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ANÁLISE DE INDICADORES DE PRODUTIVIDADE SUBSIDIANDO A
REDUÇÃO DE CUSTOS NO SERVIÇO DE ALVENARIA
CARVALHO, João Victor (1) ; MOURA, José de (2) ;
ANDRADE, Artemária (3)
(1) UESPI, (86)99583150, email: jv_eng@hotmail.com (2) UFPI,
(86)99083963, email: jmoourarn@gmail.com (3) UESPI,
(86)99811718, email: artemaria.andrade@gmail.com
RESUMO
A gestão de serviços de construção a partir de indicadores de produtividade no uso
dos insumos (materiais de construção, mão-de-obra e equipamentos), também
conhecida como gestão de produtividade - que objetiva maximizar resultados
minimizando recursos - é uma realidade cada vez mais presente nos canteiros de
obras. Neste trabalho, apresenta-se o Modelo de Fatores como metodologia para
obter indicadores de produtividade na execução do serviço de alvenaria em uma
obra em Teresina-PI; objetivando subsidiar a tomada de decisões em canteiros de
obras, foram executadas observações diretas dos fatores atuantes durante a
execução deste serviço e a análise quantitativa de indicadores de produtividades
(RUP e Consumo de materiais). O estudo apresenta a relevância analítica dos fatores,
sejam eles de conteúdo ou de contexto, atuantes durante a execução da alvenaria,
não somente no que tange a comparação de diferentes opções quanto à formação
de equipes, material ou forma executada do serviço; como também referente ao
custo final da opção tomada. Tal possibilidade é primordial para a indústria da
construção, onde, em um planejamento de custos, frente a um mercado de trabalho
mais competitivo, prima-se pela minimização de gastos de ‘’pequena’’ parte da obra,
buscando por menores gastos do empreendimento como um todo.
Palavras-chave: produtividade, custos, minimização.
ABSTRACT
The management of building services through productivity indexes in the use of inputs
(building materials, labor and equipment), also known as productivity management –
that objectives maximizes results minimizing resources- is a reality more present these
days at the constructions sites. In this paper, it presents the Factors Model as
methodology to obtain productivity indexes during the brickwork services at a
construction in Teresina-PI; it directs observations of the acting facts during the
accomplishment of this service and the quantitative analysis of productivity indexes
(RUP and Material consumption) are used intending to subsidize the decisions at the
constructions sites. The study presents the analytical relevance of the facts, being them
of content or context, acting during the accomplishment of the brickwork service, not
only in what regards the comparison between the different options about the teams
formation, materials, or the way the service is executed; as well as referring to the final
cost of the chosen option. Such possibility is primordial to the construction industry,
where, in a cost planning, facing a more competitive job market, that focus in
minimizing expenditures of a ‘’small’’ part of the work, looking for lower costs of the
project as a whole.
Keywords: productivity, costs, minimizing.
1 INTRODUÇÃO
Frente aos avanços econômicos no Brasil – resposta à atual conjuntura
monetária brasileira, em face aos recentes investimentos na
infraestrutura -, refletidos por um mercado de trabalho progressivamente
competitivo; instigou-se, nas empresas construtoras, a busca por maior
eficiência gerencial, a partir da redução de custos na execução de
seus serviços, a fim de que assumissem posições de destaque favoráveis
dentro do cenário econômico nacional moderno, pois este mesmo
cenário econômico muda rapidamente e surpreende cada vez mais,
exigindo constante reposicionamento das empresas e de seus
profissionais no tocante à Gestão de Serviços. Nota-se, porém, que, por
mais simples que a ideia de eficiência gerencial possa parecer, ela
encontra-se precarizada e dispensada em parte dos canteiros de obras
Brasil adentro.
O estudo pontual da mão-de-obra (SOUZA, 1996; CARRARO, 1999) tem
sido ferramenta eficaz na quantificação de índices de produtividade
que reflitam a possibilidade de melhoria na execução dos serviços, no
intento de preconizar condições economicamente favoráveis ao longo
de um empreendimento. Para efetivo resultado e maior clareza na
análise dos dados, faz-se o uso do Modelo de Fatores (THOMAS;
KRAMMER, 1987), cujos princípios consistem em análise de índices de
produtividade na execução de um serviço por meio da analise dos
fatores atuantes.
1.1 Contextualização da pesquisa
Esta iniciativa de quantificar a produtividade dos serviços como forma
de obter os custos de construção teve força com projeto “Apropriação
de custo de Construção Civil em Teresina-PI”, financiado pela
Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP através do Programa de
Apoio à Pesquisa em Empresas – PAPPE, em parceria com o Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE PI,
idealizado por uma empresa de produção de softwares local, com o
apoio da Coordenação de Engenharia Civil da Universidade Estadual
do Piauí- UESPI e diversas construtoras participantes do projeto, que
desempenharam papel de grande importância na viabilidade da
pesquisa ao disponibilizarem seus canteiros de obra.
2 ABORDAGENS GERAIS
2.1 Sobre a Obra
A obra estudada consiste em um condomínio de blocos residenciais,
todos os blocos com dois pavimentos, sendo quatro blocos com 12
apartamentos cada e 10 blocos com oito apartamentos, totalizando
128 apartamentos.
2.2 Sobre o serviço
Alvenaria apenas com função de vedação, assentada com argamassa
produzida em obra no traço 1:8 (cimento e areia grossa), tijolos de
bloco cerâmico com furos. Inicialmente, utilizaram-se blocos com 6 furos
(9x14x19cm) e, posteriormente, blocos com 8 furos (9x19x19cm) e
espessura média nas juntas de 2 cm.
2.3 Sobre a formação da equipe
Relacionando-se a quantidade de pedreiros e serventes, ao longo do
estudo foram utilizadas diversas formações da equipe por parte da
empresa. Entre estas formações, as mais comuns foram:
- 4 Pedreiros e 2 Serventes.
- 4 Pedreiros e 3 Serventes.
- 2 Pedreiros e 1 Servente.
3 ANÁLISES DOS ÍNDICADORES DE PRODUTIVIDADE
3.1 Metodologia utilizada
A fim de se quantificar a produtividade no serviço de alvenaria, faz-se
necessária a adoção de um indicador. O modelo dos fatores utiliza o
indicador de produtividade denominado Razão Unitária de Produção –
RUP, que é definido como (SILVA, 1993):
(1)
Onde, RUP = razão unitária de produção;
Hh = quantidade de recurso humano utilizado em
determinado intervalo de tempo;
QS = quantidade de serviço executado;
A RUP pode ser classificada segundo o tempo de coleta como diária ou
como cumulativa:
· A RUP diária apresenta o efeito dos fatores diários sobre a
produtividade, sendo calculada pelo quociente da quantidade
de recurso humano utilizado no dia e a quantidade de serviço
executado neste período;
· A RUP Cumulativa indica a produtividade média real da equipe,
uma vez que os problemas pontuais são considerados em um
intervalo maior de tempo, detectando a tendência de
desempenho do serviço; pelo exposto, a RUPcum é o indicador
que melhor representa a obra no decorrer do tempo, devendo
ser utilizado nas composições orçamentárias dos
empreendimentos. É calculada através do quociente do valor
acumulado a cada dia, desde o primeiro dia estudado, das
quantidades de recurso humano utilizado e de serviço
executado.
Além das RUP acima citadas, o modelo dos fatores preconiza a
obtenção da RUP potencial, que indica a meta a ser atingida, desde
que, mantida certo conteúdo de trabalho, não se tenha problemas
quanto à gestão do mesmo. O valor da RUP potencial é obtido através
da mediana das RUP diárias que são inferiores as RUP cumulativas. Na
Figura 1 apresentam-se esquematicamente os diferentes tipos de RUP.
Figura 1 – Diferentes tipos de RUP
Fonte: Própria
Vale salientar que nos dias em que a RUP diária atinge valores inferiores
ao da RUP potencial, significa que a produção ultrapassou
satisfatoriamente a meta prevista. E, de modo análogo, os valores
acima da RUP potencial significam que a produção foi inferior à meta a
ser atingida.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1 4 7 10 13 16 19
RUP(Hh/m²)
Dias
RUP Diária
RUP Cumulativa
RUP Potencial
RUP Cíclica
Ciclo Ciclo Ciclo
3.2 Análise dos indicadores de produtividade na execução do serviço
de alvenaria e fatores influenciadores.
A Tabela 1 agrupa os valores das RUP diárias obtidas durante o estudo e
o cálculo das RUP cumulativa e potencial.
Tabela 1 - Cálculo das RUP diária, cumulativa e potencial
Ciclo
QS
Hh
RUPd QSacum.
Hhacum.
RUPcum RUPpot
m² Hh/m² m² Hh/m² Hh/m²
1 297,93 267 0,90 297,93 267 0,90
0,79
2 232,61 309 1,33 530,54 576 1,09
3 187,11 225 1,20 717,65 801 1,12
4 184,81 180 0,97 902,46 981 1,09
5 177,16 180 1,02 1079,62 1161 1,08
6 273,66 216 0,79 1353,28 1377 1,02
7 117,88 108 0,92 1471,16 1485 1,01
8 85,87 72 0,84 1557,03 1557 1,00
9 123,93 108 0,87 1680,96 1665 0,99
10 77,11 54 0,70 1758,07 1719 0,98
11 29,95 18 0,60 1788,02 1737 0,97
12 63,96 54 0,84 1851,98 1791 0,97
13 79,65 54 0,68 1931,63 1845 0,96
14 53,47 36 0,67 1985,10 1881 0,95
15 58,90 54 0,92 2044,00 1935 0,95
16 86,72 78 0,90 2130,72 2013 0,94
17 68,09 78 1,15 2198,81 2091 0,95
18 97,51 54 0,55 2296,32 2145 0,93
19 93,66 54 0,58 2389,98 2199 0,92
20 101,55 81 0,80 2491,53 2280 0,92
21 44,65 36 0,81 2536,18 2316 0,91
22 35,55 32 0,90 2571,73 2348 0,91
23 36,97 36 0,97 2608,70 2384 0,91
24 40,27 36 0,89 2648,97 2420 0,91
25 46,96 36 0,77 2695,93 2456 0,91
26 28,68 30 1,05 2724,61 2486 0,91
27 87,45 68 0,78 2812,06 2554 0,91
28 38,31 36 0,94 2850,37 2590 0,91
29 27,05 36 1,33 2877,42 2626 0,91
30 47,90 36 0,75 2925,32 2662 0,91
31 56,92 36 0,63 2982,24 2698 0,90
32 43,54 36 0,83 3025,78 2734 0,90
33 23,09 22 0,95 3048,87 2756 0,90
34 56,49 36 0,64 3105,36 2792 0,90
35 49,24 36 0,73 3154,60 2828 0,90
36 20,24 18 0,89 3174,84 2846 0,90
37 54,02 36 0,67 3228,86 2882 0,89
38 42,09 32 0,76 3270,95 2914 0,89
39 52,85 36 0,68 3323,80 2950 0,89
40 44,91 36 0,80 3368,71 2986 0,89
Fonte: Própria
Figura 2 – RUP diária, cumulativa e potencial
Fonte: Própria
Uma análise prévia das RUP subsidiada pela Figura 2 nos revela a priori
os principais fatores de variação da produção. Entre eles, estão:
formação das equipes e o tipo de blocos utilizados.
Quadro 1 - Formação equipes e bloco utilizado por ciclo
Ciclo Oficiais Ajudantes
Bloco
utilizado
Ciclo Oficiais Ajudantes
Bloco
utilizado
1 6 3 6 furos 21 4 3 6 furos
2 6 3 6 furos 22 4 3 6 furos
3 4 2 6 furos 23 4 3 6 furos
4 4 2 6 furos 24 4 3 6 furos
5 4 4 6 furos 25 4 3 6 furos
6 4 2 6 furos 26 4 3 6 furos
7 4 2 6 furos 27 4 3 6 furos
8 2 1 6 furos 28 4 3 6 furos
9 4 2 6 furos 29 4 3 6 furos
10 2 1 6 furos 30 4 3 8 furos
11 2 1 6 furos 31 4 3 8 furos
12 2 1 6 furos 32 4 3 8 furos
13 2 1 6 furos 33 4 3 8 furos
14 2 1 6 furos 34 4 3 8 furos
15 2 1 6 furos 35 4 3 8 furos
16 2 1 6 furos 36 4 3 8 furos
17 2 1 6 furos 37 4 3 8 furos
18 2 1 6 furos 38 4 3 8 furos
19 2 1 6 furos 39 4 3 8 furos
20 2 1 6 furos 40 4 3 8 furos
Fonte: Própria
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
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1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39
RUP(Hh/m²)
Ciclos
RUP Diária
RUP Cumulativa
RUP Potencial
3.2.1 Formação das equipes
Nas Figuras 03 e 04 apresentam-se os resultados de RUP obtidas
considerando-se equipes com formação 02:01 e equipes cujo
contingente de trabalhadores supera 03 pessoas (2 pedreiros e 1
servente). A observação apurada dos gráficos, do ciclo 1 ao 9 e do 21
ao 40, insinua que quando o contigente de trabalhadores no serviço
assume valores acima de 3 pessoas temos uma perda de produtividade
visível, que distancia realidade da meta ótima a ser atingida. Assim,
sugere-se que da ineficiência resultante do agrupamento excessivo de
funcionários em um mesmo local de trabalho (trade stacking), teremos
uma redução da produção. Assim como podemos adquirir valores
satisfatórios para as equipes de dois pedreiros e um servente.
Comparando-se os casos em que as equipes eram compostas por 3
pessoas (Figura 3) com os casos em que excediam esse valor (Figura 4),
obtivemos RUPpot = 0,64 e RUPpot = 0,81, respectivamente. Ressalta-se
ainda que, em todos os casos, a qualidade da alvenaria não sofreu
nenhuma variação significativa.
Figura 3 – RUP para equipes 2:1
Fonte: Própria
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0,60
0,80
1,00
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8 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
RUP(Hh/m²)
Ciclo
RUP Diária
RUP Cumulativa
RUP Potencial
Figura 4 – RUP para equipes que excedem a relaçao 2:1
Fonte: Própria
3.2.2 Bloco utilizado
Utilizando-se do mesmo raciocínio aplicado em 3.2.1 para estudar os
casos em que se utilizam bloco de 6 furos e 8 furos, verificamos a
relação entre a sua utilização e a variação da RUP. Com auxílio do
Quadro 1 temos que do ciclo 1 ao 29 foram utilizados blocos de 6 furos e
do ciclo 30 em diante, 8 furos. Mesmo considerando os casos em que as
equipes excediam 3 pessoas verifica-se que o assentamento da
alvenaria, em termos de produção, teve melhores resultados com
blocos de 8 furos do que com o de 6 furos, cujas RUP diárias, em sua
maioria, estavam acima da potencial. Comparando-se os casos em
que o serviço era executado com bloco cerâmico de 8 furos (Figura 6)
com os casos em que era executado com bloco cerâmico de 6 furos
(Figura 5), obtivemos RUPpot = 0,65 e RUPpot = 0,81, respectivamente.
Temos ainda neste caso, assim como no do item 3.2.1, que a alvenaria
manteve qualidade similar ao longo de sua execução.
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0,80
1,00
1,20
1,40
1 3 5 7 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39
RUP(Hh/m²)
Ciclo
RUP Diária
RUP Cumulativa
RUP Potencial
Figura 5 – RUP bloco de 6 furos
Fonte: Própria
Figura 6 – RUP bloco de 8 furos
Fonte: Própria
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
RUP(Hh/m²)
Ciclo
RUP Diária
RUP Cumulativa
RUP Potencial
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
RUP(Hh/m²)
Ciclo
RUP Diária
RUP Cumulativa
RUP Potencial
3.3 Sobre a Perda de Produtividade por Mão-de-Obra (PPMO)
Utilizam-se, neste artigo, as ideias propostas por THOMAS, ZAVRSKI (1999),
de que o valor obtido pela diferença de RUP cumulativa e RUP
potencial indica o quão distante a produtividade está da meta atingível
dentro desse estudo. A seguir apresenta-se o indicador de “perda de
produtividade por mão-de-obra” (PPMO).
(2)
Para esse serviço de alvenaria, considerando todos os valores variantes
(formação de equipe e tipo de bloco) obteve-se o seguinte valor:
(3)
Ou seja, há uma perda de produtividade de 12,66% durante o período
avaliado. Tal perda se configura maior ou menor se avaliados
isoladamente os fatores; pois, conforme anteriormente apresentado, a
RUP potencial em função do material e da formação da equipe
apresentou um variação de 24,62%.
4 CONCLUSÕES
Verificadas análises anteriores, concernentes à relação entre formação
de equipes e tipos de blocos utilizados; somando-se seus efeitos sobre o
serviço e correlacionando-os com os indicadores de produtividade,
vemos que os melhores modos de garantir à obra viabilidade em prazo
e custo, no serviço de alvenaria, mantendo praticamente a mesma
qualidade final de serviço seriam:
- Separando uma equipe cuja formação é composta por 4 pessoas ou
mais, em várias equipes com quantidade máxima de 3 pessoas. Como
por exemplo, nos casos em que as equipes estavam com 4 pedreiros e 2
serventes, em duas equipes de 2 pedreiros e 1 servente ou nos casos em
que estavam com 6 pedreiros e 3 ajudantes, em 3 equipes de 2
pedreiros e 1 ajudante;
- Utilizando bloco de 8 furos ao invés de 6 furos; visto que, além da
redução em Hh/m², teríamos também redução no uso de argamassa
necessária para o assentamento e na quantidade de blocos para
serem utilizados. O que nos garantirá redução não só de tempo, como
também em custo.
Sobrepondo o efeito positivo de cada um desses fatores no mesmo
serviço, obter-se-iam resultados agradáveis para a empresa durante sua
execução. E este diferencial em prazo e custo é o objetivado para o
mercado de trabalho moderno avaliado dentro da conjuntura brasileira
monetária atual, como prefaciado nesse artigo.
5 REFERÊNCIAS
CARRARO, F. Produtividade de mão-de-obra no serviço de alvenaria.
São Paulo, 1998. 226p. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica,
Universidade de São Paulo.
SILVA, M. A. C. Gestão da produtividade. In: Qualidade e Produtividade
na Construção Civil. São Paulo, EPUSP-ITQC, 1993.
SOUZA, U. E. L. de. Metodologia para o estudo da produtividade da
mão-de-obra no serviço de fôrmas para estruturas de concreto armado.
São Paulo, 1996. 280p. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica,
Universidade de São Paulo.
THOMAS, H.R; KRAMER, D.F. The manual of construction productivity
measurement and performance evaluation. Austin, Construction Industry
Institute Report, 1987. 168p.
THOMAS, H. R; ZAVRSKI, I. Theoretical model for international
benchmarking of labor productivity. PTI, Pennsylvania State University.
USA, jan. 1999, 198p.

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Carolene apresentação 191016
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Enegep1998 art297[1]
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Logística Aula 2
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Análise de Indicadores de Produtividade Subsidiando a Redução de Custos no Serviço de Alvenaria

  • 1. ANÁLISE DE INDICADORES DE PRODUTIVIDADE SUBSIDIANDO A REDUÇÃO DE CUSTOS NO SERVIÇO DE ALVENARIA CARVALHO, João Victor (1) ; MOURA, José de (2) ; ANDRADE, Artemária (3) (1) UESPI, (86)99583150, email: jv_eng@hotmail.com (2) UFPI, (86)99083963, email: jmoourarn@gmail.com (3) UESPI, (86)99811718, email: artemaria.andrade@gmail.com RESUMO A gestão de serviços de construção a partir de indicadores de produtividade no uso dos insumos (materiais de construção, mão-de-obra e equipamentos), também conhecida como gestão de produtividade - que objetiva maximizar resultados minimizando recursos - é uma realidade cada vez mais presente nos canteiros de obras. Neste trabalho, apresenta-se o Modelo de Fatores como metodologia para obter indicadores de produtividade na execução do serviço de alvenaria em uma obra em Teresina-PI; objetivando subsidiar a tomada de decisões em canteiros de obras, foram executadas observações diretas dos fatores atuantes durante a execução deste serviço e a análise quantitativa de indicadores de produtividades (RUP e Consumo de materiais). O estudo apresenta a relevância analítica dos fatores, sejam eles de conteúdo ou de contexto, atuantes durante a execução da alvenaria, não somente no que tange a comparação de diferentes opções quanto à formação de equipes, material ou forma executada do serviço; como também referente ao custo final da opção tomada. Tal possibilidade é primordial para a indústria da construção, onde, em um planejamento de custos, frente a um mercado de trabalho mais competitivo, prima-se pela minimização de gastos de ‘’pequena’’ parte da obra, buscando por menores gastos do empreendimento como um todo. Palavras-chave: produtividade, custos, minimização. ABSTRACT The management of building services through productivity indexes in the use of inputs (building materials, labor and equipment), also known as productivity management – that objectives maximizes results minimizing resources- is a reality more present these days at the constructions sites. In this paper, it presents the Factors Model as methodology to obtain productivity indexes during the brickwork services at a construction in Teresina-PI; it directs observations of the acting facts during the accomplishment of this service and the quantitative analysis of productivity indexes (RUP and Material consumption) are used intending to subsidize the decisions at the constructions sites. The study presents the analytical relevance of the facts, being them of content or context, acting during the accomplishment of the brickwork service, not only in what regards the comparison between the different options about the teams formation, materials, or the way the service is executed; as well as referring to the final
  • 2. cost of the chosen option. Such possibility is primordial to the construction industry, where, in a cost planning, facing a more competitive job market, that focus in minimizing expenditures of a ‘’small’’ part of the work, looking for lower costs of the project as a whole. Keywords: productivity, costs, minimizing. 1 INTRODUÇÃO Frente aos avanços econômicos no Brasil – resposta à atual conjuntura monetária brasileira, em face aos recentes investimentos na infraestrutura -, refletidos por um mercado de trabalho progressivamente competitivo; instigou-se, nas empresas construtoras, a busca por maior eficiência gerencial, a partir da redução de custos na execução de seus serviços, a fim de que assumissem posições de destaque favoráveis dentro do cenário econômico nacional moderno, pois este mesmo cenário econômico muda rapidamente e surpreende cada vez mais, exigindo constante reposicionamento das empresas e de seus profissionais no tocante à Gestão de Serviços. Nota-se, porém, que, por mais simples que a ideia de eficiência gerencial possa parecer, ela encontra-se precarizada e dispensada em parte dos canteiros de obras Brasil adentro. O estudo pontual da mão-de-obra (SOUZA, 1996; CARRARO, 1999) tem sido ferramenta eficaz na quantificação de índices de produtividade que reflitam a possibilidade de melhoria na execução dos serviços, no intento de preconizar condições economicamente favoráveis ao longo de um empreendimento. Para efetivo resultado e maior clareza na análise dos dados, faz-se o uso do Modelo de Fatores (THOMAS; KRAMMER, 1987), cujos princípios consistem em análise de índices de produtividade na execução de um serviço por meio da analise dos fatores atuantes. 1.1 Contextualização da pesquisa Esta iniciativa de quantificar a produtividade dos serviços como forma de obter os custos de construção teve força com projeto “Apropriação de custo de Construção Civil em Teresina-PI”, financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP através do Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas – PAPPE, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE PI, idealizado por uma empresa de produção de softwares local, com o apoio da Coordenação de Engenharia Civil da Universidade Estadual do Piauí- UESPI e diversas construtoras participantes do projeto, que desempenharam papel de grande importância na viabilidade da pesquisa ao disponibilizarem seus canteiros de obra.
  • 3. 2 ABORDAGENS GERAIS 2.1 Sobre a Obra A obra estudada consiste em um condomínio de blocos residenciais, todos os blocos com dois pavimentos, sendo quatro blocos com 12 apartamentos cada e 10 blocos com oito apartamentos, totalizando 128 apartamentos. 2.2 Sobre o serviço Alvenaria apenas com função de vedação, assentada com argamassa produzida em obra no traço 1:8 (cimento e areia grossa), tijolos de bloco cerâmico com furos. Inicialmente, utilizaram-se blocos com 6 furos (9x14x19cm) e, posteriormente, blocos com 8 furos (9x19x19cm) e espessura média nas juntas de 2 cm. 2.3 Sobre a formação da equipe Relacionando-se a quantidade de pedreiros e serventes, ao longo do estudo foram utilizadas diversas formações da equipe por parte da empresa. Entre estas formações, as mais comuns foram: - 4 Pedreiros e 2 Serventes. - 4 Pedreiros e 3 Serventes. - 2 Pedreiros e 1 Servente. 3 ANÁLISES DOS ÍNDICADORES DE PRODUTIVIDADE 3.1 Metodologia utilizada A fim de se quantificar a produtividade no serviço de alvenaria, faz-se necessária a adoção de um indicador. O modelo dos fatores utiliza o indicador de produtividade denominado Razão Unitária de Produção – RUP, que é definido como (SILVA, 1993): (1) Onde, RUP = razão unitária de produção; Hh = quantidade de recurso humano utilizado em determinado intervalo de tempo; QS = quantidade de serviço executado; A RUP pode ser classificada segundo o tempo de coleta como diária ou como cumulativa: · A RUP diária apresenta o efeito dos fatores diários sobre a produtividade, sendo calculada pelo quociente da quantidade
  • 4. de recurso humano utilizado no dia e a quantidade de serviço executado neste período; · A RUP Cumulativa indica a produtividade média real da equipe, uma vez que os problemas pontuais são considerados em um intervalo maior de tempo, detectando a tendência de desempenho do serviço; pelo exposto, a RUPcum é o indicador que melhor representa a obra no decorrer do tempo, devendo ser utilizado nas composições orçamentárias dos empreendimentos. É calculada através do quociente do valor acumulado a cada dia, desde o primeiro dia estudado, das quantidades de recurso humano utilizado e de serviço executado. Além das RUP acima citadas, o modelo dos fatores preconiza a obtenção da RUP potencial, que indica a meta a ser atingida, desde que, mantida certo conteúdo de trabalho, não se tenha problemas quanto à gestão do mesmo. O valor da RUP potencial é obtido através da mediana das RUP diárias que são inferiores as RUP cumulativas. Na Figura 1 apresentam-se esquematicamente os diferentes tipos de RUP. Figura 1 – Diferentes tipos de RUP Fonte: Própria Vale salientar que nos dias em que a RUP diária atinge valores inferiores ao da RUP potencial, significa que a produção ultrapassou satisfatoriamente a meta prevista. E, de modo análogo, os valores acima da RUP potencial significam que a produção foi inferior à meta a ser atingida. 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1 4 7 10 13 16 19 RUP(Hh/m²) Dias RUP Diária RUP Cumulativa RUP Potencial RUP Cíclica Ciclo Ciclo Ciclo
  • 5. 3.2 Análise dos indicadores de produtividade na execução do serviço de alvenaria e fatores influenciadores. A Tabela 1 agrupa os valores das RUP diárias obtidas durante o estudo e o cálculo das RUP cumulativa e potencial. Tabela 1 - Cálculo das RUP diária, cumulativa e potencial Ciclo QS Hh RUPd QSacum. Hhacum. RUPcum RUPpot m² Hh/m² m² Hh/m² Hh/m² 1 297,93 267 0,90 297,93 267 0,90 0,79 2 232,61 309 1,33 530,54 576 1,09 3 187,11 225 1,20 717,65 801 1,12 4 184,81 180 0,97 902,46 981 1,09 5 177,16 180 1,02 1079,62 1161 1,08 6 273,66 216 0,79 1353,28 1377 1,02 7 117,88 108 0,92 1471,16 1485 1,01 8 85,87 72 0,84 1557,03 1557 1,00 9 123,93 108 0,87 1680,96 1665 0,99 10 77,11 54 0,70 1758,07 1719 0,98 11 29,95 18 0,60 1788,02 1737 0,97 12 63,96 54 0,84 1851,98 1791 0,97 13 79,65 54 0,68 1931,63 1845 0,96 14 53,47 36 0,67 1985,10 1881 0,95 15 58,90 54 0,92 2044,00 1935 0,95 16 86,72 78 0,90 2130,72 2013 0,94 17 68,09 78 1,15 2198,81 2091 0,95 18 97,51 54 0,55 2296,32 2145 0,93 19 93,66 54 0,58 2389,98 2199 0,92 20 101,55 81 0,80 2491,53 2280 0,92 21 44,65 36 0,81 2536,18 2316 0,91 22 35,55 32 0,90 2571,73 2348 0,91 23 36,97 36 0,97 2608,70 2384 0,91 24 40,27 36 0,89 2648,97 2420 0,91 25 46,96 36 0,77 2695,93 2456 0,91 26 28,68 30 1,05 2724,61 2486 0,91 27 87,45 68 0,78 2812,06 2554 0,91 28 38,31 36 0,94 2850,37 2590 0,91 29 27,05 36 1,33 2877,42 2626 0,91 30 47,90 36 0,75 2925,32 2662 0,91 31 56,92 36 0,63 2982,24 2698 0,90 32 43,54 36 0,83 3025,78 2734 0,90 33 23,09 22 0,95 3048,87 2756 0,90 34 56,49 36 0,64 3105,36 2792 0,90 35 49,24 36 0,73 3154,60 2828 0,90 36 20,24 18 0,89 3174,84 2846 0,90 37 54,02 36 0,67 3228,86 2882 0,89 38 42,09 32 0,76 3270,95 2914 0,89 39 52,85 36 0,68 3323,80 2950 0,89 40 44,91 36 0,80 3368,71 2986 0,89 Fonte: Própria
  • 6. Figura 2 – RUP diária, cumulativa e potencial Fonte: Própria Uma análise prévia das RUP subsidiada pela Figura 2 nos revela a priori os principais fatores de variação da produção. Entre eles, estão: formação das equipes e o tipo de blocos utilizados. Quadro 1 - Formação equipes e bloco utilizado por ciclo Ciclo Oficiais Ajudantes Bloco utilizado Ciclo Oficiais Ajudantes Bloco utilizado 1 6 3 6 furos 21 4 3 6 furos 2 6 3 6 furos 22 4 3 6 furos 3 4 2 6 furos 23 4 3 6 furos 4 4 2 6 furos 24 4 3 6 furos 5 4 4 6 furos 25 4 3 6 furos 6 4 2 6 furos 26 4 3 6 furos 7 4 2 6 furos 27 4 3 6 furos 8 2 1 6 furos 28 4 3 6 furos 9 4 2 6 furos 29 4 3 6 furos 10 2 1 6 furos 30 4 3 8 furos 11 2 1 6 furos 31 4 3 8 furos 12 2 1 6 furos 32 4 3 8 furos 13 2 1 6 furos 33 4 3 8 furos 14 2 1 6 furos 34 4 3 8 furos 15 2 1 6 furos 35 4 3 8 furos 16 2 1 6 furos 36 4 3 8 furos 17 2 1 6 furos 37 4 3 8 furos 18 2 1 6 furos 38 4 3 8 furos 19 2 1 6 furos 39 4 3 8 furos 20 2 1 6 furos 40 4 3 8 furos Fonte: Própria 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 RUP(Hh/m²) Ciclos RUP Diária RUP Cumulativa RUP Potencial
  • 7. 3.2.1 Formação das equipes Nas Figuras 03 e 04 apresentam-se os resultados de RUP obtidas considerando-se equipes com formação 02:01 e equipes cujo contingente de trabalhadores supera 03 pessoas (2 pedreiros e 1 servente). A observação apurada dos gráficos, do ciclo 1 ao 9 e do 21 ao 40, insinua que quando o contigente de trabalhadores no serviço assume valores acima de 3 pessoas temos uma perda de produtividade visível, que distancia realidade da meta ótima a ser atingida. Assim, sugere-se que da ineficiência resultante do agrupamento excessivo de funcionários em um mesmo local de trabalho (trade stacking), teremos uma redução da produção. Assim como podemos adquirir valores satisfatórios para as equipes de dois pedreiros e um servente. Comparando-se os casos em que as equipes eram compostas por 3 pessoas (Figura 3) com os casos em que excediam esse valor (Figura 4), obtivemos RUPpot = 0,64 e RUPpot = 0,81, respectivamente. Ressalta-se ainda que, em todos os casos, a qualidade da alvenaria não sofreu nenhuma variação significativa. Figura 3 – RUP para equipes 2:1 Fonte: Própria 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 8 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 RUP(Hh/m²) Ciclo RUP Diária RUP Cumulativa RUP Potencial
  • 8. Figura 4 – RUP para equipes que excedem a relaçao 2:1 Fonte: Própria 3.2.2 Bloco utilizado Utilizando-se do mesmo raciocínio aplicado em 3.2.1 para estudar os casos em que se utilizam bloco de 6 furos e 8 furos, verificamos a relação entre a sua utilização e a variação da RUP. Com auxílio do Quadro 1 temos que do ciclo 1 ao 29 foram utilizados blocos de 6 furos e do ciclo 30 em diante, 8 furos. Mesmo considerando os casos em que as equipes excediam 3 pessoas verifica-se que o assentamento da alvenaria, em termos de produção, teve melhores resultados com blocos de 8 furos do que com o de 6 furos, cujas RUP diárias, em sua maioria, estavam acima da potencial. Comparando-se os casos em que o serviço era executado com bloco cerâmico de 8 furos (Figura 6) com os casos em que era executado com bloco cerâmico de 6 furos (Figura 5), obtivemos RUPpot = 0,65 e RUPpot = 0,81, respectivamente. Temos ainda neste caso, assim como no do item 3.2.1, que a alvenaria manteve qualidade similar ao longo de sua execução. 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1 3 5 7 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 RUP(Hh/m²) Ciclo RUP Diária RUP Cumulativa RUP Potencial
  • 9. Figura 5 – RUP bloco de 6 furos Fonte: Própria Figura 6 – RUP bloco de 8 furos Fonte: Própria 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 RUP(Hh/m²) Ciclo RUP Diária RUP Cumulativa RUP Potencial 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 RUP(Hh/m²) Ciclo RUP Diária RUP Cumulativa RUP Potencial
  • 10. 3.3 Sobre a Perda de Produtividade por Mão-de-Obra (PPMO) Utilizam-se, neste artigo, as ideias propostas por THOMAS, ZAVRSKI (1999), de que o valor obtido pela diferença de RUP cumulativa e RUP potencial indica o quão distante a produtividade está da meta atingível dentro desse estudo. A seguir apresenta-se o indicador de “perda de produtividade por mão-de-obra” (PPMO). (2) Para esse serviço de alvenaria, considerando todos os valores variantes (formação de equipe e tipo de bloco) obteve-se o seguinte valor: (3) Ou seja, há uma perda de produtividade de 12,66% durante o período avaliado. Tal perda se configura maior ou menor se avaliados isoladamente os fatores; pois, conforme anteriormente apresentado, a RUP potencial em função do material e da formação da equipe apresentou um variação de 24,62%. 4 CONCLUSÕES Verificadas análises anteriores, concernentes à relação entre formação de equipes e tipos de blocos utilizados; somando-se seus efeitos sobre o serviço e correlacionando-os com os indicadores de produtividade, vemos que os melhores modos de garantir à obra viabilidade em prazo e custo, no serviço de alvenaria, mantendo praticamente a mesma qualidade final de serviço seriam: - Separando uma equipe cuja formação é composta por 4 pessoas ou mais, em várias equipes com quantidade máxima de 3 pessoas. Como por exemplo, nos casos em que as equipes estavam com 4 pedreiros e 2 serventes, em duas equipes de 2 pedreiros e 1 servente ou nos casos em que estavam com 6 pedreiros e 3 ajudantes, em 3 equipes de 2 pedreiros e 1 ajudante; - Utilizando bloco de 8 furos ao invés de 6 furos; visto que, além da redução em Hh/m², teríamos também redução no uso de argamassa necessária para o assentamento e na quantidade de blocos para serem utilizados. O que nos garantirá redução não só de tempo, como também em custo. Sobrepondo o efeito positivo de cada um desses fatores no mesmo serviço, obter-se-iam resultados agradáveis para a empresa durante sua execução. E este diferencial em prazo e custo é o objetivado para o
  • 11. mercado de trabalho moderno avaliado dentro da conjuntura brasileira monetária atual, como prefaciado nesse artigo. 5 REFERÊNCIAS CARRARO, F. Produtividade de mão-de-obra no serviço de alvenaria. São Paulo, 1998. 226p. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. SILVA, M. A. C. Gestão da produtividade. In: Qualidade e Produtividade na Construção Civil. São Paulo, EPUSP-ITQC, 1993. SOUZA, U. E. L. de. Metodologia para o estudo da produtividade da mão-de-obra no serviço de fôrmas para estruturas de concreto armado. São Paulo, 1996. 280p. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. THOMAS, H.R; KRAMER, D.F. The manual of construction productivity measurement and performance evaluation. Austin, Construction Industry Institute Report, 1987. 168p. THOMAS, H. R; ZAVRSKI, I. Theoretical model for international benchmarking of labor productivity. PTI, Pennsylvania State University. USA, jan. 1999, 198p.