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Modelo Matem´tico e Computacional do Efeito do Surgimento
             a
               da Angiogˆnese em Tumores
                        e

                                     Jos´ S´rgio Domingues
                                        e e
               Centro Federal de Educa¸˜o Tecnol´gica de Minas Gerais, CEFET - MG
                                       ca        o
                       Mestrado em Modelagem Matem´tica e Computacional
                                                       a
                                   30510-000, Belo Horizonte, MG
                                 E-mail: jsergio mat@lsi.cefetmg.br

                                   Maria Elizabeth Gouvˆa
                                                       e
                                   Instituto Federal de Minas Gerais
                                        35570-000, Formiga, MG
                                     E-mail: meg@dppg.cefetmg.br



                                              RESUMO

    Chamamos de cˆncer um vasto grupo de doen¸as que tˆm em comum a prolifera¸˜o anormal
                       a                                  c         e                        ca
de c´lulas do pr´prio organismo. Essa prolifera¸˜o descontrolada provoca a forma¸˜o de uma
     e              o                                    ca                                  ca
massa celular denominada tumor [2].
    De acordo com suas caracter´       ısticas, estrutura e propriedades cl´ınicas, os tumores s˜o classi-
                                                                                                a
fica:dos em benignos e malignos e ´ exatamente aos tumores malignos que damos o nome de
                                           e
cˆnceres. Os primeiros s˜o caracterizados principalmente por: (i) crescerem lentamente e se
 a                            a
fixarem no local de origem; (ii) em muitos casos eles s˜o encapsulados num tecido conjuntivo
                                                                 a
derivado da estrutura que os envolve e n˜o invadem os tecidos vizinhos podendo, entretanto,
                                                  a
exercer press˜o sobre esses tecidos ` medida que aumentam de tamanho e provocando dores; (iii)
               a                         a
n˜o se alastram pelo corpo; (iv) dependendo da localiza¸˜o, podem ser totalmente removidos
  a                                                                ca
cirurgicamente; (v) n˜o alteram a fun¸˜o original do tecido afetado. J´ as c´lulas dos tumores
                         a                    ca                                a      e
malignos diferem das normais em tamanho, forma e estrutura. Em casos extremos, perdem a
aparˆncia e as fun¸˜es que as caracterizam como c´lulas especializadas. Os tumores malignos se
     e                co                                   e
caracterizam principalmente por: (i) crescimento desordenado e r´pido; (ii) as c´lulas podem
                                                                            a              e
invadir tecidos pr´ximos e tamb´m se espalharem para partes distantes do local onde o tumor se
                     o                e
originou, dando origem a outros tumores (a esse espalhamento denominamos met´stase, onde:  a
stasis = parar e meta = longe); (iii) capacidade de crescimento teoricamente ilimitada [2, 1].
    Uma das caracter´    ısticas malignas de um cˆncer ´ sua capacidade de produzir a met´stase
                                                       a      e                                    a
pois, assim, c´lulas cancer´
                 e              ıgenas se espalham pelo organismo, geram novos tumores no corpo
do paciente e, por consequˆncia, a localiza¸˜o de cada um deles se torna uma tarefa dif´ e a
                                e                  ca                                             ıcil
erradica¸˜o cir´rgica pouco eficiente.
          ca      u
    Para que o tumor possa gerar a met´stase, ´ necess´rio que ele tenha um volume maior do que
                                              a       e        a
aproximadamente 3 mm         3 [3], e que tenha sanado as suas necessidades de oxigena¸˜o e nutri¸˜o.
                                                                                          ca          ca
Essas duas condi¸˜es s´ ser˜o satisfeitas se o tumor desenvolver a capacidade de promover o
                     co    o      a
crescimento de novos vasos sangu´         ıneos na sua dire¸˜o. Esses novos vasos proporcionar˜o a
                                                              ca                                     a
irriga¸˜o sangu´
       ca          ınea do tumor, sanando as necessidades comentadas e, tamb´m, servindo como
                                                                                       e
via de acesso para aquelas c´lulas cancer´
                                   e              ıgenas que, ao migrarem, gerar˜o novos tumores em
                                                                                    a
outras regi˜es do organismo. Caso essa vasculariza¸˜o n˜o aconte¸a, as c´lulas do tumor entram
             o                                              ca a          c       e
em degenera¸˜o e necrose.
               ca
    Ao processo de forma¸˜o desses novos vasos sangu´
                               ca                                ıneos denomina-se angiogˆnese ou neo-
                                                                                          e
vasculariza¸˜o; termo que foi utilizado pela primeira vez por Hertig em 1935 para descrever
             ca
a vasculariza¸˜o na placenta [3]. Nos dias de hoje, esse termo ´ designado para descrever o
              ca                                                      e
crescimento de novos vasos sangu´  ıneos a partir de vasos pr´-existentes. Esse processo depende
                                                                e
da prolifera¸˜o de c´lulas endoteliais, que s˜o c´lulas de revestimento dos vasos sangu´
             ca     e                        a e                                           ıneos.
    Nesse trabalho, utilizamos um modelo matem´tico [4] que analisa a conex˜o entre c´lulas-
                                                     a                              a         e
tronco e cˆncer. O modelo [4] considera que o cˆncer ´ o resultado de muta¸˜es sequenciais.
           a                                         a       e                      co
Como elemento diferencial desse trabalho, analisamos o papel da angiogˆnese no desenvolvi-
                                                                                e
mento de um tumor introduzindo um novo parˆmetro, que denominamos de fator angiogˆnico.
                                                 a                                             e
Esse fator varia no intervalo I = [0, 1] e, para valores menores do que um, funciona como um
retardador do crescimento da popula¸˜o das c´lulas anormais (c´lulas que possuem muta¸˜es
                                       ca        e                    e                          co
acumuladas). Dessa forma, pretendemos simular a impossibilidade de um tumor se desenvolver
sem promover a neovasculariza¸˜o. Quando a popula¸˜o de c´lulas com capacidade de induzir
                                ca                        ca      e
a angiogˆnese ultrapassar 10% da popula¸˜o total de c´lulas anormais esse efeito retardador
         e                                  ca                e
deixar´ de atuar.
      a
    Discutiremos o efeito da angiogˆnese e das v´rias possibilidades de sequencias de muta¸˜es
                                     e             a                                             co
considerando que uma muta¸˜o altera uma determinada caracter´
                             ca                                      ıstica da dinˆmica celular. Em
                                                                                  a
nosso modelo, as habilidades adquiridas pelas c´lulas anormais podem alterar a sua capacidade
                                                 e
de renova¸˜o, taxa de mortalidade e taxa de muta¸˜o.
          ca                                          ca
    Considerando que as c´lulas podem acumular at´ quatro muta¸˜es e adquirir a capacidade
                           e                            e               co
de induzir a angiogˆnese ap´s um determinado n´mero de muta¸˜es acumuladas, m, a simula¸˜o
                   e        o                     u                co                             ca
computacional mostrou que quanto mais tarde essa capacidade for adquirida, maior ´ a resposta
                                                                                        e
do organismo na inibi¸˜o do crescimento da massa tumoral.
                      ca
Palavras-chave: Modelagem Matem´tica, Angiogˆnese, Cˆncer
                               a            e       a


Referˆncias
     e
 [1] BIOMANIA. Tumores e Quistos, http://www.biomania.com.br/bio/conteudo.asp?cod=292.

 [2] A.D. Brites, Cˆncer - origem, tratamento e preven¸˜o, Uol Educa¸˜o, Biologia,
                       a                                ca                ca
     2009. Dispon´ em http://www.educacao.uol.com.br/biologia/cancer-origem-tratamento-
                  ıvel
     prevencao.jhtm.

 [3] J. Folkman, Tumor angiogenesis: Therapeutic implications, em ”N. Engl. J. Med. 285”, pp.
     1182-1186, 1971.

 [4] GUALBERTO, N.M., ”Modelagem matem´tica para a conex˜o entre c´lula-tronco e
                                              a              a    e
     cˆncer”, Disserta¸˜o de Mestrado, DPPG -CEFET MG, 2009.
      a               ca

 [5] S.L. Spencer, et. al., An Ordinary Differential Equation Model for the Multistep Transfor-
     mation to Cancer, Journal of Theoretical Biology, 2004.

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Publicação CN

  • 1. Modelo Matem´tico e Computacional do Efeito do Surgimento a da Angiogˆnese em Tumores e Jos´ S´rgio Domingues e e Centro Federal de Educa¸˜o Tecnol´gica de Minas Gerais, CEFET - MG ca o Mestrado em Modelagem Matem´tica e Computacional a 30510-000, Belo Horizonte, MG E-mail: jsergio mat@lsi.cefetmg.br Maria Elizabeth Gouvˆa e Instituto Federal de Minas Gerais 35570-000, Formiga, MG E-mail: meg@dppg.cefetmg.br RESUMO Chamamos de cˆncer um vasto grupo de doen¸as que tˆm em comum a prolifera¸˜o anormal a c e ca de c´lulas do pr´prio organismo. Essa prolifera¸˜o descontrolada provoca a forma¸˜o de uma e o ca ca massa celular denominada tumor [2]. De acordo com suas caracter´ ısticas, estrutura e propriedades cl´ınicas, os tumores s˜o classi- a fica:dos em benignos e malignos e ´ exatamente aos tumores malignos que damos o nome de e cˆnceres. Os primeiros s˜o caracterizados principalmente por: (i) crescerem lentamente e se a a fixarem no local de origem; (ii) em muitos casos eles s˜o encapsulados num tecido conjuntivo a derivado da estrutura que os envolve e n˜o invadem os tecidos vizinhos podendo, entretanto, a exercer press˜o sobre esses tecidos ` medida que aumentam de tamanho e provocando dores; (iii) a a n˜o se alastram pelo corpo; (iv) dependendo da localiza¸˜o, podem ser totalmente removidos a ca cirurgicamente; (v) n˜o alteram a fun¸˜o original do tecido afetado. J´ as c´lulas dos tumores a ca a e malignos diferem das normais em tamanho, forma e estrutura. Em casos extremos, perdem a aparˆncia e as fun¸˜es que as caracterizam como c´lulas especializadas. Os tumores malignos se e co e caracterizam principalmente por: (i) crescimento desordenado e r´pido; (ii) as c´lulas podem a e invadir tecidos pr´ximos e tamb´m se espalharem para partes distantes do local onde o tumor se o e originou, dando origem a outros tumores (a esse espalhamento denominamos met´stase, onde: a stasis = parar e meta = longe); (iii) capacidade de crescimento teoricamente ilimitada [2, 1]. Uma das caracter´ ısticas malignas de um cˆncer ´ sua capacidade de produzir a met´stase a e a pois, assim, c´lulas cancer´ e ıgenas se espalham pelo organismo, geram novos tumores no corpo do paciente e, por consequˆncia, a localiza¸˜o de cada um deles se torna uma tarefa dif´ e a e ca ıcil erradica¸˜o cir´rgica pouco eficiente. ca u Para que o tumor possa gerar a met´stase, ´ necess´rio que ele tenha um volume maior do que a e a aproximadamente 3 mm 3 [3], e que tenha sanado as suas necessidades de oxigena¸˜o e nutri¸˜o. ca ca Essas duas condi¸˜es s´ ser˜o satisfeitas se o tumor desenvolver a capacidade de promover o co o a crescimento de novos vasos sangu´ ıneos na sua dire¸˜o. Esses novos vasos proporcionar˜o a ca a irriga¸˜o sangu´ ca ınea do tumor, sanando as necessidades comentadas e, tamb´m, servindo como e via de acesso para aquelas c´lulas cancer´ e ıgenas que, ao migrarem, gerar˜o novos tumores em a outras regi˜es do organismo. Caso essa vasculariza¸˜o n˜o aconte¸a, as c´lulas do tumor entram o ca a c e em degenera¸˜o e necrose. ca Ao processo de forma¸˜o desses novos vasos sangu´ ca ıneos denomina-se angiogˆnese ou neo- e vasculariza¸˜o; termo que foi utilizado pela primeira vez por Hertig em 1935 para descrever ca
  • 2. a vasculariza¸˜o na placenta [3]. Nos dias de hoje, esse termo ´ designado para descrever o ca e crescimento de novos vasos sangu´ ıneos a partir de vasos pr´-existentes. Esse processo depende e da prolifera¸˜o de c´lulas endoteliais, que s˜o c´lulas de revestimento dos vasos sangu´ ca e a e ıneos. Nesse trabalho, utilizamos um modelo matem´tico [4] que analisa a conex˜o entre c´lulas- a a e tronco e cˆncer. O modelo [4] considera que o cˆncer ´ o resultado de muta¸˜es sequenciais. a a e co Como elemento diferencial desse trabalho, analisamos o papel da angiogˆnese no desenvolvi- e mento de um tumor introduzindo um novo parˆmetro, que denominamos de fator angiogˆnico. a e Esse fator varia no intervalo I = [0, 1] e, para valores menores do que um, funciona como um retardador do crescimento da popula¸˜o das c´lulas anormais (c´lulas que possuem muta¸˜es ca e e co acumuladas). Dessa forma, pretendemos simular a impossibilidade de um tumor se desenvolver sem promover a neovasculariza¸˜o. Quando a popula¸˜o de c´lulas com capacidade de induzir ca ca e a angiogˆnese ultrapassar 10% da popula¸˜o total de c´lulas anormais esse efeito retardador e ca e deixar´ de atuar. a Discutiremos o efeito da angiogˆnese e das v´rias possibilidades de sequencias de muta¸˜es e a co considerando que uma muta¸˜o altera uma determinada caracter´ ca ıstica da dinˆmica celular. Em a nosso modelo, as habilidades adquiridas pelas c´lulas anormais podem alterar a sua capacidade e de renova¸˜o, taxa de mortalidade e taxa de muta¸˜o. ca ca Considerando que as c´lulas podem acumular at´ quatro muta¸˜es e adquirir a capacidade e e co de induzir a angiogˆnese ap´s um determinado n´mero de muta¸˜es acumuladas, m, a simula¸˜o e o u co ca computacional mostrou que quanto mais tarde essa capacidade for adquirida, maior ´ a resposta e do organismo na inibi¸˜o do crescimento da massa tumoral. ca Palavras-chave: Modelagem Matem´tica, Angiogˆnese, Cˆncer a e a Referˆncias e [1] BIOMANIA. Tumores e Quistos, http://www.biomania.com.br/bio/conteudo.asp?cod=292. [2] A.D. Brites, Cˆncer - origem, tratamento e preven¸˜o, Uol Educa¸˜o, Biologia, a ca ca 2009. Dispon´ em http://www.educacao.uol.com.br/biologia/cancer-origem-tratamento- ıvel prevencao.jhtm. [3] J. Folkman, Tumor angiogenesis: Therapeutic implications, em ”N. Engl. J. Med. 285”, pp. 1182-1186, 1971. [4] GUALBERTO, N.M., ”Modelagem matem´tica para a conex˜o entre c´lula-tronco e a a e cˆncer”, Disserta¸˜o de Mestrado, DPPG -CEFET MG, 2009. a ca [5] S.L. Spencer, et. al., An Ordinary Differential Equation Model for the Multistep Transfor- mation to Cancer, Journal of Theoretical Biology, 2004.