1. A produção de leite em fevereiro perdeu força
pelo segundo mês consecutivo, o que restringiu
a oferta do produto para as indústrias.
Paralelamente, a demanda por derivados se
mantém firme, o que estimula a disputa pela
matéria-prima entre as empresas e alavanca os
preços pagos aos produtores, apontam
pesquisas do Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
Em março, o leite recebido pelo produtor
valorizou mais 2,53% na “média Brasil”, que foi
para R$ 0,8427/litro (preço líquido), ou seja,
aumento de 2 centavos em relação ao mês
anterior. Esta média apurada e calculada pelo
Cepea é ponderada pelos volumes captados
nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA. Por
sua vez, o preço bruto, que inclui frete e
impostos, teve média de R$ 0,9162/litro,
mantendo-se 0,6% superior ao de março de
2012, em termos reais – considerando-se a
inflação (IPCA) do período.
Fevereiro/Março é um período de transição na
produção de volumosos, a base da alimentação
das vacas em lactação. Na região Sul, este é o
momento em que as pastagens de verão estão
perdendo vigor e as de inverno estão sendo
semeadas. É nesta época também que as
pastagens do Centro-Oeste e Sudeste
começam a produzir menos e as vacas em
lactação são secas, para que possam se
preparar para a próxima parição.
Este quadro se refletiu no Índice de Captação de
Leite do Cepea (ICAP-Leite) de fevereiro, que
decresceu 3,29%, considerando-se os sete
estados da “média nacional”. No estado de São
Paulo, a captação caiu 7,5%, a maior queda
entre os estados. Em Minas Gerais e Goiás, a
redução foi mais branda, de 2,2% e 1,9%,
respectivamente. Na média da região Sul, a
produção diminuiu 4% e, na Bahia, ocorreu o
inverso: aumento de 11% na captação, devido à
recuperação das pastagens principalmente no
sul baiano, onde as chuvas foram relativamente
melhores.
Enquanto o segmento primário reduz a oferta, o
consumo ganha força. Em março, os preços,
tanto do leite UHT como do queijo muçarela, no
atacado do estado de São Paulo, aumentaram
em relação a fevereiro O leite UHT em março
(cotação até o dia 27) teve média de R$
1,96/litro e o queijo muçarela, de R$ 11,56/kg,
aumentos de 3,3% e 1,4% em relação a
fevereiro, respectivamente. Essa pesquisa do
Cepea é feita diariamente com laticínios e
atacadistas e tem o apoio financeiro da
Organização das Cooperativas Brasileiras
(OCB) e da Confederação Brasileira de
Cooperativas de Laticínios (CBCL).
AO PRODUTOR – Entre os estados da pesquisa
que compõem a “média Brasil”, os preços só
não aumentaram no Paraná, onde a média
permaneceu praticamente estável em março,
com o preço bruto a R$ 0,8929/litro. O reajuste
mais expressivo aconteceu em Goiás, onde os
5% de incremento fizeram o litro do leite
alcançar R$ 0,9688. Em São Paulo e Minas
Gerais, os aumentos foram de 2,6 e 2,5
centavos por litro em março, chegando a R$
0 , 9 2 9 9 / l i t r o e R $ 0 , 9 3 0 1 / l i t r o ,
respectivamente. Apesar do aumento do
volume captado na Bahia, a produção ainda é
baixa por conta da seca e, com isso, o preço
nesse estado também aumentou, 1,6%, com a
média bruta a R$ 0,9062/litro. Os estados
gaúcho e catarinense seguiram a tendência
geral, fechando o mês de março com
valorização de 1,3% e 0,6%: o litro do leite teve
m é d i a d e R $ 0 , 8 4 7 7 e R $ 0 , 8 8 2 5 ,
respectivamente.
Entre os estados que não compõem a “média
nacional Cepea”, Mato Grosso do Sul e Rio de
Janeiro obtiveram os maiores aumentos. O
PRODUÇÃO SEGUE EM QUEDA E PREÇOS AO PRODUTOR, EM ALTA
Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP | Ano 19 nº217 | Abril 2013
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP
MERCADO DE
MILHO E SOJA
pág. 08
MERCADO INTERNACIONAL pág. 05 pág. 06DERIVADOS pág. 07PANORAMA
ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - JANEIRO/13. (Base 100=Junho/2004)
Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA
(média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA)
Brasil eleva o volume importado e
déficit da balança comercial cresce
Preços do uht e do queijo
muçarela sobem no atacado
paulista
Consumo de lácteos
aumenta 2,4% em 2012
2. Equipe Leite:
Paulo Moraes Ozaki - Pesquisador Projeto Leite
Ana Paula Negri, Jacqueline Barbieri, Pedro
Parzewski Neves e Tiago Teixeira da Silva Siqueira
(19) 3429-8834 | leicepea@usp.br
Endereço para correspondência:
Av. Centenário, 1080 | Cep.: 13416-000 | Piracicaba/SP
Equipe Grãos:
Lucilio Alves - Pesquisador Projeto Gãos
Ana Amélia Zinsly, Renata Maggian, Débora
Kelen P. da Silva, Deise Soares de Souza e
Flávia Gonçalves de Godoy
Editores Científicos:
Prof. Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros
e Prof. Sérgio de Zen
RJ
MS
ES
CE
Preços em estados que não estão incluídos na “média nacional” – RJ, MS, ES e CE
Sul Fluminense
Centro
Média Estadual - RJ
Leste
Sudoeste
Média Estadual - MS
Sul Espírito-santense
Média Estadual - ES
Sertões Cearenses
Metropolitana de Fortaleza
Centro Sul Cearense
Média Estadual - CE
1,0920
0,8575
0,9887
0,9528
1,0590
0,9641
1,0124
0,9684
1,1187
0,9862
1,0800
1,0527
0,9754
0,7862
0,9541
0,8537
0,9992
0,8419
0,9529
0,8961
1,0784
0,9483
0,9684
0,9800
1,313
0,7689
0,9268
0,8556
0,9902
0,8544
0,9296
0,8937
1,0648
0,9280
1,0264
0,9940
0,8454
0,6595
0,9155
0,7149
0,8965
0,6792
0,8990
0,8176
0,8804
0,8869
0,8580
0,8618
0,7902
0,5754
0,8549
0,6232
0,8312
0,5761
0,8094
0,8071
0,8310
0,8318
0,7463
0,8189
1,23%
1,43%
2,57%
5,85%
4,07%
4,72%
0,02%
1,98%
-2,26%
5,63%
2,02%
0,92%
1,37%
1,03%
2,80%
5,60%
4,0%
4,8%
0,07%
2,7%
-2,55%
7,65%
1,8%
1,00%
0,9188
0,6992
0,8938
0,7586
0,9323
0,7350
0,9173
0,9232
0,8910
1,0253
0,8230
0,8715
O primeiro teve acréscimo de 4,7% e o segundo,
de 4,1%, com o preço bruto a R$ 0,8419/litro e a
R$ 0,9992/litro, respectivamente – esta última
média é a maior entre todos os estados da
pesquisa. No Espírito Santo, o aumento foi de 2%,
de modo que o litro foi para a média de R$
0,8961. No Ceará, a seca tem prejudicado os
rebanhos e acirrado a disputa pelo leite. Com
isso, o preço bruto chegou a R$ 0,9800/litro.
A expectativa para o mês de abril, segundo 77,5%
dos agentes de mercado consultados pelo Cepea
(que representam 94,6% do volume amostrado), é
que os preços continuem em alta. Os mesmos
representantes esperam que a oferta de leite
continue restrita e que o consumo permaneça
constante. Do restante, 20% dos entrevistados
(que representam 5% do volume de leite
amostrado) esperam estabilidade nos preços e
somente 2,5% (que representam 0,4% do volume
de leite amostrado) acreditam e queda nos
preços.
Mesorregião
Noroeste
Centro-Oriental
Média Estadual - RS
Oeste Catarinense
Norte Catarinense / Vale do Itajaí
Média Estadual - SC
Centro Oriental Paranaense
Oeste Paranaense
Norte Central Paranaense
Sudoeste Paranaense
Média Estadual - PR
São José do Rio Preto
Campinas
Vale do Paraíba Paulista
Média Estadual - SP
Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba
Sul / Sudeste de Minas
Vale do Rio Doce
Metropolitana de Belo Horizonte
Zona da Mata
Média Estadual - MG
Centro Goiano
Sul Goiano
Média Estadual - GO
Centro Sul Baiano
Sul Baiano
Média Estadual - BA
Máximo Máximo
0,9430 0,8604
0,9216 0,8143
0,9381 0,8573
0,9711 0,8999
0,9432 0,8453
0,9666 0,8910
1,0014 0,9486
0,9631 0,8882
0,9540 0,8774
0,9321 0,8468
0,9573
1,0567
0,8877
0,9475
1,0082 0,9348
0,9936 0,9169
1,0149 0,9468
0,9479 0,8807
1,0634 0,9482
1,0865
0,9713
0,9562
0,9051
0,9938 0,9168
1,0551 0,9720
0,9939 0,9343
1,0140 0,9467
0,8567 0,7771
0,9974 0,9182
1,0098 0,9342
0,8489
0,8724
0,8477
0,8821
0,8719
0,8825
0,9868
0,8767
0,8929
0,8719
0,9029
1,0299
0,9615
0,9299
0,9650
0,9063
0,9821
0,9832
0,8854
0,9301
0,9935
0,9567
0,9688
0,7780
0,9519
0,9062
0,7690
0,7662
0,7693
0,8129
0,7749
0,8087
0,9342
0,8037
0,8177
0,7880
0,8346
0,9213
0,8886
0,8578
0,8895
0,8395
0,8975
0,8962
0,8213
0,8583
0,9133
0,8882
0,8964
0,7002
0,8739
0,8329
2,02%
5,42%
1,36%
0,26%
0,95%
0,60%
1,02%
-1,26%
-0,48%
-0,31%
4,65%
2,33%
2,93%
2,35%
2,53%
3,04%
2,63%
2,77%
4,13%
5,51%
5,04%
-4,92%
5,20%
1,61%
1,97%
4,16%
1,2%
0,20%
0,22%
0,5%
0,97%
-1,74%
-0,6%
0,22%
4,69%
0,48%
2,6%
2,02%
2,75%
3,08%
2,80%
3,1%
4,47%
5,72%
5,3%
-5,27%
5,50%
1,7%
0,6895 0,6127
0,6830 0,5811
0,6949 0,6189
0,7258 0,6601
0,6587 0,5673
0,7258 0,6557
0,8917 0,8412
0,7968 0,7261
0,9984 0,90750,8628 0,7751 -1,00% -2,79%0,5874 0,5060
0,7805 0,7079
0,7249 0,6443
0,7398
0,9418
0,6751
0,8352
0,9199 0,8475
0,8059 0,7340
0,8668 0,8004
0,7906 0,7289
0,9026 0,8181
0,8892
0,8079
0,8030
0,7455
0,8408 0,7736
0,8658 0,7891
0,7947 0,7390
0,8180 0,7555
0,7148 0,6383
0,8889 0,8122
0,8096 0,7385
Mínimo MínimoMédio Médio
Preço Bruto
Inclusos frete e CESSR (ex-Funrural)
Preço Líquido
Var%
Bruto
Var%
Líquido
RS
PR
BA
MG
SC
SP
GO
Dez/NovDez/Nov
0,9830 0,90720,9162 0,8427 2,47% 2,53%0,7950 0,7255MÉDIA NACIONAL - Ponderada
Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos
pelos produtores (líquidos) em MARÇO/13
referentes ao leite entregue em FEVEREIRO/13
8,23% 6,73%
0,44% 0,25%
Paulo Moraes Ozaki
Pesquisador Projeto Leite
3.
4. Os gastos do pecuarista paulista com a
suplementação mineral aumentaram 4%
entre fevereiro e março de 2013. Isso
ocorreu porque a valorização da
suplementação mineral em março
superou o aumento verificado para o
preço do leite. Assim, o produtor precisou
”desembolsar”, em março, o equivalente
a 3 litros de leite a mais que no mês
anterior para adquirir um saco do insumo.
Para esse cálculo, foram considerados o
preço recebido pelo produtor, livre de
impostos e frete, e o valor de um saco de
30 kg de sal mineral, com 90g de fósforo.
É muito comum que produtores
aumentem o uso da suplementação
mineral, associado à suplementação
proteica, a partir de abril, devido às ruins
condições das pastagens, por conta da
entressafra, que, por sua vez, deve se
perdurar até o começo das chuvas, em
setembro. Dessa forma, evita-se a perda
de peso e, principalmente, favorece a
eficiência reprodutiva (ou seja, faz com
que o ciclo das fêmeas ocorra de forma
correta).
Tão importante quanto o preço da
suplementação mineral, a qualidade do
produto deve ser levada em consideração
no ato da aquisição. Um produto de
qualidade superior, e se utilizado
conforme
as especificações do fornecedor, pode
trazer bons resultados.
Além disso, é notável o pequeno peso da
suplementação mineral no custo de
p r o d u ç ã o . E m m a r ç o / 1 3 , e s s a
participação foi de apenas 3,2%.
GASTOS COM SUPLEMENTAÇÃO MINERAL AUMENTAM 4% EM FEVEREIRO
Por Pedro Parzewski Neves, graduando Eng. Agronômica Esalq/USP; equipe Leite Cepea
Fonte:Cepea/CNA
Nota: As relações de troca referem-se ao estado de São Paulo.
Litros de leite necessários para adquirir um saco de sal
mineral com 90g de fósforo (30kg)
Fonte:Cepea/CNA
Antimastítico
Relação de troca
7,9 litros/frasco 10 ml
7,9 litros/frasco 10 ml
8,0 litros/frasco 10 ml
Sal Mineral
Relação de troca
81,4 litros/sc 25kg
80,7 litros/sc 25kg
79,6 itros/sc 25kg
Herbicida 2,4D
Relação de troca
53,3 litros/litro de herbicida
54,6 litros/litro de herbicida
58,7 litros/litro de herbicida
Relação de troca
1641,8 litros/tonelada
1634,9 litros/tonelada
1524,5 litros/tonelada
Uréia
Fev/13
Jan/13
Fev/12
Fev/13
Jan/13
Fev/12
Fev/13
Jan/13
Fev/12
Fev/13
Jan/13
Fev/12
Fev/13
Jan/13
Fev/12
Fev/13
Jan/13
Fev/12
Relação de troca
788,9 litros/tonelada
834,4 litros/tonelada
657,2 litros/tonelada
Concentrado (22% PB)
Relação de troca
15,0 litros/frasco 50ml
14,9 litros/frasco 50ml
15,4 litros/frasco 50ml
Antibiótico Oxitetraciclina
5. BRASIL ELEVA O VOLUME IMPORTADO E DÉFICIT DA
BALANÇA COMERCIAL CRESCE
As importações brasileiras de lácteos
cresceram com força em março. Mesmo com
um cenário internacional de preços de leite e
de derivados a patamares elevados, a
produção brasileira atual não é suficiente
nem mesmo para atender a demanda
doméstica – muito menos para gerar
excedentes.
Em março, o volume em equivalentes litros
de leite comprado pelo Brasil no mercado
externo foi 56% superior ao de fevereiro. Já
quanto às exportações nacionais, a
quantidade vendida foi 22% inferior à de
fevereiro. Dessa forma, o déficit da balança
comercial aumentou em março, depois de
ter registrado, em fevereiro, o menor
patamar desde outubro de 2010. Assim, o
déficit da balança comercial saltou para
32,5 milhões de dólares em março, o dobro
do verificado em fevereiro.
De modo geral, esse expressivo crescimento
nas importações brasileiras se deve ao
aquecimento da demanda interna entre
fevereiro e março, influenciada pela volta às
aulas, num momento em que o volume
produzido pelo Brasil começa a se
desacelerar.
O leite em pó continua sendo o principal
produto importado, tanto em volume
equivalente quanto em valor. O Brasil
compra principalmente da Argentina e do
Uruguai, representando 69,2% do volume
total importado. Os produtos que
registraram os maiores aumentos em
volume nas compras de fevereiro para
março foram: o doce de leite (439% de alta),
leite em pó (118%) e leite fluido (62%).
As exportações brasileiras, por sua vez,
passaram de 13,5 milhões em equivalentes
litros de leite em fevereiro para 10,5 milhões
em março. Em receita, a diminuição foi de
2,5 milhões de dólares. O Brasil tem muitos
compradores externos, mas os principais
continuam sendo a Arábia Saudita (que
adquiriu18,8% do volume exportado em
março), Venezuela (12%), Colômbia (7%) e
Chile (7%).
PREÇOS INTERNACIONAIS – A produção
leiteira na Nova Zelândia, maior exportador
mundial, continua crítica. A pastagem,
principal base da dieta de animais
neozelandeses, continua seca, prejudicando
a produção. Esse cenário, além de gerar
forte redução no volume produzido, elevou
os gastos com suplementação.
A situação observada na Nova Zelândia, por
sua vez, tem provocado reflexos no preço de
lácteos em quase todo mundo.
Na primeira quinzena de abril, os preços do
leite na Oceania registram os maiores
patamares desde 2007, de acordo com
dados do Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos (USDA).
Ainda segundo o Departamento, o valor do
leite em pó integral comercializado pela
Oceania no começo de abril esteve 43,48%
superior ao do mesmo período do ano
passado.
No Oeste Europeu, principal mercado
consumidor do mundo, o preço do leite e dos
derivados tem subido com força. O valor do
leite em pó integral nesta região, também na
primeira quinzena de abril, foi o maior
desde abril de 2011.
IPE-L/Cepea – Em março, o Índice de
Preços de Exportação de Lácteos do Cepea
(IPE-L) caiu 1% em dólar e 0,5% em Reais
frente ao de fevereiro, com as médias a US$
3,48/kg e a R$ 6,90/kg. As principais
quedas ocorreram nos grupos do iogurte e
leite condensado. Já os principais
acréscimos foram observados para a
manteiga e doce de leite.
Nota: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite; (2) O soro de leite é medido
em quilos, não sendo convertido em leite. Fonte: Secex / Elaboração: Cepea.
Fonte:Secex.Elaboração:Cepea
Total
Leites em pó
Queijos
Leite fluido
Soro de leite (mil kg)
Volume importado de lácteos em Março/13 (em equivalente leite)¹
56%79.933
55.298
22.262
1.034
1.632
-34,9%-
-7% 1%27,9%
1,3%
118% -33%69,2%
62% -53%
-7% -34%-
Total de janeiro a março/13 frente ao mesmo período de 2012: -34,9%
Var. Fev/13 - Mar/13 (%) Participação no total exp. em Mar/13 Var. Mar/12 - Mar/13 (%)Volume (mil L de leite)²
Dados referem-se à média entre 01/04/2013 e 12/04/2013; para 2012, foram tomados dados de período semelhante.
Preços internacionais (US$/tonelada)
Leite em pó integral Leite em pó desnatado2013 20132012 2012Var. (%) Var. (%)
US$ 4.950
US$ 4.325
US$ 4.087,5
US$ 3.662,5
US$ 3.450
US$ 3.525
US$ 3.200
US$ 2.787,5
+43,48%
+22,59%
+27,73%
+31,39%
Oceania
Oeste da Europa
Oceania
Oeste da Europa
Fonte:USDA
Total
Leites em pó
Leite Condensado
Queijos
Leites fluídos e cremes
Volume exportado de lácteos em Março/13 (em equivalente leite)¹
-22%10.583
2.227
5.875
1.877
573
21%-
55% 27%56%
18%
-49% -21%
6% -5%
-14% -12%5%
Total de janeiro a março/13 frente ao mesmo período de 2012: 32%
Var. Fev/13 - Mar/13 (%) Participação no total exp. em Fev/13 Var. Mar/12 - Mar/13 (%)Volume (mil L de leite)
6. PREÇOS DO UHT E DO QUEIJO MUÇARELA SOBEM NO ATACADO PAULISTA
Por Ana Paula Negri, graduanda de Ciências dos Alimentos, e Jacqueline Betim Barbieri,
graduanda em Eng. Agronômica – Esalq/USP; equipe Leite Cepea
O leite o UHT foi negociado, em média, a
R$ 1,97/litro (inclui frete e impostos) em
março no mercado atacadista paulista,
valor 3,66% maior que o de fevereiro e
12,4% superior à média de março/12, em
termos nominais. Essa pesquisa é diária e
é realizada pelo Cepea com o apoio da
OCB (Organização das Cooperativas
Brasileiras) e da CBCL (Confederação
Brasileira de Cooperativas de Laticínios).
Quanto ao queijo muçarela, também
negociado no atacado paulista, houve alta
de 1,5% em relação à média de
fevereiro/13 e de 12,4% frente a
março/12, a R$ 11,58/kg (inclui frete e
impostos).
Agentes do setor consultados pelo Cepea
afirmam que a demanda está firme e que
os preços dos derivados podem subir,
ainda mais, devido à menor oferta de
matéria-prima neste período de
entressafra.
Tomando-se como base séries de preços
do UHT e do leite em pó do Cepea, desde
2009, ambos no atacado paulista,
verifica-se que, em fevereiro/13, a média
do leite UHT foi 26,5% maior que a do leite
e m p ó ( p a r a i s s o , l e v o u - s e e m
consideração que, pra produzir um quilo
de leite em pó seriam necessários 8,2
quilos de leite in natura). Dessa forma, em
termos equivalentes, o preço do leite em
pó no atacado seria mais viável que o litro
do leite UHT.
M E R C A D O E M F E V E R E I R O :
Considerando-se a média dos estados
pesquisados pelo Cepea (MG, GO, PR, RS
e SP), o leite UHT e o queijo muçarela se
desvalorizaram em fevereiro, assim como
observado em janeiro. O preço do UHT
caiu 0,3% e o do muçarela, 0,6%, com as
médias de fevereiro a R$ 1,76/litro e a R$
12,57/kg, respectivamente. A média da
manteiga também apresentou ligeira
queda de 0,4%, a R$ 11,26/kg.
Já os valores do leite pasteurizado, do
queijo prato e do leite em pó subiram de
janeiro para fevereiro. O queijo prato e o
leite em pó foram os derivados que
registraram a valorização mais expressiva,
de 2,1% e de 2,4%, respectivamente. O
preço médio do leite pasteurizado teve alta
de 1,5% de janeiro para fevereiro, a R$
1,44/litro.
Colaboradores do Cepea acreditam que
os preços devem aumentar nos próximos
meses, fundamentados na redução do
volume de leite captado em fevereiro.
Fonte:Cepea-OCB/CBCL
Nota: Variação em termos nominais, ou seja, sem considerar a inflação do período.
Nota: Os valores estão em reais e referem-se sempre ao preço de 1 quilo ou de 1 litro de cada produto.
Nota: A “média nacional” refere-se à média aritmética dos
Estados de SP, MG, GO, RS e PR.
Média nacional de leite UHT e leite em pó, deflacionados pelo ICAP
(1kg leite em pó = 8,2 litros de leite fluído)
Leite UHT
Queijo Muçarela
Cotação diária - atacado do estado de São Paulo
R$ 1,92/litro -0,01% 12,74% 1,90% -1,00% 10,32%
-0,36% 13,90% 11,41% -1,93% 11,49%R$ 11,63/kg
Média de preços
em jan/13
Variação (%) em
relação a dez/12
Variação (%) em
relação a jan/12
Variação (%) em
relação a fev/13
Variação (%) em
relação a jan/13
Variação (%) em
relação a fev/12
Fonte: Cepea
Produto
Leite Pasteurizado
Leite UHT
Queijo Prato
Queijo Muçarela
Manteiga (200g)
Leite em pó int. (400g)
GO MG PR RS SP Média Geral
1,44 4,3%
1,81 0,5%
12,26 6,8%
1,42 1,5%
1,79 1,0%
13,61 0,5%
1,46 0,3%
1,77 -1,1%
13,05 -3,6%
1,42 0,8%
1,66 -1,6%
15,37 5,1%
1,48 0,7%
1,76 0,0%
15,31 2,2%
1,44 1,5%
1,76 -0,3%
13,92 2,1%
11,96
11,73
11,00
12,33
11,43
3,0%
1,6%
-4,3% 7,0% 0,0% -2,9% 2,4%
-0,2%
14,0%
12,56 -0,3% 11,67 -5,9% 14,95 2,7% 11,72 -3,0% 12,57 -0,6%
9,65
11,77 10,90 11,40
0,0% 10,99
11,90
-3,2% 11,62 -0,4% 11,26 -0,4%
Preços médios dos derivados praticados em FEVEREIRO e as variações em relação ao mês anterior
Fonte:Cepea-OCB/CBCL
7. TENDÊNCIAS DE CONSUMO ESTIMULAM DEMANDA POR LÁCTEOS
Conveniência, praticidade, confiabilidade
e sabor são as principais tendências entre
os brasileiros no que diz respeito ao
consumo de alimentos até 2020, conforme
apurado em pesquisa da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp/Ibope). Este resultado possibilita
inferir que o dia a dia corrido faz com que
as pessoas optem por alimentos
semiprontos e alimentação fora de casa,
por serem mais práticos, desde que as
marcas ou estabelecimentos ofereçam
produtos confiáveis, com qualidade e
saborosos.
A mesma tendência aparece em projeções
do USDA (Departamento de Agricultura
dos Estados Unidos) sobre o consumo de
lácteos dos norte-americanos. Segundo
relatório, o consumo desses produtos deve
crescer a taxas maiores que as da
p o p u l a ç ã o . E , p a r a o s q u e i j o s
especificamente, a elevação do consumo
deve ser ainda maior, devido ao grande
aumento na demanda por comidas
preparadas e por refeições fora de casa.
Combinando essas tendências, é esperado
que o consumo de lácteos no Brasil
continue aumentando, o que requer
avanços também da produção.
Desde 1996, o consumo aparente tem se
elevado à taxa média de 2,1% ao ano,
segundo dados do IBGE, Secex e Cepea, e
grande parte desse aumento é embasado
não somente no crescimento da população
– está à taxa de 1,2% – e da sua renda, mas,
também na mudança dos padrões de
consumo das pessoas.
Desde a década de 1960, a maioria das
pessoas trocou o campo pela cidade, o que
contribuiu para a intensiva urbanização e
m a i o r d e m a n d a p o r a l i m e n t o s .
Paralelamente, tem aumentado a
longevidade da população e a inserção da
mulher no mercado de trabalho. O
primeiro contribui para a alteração das
necessidades nutricionais desse grupo
crescente de idosos e o segundo, para o
aumento das refeições práticas e fora de
casa.
Do lado da oferta, cálculos do Cepea
mostram que a disponibilidade aparente
de leite/lácteos em 2012 foi de 176,77
quilos por brasileiro, 2,4% maior que a de
2011 – disponibilidade aparente
corresponde à soma da produção nacional
de leite com a importação e, deste total, é
descontada a exportação.
Evolução no consumo aparente de leite no Brasil.Tendências observadas para o
consumo de alimentos no Brasil.
Conveniência e Praticidade - 34%
Confiabilidade e Qualidade - 23%
Sensorialidade e Prazer - 23%
Saudabilidade e Bem-estar, Sustentabilidade e Ética - 21%
Fonte:Fiesp/Ibope.
Fonte: IBGE e Secex, elaborado pelo Cepea.
8. MILHO: Colheita e problemas logísticos pressionam
cotações
FARELO DE SOJA: Safra recorde e problema de
estocagem influenciam novas quedas
Os preços do milho no mercado interno
brasileiro caíram no correr de março.
Segundo colaboradores do Cepea, a
intensificação da colheita e as dificuldades
logísticas foram os principais fatores de
pressão sobre a cotação do cereal. No
a c u m u l a d o d e m a r ç o , o I n d i c a d o r
ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de
Campinas (SP), caiu expressivos 10,2%,
fechando a R$ 29,07/sc no dia 28. Se
considerados os negócios também em
Campinas, mas cujos prazos de pagamento
são descontados pela taxa de desconto NPR, o
preço médio à vista foi de R$ 28,59/sc no
último dia do mês, queda de 10,3% em
março.
Na média das regiões acompanhadas pelo
Cepea, as cotações caíram expressivos 8,3%
no mercado de balcão (recebido pelo
produtor) e 6,7% no de lotes (negociação
entre empresas) em março.
A maior queda no preço em março foi
verificada no Paraná, onde a colheita foi
intensificada e os problemas logísticos se
acentuaram. Em Paranaguá, as efetivações de
milho posto no porto praticamente não
ocorreram. Assim, no correr de março, os
preços seguiram apenas nominais.
Colaboradores do Cepea sinalizaram
negócios efetivos para os meses de abril e
maio no patamar de R$ 30,00/sc. Ainda de
acordo com agentes, as exportações de milho
devem se aquecer a partir de julho.
Os preços internos do farelo de soja seguiram
em queda em março. Em Campinas (SP), a
média do derivado de soja foi a menor desde
abril do ano passado. As quedas estiveram
atreladas às estimativas de safra nacional em
nível recorde e a problemas de estocagem e
transporte no Brasil.
Além do excedente de oferta de soja em grão,
as menores receitas de farelo também
levaram indústrias a reduzir os valores a
pagar nas negociações de soja no mercado
spot – há uma bi causalidade entre variações
de preços de soja e de farelo de soja, o que
reduz ainda mais o valor da venda de farelo
de soja.
Vale lembrar que, entre dezembro/11 e
agosto/12, os preços do farelo de soja
subiram com força. Já a partir de setembro-
outubro/12, as cotações passaram a cair de
forma quase que consecutiva.
Entre 28 de fevereiro e 28 de março,
considerando-se a média das regiões
acompanhadas pelo Cepea, os valores do
farelo de soja caíram 9,3%.
Quanto às exportações, em março, o Brasil
embarcou 616,9 mil toneladas de farelo de
soja, 7,9% a menos que em fevereiro/13 e
41,4% abaixo do volume embarcado em
março/12, segundo dados da Secretaria de
Comércio Exterior (Secex).
Ana Amélia Zinsly Trevizam e Débora Kelen Pereira da Silva
Envie suas dúvidas e sugestões!
Contato: leicepea@usp.br
Acompanhe mais informações sobre o mercado de leite em nosso site:
www.cepea.esalq.usp.br/leite
Valores em Campinas/SP
2013 Milho* Farelo**
32,30 1.012,45
31,91
30,29
903,48
792,12
Janeiro
Fevereiro
Março
Fonte: CEPEA - Esalq/USP
* R$/saca | ** R$/tonelada