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Ecopedagogia, Pedagogia da terra, Pedagogia da Sustentabilidade, 
Educação Ambiental e Educação para a Cidadania Planetária
Conceitos e expressões diferentes e interconectados por um projeto comum
Moacir Gadotti
A   história   da   Ecopedagogia   aparece   inicialmente   como   “pedagogia   do   desenvolvimento 
sustentável” num estudo realizado pelo Instituto Latino­americano de Pedagogia da Comunicação 
(ILPEC), da Costa Rica e assinado por Francisco Gutiérrez (1994). Nele já se faz referência a uma 
visão holística, ao equilíbrio dinâmico ser humano e natureza e a categoria da sustentabilidade que 
são pressupostos essencial da ecopedagogia.
Francisco   Gutiérrez   e   Cruz   Prado,   do   ILPEC,   perceberam   logo   que   a   pedagogia   do 
desenvolvimento sustentável  não tinha a abrangência necessária para se constituir numa grande 
inovação na teoria da educação e lançaram, logo a seguir o conceito de “ecopedagogia” em seu livro 
Ecopedagogia e cidadania planetária (GUTIÉRREZ & PRADO, 1998). Eles nos falam de uma cidadania 
planetária que vai além da cidadania ambiental. Para eles a ecopedagogia seria aquela que promove a 
aprendizagem  do “sentido das coisas a partir da vida cotidiana”. O conceito de “vida cotidiana” é 
essencial no contexto da concepção ecopedagógica desses autores. Mais tarde eles rebatizariam essa 
pedagogia com o nome de “biopedagogia”, uma pedagogia da vida (PRADO, 2006), utilizando o 
mesmo referencial teórico e oferecendo mais profundidade espiritual ao tema. Cruz Prado e Francisco 
Gutiérrez foram os primeiros grandes desbravadores do campo e das potencialidades da ecopedagogia. 
O   Instituto   Paulo   Freire   traduziu   seu   livro   para   o   português   e   ele   continua   sendo   um   grande 
referencial dessa pedagogia. 
O   movimento   pela   ecopedagogia   se   ampliou   e   ganhou   novos   desdobramentos.  No   meu 
entender a ecopedagogia não pode mais ser considerada como uma pedagogia entre tantas pedagogias 
que   podemos   e   devemos  construir.  Ela   só   tem   sentido   como  projeto   alternativo   global  onde   a 
preocupação não está apenas na preservação da natureza (Ecologia Natural) ou no impacto das 
sociedades   humanas   sobre   os   ambientes   naturais   (Ecologia   Social),   mas   num   novo   modelo   de 
civilização sustentável do ponto de vista ecológico (Ecologia Integral) que implica uma mudança nas 
estruturas econômicas, sociais e culturais. Ela está ligada, portando, a um projeto utópico: mudar as 
relações humanas, sociais e ambientais que temos hoje.
A palavra “pedagogia” vem do grego e significa, literalmente, “guia para conduzir crianças”. Na 
Grécia o pedagogo era o escravo que levava para a escola as crianças das elites. A palavra “pedagogia” 
tem   por   referencial   um   paradigma   antropocêntrico.   Todas   as  pedagogias  clássicas  são 
antropocêntricas.   Ao   contrário,   a   ecopedagogia   parte   de   uma   consciência   planetária   (gêneros, 
espécies, reinos, educação formal, informal e não­formal...). Ampliamos o nosso ponto de vista, de 
uma visão antropocêntrica para uma consciência planetária, para uma prática de cidadania planetária 
e para uma nova referência ética e social: a civilização planetária. 
Assim, a ecopedagogia, como pedagogia holística, desloca­se desse referencial antropocêntrico, 
situando­se em outro campo. Ela não está voltada para a “formação do homem” ­ a “paidéia” ­ como 
diziam os gregos. A ecopedagogia é mais ampla: ela supera o antropocentrismo das pedagogias 
tradicionais e concebe o ser humano em sua diversidade e em relação com a complexidade da 
natureza. A Terra passa a ser considerada também como ser vivo, como gaia. Por isso, seria melhor 
chamar a ecopedagogia de “Pedagogia da Terra” (GADOTTI, 2001).
Esse sentido já havia sido percebido nas discussões que ocorreram em 1999 com a presença, 
entre outros de Francisco Gutiérrez, Cruz Prado, do ILPEC e Mirian Vilela da Iniciativa da Carta da 
Terra, no  I Encontro Internacional da Carta da Terra na Perspectiva da Educação, realizado em São 
Paulo. Esse encontro aprovou um documento com o título: Carta da ecopedagogia: em defesa de uma 
Pedagogia da Terra. 
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Paulo Freire, que faleceu em 1997, foi o autor de um grande livro:  Pedagogia do Oprimido. 
Consideramos   hoje   a   Terra   também   como   um   oprimido,   por   isso   precisamos   também   de   uma 
pedagogia desse oprimido que é a Terra. Precisamos de uma  Pedagogia da Terra  como um grande 
capítulo da pedagogia do oprimido. Uma pedagogia que tem como suporte o Paradigma Terra que 
considera esse planeta como uma única comunidade, una e diversa.
A ecopedagogia não se opõe à  educação  ambiental.  Ao contrário, para a ecopedagogia a 
educação ambiental é um pressuposto básico. A ecopedagogia incorpora­a e oferece­lhe estratégias, 
propostas e meios para a sua realização concreta. Foi justamente durante a realização do Fórum 
Global 92, no qual se discutiu muito a educação ambiental, que se percebeu a importância de uma 
pedagogia do desenvolvimento sustentável e de uma  ecopedagogia. Hoje, porém, a ecopedagogia 
tornou­se   um   movimento   e   uma   perspectiva   da   educação   maior   do   que   uma   pedagogia   do 
desenvolvimento sustentável. Ela está mais para a educação sustentável, para uma ecoeducação, que é 
mais ampla do que a educação ambiental. A educação sustentável não se preocupa apenas com uma 
relação saudável com o meio ambiente, mas com o sentido mais profundo do que fazemos com a nossa 
existência, a partir da vida cotidiana.
Numa época de convergência de crises, com o advento do aquecimento global e de profundas 
mudanças climáticas, a ecopedagogia tem tudo a ver com uma educação para a sustentabilidade. 
Como afirma Gro Harlem Brundtland no prefácio do Relatório das Nações Unidas  Our Common 
Future, “a menos que sejamos capazes de traduzir nossas palavras em uma linguagem que atinja as 
mentes e corações das pessoas, velhas ou novas, não poderemos executar as extensas mudanças 
sociais necessárias para corrigir o curso do desenvolvimento”. Desenvolver subsídios teórico­práticos 
necessários para essa educação para a sustentabilidade é tarefa de outra pedagogia complementar à 
Pedagogia   da   Terra,   a   “pedagogia   da   sustentabilidade”   (Antunes,   2002).   A  categoria 
“sustentabilidade”,   como   sustenta   o   Leonardo   Boff,   é   central   para   a   cosmovisão   ecológica   e, 
possivelmente,   constitui   um   dos   fundamentos   do   novo   paradigma   civilizatório   que   procura 
harmonizar ser humano, desenvolvimento e Terra entendida como Gaia.
Educar para a cidadania planetária implica muito mais do que uma filosofia educacional, do 
que o enunciado de seus princípios. A educação para a cidadania planetária implica uma revisão dos 
nossos currículos, uma reorientação de nossa visão de mundo da educação como espaço de inserção 
do indivíduo não numa comunidade local, mas numa comunidade que é local e global ao mesmo 
tempo. Educar, então, não seria como dizia Émile Durheim, a transmissão da cultura “de uma geração 
para outra”, mas a grande viagem de cada indivíduo no seu universo interior e no universo que o 
cerca. 
Nessa trajetória a ecopedagogia tem contribuído cada vez mais com a  educação  para  a 
cidadania planetária. A sobrevivência do planeta Terra, nossa morada, depende da consciência 
socioambiental e a formação da consciência depende da educação. A noção de cidadania planetária 
sustenta­se na  visão unificadora do planeta e de uma  sociedade mundial. Ela  se manifesta  em 
diferentes expressões: “nossa humanidade comum”, “nosso futuro comum”, “nossa pátria comum”. 
Cidadania planetária é uma expressão adotada para expressar um conjunto de princípios, valores, 
atitudes e comportamentos que demonstra uma nova percepção da Terra. Trata­se de um ponto de 
referência ético indissociável da civilização planetária.
O conceito de cidadania planetária tem a ver com a consciência, cada vez mais necessária, de 
que somos todos habitantes de uma única casa, de uma única morada, de uma única nação. Temos 
uma identidade terrena, somos terráqueos. Assim como nós, este planeta, como organismo vivo, tem 
uma história. Nossa história faz parte dele. Nós não estamos no mundo; nós somos parte dele. Não 
viemos ao mundo; viemos do mundo. Terra somos nós e tudo o que nela vive em harmonia dinâmica, 
compartilhando o mesmo espaço. Temos um destino comum. 
Educar para a cidadania planetária pressupõe esse entendimento da nossa vida no planeta onde 
precisamos viver permanentes e complexas relações entre nós mesmo e outras formas de vida, numa 
simbiose onde nós, seres humanos, incorporamo­nos a um outro ser, que também está vivo, que nos 
acolhe e nos mantém vivos e se mantém vivo.
Todos esses conceitos encontram­se nos recentes desdobramentos da ecopedagogia. Ela deve 
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ser considerada como uma pedagogia apropriada ao processo da Carta da Terra. Precisamos de uma 
ecopedagogia e uma ecoformação hoje, justamente porque sem essa pedagogia para a re­educação do 
homem/mulher, principalmente do homem ocidental, prisioneiro de uma cultura cristã predatória, 
não poderemos mais falar da Terra como um lar, como uma toca, para o “bicho­homem”, como fala 
Paulo Freire. Sem uma  educação sustentável, a Terra continuará apenas sendo considerada como 
espaço de nosso sustento e de domínio técnico­tecnológico, objeto de nossas pesquisas, ensaios, e, 
algumas vezes, de nossa contemplação. Mas não será o espaço de vida, o espaço do aconchego, de 
“cuidado” como nos diz Leonardo Boff (1999).
A ecopedagogia está se desenvolvimento seja como um  movimento  pedagógico  seja como 
abordagem curricular. Como a ecologia, a ecopedagogia também pode ser entendida como um 
movimento social e político. Como todo movimento novo, em processo, em evolução, ele é complexo e, 
pode tomar diferentes direções. A ecopedagogia também implica uma reorientação dos currículos para 
que incorporem certos princípios e valores. 
Os sistemas educacionais nasceram na Europa, no século XIX em plena era do desenvolvimento 
industrial e, apesar da atual diversidade de nações que os adotaram depois, eles são, hoje, muito 
semelhantes. No século XX eles se fortaleceram com a expansão do direito à educação consagrado pela 
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1947. Apesar dessa consolidação e de programas 
internacionais de avaliação do desempenho escolar como o Programa Internacional de Avaliação dos 
Estudantes (PISA), iniciamos o século XXI com questionamentos sobre a sua capacidade de promover 
a paz e o entendimento. A UNESCO, com razão, tem sustentado a necessidade de reorientar a 
educação, em todos os níveis, para um cultura de paz e de sustentabilidade. Essa é a preocupação 
central  da  Década  da  Educação  para  o Desenvolvimento  Sustentável  (2005­2014) e  de estudos 
recentes como os de Peter Blaze Corcoran (2009).
O conceito de “sustentabilidade” e de “sociedades sustentáveis”, tal como aparece na Carta da 
Terra, encerra todo um novo projeto de civilização e, aplicado à pedagogia, pode ter desdobramentos 
em todos os campos da educação, não apenas na educação ambiental (Gadotti, 2008). Ele se torna, 
assim, um conceito chave para entender a educação do futuro. Ele supõe novos princípios e valores 
bem como sugere novos símbolos, como o “jardim”, na visão da educadora norte­americana Emily De 
Moore. Ela toma o jardim como metáfora e como realidade física. Num artigo para a Revista Pátio 
(Porto Alegre, no. 13, maio­julho 2000, pp. 11­15), ela nos fala dos “valores educacionais para a 
sustentabilidade”, entendendo o “jardim como currículo” (DE MOORE, 2000). A idéia de jardim 
encarna os novos valores de sustentabilidade que estão surgindo. O jardim permite trabalhar com a 
terra, aprender a cuidar da “teia da vida” (CAPRA, 1996). Perceber a Terra através da terra. Ver a 
semente assumir a forma de planta e a planta forma de alimento, o alimento que nos dá vida. Ensina­
nos a paciência e o manuseio cuidadoso da terra entre o semear e o colher. Aprender que as coisas não 
nascem prontas. Precisam ser cultivadas, cuidadas. Aprendendo, também, que o mundo não está 
pronto,   está   se   fazendo,   está   nos   fazendo;   que   sua   construção   exige   persistência,   paciência 
esperançosa da semente que, em algum momento, será broto e será flor e será fruto. 
Emily De  Moore  cita  a  pedagogia do oprimido  de  Paulo  Freire  e  seu “pioneirismo”  nesta 
pedagogia, afirmando que ele, há mais de 40 anos, alertava que os sistemas de vida da Terra estavam 
sofrendo grandes estragos a ponto de perderam a capacidade de sustentar a vida no planeta. “Se 
quisermos adotar uma pedagogia que produza valores de sustentabilidade, o pensamento de Freire 
deve ser estendido para incluir a libertação do mundo natural” (Idem, 12). E, a seguir, cita uma 
passagem   do   livro  Pedagogia   do   oprimido  de   Paulo   Freire:   “A   consciência   do   opressor   tende   a 
transformar tudo a seu redor em um objeto de sua dominação. A terra, a propriedade, a produção, as 
criações das pessoas, as próprias pessoas, o tempo – tudo é reduzido à condição de objetos a sua 
disposição”. Paulo Freire tinha essa consciência alargada do mundo, como podemos constatar no 
mesmo livro (FREIRE, 1975:94) quando afirma que “o amor é compromisso com os homens. Onde 
quer que estejam esses oprimidos, o ato de amor está em comprometer­se com sua causa”. Emily A. De 
Moore (2000:14) conclui dizendo que “este modelo curricular é essencial se quisermos fornecer aos 
estudantes o conhecimento, as habilidades e a consciência crítica necessários não apenas para a justiça 
ou a eficácia social, preocupações importantes da teoria curricular, mas também para a realização da 
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verdadeira liberdade, comunidade e sustentabilidade da Terra e suas formas de vida”.
Os   sistemas   educacionais,   em   geral,   são   baseados   em   princípios   predatórios,   em   uma 
racionalidade   instrumental,   reproduzindo   valores   insustentáveis.   Para   introduzir   uma   cultura   da 
sustentabilidade nos sistemas educacionais nós precisamos reeducar o sistema: ele faz parte tanto do 
problema, como também faz parte da solução. Por isso precisamos de uma nova pedagogia. 
Estou convencido de que a sustentabilidade é um conceito poderoso, uma oportunidade para 
que a educação renove seus velhos sistemas, fundados em princípios e valores competitivos. Introduzir 
uma cultura da sustentabilidade e da paz nas comunidades escolares é essencial para que elas sejam 
mais cooperativas e menos competitivas. Nesse sentido, a Ecopedagogia, a Pedagogia da Terra, a 
Pedagogia da Sustentabilidade, a Educação Ambiental e a Educação para a Cidadania Planetária 
podem dar uma grande contribuição.
Referências bibliográficas
ANTUNES, Ângela e Julia Tomchinsky, orgs. 2009. Sementes de primavera: cidadania desde a infância. 
São Paulo: Instituto Paulo Freire.
ANTUNES, Ângela, 2002.  Leitura do mundo no contexto da planeterização: por uma pedagogia da 
sustentabilidade. São Paulo, FE­USP (Tese de Doutorado).
BOFF, Leonardo, 1999. Saber cuidar: ética do humano, compaixão pela terra. Petrópolis, Vozes.
CAPRA, Fritjof, 1996.  The Web of Life: a New Scientific Understanding of Living Systems. New York: 
Anchor Books.
DE MOORE, Emely, 2000. “O Jardim como currículo”. In: Revista Pátio. Porto Alegre, no. 13, maio­
julho 2000, pp. 11­15.
FREIRE, Paulo, 1975. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
GADOTTI, Moacir, 2001. Pedagogia da Terra. São Paulo: Peirópolis.
GADOTTI, Moacir, 2009. Educar para a sustentabilidade. São Paulo: Instituto Paulo Freire.
GUTIÉRREZ,   Francisco   &   Cruz   Prado,   1999.  Ecopedagogia   e   cidadania   planetária.   São   Paulo: 
Cortez/Instituto Paulo Freire. 
GUTIÉRREZ,   Francisco,   1994.  Pedagogia   para   el   Desarrollo   Sostenible.   Heredia,   Costa   Rica: 
Editorialpec.
PRADO, Cruz, 2006.  “Biopedagogia”. In: Guadas, Pep Aparício, Dolors Monferrer, Isabel Aparício 
Guadas e Pascual Murcia Ortiz, orgs, 2006.  Fórum Paulo Freire – V Encuentro Internacional: 
Sendas de Freire: opresiones, resistencias y emancipaciones en un nuevo paradigma de vida. 
Xátiva: Institut Paulo Freire de España y Crec, pp. 169­211.
Título:  Ecopedagogia, Pedagogia da terra, Pedagogia da Sustentabilidade, Educação Ambiental e 
Educação para a Cidadania Planetária
Autor: Moacir Gadotti
Editor: 
Data de publicação: 2009
Direitos autorais1
: Creative Commons by­nc­nd 2.5 (Atribuição­Uso Não­Comercial­Vedada a Criação 
de Obras Derivadas)
Palavras­Chave:  Ecopedagogia,   Pedagogia   da   terra,   Pedagogia   da   Sustentabilidade,   Educação 
Ambiental,  Educação para a Cidadania Planetária
Tipo: Texto
Formato: pdf
Idioma: Português
Localização (versão digital): http://www.paulofreire.org/Crpf/CrpfAcervo000137
1 Para mais informações, acesse: http://creativecommons.org/licenses/byncnd/2.5/br/

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  • 1. 1 Ecopedagogia, Pedagogia da terra, Pedagogia da Sustentabilidade,  Educação Ambiental e Educação para a Cidadania Planetária Conceitos e expressões diferentes e interconectados por um projeto comum Moacir Gadotti A   história   da   Ecopedagogia   aparece   inicialmente   como   “pedagogia   do   desenvolvimento  sustentável” num estudo realizado pelo Instituto Latino­americano de Pedagogia da Comunicação  (ILPEC), da Costa Rica e assinado por Francisco Gutiérrez (1994). Nele já se faz referência a uma  visão holística, ao equilíbrio dinâmico ser humano e natureza e a categoria da sustentabilidade que  são pressupostos essencial da ecopedagogia. Francisco   Gutiérrez   e   Cruz   Prado,   do   ILPEC,   perceberam   logo   que   a   pedagogia   do  desenvolvimento sustentável  não tinha a abrangência necessária para se constituir numa grande  inovação na teoria da educação e lançaram, logo a seguir o conceito de “ecopedagogia” em seu livro  Ecopedagogia e cidadania planetária (GUTIÉRREZ & PRADO, 1998). Eles nos falam de uma cidadania  planetária que vai além da cidadania ambiental. Para eles a ecopedagogia seria aquela que promove a  aprendizagem  do “sentido das coisas a partir da vida cotidiana”. O conceito de “vida cotidiana” é  essencial no contexto da concepção ecopedagógica desses autores. Mais tarde eles rebatizariam essa  pedagogia com o nome de “biopedagogia”, uma pedagogia da vida (PRADO, 2006), utilizando o  mesmo referencial teórico e oferecendo mais profundidade espiritual ao tema. Cruz Prado e Francisco  Gutiérrez foram os primeiros grandes desbravadores do campo e das potencialidades da ecopedagogia.  O   Instituto   Paulo   Freire   traduziu   seu   livro   para   o   português   e   ele   continua   sendo   um   grande  referencial dessa pedagogia.  O   movimento   pela   ecopedagogia   se   ampliou   e   ganhou   novos   desdobramentos.  No   meu  entender a ecopedagogia não pode mais ser considerada como uma pedagogia entre tantas pedagogias  que   podemos   e   devemos  construir.  Ela   só   tem   sentido   como  projeto   alternativo   global  onde   a  preocupação não está apenas na preservação da natureza (Ecologia Natural) ou no impacto das  sociedades   humanas   sobre   os   ambientes   naturais   (Ecologia   Social),   mas   num   novo   modelo   de  civilização sustentável do ponto de vista ecológico (Ecologia Integral) que implica uma mudança nas  estruturas econômicas, sociais e culturais. Ela está ligada, portando, a um projeto utópico: mudar as  relações humanas, sociais e ambientais que temos hoje. A palavra “pedagogia” vem do grego e significa, literalmente, “guia para conduzir crianças”. Na  Grécia o pedagogo era o escravo que levava para a escola as crianças das elites. A palavra “pedagogia”  tem   por   referencial   um   paradigma   antropocêntrico.   Todas   as  pedagogias  clássicas  são  antropocêntricas.   Ao   contrário,   a   ecopedagogia   parte   de   uma   consciência   planetária   (gêneros,  espécies, reinos, educação formal, informal e não­formal...). Ampliamos o nosso ponto de vista, de  uma visão antropocêntrica para uma consciência planetária, para uma prática de cidadania planetária  e para uma nova referência ética e social: a civilização planetária.  Assim, a ecopedagogia, como pedagogia holística, desloca­se desse referencial antropocêntrico,  situando­se em outro campo. Ela não está voltada para a “formação do homem” ­ a “paidéia” ­ como  diziam os gregos. A ecopedagogia é mais ampla: ela supera o antropocentrismo das pedagogias  tradicionais e concebe o ser humano em sua diversidade e em relação com a complexidade da  natureza. A Terra passa a ser considerada também como ser vivo, como gaia. Por isso, seria melhor  chamar a ecopedagogia de “Pedagogia da Terra” (GADOTTI, 2001). Esse sentido já havia sido percebido nas discussões que ocorreram em 1999 com a presença,  entre outros de Francisco Gutiérrez, Cruz Prado, do ILPEC e Mirian Vilela da Iniciativa da Carta da  Terra, no  I Encontro Internacional da Carta da Terra na Perspectiva da Educação, realizado em São  Paulo. Esse encontro aprovou um documento com o título: Carta da ecopedagogia: em defesa de uma  Pedagogia da Terra. 
  • 2. 2 Paulo Freire, que faleceu em 1997, foi o autor de um grande livro:  Pedagogia do Oprimido.  Consideramos   hoje   a   Terra   também   como   um   oprimido,   por   isso   precisamos   também   de   uma  pedagogia desse oprimido que é a Terra. Precisamos de uma  Pedagogia da Terra  como um grande  capítulo da pedagogia do oprimido. Uma pedagogia que tem como suporte o Paradigma Terra que  considera esse planeta como uma única comunidade, una e diversa. A ecopedagogia não se opõe à  educação  ambiental.  Ao contrário, para a ecopedagogia a  educação ambiental é um pressuposto básico. A ecopedagogia incorpora­a e oferece­lhe estratégias,  propostas e meios para a sua realização concreta. Foi justamente durante a realização do Fórum  Global 92, no qual se discutiu muito a educação ambiental, que se percebeu a importância de uma  pedagogia do desenvolvimento sustentável e de uma  ecopedagogia. Hoje, porém, a ecopedagogia  tornou­se   um   movimento   e   uma   perspectiva   da   educação   maior   do   que   uma   pedagogia   do  desenvolvimento sustentável. Ela está mais para a educação sustentável, para uma ecoeducação, que é  mais ampla do que a educação ambiental. A educação sustentável não se preocupa apenas com uma  relação saudável com o meio ambiente, mas com o sentido mais profundo do que fazemos com a nossa  existência, a partir da vida cotidiana. Numa época de convergência de crises, com o advento do aquecimento global e de profundas  mudanças climáticas, a ecopedagogia tem tudo a ver com uma educação para a sustentabilidade.  Como afirma Gro Harlem Brundtland no prefácio do Relatório das Nações Unidas  Our Common  Future, “a menos que sejamos capazes de traduzir nossas palavras em uma linguagem que atinja as  mentes e corações das pessoas, velhas ou novas, não poderemos executar as extensas mudanças  sociais necessárias para corrigir o curso do desenvolvimento”. Desenvolver subsídios teórico­práticos  necessários para essa educação para a sustentabilidade é tarefa de outra pedagogia complementar à  Pedagogia   da   Terra,   a   “pedagogia   da   sustentabilidade”   (Antunes,   2002).   A  categoria  “sustentabilidade”,   como   sustenta   o   Leonardo   Boff,   é   central   para   a   cosmovisão   ecológica   e,  possivelmente,   constitui   um   dos   fundamentos   do   novo   paradigma   civilizatório   que   procura  harmonizar ser humano, desenvolvimento e Terra entendida como Gaia. Educar para a cidadania planetária implica muito mais do que uma filosofia educacional, do  que o enunciado de seus princípios. A educação para a cidadania planetária implica uma revisão dos  nossos currículos, uma reorientação de nossa visão de mundo da educação como espaço de inserção  do indivíduo não numa comunidade local, mas numa comunidade que é local e global ao mesmo  tempo. Educar, então, não seria como dizia Émile Durheim, a transmissão da cultura “de uma geração  para outra”, mas a grande viagem de cada indivíduo no seu universo interior e no universo que o  cerca.  Nessa trajetória a ecopedagogia tem contribuído cada vez mais com a  educação  para  a  cidadania planetária. A sobrevivência do planeta Terra, nossa morada, depende da consciência  socioambiental e a formação da consciência depende da educação. A noção de cidadania planetária  sustenta­se na  visão unificadora do planeta e de uma  sociedade mundial. Ela  se manifesta  em  diferentes expressões: “nossa humanidade comum”, “nosso futuro comum”, “nossa pátria comum”.  Cidadania planetária é uma expressão adotada para expressar um conjunto de princípios, valores,  atitudes e comportamentos que demonstra uma nova percepção da Terra. Trata­se de um ponto de  referência ético indissociável da civilização planetária. O conceito de cidadania planetária tem a ver com a consciência, cada vez mais necessária, de  que somos todos habitantes de uma única casa, de uma única morada, de uma única nação. Temos  uma identidade terrena, somos terráqueos. Assim como nós, este planeta, como organismo vivo, tem  uma história. Nossa história faz parte dele. Nós não estamos no mundo; nós somos parte dele. Não  viemos ao mundo; viemos do mundo. Terra somos nós e tudo o que nela vive em harmonia dinâmica,  compartilhando o mesmo espaço. Temos um destino comum.  Educar para a cidadania planetária pressupõe esse entendimento da nossa vida no planeta onde  precisamos viver permanentes e complexas relações entre nós mesmo e outras formas de vida, numa  simbiose onde nós, seres humanos, incorporamo­nos a um outro ser, que também está vivo, que nos  acolhe e nos mantém vivos e se mantém vivo. Todos esses conceitos encontram­se nos recentes desdobramentos da ecopedagogia. Ela deve 
  • 3. 3 ser considerada como uma pedagogia apropriada ao processo da Carta da Terra. Precisamos de uma  ecopedagogia e uma ecoformação hoje, justamente porque sem essa pedagogia para a re­educação do  homem/mulher, principalmente do homem ocidental, prisioneiro de uma cultura cristã predatória,  não poderemos mais falar da Terra como um lar, como uma toca, para o “bicho­homem”, como fala  Paulo Freire. Sem uma  educação sustentável, a Terra continuará apenas sendo considerada como  espaço de nosso sustento e de domínio técnico­tecnológico, objeto de nossas pesquisas, ensaios, e,  algumas vezes, de nossa contemplação. Mas não será o espaço de vida, o espaço do aconchego, de  “cuidado” como nos diz Leonardo Boff (1999). A ecopedagogia está se desenvolvimento seja como um  movimento  pedagógico  seja como  abordagem curricular. Como a ecologia, a ecopedagogia também pode ser entendida como um  movimento social e político. Como todo movimento novo, em processo, em evolução, ele é complexo e,  pode tomar diferentes direções. A ecopedagogia também implica uma reorientação dos currículos para  que incorporem certos princípios e valores.  Os sistemas educacionais nasceram na Europa, no século XIX em plena era do desenvolvimento  industrial e, apesar da atual diversidade de nações que os adotaram depois, eles são, hoje, muito  semelhantes. No século XX eles se fortaleceram com a expansão do direito à educação consagrado pela  Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1947. Apesar dessa consolidação e de programas  internacionais de avaliação do desempenho escolar como o Programa Internacional de Avaliação dos  Estudantes (PISA), iniciamos o século XXI com questionamentos sobre a sua capacidade de promover  a paz e o entendimento. A UNESCO, com razão, tem sustentado a necessidade de reorientar a  educação, em todos os níveis, para um cultura de paz e de sustentabilidade. Essa é a preocupação  central  da  Década  da  Educação  para  o Desenvolvimento  Sustentável  (2005­2014) e  de estudos  recentes como os de Peter Blaze Corcoran (2009). O conceito de “sustentabilidade” e de “sociedades sustentáveis”, tal como aparece na Carta da  Terra, encerra todo um novo projeto de civilização e, aplicado à pedagogia, pode ter desdobramentos  em todos os campos da educação, não apenas na educação ambiental (Gadotti, 2008). Ele se torna,  assim, um conceito chave para entender a educação do futuro. Ele supõe novos princípios e valores  bem como sugere novos símbolos, como o “jardim”, na visão da educadora norte­americana Emily De  Moore. Ela toma o jardim como metáfora e como realidade física. Num artigo para a Revista Pátio  (Porto Alegre, no. 13, maio­julho 2000, pp. 11­15), ela nos fala dos “valores educacionais para a  sustentabilidade”, entendendo o “jardim como currículo” (DE MOORE, 2000). A idéia de jardim  encarna os novos valores de sustentabilidade que estão surgindo. O jardim permite trabalhar com a  terra, aprender a cuidar da “teia da vida” (CAPRA, 1996). Perceber a Terra através da terra. Ver a  semente assumir a forma de planta e a planta forma de alimento, o alimento que nos dá vida. Ensina­ nos a paciência e o manuseio cuidadoso da terra entre o semear e o colher. Aprender que as coisas não  nascem prontas. Precisam ser cultivadas, cuidadas. Aprendendo, também, que o mundo não está  pronto,   está   se   fazendo,   está   nos   fazendo;   que   sua   construção   exige   persistência,   paciência  esperançosa da semente que, em algum momento, será broto e será flor e será fruto.  Emily De  Moore  cita  a  pedagogia do oprimido  de  Paulo  Freire  e  seu “pioneirismo”  nesta  pedagogia, afirmando que ele, há mais de 40 anos, alertava que os sistemas de vida da Terra estavam  sofrendo grandes estragos a ponto de perderam a capacidade de sustentar a vida no planeta. “Se  quisermos adotar uma pedagogia que produza valores de sustentabilidade, o pensamento de Freire  deve ser estendido para incluir a libertação do mundo natural” (Idem, 12). E, a seguir, cita uma  passagem   do   livro  Pedagogia   do   oprimido  de   Paulo   Freire:   “A   consciência   do   opressor   tende   a  transformar tudo a seu redor em um objeto de sua dominação. A terra, a propriedade, a produção, as  criações das pessoas, as próprias pessoas, o tempo – tudo é reduzido à condição de objetos a sua  disposição”. Paulo Freire tinha essa consciência alargada do mundo, como podemos constatar no  mesmo livro (FREIRE, 1975:94) quando afirma que “o amor é compromisso com os homens. Onde  quer que estejam esses oprimidos, o ato de amor está em comprometer­se com sua causa”. Emily A. De  Moore (2000:14) conclui dizendo que “este modelo curricular é essencial se quisermos fornecer aos  estudantes o conhecimento, as habilidades e a consciência crítica necessários não apenas para a justiça  ou a eficácia social, preocupações importantes da teoria curricular, mas também para a realização da 
  • 4. 4 verdadeira liberdade, comunidade e sustentabilidade da Terra e suas formas de vida”. Os   sistemas   educacionais,   em   geral,   são   baseados   em   princípios   predatórios,   em   uma  racionalidade   instrumental,   reproduzindo   valores   insustentáveis.   Para   introduzir   uma   cultura   da  sustentabilidade nos sistemas educacionais nós precisamos reeducar o sistema: ele faz parte tanto do  problema, como também faz parte da solução. Por isso precisamos de uma nova pedagogia.  Estou convencido de que a sustentabilidade é um conceito poderoso, uma oportunidade para  que a educação renove seus velhos sistemas, fundados em princípios e valores competitivos. Introduzir  uma cultura da sustentabilidade e da paz nas comunidades escolares é essencial para que elas sejam  mais cooperativas e menos competitivas. Nesse sentido, a Ecopedagogia, a Pedagogia da Terra, a  Pedagogia da Sustentabilidade, a Educação Ambiental e a Educação para a Cidadania Planetária  podem dar uma grande contribuição. Referências bibliográficas ANTUNES, Ângela e Julia Tomchinsky, orgs. 2009. Sementes de primavera: cidadania desde a infância.  São Paulo: Instituto Paulo Freire. ANTUNES, Ângela, 2002.  Leitura do mundo no contexto da planeterização: por uma pedagogia da  sustentabilidade. São Paulo, FE­USP (Tese de Doutorado). BOFF, Leonardo, 1999. Saber cuidar: ética do humano, compaixão pela terra. Petrópolis, Vozes. CAPRA, Fritjof, 1996.  The Web of Life: a New Scientific Understanding of Living Systems. New York:  Anchor Books. DE MOORE, Emely, 2000. “O Jardim como currículo”. In: Revista Pátio. Porto Alegre, no. 13, maio­ julho 2000, pp. 11­15. FREIRE, Paulo, 1975. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra. GADOTTI, Moacir, 2001. Pedagogia da Terra. São Paulo: Peirópolis. GADOTTI, Moacir, 2009. Educar para a sustentabilidade. São Paulo: Instituto Paulo Freire. GUTIÉRREZ,   Francisco   &   Cruz   Prado,   1999.  Ecopedagogia   e   cidadania   planetária.   São   Paulo:  Cortez/Instituto Paulo Freire.  GUTIÉRREZ,   Francisco,   1994.  Pedagogia   para   el   Desarrollo   Sostenible.   Heredia,   Costa   Rica:  Editorialpec. PRADO, Cruz, 2006.  “Biopedagogia”. In: Guadas, Pep Aparício, Dolors Monferrer, Isabel Aparício  Guadas e Pascual Murcia Ortiz, orgs, 2006.  Fórum Paulo Freire – V Encuentro Internacional:  Sendas de Freire: opresiones, resistencias y emancipaciones en un nuevo paradigma de vida.  Xátiva: Institut Paulo Freire de España y Crec, pp. 169­211. Título:  Ecopedagogia, Pedagogia da terra, Pedagogia da Sustentabilidade, Educação Ambiental e  Educação para a Cidadania Planetária Autor: Moacir Gadotti Editor:  Data de publicação: 2009 Direitos autorais1 : Creative Commons by­nc­nd 2.5 (Atribuição­Uso Não­Comercial­Vedada a Criação  de Obras Derivadas) Palavras­Chave:  Ecopedagogia,   Pedagogia   da   terra,   Pedagogia   da   Sustentabilidade,   Educação  Ambiental,  Educação para a Cidadania Planetária Tipo: Texto Formato: pdf Idioma: Português Localização (versão digital): http://www.paulofreire.org/Crpf/CrpfAcervo000137 1 Para mais informações, acesse: http://creativecommons.org/licenses/byncnd/2.5/br/