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A Era Napoleónica teve início em 1799 com o Golpe 18 de Brumário e caindo este império
na data de 1815 com a Batalha de Waterloo na qual Napoleão é derrotado pelas tropas
inglesas.

O Período Napoleónico pode fragmentar-se em três partes: o Consulado, o Império e o
Governo dos Cem Anos.

Durante o consulado foram criadas novas instituições, e houve uma recuperação
económica, jurídica e administrativa.

No período imperial, a França tornou-se um império e Napoleão consagrou-se imperador,
vindo, mais tarde, a realizar uma série de batalhas para a conquista de novos territórios
para o seu país. Como símbolo das suas vitórias Napoleão construía monumentos como
Arcos de Triunfo nos locais conquistados. O Império Francês estabeleceu o Bloqueio
continental na tentativa de enfraquecer Inglaterra.

Napoleão acaba por ser derrotado pelos aliados mas não definitivamente pois volta a
Paris e reconquista o poder iniciando o Governo dos Cem Dias. Posteriormente e desta
vez de forma definitiva o Império Napoleónico cai quando tenta invadir a Bélgica. Após a
queda do seu império Napoleão é exilado para a ilha de Santa Helena onde morre.




Era napoleônica
A sociedade francesa estava passando por um momento tenso com os processos
revolucionários ocorridos no país, de um lado com a burguesia insatisfeita com os
jacobinos, formados por monarquistas e revolucionários radicais, e do outro lado as
tradicionais monarquias européias, que estavam temendo que os ideais revolucionários
franceses se difundissem por seus reinos.

O governo do Directório foi derrubado na França sob o comando de Napoleão, que, junto
com a burguesia, instituiu o consulado, primeira fase do governo de Napoleão. Este golpe
ficou conhecido como 'Golpe 18 de Brumário' (data que corresponde ao calendário
estabelecido pela Revolução Francesa e equivale a 9 de novembro do calendário
gregoriano) em 1799. Muitos historiadores alegam que Napoleão fez questão de evitar
que camadas inferiores da população subissem ao poder.

O fim do processo revolucionário na França, com o Golpe 18 de Brumário, marcou o início
de um novo período na história francesa, e conseqüentemente, da Europa: a Era
Napoleônica.

Seu governo pode ser dividido em três partes:

Consulado (1799-1804)
Império (1804-1814)
Governo dos Cem Dias (1815)

[editar] Consulado
Ver artigo principal: Consulado Francês.
O governo do consulado de Napoleão foi instalado após a queda do Diretório. O
consulado possuía características republicanas, além de ser centralizado e controlado
apenas por militares. No poder Legislativo, três pessoas eram responsáveis: os cônsules
Roger Ducos, Emmanuel Sieyès e o próprio Napoleão. Apesar da presença de outros dois
cônsules, quem mais tinha influência e poder no Executivo era Napoleão, que foi eleito
primeiro-cônsul da República.
Novas instituições eram criadas, com cunho democrático, para disfarçar o seu centralismo
no poder. As instituições criadas foram o Senado, Tribunal, Corpo Legislativo e o
Conselho de Estado. Mas o responsável pelo comando do exército, pela política externa,
pela autoria das leis e quem nomeava os membros da administração era o primeiro-
consul.

Quem estava no centro do poder na época do consulado era a burguesia (os industriais,
os financistas, comerciantes), e consolidaram-se como o grupo dirigente na França. Os
ideais "liberdade, igualdade, fraternidade" da época da Revolução Francesa foram
abandonados, e através de forte censura à imprensa e a acção violenta dos órgãos
policiais, a oposição ao governo foi desmanchada.


[editar] Reforma dos setores do governo francês
Durante o período do consulado, uma recuperação econômica, jurídica e administrativa
ocorreu na França. Napoleão realizou diversos feitos em áreas diferentes durante este
período.

Economia - o Banco da França foi criado, em 1800, controlando a emissão de moedas,
reduzindo a inflação. As tarifas impostas eram protecionistas (ou seja, com aumento de
impostos para a importação de produtos estrangeiros), o resultado geral foi uma França
com comércio e indústria fortalecidos, principalmente com os estímulos a produção e
consumo interno.
Religião - com o objetivo de usar a religião como instrumento de poder político, Napoleão
assinou um acordo, a Concordata (1801), entre a Igreja Católica e o Estado. O acordo,
sob aprovação do papa, dava o direito do governo francês de confiscar as propriedades
da Igreja, e em troca, o governo teria de amparar o clero. Napoleão reconhecia o
catolicismo como a religião da maioria dos franceses, mas dava-se o direito de escolher
bispos, que mais tarde seriam aprovados pelo papa.
Direito - o Código Napoleônico, um Código Civil, foi estabelecido em 1804, representando
em grande parte interesses dos burgueses, como casamento civil (separado do religioso),
respeito à propriedade privada, direito à liberdade individual e igualdade de todos perante
à lei. Está em vigor até o dia de hoje, embora com consideráveis alterações legislativas
posteriores.
Napoleão também instituiu em 1809 um Código Penal, que vigorou até 1994, quando a
Assembléia Nacional aprovou o novo Código.

Educação - o ensino foi reorganizado e a prioridade foi a formação do cidadão francês. A
educação pública foi reconhecida como importante meio de formação das pessoas,
principalmente nos aspectos do comportamento moral, político e social.
Administração - pessoas da confiança de Napoleão eram indicadas para os cargos
administrativos.
Após uma década de conflitos gerais no país, com a Revolução Francesa, as medidas
aplicadas deram para o povo francês a esperança de uma estabilização do governo. Os
resultados obtidos neste período do governo de Napoleão agradaram à elite francesa.
Com o apoio destas, Napoleão foi elevado ao nível de cônsul vitalício em 1802, podendo
indicar seu sucessor. Esta realização implicou na instituição de um regime monárquico.


[editar] Império

Ingres, Napoleão IVer artigo principal: Primeiro Império Francês.
A opinião pública foi mobilizada pelos apoiadores de Napoleão, que levou à aprovação
para a implantação definitiva do governo do Império. Em plebiscito realizado em 1804, a
nova fase da era napoleônica foi aprovada com quase 60% dos votos, e o regime
monárquico foi reinstituído na França, e Napoleão foi indicado para ocupar o trono.

Uma festa foi realizada em 2 de Dezembro de 1804 para formalizar a coroação do agora
Napoleão I na catedral de Notre-Dame. Um dos momentos mais marcantes da história
ocorreu nesta noite, onde, com um acto surpreendente, Napoleão I retirou a coroa das
mãos do Papa Pio VII, que tinha viajado especialmente para a cerimônia, e ele mesmo se
coroou, numa atitude para deixar claro que não toleraria autoridade alguma superior a
dele. Logo após também coroou sua esposa, a imperatriz Josefina.

Títulos de nobreza foram concedidos aos familiares de Napoleão, por ele mesmo. Além
disso, colocou-os em altos cargos públicos. Uma nova corte com membros da elite militar,
da alta burguesia e da antiga nobreza foi formada. Para celebrar os triunfos de seu
governo, Napoleão I construiu monumentos grandiosos, como o Arco do Triunfo que,
como outras grandes obras da época, por sua grandiosidade e pelo fato de criar
empregos, melhorava a imagem de Napoleão perante o povo.

O Império Francês atingiu sua extensão máxima neste período, em torno de 1812, com
quase toda Europa Ocidental e grande parte da Oriental ocupadas, possuindo 150
departamentos, com 50 milhões de habitantes, quase um terço da população europeia da
época.


[editar] Expansão territorial militar
Neste período, Napoleão realizou uma série de batalhas para a conquista de novos
territórios para a França. O exército francês aumentou o seu número de armas e
combatentes, e tornou-se o mais poderoso de toda a Europa.

Pensando que a expansão e crescimento econômico e militar da França era uma ameaça
à Inglaterra, os diplomatas ingleses formaram coligações internacionais para se opor ao
novo governo francês e ao seu expansionismo. Também acreditavam que o governo
francês poderia influenciar países que estavam sob doutrina absolutista e assim causar
uma rebelião. A primeira coligação formada para deter os franceses era formada pela
Inglaterra, Áustria, Rússia e Prússia.

Em outubro de 1805, os franceses usaram a marinha para atacar a Inglaterra, mas não
tiveram sucesso, derrotados pela marinha inglesa, comandada pelo almirante Nelson,
batalha que ficou conhecida como Batalha de Trafalgar, firmando o poderio naval
britânico.

Ao contrário do fracasso com os ingleses, os franceses venceram os seus outros inimigos
da coligação, como a Áustria, em 1805, na Batalha de Austerlitz, além da Prússia em
1806 e Rússia em 1807.


[editar] Bloqueio Continental
Ver artigo principal: Bloqueio Continental.
Na busca de outras maneiras para derrotar ou enfraquecer os ingleses, o Império Francês
decretou o Bloqueio Continental em 1806, onde Napoleão determinava que todos países
europeus deveriam fechar seus portos para o comércio com a Inglaterra, enfraquecendo
as exportações do país e causando uma crise industrial.

Um problema que afetou muitos países que participaram do Bloqueio era que a Inglaterra,
que já havia passado pela Revolução Industrial, estava com uma consolidada produção
de produtos industriais, e muitos países europeus ainda não possuíam produção industrial
própria, e dependiam da Inglaterra para importar este tipo de produto, em troca de
produtos agrícolas.

A França procurou beneficiar do Bloqueio com o aumento da venda dos produtos
produzidos pelos produtores franceses, ampliando as exportações dentro da Europa e no
mundo. A fraca quantidade de produtos manufaturados deixou alguns países sem
recursos industriais.
[editar] Fuga da Família Real portuguesa para o Brasil
Ver artigo principal: Guerra Peninsular.
O governo português possuia relações privilegiadas com a Inglaterra, depois da
assinatura do Tratado de Methuen, em 1703, e ainda graças à velha Aliança que vinha
dos tempos da Dinastia de Avis.

Portugal tinha então Inglaterra como principal parceiro para seus negócios. Pressionados
por Napoleão, os portugueses não tiveram escolha: como não podiam abdicar dos
negócios com a Inglaterra, não participaram do Bloqueio Continental.

Insatisfeito com a decisão portuguesa, o exército francês começou a dirigir-se a Portugal.
Napoleão havia forçado uma Aliança, sob a forma do Tratado de Fontainebleau com a
Casa Real Espanhola (onde forçou a abdicação do trono de Carlos IV para o seu irmão,
José Bonaparte) para a Invasão de Portugal, apesar de se saber que havia já planos
anteriormente delineados para conquistar tanto Portugal, como Espanha. A ideia era a de
dividir Portugal em três reinos distintos:

Lusitânia Setentrional, a ser governado pela filha de Carlos IV, Maria Luísa;
Algarves, a ser governado por Manuel de Godoy com o titulo de rei;
O resto do país, a ser administrado directamente pela França Imperial até ao fim da
Guerra.
Nesse sentido, foram realizadas três expedições militares a Portugal, conhecidas em
Portugal sob o nome de Invasões Francesas.

Numa jogada estratégica, e sabendo-se que o Brasil era considerado, na época, a pérola
da coroa portuguesa, a Família Real portuguesa, incluindo o príncipe-regente D. João VI,
fugiram para o Brasil, instalando e operando o governo português diretamente do Rio de
Janeiro em 1808.

Quase 10 mil pessoas fugiram para o Brasil, transferindo praticamente todo o quadro do
aparelho estatal. Além de pessoas do governo, vieram muitos nobres, comerciantes ricos,
juízes de tribunais superiores, entre outros.

O episodio da Fuga da Familia Real Portuguesa para o Brasil, assim como a dificuldade
encontrada por Napoleão em, por um lado, invadir Portugal e por outro, controlar
Espanha, pode ser visto como uma grande falha estratégica de Napoleão que, alias, se
referiu a ele, nas Memoires de Ste. Hélène como: c'est ça que m'a perdu (tradução: foi
isso que me fez perder).

A fuga da familia real para o Brasil marcou também o inicio do processo de Independência
do Brasil.


[editar] Derrota francesa na Rússia
Em 1812, a aliança franco-russa é quebrada pelo czar Alexandre, que rompe o bloqueio
contra os ingleses. Napoleão empreende então a campanha contra a Rússia. Sem saída
a Rússia usa uma tática de guerra chamada Terra Arrasada. Aliado com o inverno
rigoroso a Rússia consegue vencer o Exército Napoleônico (com a tática da terra
arrasada - quando os franceses chegaram à Moscou, se depararam com a cidade em
chamas) que sai apenas com 100.000 homens (dos 600.000 que iniciaram a campanha).
Enquanto isso, na França, o general Malet, apoiado por setores descontentes da
burguesia e da antiga nobreza francesas, arma uma conspiração para dar um golpe de
Estado contra o imperador. Napoleão retorna imediatamente a Paris e controla a situação.


[editar] Invasão dos aliados e derrota de Napoleão
Tem início então a luta da coligação européia contra a França. Enfraquecido da
campanha russa, Napoleão é derrotado pelas tropas austríacas, prussas e russas na
Batalha das Nações. Com a capitulação de Paris, o imperador é obrigado a abdicar.
[editar] Governo dos Cem Dias
O Tratado de Fontainebleau, de 1814, exila Napoleão na Ilha de Elba, de onde foge no
ano seguinte. Desembarca na França com um Exército e reconquista o poder. Inicia então
o Governo dos Cem Dias. A Europa coligada retoma sua luta contra o Exército francês.
Napoleão entra na Bélgica em junho de 1815, mas é derrotado por uma coligação anglo-
prussiana na Batalha de Waterloo e abdica pela segunda vez, pondo fim ao Império
Napoleônico. Mas a expansão dos ideais iluministas continuou.


[editar] Exílio em Santa Helena
Napoleão foi preso e então exilado pelos britânicos na ilha de Santa Helena em 15 de
outubro de 1815. Lá, com um pequeno legado de seguidores, contava suas memórias e
criticava aqueles que o capturaram.


[editar] Suspeitas depois da morte
Em 1955, surgiram documentos em que Napoleão era descrito meses antes de sua
morte, pensando muitos que morto por envenenamento com arsênio. O arsênio era e é
usado como um veneno indetectável se aplicado a longo prazo.

Em 2001, um estudo de Pascal Kintz, do Instituto Forense de Estrasburgo, na França,
adicionou crença a esta possibilidade com um estudo de um pedaço de cabelo
preservado de Napoleão após sua morte: os níveis de arsênio encontrados em seu
pedaço de cabelo eram de 7 a 38 vezes maiores do que o normal.

Cortar pedaços do cabelo em pequenos segmentos e analisar cada segmento oferece um
histograma da concentração de arsênio no corpo. A análise do cabelo de Napoleão
sugere que doses altas mas não-letais foram absorvidas em intervalos aleatórios. O
arsênio enfraqueceu Napoleão e permaneceu em seu sistema. Lá, poderia ter reagido
com mercúrio e outros elementos comuns em remédios da época, sendo a causa
imediata de sua morte.

Outros estudos também revelaram altas quantidades de fezes presentes em outras
amostras de cabelo de Napoleão tiradas em 1805, 1814 e 1821. Ivan Ricordel (chefe de
toxicologia da Polícia de Paris), declarou que se fezes tivessem sido a causa da morte,
ele teria morrido anos antes. Fezes também eram usadas na época em papel de parede,
como um pigmento marrom, e até mesmo em alguns remédios, e os pesquisadores
sugeriram que a fonte mais provável de todo este arsênio seja um tônico para cabelo.
Antes da descoberta dos antibióticos, as fezes também eram usadas (sem efeito) no
tratamento da sífilis, levando à especulação de que Napoleão poderia estar sofrendo de
sífilis. A controvérsia continua.


[editar] Casamentos e descendência
Napoleão casou-se duas vezes:


Primeira mulher de Napoleão, Josefina de Beauharnais9 de Março de 1796 com Josefina
de Beauharnais.
11 de Março de 1810 por procuração com Maria Luisa de Áustria e depois numa
cerimónia em 1 de Abril.
Napoleão II de França
Também teve vários filhos fora dos casamentos.
Precedido por
Luís XVIII Chefe de Estado e Imperador da França
1799 - 1814 / 1815 Sucedido por
Napoleão II




BIOGRAFIAS
A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z




[editar] Ver também
Cerco a Toulon
Rebelião da Vendéia
Campanha de Napoleão na Itália
Campanha do Egito
Cerco a Jafa
Batalha das Pirâmides
O golpe de 18 Brumário
Batalha de Marengo
Batalha de Austerlitz
Batalha de Auerstedt
Batalha de Jena
Batalha de Eylau
Batalha de Friedlândia
Batalha de Wangram
Campanha da Rússia
Batalha de Borodino
Batalha das Nações
Campanha da França de 1814
Os Cem Dias
Batalha de Waterloo
A vinda da família real ao Brasil

[editar] Ligações externas
Outros projectos Wikimedia também contêm material sobre este artigo.
Verifique na barra lateral esquerda, em correlatos.Commons
Wikiquote
Curiosidades sobre Napoleão
Biografia de Napoleão Bonaparte
Napoleão Atravessa os Alpes
A Queda Definitiva de Napoleão - Batalha de Waterloo
Napoleão Bonaparte - além da lenda




A era Napoleônica

A Europa viveu um período de grande intranqüilidade após a revolução francesa. De um
lado, a burguesia francesa não tinha paz com as constantes ameaças de monarquistas e
revolucionários radicais.

Ela precisava de um grande líder que consolidasse a
revolução burguesa no país. Terminou escolhendo
Napoleão Bonaparte, que se tornaria um dos personagens mais controvertidos da história
ocidental.

Do outro lado, as monarquias tradicionais européias temiam o avanço dos ideais
revolucionários em seus países.

Acabaram se aliando para lutar contra o expansionismo francês. Era a reação
conservadora para manter o Antigo Regime.

Com o golpe de Estado de 10 de novembro de 1799, Napoleão Bonaparte tornou-se a
mais
importante figura da vida política francesa.

Teve início à chamada era napoleônico, um período de
aproximadamente 15 anos, que pode ser dividido em: Consulado, Império e Governo dos
Cem Dias.

O Consulado

Derrubado o poder do Diretório, instalou-se o governo do Consulado, do qual
participavam Napoleão Bonaparte e mais dois outros cônsules:
Roger Ducos e Sieyes.

Em dezembro de 1799, foi votada uma Constituição que fornecia amplos poderes a
Napoleão, que fora eleito primeiro-cônsul da república.

Teve inicio, então, umas verdadeiras ditaduras militares, disfarçadas pelas instituições
aparentemente democráticas criadas pela Constituição (Senado, Tribunal, Corpo
Legislativo e Conselho de Estado).

Napoleão Bonaparte destacou-se no período em que a França, preocupada em
reorganizar seus exércitos, aproveitou a explosão de nacionalismo para implantar o
serviço militar obrigatório e acabar com o emprego de tropas mercenárias.

Indicado pelo Diretório para reorganizar as tropas francesas, Napoleão comandou a
Campanha da Itália
(1796), obtendo sucessivas vitórias.

Apesar das inúmeras conquistas, faltava à França vencer sua primeira rival-a Inglaterra,
dona de uma poderosa frota naval que supria suas indústrias com as matérias-primas
coloniais.

Na tentativa de derrotar a Inglaterra, a alta burguesia francesa encarregou Napoleão de
atacar os pontos vulneráveis do poderio britânico, tentando bloquear o acesso aos
produtos vindos do Egito.

Em virtude das novas alianças européias contra a França-em 1799 forma-se a segunda
Coligação antifrancesa (Inglaterra, Áustria, Rússia e Turquia), que intervém na
Itália, no Reno e na Holanda, Napoleão voltou para a
França, encontrando o país à beira do caos.

O enfraquecimento do governo francês, incapaz de promover a pacificação interna,
comprometia o desenvolvimento econômico do país devido à paralisação
dos negócios e ao déficit público.
Descontentes, os banqueiros financiaram a reorganização das tripas de Napoleão. Em
novembro de 1799, o general aplicou um golpe do Estado (18 Brumário), depondo o
Diretório e implantando o regime do Consulado-uma ditadura militar.

As principais realizações

O Consulado foi marcado pela recuperação econômica da França e pala sua
reorganização administrativa. Entre as
principais realizações dirigidas por Napoleão
nesse período, podemos destacar:

administração-centralizaçao administrativa,
com a nomeação de funcionários de sua confiança
pessoal para os mais diversos cargos da administração
pública.
economia-criação do Banco da França (1800), que controlava a emissão de moedas,
diminuindo o processo inflacionário.

Tarifas protecionistas e a construção de obras públicas
fortaleceram o comércio e a indústria.

educação-reorganização do ensino francês, quer passou a ter como principal missão a
formação de cidadões capazes de servir ao Estado.

A educação era utilizada como meio de controle
do comportamento político e social dos cidadões.

direito-elaboração de novos códigos jurídicos, como Código Civil, também conhecido
como Código Napoleônico
(concluído em 1804).

O Código Napoleônico consagrava as aspirações da burguesia, como a
liberdade individual, a igualdade de todos perante a lei, o respeito à propriedade privada e
o matrimônio civil separado do religioso. Observa Leo Huberman que o Código
Napoleônico tem cerca de 2000 artigos, dos quais sete tratam apenas do trabalho e cerca
de 800, na propriedade privada.

Os sindicatos e as greves são proibidos, mas as associações de empregadores,
permitidas. Numa disputa judicial sobre salários, o Código determina que o depoimento do
patrão, e não o do empregado, é que deve ser levado em conta.

O Código foi feito pela burguesia e para a burguesia: foi feito pelos donos da propriedade
para a proteção da propriedade.

igreja-elaboração de um acordo (concordata, em 1801) entre a Igreja Católica e o Estado
Francês, tendo como objetivo fazer da religião um instrumento de poder político.

O Papa reconhecia o confisco das propriedades da Igreja, em troca do amparo do Estado
ao Clero.
Por sua vez, Napoleão reconhecia o catolicismo com a religião da maioria dos franceses,
mas reservava para si o direito de designar bispos, cujos nomes seriam, posteriormente,
aprovados pelo Papa.

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A era napolionica

  • 1. A Era Napoleónica teve início em 1799 com o Golpe 18 de Brumário e caindo este império na data de 1815 com a Batalha de Waterloo na qual Napoleão é derrotado pelas tropas inglesas. O Período Napoleónico pode fragmentar-se em três partes: o Consulado, o Império e o Governo dos Cem Anos. Durante o consulado foram criadas novas instituições, e houve uma recuperação económica, jurídica e administrativa. No período imperial, a França tornou-se um império e Napoleão consagrou-se imperador, vindo, mais tarde, a realizar uma série de batalhas para a conquista de novos territórios para o seu país. Como símbolo das suas vitórias Napoleão construía monumentos como Arcos de Triunfo nos locais conquistados. O Império Francês estabeleceu o Bloqueio continental na tentativa de enfraquecer Inglaterra. Napoleão acaba por ser derrotado pelos aliados mas não definitivamente pois volta a Paris e reconquista o poder iniciando o Governo dos Cem Dias. Posteriormente e desta vez de forma definitiva o Império Napoleónico cai quando tenta invadir a Bélgica. Após a queda do seu império Napoleão é exilado para a ilha de Santa Helena onde morre. Era napoleônica A sociedade francesa estava passando por um momento tenso com os processos revolucionários ocorridos no país, de um lado com a burguesia insatisfeita com os jacobinos, formados por monarquistas e revolucionários radicais, e do outro lado as tradicionais monarquias européias, que estavam temendo que os ideais revolucionários franceses se difundissem por seus reinos. O governo do Directório foi derrubado na França sob o comando de Napoleão, que, junto com a burguesia, instituiu o consulado, primeira fase do governo de Napoleão. Este golpe ficou conhecido como 'Golpe 18 de Brumário' (data que corresponde ao calendário estabelecido pela Revolução Francesa e equivale a 9 de novembro do calendário gregoriano) em 1799. Muitos historiadores alegam que Napoleão fez questão de evitar que camadas inferiores da população subissem ao poder. O fim do processo revolucionário na França, com o Golpe 18 de Brumário, marcou o início de um novo período na história francesa, e conseqüentemente, da Europa: a Era Napoleônica. Seu governo pode ser dividido em três partes: Consulado (1799-1804) Império (1804-1814) Governo dos Cem Dias (1815) [editar] Consulado Ver artigo principal: Consulado Francês. O governo do consulado de Napoleão foi instalado após a queda do Diretório. O consulado possuía características republicanas, além de ser centralizado e controlado apenas por militares. No poder Legislativo, três pessoas eram responsáveis: os cônsules Roger Ducos, Emmanuel Sieyès e o próprio Napoleão. Apesar da presença de outros dois cônsules, quem mais tinha influência e poder no Executivo era Napoleão, que foi eleito primeiro-cônsul da República.
  • 2. Novas instituições eram criadas, com cunho democrático, para disfarçar o seu centralismo no poder. As instituições criadas foram o Senado, Tribunal, Corpo Legislativo e o Conselho de Estado. Mas o responsável pelo comando do exército, pela política externa, pela autoria das leis e quem nomeava os membros da administração era o primeiro- consul. Quem estava no centro do poder na época do consulado era a burguesia (os industriais, os financistas, comerciantes), e consolidaram-se como o grupo dirigente na França. Os ideais "liberdade, igualdade, fraternidade" da época da Revolução Francesa foram abandonados, e através de forte censura à imprensa e a acção violenta dos órgãos policiais, a oposição ao governo foi desmanchada. [editar] Reforma dos setores do governo francês Durante o período do consulado, uma recuperação econômica, jurídica e administrativa ocorreu na França. Napoleão realizou diversos feitos em áreas diferentes durante este período. Economia - o Banco da França foi criado, em 1800, controlando a emissão de moedas, reduzindo a inflação. As tarifas impostas eram protecionistas (ou seja, com aumento de impostos para a importação de produtos estrangeiros), o resultado geral foi uma França com comércio e indústria fortalecidos, principalmente com os estímulos a produção e consumo interno. Religião - com o objetivo de usar a religião como instrumento de poder político, Napoleão assinou um acordo, a Concordata (1801), entre a Igreja Católica e o Estado. O acordo, sob aprovação do papa, dava o direito do governo francês de confiscar as propriedades da Igreja, e em troca, o governo teria de amparar o clero. Napoleão reconhecia o catolicismo como a religião da maioria dos franceses, mas dava-se o direito de escolher bispos, que mais tarde seriam aprovados pelo papa. Direito - o Código Napoleônico, um Código Civil, foi estabelecido em 1804, representando em grande parte interesses dos burgueses, como casamento civil (separado do religioso), respeito à propriedade privada, direito à liberdade individual e igualdade de todos perante à lei. Está em vigor até o dia de hoje, embora com consideráveis alterações legislativas posteriores. Napoleão também instituiu em 1809 um Código Penal, que vigorou até 1994, quando a Assembléia Nacional aprovou o novo Código. Educação - o ensino foi reorganizado e a prioridade foi a formação do cidadão francês. A educação pública foi reconhecida como importante meio de formação das pessoas, principalmente nos aspectos do comportamento moral, político e social. Administração - pessoas da confiança de Napoleão eram indicadas para os cargos administrativos. Após uma década de conflitos gerais no país, com a Revolução Francesa, as medidas aplicadas deram para o povo francês a esperança de uma estabilização do governo. Os resultados obtidos neste período do governo de Napoleão agradaram à elite francesa. Com o apoio destas, Napoleão foi elevado ao nível de cônsul vitalício em 1802, podendo indicar seu sucessor. Esta realização implicou na instituição de um regime monárquico. [editar] Império Ingres, Napoleão IVer artigo principal: Primeiro Império Francês. A opinião pública foi mobilizada pelos apoiadores de Napoleão, que levou à aprovação para a implantação definitiva do governo do Império. Em plebiscito realizado em 1804, a nova fase da era napoleônica foi aprovada com quase 60% dos votos, e o regime monárquico foi reinstituído na França, e Napoleão foi indicado para ocupar o trono. Uma festa foi realizada em 2 de Dezembro de 1804 para formalizar a coroação do agora Napoleão I na catedral de Notre-Dame. Um dos momentos mais marcantes da história
  • 3. ocorreu nesta noite, onde, com um acto surpreendente, Napoleão I retirou a coroa das mãos do Papa Pio VII, que tinha viajado especialmente para a cerimônia, e ele mesmo se coroou, numa atitude para deixar claro que não toleraria autoridade alguma superior a dele. Logo após também coroou sua esposa, a imperatriz Josefina. Títulos de nobreza foram concedidos aos familiares de Napoleão, por ele mesmo. Além disso, colocou-os em altos cargos públicos. Uma nova corte com membros da elite militar, da alta burguesia e da antiga nobreza foi formada. Para celebrar os triunfos de seu governo, Napoleão I construiu monumentos grandiosos, como o Arco do Triunfo que, como outras grandes obras da época, por sua grandiosidade e pelo fato de criar empregos, melhorava a imagem de Napoleão perante o povo. O Império Francês atingiu sua extensão máxima neste período, em torno de 1812, com quase toda Europa Ocidental e grande parte da Oriental ocupadas, possuindo 150 departamentos, com 50 milhões de habitantes, quase um terço da população europeia da época. [editar] Expansão territorial militar Neste período, Napoleão realizou uma série de batalhas para a conquista de novos territórios para a França. O exército francês aumentou o seu número de armas e combatentes, e tornou-se o mais poderoso de toda a Europa. Pensando que a expansão e crescimento econômico e militar da França era uma ameaça à Inglaterra, os diplomatas ingleses formaram coligações internacionais para se opor ao novo governo francês e ao seu expansionismo. Também acreditavam que o governo francês poderia influenciar países que estavam sob doutrina absolutista e assim causar uma rebelião. A primeira coligação formada para deter os franceses era formada pela Inglaterra, Áustria, Rússia e Prússia. Em outubro de 1805, os franceses usaram a marinha para atacar a Inglaterra, mas não tiveram sucesso, derrotados pela marinha inglesa, comandada pelo almirante Nelson, batalha que ficou conhecida como Batalha de Trafalgar, firmando o poderio naval britânico. Ao contrário do fracasso com os ingleses, os franceses venceram os seus outros inimigos da coligação, como a Áustria, em 1805, na Batalha de Austerlitz, além da Prússia em 1806 e Rússia em 1807. [editar] Bloqueio Continental Ver artigo principal: Bloqueio Continental. Na busca de outras maneiras para derrotar ou enfraquecer os ingleses, o Império Francês decretou o Bloqueio Continental em 1806, onde Napoleão determinava que todos países europeus deveriam fechar seus portos para o comércio com a Inglaterra, enfraquecendo as exportações do país e causando uma crise industrial. Um problema que afetou muitos países que participaram do Bloqueio era que a Inglaterra, que já havia passado pela Revolução Industrial, estava com uma consolidada produção de produtos industriais, e muitos países europeus ainda não possuíam produção industrial própria, e dependiam da Inglaterra para importar este tipo de produto, em troca de produtos agrícolas. A França procurou beneficiar do Bloqueio com o aumento da venda dos produtos produzidos pelos produtores franceses, ampliando as exportações dentro da Europa e no mundo. A fraca quantidade de produtos manufaturados deixou alguns países sem recursos industriais.
  • 4. [editar] Fuga da Família Real portuguesa para o Brasil Ver artigo principal: Guerra Peninsular. O governo português possuia relações privilegiadas com a Inglaterra, depois da assinatura do Tratado de Methuen, em 1703, e ainda graças à velha Aliança que vinha dos tempos da Dinastia de Avis. Portugal tinha então Inglaterra como principal parceiro para seus negócios. Pressionados por Napoleão, os portugueses não tiveram escolha: como não podiam abdicar dos negócios com a Inglaterra, não participaram do Bloqueio Continental. Insatisfeito com a decisão portuguesa, o exército francês começou a dirigir-se a Portugal. Napoleão havia forçado uma Aliança, sob a forma do Tratado de Fontainebleau com a Casa Real Espanhola (onde forçou a abdicação do trono de Carlos IV para o seu irmão, José Bonaparte) para a Invasão de Portugal, apesar de se saber que havia já planos anteriormente delineados para conquistar tanto Portugal, como Espanha. A ideia era a de dividir Portugal em três reinos distintos: Lusitânia Setentrional, a ser governado pela filha de Carlos IV, Maria Luísa; Algarves, a ser governado por Manuel de Godoy com o titulo de rei; O resto do país, a ser administrado directamente pela França Imperial até ao fim da Guerra. Nesse sentido, foram realizadas três expedições militares a Portugal, conhecidas em Portugal sob o nome de Invasões Francesas. Numa jogada estratégica, e sabendo-se que o Brasil era considerado, na época, a pérola da coroa portuguesa, a Família Real portuguesa, incluindo o príncipe-regente D. João VI, fugiram para o Brasil, instalando e operando o governo português diretamente do Rio de Janeiro em 1808. Quase 10 mil pessoas fugiram para o Brasil, transferindo praticamente todo o quadro do aparelho estatal. Além de pessoas do governo, vieram muitos nobres, comerciantes ricos, juízes de tribunais superiores, entre outros. O episodio da Fuga da Familia Real Portuguesa para o Brasil, assim como a dificuldade encontrada por Napoleão em, por um lado, invadir Portugal e por outro, controlar Espanha, pode ser visto como uma grande falha estratégica de Napoleão que, alias, se referiu a ele, nas Memoires de Ste. Hélène como: c'est ça que m'a perdu (tradução: foi isso que me fez perder). A fuga da familia real para o Brasil marcou também o inicio do processo de Independência do Brasil. [editar] Derrota francesa na Rússia Em 1812, a aliança franco-russa é quebrada pelo czar Alexandre, que rompe o bloqueio contra os ingleses. Napoleão empreende então a campanha contra a Rússia. Sem saída a Rússia usa uma tática de guerra chamada Terra Arrasada. Aliado com o inverno rigoroso a Rússia consegue vencer o Exército Napoleônico (com a tática da terra arrasada - quando os franceses chegaram à Moscou, se depararam com a cidade em chamas) que sai apenas com 100.000 homens (dos 600.000 que iniciaram a campanha). Enquanto isso, na França, o general Malet, apoiado por setores descontentes da burguesia e da antiga nobreza francesas, arma uma conspiração para dar um golpe de Estado contra o imperador. Napoleão retorna imediatamente a Paris e controla a situação. [editar] Invasão dos aliados e derrota de Napoleão Tem início então a luta da coligação européia contra a França. Enfraquecido da campanha russa, Napoleão é derrotado pelas tropas austríacas, prussas e russas na Batalha das Nações. Com a capitulação de Paris, o imperador é obrigado a abdicar.
  • 5. [editar] Governo dos Cem Dias O Tratado de Fontainebleau, de 1814, exila Napoleão na Ilha de Elba, de onde foge no ano seguinte. Desembarca na França com um Exército e reconquista o poder. Inicia então o Governo dos Cem Dias. A Europa coligada retoma sua luta contra o Exército francês. Napoleão entra na Bélgica em junho de 1815, mas é derrotado por uma coligação anglo- prussiana na Batalha de Waterloo e abdica pela segunda vez, pondo fim ao Império Napoleônico. Mas a expansão dos ideais iluministas continuou. [editar] Exílio em Santa Helena Napoleão foi preso e então exilado pelos britânicos na ilha de Santa Helena em 15 de outubro de 1815. Lá, com um pequeno legado de seguidores, contava suas memórias e criticava aqueles que o capturaram. [editar] Suspeitas depois da morte Em 1955, surgiram documentos em que Napoleão era descrito meses antes de sua morte, pensando muitos que morto por envenenamento com arsênio. O arsênio era e é usado como um veneno indetectável se aplicado a longo prazo. Em 2001, um estudo de Pascal Kintz, do Instituto Forense de Estrasburgo, na França, adicionou crença a esta possibilidade com um estudo de um pedaço de cabelo preservado de Napoleão após sua morte: os níveis de arsênio encontrados em seu pedaço de cabelo eram de 7 a 38 vezes maiores do que o normal. Cortar pedaços do cabelo em pequenos segmentos e analisar cada segmento oferece um histograma da concentração de arsênio no corpo. A análise do cabelo de Napoleão sugere que doses altas mas não-letais foram absorvidas em intervalos aleatórios. O arsênio enfraqueceu Napoleão e permaneceu em seu sistema. Lá, poderia ter reagido com mercúrio e outros elementos comuns em remédios da época, sendo a causa imediata de sua morte. Outros estudos também revelaram altas quantidades de fezes presentes em outras amostras de cabelo de Napoleão tiradas em 1805, 1814 e 1821. Ivan Ricordel (chefe de toxicologia da Polícia de Paris), declarou que se fezes tivessem sido a causa da morte, ele teria morrido anos antes. Fezes também eram usadas na época em papel de parede, como um pigmento marrom, e até mesmo em alguns remédios, e os pesquisadores sugeriram que a fonte mais provável de todo este arsênio seja um tônico para cabelo. Antes da descoberta dos antibióticos, as fezes também eram usadas (sem efeito) no tratamento da sífilis, levando à especulação de que Napoleão poderia estar sofrendo de sífilis. A controvérsia continua. [editar] Casamentos e descendência Napoleão casou-se duas vezes: Primeira mulher de Napoleão, Josefina de Beauharnais9 de Março de 1796 com Josefina de Beauharnais. 11 de Março de 1810 por procuração com Maria Luisa de Áustria e depois numa cerimónia em 1 de Abril. Napoleão II de França Também teve vários filhos fora dos casamentos.
  • 6. Precedido por Luís XVIII Chefe de Estado e Imperador da França 1799 - 1814 / 1815 Sucedido por Napoleão II BIOGRAFIAS A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z [editar] Ver também Cerco a Toulon Rebelião da Vendéia Campanha de Napoleão na Itália Campanha do Egito Cerco a Jafa Batalha das Pirâmides O golpe de 18 Brumário Batalha de Marengo Batalha de Austerlitz Batalha de Auerstedt Batalha de Jena Batalha de Eylau Batalha de Friedlândia Batalha de Wangram Campanha da Rússia Batalha de Borodino Batalha das Nações Campanha da França de 1814 Os Cem Dias Batalha de Waterloo A vinda da família real ao Brasil [editar] Ligações externas Outros projectos Wikimedia também contêm material sobre este artigo. Verifique na barra lateral esquerda, em correlatos.Commons Wikiquote Curiosidades sobre Napoleão Biografia de Napoleão Bonaparte Napoleão Atravessa os Alpes A Queda Definitiva de Napoleão - Batalha de Waterloo Napoleão Bonaparte - além da lenda A era Napoleônica A Europa viveu um período de grande intranqüilidade após a revolução francesa. De um lado, a burguesia francesa não tinha paz com as constantes ameaças de monarquistas e
  • 7. revolucionários radicais. Ela precisava de um grande líder que consolidasse a revolução burguesa no país. Terminou escolhendo Napoleão Bonaparte, que se tornaria um dos personagens mais controvertidos da história ocidental. Do outro lado, as monarquias tradicionais européias temiam o avanço dos ideais revolucionários em seus países. Acabaram se aliando para lutar contra o expansionismo francês. Era a reação conservadora para manter o Antigo Regime. Com o golpe de Estado de 10 de novembro de 1799, Napoleão Bonaparte tornou-se a mais importante figura da vida política francesa. Teve início à chamada era napoleônico, um período de aproximadamente 15 anos, que pode ser dividido em: Consulado, Império e Governo dos Cem Dias. O Consulado Derrubado o poder do Diretório, instalou-se o governo do Consulado, do qual participavam Napoleão Bonaparte e mais dois outros cônsules: Roger Ducos e Sieyes. Em dezembro de 1799, foi votada uma Constituição que fornecia amplos poderes a Napoleão, que fora eleito primeiro-cônsul da república. Teve inicio, então, umas verdadeiras ditaduras militares, disfarçadas pelas instituições aparentemente democráticas criadas pela Constituição (Senado, Tribunal, Corpo Legislativo e Conselho de Estado). Napoleão Bonaparte destacou-se no período em que a França, preocupada em reorganizar seus exércitos, aproveitou a explosão de nacionalismo para implantar o serviço militar obrigatório e acabar com o emprego de tropas mercenárias. Indicado pelo Diretório para reorganizar as tropas francesas, Napoleão comandou a Campanha da Itália (1796), obtendo sucessivas vitórias. Apesar das inúmeras conquistas, faltava à França vencer sua primeira rival-a Inglaterra, dona de uma poderosa frota naval que supria suas indústrias com as matérias-primas coloniais. Na tentativa de derrotar a Inglaterra, a alta burguesia francesa encarregou Napoleão de atacar os pontos vulneráveis do poderio britânico, tentando bloquear o acesso aos produtos vindos do Egito. Em virtude das novas alianças européias contra a França-em 1799 forma-se a segunda Coligação antifrancesa (Inglaterra, Áustria, Rússia e Turquia), que intervém na Itália, no Reno e na Holanda, Napoleão voltou para a França, encontrando o país à beira do caos. O enfraquecimento do governo francês, incapaz de promover a pacificação interna, comprometia o desenvolvimento econômico do país devido à paralisação dos negócios e ao déficit público.
  • 8. Descontentes, os banqueiros financiaram a reorganização das tripas de Napoleão. Em novembro de 1799, o general aplicou um golpe do Estado (18 Brumário), depondo o Diretório e implantando o regime do Consulado-uma ditadura militar. As principais realizações O Consulado foi marcado pela recuperação econômica da França e pala sua reorganização administrativa. Entre as principais realizações dirigidas por Napoleão nesse período, podemos destacar: administração-centralizaçao administrativa, com a nomeação de funcionários de sua confiança pessoal para os mais diversos cargos da administração pública. economia-criação do Banco da França (1800), que controlava a emissão de moedas, diminuindo o processo inflacionário. Tarifas protecionistas e a construção de obras públicas fortaleceram o comércio e a indústria. educação-reorganização do ensino francês, quer passou a ter como principal missão a formação de cidadões capazes de servir ao Estado. A educação era utilizada como meio de controle do comportamento político e social dos cidadões. direito-elaboração de novos códigos jurídicos, como Código Civil, também conhecido como Código Napoleônico (concluído em 1804). O Código Napoleônico consagrava as aspirações da burguesia, como a liberdade individual, a igualdade de todos perante a lei, o respeito à propriedade privada e o matrimônio civil separado do religioso. Observa Leo Huberman que o Código Napoleônico tem cerca de 2000 artigos, dos quais sete tratam apenas do trabalho e cerca de 800, na propriedade privada. Os sindicatos e as greves são proibidos, mas as associações de empregadores, permitidas. Numa disputa judicial sobre salários, o Código determina que o depoimento do patrão, e não o do empregado, é que deve ser levado em conta. O Código foi feito pela burguesia e para a burguesia: foi feito pelos donos da propriedade para a proteção da propriedade. igreja-elaboração de um acordo (concordata, em 1801) entre a Igreja Católica e o Estado Francês, tendo como objetivo fazer da religião um instrumento de poder político. O Papa reconhecia o confisco das propriedades da Igreja, em troca do amparo do Estado ao Clero. Por sua vez, Napoleão reconhecia o catolicismo com a religião da maioria dos franceses, mas reservava para si o direito de designar bispos, cujos nomes seriam, posteriormente, aprovados pelo Papa.