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Introdução
A Síndrome de Down (SD) é definida como uma alteração genética
caracterizada por um cromossomo extra no par 21, sendo que o portador desta
síndrome apresenta características específicas que implicam direta ou
indiretamente sobre os aspectos nutricionais1,2. Afeta 1 a cada 800 recém-
nascidos em todo o mundo e é o principal fator genético no desenvolvimento de
deficiência intelectual. No Brasil, acredita-se que ocorra um caso em cada 600
nascimentos, sendo a alteração genética mais diagnosticada na clínica
pediátrica 345.
Em crianças portadoras da SD é frequentemente observado uma
anormalidade na função tireoidiana que compromete o controle endócrino -
metabólico (eixo hipotalâmico-hipofisário-tireoidiano), o qual permite um
ajustamento entre o meio ambiente e da oferta energética. (OLIVEIRA et al.,
2002). Assim as crianças portadoras desta síndrome apresentam predisposição
ao excesso de peso, além de importantes alterações no sistema imunológico,
que podem implicar em maior suscetibilidade a doenças auto-imunes e infecções
recorrentes, além de características metabólicas, que os tornam mais
vulneráveis ao aparecimento de doenças relacionadas principalmente ao seu
estado nutricional7
O excesso de peso presente nos portadores de SD deve-se a diversos
fatores, entre eles hábitos alimentares inadequados, associados à ausência de
atividades físicas, disfunção na glândula tireóide, compulsão alimentar, hipotonia
muscular, incluindo aqueles envolvidos na digestão. Por serem flácidos, os
músculos não dão a sensação de saciedade após uma refeição e os portadores
desta síndrome tendem a comer sem saber quando parar. Crianças portadoras
de SD tendem a apresentar obstipação intestinal e defeitos intestinais. O
excesso de peso contribui para o agravamento de problemas cardíacos, além de
dificultar o desenvolvimento motor1,8,9.
Além disso, a taxa metabólica basal dos portadores de SD é menor, mesmo
com um nível de atividade física similar ao dos não portadores da síndrome, o
que significa que seu organismo necessita de menor quantidade de energia para
manter suas funções vitais9.
Portadores desta síndrome podem apresentar também boca pequena,
língua protrusa e dificuldades de deglutição, que vão refletir em dificuldades na
prática alimentar. Essas características específicas vão refletir diretamente nos
aspectos nutricionais desses indivíduos, pois podem afetar a coordenação da
mastigação e deglutição. Estes fatores que podem levá-los a escolhas
alimentares limitadas e monótonas, comprometendo seu padrão de
alimentação1,5. De acordo com Campos et al10, os portadores de necessidades
especiais podem ter um comprometimento do padrão de alimentação, pois,
devido a algumas características específicas de sua condição, estes desviam-se
de algumas etapas do processo de alimentação, que vai desde a escolha dos
alimentos, até sua introdução na cavidade bucal, mastigação e deglutição. Desta
forma, torna-se importante avaliar a qualidade da alimentação destes indivíduos,
e assim realizar uma adequada intervenção para a melhora deste processo, o
qual pode trazer consequências para seu estado nutricional, se ocorrer de forma
inadequada.
Segundo Cuppari11, a avaliação do estado nutricional tem como objetivo
identificar os distúrbios nutricionais, possibilitando uma intervenção adequada de
forma a auxiliar na recuperação e/ou manutenção do estado de saúde do
indivíduo, sendo assim importante para determinar a prevalência de obesidade
e sobrepeso nos portadores de SD. De acordo com Santos12, a antropometria
é de grande importância também na conduta estabelecida, bem como no
acompanhamento, principalmente daqueles indivíduos em situações de
comprometimento de risco nutricional, como os portadores da SD. A avaliação
do crescimento e desenvolvimento de crianças possibilita verificar se o
incremento de peso e estatura está atendendo aos requisitos plenos de seu
potencial genético. Observa-se que o crescimento de crianças com Síndrome de
Down difere das demais, pois se caracteriza por precocidade no início do estirão
de crescimento e velocidade reduzida de crescimento linear, resultando em
indivíduos de estatura mais baixa em relação à população em geral7.
Segundo os critérios brasileiros, a Síndrome Metabólica ocorre quando
estão presentes três dos cinco critérios abaixo: obesidade central
(circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem);
hipertensão arterial (pressão arterial sistólica 130 e/ou pressão arterial diatólica
85 mmHg); glicemia alterada (glicemia 100 mg/dl) ou diagnóstico de Diabetes;
triglicerídeos 150 mg/dl; HDL colesterol < 40 mg/dl em homens e <50 mg/dl em
mulheres. Embora o diagnóstico em adultos seja baseado em definições bem
claras para os cinco componentes relacionados à síndrome, definições
semelhantes não estão disponíveis para crianças.
Objetivo
Analisar as informações das fichas médicas e dos atendimentos do
Hospital, situado na cidade de interior de São Paulo, o qual atende e região,
identificando a prevalência de Síndrome Metabólica em crianças Síndrome de
Down. Trata-se de estudo relevante, pois não há publicações que correlacionem
Síndrome Metabólica e Síndrome de Down nessa população.
Metodologia
Trata-se de estudo retrospectivo de prontuários médicos de pacientes
síndrome de Down atendidos no ambulatório de genética do Hospital. Os
critérios de inclusão são crianças com faixa etária de até 12 anos, de ambos
gêneros, com diagnóstico comprovado de Síndrome de Down, exceto
insuficiência cardíaca congestiva, devido a possível formação de edema e
alteração de peso corporal, o que compromete os valores de antropometria,
interferindo nos resultados do trabalho. Serão identificados nos prontuários os
seguintes fatores de risco para o desenvolvimento de síndrome metabólica:
peso, comprimento ou altura, glicemia, triglicérides e pressão arterial.
Considerações Finais
Portanto, este trabalho demonstra relevância na medida em que ao
associar a possível coexistência da Síndrome de Down e da Síndrome
Metabólica, visando uma intervenção adequada de forma a auxiliar na
recuperação e/ou manutenção do estado de saúde do indivíduo, através do
estudo do estado nutricional e da avaliação do crescimento e desenvolvimento
de crianças portadoras dessas síndromes. Isso possibilita verificar se os
requisitos plenos de seu potencial genético estão sendo alcançados em prol do
beneficio vital do paciente. Dessa forma, este trabalho condiz com uma
revelação de um parâmetro importante na área de saúde, propiciando o
desenvolvimento de novos estudos que possam agregar valores que
intervenham para o avanço dos cuidados com os portadores da Síndrome de
Down que são acometidos pela Síndrome Metabólica.
Referências Bibliográficas
1. Prado MB, Mestrinheri L, Frangella VS e Mustacchi Z. Acompanhamento
nutricional de pacientes com Síndrome de Down atendidos em um
consultório pediátrico.Rev o mundo da saúde. 2009; 33(3):335-346.
2. Bertapelli F, Gorla JI, da Silva FF e Costa LT. Prevalência de obesidade
e topografia da gordura corporal em crianças e adolescentes com
Síndrome de Down. JournalofHumanGrowthandDevelopment. 2013;
23(1): 65-70.
3. Brandão AP et al. I Diretriz brasileira de diagnóstico e tratamento da
Síndrome metabólica.RevBras de Hipertensão. 2004; 7(4): 240-270.
4. Sinaiko AR. Síndrome metabólica em crianças. J Pediatr. 2012; 88(4):
286-8.
5. Pires CLS. Perfil nutricional de crianças e adolescentes com Síndrome de
Down de uma cidade do interior do paraná. Unicentro. Guarapuava. 2011.
24p.
6. Galdina AP. A importância do estado nutricional na Sindrome de Down.
Unesc. Criciúma. 2012. 45p.

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Prevalência de Síndrome Metabólica em Crianças com Síndrome de Down

  • 1. Introdução A Síndrome de Down (SD) é definida como uma alteração genética caracterizada por um cromossomo extra no par 21, sendo que o portador desta síndrome apresenta características específicas que implicam direta ou indiretamente sobre os aspectos nutricionais1,2. Afeta 1 a cada 800 recém- nascidos em todo o mundo e é o principal fator genético no desenvolvimento de deficiência intelectual. No Brasil, acredita-se que ocorra um caso em cada 600 nascimentos, sendo a alteração genética mais diagnosticada na clínica pediátrica 345. Em crianças portadoras da SD é frequentemente observado uma anormalidade na função tireoidiana que compromete o controle endócrino - metabólico (eixo hipotalâmico-hipofisário-tireoidiano), o qual permite um ajustamento entre o meio ambiente e da oferta energética. (OLIVEIRA et al., 2002). Assim as crianças portadoras desta síndrome apresentam predisposição ao excesso de peso, além de importantes alterações no sistema imunológico, que podem implicar em maior suscetibilidade a doenças auto-imunes e infecções recorrentes, além de características metabólicas, que os tornam mais vulneráveis ao aparecimento de doenças relacionadas principalmente ao seu estado nutricional7 O excesso de peso presente nos portadores de SD deve-se a diversos fatores, entre eles hábitos alimentares inadequados, associados à ausência de atividades físicas, disfunção na glândula tireóide, compulsão alimentar, hipotonia muscular, incluindo aqueles envolvidos na digestão. Por serem flácidos, os músculos não dão a sensação de saciedade após uma refeição e os portadores desta síndrome tendem a comer sem saber quando parar. Crianças portadoras
  • 2. de SD tendem a apresentar obstipação intestinal e defeitos intestinais. O excesso de peso contribui para o agravamento de problemas cardíacos, além de dificultar o desenvolvimento motor1,8,9. Além disso, a taxa metabólica basal dos portadores de SD é menor, mesmo com um nível de atividade física similar ao dos não portadores da síndrome, o que significa que seu organismo necessita de menor quantidade de energia para manter suas funções vitais9. Portadores desta síndrome podem apresentar também boca pequena, língua protrusa e dificuldades de deglutição, que vão refletir em dificuldades na prática alimentar. Essas características específicas vão refletir diretamente nos aspectos nutricionais desses indivíduos, pois podem afetar a coordenação da mastigação e deglutição. Estes fatores que podem levá-los a escolhas alimentares limitadas e monótonas, comprometendo seu padrão de alimentação1,5. De acordo com Campos et al10, os portadores de necessidades especiais podem ter um comprometimento do padrão de alimentação, pois, devido a algumas características específicas de sua condição, estes desviam-se de algumas etapas do processo de alimentação, que vai desde a escolha dos alimentos, até sua introdução na cavidade bucal, mastigação e deglutição. Desta forma, torna-se importante avaliar a qualidade da alimentação destes indivíduos, e assim realizar uma adequada intervenção para a melhora deste processo, o qual pode trazer consequências para seu estado nutricional, se ocorrer de forma inadequada. Segundo Cuppari11, a avaliação do estado nutricional tem como objetivo identificar os distúrbios nutricionais, possibilitando uma intervenção adequada de forma a auxiliar na recuperação e/ou manutenção do estado de saúde do
  • 3. indivíduo, sendo assim importante para determinar a prevalência de obesidade e sobrepeso nos portadores de SD. De acordo com Santos12, a antropometria é de grande importância também na conduta estabelecida, bem como no acompanhamento, principalmente daqueles indivíduos em situações de comprometimento de risco nutricional, como os portadores da SD. A avaliação do crescimento e desenvolvimento de crianças possibilita verificar se o incremento de peso e estatura está atendendo aos requisitos plenos de seu potencial genético. Observa-se que o crescimento de crianças com Síndrome de Down difere das demais, pois se caracteriza por precocidade no início do estirão de crescimento e velocidade reduzida de crescimento linear, resultando em indivíduos de estatura mais baixa em relação à população em geral7. Segundo os critérios brasileiros, a Síndrome Metabólica ocorre quando estão presentes três dos cinco critérios abaixo: obesidade central (circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem); hipertensão arterial (pressão arterial sistólica 130 e/ou pressão arterial diatólica 85 mmHg); glicemia alterada (glicemia 100 mg/dl) ou diagnóstico de Diabetes; triglicerídeos 150 mg/dl; HDL colesterol < 40 mg/dl em homens e <50 mg/dl em mulheres. Embora o diagnóstico em adultos seja baseado em definições bem claras para os cinco componentes relacionados à síndrome, definições semelhantes não estão disponíveis para crianças.
  • 4. Objetivo Analisar as informações das fichas médicas e dos atendimentos do Hospital, situado na cidade de interior de São Paulo, o qual atende e região, identificando a prevalência de Síndrome Metabólica em crianças Síndrome de Down. Trata-se de estudo relevante, pois não há publicações que correlacionem Síndrome Metabólica e Síndrome de Down nessa população. Metodologia Trata-se de estudo retrospectivo de prontuários médicos de pacientes síndrome de Down atendidos no ambulatório de genética do Hospital. Os critérios de inclusão são crianças com faixa etária de até 12 anos, de ambos gêneros, com diagnóstico comprovado de Síndrome de Down, exceto insuficiência cardíaca congestiva, devido a possível formação de edema e alteração de peso corporal, o que compromete os valores de antropometria, interferindo nos resultados do trabalho. Serão identificados nos prontuários os seguintes fatores de risco para o desenvolvimento de síndrome metabólica: peso, comprimento ou altura, glicemia, triglicérides e pressão arterial.
  • 5. Considerações Finais Portanto, este trabalho demonstra relevância na medida em que ao associar a possível coexistência da Síndrome de Down e da Síndrome Metabólica, visando uma intervenção adequada de forma a auxiliar na recuperação e/ou manutenção do estado de saúde do indivíduo, através do estudo do estado nutricional e da avaliação do crescimento e desenvolvimento de crianças portadoras dessas síndromes. Isso possibilita verificar se os requisitos plenos de seu potencial genético estão sendo alcançados em prol do beneficio vital do paciente. Dessa forma, este trabalho condiz com uma revelação de um parâmetro importante na área de saúde, propiciando o desenvolvimento de novos estudos que possam agregar valores que intervenham para o avanço dos cuidados com os portadores da Síndrome de Down que são acometidos pela Síndrome Metabólica. Referências Bibliográficas
  • 6. 1. Prado MB, Mestrinheri L, Frangella VS e Mustacchi Z. Acompanhamento nutricional de pacientes com Síndrome de Down atendidos em um consultório pediátrico.Rev o mundo da saúde. 2009; 33(3):335-346. 2. Bertapelli F, Gorla JI, da Silva FF e Costa LT. Prevalência de obesidade e topografia da gordura corporal em crianças e adolescentes com Síndrome de Down. JournalofHumanGrowthandDevelopment. 2013; 23(1): 65-70. 3. Brandão AP et al. I Diretriz brasileira de diagnóstico e tratamento da Síndrome metabólica.RevBras de Hipertensão. 2004; 7(4): 240-270. 4. Sinaiko AR. Síndrome metabólica em crianças. J Pediatr. 2012; 88(4): 286-8. 5. Pires CLS. Perfil nutricional de crianças e adolescentes com Síndrome de Down de uma cidade do interior do paraná. Unicentro. Guarapuava. 2011. 24p. 6. Galdina AP. A importância do estado nutricional na Sindrome de Down. Unesc. Criciúma. 2012. 45p.