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Proposta Pedagógica                       Educação Infantil




               Proposta Pedagógica
                      Educação Infantil




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                           © EMEB PROFª MARIA BARBOSA MARTINS, 2012.




           É Permitida a reprodução ou transmissão desta obra por qualquer meio, sem a prévia

                           Autorização do autor, desde que preservada a fonte.

                      Direitos reservados para a autora, protegidos pela Lei 9610/98.

      A originalidade dos artigos e as opiniões emitidas são de inteira responsabilidade de sua autora.



                   Embm.

                                MARTINS, EMEB Maria Barbosa.

                                     Proposta Pedagógica Educação Infantil

                          Distrito de Bonsucesso. Várzea Grande-MT, 2012.

                                 1.Proposta Pedagógica. 2. Educação

                                            Educação Infantil .




                                         José Wilson Tavares

                                                  Diretor

                                              Eliane Winck

                                         Coordenadora Pedagógica

                                          Azuil Marcio Bastos

                                            Presidente do CCDE

                                         Sandra Regina Nunes

                                             Secretária Escolar

                                       Tatiane Pinheiro da Silva

                            Professora comunitária Programa Mais Educação



                                  Adnilse de Souza Santos Siqueira

                                                Articuladora

                                           Pagina na Internet:

                              www.emebmariabarbosamartins.blogspot.com


                                                                                                               2
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                           Educação Infantil




                      Distrito de Bonsucesso – Várzea Grande - MT

                                         2012



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      “Avançar juntos, Irmãos e leigos, de maneira resoluta e

  manifesta, aproximando-os mais das crianças e dos jovens mais
   pobres e excluídos, mediante novos caminhos de educação, de
                      evangelização e de solidariedade”.




                                                                           4
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Apresentação




           Este documento tem como finalidade apresentar as proposta de trabalho
a ser desenvolvida na EMEB PROFª MARIA BARBOSA MARTINS, cujo trabalho
apóia-se na perspectiva de uma educação de qualidade, buscando, para atender
esse objetivo, ações voltadas para melhores condições de trabalho; uma prática
pedagógica em consonância com o contexto atual de modo a formar cidadãos
críticos e conscientes do seu papel social; como também, a integração da escola
com a comunidade, tendo em vista que a participação desta última torna-se
primordial no desenvolvimento do cidadão que almejamos. Para compor a Proposta
Pedagógica foi feito um novo levantamento do Histórico da Escola e Comunidade
onde pudemos conhecer nossa clientela e os profissionais envolvidos por meio do
Diagnóstico da Situação Presente. Traçamos objetivos e metas a serem alcançados
durante o ano letivo baseado nos Princípios Norteadores que regem a Educação
Pública.
           Contempla-se no conteúdo desta, a Organização Curricular, bem como,
Projetos Especiais que poderão propiciar a contextualização e interdisciplinaridade
das habilidades e competências a serem trabalhadas. Definimos os valores
fundamentais em torno dos quais se constrói a escola os quais descrevem como
esta Unidade de Ensino pretende atingir sua missão. As estratégias foram traçadas
para englobar a maneira pela qual se pretende alcançar os objetivos. Em coerência
com os pressupostos citados acima, propomos instrumentos que possibilitem um
acompanhamento e controle que forneçam subsídios reais, concretos e adequados
à comunidade do trabalho aos níveis de manutenção e redimensionamento da
educação. A elaboração, aplicabilidade e o sucesso desta Proposta Pedagógica
contaram com o empenho coletivo dos membros desta Instituição. Mas é de
consciência dos que o produziram de que está aberto a todo e qualquer tipo de
sugestão e encaminhamentos, contemplando, assim, o que consideramos ser
essencial no processo educativo: o fazer e refazer das ações pedagógicas no “ritmo”
do movimento da história.


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              Nossas reflexões pedagógicas têm como referencial, os escritos da
brasileira e literária Ruth rocha, assim transcrevemos um trecho do seu livro: A
Quando a Escola é de Vidro:
                     Eu ia à escola todos os dias de manhã e quando chegava, logo, logo, eu tinha que
                     me meter no vidro. É no vidro! Cada menino ou menina tinha um vidro e o vidro
                     não dependia do tamanho de cada um, não! O vidro dependia da classe em que a
                     gente estudava. Se você estava no primeiro ano, ganhava um vidro de um
                     tamanho. Se você fosse do segundo ano, seu vidro era um pouquinho maior. E
                     assim, os vidros iam crescendo à medida que você ia passando de ano. Se não
                     passasse de ano era um horror. Você tinha que usar o mesmo vidro do ano
                     passado. Coubesse ou não coubesse. Aliás, nunca ninguém se preocupou em
                     saber se a gente cabia nos vidros. E para falar a verdade, ninguém cabia direito.
                     Uns eram gordos, outros eram muito grandes, uns eram pequenos e ficavam
                     afundados no vidro, nem assim era confortável. A gente não escutava direito o que
                     os professores diziam, os professores não entendiam o que a gente falava, e a
                     gente nem podia respirar direito... A gente só podia respirar direito na hora do
                     recreio ou na aula de educação física. Mas aí a gente já estava desesperada de
                     tanto ficar preso e começava a correr, a gritar, a bater uns nos outros1.


A Metáfora do Vidro


              O hábito de ficar dentro dos vidros acaba se tornando cômodo para
algumas crianças, elas se adaptam à forma do vidro e acabam se sentindo até
desconfortáveis fora dele. Quanto mais elas se moldam ao vidro menos trabalho dá
aos adultos. Outras, porém, sofrem porque são diferentes e esta diferença não é
levada em conta; elas não recebem nenhum tipo de ajuda e de estímulo. Mas será
que é isso que se quer do processo educacional? Todo mundo pensando iguale
fazendo tudo igual? O vidro filtra o que o professor fala e também o que fala o aluno.
              A comunicação e,portanto as relações entre eles não são espontâneas.
Ouvir é diferente de escutar ativamente, é muito diferente! Em se tratando de
crianças e adolescentes, há que se fazer um esforço extra para entender
exatamente o que eles querem dizer! Mesmo assim, com todo nosso esforço e
atenção, quantas perguntas deixaram de ser formuladas e quantas outras deixaram
1
 ROCHA, Ruth nasceu em São Paulo em 1931. Tem formação em sociologia e atuou na área de educação. É
escritora brasileira, especializada em livros infantis. Faz parte da Academia Paulista de Letras. É mais conhecida
no ramo literário por ter escrito "Marcelo Marmelo Martelo", livro que vendeu mais de 1 milhão de cópias.
Escreveu na Revista Cláudia, voltada para o público feminino. Escreveu também na revista Educação.


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de ser respondidas! As crianças que ficaram tempo demais dentro de vidros adoram
as aulas de educação física.
           O corpo do aprendiz faz parte dele, é através do corpo que ele fala, que
expressa seus sentimentos e que ele aprende. Assim, há muitas maneiras de
aprender e todas elas devem ser colocadas à disposição do aprendiz. Um dia
teremos a revolução dos vidros, e a diferença, não mais a mesmice, será valorizada!
A Psicopedagogia lida essencialmente com a aceitação dessas diferenças, tentando
entendê-las. É através da busca de novos caminhos que ela pretende dar um novo
significado à aprendizagem.




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Introdução




           A apresentação deste documento tem por finalidade, viabilizar uma
proposta de plano de trabalho a ser desenvolvida pela EMEB PROFª “MARIA
BARBOSA MARTINS“. Esta proposta deverá ser aperfeiçoada posteriormente por
meio da participação efetiva de todos os segmentos da escola. Entende-se também
que se deve considerar toda realidade e problemáticas enfrentadas pela
comunidade.
           A Educação é Sistema isto é um conjunto e conseqüentemente é escola,
cabendo a esta, desenvolver um trabalho onde considere toda a legislação
pertinente, sem deixar de lado as opiniões e experiências de toda comunidade
escolar para a elaboração, execução e avaliação de um plano de trabalho, em busca
de uma Escola Pública de excelência no exercício pleno da cidadania, é o resultado
final é a promoção escolar, que resultou de vários fatores, normas, conceitos e
zelos de cada um que fez a sua parte dentro do Sistema o todo maior.
            Compete também a todos os funcionários em educação, o resgate do
papel afetivo, social e cognitivo e também o resgate dos valores culturais, religiosos,
cívicos e sociais. Todas as indicações apresentadas neste Plano de Trabalho serão
discutidas, ampliadas e avaliadas por todos os segmentos da Escola, com o intuito
de estabelecer um ambiente de democracia plena. “Informação, educação e cultura
são alicerces de uma sociedade justa e desenvolvida, tanto no aspecto econômico,
científico e tecnológico quanto social e humanístico... E o ponto de partida deste
processo é o conhecimento...




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Justificativa




           Foram iniciadas as atividades atendendo alunos da Educação infantil e do
Ensino Fundamental anos iniciais e Finais, numa visão em que a escola é um todo
e este todo é a soma de um grupo que monitora, colabora, faz e soma para
chegar ao resultado final, a oferta de uma educação de qualidade e que norteia o
cidadão ao pleno exercício da cidadania.
           A Oferta e a disponibilização dos Serviços educacionais é a celebração
das   funções    sociais   da   escola, quando     boa   soma   quando      ruim e não
desenvolve o seu papel, fica parada no tempo e não celebra resultado algum.
           A Unidade de Ensino tem na comunidade o cerne da diversidade de
costume, lemas, tradições e conceitos de vida coletiva, ela esta inserida neste
meio e precisa superar os obstáculos, para atende alunos de todo o seu entorno,
próximo e longínquo, e cada uma traz as suas experiências vivida no meio
onde fixou residência junto aos seus familiares e coletivos.
           As    disparidades   geográficas   da   comunidade     escolar    a tendida,
apresentam uma situação social e econômica definida, nelas residem pessoas
menos favorecidas social e economicamente. Nossa comunidade                     discente
comporta uma grande porcentual de crianças e adolescentes, que vivem situações
adiversas as normas e exigências legais do processo             educacional, os quais
geram conflitos, diantes        das       situações      de desajustes familiares e
conseqüentemente, dificuldades de aprendizagem e problemas de disciplina,
refletem no coletivo da sala de aulas e no interior da unidade como um todo.
           A situação presente mostra-se grave devido ao grande número de
ocorrências diárias de brigas na maioria das vezes geradas por situações ocorridas
fora da escola, falta de hábitos e disciplinas que deveriam ser formadas em casa,
no interior da família. Esta situação evidencia o pouco compromisso dos genitores
ou responsáveis coma formação de seus tutelados.
           Os Fatores mais sentidos são os que têm afetado a unidade no seu
coletivo, em curto e médio prazo, como:
    Baixa pontualidade;
    Ausência de assessórios e materiais escolares básicos;
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     Baixa freqüência as aulas e programas;
     Ausência da família na escola;
     Falta de co-responsabilidade na formação de seus filhos, diante da falta
       de realização das atividades extraclasse e no contra turno;
           Segundo Basil Bernstein2(1947), a aprendizagem e a ação social fazem-
se vital a orientação cognitiva e prática do homem, regulado, por um controle
simbólico adquirido nas instituições pedagógicas oficiais e locais, tais como na
escola e na família. Em síntese, a aprendizagem e o desempenho escolar para
Bernstein, dependem primeiramente da inter-relação entre mãe e filho, e
posteriormente, entre professor e aluno. Diante do exposto este plano de trabalho
visa possibilitar, a todos os alunos, incentivo á permanência na escola; o
aprendizado para a vida, privilegiando os valores humanos, cristãos e tecnológicos,
contribuindo na formação de pessoas conscientes e éticas, comprometidas com a
solidariedade e responsáveis em suas ações, capazes e criativos para enfrentar o
mundo do trabalho; elevar o nível de aprendizagem e compreensão para
desenvolver habilidades e dominar competências.




2
   BEMSTEIN, Basil - nasceu em Londres, filho de uma família de imigrantes judeus. Em 1947 foi
estudar Ciências Sociais na London School of Economics, curso trocado depois pelo de Sociologia.
Sua teoria sobre os impedimentos sociais no aprendizado e sobre o papel que a comunicação
lingüística desempenha em uma sociedade estruturada em classes, sua obra teve grande influência
na reforma educacional de países como Chile e México



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O Cuidar e o Educar na Educação Infantil




                      “Educar significa, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e
                      aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir
                      para    o   desenvolvimento      das   capacidades   infantis   de   relação
                      interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de
                      aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos
                      conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.3”



           No entanto, quando se propõe a trabalhar com crianças bem
pequenas, precisamos entender suas necessidades e interesses e isto significa
saber quem são conhecer um pouco de suas histórias e da sua família. Neste
sentido, me percebo em constante estado de observação e vigilância, me
policiando para que minhas ações de rotina não se tornem mecanizadas.

          Há pouco tempo a escola era tida como espaço de educação e as
rotinas eram planejadas a partir deste princípio. Hoje assumimos novas
realidades com uma concepção voltada para o cuidar e o educar.

          O cuidar estar ligado à garantia das necessidades físicas tais como
alimentação, sono e higiene. Essa simples rotina diária deve ser realizada de
forma que ajude no desenvolvimento do aluno auxiliando na construção de sua
autonomia. Ao trocar ou alimentar uma criança você está também educando e
estimulando hábitos e atitudes. Além disso, não podemos deixar de falar da ação
conjunta dos outros educadores e membros da equipe escolar que trabalham de
forma integrada para que isso aconteça como cozinheira, faxineira, auxiliares de
sala e coordenação.

           Para garantir um ótimo resultado com os alunos o professor da
educação infantil, especialmente de crianças de 4 a 5 anos, não pode esquecer
que Educar e Cuidar são duas ações que devem ser caminhadas juntas, com
interferências, recuos e novas tentativas de acerto. Nessa fase o professor vai
encontrar em seus caminhos diversos desafios que vão além do ensinar e cuidar.
Cabe a ele ter um olhar especial com cada aluno, pois só assim conseguirá
atender às necessidades e alcançar seu objetivo.

            Trabalhar com crianças pequenas, não é tarefa fácil, deve-se ter como
princípio, conhecer seus interesses e necessidades. Saber um pouco da historia de
cada uma, conhecer a família, as características de sua faixa etária e a fase de
desenvolvimento em que se encontra, sabendo verdadeiramente quem são. Assim

3
    Referencia Curriculares da Educação Infantil Volume 01
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poderemos compreender quais são as reais possibilidades dessas crianças,
lembrando que para elas a educação infantil é a porta inicial de entrada para uma
vida social mais ampla, longe do ambiente familiar.

           Antigamente, a escola de educação infantil tinha uma concepção
assistencial, onde as crianças ali passavam o dia todo para que seus pais pudessem
trabalhar. Nesse período os papeis eram bem claros: um cuidava e o outro educava.
As monitoras passavam o dia olhando as crianças brincarem e era o professor quem
cuidava da parte pedagógica ou seja com o desenvolvimento intelectual planejado.
Tal visão deve ser superada porque revela preconceito e sem fundamentação
diante da realidade em que se encontra, é preciso garantir espaço para que a
criança possa ter seus direitos respeitados.

          Cuidar e educar são propor uma ação pedagógica consciente, fixando
uma visão integrada do desenvolvimento da criança com base em concepções que
respeitem a diversidade, o momento e a realidade peculiares á infância.

          Saber que a criança é um ser completo, tendo sua interação social e
construção como ser humano permanente estabelecido em tempo integral. Cuidar e
educar significa compreender que o espaço/tempo em que a criança vive exige seu
esforço particular e a mediação dos adultos como forma que estimulem a
curiosidade com consciência e responsabilidade. Cuidar e educar, de acordo com as
novas diretrizes, deve caminhar junto.Ação conjunta dos educadores e demais
membros da instituição é essencial para garantir que o cuidar e o educar aconteçam
de forma integrada.

            Torna-se necessária um comprometimento de todos para o bem estar do
educando.

            As instituições de educação infantil nasceram na França, no século XVIII,
em resposta à situação de pobreza, abandono e maus-tratos de crianças pequenas,
cujos pais trabalhavam em fábricas, fundições e minas, criadas pela revolução
industrial. Todavia, os objetivos e formas de tratar as crianças dos extratos sociais
mais pobres da sociedade não eram consensuais.

          As instituições infantis durante muito tempo, incluindo as brasileiras,
organizavam seu espaço e sua rotina diária em função de idéia de assistência, de
cuidados e higiene da criança. A década de 1980 passou por um momento de
ampliação do debate a respeito dessas funções.

           A partir desse período, as instituições passaram a ser respeitadas e
reivindicadas como lugar de educação e cuidados coletivos das crianças de 0 a 6
anos.

          Modificar essa concepção de educação assistencialista significa atentar
para várias questões que vão além dos aspectos legais. Envolve principalmente,
assumir as especificidades da educação infantil e rever concepções sobre a infância.

           Para cuidar é preciso um comprometimento com o outro, com sua
singularidade, ser solidário com suas necessidades, confiando em suas

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capacidades. Isso inclui o que a criança sente, pensa o que ela sabe sobre si e o
mundo, visando a ampliação desse desenvolvimento e de suas habilidades, que,
aos poucos, tornarão mais independentes e mais autônomas.

            Para educar, faz-se necessário que o educador crie situações
significativas de aprendizagem, se quiser alcançar o desenvolvimento de habilidades
cognitivas, psicomotoras e socioafetivas, e que fundamental que a formação da
criança seja vista como um ato inacabado, sempre sujeito a novas inserções, e
novos recuos, a novas tentativas.

           Nesssa perspectiva, os debates estão indicando a necessidade de uma
formação mais abrangente e unificadoras para educadores infantis e de uma
reestruturação dos quadros de carreira que levem em consideração os
conhecimentos já acumulados no exercício profissional bem, como possibilite a
atuação profissional.

           A formação de docentes para atuar na educação infantil básica far-se-á
em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidade e
institutos superiores de educação admitida, como formação mínima para o
magistério na educação infantil e nas quatros primeiras séries do ensino
fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal. (LDB (Lei de
Diretrizes e Bases), dispõe no título VI, art.62).

            A formação do educador deve estar baseada na concepção de educação
infantil. Deve buscar a superação da dicotomia educação/assistência, levando em
conta o duplo objetivo da educação infantil de cuidar e educar.

          O agir pedagógico deve entender ás reais necessidades das crianças,
deve ser criativo, flexível, atendendo à individualidade e ao coletivo.

          A parceria com a família e os demais profissionais que se relacionam de
forma direta e indireta com a criança é que vai ser diferencial na formação desse
educando. A vida na instituição deve funcionar com base na tríade pais-educadores-
criança.




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Proposta Pedagógica                                                    Educação Infantil



Objetivos


Geral


          Instruir para que o aluno viva a maturidade de acordo com sua idade,
expressada na coerência entre o que é, o que crê e o que faz, formando uma
consciência reta e plena liberdade de ser e existir em um universo do seu mundo
imaginário, onde possa os princípios básicos da apropriação de novos
conhecimentos a partir de suas habilidades intelectuais e experiências vividas no
meio social onde esta inserido: Família, Comunidade e escola.




Objetivos Específicos




1. Desenvolver iniciativa com autonomia, para que demonstre disposição para
   aprender, reconhecer suas capacidades nos distintos âmbitos de participação,
   podendo expressar seus sentimentos e aprendam a regular suas emoções. Isto
   os conduzirá a aprender a interpretar e a expressar
2. Ser capaz de assumir funções distintas e trabalhar em colaboração com os
   demais e estar atento às necessidades dos demais e apoiar a quem os
   necessitar, resolver conflitos através do diálogo, reconhecer e respeitar as
   regras de convivência na escola e fora dela. O que os levará a manifestar, em
   sua relação com os demais, os valores fundamentais para a convivência: apreço
   da dignidade humana, igualdade dos direitos entre pessoas, reconhecimento e
   apreço da diversidade cultural e ética; justiça, respeito, ajuda mútua e
   generosidade.
3. Conhecer, compreender os conceitos: escutando, memorizando, reconstruindo-
   os e recriando-os em seu imaginário, e comecem a desenvolver sua capacidade
   de reflexão e criatividade.
4. Melhorar e enriquecer a expressão e compreensão de mensagens orais dos
   idiomas e ampliar o vocabulário para satisfazer necessidades pessoais e sociais.
5. Compreender as principais funções da linguagem escrita e conhecer as
   características de diversos tipos de texto através de sua participação em atos de
   leitura e escrita em dois idiomas (nativo e segundo língua).
6. Aprender noções matemáticas a partir de situações que demandem o uso de
   conhecimentos e suas capacidades para estabelecer relações de
   correspondência, quantidade e construção entre objetos; para contar e estimar,
   para reconhecer atributos, medir magnitudes, para somar e subtrair.



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Proposta Pedagógica                                                    Educação Infantil



 7. Desenvolver habilidades para observar fenômenos naturais, perguntar, predizer,
     comparar, experimentar, registrar, buscar informação e elaborar explicações
     sobre processos de transformação do mundo natural e social e adquiram
     atitudes favoráveis para o cuidado e preservação do meio ambiente.
8. Melhorar suas habilidades de coordenação, controle, manipulação e movimento
    em atividades de jogo livre, organizado e de exercício físico que lhes permita
    adquirir consciência de suas conquistas e de sua capacidade para enfrentar e
    superar desafios, permitindo-lhes a construção equilibrada do esquema corporal,
    conhecendo suas capacidades físicas. Ponham em prática medidas de saúde
    individual e coletiva para preservar e promover uma vida saudável, assim como
    para prevenir riscos.




A Criança



         A criança é nossa prioridade, a LDB (1996) e, sobretudo o Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil RCNI, MEC, (1999), diz com prioridade
que “as crianças possuem uma natureza singular, que as caracterizam como seres
que pensam o mundo de um jeito muito próprio. No processo de construção do
conhecimento, estabelecem relações com as outras pessoas e com o meio em que
vivem, fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressignificação.”


       A Educação Infantil constitui, hoje, um segmento importante do sistema
educacional do país, reconhecida como a primeira etapa da educação básica. Diante
dessa realidade, é fundamental repensar o fazer na Educação Infantil, buscando
nesse contexto uma aprendizagem mais significativa, construída a partir dos
conhecimentos prévios da criança, respeitando as suas fases maturacionais, como
um ser que se relaciona consigo, com os outros e com a natureza. Sendo assim, é
mister que nesse momento seja o melhor possível, pois terá repercussões no futuro.


        A Educação Infantil da EMEB MARIA BARBOSA MARTINS tem como meta,
contemplar a criança em sua totalidade, favorecendo a construção do seu
conhecimento, respeitando às suas diferenças e às suas particularidades, cumprindo
assim, duas funções indissociáveis a esta etapa: a do cuidar e do educar,
propiciando assim o desenvolvimento da criança seus aspectos, físico, psicológico,
cognitivo, cultural e social.



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        A primeira experiência da criança na escola expandirá a curiosidade,
estimulará o desejo pela aprendizagem e ela sentir-se-á segura ao se separar de
seus pais, portanto é imprescindível que dediquemos total interesse para atender às
suas expectativas escolares.




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Filosofia da Escola




                          “Propiciar ao Educando a formação necessária para seu
desenvolvimento com espírito crítico e transformador, assegurando seus direitos e o
cumprimento de suas obrigações como cidadão consciente”. Inserindo no contexto
escolar as propostas do PDE – Plano de Desenvolvimento Escolar, como:



Nossos Valores

“Valorizar nosso alunado oferecendo qualidade nos serviços educacionais...”


Nossa Visão de Futuro

“Buscar ser uma escola que prime pela excelência de seus serviços, na cooperação entre os
segmentos da comunidade e poder público...”




Nossa Missão

“Preparar cidadãos que sejam comprometidos com as transformações sociais, críticos e
capazes trilhar novos valores ÉTICOS...”



Nossos Objetivos Estratégicos
   1. Aprimorar a Qualidade de Ensino – Aprendizagem;
   2. Fortalecer o Trabalho da Gestão Escolar.




Objetivo Geral

Propiciar aos educandos o contato com outras realidades, visando a ampliação dos
conhecimentos gerais e específicos de cada área, integrando o aluno às
comunidades afins para que se desenvolva sua visão crítica e ele adquira
capacidade de julgamento e emita opinião própria acerca do que ele vivenciou.

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Objetivos Específicos




   1- Estimular e promover atividades culturais e sociais extraclasse envolvendo outras
       comunidades.
   2- Estimular as práticas corporais e esportivas.
   3- Qualificar os profissionais da educação.
   4- Propiciar momentos de reflexão aprimorando senso crítico.
   5- Melhoria do espaço físico da escola.




Metas




   1- Envolvimento das comunidades em atividades educacionais e sociais realizadas pela
       escola;
   2- Envolver os alunos nas atividades esportivas sociais realizadas pela escola e
       também por outros Órgãos Públicos e Privados;
   3- Proporcionar palestras, seminários, oficinas, treinamentos, pesquisas, jogos e
       intercâmbios culturais a comunidade escolar;
   4- Promover cursos de capacitação para os profissionais da educação;
   5- Consolidar a posição de referencia a comunidade escolar interna e externa.




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Trabalhando os Projetos




          Nossa proposta pedagógica compreende que a criança é sujeito de sua
aprendizagem, que na sua relação com o outro, é capaz de mudar o mundo. A
concepção em que nos apoiamos é o construtivismo, no qual a ação pedagógica é
dinamizada constantemente pelas relações que se estabelecem na sala de aula e no
escolar, pelo fazer cotidiano do professor.


           Nessa perspectiva trabalhar com a Pedagogia de Projetos que está em
consonância com os nossos objetivos. Nosso trabalho parte de um olhar
diferenciado sobre a criança e sobre a nossa maneira de ensinar buscando incluí-la
ao máximo no processo.


           Segundo Hernandez (1998), a organização do currículo deve ser feita por
projetos de trabalho, com atuação conjunta de alunos e professores. As diferentes
fases e atividades que compõem um projeto ajudam os estudantes a desenvolver a
consciência sobre o próprio processo de aprendizagem (grifo nosso). Isto tem nos
possibilitado consolidar nossa proposta quando afirma a necessidade de sustentar
sempre uma nova prática inovadora de fazer educação ser um processo de estudo,
sem perder a contextualização na qual se insere o aluno e sua vida em um novo
mundo. Assim, nossa metodologia de projetos é amplia as possibilidades de
trabalhar com os conteúdos conceituais, procedimentais e Atitudinais, articulando as
diferentes áreas do conhecimento, além de proporcionar o desenvolvimento do
processo ensino aprendizagens.




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Eixos Norteadores




         A Educação Infantil é um espaço de inventividade, onde a criança pode criar
e recriar. A música, proposta no referencial é considerada uma linguagem e forma
de conhecimento, presente no cotidiano das crianças, buscam garantir um excelente
meio para o desenvolvimento da expressão, da auto-estima e autoconhecimento,
além de poderoso instrumento de integração social.


        O Ensino religioso pretende desenvolver a construção da identidade, a
dimensão da transcendência, fundamentado nas relações de segurança, da
proteção e do afeto. São Marcelino Champagnat, educador nato e excepcional
deixou-nos como legado o segredo de sua eficácia: o exemplo e a simplicidade com
que se relacionam as crianças e diz que: Para bem educar uma criança é preciso
antes de tudo amá-la. O trabalho com a psicomotricidade é o caminho pelo qual à
criança estabelece uma relação sadia com o corpo e a mente, organizando e
controlando o movimento, ela é capaz de construir melhor suas habilidades motoras.

Dentro das especificidades da Educação Infantil, nossa Proposta contempla os
Eixos norteadores da prática pedagógica:

    Concepção: Sujeito de direitos e um cidadão sócio-histórico-cultural.
     Proposta Pedagógica: com intencionalidade, gestão compartilhada,
     envolvendo a família, escola e comunidade interna e de seu entorno.
    Ludicidade: O Trabalho docente, as alternativas na pratica do fazer
     pedagógico e como         fazer, que viabilize o processo            de   ensino
     aprendizagem.
    Interações e Relações Sociais: O Processo de inserir a criança em um
     novo universo onde ele apropria de novos saberes e saberes que até
     então não é o seus: imaginado, fantasiado e cheio de cores de detalhes
     que só sua infância e idade podem descrever, é tornar possível viver em
     um novo ambiente de interações, busca, curiosidade, no processo de
     ensino e no contexto coletivo do aprender e viver.
    Conhecimento do mundo natural e social: Ser Mediador do processo de
     contato, tomar gosto, investigar, perguntar, ter curiosidade a partir da
     múltiplas ações que o processo no seu tempo e pratica possa envolve-la
     com a natureza; interagir com plantas, animais, materiais; ouvir histórias e
     estórias; movimentar-se em diferentes espaços naturais e culturais.
    Múltiplas Linguagens: prática pedagógica que envolva "atividades de
     aprendizagem significativas" que contemplem: música, desenho, pintura,
     teatro, movimento, escrita, oralidade, gestos, escultura, literatura, matemática,
     poesia, relações espaciais, tendo como foco principal a compreensão do
     mundo, expressar idéias, sentimentos, sensações, compartilhar suas


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     produções como os demais, criar, produzir e transformar o mundo, aos outros
     e a si próprio.
    Organização espaço/temporal: a construção dos espaços e a partir de um
     vivencia de um novo ambiente o da escola, a crianças possa ter a noção de
     seu espaço, e que forma ele pode interagir em todas as suas partes,
     como estímulo par a novas experiências no ser e existir como cidadão em
     plena formação a partir de práticas gostosa do jeito de ser criança. A
     Educação infantil deve proporcionar este ambiente de              aprendizado
     pedagógico a partir da realidade da criança, seu grau de desenvolvimento
     e sua s potencialidades.
    Avaliação: A medir desempenhos diários e estar sempre em contato com
     o novo a partir das alternativas que o aluno da Educação Infantil, busque
     par a solucionar a duvida que possa nascer do ato de recortar, desenhar,
     criar um ambiente de aprendizado. Nunca pensar no Carter promocional
     da avaliação. Sem duvida precisar ser diagnostica com vista à busca de
     alternativa par a facilitar a comunicação e o dialogo entre o educador e seus
     educando, sendo uma ferramenta de orientação da rotina da sala de aula.




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O Professor




         O professor não é mero espectador do caminho que a criança vai
percorrendo, é o mediador do processo, que oportuniza desafios e conquistas das
crianças, considerando cada estágio do desenvolvimento infantil. Para consistência
e êxito do trabalho, reconhecemos a importância da leitura, da pesquisa e dos
estudos, tendo em vista às constantes transformações no campo educacional. O
professor, consciente de sua missão, desafia e problematiza situações de
aprendizagem, estimulando, transformando e promovendo o conhecimento.


“A melhor herança que o educador pode deixar a uma criança é permitir-lhe traçar
seu próprio caminho e percorrê-la por completo com seus próprios pés.4”




4
    Isadora Duan
                                                                                      22
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Estrutura do Conteúdo na Educação Infantil

O Jogo Infantil



           Os conteúdos arrolados por blocos no eixo do trabalho com o brincar,
devem ser considerados como atividades contextualizadas e integradas ao restante
daquelas realizadas na sala-de-aula. Pois, eles explicitam a lógica interna da
linguagem do brincar, discriminada em atividades possíveis a serem desenvolvidas
com as crianças.

           As brincadeiras dependem, por um lado, da riqueza de recursos
individuais de cada criança e, por outro, da criação de condições, por parte dos
educadores, para que estas aconteçam de maneira favorável e com qualidade para
o desenvolvimento das capacidades simbólicas, afetivas e cognitivas das crianças.
Os conteúdos do brincar devem orientar as propostas de atividades para as
crianças, levando-se em conta:


   a) A idade e o meio no qual vivem;
   b) A diversificação de brinquedos e materiais no sentido de criar novas
      hipóteses para as crianças resolverem;
   c) Os interesses e capacidades demonstrados por elas em suas atividades
      espontâneas;
   d) Que a casinha é o conteúdo de brincar básico e vital a partir do qual as
      crianças experimentam suas primeiras capacidades simbólicas, descobrindo
      sentimentos e papéis a partir dos quais podem ampliar para outras situações
      sociais tais como mercearia, o mercado, o supermercado, a loja, o banco, o
      médico, o posto de saúde, o hospital, a igreja, o cabeleireiro, o barco, a nave
      espacial, a carpintaria, a vaquejada, a colheita.



Formação Pessoal e Social



           A formação da identidade e autonomia diz respeito ao conhecimento,
desenvolvimento e uso dos recursos pessoais para fazer frente às diferentes
situações da vida. A identidade é um conceito do qual faz parte à idéia de distinção,
de uma marca de diferença entre as pessoas, características físicas, modo de agir e
pensar, e história pessoal.

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           A construção da identidade e da autonomia depende das interações
sócio-culturais e da vivência de experiências consideradas essenciais associadas à
construção de vínculos e expressão da sexualidade.



Conteúdos



   1. Identificação de algumas características de sua família e do grupo imediato
       ao qual pertence;
   2. Reconhecimento de semelhanças e diferenças entre seu próprio corpo e o
       dos demais;
   3. Respeito às diferenças que caracterizam cada um;
   4. Cuidado e higiene pessoal das várias partes do corpo;
   5. Conhecimentos de regras de convívio social;
   6. Identificação de situações de risco no seu ambiente mais próximo;
   7. Procedimentos básicos de prevenção de acidentes e auto-cuidado;
   8. Respeito a cultura de seu grupo de origem e a de outros grupos;
   9. Confiança para solucionar alguns problemas do cotidiano;
   10. Expressão, manifestação e controle progressivo de suas necessidades,
       desejos e sentimentos em situações cotidianas;
   11. Ações de cooperação, solidariedade e ajuda na relação com os outros;
   12. Diferenças e semelhanças de necessidades de cuidados entre os seres
       humanos e nas diversas fases da vida;
   13. Valorização quanto ao cuidado com os materiais de uso pessoal e coletivo e o
       meio ambiente.



Movimento



           O movimento é uma dimensão muito importante do desenvolvimento da
cultura humana. O movimento faz parte da vida das crianças desde que nascem e
vão adquirindo cada vez mais um controle sobre o seu corpo e se apropriando das
possibilidades de interação com o mundo. Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e
movimentos, as crianças também se apropriam do repertório da cultura corporal na
qual estão inseridas. O trabalho com o movimento contempla a multiplicidade de
funções e manifestações do ato motor, propiciando um amplo desenvolvimento de



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Proposta Pedagógica                                                    Educação Infantil



aspectos específicos da motricidade. Por isso, desenvolvemos um fundamentado
programa de motricidade em todas as séries da educação infantil.



Conteúdos


             Percepção do recorte corporal, favorecida por toques, massagens e pelo
uso do espelho no espaço de convivência e trabalho das crianças;


   1. Reconhecimento progressivo de segmentos e elementos do próprio corpo e
      de suas funções;
   2. Conhecimento e identificação das características e qualidades do próprio
      corpo e do corpo dos outros, e de suas semelhanças e diferenças;
   3. Descoberta e progressiva afirmação da própria lateralidade, desenvolvida nas
      diversas situações cotidianas e lúdicas.
   4. Exploração, afirmação e valorização das possibilidades expressivas dos
      gestos, mímicas faciais e do movimento global nas situações cotidianas e
      lúdicas;
   5. Valorização e ampliação das possibilidades estéticas do movimento, através
      da dança;
   6. Percepção de estruturas rítmicas, favorecendo a expressão dos ritmos
      espontâneos do próprio corpo ou a adequação a informações sonoras dadas
      (seqüências de sons musicais);

    7. Progressiva coordenação e controle dos gestos, tanto nas atividades
cotidianas quanto nas lúdicas;

    8. Coordenação e controle da motricidade gráfica e das habilidades motoras
    finas;

    9. Constituição de uma lateralidade homogênea e coerente, através da
    experiência da atividade motora global;

    10. Controle e adequação da motricidade em relação ao meio ambiente, aos
    objetos e as pessoas.




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Proposta Pedagógica                                                    Educação Infantil



ARTES



           As artes visuais expressam, comunicam e atribuem sentido às sensações,
sentimentos, pensamentos e realidade por meio da organização de linhas, formas,
pontos, volume, espaço e luz na pintura, no desenho, na escultura, na gravura, na
arquitetura, nos brinquedos, bordados, entalhes, etc.. O movimento e o equilíbrio, o
ritmo, a harmonia, o contraste, a continuidade, a proximidade e a semelhança são
atributos da criação artística. A integração entre os aspectos sensíveis, afetivos,
intuitivos, estéticos e cognitivos, assim como a promoção de interação e
comunicação social, conferem caráter significativo às Artes Visuais, que estão
presentes no cotidiano da vida infantil.



Conteúdos


           Ao selecionar os conteúdos para a educação infantil, consideramos o
desenvolvimento específico da faixa etária a ser trabalhada, adequando a cada uma
delas os conteúdos relativos ao conhecimento da linguagem visual e ao
desenvolvimento da criança. Esses conteúdos foram organizados em três blocos;o
uso de diferentes habilidades motoras e cognitivas importantes para o conhecimento
de mundo e da linguagem artística; a expressão da imaginação criadora e das
relações de significação com o mundo ;a construção de conhecimentos dos
elementos da linguagem das artes visuais e ampliação do repertório das imagens.

Elementos da Linguagem das Artes


   1. Observação das próprias produções das crianças;
   2. Exploração gráfica dos elementos constituintes da linguagem das áreas
      visuais: ponto, linha, forma, cor, volume e luz;
   3. Percepção da relação figura / fundo;
   4. Exploração dos elementos rítmicos das linguagens visual, propondo repetição
      da imagem;
   5. Observação das obras de arte;
   6. Representação de imagens de artistas regionais, nacionais;
   7. Representação gráfica de imagens do corpo humano, parado, em movimento,
      dentro de cenários, etc.;
   8. Observação de objetos em variadas posições;

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   9. Organização de imagens na superfície plana, explorando todo o espaço do
      suporte.



 Natureza e Sociedade



           Desde muito pequenas, pela interação no meio natural e social no qual
vivem, as crianças aprendem sobre o mundo fazendo perguntas e procurando
respostas às suas indagações e questões. Muitos são os temas pelos quais as
crianças se interessam. Nos primeiros anos de vida, o contato com o mundo permite
à criança construir conhecimentos práticos sobre o seu entorno. As crianças devem,
desde pequenas, serem instigadas a observar fenômenos, relatar acontecimentos,
formular hipóteses, prever resultados para experimentar, conhecer diferentes
contextos históricos e sociais, tentar localizá-los no espaço e no tempo.



Conteúdos


Os conteúdos serão selecionados em função dos seguintes critérios:


   1. Relevância social e vínculo com as práticas sociais reais;
   2. Grau de significância para a criança;
   3. Possibilidades que oferecem de construção de uma visão de mundo integrada
      e relacional;
   4. Possibilidade de ampliação do repertório de vivências e do conhecimento a
      respeito do meio físico e social.



Organização dos Grupos e suas Relações Sociais



           Na escola a criança encontra possibilidade de ampliar as experiências
que traz de casa e de outros lugares, de estabelecer novas formas de relação e de
contato com uma grande diversidade de costumes, hábitos e expressões culturais,
cruzar histórias individuais e coletivas, compor um repertório de conhecimentos
comuns àquele grupo, etc. Para que o ambiente social de instituição e a vivência


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cotidiana das crianças se constituam em espaços de construção de novos
conhecimentos, é preciso possibilitar que as crianças vivenciem e percebam a real
idade social em sua complexidade e multiplicidade de formas. É preciso partir das
questões colocadas pelas crianças acerca do universo social, oferecendo-lhes novas
perspectivas, para que elas possam avançar na compreensão do conjunto de
relações que explicam o mundo social. Nessa perspectiva são conteúdos deste
bloco:



Conteúdos

   1. Conhecimento dos modos de vida, costumes e tradições de diversos grupos
      sociais do presente e do passado;
   2. Participação em atividades que envolvam histórias, brincadeiras, jogos e
      canções que digam respeito as tradições culturais de sua comunidade e de
      outras;
   3. Valorização do patrimônio cultural do seu meio e interesse por conhecer
      diferentes formas de expressão cultural;
   4. Identificação de algumas contribuições de diferentes culturas na sua própria
      cultura, participação em atividades sociais que lhe sejam significativas;
   5. Identificação de alguns dos diferentes papéis sociais existentes em seus
      grupos de convívio, dentro e fora da instituição;
   6. Valorização dos relatos orais como fonte de informação e pesquisa,
      conhecimento de alguns sistemas de troca e do uso do dinheiro;
   7. Respeito à valorização de atitudes de manutenção e preservação dos
      espaços coletivos.




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Linguagem e Escrita



           A   educação   infantil,   ao   promover   experiências   significativas   de
aprendizagem da língua materna, constitui-se um dos espaços de ampliação das
capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado das
crianças. Essa ampliação está relacionada ao desenvolvimento gradativo das
capacidades associadas às quatro competências lingüísticas básicas: falar, escutar,
ler e escrever. A alfabetização é um processo no qual as crianças precisam resolver
problemas de natureza lógica até chegarem a compreender de que forma a escrita
alfabética representa a linguagem, e assim poderem escrever e ler por si mesmas.



Iniciação às Práticas de Leitura



           A leitura do educador é uma prática constante e pressupõe o trabalho
com a diversidade de objetivos, modalidades e textos que caracterizam as práticas
de leitura de fato. As situações propostas às crianças que dominam a leitura
convencional devem dar-lhes oportunidade para que, no contato com diversos
textos, possam ler de duas formas: obtendo informação do texto a partir de
indicadores presentes no contexto e, no caso de textos memorizados, pelo
estabelecimento de correspondência entre partes do falado e partes do escrito.


   1. Escuta de textos lidos pelo educador: “ler” ouvindo;
   2. Atribuição de sentido: coordenando texto e contexto, utilizando indicadores
      para fazer antecipações e inferências em relação ao texto, em função da
      imagem que o acompanha, do conhecimento do gênero, de algumas
      propriedades do texto como extensão, espaços entre palavras, algumas letras
      conhecidas, etc.;
   3. Leitura pela criança de textos memorizados: parlendas, adivinhas, letras de
      música, etc., ajustando o texto falado ao texto escrito;
   4. Reconhecimento do próprio nome do conjunto dos nomes das crianças da
      sala;
   5. Manuseio e leitura de livros na sala e, quando possível, empréstimo de
      materiais para leitura em casa (com supervisão do educador);
   6. Uso da biblioteca: busca de informações e consulta a fontes de diferentes
      tipos (jornais, revistas, enciclopédias, etc.), com ajuda;
   7. Valorização da leitura como fonte de fruição estética e entretenimento;

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   8. Interesse por “ler” ou ouvir a leitura especialmente de textos literários e
      informativos e por compartilhar opiniões, idéias e preferências;
   9. Cuidado no uso dos livros e demais materiais escritos.



Iniciação às Práticas de Escrita e de Produção de Textos



           A criança pode aprender a escrever produzindo oralmente textos com
destino escrito, momento em que o educador é o escritor. A criança também
aprende ao arriscar-se fazendo como sabe, escrevendo de próprio punho, podendo
receber ajuda de quem já sabe escrever. Em ambos os casos é necessários ter
acesso à diversidade de textos escritos, testemunharem a utilização que se faz da
escrita em diferentes circunstâncias, considerando as condições nas quais é
produzida: para que, para quem, onde e como.

           Esta concepção supõe uma prática continuada de produção de textos que
reproduza contextos cotidianos nos quais escrever tem sentido, buscando a maior
similaridade possível com as práticas de uso social:


   1. Escrever para não esquecer alguma informação;
   2. Escrever para enviar uma mensagem a um destinatário ausente;
   3. Produção de textos escritos como processo coletivo, envolvendo: planejar,
      definir para quem, pensar sobre a finalidade, considerar tipo de texto, elaborar
      e re-elaborar se for o caso;
   4. Prática de escrita de próprio punho, utilizando o conhecimento de que cada
      criança dispõe, no momento, sobre o sistema de escrita em português;
   5. Respeito pela produção própria e alheia.



Linguagem Oral



           É importante para as crianças ampliarem suas possibilidades de inserção
e de participação nas diversas práticas sociais. O trabalho com a linguagem se
constitui um dos eixos básicos na educação infantil, dada a sua importância para a
formação do sujeito, para a interação com as outras pessoas, orientação das ações
das crianças, na construção de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do
pensamento. Além da linguagem falada, a comunicação acontece por meio de

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gestos, de sinais e da linguagem corporal, que dão significado e apóiam a linguagem
oral.



Conteúdos

Linguagem: Língua Portuguesa


   1. Participação em debates, fazendo e respondendo perguntas;
   2. Elaboração e participação em entrevistas;
   3. Exposição de temas através do uso de idéias próprias, justificativas e
       argumentação;
   4. Planejamento coletivo e oral das atividades;
   5. Exposição oral com ajuda de suporte visual e/ou escrito e do adulto;
   6. Relato de experiências vividas;
   7. Narração de fatos em seqüência temporal e causal;
   8. Reconto de textos literários conhecidos, buscando aproximação com as
       características do texto-fonte e descrevendo personagens, cenários e objetos,
       com a ajuda do adulto, quando necessário;
   9. Conhecimento e reprodução oral de jogos verbais tais como: trava-línguas,
       parlendas, adivinhas, quadrinhas, poemas, rimas e canções.
   10. Reconhecimento das diferenças e semelhanças das funções da linguagem
       oral e da escrita.

Matemática



Diversas ações intervêm na construção dos conhecimentos matemáticos como
recitar a seu modo a seqüência numérica, fazer comparações entre quantidades e
entre ações numéricas e localizar-se espacialmente. Essas ações ocorrem
fundamentalmente no convívio social e no contato das crianças com histórias,
músicas, jogos e brincadeiras. À medida que crescem, as crianças conquistam maior
autonomia e consegue levar adiante, por tempo maior, ações que tenham uma
finalidade, entre elas atividades e jogos.




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Conteúdos


       Os critérios utilizados para: identificar as noções que as crianças possuem e
selecionar os conteúdos a fim de viabilizar as ações na sala de aula deve levar em
conta que:


   a. Aprender matemática na educação infantil é um processo contínuo de
      abstração em que a criança atribui significados estabelecem relações com
      base em observações, experiências e ações que vem praticando, desde
      cedo, sobre elementos do seu ambiente físico e sócio-cultural;
   b. A construção de competências matemáticas pela criança ocorre
      simultaneamente à leitura, escrita, linguagem oral, desenho, capacidades
      motoras.

Para as crianças de três a seis anos, as atividades dessa natureza são executadas
envolvendo os seguintes conteúdos: Números e Sistema de Numeração, Medida e
Espaço e Forma.

       -     Utilização da contagem oral nas brincadeiras e situações que a criança
           reconheça a sua necessidade;

       -     Designação de uma quantidade a partir da contagem oral;

       -     Utilização de formas de registros de quantidades escolhidas pela
           criança;

       -     Designação de quantidade a partir da contagem;

       -     Domínio progressivo da sucessão ordenada de números, adquirindo
           cada vez maior precisão na contagem;

       -     Comunicação de quantidade, utilizando registros orais e escritos;

       -     Comparação de quantidades de objetos de diferentes coleções;

       -     Posição de um objeto ou número numa série;

       -     Noção de sucessor e antecessor em uma sucessão de objetos ou numa
           série numérica;

       -     Comparação de tamanhos de objetos, colocando-os lado a lado;

       -     Comparação da distância entre quantidades e tamanhos de objetos;



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       -      Medições através da utilização de instrumentos conhecidos pelas
           crianças como régua, fita métrica, etc.;

       -     Experiências com a noção de medida de comprimento, através da
           utilização de unidades não convencionais tais como palmo, palitos, dedos,
           etc.;

       -     Experiências com noção de peso, através da utilização de uma balança
           de dois pratos com unidades não convencionais (pedras, livros, etc.);

       -     Experiências com noção de capacidade de volume através da utilização
           de unidades não convencionais como copos, colheres, garrafas, etc.;

       -     Marcação do tempo por meio de calendários;

       -     Exploração de noções de posição e do vocabulário pertinente;

       -     Descrição da posição de um objeto tendo como referência o próprio
           corpo;

       -      Exploração de relações espaciais no objeto (relação entre partes,
           construções, quebra-cabeças);

       -     Identificação de propriedades geométricas de objetos e figuras: formas,
           tipos de contornos, tridimensionais de objetos com massa de modelar e
           argila;

       -     Representações gráficas de objetos;

       -     Relações de posição de objetos no espaço, percebendo semelhanças e
           diferenças entre eles;

       -     Descrição da posição de um objeto em relação ao outro;

       -     Descrição e representação de um ambiente através da identificação da
           posição dos objetos em relação aos outros;

       -     Orientação espacial estabelecendo pontos de referência;

       -     Pontos de referência no espaço, situando-se ou deslocando-se neles;

       -     Descrição de pequenos percursos e trajetos observando pontos de
           referência;

       -      Elaboração, interpretação e representação de mensagens com
           informações sobre posição e deslocamentos.


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Avaliação




           Buscando a excelência na qualidade da educação, objetivamos buscar a
cada etapa do trabalho um feedback dos métodos e ações, instituindo em conjunto
com todos os segmentos da Instituição Educacional mecanismos de avaliação
pautados em instrumentos eficazes. O universo da avaliação escolar é simbólico e
instituído pela cultura da mensuração, legitimado pela linguagem jurídica dos
regimentos escolares, que legalmente instituídos, funcionam como uma vasta rede e
envolvem totalmente a escola. (Lüdke; André, M. 1986) Avaliar exige, antes que se
defina aonde se quer chegar, que se estabeleçam os critérios, para, em seguida,
escolherem-se os procedimentos, inclusive aqueles referentes à coleta dedados,
comparados e postos em cheque com o contexto e a forma em que foram
produzidos.
                 “A avaliação deve ser encarada como reorientação para uma aprendizagem
                 melhor e para a melhoria do sistema de ensino"(grifo nosso), resume Mere
                 Abramowicz, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Daí a importância
                 de pensar e planejar muito antes de propor um debate ou um trabalho em grupo. É
                 por isso que, no limite, você pode adotar, por sua conta, modelos próprios de
                 avaliar os estudantes, como explica Mere. “Felizmente, existem educadores que
                 conseguem colocar em prática suas propostas, às vezes até transgredindo uma
                 sistemática tradicional”. Em qualquer processo de avaliação da aprendizagem, há
                 um foco no individual e no coletivo.
           Para Hadji (2001), a passagem de uma avaliação normativa para a
formativa, implica necessariamente uma modificação das práticas do professor em
compreender que o aluno é, não só o ponto de partida, mas também o de chegada.
Seu progresso só pode ser percebido quando comparado com ele mesmo: Como
estava? Como está? As ações desenvolvidas entre as duas questões compõem a
avaliação formativa.


               Para Cipriano Carlos Luckesi, professor de pós-graduação em Educação da
Universidade Federal da Bahia, lembra que a boa avaliação envolve três passos:

      Saber o nível atual de desempenho do aluno (etapa também conhecida como
       diagnóstico);


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      Comparar essa informação com aquilo que é necessário ensinar no processo
       educativo (qualificação);
      Tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados (planejar
       atividades, seqüências didáticas ou projetos de ensino, com os respectivos
       instrumentos avaliativos para cada etapa).

"Seja pontual ou contínua, a avaliação só faz sentido quando leva ao desenvolvimento do
educando"(grifo nosso), afirma Luckesi. Ou seja, só se deve avaliar aquilo que foi
ensinado. Não adianta exigir que um grupo não orientado sobre a apresentação de
seminários se saia bem nesse modelo. E é inviável exigir que a garotada realize uma
pesquisa (na biblioteca ou na internet) se você não mostrar como fazer. Da mesma forma,
ao escolher o circo como tema, é preciso encontrar formas eficazes de abordá-lo se não
houver trupes na cidade e as crianças nunca tiverem visto um espetáculo circense.

           Segundo Libâneo, (1994, p.204) A avaliação institucional contribui
significativamente para que a Escola repense suas práticas administrativas,
técnicas, educativas e sociais, ao mesmo tempo em que reflete o seu papel na
sociedade como produtora e socializadora de um saber capaz de compreender e
transformar a realidade. Uma instituição que se proponha viver um processo de
Avaliação Institucional precisará planejar as etapas deste processo a fim de alcançar
sucesso, sendo estas: preparação;            Elaboração do projeto; de organização do
processo; de condução do processo; resultados e informes; validação; plano de
ações e tomada de decisões em uma lógica permanente.
           O pensador e educador Dr. Luiz Cagliari, em seu texto a avaliação e
Promoção, quando de sua contribuição no Jornal do Alfabetizador, Ano VIII - nº 46
PP 10-12. São Paulo - Agosto de 1997, assim se expressa em suas mais de 10
laudas de escrita, quanto a posição no que se refere a avaliação e Promoção
escolar
                 A escola não é um lugar onde se aprende apenas a lição da matéria. É um lugar
                 de formação, de educação para a vida, e isto implica mais que uma prova ou uma
                 nota, implica a formação de um caráter, de uma cultura, de um modo de se
                 comportar, enfim, de uma filosofia de vida.
                 Afinal, quando um aluno é reprovado isso significa um fracasso, e quando o aluno
                 aprende e progride, é uma vitória. Esses fracassos e vitórias pertencem, em
                 primeiro lugar, ao professor e ao aluno e, em seguida a todos os que estão ligados
                 à atividade escolar. A própria comunidade depende do bom desempenho dos
                 alunos e dos professores para poder manter uma cultura e a mão-de-obra
                 adequada para sua vida e desenvolvimento.




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                 A maneira tradicional de avaliar está ligada a promoção dos alunos. Toda nota que
                 eles ganham é computada para julgamento de promoção no final do ano. Uma
                 análise séria, profunda e honesta de como as notas funciona nas escolas revela
                 que o professor não leva em conta o progresso do aluno, quando atribui
                 determinada nota a ele, mas apenas o desempenho do aluno em tarefas cuja
                 avaliação de certo/errado o professor pode traduzir em notas.
                 A promoção é condição de o aluno poder ver coisas novas, participar de novas
                 atividades educacionais e, conseqüentemente, somar experiências novas à sua
                 vida. A repetição de ano, fazendo o aluno tentar de novo um mesmo caminho para
                 ver se apresenta melhores resultados nas suas tarefas de avaliação, é uma forma
                 de trilhar um novo caminho para se apreender na vida escolar, e na vida, de modo
                 geral. Praticamente, cada pessoa encontra-se num caminho diferente de
                 aprendizagem. Por isto, pré-fixar um único modo de aprender é um absurdo, como
                 é igualmente um absurdo esperar que todas as pessoas sejam iguais.

                 A educação chegou a esta aberração por culpa própria, por causa da ênfase
                 equivocada que dá à nota e à promoção escolar. Esta atitude escolar é sua marca
                 registrada, um dos estereótipos escolares mais típicos na nossa cultura: para tudo
                 que se quer avaliar ( concursos, competição, etc.) faz-se uma prova, um teste,
                 etc., à moda da escola, ou simplesmente se dá uma nota de zero a dez. Até para
                 os constituintes que elaboraram a nova Constituição do país (1988) foram
                 atribuídas notas, de acordo com o desempenho de cada um nas votações. Isto
                 prova, mais uma vez, que a sociedade pensa e age, em grande parte, em função
                 do que a escola ensina e de como faz isto.

                 A avaliação como processo metodológico na prática pedagógica do professor,
                 deve incidir sobre a aprendizagem que o aluno desenvolve sobre suas atitudes.
                 Aqui, a avaliação é uma análise do progresso que cada aluno desenvolve. Tudo o
                 que o aluno faz serve para o professor avaliar, adaptar seu ensino a situação real
                 da sala de aula e mostrar ao aluno qual é o passo seguinte que ele deverá dar
                 para progredir. Esta atitude deverá estar presente em todas as aulas de todas as
                 séries.

                 A educação constrói-se pela reflexão antes de tudo e pelos resultados em
                 segundo lugar. Por isto, a avaliação deve estar voltada, em primeiro lugar, para a
                 reflexão e, secundariamente, para o resultado. Escola é lugar de se aprender, e
                 aprender inclui errar. Errar faz parte do processo pedagógico e por isto o aluno
                 não pode ser punido por algo que faz parte de sua vida como aprendiz. Na vida,
                 os resultados assumirão um papel prioritário, mas não necessariamente na escola.
                 Infelizmente, temos uma escola exigente demais com relação aos resultados, o
                 que acaba tirando a reflexão e a substituindo por truques de memorização e


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                 subterfúgios para enganar o professor, com o único objetivo de obter um bom
                 resultado nas tarefas de avaliação, uma nota que faça o aluno passar de ano.

                 Obviamente, a escola não é o único lugar do mundo onde alguém pode estudar e
                 aprender. Mas, certamente, é um lugar muito especial. Se for para alguém
                 aprender em casa, o que qualquer um poderia fazer, em princípio, não haveria
                 mais necessidade de escola. Se o aluno quer a aprovação escolar, deve ser um
                 aluno presente na escola. A escola não é um lugar onde se aprende apenas a
                 lição da matéria. É um lugar de formação, de educação para a vida, e isto implica
                 mais do que uma prova ou uma nota, implica a formação de um caráter, de uma
                 cultura, de um modo de se comportar, enfim, de uma filosofia de vida.

           Assim, nossa       proposta      é que     sigamos        e utilizemos        conceitos
modernos d e Avaliação do discente, focando seu desempenho, no cotidiano da
escola, superando desafios        como indisciplina, dificuldade educacionais, falta de
estrutura que dificulta as atividades, superação de desafios pela ausência de
pais e/ou responsáveis, mas que forme e promova com equidade o aluno, sem
rotulação, tratamento pejorativo que macula o estudante e                  submeta a sarjeta
da   sala de aulas.      A interação, aluno, sala de aulas             docente e         Gestores,
caminharam de lado a lado na soma de condições de promoção muito mais
que promover e taxar como um marca de “gado” no aluno com um NÚMERO...
           A vivencia     e a execução do processo de               ensino e      aprendizagem
caminharão na superação deste tradicionalismo, levando a avaliação a ser um
momento d e conquista d e valores e responsabilidade com a apropriação pessoal
de conhecimentos e que          irei para a próxima etapa ou ano educacional com a
consciência de que      eu posso e eu vou conquistar novos saberes e horizontes
do conhecimento acadêmico.


 “A criança constrói a si própria, quer queiramos ou não, não há como obstar o
seu desenvolvimento, pois o objetivo (inconsciente) dela é o seu próprio
desenvolvimento”.




                                                                                                     37
Proposta Pedagógica                                                     Educação Infantil



Instrumentos de Avaliação na Educação Infantil


Segundo Malágon e Montes, para a avaliação de competências na Educação
Infantil, deve-se utilizar diversos instrumentos:


 PROCEDIMENTOS                      INSTRUMENTOS
 Registros anedóticos
 Rubricas
 Pautas de observação
 Escalas de apreciação
 2. De informe                      Entrevistas
                                    Questionários
                                    Escalas de apreciação
                                    Escalas de atitudes
                                    Apresentações orais
                                    Informes descritivos
                                    Diários de classe
                                    Registros de atividades
 3. Realizações                     Tarefas
                                    Projetos ( individuais e grupais)
                                    Experimentos
                                    Jogos e simulações
                                    Debates
 4. Outros tipos                    Registros já existentes
                                    Grupos de discussão
                                    Análise de conteúdo
                                    Mapas conceituais
                                    Portfólios e pastas




                                                                                        38
Proposta Pedagógica                                               Educação Infantil



Educação Infantil


 SÉRIE                IDADES               N° MÁXIMO          PROFESSORES
                                           DE ALUNOS
 INFANTIL IV          De quatro anos a
 INFANTIL V           quatro anos e 11 24 alunos              1 professora regente
                      meses. De cinco anos a
                                                              1 TDI
                      cinco anos       e 11
                      meses.


Parâmetros da Organização dos Grupos


A Educação Infantil está organizada em séries anuais sendo que os alunos serão
       agrupados por idades, quatro e cinco anos numa mesma sala.




                                                                                  39
Proposta Pedagógica                                                     Educação Infantil



Referencias Bibliográficas




ABERASTURY, A. A criança e seus jogos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
ALMEIDA, Rosângela D. de e PASSINI, Elza Y. O espaço geográfico: ensino e
representação. São Paulo: Contexto, 1989.
ARAUJO, V. C. O jogo no contexto da educação psicomotora. São Paulo: Cortez,
1992.
BITTENCOURT, Circe M. Fernandes (org). O saber histórico na sala de aula. São
Paulo: Contexto, 1997.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n.º 9394, 20 de
dezembro de 1996.
______,Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Lei 11.114/2005
Parâmetros curriculares nacionais: história. Brasília: MEC/SEF, 1998.
______. Ministério da Educação. Secretaria Nacional de Educação Básica. Ensino
das humanidades: a modernidade em questão. São Paulo: Cortez; Brasília: SENEB,
1991.
BRITTO, L. P. L. A sombra do caos: ensino de língua x tradição gramatical.
Campinas, Mercado de Letras, 1997.
CHAUÍ, Marilene. O que é Ideologia. 27. ed. São Paulo: Brasiliense, 1988.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e lingüística. São Paulo, Scipione, 1990.
CÂMARA Jr., Joaquim Mattoso. Manual de expressão oral e escrita. Petrópolis,
Vozes, 1983.
CHARTIER, A.M. & HEBRARD, J. Ler e escrever: entrando no mundo da escrita.
Porto Alegre, Artes Médicas, 1995.
CHATEAU, J. O jogo e a criança. São Paulo: Summus, 1987.
CHIAPPINI, Ligia (coord. geral) & GERALDI, João Wanderlei (coord.) Aprender e
ensinar com textos dos alunos. São Paulo, Cortez, 1997.
COLL, Cesar. Aprendizagem escolar e construção do conhecimento Porto Alegre,
Artes Médicas, 1994.
DAMIANI, A. L. O lugar e a produção do cotidiano. In: Encontro internacional: lugar,
formação sociespacial, mundo. Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação
em Geografia, Universidade de São Paulo, 1994.
DANIELS, H.. Vygotsky em foco: pressupostos e desdobramentos; Papirus Editora;
SP; 1994.



                                                                                        40
Proposta Pedagógica                                                    Educação Infantil



DAVIS, M. e WALLBRIDGE, D. Limite e espaço: uma introdução à obra de D.W.
Winnicott. Rio de Janeiro: Imago, 1982.
GARDNER, H. Estruturas da mente, a teoria das inteligências múltiplas. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1994.
GROLNICK, S. Winnicott, o trabalho e o brinquedo: uma leitura introdutória. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1993.
GUARINELLO, Noberto Luiz. Memória coletiva e história científica. Revista Brasileira
de História, vol. 14, n° 28. São Paulo: ANPHU - Editora Marco Zero - MCT –CNPq -
FINEP, 1994.
DOLZ, J. e SCHNEUWLY, B. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita.
Elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). Tradução
Roxane H. R. Rojo. São Paulo (mimo.), 1996.
REDIN, Euclides. A Representação da Criança Pré-Escolar no Brasil. São Paulo:
Tese, USP, 1.985.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE MATEMÁTICA. Revista do Professor                          de
Matemática.
VYGOTSKY, L.S.. Formação Social da Mente. São Paulo: Martins, 1991.

HERNÁNDEZ, Fernando; MONTSERRAT, Ventura. Os projetos de trabalho: uma
forma de organizar os conhecimentos escolares. In: _____. A organização do
currículo por Projetos de Trabalho. 5ª edição, Porto Alegre: Artmed, 1998.




                                                                                       41

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Proposta pedagógica da educação infantil

  • 1. Proposta Pedagógica Educação Infantil Proposta Pedagógica Educação Infantil 1
  • 2. Proposta Pedagógica Educação Infantil © EMEB PROFª MARIA BARBOSA MARTINS, 2012. É Permitida a reprodução ou transmissão desta obra por qualquer meio, sem a prévia Autorização do autor, desde que preservada a fonte. Direitos reservados para a autora, protegidos pela Lei 9610/98. A originalidade dos artigos e as opiniões emitidas são de inteira responsabilidade de sua autora. Embm. MARTINS, EMEB Maria Barbosa. Proposta Pedagógica Educação Infantil Distrito de Bonsucesso. Várzea Grande-MT, 2012. 1.Proposta Pedagógica. 2. Educação Educação Infantil . José Wilson Tavares Diretor Eliane Winck Coordenadora Pedagógica Azuil Marcio Bastos Presidente do CCDE Sandra Regina Nunes Secretária Escolar Tatiane Pinheiro da Silva Professora comunitária Programa Mais Educação Adnilse de Souza Santos Siqueira Articuladora Pagina na Internet: www.emebmariabarbosamartins.blogspot.com 2
  • 3. Proposta Pedagógica Educação Infantil Proposta Pedagógica Educação Infantil Distrito de Bonsucesso – Várzea Grande - MT 2012 3
  • 4. Proposta Pedagógica Educação Infantil “Avançar juntos, Irmãos e leigos, de maneira resoluta e manifesta, aproximando-os mais das crianças e dos jovens mais pobres e excluídos, mediante novos caminhos de educação, de evangelização e de solidariedade”. 4
  • 5. Proposta Pedagógica Educação Infantil Apresentação Este documento tem como finalidade apresentar as proposta de trabalho a ser desenvolvida na EMEB PROFª MARIA BARBOSA MARTINS, cujo trabalho apóia-se na perspectiva de uma educação de qualidade, buscando, para atender esse objetivo, ações voltadas para melhores condições de trabalho; uma prática pedagógica em consonância com o contexto atual de modo a formar cidadãos críticos e conscientes do seu papel social; como também, a integração da escola com a comunidade, tendo em vista que a participação desta última torna-se primordial no desenvolvimento do cidadão que almejamos. Para compor a Proposta Pedagógica foi feito um novo levantamento do Histórico da Escola e Comunidade onde pudemos conhecer nossa clientela e os profissionais envolvidos por meio do Diagnóstico da Situação Presente. Traçamos objetivos e metas a serem alcançados durante o ano letivo baseado nos Princípios Norteadores que regem a Educação Pública. Contempla-se no conteúdo desta, a Organização Curricular, bem como, Projetos Especiais que poderão propiciar a contextualização e interdisciplinaridade das habilidades e competências a serem trabalhadas. Definimos os valores fundamentais em torno dos quais se constrói a escola os quais descrevem como esta Unidade de Ensino pretende atingir sua missão. As estratégias foram traçadas para englobar a maneira pela qual se pretende alcançar os objetivos. Em coerência com os pressupostos citados acima, propomos instrumentos que possibilitem um acompanhamento e controle que forneçam subsídios reais, concretos e adequados à comunidade do trabalho aos níveis de manutenção e redimensionamento da educação. A elaboração, aplicabilidade e o sucesso desta Proposta Pedagógica contaram com o empenho coletivo dos membros desta Instituição. Mas é de consciência dos que o produziram de que está aberto a todo e qualquer tipo de sugestão e encaminhamentos, contemplando, assim, o que consideramos ser essencial no processo educativo: o fazer e refazer das ações pedagógicas no “ritmo” do movimento da história. 5
  • 6. Proposta Pedagógica Educação Infantil Nossas reflexões pedagógicas têm como referencial, os escritos da brasileira e literária Ruth rocha, assim transcrevemos um trecho do seu livro: A Quando a Escola é de Vidro: Eu ia à escola todos os dias de manhã e quando chegava, logo, logo, eu tinha que me meter no vidro. É no vidro! Cada menino ou menina tinha um vidro e o vidro não dependia do tamanho de cada um, não! O vidro dependia da classe em que a gente estudava. Se você estava no primeiro ano, ganhava um vidro de um tamanho. Se você fosse do segundo ano, seu vidro era um pouquinho maior. E assim, os vidros iam crescendo à medida que você ia passando de ano. Se não passasse de ano era um horror. Você tinha que usar o mesmo vidro do ano passado. Coubesse ou não coubesse. Aliás, nunca ninguém se preocupou em saber se a gente cabia nos vidros. E para falar a verdade, ninguém cabia direito. Uns eram gordos, outros eram muito grandes, uns eram pequenos e ficavam afundados no vidro, nem assim era confortável. A gente não escutava direito o que os professores diziam, os professores não entendiam o que a gente falava, e a gente nem podia respirar direito... A gente só podia respirar direito na hora do recreio ou na aula de educação física. Mas aí a gente já estava desesperada de tanto ficar preso e começava a correr, a gritar, a bater uns nos outros1. A Metáfora do Vidro O hábito de ficar dentro dos vidros acaba se tornando cômodo para algumas crianças, elas se adaptam à forma do vidro e acabam se sentindo até desconfortáveis fora dele. Quanto mais elas se moldam ao vidro menos trabalho dá aos adultos. Outras, porém, sofrem porque são diferentes e esta diferença não é levada em conta; elas não recebem nenhum tipo de ajuda e de estímulo. Mas será que é isso que se quer do processo educacional? Todo mundo pensando iguale fazendo tudo igual? O vidro filtra o que o professor fala e também o que fala o aluno. A comunicação e,portanto as relações entre eles não são espontâneas. Ouvir é diferente de escutar ativamente, é muito diferente! Em se tratando de crianças e adolescentes, há que se fazer um esforço extra para entender exatamente o que eles querem dizer! Mesmo assim, com todo nosso esforço e atenção, quantas perguntas deixaram de ser formuladas e quantas outras deixaram 1 ROCHA, Ruth nasceu em São Paulo em 1931. Tem formação em sociologia e atuou na área de educação. É escritora brasileira, especializada em livros infantis. Faz parte da Academia Paulista de Letras. É mais conhecida no ramo literário por ter escrito "Marcelo Marmelo Martelo", livro que vendeu mais de 1 milhão de cópias. Escreveu na Revista Cláudia, voltada para o público feminino. Escreveu também na revista Educação. 6
  • 7. Proposta Pedagógica Educação Infantil de ser respondidas! As crianças que ficaram tempo demais dentro de vidros adoram as aulas de educação física. O corpo do aprendiz faz parte dele, é através do corpo que ele fala, que expressa seus sentimentos e que ele aprende. Assim, há muitas maneiras de aprender e todas elas devem ser colocadas à disposição do aprendiz. Um dia teremos a revolução dos vidros, e a diferença, não mais a mesmice, será valorizada! A Psicopedagogia lida essencialmente com a aceitação dessas diferenças, tentando entendê-las. É através da busca de novos caminhos que ela pretende dar um novo significado à aprendizagem. 7
  • 8. Proposta Pedagógica Educação Infantil Introdução A apresentação deste documento tem por finalidade, viabilizar uma proposta de plano de trabalho a ser desenvolvida pela EMEB PROFª “MARIA BARBOSA MARTINS“. Esta proposta deverá ser aperfeiçoada posteriormente por meio da participação efetiva de todos os segmentos da escola. Entende-se também que se deve considerar toda realidade e problemáticas enfrentadas pela comunidade. A Educação é Sistema isto é um conjunto e conseqüentemente é escola, cabendo a esta, desenvolver um trabalho onde considere toda a legislação pertinente, sem deixar de lado as opiniões e experiências de toda comunidade escolar para a elaboração, execução e avaliação de um plano de trabalho, em busca de uma Escola Pública de excelência no exercício pleno da cidadania, é o resultado final é a promoção escolar, que resultou de vários fatores, normas, conceitos e zelos de cada um que fez a sua parte dentro do Sistema o todo maior. Compete também a todos os funcionários em educação, o resgate do papel afetivo, social e cognitivo e também o resgate dos valores culturais, religiosos, cívicos e sociais. Todas as indicações apresentadas neste Plano de Trabalho serão discutidas, ampliadas e avaliadas por todos os segmentos da Escola, com o intuito de estabelecer um ambiente de democracia plena. “Informação, educação e cultura são alicerces de uma sociedade justa e desenvolvida, tanto no aspecto econômico, científico e tecnológico quanto social e humanístico... E o ponto de partida deste processo é o conhecimento... 8
  • 9. Proposta Pedagógica Educação Infantil Justificativa Foram iniciadas as atividades atendendo alunos da Educação infantil e do Ensino Fundamental anos iniciais e Finais, numa visão em que a escola é um todo e este todo é a soma de um grupo que monitora, colabora, faz e soma para chegar ao resultado final, a oferta de uma educação de qualidade e que norteia o cidadão ao pleno exercício da cidadania. A Oferta e a disponibilização dos Serviços educacionais é a celebração das funções sociais da escola, quando boa soma quando ruim e não desenvolve o seu papel, fica parada no tempo e não celebra resultado algum. A Unidade de Ensino tem na comunidade o cerne da diversidade de costume, lemas, tradições e conceitos de vida coletiva, ela esta inserida neste meio e precisa superar os obstáculos, para atende alunos de todo o seu entorno, próximo e longínquo, e cada uma traz as suas experiências vivida no meio onde fixou residência junto aos seus familiares e coletivos. As disparidades geográficas da comunidade escolar a tendida, apresentam uma situação social e econômica definida, nelas residem pessoas menos favorecidas social e economicamente. Nossa comunidade discente comporta uma grande porcentual de crianças e adolescentes, que vivem situações adiversas as normas e exigências legais do processo educacional, os quais geram conflitos, diantes das situações de desajustes familiares e conseqüentemente, dificuldades de aprendizagem e problemas de disciplina, refletem no coletivo da sala de aulas e no interior da unidade como um todo. A situação presente mostra-se grave devido ao grande número de ocorrências diárias de brigas na maioria das vezes geradas por situações ocorridas fora da escola, falta de hábitos e disciplinas que deveriam ser formadas em casa, no interior da família. Esta situação evidencia o pouco compromisso dos genitores ou responsáveis coma formação de seus tutelados. Os Fatores mais sentidos são os que têm afetado a unidade no seu coletivo, em curto e médio prazo, como:  Baixa pontualidade;  Ausência de assessórios e materiais escolares básicos; 9
  • 10. Proposta Pedagógica Educação Infantil  Baixa freqüência as aulas e programas;  Ausência da família na escola;  Falta de co-responsabilidade na formação de seus filhos, diante da falta de realização das atividades extraclasse e no contra turno; Segundo Basil Bernstein2(1947), a aprendizagem e a ação social fazem- se vital a orientação cognitiva e prática do homem, regulado, por um controle simbólico adquirido nas instituições pedagógicas oficiais e locais, tais como na escola e na família. Em síntese, a aprendizagem e o desempenho escolar para Bernstein, dependem primeiramente da inter-relação entre mãe e filho, e posteriormente, entre professor e aluno. Diante do exposto este plano de trabalho visa possibilitar, a todos os alunos, incentivo á permanência na escola; o aprendizado para a vida, privilegiando os valores humanos, cristãos e tecnológicos, contribuindo na formação de pessoas conscientes e éticas, comprometidas com a solidariedade e responsáveis em suas ações, capazes e criativos para enfrentar o mundo do trabalho; elevar o nível de aprendizagem e compreensão para desenvolver habilidades e dominar competências. 2 BEMSTEIN, Basil - nasceu em Londres, filho de uma família de imigrantes judeus. Em 1947 foi estudar Ciências Sociais na London School of Economics, curso trocado depois pelo de Sociologia. Sua teoria sobre os impedimentos sociais no aprendizado e sobre o papel que a comunicação lingüística desempenha em uma sociedade estruturada em classes, sua obra teve grande influência na reforma educacional de países como Chile e México 10
  • 11. Proposta Pedagógica Educação Infantil O Cuidar e o Educar na Educação Infantil “Educar significa, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.3” No entanto, quando se propõe a trabalhar com crianças bem pequenas, precisamos entender suas necessidades e interesses e isto significa saber quem são conhecer um pouco de suas histórias e da sua família. Neste sentido, me percebo em constante estado de observação e vigilância, me policiando para que minhas ações de rotina não se tornem mecanizadas. Há pouco tempo a escola era tida como espaço de educação e as rotinas eram planejadas a partir deste princípio. Hoje assumimos novas realidades com uma concepção voltada para o cuidar e o educar. O cuidar estar ligado à garantia das necessidades físicas tais como alimentação, sono e higiene. Essa simples rotina diária deve ser realizada de forma que ajude no desenvolvimento do aluno auxiliando na construção de sua autonomia. Ao trocar ou alimentar uma criança você está também educando e estimulando hábitos e atitudes. Além disso, não podemos deixar de falar da ação conjunta dos outros educadores e membros da equipe escolar que trabalham de forma integrada para que isso aconteça como cozinheira, faxineira, auxiliares de sala e coordenação. Para garantir um ótimo resultado com os alunos o professor da educação infantil, especialmente de crianças de 4 a 5 anos, não pode esquecer que Educar e Cuidar são duas ações que devem ser caminhadas juntas, com interferências, recuos e novas tentativas de acerto. Nessa fase o professor vai encontrar em seus caminhos diversos desafios que vão além do ensinar e cuidar. Cabe a ele ter um olhar especial com cada aluno, pois só assim conseguirá atender às necessidades e alcançar seu objetivo. Trabalhar com crianças pequenas, não é tarefa fácil, deve-se ter como princípio, conhecer seus interesses e necessidades. Saber um pouco da historia de cada uma, conhecer a família, as características de sua faixa etária e a fase de desenvolvimento em que se encontra, sabendo verdadeiramente quem são. Assim 3 Referencia Curriculares da Educação Infantil Volume 01 11
  • 12. Proposta Pedagógica Educação Infantil poderemos compreender quais são as reais possibilidades dessas crianças, lembrando que para elas a educação infantil é a porta inicial de entrada para uma vida social mais ampla, longe do ambiente familiar. Antigamente, a escola de educação infantil tinha uma concepção assistencial, onde as crianças ali passavam o dia todo para que seus pais pudessem trabalhar. Nesse período os papeis eram bem claros: um cuidava e o outro educava. As monitoras passavam o dia olhando as crianças brincarem e era o professor quem cuidava da parte pedagógica ou seja com o desenvolvimento intelectual planejado. Tal visão deve ser superada porque revela preconceito e sem fundamentação diante da realidade em que se encontra, é preciso garantir espaço para que a criança possa ter seus direitos respeitados. Cuidar e educar são propor uma ação pedagógica consciente, fixando uma visão integrada do desenvolvimento da criança com base em concepções que respeitem a diversidade, o momento e a realidade peculiares á infância. Saber que a criança é um ser completo, tendo sua interação social e construção como ser humano permanente estabelecido em tempo integral. Cuidar e educar significa compreender que o espaço/tempo em que a criança vive exige seu esforço particular e a mediação dos adultos como forma que estimulem a curiosidade com consciência e responsabilidade. Cuidar e educar, de acordo com as novas diretrizes, deve caminhar junto.Ação conjunta dos educadores e demais membros da instituição é essencial para garantir que o cuidar e o educar aconteçam de forma integrada. Torna-se necessária um comprometimento de todos para o bem estar do educando. As instituições de educação infantil nasceram na França, no século XVIII, em resposta à situação de pobreza, abandono e maus-tratos de crianças pequenas, cujos pais trabalhavam em fábricas, fundições e minas, criadas pela revolução industrial. Todavia, os objetivos e formas de tratar as crianças dos extratos sociais mais pobres da sociedade não eram consensuais. As instituições infantis durante muito tempo, incluindo as brasileiras, organizavam seu espaço e sua rotina diária em função de idéia de assistência, de cuidados e higiene da criança. A década de 1980 passou por um momento de ampliação do debate a respeito dessas funções. A partir desse período, as instituições passaram a ser respeitadas e reivindicadas como lugar de educação e cuidados coletivos das crianças de 0 a 6 anos. Modificar essa concepção de educação assistencialista significa atentar para várias questões que vão além dos aspectos legais. Envolve principalmente, assumir as especificidades da educação infantil e rever concepções sobre a infância. Para cuidar é preciso um comprometimento com o outro, com sua singularidade, ser solidário com suas necessidades, confiando em suas 12
  • 13. Proposta Pedagógica Educação Infantil capacidades. Isso inclui o que a criança sente, pensa o que ela sabe sobre si e o mundo, visando a ampliação desse desenvolvimento e de suas habilidades, que, aos poucos, tornarão mais independentes e mais autônomas. Para educar, faz-se necessário que o educador crie situações significativas de aprendizagem, se quiser alcançar o desenvolvimento de habilidades cognitivas, psicomotoras e socioafetivas, e que fundamental que a formação da criança seja vista como um ato inacabado, sempre sujeito a novas inserções, e novos recuos, a novas tentativas. Nesssa perspectiva, os debates estão indicando a necessidade de uma formação mais abrangente e unificadoras para educadores infantis e de uma reestruturação dos quadros de carreira que levem em consideração os conhecimentos já acumulados no exercício profissional bem, como possibilite a atuação profissional. A formação de docentes para atuar na educação infantil básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidade e institutos superiores de educação admitida, como formação mínima para o magistério na educação infantil e nas quatros primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal. (LDB (Lei de Diretrizes e Bases), dispõe no título VI, art.62). A formação do educador deve estar baseada na concepção de educação infantil. Deve buscar a superação da dicotomia educação/assistência, levando em conta o duplo objetivo da educação infantil de cuidar e educar. O agir pedagógico deve entender ás reais necessidades das crianças, deve ser criativo, flexível, atendendo à individualidade e ao coletivo. A parceria com a família e os demais profissionais que se relacionam de forma direta e indireta com a criança é que vai ser diferencial na formação desse educando. A vida na instituição deve funcionar com base na tríade pais-educadores- criança. 13
  • 14. Proposta Pedagógica Educação Infantil Objetivos Geral Instruir para que o aluno viva a maturidade de acordo com sua idade, expressada na coerência entre o que é, o que crê e o que faz, formando uma consciência reta e plena liberdade de ser e existir em um universo do seu mundo imaginário, onde possa os princípios básicos da apropriação de novos conhecimentos a partir de suas habilidades intelectuais e experiências vividas no meio social onde esta inserido: Família, Comunidade e escola. Objetivos Específicos 1. Desenvolver iniciativa com autonomia, para que demonstre disposição para aprender, reconhecer suas capacidades nos distintos âmbitos de participação, podendo expressar seus sentimentos e aprendam a regular suas emoções. Isto os conduzirá a aprender a interpretar e a expressar 2. Ser capaz de assumir funções distintas e trabalhar em colaboração com os demais e estar atento às necessidades dos demais e apoiar a quem os necessitar, resolver conflitos através do diálogo, reconhecer e respeitar as regras de convivência na escola e fora dela. O que os levará a manifestar, em sua relação com os demais, os valores fundamentais para a convivência: apreço da dignidade humana, igualdade dos direitos entre pessoas, reconhecimento e apreço da diversidade cultural e ética; justiça, respeito, ajuda mútua e generosidade. 3. Conhecer, compreender os conceitos: escutando, memorizando, reconstruindo- os e recriando-os em seu imaginário, e comecem a desenvolver sua capacidade de reflexão e criatividade. 4. Melhorar e enriquecer a expressão e compreensão de mensagens orais dos idiomas e ampliar o vocabulário para satisfazer necessidades pessoais e sociais. 5. Compreender as principais funções da linguagem escrita e conhecer as características de diversos tipos de texto através de sua participação em atos de leitura e escrita em dois idiomas (nativo e segundo língua). 6. Aprender noções matemáticas a partir de situações que demandem o uso de conhecimentos e suas capacidades para estabelecer relações de correspondência, quantidade e construção entre objetos; para contar e estimar, para reconhecer atributos, medir magnitudes, para somar e subtrair. 14
  • 15. Proposta Pedagógica Educação Infantil 7. Desenvolver habilidades para observar fenômenos naturais, perguntar, predizer, comparar, experimentar, registrar, buscar informação e elaborar explicações sobre processos de transformação do mundo natural e social e adquiram atitudes favoráveis para o cuidado e preservação do meio ambiente. 8. Melhorar suas habilidades de coordenação, controle, manipulação e movimento em atividades de jogo livre, organizado e de exercício físico que lhes permita adquirir consciência de suas conquistas e de sua capacidade para enfrentar e superar desafios, permitindo-lhes a construção equilibrada do esquema corporal, conhecendo suas capacidades físicas. Ponham em prática medidas de saúde individual e coletiva para preservar e promover uma vida saudável, assim como para prevenir riscos. A Criança A criança é nossa prioridade, a LDB (1996) e, sobretudo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil RCNI, MEC, (1999), diz com prioridade que “as crianças possuem uma natureza singular, que as caracterizam como seres que pensam o mundo de um jeito muito próprio. No processo de construção do conhecimento, estabelecem relações com as outras pessoas e com o meio em que vivem, fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressignificação.” A Educação Infantil constitui, hoje, um segmento importante do sistema educacional do país, reconhecida como a primeira etapa da educação básica. Diante dessa realidade, é fundamental repensar o fazer na Educação Infantil, buscando nesse contexto uma aprendizagem mais significativa, construída a partir dos conhecimentos prévios da criança, respeitando as suas fases maturacionais, como um ser que se relaciona consigo, com os outros e com a natureza. Sendo assim, é mister que nesse momento seja o melhor possível, pois terá repercussões no futuro. A Educação Infantil da EMEB MARIA BARBOSA MARTINS tem como meta, contemplar a criança em sua totalidade, favorecendo a construção do seu conhecimento, respeitando às suas diferenças e às suas particularidades, cumprindo assim, duas funções indissociáveis a esta etapa: a do cuidar e do educar, propiciando assim o desenvolvimento da criança seus aspectos, físico, psicológico, cognitivo, cultural e social. 15
  • 16. Proposta Pedagógica Educação Infantil A primeira experiência da criança na escola expandirá a curiosidade, estimulará o desejo pela aprendizagem e ela sentir-se-á segura ao se separar de seus pais, portanto é imprescindível que dediquemos total interesse para atender às suas expectativas escolares. 16
  • 17. Proposta Pedagógica Educação Infantil Filosofia da Escola “Propiciar ao Educando a formação necessária para seu desenvolvimento com espírito crítico e transformador, assegurando seus direitos e o cumprimento de suas obrigações como cidadão consciente”. Inserindo no contexto escolar as propostas do PDE – Plano de Desenvolvimento Escolar, como: Nossos Valores “Valorizar nosso alunado oferecendo qualidade nos serviços educacionais...” Nossa Visão de Futuro “Buscar ser uma escola que prime pela excelência de seus serviços, na cooperação entre os segmentos da comunidade e poder público...” Nossa Missão “Preparar cidadãos que sejam comprometidos com as transformações sociais, críticos e capazes trilhar novos valores ÉTICOS...” Nossos Objetivos Estratégicos 1. Aprimorar a Qualidade de Ensino – Aprendizagem; 2. Fortalecer o Trabalho da Gestão Escolar. Objetivo Geral Propiciar aos educandos o contato com outras realidades, visando a ampliação dos conhecimentos gerais e específicos de cada área, integrando o aluno às comunidades afins para que se desenvolva sua visão crítica e ele adquira capacidade de julgamento e emita opinião própria acerca do que ele vivenciou. 17
  • 18. Proposta Pedagógica Educação Infantil Objetivos Específicos 1- Estimular e promover atividades culturais e sociais extraclasse envolvendo outras comunidades. 2- Estimular as práticas corporais e esportivas. 3- Qualificar os profissionais da educação. 4- Propiciar momentos de reflexão aprimorando senso crítico. 5- Melhoria do espaço físico da escola. Metas 1- Envolvimento das comunidades em atividades educacionais e sociais realizadas pela escola; 2- Envolver os alunos nas atividades esportivas sociais realizadas pela escola e também por outros Órgãos Públicos e Privados; 3- Proporcionar palestras, seminários, oficinas, treinamentos, pesquisas, jogos e intercâmbios culturais a comunidade escolar; 4- Promover cursos de capacitação para os profissionais da educação; 5- Consolidar a posição de referencia a comunidade escolar interna e externa. 18
  • 19. Proposta Pedagógica Educação Infantil Trabalhando os Projetos Nossa proposta pedagógica compreende que a criança é sujeito de sua aprendizagem, que na sua relação com o outro, é capaz de mudar o mundo. A concepção em que nos apoiamos é o construtivismo, no qual a ação pedagógica é dinamizada constantemente pelas relações que se estabelecem na sala de aula e no escolar, pelo fazer cotidiano do professor. Nessa perspectiva trabalhar com a Pedagogia de Projetos que está em consonância com os nossos objetivos. Nosso trabalho parte de um olhar diferenciado sobre a criança e sobre a nossa maneira de ensinar buscando incluí-la ao máximo no processo. Segundo Hernandez (1998), a organização do currículo deve ser feita por projetos de trabalho, com atuação conjunta de alunos e professores. As diferentes fases e atividades que compõem um projeto ajudam os estudantes a desenvolver a consciência sobre o próprio processo de aprendizagem (grifo nosso). Isto tem nos possibilitado consolidar nossa proposta quando afirma a necessidade de sustentar sempre uma nova prática inovadora de fazer educação ser um processo de estudo, sem perder a contextualização na qual se insere o aluno e sua vida em um novo mundo. Assim, nossa metodologia de projetos é amplia as possibilidades de trabalhar com os conteúdos conceituais, procedimentais e Atitudinais, articulando as diferentes áreas do conhecimento, além de proporcionar o desenvolvimento do processo ensino aprendizagens. 19
  • 20. Proposta Pedagógica Educação Infantil Eixos Norteadores A Educação Infantil é um espaço de inventividade, onde a criança pode criar e recriar. A música, proposta no referencial é considerada uma linguagem e forma de conhecimento, presente no cotidiano das crianças, buscam garantir um excelente meio para o desenvolvimento da expressão, da auto-estima e autoconhecimento, além de poderoso instrumento de integração social. O Ensino religioso pretende desenvolver a construção da identidade, a dimensão da transcendência, fundamentado nas relações de segurança, da proteção e do afeto. São Marcelino Champagnat, educador nato e excepcional deixou-nos como legado o segredo de sua eficácia: o exemplo e a simplicidade com que se relacionam as crianças e diz que: Para bem educar uma criança é preciso antes de tudo amá-la. O trabalho com a psicomotricidade é o caminho pelo qual à criança estabelece uma relação sadia com o corpo e a mente, organizando e controlando o movimento, ela é capaz de construir melhor suas habilidades motoras. Dentro das especificidades da Educação Infantil, nossa Proposta contempla os Eixos norteadores da prática pedagógica:  Concepção: Sujeito de direitos e um cidadão sócio-histórico-cultural. Proposta Pedagógica: com intencionalidade, gestão compartilhada, envolvendo a família, escola e comunidade interna e de seu entorno.  Ludicidade: O Trabalho docente, as alternativas na pratica do fazer pedagógico e como fazer, que viabilize o processo de ensino aprendizagem.  Interações e Relações Sociais: O Processo de inserir a criança em um novo universo onde ele apropria de novos saberes e saberes que até então não é o seus: imaginado, fantasiado e cheio de cores de detalhes que só sua infância e idade podem descrever, é tornar possível viver em um novo ambiente de interações, busca, curiosidade, no processo de ensino e no contexto coletivo do aprender e viver.  Conhecimento do mundo natural e social: Ser Mediador do processo de contato, tomar gosto, investigar, perguntar, ter curiosidade a partir da múltiplas ações que o processo no seu tempo e pratica possa envolve-la com a natureza; interagir com plantas, animais, materiais; ouvir histórias e estórias; movimentar-se em diferentes espaços naturais e culturais.  Múltiplas Linguagens: prática pedagógica que envolva "atividades de aprendizagem significativas" que contemplem: música, desenho, pintura, teatro, movimento, escrita, oralidade, gestos, escultura, literatura, matemática, poesia, relações espaciais, tendo como foco principal a compreensão do mundo, expressar idéias, sentimentos, sensações, compartilhar suas 20
  • 21. Proposta Pedagógica Educação Infantil produções como os demais, criar, produzir e transformar o mundo, aos outros e a si próprio.  Organização espaço/temporal: a construção dos espaços e a partir de um vivencia de um novo ambiente o da escola, a crianças possa ter a noção de seu espaço, e que forma ele pode interagir em todas as suas partes, como estímulo par a novas experiências no ser e existir como cidadão em plena formação a partir de práticas gostosa do jeito de ser criança. A Educação infantil deve proporcionar este ambiente de aprendizado pedagógico a partir da realidade da criança, seu grau de desenvolvimento e sua s potencialidades.  Avaliação: A medir desempenhos diários e estar sempre em contato com o novo a partir das alternativas que o aluno da Educação Infantil, busque par a solucionar a duvida que possa nascer do ato de recortar, desenhar, criar um ambiente de aprendizado. Nunca pensar no Carter promocional da avaliação. Sem duvida precisar ser diagnostica com vista à busca de alternativa par a facilitar a comunicação e o dialogo entre o educador e seus educando, sendo uma ferramenta de orientação da rotina da sala de aula. 21
  • 22. Proposta Pedagógica Educação Infantil O Professor O professor não é mero espectador do caminho que a criança vai percorrendo, é o mediador do processo, que oportuniza desafios e conquistas das crianças, considerando cada estágio do desenvolvimento infantil. Para consistência e êxito do trabalho, reconhecemos a importância da leitura, da pesquisa e dos estudos, tendo em vista às constantes transformações no campo educacional. O professor, consciente de sua missão, desafia e problematiza situações de aprendizagem, estimulando, transformando e promovendo o conhecimento. “A melhor herança que o educador pode deixar a uma criança é permitir-lhe traçar seu próprio caminho e percorrê-la por completo com seus próprios pés.4” 4 Isadora Duan 22
  • 23. Proposta Pedagógica Educação Infantil Estrutura do Conteúdo na Educação Infantil O Jogo Infantil Os conteúdos arrolados por blocos no eixo do trabalho com o brincar, devem ser considerados como atividades contextualizadas e integradas ao restante daquelas realizadas na sala-de-aula. Pois, eles explicitam a lógica interna da linguagem do brincar, discriminada em atividades possíveis a serem desenvolvidas com as crianças. As brincadeiras dependem, por um lado, da riqueza de recursos individuais de cada criança e, por outro, da criação de condições, por parte dos educadores, para que estas aconteçam de maneira favorável e com qualidade para o desenvolvimento das capacidades simbólicas, afetivas e cognitivas das crianças. Os conteúdos do brincar devem orientar as propostas de atividades para as crianças, levando-se em conta: a) A idade e o meio no qual vivem; b) A diversificação de brinquedos e materiais no sentido de criar novas hipóteses para as crianças resolverem; c) Os interesses e capacidades demonstrados por elas em suas atividades espontâneas; d) Que a casinha é o conteúdo de brincar básico e vital a partir do qual as crianças experimentam suas primeiras capacidades simbólicas, descobrindo sentimentos e papéis a partir dos quais podem ampliar para outras situações sociais tais como mercearia, o mercado, o supermercado, a loja, o banco, o médico, o posto de saúde, o hospital, a igreja, o cabeleireiro, o barco, a nave espacial, a carpintaria, a vaquejada, a colheita. Formação Pessoal e Social A formação da identidade e autonomia diz respeito ao conhecimento, desenvolvimento e uso dos recursos pessoais para fazer frente às diferentes situações da vida. A identidade é um conceito do qual faz parte à idéia de distinção, de uma marca de diferença entre as pessoas, características físicas, modo de agir e pensar, e história pessoal. 23
  • 24. Proposta Pedagógica Educação Infantil A construção da identidade e da autonomia depende das interações sócio-culturais e da vivência de experiências consideradas essenciais associadas à construção de vínculos e expressão da sexualidade. Conteúdos 1. Identificação de algumas características de sua família e do grupo imediato ao qual pertence; 2. Reconhecimento de semelhanças e diferenças entre seu próprio corpo e o dos demais; 3. Respeito às diferenças que caracterizam cada um; 4. Cuidado e higiene pessoal das várias partes do corpo; 5. Conhecimentos de regras de convívio social; 6. Identificação de situações de risco no seu ambiente mais próximo; 7. Procedimentos básicos de prevenção de acidentes e auto-cuidado; 8. Respeito a cultura de seu grupo de origem e a de outros grupos; 9. Confiança para solucionar alguns problemas do cotidiano; 10. Expressão, manifestação e controle progressivo de suas necessidades, desejos e sentimentos em situações cotidianas; 11. Ações de cooperação, solidariedade e ajuda na relação com os outros; 12. Diferenças e semelhanças de necessidades de cuidados entre os seres humanos e nas diversas fases da vida; 13. Valorização quanto ao cuidado com os materiais de uso pessoal e coletivo e o meio ambiente. Movimento O movimento é uma dimensão muito importante do desenvolvimento da cultura humana. O movimento faz parte da vida das crianças desde que nascem e vão adquirindo cada vez mais um controle sobre o seu corpo e se apropriando das possibilidades de interação com o mundo. Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianças também se apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão inseridas. O trabalho com o movimento contempla a multiplicidade de funções e manifestações do ato motor, propiciando um amplo desenvolvimento de 24
  • 25. Proposta Pedagógica Educação Infantil aspectos específicos da motricidade. Por isso, desenvolvemos um fundamentado programa de motricidade em todas as séries da educação infantil. Conteúdos Percepção do recorte corporal, favorecida por toques, massagens e pelo uso do espelho no espaço de convivência e trabalho das crianças; 1. Reconhecimento progressivo de segmentos e elementos do próprio corpo e de suas funções; 2. Conhecimento e identificação das características e qualidades do próprio corpo e do corpo dos outros, e de suas semelhanças e diferenças; 3. Descoberta e progressiva afirmação da própria lateralidade, desenvolvida nas diversas situações cotidianas e lúdicas. 4. Exploração, afirmação e valorização das possibilidades expressivas dos gestos, mímicas faciais e do movimento global nas situações cotidianas e lúdicas; 5. Valorização e ampliação das possibilidades estéticas do movimento, através da dança; 6. Percepção de estruturas rítmicas, favorecendo a expressão dos ritmos espontâneos do próprio corpo ou a adequação a informações sonoras dadas (seqüências de sons musicais); 7. Progressiva coordenação e controle dos gestos, tanto nas atividades cotidianas quanto nas lúdicas; 8. Coordenação e controle da motricidade gráfica e das habilidades motoras finas; 9. Constituição de uma lateralidade homogênea e coerente, através da experiência da atividade motora global; 10. Controle e adequação da motricidade em relação ao meio ambiente, aos objetos e as pessoas. 25
  • 26. Proposta Pedagógica Educação Infantil ARTES As artes visuais expressam, comunicam e atribuem sentido às sensações, sentimentos, pensamentos e realidade por meio da organização de linhas, formas, pontos, volume, espaço e luz na pintura, no desenho, na escultura, na gravura, na arquitetura, nos brinquedos, bordados, entalhes, etc.. O movimento e o equilíbrio, o ritmo, a harmonia, o contraste, a continuidade, a proximidade e a semelhança são atributos da criação artística. A integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, intuitivos, estéticos e cognitivos, assim como a promoção de interação e comunicação social, conferem caráter significativo às Artes Visuais, que estão presentes no cotidiano da vida infantil. Conteúdos Ao selecionar os conteúdos para a educação infantil, consideramos o desenvolvimento específico da faixa etária a ser trabalhada, adequando a cada uma delas os conteúdos relativos ao conhecimento da linguagem visual e ao desenvolvimento da criança. Esses conteúdos foram organizados em três blocos;o uso de diferentes habilidades motoras e cognitivas importantes para o conhecimento de mundo e da linguagem artística; a expressão da imaginação criadora e das relações de significação com o mundo ;a construção de conhecimentos dos elementos da linguagem das artes visuais e ampliação do repertório das imagens. Elementos da Linguagem das Artes 1. Observação das próprias produções das crianças; 2. Exploração gráfica dos elementos constituintes da linguagem das áreas visuais: ponto, linha, forma, cor, volume e luz; 3. Percepção da relação figura / fundo; 4. Exploração dos elementos rítmicos das linguagens visual, propondo repetição da imagem; 5. Observação das obras de arte; 6. Representação de imagens de artistas regionais, nacionais; 7. Representação gráfica de imagens do corpo humano, parado, em movimento, dentro de cenários, etc.; 8. Observação de objetos em variadas posições; 26
  • 27. Proposta Pedagógica Educação Infantil 9. Organização de imagens na superfície plana, explorando todo o espaço do suporte. Natureza e Sociedade Desde muito pequenas, pela interação no meio natural e social no qual vivem, as crianças aprendem sobre o mundo fazendo perguntas e procurando respostas às suas indagações e questões. Muitos são os temas pelos quais as crianças se interessam. Nos primeiros anos de vida, o contato com o mundo permite à criança construir conhecimentos práticos sobre o seu entorno. As crianças devem, desde pequenas, serem instigadas a observar fenômenos, relatar acontecimentos, formular hipóteses, prever resultados para experimentar, conhecer diferentes contextos históricos e sociais, tentar localizá-los no espaço e no tempo. Conteúdos Os conteúdos serão selecionados em função dos seguintes critérios: 1. Relevância social e vínculo com as práticas sociais reais; 2. Grau de significância para a criança; 3. Possibilidades que oferecem de construção de uma visão de mundo integrada e relacional; 4. Possibilidade de ampliação do repertório de vivências e do conhecimento a respeito do meio físico e social. Organização dos Grupos e suas Relações Sociais Na escola a criança encontra possibilidade de ampliar as experiências que traz de casa e de outros lugares, de estabelecer novas formas de relação e de contato com uma grande diversidade de costumes, hábitos e expressões culturais, cruzar histórias individuais e coletivas, compor um repertório de conhecimentos comuns àquele grupo, etc. Para que o ambiente social de instituição e a vivência 27
  • 28. Proposta Pedagógica Educação Infantil cotidiana das crianças se constituam em espaços de construção de novos conhecimentos, é preciso possibilitar que as crianças vivenciem e percebam a real idade social em sua complexidade e multiplicidade de formas. É preciso partir das questões colocadas pelas crianças acerca do universo social, oferecendo-lhes novas perspectivas, para que elas possam avançar na compreensão do conjunto de relações que explicam o mundo social. Nessa perspectiva são conteúdos deste bloco: Conteúdos 1. Conhecimento dos modos de vida, costumes e tradições de diversos grupos sociais do presente e do passado; 2. Participação em atividades que envolvam histórias, brincadeiras, jogos e canções que digam respeito as tradições culturais de sua comunidade e de outras; 3. Valorização do patrimônio cultural do seu meio e interesse por conhecer diferentes formas de expressão cultural; 4. Identificação de algumas contribuições de diferentes culturas na sua própria cultura, participação em atividades sociais que lhe sejam significativas; 5. Identificação de alguns dos diferentes papéis sociais existentes em seus grupos de convívio, dentro e fora da instituição; 6. Valorização dos relatos orais como fonte de informação e pesquisa, conhecimento de alguns sistemas de troca e do uso do dinheiro; 7. Respeito à valorização de atitudes de manutenção e preservação dos espaços coletivos. 28
  • 29. Proposta Pedagógica Educação Infantil Linguagem e Escrita A educação infantil, ao promover experiências significativas de aprendizagem da língua materna, constitui-se um dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado das crianças. Essa ampliação está relacionada ao desenvolvimento gradativo das capacidades associadas às quatro competências lingüísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever. A alfabetização é um processo no qual as crianças precisam resolver problemas de natureza lógica até chegarem a compreender de que forma a escrita alfabética representa a linguagem, e assim poderem escrever e ler por si mesmas. Iniciação às Práticas de Leitura A leitura do educador é uma prática constante e pressupõe o trabalho com a diversidade de objetivos, modalidades e textos que caracterizam as práticas de leitura de fato. As situações propostas às crianças que dominam a leitura convencional devem dar-lhes oportunidade para que, no contato com diversos textos, possam ler de duas formas: obtendo informação do texto a partir de indicadores presentes no contexto e, no caso de textos memorizados, pelo estabelecimento de correspondência entre partes do falado e partes do escrito. 1. Escuta de textos lidos pelo educador: “ler” ouvindo; 2. Atribuição de sentido: coordenando texto e contexto, utilizando indicadores para fazer antecipações e inferências em relação ao texto, em função da imagem que o acompanha, do conhecimento do gênero, de algumas propriedades do texto como extensão, espaços entre palavras, algumas letras conhecidas, etc.; 3. Leitura pela criança de textos memorizados: parlendas, adivinhas, letras de música, etc., ajustando o texto falado ao texto escrito; 4. Reconhecimento do próprio nome do conjunto dos nomes das crianças da sala; 5. Manuseio e leitura de livros na sala e, quando possível, empréstimo de materiais para leitura em casa (com supervisão do educador); 6. Uso da biblioteca: busca de informações e consulta a fontes de diferentes tipos (jornais, revistas, enciclopédias, etc.), com ajuda; 7. Valorização da leitura como fonte de fruição estética e entretenimento; 29
  • 30. Proposta Pedagógica Educação Infantil 8. Interesse por “ler” ou ouvir a leitura especialmente de textos literários e informativos e por compartilhar opiniões, idéias e preferências; 9. Cuidado no uso dos livros e demais materiais escritos. Iniciação às Práticas de Escrita e de Produção de Textos A criança pode aprender a escrever produzindo oralmente textos com destino escrito, momento em que o educador é o escritor. A criança também aprende ao arriscar-se fazendo como sabe, escrevendo de próprio punho, podendo receber ajuda de quem já sabe escrever. Em ambos os casos é necessários ter acesso à diversidade de textos escritos, testemunharem a utilização que se faz da escrita em diferentes circunstâncias, considerando as condições nas quais é produzida: para que, para quem, onde e como. Esta concepção supõe uma prática continuada de produção de textos que reproduza contextos cotidianos nos quais escrever tem sentido, buscando a maior similaridade possível com as práticas de uso social: 1. Escrever para não esquecer alguma informação; 2. Escrever para enviar uma mensagem a um destinatário ausente; 3. Produção de textos escritos como processo coletivo, envolvendo: planejar, definir para quem, pensar sobre a finalidade, considerar tipo de texto, elaborar e re-elaborar se for o caso; 4. Prática de escrita de próprio punho, utilizando o conhecimento de que cada criança dispõe, no momento, sobre o sistema de escrita em português; 5. Respeito pela produção própria e alheia. Linguagem Oral É importante para as crianças ampliarem suas possibilidades de inserção e de participação nas diversas práticas sociais. O trabalho com a linguagem se constitui um dos eixos básicos na educação infantil, dada a sua importância para a formação do sujeito, para a interação com as outras pessoas, orientação das ações das crianças, na construção de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento. Além da linguagem falada, a comunicação acontece por meio de 30
  • 31. Proposta Pedagógica Educação Infantil gestos, de sinais e da linguagem corporal, que dão significado e apóiam a linguagem oral. Conteúdos Linguagem: Língua Portuguesa 1. Participação em debates, fazendo e respondendo perguntas; 2. Elaboração e participação em entrevistas; 3. Exposição de temas através do uso de idéias próprias, justificativas e argumentação; 4. Planejamento coletivo e oral das atividades; 5. Exposição oral com ajuda de suporte visual e/ou escrito e do adulto; 6. Relato de experiências vividas; 7. Narração de fatos em seqüência temporal e causal; 8. Reconto de textos literários conhecidos, buscando aproximação com as características do texto-fonte e descrevendo personagens, cenários e objetos, com a ajuda do adulto, quando necessário; 9. Conhecimento e reprodução oral de jogos verbais tais como: trava-línguas, parlendas, adivinhas, quadrinhas, poemas, rimas e canções. 10. Reconhecimento das diferenças e semelhanças das funções da linguagem oral e da escrita. Matemática Diversas ações intervêm na construção dos conhecimentos matemáticos como recitar a seu modo a seqüência numérica, fazer comparações entre quantidades e entre ações numéricas e localizar-se espacialmente. Essas ações ocorrem fundamentalmente no convívio social e no contato das crianças com histórias, músicas, jogos e brincadeiras. À medida que crescem, as crianças conquistam maior autonomia e consegue levar adiante, por tempo maior, ações que tenham uma finalidade, entre elas atividades e jogos. 31
  • 32. Proposta Pedagógica Educação Infantil Conteúdos Os critérios utilizados para: identificar as noções que as crianças possuem e selecionar os conteúdos a fim de viabilizar as ações na sala de aula deve levar em conta que: a. Aprender matemática na educação infantil é um processo contínuo de abstração em que a criança atribui significados estabelecem relações com base em observações, experiências e ações que vem praticando, desde cedo, sobre elementos do seu ambiente físico e sócio-cultural; b. A construção de competências matemáticas pela criança ocorre simultaneamente à leitura, escrita, linguagem oral, desenho, capacidades motoras. Para as crianças de três a seis anos, as atividades dessa natureza são executadas envolvendo os seguintes conteúdos: Números e Sistema de Numeração, Medida e Espaço e Forma. - Utilização da contagem oral nas brincadeiras e situações que a criança reconheça a sua necessidade; - Designação de uma quantidade a partir da contagem oral; - Utilização de formas de registros de quantidades escolhidas pela criança; - Designação de quantidade a partir da contagem; - Domínio progressivo da sucessão ordenada de números, adquirindo cada vez maior precisão na contagem; - Comunicação de quantidade, utilizando registros orais e escritos; - Comparação de quantidades de objetos de diferentes coleções; - Posição de um objeto ou número numa série; - Noção de sucessor e antecessor em uma sucessão de objetos ou numa série numérica; - Comparação de tamanhos de objetos, colocando-os lado a lado; - Comparação da distância entre quantidades e tamanhos de objetos; 32
  • 33. Proposta Pedagógica Educação Infantil - Medições através da utilização de instrumentos conhecidos pelas crianças como régua, fita métrica, etc.; - Experiências com a noção de medida de comprimento, através da utilização de unidades não convencionais tais como palmo, palitos, dedos, etc.; - Experiências com noção de peso, através da utilização de uma balança de dois pratos com unidades não convencionais (pedras, livros, etc.); - Experiências com noção de capacidade de volume através da utilização de unidades não convencionais como copos, colheres, garrafas, etc.; - Marcação do tempo por meio de calendários; - Exploração de noções de posição e do vocabulário pertinente; - Descrição da posição de um objeto tendo como referência o próprio corpo; - Exploração de relações espaciais no objeto (relação entre partes, construções, quebra-cabeças); - Identificação de propriedades geométricas de objetos e figuras: formas, tipos de contornos, tridimensionais de objetos com massa de modelar e argila; - Representações gráficas de objetos; - Relações de posição de objetos no espaço, percebendo semelhanças e diferenças entre eles; - Descrição da posição de um objeto em relação ao outro; - Descrição e representação de um ambiente através da identificação da posição dos objetos em relação aos outros; - Orientação espacial estabelecendo pontos de referência; - Pontos de referência no espaço, situando-se ou deslocando-se neles; - Descrição de pequenos percursos e trajetos observando pontos de referência; - Elaboração, interpretação e representação de mensagens com informações sobre posição e deslocamentos. 33
  • 34. Proposta Pedagógica Educação Infantil Avaliação Buscando a excelência na qualidade da educação, objetivamos buscar a cada etapa do trabalho um feedback dos métodos e ações, instituindo em conjunto com todos os segmentos da Instituição Educacional mecanismos de avaliação pautados em instrumentos eficazes. O universo da avaliação escolar é simbólico e instituído pela cultura da mensuração, legitimado pela linguagem jurídica dos regimentos escolares, que legalmente instituídos, funcionam como uma vasta rede e envolvem totalmente a escola. (Lüdke; André, M. 1986) Avaliar exige, antes que se defina aonde se quer chegar, que se estabeleçam os critérios, para, em seguida, escolherem-se os procedimentos, inclusive aqueles referentes à coleta dedados, comparados e postos em cheque com o contexto e a forma em que foram produzidos. “A avaliação deve ser encarada como reorientação para uma aprendizagem melhor e para a melhoria do sistema de ensino"(grifo nosso), resume Mere Abramowicz, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Daí a importância de pensar e planejar muito antes de propor um debate ou um trabalho em grupo. É por isso que, no limite, você pode adotar, por sua conta, modelos próprios de avaliar os estudantes, como explica Mere. “Felizmente, existem educadores que conseguem colocar em prática suas propostas, às vezes até transgredindo uma sistemática tradicional”. Em qualquer processo de avaliação da aprendizagem, há um foco no individual e no coletivo. Para Hadji (2001), a passagem de uma avaliação normativa para a formativa, implica necessariamente uma modificação das práticas do professor em compreender que o aluno é, não só o ponto de partida, mas também o de chegada. Seu progresso só pode ser percebido quando comparado com ele mesmo: Como estava? Como está? As ações desenvolvidas entre as duas questões compõem a avaliação formativa. Para Cipriano Carlos Luckesi, professor de pós-graduação em Educação da Universidade Federal da Bahia, lembra que a boa avaliação envolve três passos:  Saber o nível atual de desempenho do aluno (etapa também conhecida como diagnóstico); 34
  • 35. Proposta Pedagógica Educação Infantil  Comparar essa informação com aquilo que é necessário ensinar no processo educativo (qualificação);  Tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados (planejar atividades, seqüências didáticas ou projetos de ensino, com os respectivos instrumentos avaliativos para cada etapa). "Seja pontual ou contínua, a avaliação só faz sentido quando leva ao desenvolvimento do educando"(grifo nosso), afirma Luckesi. Ou seja, só se deve avaliar aquilo que foi ensinado. Não adianta exigir que um grupo não orientado sobre a apresentação de seminários se saia bem nesse modelo. E é inviável exigir que a garotada realize uma pesquisa (na biblioteca ou na internet) se você não mostrar como fazer. Da mesma forma, ao escolher o circo como tema, é preciso encontrar formas eficazes de abordá-lo se não houver trupes na cidade e as crianças nunca tiverem visto um espetáculo circense. Segundo Libâneo, (1994, p.204) A avaliação institucional contribui significativamente para que a Escola repense suas práticas administrativas, técnicas, educativas e sociais, ao mesmo tempo em que reflete o seu papel na sociedade como produtora e socializadora de um saber capaz de compreender e transformar a realidade. Uma instituição que se proponha viver um processo de Avaliação Institucional precisará planejar as etapas deste processo a fim de alcançar sucesso, sendo estas: preparação; Elaboração do projeto; de organização do processo; de condução do processo; resultados e informes; validação; plano de ações e tomada de decisões em uma lógica permanente. O pensador e educador Dr. Luiz Cagliari, em seu texto a avaliação e Promoção, quando de sua contribuição no Jornal do Alfabetizador, Ano VIII - nº 46 PP 10-12. São Paulo - Agosto de 1997, assim se expressa em suas mais de 10 laudas de escrita, quanto a posição no que se refere a avaliação e Promoção escolar A escola não é um lugar onde se aprende apenas a lição da matéria. É um lugar de formação, de educação para a vida, e isto implica mais que uma prova ou uma nota, implica a formação de um caráter, de uma cultura, de um modo de se comportar, enfim, de uma filosofia de vida. Afinal, quando um aluno é reprovado isso significa um fracasso, e quando o aluno aprende e progride, é uma vitória. Esses fracassos e vitórias pertencem, em primeiro lugar, ao professor e ao aluno e, em seguida a todos os que estão ligados à atividade escolar. A própria comunidade depende do bom desempenho dos alunos e dos professores para poder manter uma cultura e a mão-de-obra adequada para sua vida e desenvolvimento. 35
  • 36. Proposta Pedagógica Educação Infantil A maneira tradicional de avaliar está ligada a promoção dos alunos. Toda nota que eles ganham é computada para julgamento de promoção no final do ano. Uma análise séria, profunda e honesta de como as notas funciona nas escolas revela que o professor não leva em conta o progresso do aluno, quando atribui determinada nota a ele, mas apenas o desempenho do aluno em tarefas cuja avaliação de certo/errado o professor pode traduzir em notas. A promoção é condição de o aluno poder ver coisas novas, participar de novas atividades educacionais e, conseqüentemente, somar experiências novas à sua vida. A repetição de ano, fazendo o aluno tentar de novo um mesmo caminho para ver se apresenta melhores resultados nas suas tarefas de avaliação, é uma forma de trilhar um novo caminho para se apreender na vida escolar, e na vida, de modo geral. Praticamente, cada pessoa encontra-se num caminho diferente de aprendizagem. Por isto, pré-fixar um único modo de aprender é um absurdo, como é igualmente um absurdo esperar que todas as pessoas sejam iguais. A educação chegou a esta aberração por culpa própria, por causa da ênfase equivocada que dá à nota e à promoção escolar. Esta atitude escolar é sua marca registrada, um dos estereótipos escolares mais típicos na nossa cultura: para tudo que se quer avaliar ( concursos, competição, etc.) faz-se uma prova, um teste, etc., à moda da escola, ou simplesmente se dá uma nota de zero a dez. Até para os constituintes que elaboraram a nova Constituição do país (1988) foram atribuídas notas, de acordo com o desempenho de cada um nas votações. Isto prova, mais uma vez, que a sociedade pensa e age, em grande parte, em função do que a escola ensina e de como faz isto. A avaliação como processo metodológico na prática pedagógica do professor, deve incidir sobre a aprendizagem que o aluno desenvolve sobre suas atitudes. Aqui, a avaliação é uma análise do progresso que cada aluno desenvolve. Tudo o que o aluno faz serve para o professor avaliar, adaptar seu ensino a situação real da sala de aula e mostrar ao aluno qual é o passo seguinte que ele deverá dar para progredir. Esta atitude deverá estar presente em todas as aulas de todas as séries. A educação constrói-se pela reflexão antes de tudo e pelos resultados em segundo lugar. Por isto, a avaliação deve estar voltada, em primeiro lugar, para a reflexão e, secundariamente, para o resultado. Escola é lugar de se aprender, e aprender inclui errar. Errar faz parte do processo pedagógico e por isto o aluno não pode ser punido por algo que faz parte de sua vida como aprendiz. Na vida, os resultados assumirão um papel prioritário, mas não necessariamente na escola. Infelizmente, temos uma escola exigente demais com relação aos resultados, o que acaba tirando a reflexão e a substituindo por truques de memorização e 36
  • 37. Proposta Pedagógica Educação Infantil subterfúgios para enganar o professor, com o único objetivo de obter um bom resultado nas tarefas de avaliação, uma nota que faça o aluno passar de ano. Obviamente, a escola não é o único lugar do mundo onde alguém pode estudar e aprender. Mas, certamente, é um lugar muito especial. Se for para alguém aprender em casa, o que qualquer um poderia fazer, em princípio, não haveria mais necessidade de escola. Se o aluno quer a aprovação escolar, deve ser um aluno presente na escola. A escola não é um lugar onde se aprende apenas a lição da matéria. É um lugar de formação, de educação para a vida, e isto implica mais do que uma prova ou uma nota, implica a formação de um caráter, de uma cultura, de um modo de se comportar, enfim, de uma filosofia de vida. Assim, nossa proposta é que sigamos e utilizemos conceitos modernos d e Avaliação do discente, focando seu desempenho, no cotidiano da escola, superando desafios como indisciplina, dificuldade educacionais, falta de estrutura que dificulta as atividades, superação de desafios pela ausência de pais e/ou responsáveis, mas que forme e promova com equidade o aluno, sem rotulação, tratamento pejorativo que macula o estudante e submeta a sarjeta da sala de aulas. A interação, aluno, sala de aulas docente e Gestores, caminharam de lado a lado na soma de condições de promoção muito mais que promover e taxar como um marca de “gado” no aluno com um NÚMERO... A vivencia e a execução do processo de ensino e aprendizagem caminharão na superação deste tradicionalismo, levando a avaliação a ser um momento d e conquista d e valores e responsabilidade com a apropriação pessoal de conhecimentos e que irei para a próxima etapa ou ano educacional com a consciência de que eu posso e eu vou conquistar novos saberes e horizontes do conhecimento acadêmico. “A criança constrói a si própria, quer queiramos ou não, não há como obstar o seu desenvolvimento, pois o objetivo (inconsciente) dela é o seu próprio desenvolvimento”. 37
  • 38. Proposta Pedagógica Educação Infantil Instrumentos de Avaliação na Educação Infantil Segundo Malágon e Montes, para a avaliação de competências na Educação Infantil, deve-se utilizar diversos instrumentos: PROCEDIMENTOS INSTRUMENTOS Registros anedóticos Rubricas Pautas de observação Escalas de apreciação 2. De informe Entrevistas Questionários Escalas de apreciação Escalas de atitudes Apresentações orais Informes descritivos Diários de classe Registros de atividades 3. Realizações Tarefas Projetos ( individuais e grupais) Experimentos Jogos e simulações Debates 4. Outros tipos Registros já existentes Grupos de discussão Análise de conteúdo Mapas conceituais Portfólios e pastas 38
  • 39. Proposta Pedagógica Educação Infantil Educação Infantil SÉRIE IDADES N° MÁXIMO PROFESSORES DE ALUNOS INFANTIL IV De quatro anos a INFANTIL V quatro anos e 11 24 alunos 1 professora regente meses. De cinco anos a 1 TDI cinco anos e 11 meses. Parâmetros da Organização dos Grupos A Educação Infantil está organizada em séries anuais sendo que os alunos serão agrupados por idades, quatro e cinco anos numa mesma sala. 39
  • 40. Proposta Pedagógica Educação Infantil Referencias Bibliográficas ABERASTURY, A. A criança e seus jogos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. ALMEIDA, Rosângela D. de e PASSINI, Elza Y. O espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto, 1989. ARAUJO, V. C. O jogo no contexto da educação psicomotora. São Paulo: Cortez, 1992. BITTENCOURT, Circe M. Fernandes (org). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1997. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n.º 9394, 20 de dezembro de 1996. ______,Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Lei 11.114/2005 Parâmetros curriculares nacionais: história. Brasília: MEC/SEF, 1998. ______. Ministério da Educação. Secretaria Nacional de Educação Básica. Ensino das humanidades: a modernidade em questão. São Paulo: Cortez; Brasília: SENEB, 1991. BRITTO, L. P. L. A sombra do caos: ensino de língua x tradição gramatical. Campinas, Mercado de Letras, 1997. CHAUÍ, Marilene. O que é Ideologia. 27. ed. São Paulo: Brasiliense, 1988. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e lingüística. São Paulo, Scipione, 1990. CÂMARA Jr., Joaquim Mattoso. Manual de expressão oral e escrita. Petrópolis, Vozes, 1983. CHARTIER, A.M. & HEBRARD, J. Ler e escrever: entrando no mundo da escrita. Porto Alegre, Artes Médicas, 1995. CHATEAU, J. O jogo e a criança. São Paulo: Summus, 1987. CHIAPPINI, Ligia (coord. geral) & GERALDI, João Wanderlei (coord.) Aprender e ensinar com textos dos alunos. São Paulo, Cortez, 1997. COLL, Cesar. Aprendizagem escolar e construção do conhecimento Porto Alegre, Artes Médicas, 1994. DAMIANI, A. L. O lugar e a produção do cotidiano. In: Encontro internacional: lugar, formação sociespacial, mundo. Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Geografia, Universidade de São Paulo, 1994. DANIELS, H.. Vygotsky em foco: pressupostos e desdobramentos; Papirus Editora; SP; 1994. 40
  • 41. Proposta Pedagógica Educação Infantil DAVIS, M. e WALLBRIDGE, D. Limite e espaço: uma introdução à obra de D.W. Winnicott. Rio de Janeiro: Imago, 1982. GARDNER, H. Estruturas da mente, a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. GROLNICK, S. Winnicott, o trabalho e o brinquedo: uma leitura introdutória. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. GUARINELLO, Noberto Luiz. Memória coletiva e história científica. Revista Brasileira de História, vol. 14, n° 28. São Paulo: ANPHU - Editora Marco Zero - MCT –CNPq - FINEP, 1994. DOLZ, J. e SCHNEUWLY, B. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita. Elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). Tradução Roxane H. R. Rojo. São Paulo (mimo.), 1996. REDIN, Euclides. A Representação da Criança Pré-Escolar no Brasil. São Paulo: Tese, USP, 1.985. SOCIEDADE BRASILEIRA DE MATEMÁTICA. Revista do Professor de Matemática. VYGOTSKY, L.S.. Formação Social da Mente. São Paulo: Martins, 1991. HERNÁNDEZ, Fernando; MONTSERRAT, Ventura. Os projetos de trabalho: uma forma de organizar os conhecimentos escolares. In: _____. A organização do currículo por Projetos de Trabalho. 5ª edição, Porto Alegre: Artmed, 1998. 41