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RADIAÇÃO VISÍVEL - ILUMINAÇÃO
Entende-se pôr radiação visível a faixa do espectro eletromagnético capaz de ser detectada
pelo olho humano. A sensibilidade do olho a esta região visível varia, dependendo do
comprimento de onda das radiações que estão incidindo sobre a retina. A cor da radiação
visível é definida pela freqüência ou comprimento de onda que a mesma possui. O espectro
apresentado a seguir relaciona o comprimento de onda, a cor e a sensibilidade relativa do olho
humano à região visível.
Esta faixa do espectro eletromagnético é responsável pela iluminação de ambientes.
Determinar a iluminação necessária a um ambiente significa estabelecer a intensidade e
distribuição da radiação visível adequadas aos tipos de atividades e às características do local,
bem como sugerir alterações para este, a fim de proporcionar melhores condições de trabalho
e, consequentemente, maior eficiência e conforto.
A iluminação de um ambiente pode ser: natural, artificial ou, como mais comumente ocorre,
iluminação natural e artificial usadas em conjunto.
Importância da boa iluminação
A utilização de uma iluminação adequada proporciona um ambiente de trabalho agradável,
melhorando as condições de supervisão e diminuindo as possibilidades de acidentes do
trabalho. As conseqüências de uma iluminação inadequada são notadas:
Na segurança - implicando no aumento do número de acidentes do trabalho; na produtividade -
maior desperdício de material, pior qualidade do produto final; no bem-estar - maior fadiga
visual e geral, ambiente desagradável baixando o moral dos trabalhadores. Além disso, com a
revogação do anexo 4 da NR-15, através da Portaria 3751 de 23 de novembro de 1990, não
podemos mais caracterizar as áreas com iluminamento deficiente, ou seja abaixo do que
determina a NBR-5413 como áreas insalubres. Porém, permanece a obrigatoriedade de se
atender a NBR-5413 ou NB 57, quanto aos níveis mínimos de iluminamento, pois o excesso
ou a falta de iluminação obriga aos olhos a contínuos movimentos traduzindo-se em esforços
repetitivos e intermitentes. A luz insuficiente provoca a diminuição da acuidade visual e a luz
em excesso provoca catarata e eritema palpebral.
VARIAÇÃO BRUSCA DO NÍVEL DE ILUMINAMENTO
A diferença acentuada entre os níveis de iluminamento de dois locais de trabalho adjacentes
pode ocasionar problemas. Como exemplo, podemos citar: as normas brasileiras prescrevem,
para corredores, um iluminamento de 100 lux. Porém, este nível pode ser insuficiente em
determinados casos e provocar acidentes. Quando o trabalhador passa de um ambiente
altamente iluminado (2000 lux), para outro parcamente iluminado ( 100 lux ), alguns instantes
transcorrem, antes que haja acomodação visual ao novo ambiente. Nesse intervalo, a visão fica
sensivelmente reduzida, podendo ocasionar um acidente de trabalho.
IDADE DOS TRABALHADORES - Com o aumento da idade, o trabalhador vai
perdendo a acuidade visual, que é a percepção de pequenos detalhes. É sabido, portanto, que
quanto maior a idade do trabalhador, maior deverá ser o nível de iluminamento.
INCIDÊNCIA DIRETA - As janelas, clarabóias ou coberturas iluminantes, horizontais ou
em dente - de - serra, deverão ser dispostas de maneira a não permitir que o sol venha a incidir
diretamente sobre o local de trabalho, utilizando-se, quando necessário, recursos para evitar o
insolamento excessivo, tais como toldos, venezianas, cortinas e outros. Na implantação
artificial, o problema de incidência direta também deve ser considerado.
Fatores a serem considerados
Existe uma série de fatores a serem considerados para que se tenha um local de trabalho
adequadamente iluminado. Entre tais fatores destacam-se:
Tipo de lâmpada e luminária - a escolha do tipo de lâmpada e de luminária a ser utilizado é
fator de fundamental importância na qualidade da iluminação. Depende principalmente das
características do ambiente a ser iluminado e das atividades a serem desenvolvidas. Uma
escolha inadequada de lâmpada e de luminárias pode implicar uma iluminação deficiente, ainda
que os demais fatores tenham sido adequadamente considerados na elaboração do projeto.
Quantidade de luminária - deve ser instalado o número adequado de luminárias a fim de
atingir o nível de iluminamento necessário; a quantidade de luminárias necessárias é
determinada através da elaboração de um projeto que leva em consideração todas as variáveis
do ambiente que influem na iluminação;
Distribuição e localização das luminárias - as luminárias devem ser dispostas no ambiente de
forma a proporcionar uma iluminação homogênea e uniforme, devendo ser adequada ao
arranjo físico do local, previamente estabelecido; as luminárias devem, ainda, ser localizadas de
forma a não criar sombras ou contrastes nos locais onde se objetiva iluminar;
Manutenção - periodicamente deve ser feita a limpeza das luminárias para evitar o acúmulo de
poeira que reduz o fluxo luminoso emitido; reforma das luminárias ou substituição de lâmpadas
queimadas ou com defeito é indispensável para a manutenção da boa iluminação.
Cores adequadas - as cores das superfícies existentes nos locais de trabalho, tais como: teto,
parede, máquinas, mesas de trabalho, etc, devem ser escolhidas de forma a possuírem uma
refletância adequada; uma mesa de trabalho, por exemplo, não pode possuir uma refletância
alta, pois neste caso grande parte da luz incidente sobre a mesma seria refletida, ofuscando a
visão do trabalhador.
A seguir, são dadas as refletâncias recomendadas para algumas superfícies:
Superfície Refletância
recomendada
Teto .................................................................................................................. 80%
Paredes ............................................................................................................. 60%
Mesas e bancadas ............................................................................................. 35%
Máquinas e equipamentos ................................................................................ 25 a 30%
Pisos ................................................................................................................. 15%
Nota: define-se refletância de uma superfície com sendo a porcentagem de luz refletida, do
total incidente sobre esta superfície.
Avaliação
A determinação dos níveis de iluminamento é considerada essencial para o estudo de
iluminação. O iluminamento médio é determinado pelo Método de Verificação do Nível de
Iluminamento, MB-207, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.
A determinação do brilho é freqüentemente considerada de importância secundária, embora a
distribuição do brilho no campo da visão seja tão importante quanto os níveis de iluminamento,
considerando-se os aspectos de Prevenção de Doenças Profissionais.
Unidades
Candela - intensidade luminosa definida a partir do radiador integral, à temperatura de
solidificação de platina;
Lúmen - fluxo luminoso emitido segundo um ângulo sólido de um esferoradiano, por fonte
puntiforme de intensidade invariável, de igual valor em todas as direções e com o valor de uma
candela;
Lux - iluminamento de uma superfície de área igual a 1 m2
, recebendo na direção normal um
fluxo luminoso de 1 Lúmen, uniformemente distribuído ( unidade utilizada no Brasil )
Pé-candela - outra unidade de iluminamento de superfície, que corresponde a 10,76 lux.
Nit - luminância de uma fonte de intensidade luminosa de uma candela por m2
de superfície
aparente.
Nível de iluminamento - Para que haja boa iluminação nos locais de trabalho, foram
determinados níveis de iluminamento específicos a cada tipo de atividade e local. Estes níveis
de iluminamento são indicados na NBR-5413 (Norma Brasileira 5413) da ABNT.
O quadro a seguir mostra exemplos de níveis de iluminamento para interiores.
A coluna dos valores menores é o valor mínimo necessário para um desempenho visual normal.
A coluna dos valores menores é o valor mínimo necessário para um desempenho visual. Nos
valores únicos, considera-se que o desempenho visual não melhora com maiores
iluminamentos, dada a própria natureza das tarefas nesses locais.
A portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho, em sua norma regulamentadora número 17,
estabelece níveis mínimos de iluminamento, em lux, para as diversas atividades desenvolvidas
nos locais de trabalho.
Local ou atividade LUX
Escolas
Salas de aula
Quadros negros
Salas de desenho
Escritórios
Salas de datilografia
Salas de conferência
Salas de recepção
Fundições
Área de carregamento e enchimento
moldagem grosseira
Limpeza e acabamentos
Indústria de Automóvel
Linha de montagem do chassis
Montagem de carrocerias
Acabamentos e inspeções
Indústria de cimento
Moagem, fornos
Ensacamento
Escalas, painéis e instrumentos
Indústria de Materiais Elétricos e
telecomunicações
Impregnação
Isolação
Enrolamento, bobinagem
500 - 250
1000 - 500
1000 - 500
1000 - 500
500 - 250
150
150
500 - 250
500 - 250
1000 - 500
500 - 250
2000 - 1000
150
150
1000 - 500
500 - 250
1000 - 500
1000 - 500
Técnicas de avaliação do nível de iluminamento - O instrumento utilizado na avaliação do
nível de iluminamento é o luxímetro. É constituído de uma célula fotoelétrica e um
amperímetro. Quando a luz incide sobre a fotocélula, ocorre a formação de uma pequena
corrente elétrica que é lida no amperímetro. Este já possui escala graduada em “pé-candela” ou
“lux”, fornecendo diretamente a leitura do nível de iluminamento.
Os resultados obtidos em pé-candela devem ser multiplicados por 10,76, para serem
convertidos a lux.
Alguns cuidados devem ser tomados a fim de se obter uma leitura correta dos níveis de
iluminamento. Os aspectos principais a se considerar são:
devem ser evitadas umidade e temperaturas elevadas na célula fotoelétrica; tais fatores agem
negativamente sobre os elementos que compõem a fotocélula, reduzindo sua vida útil; a célula
fotoelétrica deve ser exposta de 5 a 15 minutos, antes de iniciar a série de leituras, para que
atinja a estabilização; a leitura do nível de iluminamento deve ser efetuada no campo de
trabalho ou, quando este não for definido, a 75 cm do piso.
Nota: Define-se “campo de trabalho” como sendo toda a região do espaço onde, para qualquer
superfície nela situada, exigem-se condições de iluminamento apropriadas ao trabalho visual a
ser realizado; a célula deve ficar em um plano perpendicular à incidência da luz: quando o
plano de trabalho não coincidir com o plano de medição, a leitura deverá ser corrigida através
de cálculos trigonométricos. Para fotocélulas que possuam corretor para incidência aleatória,
este procedimento é desnecessário, bastando apenas posicionar a célula sobre o plano de
trabalho e efetuar a leitura; o operador do aparelho deve colocar-se de forma a não criar
sombras sobre o aparelho e evitar utilizar roupas claras durante a medição, a fim de evitar
reflexão de luz sobre a célula; recomenda-se que o operador coloque a fotocélula no ponto de
medição e se posicione de forma a não interferir na leitura; o instrumento deve ser calibrado
antes de ser usado .
Em geral, a medição do nível de iluminamento fornecida pelo aparelho é significativa, quando
sua resposta é similar à resposta do sentido da visão. Isto significa que as células fotoelétricas
devem ser sensíveis ao espectro de distribuição de energia, de forma semelhante à sensibilidade
relativa espectral do olho humano normal.
Medição do nível de iluminamento - Deve-se inicialmente fazer as medições do nível de
iluminamento geral em todo ambiente de trabalho. As leituras devem ser feitas em dia escuro e
nublado, a fim de serem consideradas no levantamento as piores condições de iluminação.
Quando existem atividades noturnas no ambiente analisado, as medições devem ser realizadas
à noite.
Existem diversos métodos que podem ser aplicados na verificação do nível de iluminamento de
interiores. Um dos métodos comumente empregados consiste em quadricular imaginariamente
toda área do recinto, fazendo-se leituras no centro de cada um dos quadrados formados
(recomenda-se que os quadrados tenham 60 cm de lado). As medições deverão ser feitas ao
nível de 75 cm do piso (exceto em casos especiais). Outro método que permite o cálculo do
nível de iluminamento é o MB-207 / NBR- 5413 (Método Brasileiro - 207) da ABNT, que
leva em consideração as características do local, a localização e tipo das luminárias existentes.
Não estando o nível de iluminamento geral adequado às finalidades do ambiente em estudo, o
projeto de iluminação deverá ser refeito.
A elaboração de um projeto de iluminação consiste em determinar o número de luminárias
necessárias para iluminar um determinado compartimento e distribuí-las de forma a propiciar
um iluminamento uniforme e adequado às finalidades do local. O projeto deve levar em
consideração não só as variáveis do ambiente, como também as características do tipo de
luminária utilizado.
Com esta finalidade, foram desenvolvidos diversos métodos de cálculo, entre os quais citamos
o método dos lúmens.
Constitui um método simplificado que permite, com auxílio de algumas tabelas, elaborar um
projeto adequado.
Os cálculos de iluminação pelo método dos lúmens é feito através das seguintes equações:
n = _____ e φ = ______
Onde: n = Número de luminárias necessárias.
φ = Fluxo luminoso total em lúmens, necessário ao local.
Φ = Fluxo luminoso total em lúmens fornecidos por luminária.
S = Área do local em metros quadrados.
E = Nível de iluminamento, em lux, recomendado à atividade executada no local.
u = Coeficiente de utilização: é a relação entre o fluxo luminoso incidente sobre o plano
de trabalho (fluxo útil) e o fluxo total emitido pelas lâmpadas. Dependendo do tipo de
local, do acabamento das luminárias e da cor das paredes e do teto.
d = Fator de depreciação: é a relação entre o fluxo luminoso produzido por uma
luminária no fim do período de manutenção e o fluxo emitido pela luminária no início de seu
funcionamento.
Os fabricantes de luminárias e lâmpadas fornecem manuais onde constam tabelas que
permitem determinar os parâmetros acima citados e elaborar projetos que adotem as suas
luminárias.
RUÍDO
O DECIBEL, OS NÍVEIS DE PRESSÃO
SONORA E OS NÍVEIS SONOROS
Medir pressões sonoras não é tarefa simples. Mencionamos , pôr exemplo , no item abaixo ,
que as vibrações sonoras são detectáveis com valores tão pequenos quanto a 0,00002
Newton/m2
, pressão que corresponde , aproximadamente , a dois centésimos de milionésimo
da pressão atmosférica normal . Isto é , uma variação praticamente infinitesimal da pressão do
ar provoca a sensação de audição , desde que a freqüência da vibração esteja compreendida na
faixa de 16 a 20.000 Hz (faixa chamada de audiofrequência).
Pôr outro lado , o sistema auditivo consegue ouvir variações da pressão do ar 10 milhões de
vezes superiores ao valor limiar de audibilidade , estendendo-se numa faixa de
aproximadamente 0,00002 Newton/m2
a 200 Newton/m2
.
Além disso , pretende-se não apenas medir as variações de pressão , mas também ter uma idéia
da sensação humana quando o ouvido é exposto , dentro da faixa de audiofrequência , a
diferentes pressões sonoras que o estimulam . A respeito Weber - Fechner , estudando o
problema , chegaram . no fim do século passado , às seguintes conclusões :
“Para haver um aumento na sensação , é necessário que a intensidade do estímulo
cresça “ e “o aumento da sensação é proporcional ao logaritmo do estímulo “. Isto significa
que se , pôr exemplo , o estímulo físico cresce em função dos números 1-2-4-100-1000-
10.000-100.000-1.000.000 a sensação humana cresce correspondentemente nos números 0-
0,3-0,6-1-2-3-4-5-6 .
Em outras palavras , quando o estímulo físico é multiplicado pôr 10 , a sensação aumenta em
apenas uma unidade .
As conclusões de Weber - Fechner são na verdade , uma aproximação , mas , na prática ,
orientaram um meio simples de medir , numa escala de fácil manuseio , a enorme variação de
pressões sonoras e , ao mesmo tempo , considerar a reação humana ao estímulo .
O meio criado foi uma relação logarítmica , expressa em decibéis (dB) , entre uma pressão de
referência arbitrariamente adotada e a pressão sonora real que existe no local . A relação é
conhecida como NÍVEL DE PRESSÃO SONORA (NPS) e está dada pôr: NPS= 20 log. p/p0
[dB]
Observe-se que o decibel NÃO É UMA UNIDADE , mas a relação entre duas grandezas
variáveis , uma das quais adotada como referência. Daí sempre que se dá um valor , em dB ,
deve-se mencionar a que está referida . No caso do NPS , a pressão de referência é , pôr
convenção , 0,00002 Newton/m2
( ou 2 x 10-5
N/m2
) .
Assim sendo , a equação fica : NPS = 20log p+ 94 [dB]
Observa-se com atenção que a escala em dB não é linear , e, em conseqüência , os dB não
podem ser adicionados ou subtraídos aritmeticamente . Pôr exemplo , a adição de 95 dB + 95
dB dá 98 dB e não 190 dB , como daria numa escala linear . Interessante é , ainda , observar
que variações de pressão sonora intensas , que possam provocar dor quase instantaneamente
( pôr exemplo 200N/m2
ou 140 dB ) , são geradas pôr potências baixas ( no caso do exemplo
apenas 100 Watts ).
O limiar da dor , para a maioria das pessoas situa-se entre 120 e 130 dB , que são provocados
pôr potências entre 1 a 10 Watts .
NÍVEL DE AUDIBILIDADE
O nível de audibilidade é um conceito que inclui aspectos subjetivos é medido através de um
som padrão , em relação ao qual os grupos de pessoas , que servem como observadores ,
comparam o som desconhecido apresentado .
O nível de audibilidade é definido como nível de pressão sonora do som padrão ( NPS a 1.000
Hz ) necessário , para que um número significativo de observadores escutem o som padrão e o
desconhecido com a mesma intensidade . Assim , ligado ao nível de pressão sonora , o nível de
audibilidade é evidentemente uma escala logarítmica . Portanto , de forma semelhante à relação
nível de pressão sonora/ pressão sonora , existe como relação nível de audibilidade/
audibilidade.
EFEITOS DO BARULHO
Os efeitos dos barulhos vão desde uma ou mais alterações passageiras até graves defeitos
irreversíveis .
Um dos efeitos mais facilmente demonstráveis é a interferência com a comunicação oral , que
ocorre principalmente , nas bandas de oitava , representadas pelas freqüências de 500 , 1.000 e
2.000 Hz . Quando o som tem níveis semelhantes ao da voz humana e é emitido nas
freqüências da voz , causa um mascaramento , que podem atrapalhar a execução de trabalhos
que dependem da comunicação oral , ou dificultar a audição da voz de comando ou de aviso ,
o que pode ser considerado um fator que aumenta a probabilidade de acidentes do trabalho .
Em relação aos efeitos sobre o sistema auditivo , estes podem ser de 3 tipos :
a) Mudança temporária do limiar de audição , também conhecida como surdez temporária ,
que ocorre após a exposição do indivíduo a barulho intenso , mesmo pôr um curto período
de tempo .
b) Isto pode ser observado , na prática , quando , após termos estado em um local barulhento
pôr algum tempo , notamos uma certa dificuldade de audição , ou precisamos falar mais forte
para sermos ouvido. A condição de perda permanece temporariamente , sendo que a audição
normal retorna após algum tempo .
c) Surdez permanente , que se origina da exposição repetida , durante longos períodos , a
barulhos de intensidade excessiva . Esta perda é irreversível e está associada a destruição dos
elementos sensoriais da audição . Deve-se atentar para o fato de que no começo do processo ,
as pessoas não percebem a alteração , porque esta não atinge , imediatamente , as freqüências
utilizadas na comunicação verbal . Entretanto , com o passar do tempo , as perdas progridem ,
envolvendo as freqüências críticas para a comunicação oral ( 500 a 2.000 Hz) .
Também é importante salientar que é muito mais nocivo o barulho cuja composição inclui
sons de freqüências altas ( 3.000 - 6.000 Hz) , em maior intensidade .
Tudo isso indica que não se deveria permitir que trabalhadores ficassem expostos a níveis
considerados perigosos , porque a perda é irremediável , considerando o atual estágio de
conhecimentos médicos .
d) Trauma acústico , que é a perda auditiva repentina após a exposição a barulho intenso ,
causado pôr explosões ou impactos sonoros semelhantes.
Eventualmente , o trauma acústico poderia ter tratamento médico especializado , para
resolver , pelo menos parcialmente , o problema .
Além dos problemas auditivos , existem outros efeitos possíveis , que tem potencialidade para
provocar alterações em quase todos os aparelhos ou órgãos que constituem o nosso organismo
.
É comum observar-se um barulho repentino produzindo susto , que nos mostra um exemplo da
vasta incidência dos efeitos do barulho: os vasos sangüíneos contraem-se , a pressão sangüínea
eleva-se , as pupilas dilatam-se e os músculos tornam-se tensos .
Estes efeitos “extra - auditivos” podem provocar ações sobre o sistema cardiovascular ,
alterações endócrinas , desordens físicas e dificuldades mentais e emocionais , entre as quais ,
irritabilidade , fadiga e maus ajustamentos incluindo também a possibilidade de conflitos entre
os trabalhadores expostos ao barulho .
TEMPERATURAS EXTREMAS - CALOR
INTRODUÇÃO
Uma série de atividades profissionais submete os trabalhadores a ambientes de trabalho que
apresentam condições térmicas bastante diferentes daquelas a que o organismo humano está
habitualmente submetido . Estes profissionais ficam expostos ao calor ou frio intensos, que
podem comprometer seriamente a sua saúde . No entanto , um minucioso estudo do problema
permite , não só criar critérios adequados à quantificação dos riscos envolvidos , mas também
definir condições de trabalho compatíveis com a natureza humana .
CALOR
O calor é um risco físico freqüentemente presente em uma série de atividades profissionais
desenvolvidas na indústria siderúrgica , indústria do vidro , indústria têxtil e em outros ramos
industriais que apresentam processos com liberação de grandes quantidades de energia
térmica . Está igualmente presente em atividades executadas no ar livre, tais como a
construção civil e o trabalho no campo .
É sabido que o homem que trabalha em ambientes de altas temperaturas sofre de fadiga , seu
rendimento diminui , ocorrem erros de percepção e raciocínio e aparecem sérias perturbações
psicológicas que podem conduzir a esgotamentos e prostrações .
Há , portanto , a necessidade de conhecer como se processa a interação térmica entre o
organismo humano e o meio ambiente ; conhecer seus efeitos e determinar como quantificar e
controlar esta interação .
REAÇÕES DO ORGANISMO AO CALOR
Na medida em que a um aumento de calor ambiental , ocorre uma reação no organismo
humano no sentido de promover um aumento da perda de calor .
Inicialmente ocorrem reações fisiológicas para promover a perda de calor , mas estas reações ,
pôr sua vez , provocam outras alterações que, somadas , resultam num distúrbio fisiológico .
Os principais mecanismos de defesa do organismo humano , quando submetido a calor
intenso , são a vasodilatação periférica e a sudorese .
VASODILATAÇÃO PERIFÉRICA
Quando a quantidade de calor que o corpo perde por condução - convecção ou radiação é
menor que o calor ganho , a primeira ação corretiva que se processa no organismo é a
vasodilatação periférica , que implica num maior fluxo de sangue na superfície do corpo e num
aumento da temperatura de pele . Estas alterações resultam em um aumento da quantidade de
calor perdido ou numa redução do calor ganho . O fluxo de sangue no organismo humano
transporta calor do núcleo do corpo para sua superfície , onde ocorrem as trocas térmicas.
SUDORESE
Outro mecanismo de defesa do organismo é a sudorese . O número de glândulas sudoríparas
ativadas é diretamente proporcional ao desequilíbrio térmico existente.
A quantidade de suor produzido pode , em curtos períodos , atingir até dois litros pôr hora ,
embora , em um período de várias horas , não exceda a um litro pôr hora . Pela sudorese no
ritmo de um litro pôr hora um homem pode , teoricamente perder 600 Kcal/hora para o meio
ambiente .
DOENÇAS DO CALOR
Se o aumento do fluxo de sangue na pele e a produção de suor forem insuficientes para
promover a perda adequada de calor , ou se estes mecanismos deixarem de funcionar
apropriadamente , uma fadiga fisiológica pode ocorrer .
Existem quatro categorias principais de doenças devidas ao calor:
_ exaustão do calor ;
_ desidratação ;
_ câimbras do calor ;
_ choque térmico .
Medidas Relativas ao Pessoal
Como é sabido , há uma série de medidas de controle que podem ser aplicadas diretamente no
trabalhador, com o objetivo de minimizar a Sobrecarga Térmica e preservar a sua saúde. Entre
elas destacam-se:
_Exames Médicos
_Aclimatação
_Ingestão de Água e Sal
_Limitação do Tempo de Exposição
_Equipamento de Proteção Individual
_Educação e Treinamento
_Equipamentos de Proteção Coletiva (enclausuramento da fonte térmica /Barreiras
reflexivas ).
RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS
INTRODUÇÃO
As radiações são uma forma de energia que se transmite pelo espaço como ondas
eletromagnéticas, podendo em alguns casos, também apresentar comportamento corpuscular.
A absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas lesões e
males. As radiações, ao serem absorvidas pelo organismo, poderão produzir dois efeitos
principais: Ionização e Excitação.
IONIZAÇÃO
A radiação, ao atingir um átomo, tem a capacidade de subdividi-lo em duas partes
eletricamente carregadas. A este efeito denominamos Ionização e as duas partículas formadas
são chamadas par iônico.
EXCITAÇÃO
A radiação, ao atingir um átomo, não tem energia suficiente para ionizá-lo; apenas o excita,
fazendo com que a energia interna aumente.
Tomando-se como base os dois efeitos citados, as radiações podem ser classificadas em dois
grupos principais: radiações ionizantes e radiações não ionizantes. São radiações ionizantes
aquelas cujo efeito predominante sobre o organismo é a ionização, sendo classificadas como
reações não ionizantes aquelas cujo efeito predominante é a excitação.
No espectro eletromagnético apresentado a seguir, distinguem-se os dois grupos de radiações,
notando-se que a divisão não é exata, havendo uma região indefinida compreendida na duas
classificações.
Existem ainda diversos subgrupos de radiações que apresentam efeitos e características
próprias e que se situam entre limites de comprimentos de ondas mais ou menos definidos.
Conhecendo-se de que maneira a absorção das radiações ocorre, pode-se elaborar métodos de
detecção e critérios de avaliação quantitativa das mesmas, assim como, estabelecer os meios de
controlá-las.
RADIAÇÕES IONIZANTES
Ν Perigo Ν
O perigo de ocorrerem exposições despercebidas a radiações inizantes reside no fato de que o
organismo humano não possui mecanismo sensorial que permita detetá-las. Portanto, se não há
percepção das radiações por parte do trabalhador, este não pode, naturalmente, evitá-la.
CLASSIFICAÇÃO
Do ponto de vista da Higiene do Trabalho as Radiações Ionizantes de maior interesse são em
número de cinco:
grama, raio X, beta, alfa e nêutron. As três primeiras são as mais comumente encontradas,
visto que as fontes de alfa e nêutrons não são normalmente usadas em processos industriais.
Apesentam natureza corpuscular ou eletromagnética. Entre as de natureza corpuscular
encontram-se os nêutrons, uma das partículas elementares que compôem o núcleo atômico; os
raios alfa( α ) cuja partícula é constituida de dois prótons e dois nêutrons e os raios beta( β )
cuja partícula é o elétron. Os raios grama ( δ ) e X, são ondas eletromagnéticas , como a luz,
constituídas de fótons, sendo apenas diferenciadas por suas origens . A radiação gama é
oriunda do núcleo atômico e os raios X das camadas de elétrons do átomo.
Usos e ocorrências
As radiações ionizantes podem ser encontrada em forma natural ou produzidas
artificialmente.
Natural- Vários elementos que compôem a crosta terrestre são normalmente radioativos, tais
como: Urânio-238, Potássio-40, Tório-232, Carbono-14, etc.
Como exemplo de ocorrência natural de radiações, ainda podemos citar aquelas provenientes
do espaço e que sào conhecidas por raios cósmicos.
Artificial- São aquelas provenientes de fontes artificiais, produzidas pela tecnologia
desenvolvida pelo homem. Várias atividades profissionais utilizam material ou equipamento
emissor de radiação ionizante, entre as quais destacam-se :
- Medicina- Usa-se o raio x para a identificação, localização e combate de doenças; com a
mesma finalidade são utilizados diversos elementos ativos, tais como: Iodo-131, Estrôncio-90,
Ouro-198, cobalto-60, Irídio-192, Tantálio-182,etc.
-Indústria - O raio X industrial é frequentemente utilizado na verificação de falhas e estruturas
metálicas e identificação de soldas defeituosas; fontes de radiações também são utilizadas na
determinação de espessuras de lâminas metálicas, de vidro ou plásticos, determinação de níveis
de líquidos em recipientes, etc.; outro procedimento frequentemente empregado são os
trabalhos de Gamagrafia, que cosistem na utilização de uma fonte de gama em análise de solda
em dutos ou quasquer outros equipamentos. Radionuclídeos em tintas luminosas, na produção
de energia elétrica, verificação de desgastes de cera para piso, de ferramentas de tornos e de
anéis para motores de automóveis, etc.
-Pesquisas - Laboratórios de pesquisas utilizam aceleradores de partículas e reatores
nucleáres, com o objetivo não só de descobrir novas partículas e conhecer melhor a estrutura
de compostos químicos, como também produzir novas fontes artificiais de radiações
ionizantes.
UNIDADES
Com o objetivo de efetuar uma análise quantitativa das radiações ionizantes, temos que
definir unidades para os parâmetros que necessitamos quantificar. As unidades principais ,
usadas na avaliação deste risco, são dadas a seguir.
Curie ( Ci )
É a unidade de atividade de uma fonte radioativa. Define o número de desintegrações
ocorridas em qualquer material radioativo por unidade de tempo. Um Ci é igual a 3,7 X 1010
desintegrações por segundo.
Roentgen ( R )
É a unidade que define a exposição. É uma medida de radiação baseada em sua capacidade de
provocar a ionização do ar. Expressa a quantidade de pares iônicos formados em 1 cm3
de ar
em condições normais de temperatura e pressão. ( 1 Roentgen = 1,61 x 1012
pares iônicos por
cm3
de ar ).
Na prática é comum quantificar-se a taxa de exposição que é expressa em “exposição por
unidade de tempo “. As unidades de uso mais frequentes são roentgen por hora ( R/h ) e seu
submúltiplo, miliroetgen por hora ( mR/h ).
Rad
É a unidade de dose absorvida. Define a quantidade de energia absorvida por unidade de massa
( 1 Rad = 100 erg / grama ).
Rem
Como todas as radiações são capazes de produzir efeitos biológicos similares, e verifica-se que
as doses absorvidas, medidas em rad, capazes de produzir o mesmo efeito, podem variar em
função do tipo de radiação, conclui-se que conhecer apenas quantos rad foram absorvidos por
um indivíduo não é suficiente para avaliar o dano causado à saúde.
Portanto, definiu-se a dose equivalente, que considera o efeito biológico de radiação absorvida
pelo organismo. A unidade de dose equivalente é o rem, que proporciona uma indicação da
magnitude da lesão biológica que poderá resultar como consequência da absorção de radiação.
EFEITOS
Os efeitos dependem da dose da radiação ionizante recebida pelo organismo. Podem ser
divididos em dois grupos: Somáticos e Genéticos.
EFEITOS SOMÁTICOS
Os efeitos somáticos são as alterações que ocorrem no organismo atingido, gerando doenças e
danos, que se manifestam apenas no indivíduo irradiado, não se transmitindo a seus
descendentes. Os efeitos somáticos podem ser divididos em agudos e crônicos.
EFEITOS CRÔNICOS
São efeitos causados a indivíduos submetidos a baixas doses de radiação por um longo período
de exposição. Como exemplos de efeitos crônicos, podemos citar: catarata, anemia, leucemia,
câncer de tireóide ou de pele, etc.
EFEITOS AGUDOS
São ocasionados por exposição a grandes doses de radiações em curto espaço de tempo. Na
tabela abaixo, são apresentados alguns exemplos de exposições agudas e seus respectivos
efeitos.
EFEITOS GENÉTICOS
Os efeitos genéticos são mutações ocorridas nos cromossomos ou gens das células
germinativas, que podem causar alterações nas gerações futuras ( descendentes ) do indivíduo
exposto. A probabilidade de ocorrência de defeitos de nascença em descendentes de indivíduos
irradiados é função da dose de radiação acumulada nas gônadas, masculina ou feminina, pois,
neste órgão estão localizadas as células germinativas. Como exemplos de efeitos genéticos,
podemos citar: aniridia ( ausência de iris do olho ), surdo-mudez e certos tipos de cataratas.
Em função da localização da fonte emissora de radiações, os efeitos também podem ser
classificados em dois grupos: efeitos de fontes externas e efeitos de fontes internas.
EFEITOS DE FONTES EXTERNAS
São efeitos produzidos por fontes de radiação ionizantes que se encontrem fora do organismo
humano.
Os raios X e gama são os mais frequentemente encontrados e constituem o maior perigo,
quando provenientes de de fonte externa. Quando possuem energia suficiente, podem penetrar
profundamente no corpo ocasionando sérios danos ao mesmo.
EFEITOS DE FONTES INTERNAS
São assim chamados, os efeitos produzidos por radiações, cuja fonte depositou-se no interior
do organismo, seja por ingestão, inalação ou absorção através da pele. A presença dessa fonte
no organismo é altamente perigosa, pois provoca uma exposição contínua até que a
desintegração cesse, ou a fonte seja eliminada do organismo.
Os materiais emissores da radiação alfa e beta são considerados as principais fontes de
radiação interna.
EFITOS DE EXPOSIÇÕES A RADIAÇÃO - TABELA 11
Tempo
decorrido
após a
irradiação
50 rem
Dor de cabeça,
náusea e vômito
200 rem
( DL 15% )
Náusea e
vômito após 1 a
2 horas
400 rem
( DL 50 % )
Náusea e
vômito
após 1 a 2 horas
600 rem
( DL 100% )
Náusea e vômito
após 1 a 2 horas
1 semana
Não há sintomas
especiais
Não há sintomas
especiais.
Diarréia, náusea
e vômito,
inflamação da
bôca e garganta
2 semanas
Não há sintomas
especiais.
Início de queda
de cabelo. Perda
de apetite,
fadiga
e apatia.
Febre,fraqueza e
morte.
(aproxima-
damente 100%
dos casos).
3 semanas
Queda de cabelo
Perda de
apetite,
fadiga e apatia.
Febre, séria
infla-
mação da bôca e
garganta.
4 semanas
Inflamação da
garganta.
Fraqueza geral.
Sangramento.
Diarréia. Lenta
re
cuperação ou
morte em 15%
dos casos.
Fraqueza geral,
sangramento e
diarréia, morte
em 50% dos
casos.
DL= Dose Letal ( % de mortes ocorridas, obtidas estatisticamente )
LIMITES DE TOLERÂNCIA
Acomissão deliberativa da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), usando das
atribuições que lhe são conteridas pela Lei n0
4.118, de agosto de 1962 e pelo decreto n0
51.726, de 19 de fevereiro de 1963, e de acordo com a decisão adotada em sua 410.a
sessão,
realezada em 19 de junho de 1973, resolve aprovar as Nórmas Básicas de Proteção
Radiológicas, as quais foram publicadas no Diário Oficia de 19 de setembro de 1973.
A Portaria n0
3.214 de 8 de junho de 1978 do Ministério do Trabalho determina que os
limites de tolerância para trabalhadores que ficam expostos às radiações ionizantes são os
constantes das Normas Básicas acima mencionadas.
Os limites de tolerância apresentados a seguir baseiam-se nas referidas normas.
A dose total em qualquer órgão ou tecido compreenderá a dose da radiação externa
recebida, durante as horas de trabalho, adicionada à da irradiação interna devida à
incorporação de materiais radioativos.
a) Limites de tolerância válidos para população continuamente controlada
(trabalhadores)
A dose máxima permissível para corpo inteiro, gônodas ou órgãos hematopoéticos de um
indivíduo é de 5 rem em qualquer período de 12 meses. Em nenhum caso a dose total,
acumulada durante toda vida para o corpo inteiro, gônodas ou órgãos hematopoéticos de um
indivíduo, pode exceder a dose máxima permissível expressa pela fórmula :
D = 5 ( N - 18 )
D = dose em rem
N= dade do trabalhador em anos
Num trimestre a dose máxima permissível é de 3 rem, desde que nos doze últimos meses, a
dose total não tenha sido superior a 5 rem. Duas exceções devem ser mencionadas : a dose em
abdômen de mulheres com idade de procriação não deve exceder a 1,3 rem por trimestre e a
dose acumulada no feto de uma mulher grávida não pode exceder a 1 rem.
Se a dose acumulada em qualquer período de trabalho com radiação for desconhecida,
devemos assumi-la como sendo a máxima permissível para aquele período.
b ) Limites detolerância para população não controlada .
Os limites de tolerância para indivíduos do público devem ser assumidos como a décima paerte
dos limites anuais mencionados anteriormente.
A exposição da tireóide em crianças menores de 16 anos de idade é limitada a 1,5 rem por
ano , sendo que a dose genética para população como um todo, não pode exceder 5 rem em
um período de 30 anos.
Nota: Define-se como “indivíduos do público” aqueles que estão vivendo nas imediações de
instalações nucleares, e “população como um todo” a população inteira, incluindo
trabalhadores e indivíduos do público.
CONTAMINAÇÃO INTERNA
A contaminação interna, independente do meio de absorção, deve ser limitada, de forma que as
doses máximas permissíveis, especificadas anteriormente, não sejam ultrapassadas.
Com esta finalidade, utilizam-se tabelas contendo uma série de limitações e informações
necessárias, que são específicas a cada fonte . Todos estes parâmetros podem ser obtidos nas
Normas Básicas de Proteção Radiológica, aprovadas pela Comissão Nacional de Energia
Nuclear - CNEN.
AVALIAÇÃO
Na determinação do método de avaliação e na escolha da aparelhagem adequada, deve ser
levada em consideração uma série de fatores, tais como: objetivos da avaliação, tipos de
radiação, condições de exposição, etc .
Há vários tipos de aparelhos detetores de radiação ionizante, cada qual para determinadas
operações. O princípio básico de funcionamente destes aparelhos é a utilização da capacidade
ionizante das partículas. Subdividem-se em dois tipos principais : detetores de campo ou
inspeção e detetores pessoais .
DETETORES DE CAMPO OU INSPEÇÃO
São aparelhos utilizados para deteção e quantificação de radiações ionizantes em ambiente de
trabalho e em roupas ou objetos que tenham sido contaminados. Entre estes detetores
destacam-se:
- Detetores de câmaras de gás - São instrumentos que se baseiam no princípio de captura dos
íons formados pelas radiações ionizantes em um gás. São constituídos por uma câmara cujas
paredes externas, em geral na forma de um cilindro, são condutores de eletricidade, atuando
como cátodo; e por um filamento central ( em geral, de tungstênio ) que atua como ânodo.
Entre os dois eletrodos é aplicada uma diferença de potencial através de baterias que
alimentam o sistema .
Em função da tenção aplicada, os detetores de câmaras de gás definem diferentes tipos de
medidores que apresentam comportamento e características distintas.
Entre estes tipos de medidores, são de maior interesse para o nosso estudo, os conhecidos por
câmaras de Ionização e Detetores Geiger Muller.
As câmaras de ionização operam com baixas tensões e têm a capacidade de medir a energia e
identificar a radiação incidente . São mais comumente usadas na deteção de radiação alfa e
beta.
Os detetores Geiger Muller operam com tensões mais elevadas que o anterior, o que provoca
um aumento considerável de ionização do gás no interior da câmara . Devido a estas
características de funcionamento, o detetor Geiger possui alta sensibilidade e necessita, para
seu funcionamento, de equipamento eletrônico de baixo custo. Apresenta as desvantagens de
não medir energia e nã destinguir o tipo de radiação incidente
- Detetores de cintilação - Seu princípio de operação consiste na transferência de energia da
radiação a uma substância, que por sua vez a emite novamente na forma de radiação visível ou
próxima do visível . Este feixe de luz é coletado por um sistema eletrônico e tranformado em
corrente elétrica .
DETETORES PESSOAIS
São detetores de uso individual que têm a finalidade de quantificar a dose de radiação
acumulada pelo indivíduo exposto. Devem ser fixados na roupa do trabalhador, junto às partes
do corpo mais atingidas ou que possuam limites de tolerância mais baixos. É obrigatório o uso
destes detectores por todos os profissionais que estão diretamente envolvidos com fontes de
radiações ionizantes.
DOSÍMETRO DE BOLSO
São câmaras de ionização, cujo eletrodo central é composto de dois elementos, um dos quais é
móvel e constituido por um filamento de quartzo. Fornecendo cargas ao sistema, surgem
forças repulsivas, afastando os dois elementos. A máxima separação corresponde à marca zero
da escala de leitura.
A ionização causada pela radiação incidente no dosímetro reduz a carga e consequentemente
o filamento de quartzo se move na direção do outro elemento. O deslocamento do filamento é
proporcional a dose de radiação recebida e, através de uma escala graduada, existente no
próprio aparelho, é feita a leitura.
DOSÍMETRO DE FILME
São dosímetros que se baseam na propriedade das radiações, de alterarem a tonalidade de
filmes fotográficos.
O escurecimento de uma película fotográfica, devido a ação das radiações, foi o primeiro
método empregado na detecção das mesmas embora mais frequentemente empregada em
controle de exposição individual, podem também ser utilizadas em levantamento de campo ou
em pesquisa de material radioativo. Os dosímetros de filme são essencialmente constituídos de
um estojo porta - filme contendo o filme e filtros, que geralmente são metálicos. O filme pode
ser revelado mensalmente ou no instante em que se julgar necessário. O escurecimento ou seja,
a densidade óptica que o filme apresenta após revelado pode ser medida em um aparelho
denominado Densitômetro Óptico. A densidade óptica é proporcional a radiação absorvida,
cuja dose pode ser determinada pelo método de comparação com densidade de filmes expostos
a fontes - padrão.
MEDIDAS DE CONTROLE
Nenhuma fonte de radiação é tão poderosa a ponto de não permitir que a adoção de algumas
medidas de controle não elimine seus riscos. A aplicação correta dos princípios básicos de
prevenção de controle manterá qualquer exposição, externa ou interna, abaixo dos níveis
estabelecidos.
EDUCAÇÃO E TREINAMENTO
Os trabalhadores que participem de qualquer atividade que envolvam fontes de radiações
devem estar devidamente treinados a executar suas tarefas e alertados quanto ao perigo a que
estão expostos.
Os objetos de uso pessoal desnecessários às atividades executadas não devem ser levados aos
locais de trabalho. Líquidos ou alimentos não devem ser levados à boca nestes locais. Deve-se
lavar cuidadosamente as mãos antes das refeições.
O sucesso da implantação de medidas citadas dependerá da conscientização dos riscos a que os
trabalhadores estiverem expostos, da sua educação prevencionista e da observância das normas
de proteção radiológicas .

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  • 1. RADIAÇÃO VISÍVEL - ILUMINAÇÃO Entende-se pôr radiação visível a faixa do espectro eletromagnético capaz de ser detectada pelo olho humano. A sensibilidade do olho a esta região visível varia, dependendo do comprimento de onda das radiações que estão incidindo sobre a retina. A cor da radiação visível é definida pela freqüência ou comprimento de onda que a mesma possui. O espectro apresentado a seguir relaciona o comprimento de onda, a cor e a sensibilidade relativa do olho humano à região visível. Esta faixa do espectro eletromagnético é responsável pela iluminação de ambientes. Determinar a iluminação necessária a um ambiente significa estabelecer a intensidade e distribuição da radiação visível adequadas aos tipos de atividades e às características do local, bem como sugerir alterações para este, a fim de proporcionar melhores condições de trabalho e, consequentemente, maior eficiência e conforto. A iluminação de um ambiente pode ser: natural, artificial ou, como mais comumente ocorre, iluminação natural e artificial usadas em conjunto. Importância da boa iluminação A utilização de uma iluminação adequada proporciona um ambiente de trabalho agradável, melhorando as condições de supervisão e diminuindo as possibilidades de acidentes do trabalho. As conseqüências de uma iluminação inadequada são notadas: Na segurança - implicando no aumento do número de acidentes do trabalho; na produtividade - maior desperdício de material, pior qualidade do produto final; no bem-estar - maior fadiga visual e geral, ambiente desagradável baixando o moral dos trabalhadores. Além disso, com a revogação do anexo 4 da NR-15, através da Portaria 3751 de 23 de novembro de 1990, não podemos mais caracterizar as áreas com iluminamento deficiente, ou seja abaixo do que determina a NBR-5413 como áreas insalubres. Porém, permanece a obrigatoriedade de se atender a NBR-5413 ou NB 57, quanto aos níveis mínimos de iluminamento, pois o excesso ou a falta de iluminação obriga aos olhos a contínuos movimentos traduzindo-se em esforços repetitivos e intermitentes. A luz insuficiente provoca a diminuição da acuidade visual e a luz em excesso provoca catarata e eritema palpebral. VARIAÇÃO BRUSCA DO NÍVEL DE ILUMINAMENTO A diferença acentuada entre os níveis de iluminamento de dois locais de trabalho adjacentes pode ocasionar problemas. Como exemplo, podemos citar: as normas brasileiras prescrevem, para corredores, um iluminamento de 100 lux. Porém, este nível pode ser insuficiente em determinados casos e provocar acidentes. Quando o trabalhador passa de um ambiente altamente iluminado (2000 lux), para outro parcamente iluminado ( 100 lux ), alguns instantes transcorrem, antes que haja acomodação visual ao novo ambiente. Nesse intervalo, a visão fica sensivelmente reduzida, podendo ocasionar um acidente de trabalho. IDADE DOS TRABALHADORES - Com o aumento da idade, o trabalhador vai perdendo a acuidade visual, que é a percepção de pequenos detalhes. É sabido, portanto, que quanto maior a idade do trabalhador, maior deverá ser o nível de iluminamento. INCIDÊNCIA DIRETA - As janelas, clarabóias ou coberturas iluminantes, horizontais ou em dente - de - serra, deverão ser dispostas de maneira a não permitir que o sol venha a incidir diretamente sobre o local de trabalho, utilizando-se, quando necessário, recursos para evitar o insolamento excessivo, tais como toldos, venezianas, cortinas e outros. Na implantação artificial, o problema de incidência direta também deve ser considerado. Fatores a serem considerados Existe uma série de fatores a serem considerados para que se tenha um local de trabalho adequadamente iluminado. Entre tais fatores destacam-se: Tipo de lâmpada e luminária - a escolha do tipo de lâmpada e de luminária a ser utilizado é fator de fundamental importância na qualidade da iluminação. Depende principalmente das características do ambiente a ser iluminado e das atividades a serem desenvolvidas. Uma
  • 2. escolha inadequada de lâmpada e de luminárias pode implicar uma iluminação deficiente, ainda que os demais fatores tenham sido adequadamente considerados na elaboração do projeto. Quantidade de luminária - deve ser instalado o número adequado de luminárias a fim de atingir o nível de iluminamento necessário; a quantidade de luminárias necessárias é determinada através da elaboração de um projeto que leva em consideração todas as variáveis do ambiente que influem na iluminação; Distribuição e localização das luminárias - as luminárias devem ser dispostas no ambiente de forma a proporcionar uma iluminação homogênea e uniforme, devendo ser adequada ao arranjo físico do local, previamente estabelecido; as luminárias devem, ainda, ser localizadas de forma a não criar sombras ou contrastes nos locais onde se objetiva iluminar; Manutenção - periodicamente deve ser feita a limpeza das luminárias para evitar o acúmulo de poeira que reduz o fluxo luminoso emitido; reforma das luminárias ou substituição de lâmpadas queimadas ou com defeito é indispensável para a manutenção da boa iluminação. Cores adequadas - as cores das superfícies existentes nos locais de trabalho, tais como: teto, parede, máquinas, mesas de trabalho, etc, devem ser escolhidas de forma a possuírem uma refletância adequada; uma mesa de trabalho, por exemplo, não pode possuir uma refletância alta, pois neste caso grande parte da luz incidente sobre a mesma seria refletida, ofuscando a visão do trabalhador. A seguir, são dadas as refletâncias recomendadas para algumas superfícies: Superfície Refletância recomendada Teto .................................................................................................................. 80% Paredes ............................................................................................................. 60% Mesas e bancadas ............................................................................................. 35% Máquinas e equipamentos ................................................................................ 25 a 30% Pisos ................................................................................................................. 15% Nota: define-se refletância de uma superfície com sendo a porcentagem de luz refletida, do total incidente sobre esta superfície. Avaliação A determinação dos níveis de iluminamento é considerada essencial para o estudo de iluminação. O iluminamento médio é determinado pelo Método de Verificação do Nível de Iluminamento, MB-207, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. A determinação do brilho é freqüentemente considerada de importância secundária, embora a distribuição do brilho no campo da visão seja tão importante quanto os níveis de iluminamento, considerando-se os aspectos de Prevenção de Doenças Profissionais. Unidades Candela - intensidade luminosa definida a partir do radiador integral, à temperatura de solidificação de platina; Lúmen - fluxo luminoso emitido segundo um ângulo sólido de um esferoradiano, por fonte puntiforme de intensidade invariável, de igual valor em todas as direções e com o valor de uma candela; Lux - iluminamento de uma superfície de área igual a 1 m2 , recebendo na direção normal um fluxo luminoso de 1 Lúmen, uniformemente distribuído ( unidade utilizada no Brasil ) Pé-candela - outra unidade de iluminamento de superfície, que corresponde a 10,76 lux. Nit - luminância de uma fonte de intensidade luminosa de uma candela por m2 de superfície aparente. Nível de iluminamento - Para que haja boa iluminação nos locais de trabalho, foram determinados níveis de iluminamento específicos a cada tipo de atividade e local. Estes níveis de iluminamento são indicados na NBR-5413 (Norma Brasileira 5413) da ABNT. O quadro a seguir mostra exemplos de níveis de iluminamento para interiores.
  • 3. A coluna dos valores menores é o valor mínimo necessário para um desempenho visual normal. A coluna dos valores menores é o valor mínimo necessário para um desempenho visual. Nos valores únicos, considera-se que o desempenho visual não melhora com maiores iluminamentos, dada a própria natureza das tarefas nesses locais. A portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho, em sua norma regulamentadora número 17, estabelece níveis mínimos de iluminamento, em lux, para as diversas atividades desenvolvidas nos locais de trabalho. Local ou atividade LUX Escolas Salas de aula Quadros negros Salas de desenho Escritórios Salas de datilografia Salas de conferência Salas de recepção Fundições Área de carregamento e enchimento moldagem grosseira Limpeza e acabamentos Indústria de Automóvel Linha de montagem do chassis Montagem de carrocerias Acabamentos e inspeções Indústria de cimento Moagem, fornos Ensacamento Escalas, painéis e instrumentos Indústria de Materiais Elétricos e telecomunicações Impregnação Isolação Enrolamento, bobinagem 500 - 250 1000 - 500 1000 - 500 1000 - 500 500 - 250 150 150 500 - 250 500 - 250 1000 - 500 500 - 250 2000 - 1000 150 150 1000 - 500 500 - 250 1000 - 500 1000 - 500 Técnicas de avaliação do nível de iluminamento - O instrumento utilizado na avaliação do nível de iluminamento é o luxímetro. É constituído de uma célula fotoelétrica e um amperímetro. Quando a luz incide sobre a fotocélula, ocorre a formação de uma pequena corrente elétrica que é lida no amperímetro. Este já possui escala graduada em “pé-candela” ou “lux”, fornecendo diretamente a leitura do nível de iluminamento. Os resultados obtidos em pé-candela devem ser multiplicados por 10,76, para serem convertidos a lux. Alguns cuidados devem ser tomados a fim de se obter uma leitura correta dos níveis de iluminamento. Os aspectos principais a se considerar são: devem ser evitadas umidade e temperaturas elevadas na célula fotoelétrica; tais fatores agem negativamente sobre os elementos que compõem a fotocélula, reduzindo sua vida útil; a célula fotoelétrica deve ser exposta de 5 a 15 minutos, antes de iniciar a série de leituras, para que atinja a estabilização; a leitura do nível de iluminamento deve ser efetuada no campo de trabalho ou, quando este não for definido, a 75 cm do piso. Nota: Define-se “campo de trabalho” como sendo toda a região do espaço onde, para qualquer superfície nela situada, exigem-se condições de iluminamento apropriadas ao trabalho visual a ser realizado; a célula deve ficar em um plano perpendicular à incidência da luz: quando o plano de trabalho não coincidir com o plano de medição, a leitura deverá ser corrigida através de cálculos trigonométricos. Para fotocélulas que possuam corretor para incidência aleatória, este procedimento é desnecessário, bastando apenas posicionar a célula sobre o plano de
  • 4. trabalho e efetuar a leitura; o operador do aparelho deve colocar-se de forma a não criar sombras sobre o aparelho e evitar utilizar roupas claras durante a medição, a fim de evitar reflexão de luz sobre a célula; recomenda-se que o operador coloque a fotocélula no ponto de medição e se posicione de forma a não interferir na leitura; o instrumento deve ser calibrado antes de ser usado . Em geral, a medição do nível de iluminamento fornecida pelo aparelho é significativa, quando sua resposta é similar à resposta do sentido da visão. Isto significa que as células fotoelétricas devem ser sensíveis ao espectro de distribuição de energia, de forma semelhante à sensibilidade relativa espectral do olho humano normal. Medição do nível de iluminamento - Deve-se inicialmente fazer as medições do nível de iluminamento geral em todo ambiente de trabalho. As leituras devem ser feitas em dia escuro e nublado, a fim de serem consideradas no levantamento as piores condições de iluminação. Quando existem atividades noturnas no ambiente analisado, as medições devem ser realizadas à noite. Existem diversos métodos que podem ser aplicados na verificação do nível de iluminamento de interiores. Um dos métodos comumente empregados consiste em quadricular imaginariamente toda área do recinto, fazendo-se leituras no centro de cada um dos quadrados formados (recomenda-se que os quadrados tenham 60 cm de lado). As medições deverão ser feitas ao nível de 75 cm do piso (exceto em casos especiais). Outro método que permite o cálculo do nível de iluminamento é o MB-207 / NBR- 5413 (Método Brasileiro - 207) da ABNT, que leva em consideração as características do local, a localização e tipo das luminárias existentes. Não estando o nível de iluminamento geral adequado às finalidades do ambiente em estudo, o projeto de iluminação deverá ser refeito. A elaboração de um projeto de iluminação consiste em determinar o número de luminárias necessárias para iluminar um determinado compartimento e distribuí-las de forma a propiciar um iluminamento uniforme e adequado às finalidades do local. O projeto deve levar em consideração não só as variáveis do ambiente, como também as características do tipo de luminária utilizado. Com esta finalidade, foram desenvolvidos diversos métodos de cálculo, entre os quais citamos o método dos lúmens. Constitui um método simplificado que permite, com auxílio de algumas tabelas, elaborar um projeto adequado. Os cálculos de iluminação pelo método dos lúmens é feito através das seguintes equações: n = _____ e φ = ______ Onde: n = Número de luminárias necessárias. φ = Fluxo luminoso total em lúmens, necessário ao local. Φ = Fluxo luminoso total em lúmens fornecidos por luminária. S = Área do local em metros quadrados. E = Nível de iluminamento, em lux, recomendado à atividade executada no local. u = Coeficiente de utilização: é a relação entre o fluxo luminoso incidente sobre o plano de trabalho (fluxo útil) e o fluxo total emitido pelas lâmpadas. Dependendo do tipo de local, do acabamento das luminárias e da cor das paredes e do teto. d = Fator de depreciação: é a relação entre o fluxo luminoso produzido por uma luminária no fim do período de manutenção e o fluxo emitido pela luminária no início de seu funcionamento.
  • 5. Os fabricantes de luminárias e lâmpadas fornecem manuais onde constam tabelas que permitem determinar os parâmetros acima citados e elaborar projetos que adotem as suas luminárias. RUÍDO O DECIBEL, OS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA E OS NÍVEIS SONOROS Medir pressões sonoras não é tarefa simples. Mencionamos , pôr exemplo , no item abaixo , que as vibrações sonoras são detectáveis com valores tão pequenos quanto a 0,00002 Newton/m2 , pressão que corresponde , aproximadamente , a dois centésimos de milionésimo da pressão atmosférica normal . Isto é , uma variação praticamente infinitesimal da pressão do ar provoca a sensação de audição , desde que a freqüência da vibração esteja compreendida na faixa de 16 a 20.000 Hz (faixa chamada de audiofrequência). Pôr outro lado , o sistema auditivo consegue ouvir variações da pressão do ar 10 milhões de vezes superiores ao valor limiar de audibilidade , estendendo-se numa faixa de aproximadamente 0,00002 Newton/m2 a 200 Newton/m2 . Além disso , pretende-se não apenas medir as variações de pressão , mas também ter uma idéia da sensação humana quando o ouvido é exposto , dentro da faixa de audiofrequência , a diferentes pressões sonoras que o estimulam . A respeito Weber - Fechner , estudando o problema , chegaram . no fim do século passado , às seguintes conclusões :
  • 6. “Para haver um aumento na sensação , é necessário que a intensidade do estímulo cresça “ e “o aumento da sensação é proporcional ao logaritmo do estímulo “. Isto significa que se , pôr exemplo , o estímulo físico cresce em função dos números 1-2-4-100-1000- 10.000-100.000-1.000.000 a sensação humana cresce correspondentemente nos números 0- 0,3-0,6-1-2-3-4-5-6 . Em outras palavras , quando o estímulo físico é multiplicado pôr 10 , a sensação aumenta em apenas uma unidade . As conclusões de Weber - Fechner são na verdade , uma aproximação , mas , na prática , orientaram um meio simples de medir , numa escala de fácil manuseio , a enorme variação de pressões sonoras e , ao mesmo tempo , considerar a reação humana ao estímulo . O meio criado foi uma relação logarítmica , expressa em decibéis (dB) , entre uma pressão de referência arbitrariamente adotada e a pressão sonora real que existe no local . A relação é conhecida como NÍVEL DE PRESSÃO SONORA (NPS) e está dada pôr: NPS= 20 log. p/p0 [dB] Observe-se que o decibel NÃO É UMA UNIDADE , mas a relação entre duas grandezas variáveis , uma das quais adotada como referência. Daí sempre que se dá um valor , em dB , deve-se mencionar a que está referida . No caso do NPS , a pressão de referência é , pôr convenção , 0,00002 Newton/m2 ( ou 2 x 10-5 N/m2 ) . Assim sendo , a equação fica : NPS = 20log p+ 94 [dB] Observa-se com atenção que a escala em dB não é linear , e, em conseqüência , os dB não podem ser adicionados ou subtraídos aritmeticamente . Pôr exemplo , a adição de 95 dB + 95 dB dá 98 dB e não 190 dB , como daria numa escala linear . Interessante é , ainda , observar que variações de pressão sonora intensas , que possam provocar dor quase instantaneamente ( pôr exemplo 200N/m2 ou 140 dB ) , são geradas pôr potências baixas ( no caso do exemplo apenas 100 Watts ). O limiar da dor , para a maioria das pessoas situa-se entre 120 e 130 dB , que são provocados pôr potências entre 1 a 10 Watts . NÍVEL DE AUDIBILIDADE O nível de audibilidade é um conceito que inclui aspectos subjetivos é medido através de um som padrão , em relação ao qual os grupos de pessoas , que servem como observadores , comparam o som desconhecido apresentado . O nível de audibilidade é definido como nível de pressão sonora do som padrão ( NPS a 1.000 Hz ) necessário , para que um número significativo de observadores escutem o som padrão e o desconhecido com a mesma intensidade . Assim , ligado ao nível de pressão sonora , o nível de audibilidade é evidentemente uma escala logarítmica . Portanto , de forma semelhante à relação nível de pressão sonora/ pressão sonora , existe como relação nível de audibilidade/ audibilidade. EFEITOS DO BARULHO Os efeitos dos barulhos vão desde uma ou mais alterações passageiras até graves defeitos irreversíveis . Um dos efeitos mais facilmente demonstráveis é a interferência com a comunicação oral , que ocorre principalmente , nas bandas de oitava , representadas pelas freqüências de 500 , 1.000 e 2.000 Hz . Quando o som tem níveis semelhantes ao da voz humana e é emitido nas freqüências da voz , causa um mascaramento , que podem atrapalhar a execução de trabalhos que dependem da comunicação oral , ou dificultar a audição da voz de comando ou de aviso , o que pode ser considerado um fator que aumenta a probabilidade de acidentes do trabalho . Em relação aos efeitos sobre o sistema auditivo , estes podem ser de 3 tipos :
  • 7. a) Mudança temporária do limiar de audição , também conhecida como surdez temporária , que ocorre após a exposição do indivíduo a barulho intenso , mesmo pôr um curto período de tempo . b) Isto pode ser observado , na prática , quando , após termos estado em um local barulhento pôr algum tempo , notamos uma certa dificuldade de audição , ou precisamos falar mais forte para sermos ouvido. A condição de perda permanece temporariamente , sendo que a audição normal retorna após algum tempo . c) Surdez permanente , que se origina da exposição repetida , durante longos períodos , a barulhos de intensidade excessiva . Esta perda é irreversível e está associada a destruição dos elementos sensoriais da audição . Deve-se atentar para o fato de que no começo do processo , as pessoas não percebem a alteração , porque esta não atinge , imediatamente , as freqüências utilizadas na comunicação verbal . Entretanto , com o passar do tempo , as perdas progridem , envolvendo as freqüências críticas para a comunicação oral ( 500 a 2.000 Hz) . Também é importante salientar que é muito mais nocivo o barulho cuja composição inclui sons de freqüências altas ( 3.000 - 6.000 Hz) , em maior intensidade . Tudo isso indica que não se deveria permitir que trabalhadores ficassem expostos a níveis considerados perigosos , porque a perda é irremediável , considerando o atual estágio de conhecimentos médicos . d) Trauma acústico , que é a perda auditiva repentina após a exposição a barulho intenso , causado pôr explosões ou impactos sonoros semelhantes. Eventualmente , o trauma acústico poderia ter tratamento médico especializado , para resolver , pelo menos parcialmente , o problema . Além dos problemas auditivos , existem outros efeitos possíveis , que tem potencialidade para provocar alterações em quase todos os aparelhos ou órgãos que constituem o nosso organismo . É comum observar-se um barulho repentino produzindo susto , que nos mostra um exemplo da vasta incidência dos efeitos do barulho: os vasos sangüíneos contraem-se , a pressão sangüínea eleva-se , as pupilas dilatam-se e os músculos tornam-se tensos . Estes efeitos “extra - auditivos” podem provocar ações sobre o sistema cardiovascular , alterações endócrinas , desordens físicas e dificuldades mentais e emocionais , entre as quais , irritabilidade , fadiga e maus ajustamentos incluindo também a possibilidade de conflitos entre os trabalhadores expostos ao barulho .
  • 8. TEMPERATURAS EXTREMAS - CALOR INTRODUÇÃO Uma série de atividades profissionais submete os trabalhadores a ambientes de trabalho que apresentam condições térmicas bastante diferentes daquelas a que o organismo humano está habitualmente submetido . Estes profissionais ficam expostos ao calor ou frio intensos, que podem comprometer seriamente a sua saúde . No entanto , um minucioso estudo do problema permite , não só criar critérios adequados à quantificação dos riscos envolvidos , mas também definir condições de trabalho compatíveis com a natureza humana . CALOR O calor é um risco físico freqüentemente presente em uma série de atividades profissionais desenvolvidas na indústria siderúrgica , indústria do vidro , indústria têxtil e em outros ramos industriais que apresentam processos com liberação de grandes quantidades de energia térmica . Está igualmente presente em atividades executadas no ar livre, tais como a construção civil e o trabalho no campo . É sabido que o homem que trabalha em ambientes de altas temperaturas sofre de fadiga , seu rendimento diminui , ocorrem erros de percepção e raciocínio e aparecem sérias perturbações psicológicas que podem conduzir a esgotamentos e prostrações . Há , portanto , a necessidade de conhecer como se processa a interação térmica entre o organismo humano e o meio ambiente ; conhecer seus efeitos e determinar como quantificar e controlar esta interação . REAÇÕES DO ORGANISMO AO CALOR Na medida em que a um aumento de calor ambiental , ocorre uma reação no organismo humano no sentido de promover um aumento da perda de calor . Inicialmente ocorrem reações fisiológicas para promover a perda de calor , mas estas reações , pôr sua vez , provocam outras alterações que, somadas , resultam num distúrbio fisiológico . Os principais mecanismos de defesa do organismo humano , quando submetido a calor intenso , são a vasodilatação periférica e a sudorese .
  • 9. VASODILATAÇÃO PERIFÉRICA Quando a quantidade de calor que o corpo perde por condução - convecção ou radiação é menor que o calor ganho , a primeira ação corretiva que se processa no organismo é a vasodilatação periférica , que implica num maior fluxo de sangue na superfície do corpo e num aumento da temperatura de pele . Estas alterações resultam em um aumento da quantidade de calor perdido ou numa redução do calor ganho . O fluxo de sangue no organismo humano transporta calor do núcleo do corpo para sua superfície , onde ocorrem as trocas térmicas. SUDORESE Outro mecanismo de defesa do organismo é a sudorese . O número de glândulas sudoríparas ativadas é diretamente proporcional ao desequilíbrio térmico existente. A quantidade de suor produzido pode , em curtos períodos , atingir até dois litros pôr hora , embora , em um período de várias horas , não exceda a um litro pôr hora . Pela sudorese no ritmo de um litro pôr hora um homem pode , teoricamente perder 600 Kcal/hora para o meio ambiente . DOENÇAS DO CALOR Se o aumento do fluxo de sangue na pele e a produção de suor forem insuficientes para promover a perda adequada de calor , ou se estes mecanismos deixarem de funcionar apropriadamente , uma fadiga fisiológica pode ocorrer . Existem quatro categorias principais de doenças devidas ao calor: _ exaustão do calor ; _ desidratação ; _ câimbras do calor ; _ choque térmico . Medidas Relativas ao Pessoal Como é sabido , há uma série de medidas de controle que podem ser aplicadas diretamente no trabalhador, com o objetivo de minimizar a Sobrecarga Térmica e preservar a sua saúde. Entre elas destacam-se: _Exames Médicos _Aclimatação _Ingestão de Água e Sal _Limitação do Tempo de Exposição _Equipamento de Proteção Individual _Educação e Treinamento _Equipamentos de Proteção Coletiva (enclausuramento da fonte térmica /Barreiras reflexivas ). RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS
  • 10. INTRODUÇÃO As radiações são uma forma de energia que se transmite pelo espaço como ondas eletromagnéticas, podendo em alguns casos, também apresentar comportamento corpuscular. A absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas lesões e males. As radiações, ao serem absorvidas pelo organismo, poderão produzir dois efeitos principais: Ionização e Excitação. IONIZAÇÃO A radiação, ao atingir um átomo, tem a capacidade de subdividi-lo em duas partes eletricamente carregadas. A este efeito denominamos Ionização e as duas partículas formadas são chamadas par iônico. EXCITAÇÃO A radiação, ao atingir um átomo, não tem energia suficiente para ionizá-lo; apenas o excita, fazendo com que a energia interna aumente. Tomando-se como base os dois efeitos citados, as radiações podem ser classificadas em dois grupos principais: radiações ionizantes e radiações não ionizantes. São radiações ionizantes aquelas cujo efeito predominante sobre o organismo é a ionização, sendo classificadas como reações não ionizantes aquelas cujo efeito predominante é a excitação. No espectro eletromagnético apresentado a seguir, distinguem-se os dois grupos de radiações, notando-se que a divisão não é exata, havendo uma região indefinida compreendida na duas classificações. Existem ainda diversos subgrupos de radiações que apresentam efeitos e características próprias e que se situam entre limites de comprimentos de ondas mais ou menos definidos. Conhecendo-se de que maneira a absorção das radiações ocorre, pode-se elaborar métodos de detecção e critérios de avaliação quantitativa das mesmas, assim como, estabelecer os meios de controlá-las. RADIAÇÕES IONIZANTES Ν Perigo Ν O perigo de ocorrerem exposições despercebidas a radiações inizantes reside no fato de que o organismo humano não possui mecanismo sensorial que permita detetá-las. Portanto, se não há percepção das radiações por parte do trabalhador, este não pode, naturalmente, evitá-la. CLASSIFICAÇÃO Do ponto de vista da Higiene do Trabalho as Radiações Ionizantes de maior interesse são em número de cinco: grama, raio X, beta, alfa e nêutron. As três primeiras são as mais comumente encontradas, visto que as fontes de alfa e nêutrons não são normalmente usadas em processos industriais. Apesentam natureza corpuscular ou eletromagnética. Entre as de natureza corpuscular encontram-se os nêutrons, uma das partículas elementares que compôem o núcleo atômico; os raios alfa( α ) cuja partícula é constituida de dois prótons e dois nêutrons e os raios beta( β ) cuja partícula é o elétron. Os raios grama ( δ ) e X, são ondas eletromagnéticas , como a luz, constituídas de fótons, sendo apenas diferenciadas por suas origens . A radiação gama é oriunda do núcleo atômico e os raios X das camadas de elétrons do átomo.
  • 11. Usos e ocorrências As radiações ionizantes podem ser encontrada em forma natural ou produzidas artificialmente. Natural- Vários elementos que compôem a crosta terrestre são normalmente radioativos, tais como: Urânio-238, Potássio-40, Tório-232, Carbono-14, etc. Como exemplo de ocorrência natural de radiações, ainda podemos citar aquelas provenientes do espaço e que sào conhecidas por raios cósmicos. Artificial- São aquelas provenientes de fontes artificiais, produzidas pela tecnologia desenvolvida pelo homem. Várias atividades profissionais utilizam material ou equipamento emissor de radiação ionizante, entre as quais destacam-se : - Medicina- Usa-se o raio x para a identificação, localização e combate de doenças; com a mesma finalidade são utilizados diversos elementos ativos, tais como: Iodo-131, Estrôncio-90, Ouro-198, cobalto-60, Irídio-192, Tantálio-182,etc. -Indústria - O raio X industrial é frequentemente utilizado na verificação de falhas e estruturas metálicas e identificação de soldas defeituosas; fontes de radiações também são utilizadas na determinação de espessuras de lâminas metálicas, de vidro ou plásticos, determinação de níveis de líquidos em recipientes, etc.; outro procedimento frequentemente empregado são os trabalhos de Gamagrafia, que cosistem na utilização de uma fonte de gama em análise de solda em dutos ou quasquer outros equipamentos. Radionuclídeos em tintas luminosas, na produção de energia elétrica, verificação de desgastes de cera para piso, de ferramentas de tornos e de anéis para motores de automóveis, etc. -Pesquisas - Laboratórios de pesquisas utilizam aceleradores de partículas e reatores nucleáres, com o objetivo não só de descobrir novas partículas e conhecer melhor a estrutura de compostos químicos, como também produzir novas fontes artificiais de radiações ionizantes. UNIDADES Com o objetivo de efetuar uma análise quantitativa das radiações ionizantes, temos que definir unidades para os parâmetros que necessitamos quantificar. As unidades principais , usadas na avaliação deste risco, são dadas a seguir. Curie ( Ci ) É a unidade de atividade de uma fonte radioativa. Define o número de desintegrações ocorridas em qualquer material radioativo por unidade de tempo. Um Ci é igual a 3,7 X 1010 desintegrações por segundo. Roentgen ( R ) É a unidade que define a exposição. É uma medida de radiação baseada em sua capacidade de provocar a ionização do ar. Expressa a quantidade de pares iônicos formados em 1 cm3 de ar em condições normais de temperatura e pressão. ( 1 Roentgen = 1,61 x 1012 pares iônicos por cm3 de ar ). Na prática é comum quantificar-se a taxa de exposição que é expressa em “exposição por unidade de tempo “. As unidades de uso mais frequentes são roentgen por hora ( R/h ) e seu submúltiplo, miliroetgen por hora ( mR/h ).
  • 12. Rad É a unidade de dose absorvida. Define a quantidade de energia absorvida por unidade de massa ( 1 Rad = 100 erg / grama ). Rem Como todas as radiações são capazes de produzir efeitos biológicos similares, e verifica-se que as doses absorvidas, medidas em rad, capazes de produzir o mesmo efeito, podem variar em função do tipo de radiação, conclui-se que conhecer apenas quantos rad foram absorvidos por um indivíduo não é suficiente para avaliar o dano causado à saúde. Portanto, definiu-se a dose equivalente, que considera o efeito biológico de radiação absorvida pelo organismo. A unidade de dose equivalente é o rem, que proporciona uma indicação da magnitude da lesão biológica que poderá resultar como consequência da absorção de radiação. EFEITOS Os efeitos dependem da dose da radiação ionizante recebida pelo organismo. Podem ser divididos em dois grupos: Somáticos e Genéticos. EFEITOS SOMÁTICOS Os efeitos somáticos são as alterações que ocorrem no organismo atingido, gerando doenças e danos, que se manifestam apenas no indivíduo irradiado, não se transmitindo a seus descendentes. Os efeitos somáticos podem ser divididos em agudos e crônicos. EFEITOS CRÔNICOS São efeitos causados a indivíduos submetidos a baixas doses de radiação por um longo período de exposição. Como exemplos de efeitos crônicos, podemos citar: catarata, anemia, leucemia, câncer de tireóide ou de pele, etc. EFEITOS AGUDOS São ocasionados por exposição a grandes doses de radiações em curto espaço de tempo. Na tabela abaixo, são apresentados alguns exemplos de exposições agudas e seus respectivos efeitos. EFEITOS GENÉTICOS Os efeitos genéticos são mutações ocorridas nos cromossomos ou gens das células germinativas, que podem causar alterações nas gerações futuras ( descendentes ) do indivíduo exposto. A probabilidade de ocorrência de defeitos de nascença em descendentes de indivíduos irradiados é função da dose de radiação acumulada nas gônadas, masculina ou feminina, pois, neste órgão estão localizadas as células germinativas. Como exemplos de efeitos genéticos, podemos citar: aniridia ( ausência de iris do olho ), surdo-mudez e certos tipos de cataratas. Em função da localização da fonte emissora de radiações, os efeitos também podem ser classificados em dois grupos: efeitos de fontes externas e efeitos de fontes internas. EFEITOS DE FONTES EXTERNAS
  • 13. São efeitos produzidos por fontes de radiação ionizantes que se encontrem fora do organismo humano. Os raios X e gama são os mais frequentemente encontrados e constituem o maior perigo, quando provenientes de de fonte externa. Quando possuem energia suficiente, podem penetrar profundamente no corpo ocasionando sérios danos ao mesmo. EFEITOS DE FONTES INTERNAS São assim chamados, os efeitos produzidos por radiações, cuja fonte depositou-se no interior do organismo, seja por ingestão, inalação ou absorção através da pele. A presença dessa fonte no organismo é altamente perigosa, pois provoca uma exposição contínua até que a desintegração cesse, ou a fonte seja eliminada do organismo. Os materiais emissores da radiação alfa e beta são considerados as principais fontes de radiação interna. EFITOS DE EXPOSIÇÕES A RADIAÇÃO - TABELA 11 Tempo decorrido após a irradiação 50 rem Dor de cabeça, náusea e vômito 200 rem ( DL 15% ) Náusea e vômito após 1 a 2 horas 400 rem ( DL 50 % ) Náusea e vômito após 1 a 2 horas 600 rem ( DL 100% ) Náusea e vômito após 1 a 2 horas 1 semana Não há sintomas especiais Não há sintomas especiais. Diarréia, náusea e vômito, inflamação da bôca e garganta 2 semanas Não há sintomas especiais. Início de queda de cabelo. Perda de apetite, fadiga e apatia. Febre,fraqueza e morte. (aproxima- damente 100% dos casos). 3 semanas Queda de cabelo Perda de apetite, fadiga e apatia. Febre, séria infla- mação da bôca e garganta.
  • 14. 4 semanas Inflamação da garganta. Fraqueza geral. Sangramento. Diarréia. Lenta re cuperação ou morte em 15% dos casos. Fraqueza geral, sangramento e diarréia, morte em 50% dos casos. DL= Dose Letal ( % de mortes ocorridas, obtidas estatisticamente ) LIMITES DE TOLERÂNCIA Acomissão deliberativa da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), usando das atribuições que lhe são conteridas pela Lei n0 4.118, de agosto de 1962 e pelo decreto n0 51.726, de 19 de fevereiro de 1963, e de acordo com a decisão adotada em sua 410.a sessão, realezada em 19 de junho de 1973, resolve aprovar as Nórmas Básicas de Proteção Radiológicas, as quais foram publicadas no Diário Oficia de 19 de setembro de 1973. A Portaria n0 3.214 de 8 de junho de 1978 do Ministério do Trabalho determina que os limites de tolerância para trabalhadores que ficam expostos às radiações ionizantes são os constantes das Normas Básicas acima mencionadas. Os limites de tolerância apresentados a seguir baseiam-se nas referidas normas. A dose total em qualquer órgão ou tecido compreenderá a dose da radiação externa recebida, durante as horas de trabalho, adicionada à da irradiação interna devida à incorporação de materiais radioativos. a) Limites de tolerância válidos para população continuamente controlada (trabalhadores) A dose máxima permissível para corpo inteiro, gônodas ou órgãos hematopoéticos de um indivíduo é de 5 rem em qualquer período de 12 meses. Em nenhum caso a dose total, acumulada durante toda vida para o corpo inteiro, gônodas ou órgãos hematopoéticos de um indivíduo, pode exceder a dose máxima permissível expressa pela fórmula : D = 5 ( N - 18 ) D = dose em rem N= dade do trabalhador em anos Num trimestre a dose máxima permissível é de 3 rem, desde que nos doze últimos meses, a dose total não tenha sido superior a 5 rem. Duas exceções devem ser mencionadas : a dose em abdômen de mulheres com idade de procriação não deve exceder a 1,3 rem por trimestre e a dose acumulada no feto de uma mulher grávida não pode exceder a 1 rem. Se a dose acumulada em qualquer período de trabalho com radiação for desconhecida, devemos assumi-la como sendo a máxima permissível para aquele período. b ) Limites detolerância para população não controlada . Os limites de tolerância para indivíduos do público devem ser assumidos como a décima paerte dos limites anuais mencionados anteriormente.
  • 15. A exposição da tireóide em crianças menores de 16 anos de idade é limitada a 1,5 rem por ano , sendo que a dose genética para população como um todo, não pode exceder 5 rem em um período de 30 anos. Nota: Define-se como “indivíduos do público” aqueles que estão vivendo nas imediações de instalações nucleares, e “população como um todo” a população inteira, incluindo trabalhadores e indivíduos do público. CONTAMINAÇÃO INTERNA A contaminação interna, independente do meio de absorção, deve ser limitada, de forma que as doses máximas permissíveis, especificadas anteriormente, não sejam ultrapassadas. Com esta finalidade, utilizam-se tabelas contendo uma série de limitações e informações necessárias, que são específicas a cada fonte . Todos estes parâmetros podem ser obtidos nas Normas Básicas de Proteção Radiológica, aprovadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN. AVALIAÇÃO Na determinação do método de avaliação e na escolha da aparelhagem adequada, deve ser levada em consideração uma série de fatores, tais como: objetivos da avaliação, tipos de radiação, condições de exposição, etc . Há vários tipos de aparelhos detetores de radiação ionizante, cada qual para determinadas operações. O princípio básico de funcionamente destes aparelhos é a utilização da capacidade ionizante das partículas. Subdividem-se em dois tipos principais : detetores de campo ou inspeção e detetores pessoais . DETETORES DE CAMPO OU INSPEÇÃO São aparelhos utilizados para deteção e quantificação de radiações ionizantes em ambiente de trabalho e em roupas ou objetos que tenham sido contaminados. Entre estes detetores destacam-se: - Detetores de câmaras de gás - São instrumentos que se baseiam no princípio de captura dos íons formados pelas radiações ionizantes em um gás. São constituídos por uma câmara cujas paredes externas, em geral na forma de um cilindro, são condutores de eletricidade, atuando como cátodo; e por um filamento central ( em geral, de tungstênio ) que atua como ânodo. Entre os dois eletrodos é aplicada uma diferença de potencial através de baterias que alimentam o sistema . Em função da tenção aplicada, os detetores de câmaras de gás definem diferentes tipos de medidores que apresentam comportamento e características distintas. Entre estes tipos de medidores, são de maior interesse para o nosso estudo, os conhecidos por câmaras de Ionização e Detetores Geiger Muller. As câmaras de ionização operam com baixas tensões e têm a capacidade de medir a energia e identificar a radiação incidente . São mais comumente usadas na deteção de radiação alfa e beta. Os detetores Geiger Muller operam com tensões mais elevadas que o anterior, o que provoca um aumento considerável de ionização do gás no interior da câmara . Devido a estas características de funcionamento, o detetor Geiger possui alta sensibilidade e necessita, para seu funcionamento, de equipamento eletrônico de baixo custo. Apresenta as desvantagens de não medir energia e nã destinguir o tipo de radiação incidente
  • 16. - Detetores de cintilação - Seu princípio de operação consiste na transferência de energia da radiação a uma substância, que por sua vez a emite novamente na forma de radiação visível ou próxima do visível . Este feixe de luz é coletado por um sistema eletrônico e tranformado em corrente elétrica . DETETORES PESSOAIS São detetores de uso individual que têm a finalidade de quantificar a dose de radiação acumulada pelo indivíduo exposto. Devem ser fixados na roupa do trabalhador, junto às partes do corpo mais atingidas ou que possuam limites de tolerância mais baixos. É obrigatório o uso destes detectores por todos os profissionais que estão diretamente envolvidos com fontes de radiações ionizantes. DOSÍMETRO DE BOLSO São câmaras de ionização, cujo eletrodo central é composto de dois elementos, um dos quais é móvel e constituido por um filamento de quartzo. Fornecendo cargas ao sistema, surgem forças repulsivas, afastando os dois elementos. A máxima separação corresponde à marca zero da escala de leitura. A ionização causada pela radiação incidente no dosímetro reduz a carga e consequentemente o filamento de quartzo se move na direção do outro elemento. O deslocamento do filamento é proporcional a dose de radiação recebida e, através de uma escala graduada, existente no próprio aparelho, é feita a leitura. DOSÍMETRO DE FILME São dosímetros que se baseam na propriedade das radiações, de alterarem a tonalidade de filmes fotográficos. O escurecimento de uma película fotográfica, devido a ação das radiações, foi o primeiro método empregado na detecção das mesmas embora mais frequentemente empregada em controle de exposição individual, podem também ser utilizadas em levantamento de campo ou em pesquisa de material radioativo. Os dosímetros de filme são essencialmente constituídos de um estojo porta - filme contendo o filme e filtros, que geralmente são metálicos. O filme pode ser revelado mensalmente ou no instante em que se julgar necessário. O escurecimento ou seja, a densidade óptica que o filme apresenta após revelado pode ser medida em um aparelho denominado Densitômetro Óptico. A densidade óptica é proporcional a radiação absorvida, cuja dose pode ser determinada pelo método de comparação com densidade de filmes expostos a fontes - padrão. MEDIDAS DE CONTROLE Nenhuma fonte de radiação é tão poderosa a ponto de não permitir que a adoção de algumas medidas de controle não elimine seus riscos. A aplicação correta dos princípios básicos de prevenção de controle manterá qualquer exposição, externa ou interna, abaixo dos níveis estabelecidos. EDUCAÇÃO E TREINAMENTO Os trabalhadores que participem de qualquer atividade que envolvam fontes de radiações devem estar devidamente treinados a executar suas tarefas e alertados quanto ao perigo a que estão expostos. Os objetos de uso pessoal desnecessários às atividades executadas não devem ser levados aos locais de trabalho. Líquidos ou alimentos não devem ser levados à boca nestes locais. Deve-se lavar cuidadosamente as mãos antes das refeições.
  • 17. O sucesso da implantação de medidas citadas dependerá da conscientização dos riscos a que os trabalhadores estiverem expostos, da sua educação prevencionista e da observância das normas de proteção radiológicas .