O poema expressa a saudade do autor por coisas que ainda não viveu, como amigos que conhecerá, amores distantes, canções e livros ainda por vir. Apesar das saudades do que não experienciou, o autor não sente saudade de Deus, pois vê Sua presença em toda a criação, o que lhe dá a certeza de que tudo caminha para o bem.

1. Texto: Saudades
Autor: Luiz Gonzaga Pinheiro
Música: Capricho italiano

2. Sinto uma saudade imensa dos sorrisos que
nunca dei.

3. Dos carinhos que fui deixando escapar por
causa da timidez.

4. Das palavras que me chegaram atrasadas,
depois do afago já feito.

5. Sinto saudades de coisas que nunca vi e
de lugares onde nunca passei.

6. De amigos que ainda vou encontrar e de
poemas que não li.

7. Sinto falta das canções que ainda estão
espalhadas em notas dispersas e dos livros
que ainda não escrevi.

8. De amores que se encontram a distâncias
incomensuráveis, mas que algo me
diz que me esperam.

9. De luzes que me diminuam a negritude.

10. Sinto uma necessidade urgente de ver
a bondade.

11. De acreditar nas pessoas, de ir longe, longe,
onde o silêncio congela o tempo.

12. De que as cadeias se acabem e os templos
floresçam.

13. Só nunca senti saudade de Deus,
consequência da própria saudade que sinto.

14. Porque O vejo em cada folha, cada suspiro,
cada grão de areia.

15. E é essa certeza de que tudo caminha para o
Bem e para o Belo que me causa essa sensação
de lentidão diante do infinito que devo
percorrer.

16. Formatação: o caçador de imagens