O documento resume as cotações e mercados da soja, milho e trigo entre 6 e 12 de março de 2009. As cotações da soja em Chicago permaneceram estáveis, enquanto os preços no Brasil oscilaram pouco devido ao câmbio. A colheita da soja no Brasil atingiu 27% da área, acima da média histórica. Projetou-se preços da soja entre US$ 8,85-9,85 o bushel para o ano comercial.
1. DECon Departamento de Economia e Contabilidade da UNIJUÍ
Comentários referentes ao período entre 06/03 a 12/03/2009
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum1
Daniel Claudy da Silveira2
1
Professor do DECon/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França,
coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2
Acadêmico de Economia da UNIJUI, auxiliar administrativo junto ao DECon/UNIJUI.
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2. Cotações na Bolsa Cereais de Chicago - CBOT
Produto
GRÃO DE SOJA FARELO DE SOJA ÓLEO DE SOJA
TRIGO (US$/bushel) MILHO (US$/bushel)
(US$/bushel) (US$/ton. curta) (cents/libra peso)
Data
6/3/2009 8,79 274,20 30,76 5,16 3,52
9/3/2009 8,81 275,00 30,51 5,13 3,57
10/3/2009 8,89 280,80 30,72 5,22 3,66
11/3/2009 8,75 281,30 29,64 4,98 3,56
12/3/2009 8,99 289,00 30,11 5,15 3,76
Média 8,85 280,06 30,35 5,13 3,61
Bushel de soja e de trigo = 27,21 quilos bushel de milho= 25,40 quilos
Libra peso = 0,45359 quilo tonelada curta = 907,18 quilos
Fonte: CEEMA com base em informações da CBOT.
Médias semanais* (compra e venda)
Média semanal dos preços recebidos
no mercado de lotes brasileiro - em
pelos produtores do Rio Grande do
praças selecionadas (em R$/Saco)
Sul
Var. % relação
SOJA média anterior
milho soja trigo
RS - Passo Fundo 45,60 -3,39 Produto
(saco 60 Kg) (saco 60 Kg) (saco 60 Kg)
RS - Santa Rosa 45,10 -3,43
RS - Ijuí 45,10 -3,43
R$ 17,50 42,98 24,52
PR - Cascavel 43,65 -0,41
Fonte: CEEMA, com base em informações da
MT - Rondonópolis 39,10 1,11 EMATER-RS.
MS - Ponta Porã 39,70 1,79
GO - Rio Verde (CIF) 40,90 2,51 Preços de outros produtos no RS
BA - Barreiras (CIF) 37,70 -4,07
Média semanal dos preços recebidos
Var. % relação
MILHO média anterior
pelos produtores do Rio Grande do Sul
Argentina (FOB)** 151,60 0,80
Paraguai (CIF)** 110,00 -0,90
Produto 12/03/2009
Paraguai (FOB)** 145,00 -0,68
RS - Erechim 19,00 -3,55
SC - Chapecó 21,01 -3,84 Arroz em casca
PR - Cascavel 17,35 -3,61 (saco 60 Kg) 29,29
PR - Maringá 17,65 -4,34
MT - Rondonópolis 14,75 -0,67
Feijão (saco 60 Kg) 91,50
MS - Dourados 17,07 -1,90
SP - Mogiana 18,49 -1,02
Sorgo (saco 60 Kg) 15,00
SP - Campinas (CIF) 20,18 -1,94
Suíno tipo carne
GO - Goiânia 19,65 -0,66
(Kg vivo) 1,64
MG - Uberlândia 18,95 -1,56
Leite (litro) cota-
Var. % relação
TRIGO*** média anterior consumo (valor bruto) 0,54
RS - Carazinho 495,00 0,20
RS – Santa Rosa 495,00 0,20
Boi gordo (Kg vivo)* 2,58
PR - Maringá 570,00 0,88
(*) compreende preços para pagamento em
PR - Cascavel 560,00 0,90 10 e 20 dias
* Período entre 06/03 e 12/03/09 Fonte: CEEMA, com base em informações da
Fonte: CEEMA com base em dados da Safras EMATER-RS.
& Mercado. ** Preço médio em US$ por
tonelada. *** Em Reais por tonelada
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3. MERCADO DA SOJA:
Apesar das oscilações durante a semana, as cotações da soja em Chicago
praticamente permaneceram nos mesmos níveis da semana anterior. O fechamento
desta quinta-feira (12), porém, foi interessante, levando o preço do grão para US$
8,99/bushel na posição março (que sai do mercado neste final de semana), enquanto
maio ficou em US$ 8,82/bushel. O farelo ficou em US$ 289,00/tonelada curta e o óleo
em 30,11 centavos de dólar por libra-peso.
O assunto principal da semana, na área internacional, foi o novo relatório de oferta e
demanda dos EUA, divulgado no dia 11/03. O mesmo poucas novidades trouxe na área
da soja. A produção dos EUA permaneceu em 80,5 milhões de toneladas (ano
2008/09), enquanto os estoques finais foram novamente reduzidos, passando agora
para 5,03 milhões de toneladas neste ano considerado. Esse é o ponto de maior
pressão altista no mercado no momento, embora não tenha provocado grandes
perturbações. Na verdade, o mercado está mais interessado, agora, na intenção de
plantio nos EUA, que sairá no dia 31/03, onde deverá constar um aumento na área a
ser plantada com a oleaginosa. Além disso, acompanha-se com atenção a colheita da
América do Sul.
Diante disso, os preços médios projetados para o atual ano comercial foram levemente
elevados, passando para valores entre US$ 8,85 e US$ 9,85/bushel. Ou seja, no
momento o mercado está um pouco abaixo do limite inferior destes preços projetados.
Em termos mundiais, a produção geral foi reduzida em quase um milhão de toneladas,
porém, os estoques finais acabaram subindo levemente, ficando em 49,95 milhões de
toneladas. Vale destacar que o relatório reduziu para 43 milhões de toneladas a safra
da Argentina (o vizinho país estima que a colheita possa ser ainda menor, ficando entre
40 e 42 milhões de toneladas), enquanto manteve a produção brasileira em 57 milhões
de toneladas. Já a produção chinesa continua estimada em 16,8 milhões de toneladas
e as importações em 36 milhões, contra 37,8 milhões de toneladas no ano anterior e
28,7 milhões em 2006/07.
Afora isso, tem-se que os embarques semanais de soja, pelos EUA, na semana
encerrada em 05/03, alcançaram 740.700 toneladas. No acumulado do ano, o volume
atinge a 23,1 milhões de toneladas, contra 20,7 milhões no mesmo período do ano
anterior. Já os registros de exportação, na mesma semana, ficaram em 837.000
toneladas, contra 155.800 toneladas na semana anterior.
Por sua vez, o prêmio no Golfo do México ficou entre 63 e 66 centavos de dólar por
bushel, para o mês de março e 50 a 52 centavos para junho.
Ainda em termos internacionais, vale destacar que a União Européia (27 países) teria
importado um recorde de 2,2 milhões de toneladas dos quatro principais óleos vegetais
somados, no período de outubro a dezembro de 2008.
Já o comércio mundial de canola e colza deverá atingir a 11,6 milhões de toneladas no
ano comercial 2008/09 (julho a junho). Por outro lado, as exportações mundiais de óleo
de palma deverão crescer 7% no mesmo ano (outubro/setembro), atingindo a 35,2
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4. milhões de toneladas. Nesse mesmo período, a União Européia deverá esmagar 39,6
milhões de toneladas de oleaginosas em geral, fato que indica um incremento de um
milhão no esmagamento de colza e 1,3 milhão na trituração de girassol.
Na Argentina, o mercado esteve praticamente parado durante a semana. O prêmio em
Rosário se manteve entre 50 e 60 centavos de dólar por bushel, para março, e entre 30
e 40 centavos para maio.
Na Europa, o CIF Rotterdam apontou valores para o pellets de soja em US$
350,00/tonelada, para março, tanto para o produto brasileiro quanto para o produto
argentino. Para o período maio/setembro os respectivos valores fecharam a semana
em US$ 328,00 e US$ 318,00/tonelada.
Na União Européia, o consumo total dos 12 principais farelos protéicos deverá declinar
em 4% em 2008/09, ficando em 55,9 milhões de toneladas.
No Brasil, os preços pouco oscilaram na semana, diante de um câmbio que acabou
cedendo e fechando a quinta-feira em R$ 2,30. Assim, a média semanal no balcão
gaúcho ficou em R$ 42,98/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 44,50 e R$
45,00/saco no Rio Grande do Sul. Nas demais praças do país, os lotes terminaram a
semana entre R$ 37,50/saco em Barreiras (BA) e R$ 43,50/saco em Cascavel (PR).
Vale destacar que a colheita nacional, até o dia 06/03, atingia a 27% da área semeada,
contra 21% na média histórica. O Paraná já havia colhido 30% na oportunidade, contra
52% no Mato Grosso, 32% no Mato Grosso do Sul, 40% em Goiás, 30% em São Paulo
e 6% em Minas Gerais. Nos demais Estados não há registros de colheita, embora aos
poucos a mesma esteja começando. O forte da entrada de soja no mercado nacional
será em abril, fato que deverá pressionar ainda mais os preços para baixo em
determinadas regiões.
Os prêmios nos diferentes portos brasileiros ainda oscilam entre 60 e 70 centavos de
dólar por bushel, com projeção de recuo para os próximos meses.
Enfim, destaca-se que a “soja inox”, resistente à ferrugem, deverá ter disponível mais
de 100.000 sacos de semente para a safra 2009/10, particularmente no Mato Grosso.
As primeiras sementes estão sendo colhidas agora visando o plantio em maior escala
no próximo ano, o que é um novo avanço científico em favor do setor primário.
Por outro lado, justamente por não usar toda a tecnologia disponível, em função dos
altos custos dos insumos, a produtividade do Mato Grosso, na atual safra de soja, se
confirma menor. Na maior parte das regiões analisadas, existem perdas médias de 5
sacos por hectare. Em alguns casos, os produtores simplesmente não utilizaram
fertilizantes, derrubando a produtividade para 38 sacos por hectare, fato que não paga
o custo médio projetado, mesmo sem uso de adubo, que seria entre 40 e 42 sacos por
hectare. Ou seja, mais uma vez se confirma a máxima de que o barato sai caro.
MERCADO DO MILHO:
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5. As cotações do milho em Chicago fecharam a quinta-feira (12) em US$ 3,76/bushel,
após atingirem a US$ 3,49 uma semana antes. Esta pequena recuperação esteve mais
para ajuste técnico, devido as baixas anteriores, do que propriamente motivada por
elementos fundamentais de mercado.
Dito isso, é verdade que o relatório do USDA, divulgado no dia 11/03, contribuiu um
pouco para segurar o recuo das cotações do cereal. O mesmo manteve a produção
final dos EUA em 307,5 milhões de toneladas, porém, reduziu um pouco os estoques
finais daquele país, para o ano 2008/09. Tais estoques passam agora a 44,2 milhões
de toneladas, enquanto o mercado espera o relatório de intenção de plantio, previsto
para o dia 31/03. A tendência é de uma redução na área de milho, fato que pode dar
mais sustentação às cotações internacionais (o mercado espera uma área entre 33 e
34 milhões de hectares, contra 34,8 milhões na safra passada). Pelo sim ou pelo não, o
fato é que o USDA aumentou a patamar de preços médios do milho, com o mesmo
ficando agora entre US$ 3,90 e US$ 4,30/bushel para o restante deste ano comercial.
Ou seja, os preços atualmente praticados em Chicago ainda estão abaixo do piso
indicado nesse patamar. A surpresa veio no número de consumo de milho para fazer
etanol, o qual subiu para 94 milhões de toneladas, contra 91,5 milhões indicadas no
relatório de fevereiro.
Em termos mundiais, o relatório acabou aumentando a produção geral, com a mesma
passando agora para 787,1 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais subiram
para 144,62 milhões de toneladas. Isso pode ser um elemento impeditivo para que os
preços subam de maneira mais interessante no segundo semestre. A produção
argentina foi mantida em 13,5 milhões de toneladas e a brasileira em 49,5 milhões de
toneladas (abaixo do que as análises brasileiras vêm indicando). Espera-se exportação
de 9,5 milhões de toneladas por parte do Brasil em 2008/09.
Afora isso, a semana registrou igualmente preços do petróleo que permaneceram ao
redor de US$ 40,00/barril, fato que continua a desestimular a produção de etanol de
milho nos EUA. A situação está tão difícil que o governo local já estuda a possibilidade
de aumentar a mistura de álcool de milho na gasolina na proporção de até 20% visando
manter as usinas de álcool funcionando. No final da semana, o anúncio pela OPEP de
novo corte na produção de petróleo deu certo ânimo às cotações das commodities,
inclusive o milho.
No mercado argentino, a tonelada FOB recuou para US$ 150,00, enquanto no
Paraguai a mesma ficou em US$ 110,00.
No mercado brasileiro, os preços gaúchos no balcão voltaram a ceder, com a média
semanal ficando em R$ 17,50/saco e se aproximando rapidamente do preço mínimo
oficial. Já os lotes, no norte do Estado, registraram média de R$ 18,25/saco. Nas
demais praças pesquisadas no país, os preços dos lotes oscilaram entre R$ 14,75/saco
em Rondonópolis (MT) e R$ 20,55/saco em Chapecó (SC). Na comparação das
médias semanais (cf. tabela no início deste boletim) todas as praças acusaram recuo
no preço do cereal nesta segunda semana de março. Na exportação, houve notícias de
vendas a US$ 158,00/tonelada para abril/maio e de US$ 163,00/tonelada para
julho/agosto.
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6. A colheita da safra de verão e a existência de um importante estoque de passagem
pressiona o mercado para baixo. Alia-se a isso a redução de consumo na avicultura e
suinocultura diante de menores exportações devido a crise econômico-financeira
mundial. A produção nacional de milho, para este ano de 2009, está agora em 51,7
milhões de toneladas, contrastando com o anúncio de 49,5 milhões feito pelo USDA em
seu relatório do dia 11/03 (veja acima). A safra de verão deverá render 28,7 milhões de
toneladas, enquanto a safrinha é estimada em 17,2 milhões. O restante virá do Norte e
Nordeste do país.
Enfim, a semana terminou com mais um leilão de opção de venda feito pela Conab,
com o mesmo sendo realizado no dia 12/03 e direcionado aos produtores da safrinha.
O preço de exercício ficou em R$ 15,00/saco, para entrega em agosto, e de R$
15,36/saco para entrega em setembro. Foram negociados 95% dos 20.362 contratos
disponibilizados. Um novo leilão está previsto para o dia 19/03.
A semana encerrou com as importações, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$
34,79/saco, para março, para o produto dos EUA e R$ 29,65/saco para o produto da
Argentina, tanto para março quanto para abril. Na exportação, no transferido via
Paranaguá, o mês de março cotou a R$ 20,65/saco, abril a R$ 21,15, maio a R$ 21,27,
junho a R$ 21,59/saco.
MERCADO DO TRIGO:
As cotações do trigo em Chicago, após recuarem novamente abaixo do piso de US$
5,00/bushel, ao se estabelecerem em US$ 4,98 no dia 11/03, fecharam a quinta-feira
(12) em US$ 5,15/bushel.
Além do tradicional ajuste técnico, vale destacar os números do relatório do USDA,
divulgado no dia 11/03. O mesmo confirmou a produção dos EUA, no ano 2008/09, em
68 milhões de toneladas, e estoques finais para o mesmo ano em crescimento,
atingindo 19,4 milhões de toneladas naquele país (em fevereiro os estoques finais
eram estimados em 17,8 milhões de toneladas). O preço de referência, médio, para o
ano continuou entre US$ 6,70 e US$ 6,90/bushel, o que está muito acima do
atualmente registrado pelo mercado.
Em termos mundiais, a produção global está agora em 684,43 milhões de toneladas
(+0,24% sobre o anunciado em fevereiro). Os estoques finais mundiais subiram para
155,85 milhões de toneladas, com o comércio mundial ficando em 125 milhões de
toneladas. A produção da Argentina é de 8,4 milhões de toneladas, com exportações
de 3,5 milhões de toneladas, enquanto a produção brasileira ficou em 5,8 milhões,
embora com qualidade comprometida em ambos os casos.
Por sua vez, as vendas líquidas estadunidenses, no ano comercial 2008/09, iniciado
em 01/06/2008, somaram 285.200 toneladas na semana encerrada em 26/02.
Na Argentina, o mercado continuou muito parado, com preços ao redor de US$
200,00/tonelada. Segundo a Secretaria de Agricultura do vizinho país, as exportações
de trigo local recuaram para 8,5 milhões de toneladas em 2008, após 9,48 milhões em
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7. 2007. Para 2009 o recuo é ainda mais drástico, com um volume estimado em apenas
3,5 milhões de toneladas devido à forte quebra na safra tritícola em função da seca.
No Brasil, os preços médios subiram um pouco nas regiões produtoras. No balcão, a
média gaúcha ficou em R$ 24,52/saco, enquanto os lotes se mantiveram em R$
495,00/tonelada. No Paraná, os lotes subiram para valores entre R$ 560,00 e R$
570,00/tonelada.
O mercado brasileiro somente não reage mais porque está entrando produto de outros
países, fora a Argentina. Nesta semana, por exemplo, noticiou-se que a Bunge teria
comprado 25.000 toneladas de trigo russo, para entrega em maio no Nordeste do
Brasil. O referido produto seria US$ 60,00/tonelada mais barato do que o produto dos
EUA. A estimativa é de que nosso país precisará importar, de fora do Mercosul, cerca
de 2 milhões de toneladas. Nesse sentido, continua a pressão das indústrias sobre o
governo para que o mesmo reduza à zero a Tarifa Externa Comum para o trigo de fora
do Mercosul, repetindo o que foi feito no ano passado. (cf. Safras & Mercado)
Dito isso, o mercado continua com tendência de alta para os próximos meses, no que
tange ao trigo de qualidade superior. A incógnita, nesse sentido, é a definição de
quanto o produtor nacional irá semear na nova safra, já que os custos de produção
baixaram um pouco, porém, não o suficiente, enquanto os preços ainda reagem
lentamente. Espera-se que no momento do plantio (a partir de abril no Paraná) os
preços melhorem para estimular o produtor.
Por outro lado, diante da recessão econômica que se instala também no Brasil nesse
final de primeiro trimestre, a tendência é do consumo de trigo e derivados se reduzir um
pouco, fato que poderá segurar uma alta mais interessante nos preços aos produtores,
imaginada ainda no início de 2009.
Por fim, a semana terminou com as importações, no CIF indústrias do Sudeste
nacional, valendo US$ 308,29/tonelada para o produto procedente dos EUA, US$
260,72/tonelada para o produto argentino e US$ 270,52/tonelada para o produto
oriundo do norte do Paraná.
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