade da conduta humana, mas sim a
    ação, pois é nesta que reside a capacidade de
    conferir felicidade ao homem. É por meio da
    ação que surgem as oportunidades de ser ou
    não ser; é na ação que reside o ideal de
    vida estóico .
   A ética estóica (…) determina o cumprimento
    de mandamentos éticos pelo simples
    dever. (…) A ética deve ser cumprida porque
    se trata de mandamentos certos e
    incontornáveis da ação. 135
A honra e as leis naturais em
         oposição ao interesse
   “Se o que nos leva a ser honrados não é a
    própria honradez, mas sim a utilidade e o
    interesse, então não somos bons, somos
    espertos” 135
   “Mas, o maior absurdo é supor-se justas todas
    as instituições e leis dos povos.” 136
   “Essa obediência aos mandamentos éticos
    se deve ao fato de tais mandamentos
    decorrerem de leis naturais . (…) É da phýsis
    que emanam as normas do agir.” 136
A felicidade, a harmonia e a
              sabedoria
   Elas residem num estado de alma em que o
    homem se torna capaz de ser indiferente às
    mudanças que estão a sua volta, a um só
    tempo: a) por reconhecer a fugacidade de todas
    as coisas, por ser temente a Deus; b) por confiar
    na justiça que decorre de seus atos; c) por estar
    certo de que age de acordo com sua lógica; d)
    por conhecer de um conhecimento certo as
    coisas pela causa física e) por respeitar a
    natureza e os preceitos dela decorrentes; f) por
    viver conforme o que é capaz de produzir um
    benefício para a comunidade. 137
6.3 Ética ciceroniana e justiça
   Duas contribuições são importantes, a
    formação da ética a partir da intuição natural
    e a afirmação da ação .
   “No cosmos é que Cícero encontra a reta razão
    (…) que a tudo ordena, e de acordo com a qual
    se devem pautar todas as condutas humanas. A
    ética ciceroniana movimenta-se a partir de uma
    lei absoluta preexistente , imutável,
    intocável, soberana e perfeita que tudo
    governa:” 138
Lei natural, bem e razão
   “O parâmetro da conduta humana deverá ser a
    observância da lei natural, e isso porque nela
    se encontra a noção de bem que deve ser
    seguida.” 138
   “Se o bem é louvável é porque encerra em si
    mesmo algo que nos obriga a louvá-lo; pois o
    bem não depende das convenções e sim da
    natureza .”
   “Se a razão é o distintivo humano, a virtude
    de acordo com a reta razão será o distintivo do
    ser humano justo :”
Natureza do Direito e natureza do
            homem
   “Para que se possa iniciar um estudo
    acerca das leis , ter-se-á, então, que iniciar
    um estudo sobre a natureza e as leis
    naturais ,…”
   “Temos de explicar a natureza do Direito e
    buscaremos a explicação no estudo da natureza
    do homem.”
   (…) a lei é a razão suprema da natureza,
    que ordena o que se deve fazer e proíbe o
    contrário.
Lei, natureza e razão
   “… para falar de Direito devemos começar pela
    lei; e a lei é a força da Natureza , é o
    espírito e a razão do homem dotado de
    sabedoria prática, é o critério do justo e do
    injusto.” 140
   “A razão é o que há de ligação, (…), entre os
    homens e os deuses .” 140
   A razão justa é a lei , outro vínculo entre os
    homens e os deuses. Logo, devemos considerar
    que o nosso universo é uma só comunidade,
    constituída pelos deuses e pelos homens.
Felicidade constituição e República
   “ Em suma, não há felicidade sem uma
    boa constituição política; não há paz,
    não há felicidade possível, sem uma
    sábia e bem organizada República”. 141
   “…a natureza nos criou para que
    participássemos todos do Direito e o
    possuíssemos em comum .”
   A lei natural e eterna é a fonte do
    Direito. 141
O Bem e a razão divina
   “… a noção intuitiva de bem , de acordo com a
    razão eterna e divina, precede a qualquer
    convenção humana e a qualquer ato
    legislador.”
   “Por isso a lei verdadeira e essencial, a que
    manda e proíbe legitimamente, é a razão do
    grande Júpiter .”
   “Assim como a mente divina é a lei suprema, do
    mesmo modo a razão é a lei quando atinge no
    homem seu mais completo desenvolvimento;
    mas este desenvolvimento só se encontra na
    mente do sábio.” 142
República, Direito, leis naturais e
               Deus
 “Arepública pressupõe Direito, e o
 Direito pressupõe leis, e as leis
 pressupõem leis naturais, e as leis
 naturais pressupõem Deus. Assim, a
 investigação ciceroniana em torno do
 problema da justiça, da virtude e do
 Direito se entrelaça com razões cósmicas,
 com razões naturais…” 145-146
Obrigações da justiça
   “A primeira obrigação da justiça é não
    fazer mal a ninguém, sem que se seja
    provocado por qualquer injúria; e a segunda,
    usar dos bens comuns como comuns, e como
    próprios dos nossos em particular.” 146
   Numa profunda ordenação cósmico-natural
    se pode encontrar o fundamento de toda
    ética e de todo conceito de justiça na
    teoria ciceroniana.
Virtudes, sociabilidade e realização
              humana
   “As virtudes são estimuladas pela lei natural, e
    os vícios são repreendidos por ela. ”
   “ É a sociabilidade condição natural
    humana, de modo que a organização do
    Estado, das leis, da justiça são
    condições para a realização da própria
    natureza humana.”
   Tem-se uma ética do dever, na base da lei
    natural, cuja finalidade é governar o todo. “É
    com a república que surge a felicidade humana.”
    147

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Cícero e a lei natural na ética estoica romana

  • 1. CÍCERO: ESTOICISMO ROMANO E LEI NATURAL BITTAR, Eduardo C.B. ALMEIDA, Guilherme Assis de Curso de filosofia do Direito. São Paulo, Atlas, 2001
  • 2. 6.1 Pensamento ciceroniano  Marcus Túllius Cícero, como estóico afirma que a natureza humana só se pode realizar uma vez observada as regras do cosmo e a ordem divina das coisas. 132  “… o que é moral não pode estar vinculado a nenhum outro atrelamento senão à própria realização moral.”
  • 3. Independência regularidade e dever  “A ética estóica caminha no sentido de postular a independência do homem com relação a tudo o que o cerca e seu atrelamento com causas e regularidades universais. A preocupação com o conceito de dever (kathékon) irrompe com uma série de conseqüências histórico-filosóficas que haviam de marcar nuanças anteriores inexistentes. Razão, dever, felicidade, sabedoria e autonomia, relacionam-se com proximidade inusitada dentro da tradição romana…” 133
  • 4. 6.2 Ética estóica  A ética estóica é uma ética da ataraxia. O homo ethicus do estoico é o que respeita o universo e suas leis cósmicas e se respeita. (…) é capaz de alcançar a ataraxia, o estado de harmonia corporal, moral e espiritual, por saber distinguir o bem do mal. Este homem não se abala excessivamente nem pelo que é bom nem pelo que é mau,…  Significa, então, descoberta de sua interioridade, posse de um estado imperturbável diante das ocorrências externas. 134
  • 5. Ação, felicidade e dever  Na ética estóica convivem conhecimentos lógicos e físicos, não é a contemplação a finalidade da conduta humana, mas sim a ação, pois é nesta que reside a capacidade de conferir felicidade ao homem. É por meio da ação que surgem as oportunidades de ser ou não ser; é na ação que reside o ideal de vida estóico .  A ética estóica (…) determina o cumprimento de mandamentos éticos pelo simples dever. (…) A ética deve ser cumprida porque se trata de mandamentos certos e incontornáveis da ação. 135
  • 6. A honra e as leis naturais em oposição ao interesse  “Se o que nos leva a ser honrados não é a própria honradez, mas sim a utilidade e o interesse, então não somos bons, somos espertos” 135  “Mas, o maior absurdo é supor-se justas todas as instituições e leis dos povos.” 136  “Essa obediência aos mandamentos éticos se deve ao fato de tais mandamentos decorrerem de leis naturais . (…) É da phýsis que emanam as normas do agir.” 136
  • 7. A felicidade, a harmonia e a sabedoria  Elas residem num estado de alma em que o homem se torna capaz de ser indiferente às mudanças que estão a sua volta, a um só tempo: a) por reconhecer a fugacidade de todas as coisas, por ser temente a Deus; b) por confiar na justiça que decorre de seus atos; c) por estar certo de que age de acordo com sua lógica; d) por conhecer de um conhecimento certo as coisas pela causa física e) por respeitar a natureza e os preceitos dela decorrentes; f) por viver conforme o que é capaz de produzir um benefício para a comunidade. 137
  • 8. 6.3 Ética ciceroniana e justiça  Duas contribuições são importantes, a formação da ética a partir da intuição natural e a afirmação da ação .  “No cosmos é que Cícero encontra a reta razão (…) que a tudo ordena, e de acordo com a qual se devem pautar todas as condutas humanas. A ética ciceroniana movimenta-se a partir de uma lei absoluta preexistente , imutável, intocável, soberana e perfeita que tudo governa:” 138
  • 9. Lei natural, bem e razão  “O parâmetro da conduta humana deverá ser a observância da lei natural, e isso porque nela se encontra a noção de bem que deve ser seguida.” 138  “Se o bem é louvável é porque encerra em si mesmo algo que nos obriga a louvá-lo; pois o bem não depende das convenções e sim da natureza .”  “Se a razão é o distintivo humano, a virtude de acordo com a reta razão será o distintivo do ser humano justo :”
  • 10. Natureza do Direito e natureza do homem  “Para que se possa iniciar um estudo acerca das leis , ter-se-á, então, que iniciar um estudo sobre a natureza e as leis naturais ,…”  “Temos de explicar a natureza do Direito e buscaremos a explicação no estudo da natureza do homem.”  (…) a lei é a razão suprema da natureza, que ordena o que se deve fazer e proíbe o contrário.
  • 11. Lei, natureza e razão  “… para falar de Direito devemos começar pela lei; e a lei é a força da Natureza , é o espírito e a razão do homem dotado de sabedoria prática, é o critério do justo e do injusto.” 140  “A razão é o que há de ligação, (…), entre os homens e os deuses .” 140  A razão justa é a lei , outro vínculo entre os homens e os deuses. Logo, devemos considerar que o nosso universo é uma só comunidade, constituída pelos deuses e pelos homens.
  • 12. Felicidade constituição e República  “ Em suma, não há felicidade sem uma boa constituição política; não há paz, não há felicidade possível, sem uma sábia e bem organizada República”. 141  “…a natureza nos criou para que participássemos todos do Direito e o possuíssemos em comum .”  A lei natural e eterna é a fonte do Direito. 141
  • 13. O Bem e a razão divina  “… a noção intuitiva de bem , de acordo com a razão eterna e divina, precede a qualquer convenção humana e a qualquer ato legislador.”  “Por isso a lei verdadeira e essencial, a que manda e proíbe legitimamente, é a razão do grande Júpiter .”  “Assim como a mente divina é a lei suprema, do mesmo modo a razão é a lei quando atinge no homem seu mais completo desenvolvimento; mas este desenvolvimento só se encontra na mente do sábio.” 142
  • 14. República, Direito, leis naturais e Deus  “Arepública pressupõe Direito, e o Direito pressupõe leis, e as leis pressupõem leis naturais, e as leis naturais pressupõem Deus. Assim, a investigação ciceroniana em torno do problema da justiça, da virtude e do Direito se entrelaça com razões cósmicas, com razões naturais…” 145-146
  • 15. Obrigações da justiça  “A primeira obrigação da justiça é não fazer mal a ninguém, sem que se seja provocado por qualquer injúria; e a segunda, usar dos bens comuns como comuns, e como próprios dos nossos em particular.” 146  Numa profunda ordenação cósmico-natural se pode encontrar o fundamento de toda ética e de todo conceito de justiça na teoria ciceroniana.
  • 16. Virtudes, sociabilidade e realização humana  “As virtudes são estimuladas pela lei natural, e os vícios são repreendidos por ela. ”  “ É a sociabilidade condição natural humana, de modo que a organização do Estado, das leis, da justiça são condições para a realização da própria natureza humana.”  Tem-se uma ética do dever, na base da lei natural, cuja finalidade é governar o todo. “É com a república que surge a felicidade humana.” 147