PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
Funções da Linguagem e Elementos da Comunicação
1. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO E FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Emissor (ou locutor) – o que emite a mensagem.
Receptor (ou interlocutor) – o que recebe a mensagem.
Mensagem – o conjunto de informações transmitidas.
Código – a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A
comunicação só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem.
Canal de Comunicação – por onde a mensagem é transmitida: TV, rádio, jornal, revista,
cordas vocais, ar...
Contexto (ou referente) – a situação a que a mensagem se refere, também chamado de
referente.
Ruído – qualquer perturbação na comunicação.
Funções da Linguagem
O lingüista russo chamado Roman Jakobson caracterizou seis funções de linguagem,
ligadas ao ato da comunicação:
1. Função Referencial: também chamada de denotativa ou informativa, é quando o objetivo
é passar uma informação objetivas e impessoal no texto. É valorizado o objeto ou a situação
de que se trata a mensagem sem manifestações pessoais ou persuasivas.
Ex.:
Cultura na tela
O portal domínio público, biblioteca digital do Ministério da Educação, recebeu 6,2 milhões de
acessos em pouco mais de um mês de funcionamento. Nela, o internauta pode ler
gratuitamente 699 obras literárias com mais de 70 anos de existência, ou seja, já de domínio
público; 166 publicações de ciências sociais e uma de exatas. Há também partituras de
Beethoven, pinturas de Van Gogh e de Leonardo da Vinci, como a Monalisa, hinos e músicas
2. clássicas contemporâneas.
Isto É, São Paulo, 29 de dez. de 2005.
2. Função expressiva: também chamada de emotiva, passa para o texto marcas de
atitudes pessoais como emoções, opiniões, avaliações. Na função expressiva, o emissor ou
destinador é o produtor da mensagem. O produtor mostra que está presente no texto
mostrando aos olhos de todos seus pensamentos.
Ex.:
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de Moraes
3. Função conativa: é quando a mensagem do texto busca seduzir, envolver o leitor
levando-o a adotar um determinado comportamento. Na função conativa a presença do
receptor está marcada sempre por pronomes de tratamento ou da segunda pessoa e pelo
uso do imperativo e do vocativo.
Ex.:
3. 4. Função fática: é o canal por onde a mensagem caminha de quem a escreve para quem
a recebe. Também designa algumas formas que se usa para chamar atenção.
Ex.:
- Alô! Como vai?
- Tudo bem, e você?
- Vamos ao cinema hoje?
- Prometo pensar no assunto. Retorno mais tarde para decidirmos o horário.
5. Função metalingüística: é quando a linguagem fala de si própria. Predominam em
análises literárias, interpretações e críticas diversas.
Ex.:
Catar Feijão
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
2.
Ora, nesse catar feijão entra um risco:
o de que entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
4. um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a como o risco.
João Cabral de Melo Neto
6. Função poética: é usada para despertar a surpresa e prazer estético. É elaborada de
forma imprevista e inovadora.
Ex.:
Canção
Ouvi cantar de tristeza,
porém não me comoveu.
Para o que todos deploram.
que coragem Deus me deu!
Ouvi cantar de alegria.
No meu caminho parei.
Meu coração fez-se noite.
Fechei os olhos. Chorei.
[...]
Cecília Meireles
É importante notarmos que a linguagem sempre varia de acordo com a situação e as
funções de linguagem nunca estão isoladas num texto. É claro que num texto uma função
predomina, mas as funções mesclam-se e combinam-se o tempo todo.