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GRUPO SER EDUCACIONAL 
FACULDADE PIAUIENSE – FAP/MAURÍCIO DE NASSAU 
CURSO DE PEDAGOGIA 
JOELSON VERAS FREIRE 
COMPUTADOR E EDUCAÇÃO: análise de sua utilização no Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP, da cidade de Luiz Correia (PI). 
PARNAÍBA 
2013
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JOELSON VERAS FREIRE 
COMPUTADOR E EDUCAÇÃO: análise de sua utilização no Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP, da cidade de Luiz Correia (PI). 
Monografia apresentada ao curso de Pedagogia da Faculdade Maurício de Nassau, como requisito para a obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. 
Orientação: Profª M.Sc. Regina de Fátima Mendes Schmidlin. 
PARNAÍBA 
2013
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JOELSON VERAS FREIRE 
COMPUTADOR E EDUCAÇÃO: análise de sua utilização no Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP, da cidade de Luiz Correia (PI). 
Monografia apresentada ao curso de Pedagogia da Faculdade Maurício de Nassau, como requisito para a obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. 
Orientação: Profª M.Sc. Regina de Fatima Mendes Schmidlin. 
Aprovação em ____/_____/________ 
Banca Examinadora: 
____________________________________________________________ 
Professora orientadora: Mestra Regina de Fátima Mendes Schmidlin 
Faculdade Maurício de Nassau/FAP-Parnaíba 
____________________________________________________________ Professora convidada: Especialista Rossana Carvalho e Silva Aguiar 
Faculdade Maurício de Nassau/FAP-Parnaíba 
____________________________________________________________ Professor convidado: Especialista Jean Carlo Galvão Mourão 
Faculdade Maurício de Nassau/FAP-Parnaíba 
PARNAÍBA 
2013
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Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por nos dar força em acreditar em algo transcendental. 
A minha mãe Maria Creuza Veras, por confiar que podia conseguir alcançar meus objetivos e nunca deixar sem amparo; 
Ao meu pai José Antônio Freire, por nos motivar a seguir em frente e não desistir quando encontrar pedras no caminho; 
A minha irmã Joelma Freire, por me apoiar e servir de exemplo de que poderia conseguir quando queremos, mesmo em meio a tantas de dificuldades que encontramos na vida. 
A minha esposa Roseane Assunção, pelo amor que desfrutamos e que fez surgir a nossa filha Jeovana Antonella.
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Primeiramente tenho a honra de ser grato a Deus, por ter vivenciado esta experiência tão especial na minha vida e poder no futuro próximo almejar muito mais outras vitórias em meus objetivos, pois sem ele não teria tanta garra de prosseguir nas horas difíceis. 
À minha família, em especial à minha mãe Mª Creuza, meu pai José Antônio, a minha irmã Joelma Freire pelo amor incondicional que temos em nosso lar. 
À minha família paternal e maternal que sempre nos deram forças por meio de palavras sinceras. 
À família da minha esposa por ter acreditado em mim. 
À minha esposa Roseane, que sempre compreendeu as minhas ausências e apoiou nos meus projetos que são também seus. 
À minha filha Jeovana Antonela, pelo amor que incendia nossa casa nos momentos que estamos juntos. 
Ao cursinho popular Amarração, por ter dado a chance de experienciar um espaço de aprendizagem e consciência cidadã! 
Aos meus amigos e colegas de convivência que não citarei os nomes porque são muitos, e outros (as) (in memoriam), por terem acreditado na educação como meio de ascensão social! 
À instituição CEEP- LUIS CORREIA-PI, que nos acolheu de braços abertos e a todos os (as) professores (as) e especialmente aquelas que participaram de nosso trabalho, encontro esse tão importante para a minha carreira profissional e também suas. 
A todas (os) colegas de curso que conviveram nesses três anos e meio de idas e vindas, que não foram somente um mar de rosas, mas turbulências também, nesse eterno mar da vida, assim fomos aprendendo e superando os obstáculos dessa batalha e almejando algumas vitórias!
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Aos professores (as) da instituição FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU/FAP, pelos momentos que deram o máximo de si, no intuito que saíssemos realizados nessa trajetória acadêmica. 
Em especial à orientadora REGINA DE FÁTIMA MENDES SCHMIDLIN, que sempre me atendeu prontamente em todos os momentos dessa caminhada. 
Um Grande Abraço A Todos! 
Muito Obrigado!
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Eu valorizo o texto; eles valorizam a ação, o ritmo frenético de múltiplas imagens e flashes. Eu tenho uma caneta à mão e escrevo ideias; eles filmam tudo e o postam no Facebook. Eu organizo o pensamento em frases e parágrafos; eles postam sensações, vídeos, compartilham tudo, não temem vírus nem perigos. 
José Manoel Moran
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SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 12 
CAPÍTULO 1 – PERCURSO METODOLÓGICO: A PESQUISA E SUAS ETAPAS .... 18 
1.1 TIPO E ABORDAGEM DA PESQUISA ....................................................................... 18 
1.2 CONTEXTO EMPÍRICO .................................................................................................. 19 
1.2.1 A cidade de Luis Correia- PI ........................................................................................... 19 
1.2.2 O Centro Estadual de Educação Profissional-CEEP ....................................................... 20 
1.3 SUJEITOS PARTICIPANTES .......................................................................................... 21 
1.3.1 A professora Giga ............................................................................................................ 22 
1.3.2 Professora Bytes .............................................................................................................. 22 
1.4 OS INSTRUMENTOS E/OU TÉCNICAS DE PESQUISA .............................................. 22 
1.4.1 Entrevista Semiestruturada .............................................................................................. 23 
1.4.2 Observação não participante ............................................................................................ 24 
1.4.3 Diário de bordo ................................................................................................................ 24 
1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................................... 25 
CAPÍTULO 2 - APORTES TEÓRICOS DA PESQUISA .................................................. 29 
2.1 UM POUCO DA HISTÓRIA... AS NOVAS TECNOLOGIAS ........................................ 29 
2.2 COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO .................................................................................. 32 
2.2.1 Uma breve história da informática na educação no Brasil .............................................. 35 
CAPÍTULO 3 - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ....................................... 39 
3.1 Uso do computador no cotidiano ........................................................................................ 39 
3.2 Formação para o uso do computador .................................................................................. 40 
3.2.1 O uso do computador na prática pedagógica ................................................................... 41 
3.3 Utilização do computador nas aulas ................................................................................... 43 
3.4 Reação dos alunos com a utilização do computador .......................................................... 45 
3.5 Utilização do laboratório de informática ............................................................................ 46 
3.6 Dificuldades em trabalhar com o computador .................................................................... 48 
3.7 Aperfeiçoamento para o uso do computador nas aulas ...................................................... 49 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 51 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 54 
APÊNDICE ............................................................................................................................. 57 
APÊNDICE A - Roteiro para a entrevista semiestruturada..................................................... 57 
APÊNDICE B - Roteiro de observação não participante ........................................................ 59
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APÊNDICE C - Diário de bordo ............................................................................................. 60 
ANEXO .................................................................................................................................... 62 
ANEXO A- Carta de encaminhamento a instituição ............................................................... 62 
ANEXO B- Termo de consentimento da participação da pessoa como sujeito ....................... 63 
ANEXO C- Termo de consentimento livre e esclarecido ........................................................ 65
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RESUMO 
O presente estudo intitulado computador e educação: análise de sua utilização no Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP, da cidade de Luiz Correia (PI), partiu do seguinte questionamento: Como o computador está sendo utilizado por duas professoras de uma turma de 7º série, turno tarde de um Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP da cidade de Luiz Correia-PI? Para alcançarmos o proposto, definimos como objetivos específicos: Saber como os professores dessa instituição utilizam o computador em suas aulas; Verificar os conhecimentos que esses professores têm sobre a utilização dos computadores na educação e saber como esses conhecimentos foram adquiridos e por fim conhecer os possíveis desafios enfrentados por esses professores para utilizar o computador em suas aulas. No segundo semestre de 2012, realizamos uma pesquisa de campo com abordagem qualitativa, na qual estabelecemos o contato direto com as duas professoras, colaboradoras da pesquisa. Para a produção dos dados, utilizamos uma entrevista semiestruturada, a observação não participante e o diário de bordo. Para fundamentar o estudo, com apoio dos teóricos como Valente (1999), Moran (2000), Almeida (2005), dentre outros. Os resultados obtidos puderam revelar a compreensão da utilização do computador nas atividades pedagógicas dos professores, onde se encontram ainda muitas barreiras para que se efetive sua utilização no ambiente da sala de aula como um recurso a mais no processo de ensino - aprendizagem. 
PALAVRAS - CHAVE: Professores. Computador. Utilização. sala de aula.
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ABSTRACT 
This work aims to do a research about the use of computer by professors in their classes. The point is: How the professors from Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP Luiz Correia city, use the computer in their final classes? To answer this question the general goal is: Investigate how the professors from Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP use the computer in their final classes. To get this purpose, there are some specific goals, as: Know how the professors of this institution use the computer in their classes; verify the knowledges that these professors have about the use of the computer in the education and know how these knowledges were acquired; and finally know the possible challenges faced by these professors when they use the computer in their classes. In the second semester, in 2012, a research in loco was done with qualitative approach, where was established the professors who would participate of the research. To produce the dates it was used a half structured interview with no participation, only observation. To settle the research, it has the contribution by theorics as Valente (1999), Moran (2000), Almeida (2005), and others. With the results it's possible to reveal the comprehension about the use of computer in the activities done by professors, where many difficulties are founded to use the computer in the classroom as resource in the teaching and learning process. 
KEY - WORDS: Professors. Computer. Classroom.
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INTRODUÇÃO 
Estamos vivendo em uma época de grandes transformações. As novas tecnologias estão presentes em nossas vidas em todos os momentos e lugares, como na realização de coisas simples do cotidiano. O acesso à informação é quase instantâneo pelas diversas vias de transmissão, tais como televisão, rádio, internet, celular, espalhados por todos os cantos do mundo. Esse fato vem transformando a forma como trabalhamos ou pensamos, levando a mudanças significativas tornando mais prático e fácil a realização de muitas tarefas. 
No sistema educacional/escola é um dos locais adequados para se tomar consciência do acesso correto e da promoção a esta sociedade da informação. Por isso, é de fundamental importância a utilização dos computadores por parte dos professores em suas aulas como recurso a mais no ensino, além de meio para se adquirir conhecimentos e aperfeiçoamento da prática pedagógica. 
Deve-se compreender que a escola não está à parte da sociedade, porém, a prática está sendo introduzida timidamente e com certa resistência por parte de alguns professores, por diferentes fatores, mas os alunos trazem consigo o anseio da utilização das Novas Tecnologias em sala de aula. 
Não se pode ver a utilização das tecnologias como redentora da educação, mas como meio para melhorar o processo de ensino e aprendizagem, bem como afirma Rezende (2002, p.1): 
Embora seja verdade que a tecnologia educacional não irá resolver os problemas da educação, que são de natureza social, política, ideológica, econômica e cultural, essa constatação não nos pode deixar sem ação frente à introdução das inovações tecnológicas no contexto educacional. 
A educação é processo muito amplo, onde devemos compreender que tais ações devem ultrapassar as barreiras dos muros da escola, com isso o professor pode mediar os alunos na construção da identidade através de projetos, desenvolvendo habilidades cognitivas, motoras e sociais para torna-lhes cidadãos realizados e produtivos. 
A realidade no sistema educacional nesse aspecto é um tanto contraditória, pois muitas vezes são oferecidas salas com estruturas inadequadas, números excessivos de alunos, professores mal preparados, salários insuficiente, pouco material escolar mais avançado, tecnologias pouco acessíveis à maioria, etc. Uma vez a estrutura da escola defasada,
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certamente estará comprometido o aprendizado dos alunos, sendo eles pouco capazes de utilizarem e manipularem recursos tecnológicos como o computador e a internet, usados na pesquisa de trabalhos escolares, para o mercado de trabalho e para vida em geral. 
Graças à criação dessa tecnologia, hoje podemos ter acesso a livros diversos, a preço acessível, ao contrário da Idade média, onde alguns privilegiados eram para os monges e nobres, que usufruíam da leitura dos livros, que eram manuscritos e isso impedia à população de menor poder aquisitivo adquiri-los. 
Com a introdução desses aparelhos tecnológicos na vida dos alunos na escola, especificamente o computador e suas multifunções, pode-se despertar o interesse e o desejo em aprender, principalmente devido à sua interatividade. 
A tecnologia vem revolucionando há muito tempo a educação, exemplo disso é o livro que foi possível ser produzido em larga escala por meio da invenção da impressa, resultado de uma técnica da máquina tipográfica, que revolucionou o século XV, aperfeiçoada por Gutenberg. 
Hoje, utilizando-se um computador com acesso à internet, é possível fazer várias coisas no único aparelho: ouvir rádio, digitar e adicionar trabalhos na rede, produzir filmagens, comunicar com pessoas on line, “em tempo real”, em imagem e áudio utilizando o microfone, como também a câmera acoplada ou embutida, etc. São múltiplas funções que o aluno pode usufruir com as NTIC1. 
Nesse aspecto, Saviani (2008, p.64) diz que: 
Estamos vivendo aquilo que alguns chamam de Segunda Revolução Industrial ou Revolução da Informática ou Revolução da Automação. E qual é a característica específica dessa nova situação? Penso que se antes, como se descreveu, ocorreu a transferência de funções manuais para as máquinas, o que hoje está ocorrendo é a transferência das próprias operações intelectuais para as máquinas. Por isso também se dizia que estamos na “era das máquinas inteligentes”. 
Pelos estudos realizados percebe-se que, em alguns casos a escola está mais preocupada com o ensino de qualidade mais do que com educação de qualidade, como afirma Moran (2000, p.12): 
Ensino e educação são coisas diferentes. No ensino organiza-se uma série de atividades didáticas para ajudar os alunos a compreender áreas específicas do conhecimento (ciências, história, matemática). Na educação o foco, além de ensinar, é ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e 
1 O termo refere-se às Novas Tecnologias da Informação e Comunicação.
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ação, a ter uma visão de totalidade. Educar é ajudar a integrar todas as dimensões da vida, a encontrar nosso caminho intelectual, emocional, profissional, que nos realize e que contribua para modificar a sociedade que temos. 
Ao utilizar os recursos tecnológicos é importante sempre questionar os objetivos que se quer atingir, avaliando os seus benefícios e limitações de tais recursos. 
O profissional da educação tem que ter em mente a consciência de que o uso das novas tecnologias pode facilitar o dia a dia das pessoas, usufruindo dos meios que a sociedade dispõe de novidade e inovação. Como por exemplo, sacar um dinheiro no caixa eletrônico, enviar e-mail, podemos também ler notícias por meio do computador sem precisar deslocar até a banca, se necessitarmos fazermos compras em lojas distantes por meio da internet e receber em domicílio. Por isso, é incontestável o uso das NTIC, inclusive do computador nas práticas sociais diárias para facilitar a vida das pessoas. 
O alerta que se faz é o uso intensivo e abusivo da internet nas comunicações, pode reduzir o contato físico das pessoas, considerando-se que a relação interpessoal e intrapessoal entre os seres humanos é um fator essencial e necessário nas interações sociais, e que nenhuma outra tecnologia pode substituir a tecnologia humana, por ser uma das mais perfeitas já produzidas. 
Diante do exposto, buscamos conhecer como os professores estão lidando com o computador em suas atividades pedagógicas e suas diversas formas de utilização. Com esse propósito de conhecer esta realidade, realizamos este estudo voltado para busca de respostas para esta pergunta, no qual temos como objetivo geral: Investigar como está sendo utilizado o computador por duas professoras de uma turma de 7º série2, turno tarde de um Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP da cidade de Luiz Correia-PI. 
Para alcançarmos o proposto envolvido neste processo, temos como objetivos específicos: 
 Saber como os professores dessa instituição utilizam o computador em suas aulas; 
2Utilizamos o termo série de acordo com a recomendação da direção que recebemos durante a elaboração das entrevistas de caracterização da instituição, ao afirmar em atender a legislação que ampara a mesma utilizar o termo a um determinado período de tempo.
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 Verificar os conhecimentos que esses professores têm sobre a utilização dos computadores na educação e saber como esses conhecimentos foram adquiridos; 
 Conhecer os possíveis desafios enfrentados por esses professores para utilizar o computador em suas aulas. 
Diante disso, acreditamos que essa pesquisa terá relevância pessoal, acadêmica e social. 
O interesse pelo tema surgiu quando participei da defesa de Trabalho de Conclusão de Curso-TCC do Curso de Pedagogia, da turma de 2011, na Faculdade Piauiense – FAP, com tema nesta mesma área. A partir daí despertou muita curiosidade em saber mais da temática e conseguir respostas para minhas dúvidas. 
Com isso estava decidido que o meu tema seria a inserção das novas tecnologias na educação, mas quais tecnologias? Existem tantas? Então fui procurar orientação aos professores (as) e fazer leituras dos autores especialistas a respeito do tema, assim depois de várias leituras e orientações delimitamos o objeto de pesquisa “o computador na educação” e o problema: como o computador está sendo utilizado pelos professores de uma turma de 7º série tarde de um Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP da cidade de Luiz Correia-PI. 
Depois de definido o problema procurei me aprofundar mais na área para a produção do TCC, enriquecendo com leituras na área de estudo, almejando adquirir conhecimentos, saberes e práticas profissionais para um futuro educador inovador. 
Foi evidente a diferença do uso dos recursos tecnológicos na Faculdade Piauiense- FAP comparando ao ensino básico público fundamental ou médio, pois ao ingressar no ensino superior, obtive a oportunidade in lócus de observar a preocupação da instituição com as inovações tecnológicas tão em voga na sociedade, exemplo disso é a matriz curricular do curso de pedagogia (2011) contemplando duas disciplinas que aborda a formação do pedagogo para o uso das NTIC são elas: Educação a Distância (EAD) e Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação (NTIC). Além do mais oferecer a utilização do computador, Datashow e outros recursos por parte dos professores e como também os ambientes favoráveis ao ensino e aprendizagem via tecnológicos como a biblioteca virtual, computadores disponíveis aos (as) acadêmicos (as) para pesquisa e estudo, além de uma conexão wireless acessível aos que tenham aparelhos compatíveis com o sistema.
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Uma realidade muito distante do ensino básico, principalmente do ensino médio quando era estudante em que não havia quase ou nenhum uso do computador pelos professores no processo de aprendizagem e também sala de Laboratórios de Informática-LI. 
Tendo em vista que atualmente com a implantação de Laboratórios de Informática Educacional (LIES) por meio do MEC através do PROINFO e a facilidade em adquirir computadores, em larga escala pela população pelo preço acessível das máquinas e inclusive pelos professores e formação na área oferecida pelo programa, buscamos conhecer como os professores utilizam estes recursos (computadores) para o processo de ensino e aprendizagem. Uma vez que em 2005, ano de conclusão do ensino médio na rede pública, não havia a inserção dos computadores na rede de escolas públicas e estaduais de ensino e pouco ou nenhum uso dos computadores pelos professores. 
Na relevância pessoal foi importante uma vez que procurei ampliar meus horizontes buscando preencher as lacunas que tanto me afligem e ao mesmo tempo refletir e buscar soluções para os desdobramentos diários para uma melhor utilização do computador como profissional inovador e pesquisador. 
No meio acadêmico esperamos trazer à tona reflexões sobre a forma como é utilizado o computador pelos professores, tendo em vista que o computador na educação é um tema pertinente na atualidade, pois encontram poucas pesquisas abordando, no intuito de elucidar as suas formas de utilização. 
E no campo social ressaltamos a importância de sensibilizar e se possível conscientizar a escola e a comunidade da utilização do computador como recurso pedagógico por parte dos professores e alunos para um melhor processo de ensino e aprendizagem. 
Portanto a temática é de suma importância para a sociedade, em virtude que a escola precisa acompanhar o ritmo das inovações tecnológicas e está inserida nesse contexto digital, buscando abordar os conteúdos adequando às crianças de uma forma que compreendam dinamicamente e assim aplicando-as em situações reais do seu cotidiano, tornando essas atividades mais significativas e menos abstratas para inserção do mesmo no mundo do trabalho e um cidadão consciente de seus direitos. Importante também esta temática, uma vez que trás à tona a discussão no meio acadêmico em relação a utilização desses recursos e como estímulo para rever a atuação e prática pedagógica, dando subsídios da sua magnitude na esfera social. 
O trabalho que apresentaremos a seguir, para uma melhor compreensão, está dividido em três capítulos, além da introdução e da conclusão. Na introdução apresentaremos o
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surgimento do interesse, a história do computador na educação, caracterização do problema, como também os objetivos e a estrutura do trabalho. 
No capítulo 1 - Percurso metodológico: a pesquisa e suas etapas, destacaremos o caminho percorrido por meio da metodologia adequada para nossa pesquisa, a qualitativa, com suportes teóricos de Gil (1991, 2011), Andrade (2007), Minayo (2007), Lakatos e Marconi (2008), dentre outros. Seguidamente explanaremos o contexto empírico escolhido, o perfil dos interlocutores, os procedimentos e as técnicas utilizadas para a coleta de dados. 
No capítulo 2 - Aportes teóricos da pesquisa, apresentaremos de uma forma ampla o contexto educacional com introdução do computador na escola, a implantação dos LIES por meio do PROINFO e revelar quais as formas as professoras do CEEP das séries finais, mas especificamente do 7º ano, estão utilizando o computador no cotidiano de suas aulas. Com apoio de autores como Moran (2000), Valente (1999), Almeida (2005), dentre outros. 
No capítulo 3 - Análise e interpretação dos dados, apresentaremos os resultados levantados através da análise de dados extraídos durante a pesquisa, conforme os autores renomados no assunto em questão. 
Nas Considerações finais apresentaremos as discussões a respeito do estudo realizado, sua contribuição e importância no contexto social, por meio do uso pedagógico do computador pelos professores para o processo de ensino e aprendizagem.
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CAPÍTULO 1 
PERCURSO METODOLÓGICO: A PESQUISA E SUAS ETAPAS 
Apresentaremos neste capítulo o caminho percorrido na pesquisa, com ênfase na abordagem qualitativa escolhida por meio do referencial de autores como Gil (1991, 2011), Andrade (2007), Minayo (2007), Lakatos e Marconi (2008), dentre outros. Em seguida demostraremos o local onde foi realizada a pesquisa e os seus sujeitos participantes, os procedimentos, os instrumentos, as técnicas para a coleta de dados e além da análise de dados. 
1.1 TIPO E ABORDAGEM DA PESQUISA 
Primeiramente para iniciar nossa compreensão da definição de pesquisa, buscamos o conceito de Marconi e Lakatos (2008) ao comentar que é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. 
Conforme Andrade (2007) é o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para problemas propostos, mediante a utilização de métodos científicos. E Gil (2011) define a atividade básica da ciência na sua indagação e construção da realidade. Concordamos que é um processo de desenvolvimento dentro dos padrões exigidos cientificamente com o objetivo de encontrar e conhecer algo dentro de certo tempo e espaço. E pesquisa científica? Na definição de Cunha (2010) implica a busca de possíveis respostas e/ou soluções para problemas surgidos no dia-a- dia, recorrendo ao método científico, que deve ser objetivo, sistematizado e rigoroso. 
Utilizaremos a abordagem metodológica do tipo qualitativa em que segundo Gil (1991), considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. As experiências pessoas vividas pelo pesquisador são elementos importantes na análise e compreensão dos fenômenos estudados, fato esse que escolhemos por se adequar aos nossos objetivos pretendidos. 
Para Cunha (2010, p. 28), considera: 
No entanto, interrogamo-nos se é possível explicar o objeto de investigação das Ciências Humanas e Sociais, ou seja, o ser humano e suas relações, de forma objetiva, sistematizada e rigorosa. Para responder a tal questionamento, precisamos relembrar que o homem não pode e nem deve
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ser visto como um objeto pronto e acabado, que pode ser analisado separadamente do ambiente em que está inserido, como insistem os adeptos do paradigma positivista, referencial maior da abordagem quantitativa. 
A pesquisa qualitativa tem como característica o fato de que o pesquisador observa o problema sob a óptica de alguém interno à organização; pesquisa busca uma profunda compreensão do contexto da situação; é uma pesquisa que enfatiza o processo dos acontecimentos, ou seja, a sequência dos fatos ao longo do tempo; seu enfoque é mais desestruturado; não há hipóteses fortes no início da pesquisa. Isso confere à pesquisa bastante flexibilidade e geralmente emprega mais de uma fonte de dados, segundo Silva (2011). 
Para Gil (2011, p. 21), “Esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilhada com seus semelhantes”. Portanto, entendemos que essa abordagem é a melhor que atende aos nossos objetivos dentro de uma visão social dos significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes. No qual utilizamos os instrumentos de coleta de dados através da entrevista semiestruturada e a observação não participante, além do diário de campo que discutiremos a seguir. 
1.2 CONTEXTO EMPÍRICO 
O campo para Minayo (2007) na pesquisa qualitativa define como o recorte espacial que diz respeito à abrangência, em termos empíricos, do recorte correspondente ao objeto da investigação. Entendemos o local de trabalho do pesquisador diante da realidade com que deseja extrair e compreender suas indagações propostas durante a elaboração do projeto de pesquisa. 
1.2.1 Luis Correia- PI 
No intuito de conhecermos a localização da cidade local onde a pesquisa foi realizada, buscamos informações no site Wikipédia, que assim nos relata: Luis Correia é uma cidade litorânea pertencente ao Estado do Piauí localizado ao norte do estado, fazendo limites ao leste com Cajueiro da Praia e ao estado do Ceará, ao sul a cidade de Bom Princípio do Piauí e
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Cocal e ao Oeste com Parnaíba, têm uma área de 1.071, 276 km² e uma população de 28.406 habitantes segundo demostra o Censo do IBGE (2010), e uma distância da capital do estado Teresina de 365 km. 
1.2.2 O Centro Estadual de Educação Profissional-CEEP 
Escolhemos o Centro Estadual de Educação Profissional-CEEP de Luiz Correia pelo fato de já ter sido aluno da instituição há algum tempo atrás, só que na ocasião era uma Escola Estadual de nível fundamental menor e maior, e recentemente no ano de 2010 passou a ser um CEEP, contudo mantendo este nível por um período de transição até o ano de 2013, por este motivo despertou ainda mais meu interesse em conhecer o funcionamento e as práticas com vista ao uso dos computadores para o ensino e aprendizagem nessa nova estrutura de ensino. 
Então pela enorme quantidade de salas e professores da instituição, resolvemos trabalhar com a sala de 7ª ano tarde e com todos os professores que nela atuam e aceitaram participar de nossa pesquisa, pegando uma amostra de dois professores que utilizaram o computador em suas aulas. A escolha do horário do turno da tarde foi pela disponibilidade de tempo livre e o interesse pela turma foi de que o pesquisador ter vivenciado muita dificuldade nesta série quando estudante. 
Com base no Projeto Político Pedagógico-PPP (2012) da instituição, ainda em andamento, buscamos contextualizá-lo: o Centro Estadual de Educação Profissional-CEEP é uma escola pública de referência em qualidade de educação, foi inaugurada em 20 de Julho de 1968, responsável pela educação de várias gerações de cidadãos. Ainda segundo o PPP, a população do Bairro Centro onde localiza-se o CEEP tem como atividade econômica predominante: a pesca, o turismo e o comércio. Atendendo também alunos da zona rural e do bairro Portinho localizado no município de Parnaíba. 
O CEEP por ser uma instituição administrada pelo governo do Estado e por possuir um terreno amplo, está em fase de conclusão ao seu lado o prédio do polo da Universidade Aberta do Piauí-UAPI e pelo visto a construção encontra-se em atraso, a mesma faz parte da Universidade Federal do Piauí-UFPI em consórcio com os Governos Federal, Estadual, UESPI, CEFET-PI e municípios locais no qual uniram esforços e elaboraram o Projeto de criação do Centro de Educação à Distância (CEAD/UFPI). Como cita o Site da UAPI - Universidade Aberta do Piauí:
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O Projeto Universidade Aberta do Brasil (UAB), criado pelo Ministério da Educação em 2005, via Fórum das Estatais pela Educação, objetiva construir um sistema Nacional Integrado de Educação superior à Distância, onde se pretende sistematizar as ações, programas, projetos e atividades pertencentes às políticas públicas destinadas à ampliação e interiorização da oferta de Educação Superior gratuita e de qualidade no Brasil. 
Na instituição campo de pesquisa CEEP dispõem de uma sala de vídeo que está em andamento o projeto Mais Saber, em que os alunos matriculados da instituição ou da comunidade têm aulas à distância para preparação ao ingresso no ensino superior, pois segundo o Guia de Atuação do Programa de Educação com Mediação Tecnológica Mais Saber explicita que: 
[...] o Programa possui como objetivo central qualificar a oferta da educação básica, através do ensino a distância com mediação presencial, nas diferentes modalidades de ensino, para atender a população residente em áreas urbanas e rurais, e suprir o déficit de profissionais habilitados conforme preceitua a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDB/96. 
Desta forma, o Mais Saber procura ofertar ensino em nível médio, Educação de Jovens e Adultos, reforço escolar e preparatório para Vestibulares proporcionando acesso a educação de qualidade as mais diferentes necessidades das pessoas. 
A metodologia de atuação do Programa Mais Saber consiste em aulas transmitidas pela televisão, em tempo real, no formato de videoconferência, ministradas por professores habilitados, a partir do estúdio instalado na TV Educativa do Estado, em Teresina. (p.2) 
Apesar de o programa ser importante para a formação e o reforço dos alunos para facilitar o ingresso ao ensino superior a matrícula e a presença dos alunos nas aulas durante o nosso período na instituição encontrava-se esporádicos. 
Segundo a coordenadora pedagógica da instituição com base na entrevista de caracterização da instituição, no ano de 2012 dispõem de um diretor, duas coordenadoras pedagógicas, um secretário, dois auxiliares de secretaria, 42 professores e 312 alunos, divididos nos três turnos. A escola têm no seu espaço disponível 08 salas divididas da seguinte maneira: duas salas da 6ª série, duas 7ª série, duas da 8ª série, seis do 1º ano regular, três do 2º ano regular e duas do 3º ano regular, sendo o 1º ano regular concomitante ao técnico em informática ou em administração com duas turmas em funcionamento no turno tarde e duas manhã. 
1.3 SUJEITOS PARTICIPANTES
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Para o desenvolvimento de nossa pesquisa contamos com a participação livre e voluntária dos nove professores que atuam na 7º série da referida instituição CEEP, mas para efeito de amostra e para alcançarmos o objetivo pretendido de nossa pesquisa de investigar como os professores utilizam o computador em suas aulas, utilizamos duas professoras que de fato utilizaram o computador em suas aulas no período de observação não participante. 
Também asseguramos o anonimato dos participantes que aceitaram contribuir com a nossa pesquisa, para dessa forma preservar as identidades e ao mesmo tempo abrir espaço para que os sujeitos sintam a vontade, no qual escolhi os seus cognomes de acordo com as novas tecnologias, assim denominamos a professora Giga e a professora Bytes. 
Para sabermos o aspecto da formação e experiência profissional das professoras participantes, utilizamos das entrevistas por elas concedidas no campo de pesquisa. 
1.3.1 A professora Giga 
Reside em Luiz Correia, tem 51 anos e é solteira. Formou-se em 2003 em Licenciatura Plena em Artes Visuais e está cursando especialização em ciências da educação com acesso ao mestrado no Estado do Ceará. Com relação ao tempo de trabalho na instituição, a professora Giga afirmou que está há somente 01 mês nos turnos manhã e tarde com carga horária de 40h/aulas e sobre a experiência profissional a mesma não respondeu. A mesma leciona no CEEP a disciplina de Arte. 
1.3.2 Professora Bytes 
Reside em Parnaíba, têm 27 anos e é solteira. Formada desde em 2008, em Licenciatura Letras Inglês, no qual leciona no CEEP esta disciplina, atualmente cursa especialização em Gestão Escolar. Pois, trabalha também na coordenação pedagógica da mesma instituição campo de pesquisa daí a necessidade desta especialização. 
Em relação ao tempo de trabalho na instituição, está somente há dois meses na sala de aula, por motivo da ausência do professor titular, a mesma já tem experiência profissional na área, em um curso particular de inglês na cidade de Parnaíba há dois anos, e na Educação Infantil 04 anos e Ensino Fundamental 06 anos. 
1.4 INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
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Para a coleta dos dados utilizamos uma entrevista semiestruturada, observação não participante e o diário de bordo. 
1.4.1 Entrevista Semiestruturada 
Segundo Deslandes (2011, p.64) conceitua entrevista acima de tudo como uma conversa a dois, ou entre vários interlocutores, realizada por iniciativa do entrevistador. Nesse sentido faz parte da comunicação verbal da sociedade e que na pesquisa, busca construir informação relacionada a uma finalidade científica por meio do diálogo. Para Marconi e Lakatos (2008) é uma técnica muito utilizada na investigação social, dando subsídio para responder ao tratamento do problema social. 
Com relação ao conteúdo da entrevista Selltiz (1965:286-95) apud Marconi e Lakatos (2008, p.198) apresentam seis tipos de objetivos, são eles: Averiguação de “fatos”; Determinação das opiniões sobre os “fatos”; Determinação de sentimentos; Descoberta de planos de ação; Conduta atual ou do passado; Motivos conscientes para opiniões, sentimentos ou condutas. 
Em uma entrevista semiestruturada o entrevistador tem liberdade para discorrer acerca das questões que tornam pertinentes a cada situação e em que direção seja mais adequada, no qual as perguntas são do tipo abertas e são respondidas num diálogo informal. O entrevistado responde sem um direcionamento prévio dando a liberdade de expressar a respeito do seu posicionamento. 
Escolhemos esse instrumento para compor nossa pesquisa pelas vantagens que este oferece: pela maior flexibilidade, podendo repetir e esclarecer as perguntas, formular de maneiras diferentes, especificar algum significado; avaliar atitudes e condutas; oportunidade de encontrar informações que não encontramos em fontes documentais que sejam relevantes e significativas, conforme Marconi e Lakatos (2008, p. 200). 
Sabendo das limitações ao escolher essa técnica, não é possível apreender fidedignamente as práticas dos sujeitos, mas as narrativas de suas práticas, segundo a visão deste narrador, aponta Deslandes (2011, p. 49). A experiência do entrevistador e entrevistado conta muito para o êxito da pesquisa, ou caso contrário pode ocorrer a dificuldade de expressão e comunicação, a incompreensão dos entrevistados diante dos objetivos das perguntas e da pesquisa, pois pode omitir dados importantes por medo de revelar sua identidade e a disponibilização de tempo do informante em atender a pesquisa.
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1.4.2 OBSERVAÇÃO NÃO PARTICIPANTE 
Também para dar um suporte maior na pesquisa utilizamos a técnica da observação não participante para captar dados informacionais no campo de estudo e do qual utiliza os sentidos na obtenção dos aspectos, fatos e fenômenos, que são importantes para a compreensão da realidade e possa contribuir para nossa pesquisa. 
Para Minayo (2011, p. 63) define esta técnica como aquela que [...] é feita sobre tudo aquilo que não é dito, mas pode ser visto e captado por um observador atento e persistente. Por isso merece destacar que o pesquisador esteja bem embasado teoricamente para confrontar com o contexto social escolhido, pois o nosso caso são os professores (as) da sala de 7º série do CEEP-LC. Ao contrário da observação participante, o pesquisador se coloca como observador não participando, ou melhor, não interferindo, como afirma (MINAYO 2011, p. 70), no cenário cultural, mas somente com a finalidade de colher dados por meio da compreensão de ações e práticas do cotidiano escolar. Neste sentido Marconi e Lakatos (2008, p. 195) caracterizam como: Presencia o fato, mas não participa dele; não se deixa envolver pelas situações; faz consciente, dirigida, ordenada para um fim determinado. 
Tendo em vista a importância da técnica observação para pesquisa social do tipo qualitativa, buscamos com a observação não participante compreender como os professores fazem o uso dos computadores nas suas práticas pedagógicas com os conteúdos de suas respectivas disciplinas no intuito de melhorar e dinamizar o processo de interação e integração dos alunos na era tecnológica. 
1.4.3 Diário de bordo 
É o principal instrumento utilizado para a coleta de dados da observação, em que define-se como um caderno e ou arquivo eletrônico, onde registramos as informações essenciais captadas no campo de pesquisa e que são utilizados para análise e interpretação dos dados, segundo Minayo (2011, p. 71). 
Segundo Araújo (2011, p.25), verifica, na verdade, é a predominância de casos em que o diário é utilizado como instrumento de coleta de dados sendo acompanhado de um estudo complementar de suas potencialidades. E são escassos os trabalhos sobre o diário como objeto de estudo. 
Buscamos embasar também de acordo Silva & Duarte (2001, p. 2) apud Araújo (2011, p.25) acerca da definição de diário, ao afirmarem que o mesmo se constitui de “[...] um
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conjunto de narrações que refletem as perspectivas do professor, nas dimensões objetiva e subjetiva, sobre os processos mais significativos da sua ação”. Assim corroboramos com a fala dos autores no que tange o registro de aspectos importantes na ação das pesquisadas no decorrer da pesquisa de campo. 
1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
A pesquisa foi realizada no ambiente escolar com a colaboração voluntária de duas professoras do Ensino Fundamental maior 7ª série, tuno tarde em um Centro de Estadual de Educação Profissional - CEEP da cidade de Luiz Correia que atenderam aos requisitos necessários, porque utilizaram o computador na sala de aula, dentre o universo de nove professores (as) que lecionavam nesta turma. 
Para coletarmos os dados no campo de pesquisa utilizamos uma entrevista semiestruturada, a observação não participante e o diário de bordo, no intuito de captarmos as informações pertinentes ao estudo proposto. 
Assim iniciei minha caminhada no dia vinte e dois de outubro de dois mil e doze, deslocando até o Centro de Estadual de Educação Profissional - CEEP para dialogar com o responsável pela direção, mas na ausência fui bem recepcionado pela coordenadora pedagógica para a qual expliquei o motivo da minha presença no ambiente, pois pude colher informações referentes a quantidades de salas de 7º ano à tarde e a com relação a minha proposta de pesquisa, no qual ela já adiantou-me que a escola dispõem de 01 notebook, 01 Datashow e 01 Datashow com computador, podendo os professores no caso de querer utilizar os mesmo devem fazer o agendamento e sendo que uma minoria possui notebook pessoal relato segundo a coordenadora pedagógica. Assim ficou combinado que retornaria depois sem data marcada. 
No dia trinta e um de Outubro retornei ao CEEP-LC porque precisei pegar algumas assinaturas dos(as) professores(as) que aceitarem participar voluntariamente da pesquisa, mas chegando fui informado pelo responsável pela segurança da instituição que não haveria aula, devido acontecer os Jogos Interclasses promovido pela mesma no Ginásio Poliesportivo. Mesmo assim insisti perguntando se tinha algum responsável na secretaria, confirmando que sim, e para não dar viagem à toa, falei com o Secretário adjunto e a secretária adjunta sobre o objetivo de minha pesquisa e com isso se pudesse passar informações sobre as características da instituição, no qual aceitaram gentilmente responder as perguntas contidas no questionário de caracterização emitido pela coordenação do TCC.
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No dia quatorze de novembro desloquei até o respectivo CEEP com toda a documentação necessária para apresentar-me para o diretor, por conseguinte convidar os professores para participarem de minha pesquisa, no primeiro momento duas professoras que se encontravam na sala destinado a eles, aceitaram participar voluntariamente assinando os termos de consentimento livre e esclarecido e o termo de participação da pessoa como sujeito. Sendo a primeira a professora da disciplina de Ciências e segunda a professora da disciplina de Arte, que ambas afirmaram utilizarem o computador. 
Então ao dar continuidade ao questionário de caracterização da escola, descobri que a quantidade é de professores na 7ª série é composto por 9 (nove) docentes. Assim, na data de dezenove de novembro iniciamos as observações dos professores na respectiva sala de 7ª série e finalizamos no dia vinte e nove de novembro do corrente ano. Para isso, elaboramos um roteiro de observação no campo de pesquisa, dessa forma pudéssemos ter um embasamento de nosso trabalho de observação. Foram os seguintes: 
 Observar com que frequência os professores utilizam o computador; 
 De que forma utilizam o computador nas aulas; 
 Com que objetivos é utilizado o computador nas aulas; 
 Observar a relação professor e aluno com a utilização do computador; 
Os dados adquiridos nas observações foram anotados no diário de bordo, para assim facilitar o pesquisador no momento da análise dos dados, reforçando ou questionando com as respostas das entrevistas. 
No primeiro dia observei a professora da disciplina de Português, relatou que não utiliza o computador em suas aulas e que já tinha entrado no ano letivo substituindo a professora da turma por motivo de licença maternidade e o planejamento encontrava-se pronto, dando outro motivo de não utilizar o computador em suas aulas. Também observei a professora que ministra a disciplina de matemática e que aceitou participar da nossa pesquisa assinando os termos e autorizando ser observada e aproveitamento os minutos restantes do fim da aula para conceder a entrevista, esta afirmou também que não utiliza o computador em suas aulas. 
Já no dia vinte de novembro do corrente ano, abordei a professora que ministra a disciplina de história, fui relatar o objetivo de minha presença, na qual aceitou gentilmente assinando os termos e autorizando observar suas aulas, mas já antecipando que não utiliza o
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computador em suas aulas. No mesmo dia, observei a aula da professora de Inglês, no qual me surpreendi, pois era coordenadora pedagógica, a primeira pessoa com quem havia falado ao chegar à instituição com a proposta da pesquisa. Ficando a entrevista combinado para ser realizada em outro momento, que tivéssemos tempo de aplicar. Pois neste dia foi realizada a aplicação de sua avaliação e que a mesma na aula seguinte, utilizou o computador na sala para adicionar as notas no programa Excel, corrigindo na frente do aluno e dando o resultado do desempenho individual da avaliação. 
No dia seguinte observei a aula da professora de Artes, uma das que relatou que utilizava o computador em suas aulas, no qual foi confirmando na observação, pois era que sempre carregava o Datashow acoplado ao computador. Nesse dia os alunos estavam apresentando seminário. Contudo, foi a única que se recusou a colocar o número de RG e CPF nos termos, pelo fato de não gostar de ceder esses números, mantendo sua privacidade. 
Também observei a aula da professora que ministra a disciplina de Ciências que relatou que gosta de utilizar o computador e o Datashow em suas aulas, não nesta série e sim no ensino médio, por achar que esses alunos são muitos agitados, no qual foi confirmado ao passar no corredor, observei que a mesma utilizou o computador neste nível de ensino no período de observação. Abordei também o único professor do sexo masculino que leciona a disciplina de Educação Física nesta sala, que concordou em participar como voluntário assinando os termos e observando suas aulas, entretanto não ocorreu como o combinado, ele não concedeu a entrevista por motivo de falta de tempo. 
Já a professora da disciplina de Ensino Religioso que aceitou participar, assinando os termos e concedendo a entrevista, entretanto não tivemos a oportunidade de presenciar suas aulas, mas somente a aplicação da avaliação, e por meio da entrevista descobríamos que não utiliza o computador em suas aulas. 
O processo burocrático da documentação de aceitação de participação por meio da assinatura dos termos da pesquisa e os procedimentos de concessão de entrevistas foram acontecendo aleatoriamente respeitando a rotina dos professores na instituição, ora na sala de aula, ora na sala dos professores e/ou nos momentos de intervalo. 
No geral fizemos a observação não participante aos nove professores (as) duas semanas ou 50h/aulas na instituição entre aulas e avaliações, sendo um período agitado para todos (corpo discente, docente e administrativo) pelo fato de estar ocorrendo avaliação e aproximar o fim do período letivo, devido ser a maior preocupação da instituição é porque atende alunos que residem bairros ou comunidades distantes e nesse caso dependem de transporte escolar em convênio com o munícipio e por esse motivo têm que acelerar as suas
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atividades e igualar ao da secretaria municipal de educação para assim não prejudicar os seus discentes que porventura fiquem com algumas pendências disciplinares. 
Foi um longo período de observação nessa trajetória de desvelar os aspectos que envolvem o ato pedagógico dos professores, relacionados a utilização do computador nas aulas regulares dos anos finais do ensino fundamental. 
Em sequência será apresentado o Capitulo 2, intitulado Aportes Teóricos da Pesquisa, onde é discutido e realizado o levantamento da revisão literária que nortearam a pesquisa apresentada.
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CAPÍTULO 2 
APORTES TEÓRICOS DA PESQUISA 
Este capítulo denominado aportes teóricos da pesquisa, buscamos na literatura a fundamentação nos autores especialistas na temática como Valente (1999), Moran (2000), Almeida (2005), dentre outros. 
1.6 UM POUCO DA HISTÓRIA ... AS NOVAS TECNOLOGIAS 
As novas tecnologias estão presentes em todos os lugares e em todas as atividades que realizamos desde os primórdios da civilização humana. Na pré-história o homem demonstrou isso por meio da fabricação de ferramentas e utensílios utilizados para deixar as escritas rupestres em paredes das cavernas como forma de registro de seu cotidiano. 
No período Paleolítico, os grupos nômades fabricavam utensílios com pedra lascada facilitando a caça de animais e a coleta de alimentos como frutas e raízes. Desde o início das civilizações, os recursos tecnológicos auxiliam a humanidade avançarem em suas lutas pela sobrevivência. Tendo em vista: 
Na idade da pedra, os homens – que eram frágeis fisicamente diante dos outros animais e das manifestações da natureza – conseguiam garantir a sobrevivência da espécie e sua supremacia, pela engenhosidade e astúcia com que dominava o uso dos elementos da natureza. A água e o fogo, um pedaço de madeira ou osso de um animal era utilizado para matar, dominar ou afugentar os animais e outros homens que não tinham os mesmos conhecimentos e habilidades. A ação bem sucedida de grupos armados desencadeou novos sentimentos e ambições em nossos ancestrais. Novas tecnologias foram sendo criadas não para a defesa, mas para o ataque e dominação. (KENSKI apud ALTOÉ; SILVA, 2007, p. 24). 
Já no Neolítico, o homem estabeleceu-se em locais formando clãs e aldeias, adequando as suas práticas sociais, devido à fabricação de instrumentos mais desenvolvidos como a pedra polida melhorando o corte, podendo desenvolver a agricultura e a domesticação de animais para sua subsistência. Com essa evolução nos instrumentos e desenvolvimento das práticas dos homens em sociedade, Kenski (apud ALTOÉ; SILVA, 2005, p.15), afirma que: 
As pessoas, em seus grupos sociais, foram criando culturas especificas e diferenciadas que foram constituindo-se em conhecimentos, maneiras peculiares e técnicas particulares de fazer as coisas; consequentemente,
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consolidaram as culturas e os costumes, crenças, hábitos sociais que foram sendo transmitidos às gerações. 
A partir dos conhecimentos adquiridos e suas necessidades cada vez mais exigentes, as sociedades foram se diversificando e revolucionando as maneiras de utilização e aperfeiçoamento, como também a criação de novos objetos com que venha atender suas práticas sociais mais satisfatoriamente. 
As inovações no ramo tecnológico acontecem em uma velocidade bastante acelerada alterando as formas de comunicação, informação, comportamentos, interação e de aprendizagem entre as pessoas, pois estão presentes em todos os lugares e momentos inimagináveis, pois com a nova geração as crianças vivem mergulhadas e já acessam desde cedo estes meios, que para outros povos de outra geração seria impossível manusear, por exemplo, a internet, o computador e o celular comum entre outros, mas com o passar do tempo, percebe-se que essa mentalidade vem lentamente alterando. 
Na educação escolar não podiam ser diferentes, as novas tecnologias estão adentrando os muros da escola com muitos suportes e máquinas dinâmicas que devem auxiliar o trabalho do educador. 
O professor tem que está passando por formação continuada e sempre pesquisando no intuito de buscar responder as perguntas na altura certa, como os questionamentos dos alunos da era digital, como também as surpresas que possam ocorrer em situações do cotidiano escolar, uma vez qualificado o professor está mais preparado para lidar com imprevistos e formar cidadãos plenos que saibam exercer seu papel de direito na sociedade. 
Cada vez mais as escolas, estão sendo desafiadas a utilizar as novas tecnologias pedagogicamente, para se ter uma educação diferenciada que atenda aos anseios de uma sociedade em evolução que supere os modelos anteriores. 
Percebemos que os professores de qualquer forma estão sentido a necessidade constante da presença das novas tecnologias no meio educacional, como por exemplo, a TV, o DVD, os computadores, a internet, os vídeos, aparelho de som e outros meios de comunicação e informação. Com este subsídio a prática pedagógica dos professores aliado as mídias pode tornar-se mais significativo e atraente os conteúdos escolares e dessa forma, conseguir atender os desejos e anseios da realidade do aluno. 
Para Moran (1999, p.1) especialista em Educação a Distância, aponta em relação às novas tecnologias e o papel do professor é que:
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A aquisição da informação, dos dados dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podem trazer hoje dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor - o papel principal - é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los. 
O professor tem que se policiar com relação a aprendizagem para que esta ocorra mais facilmente, no qual o conteúdo deve está relacionado o mais próximo ao contexto cognitivo da criança, sendo intelectual ou pessoal, pois dessa forma a informação seja melhor internalizada possuindo um real significado para a mesma. Também um dos aspectos importantes é que o professor valorize e respeite as diferenças individuais, respeitando os limites dos alunos e com isto, sintam-se mais seguros. 
Procurando uma definição de computador no Dicionário Eletrônico Houaiss (ON LINE), encontramos a seguinte afirmação: o que computa; calculador, calculista. Rubrica: informática. Máquina destinada ao processamento de dados, capaz de obedecer a instruções que visam produzir certas transformações nesses dados para alcançar um fim determinado. Já no Dicionário Aurélio Eletrônico (ON LINE), define: Máquina capaz de receber, armazenar e enviar dados, e de efetuar, sobre estes, sequências previamente programadas de operações aritméticas (como cálculos) e lógicas (como comparações), com o objetivo de resolver problemas. Dessa forma o computador necessariamente exige um operador para que manipule no sentido de resolver seus trabalhos ou objetivos, com o qual o computador sozinho não processa os dados desejados. 
O computador ligado a internet é possível a transmissão de informações na comunicação no processo de construção do conhecimento, pois por meio dela podemos fazer diversas pesquisas via web, fazer download de livros digitalizados, de revistas eletrônicas, chat “conversas em tempo real”, correio eletrônico, adquirindo informações em tempo real na sua residência, no trabalho, ou Lan House e em outros lugares caso o internauta possua outro aparelho com suporte via rede internet. 
A internet nasceu de uma necessidade de melhorar a comunicação no planejamento e estratégias de batalhas militares caso ocorresse um ataque nuclear, sendo desenvolvido por uma equipe de pesquisa de universidades americanas. Desse modo, verificando a importância da internet como ferramenta segura de transmissão de informações, passou-se a utilizá-la como produto a partir da segunda metade da década de 1990, chegando ao Brasil somente em Maio de 1995 com a empresa Embratel, sendo 26 anos que separam do surgimento até chegar ao Brasil.
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Assim no contexto das grandes transformações na educação, o governo brasileiro construiu um documento, legitimando um programa de informatização das escolas denominado PROINFO, tendo como objetivo dar o impulso no processo de universalização do uso da tecnologia de ponta no sistema público de ensino, buscando reduzir as diferenças de oportunidades que encontramos entre os alunos de escolas públicas e os da escola particular. 
1.6.1 COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO 
O computador inserido na escola pode assumir duas formas de uso pelos professores: o Instrucionismo e o Construcionismo (VALENTE 1999). 
No instrucionismo, o computador é utilizado como meio de transmitir a informação se comportando como máquina de ensinar e a abordagem pedagógica é a instrução auxiliada pelo computador, utilizando softwares como os tutoriais e os de exercício-e-prática. Nesse caso mantém a abordagem tradicional de ensino do professor, devido ao invés de utilizar o livro como instrução, o computador o substitui. Como podemos observar a imagem logo abaixo: 
Instrucionismo 
Segundo essa abordagem, Valente (1999 p.2) comenta: 
[...] não exige muito investimento na formação do professor. Para ser capaz de usar o computador nessa abordagem, basta ser capaz de inserir o disquete ou, quando muito, ser treinado nas técnicas de uso de cada software. No entanto, os resultados em termos da adequação dessa abordagem no preparo de cidadãos capazes de enfrentar as mudanças que a sociedade está passando, são questionáveis. Tanto o ensino tradicional, quanto sua informatização, preparam um profissional obsoleto.
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Busca-se dessa forma superar esta forma de utilização do computador por não alterar a dinâmica de ensino e aprendizagem que as escolas predominam, buscando meios de alternar nas atividades pedagógicas os recursos que o computador dispõem para dinamizar suas aulas. 
Enquanto no construcionismo, o computador passa a ser máquina para ser ensinada, o aluno constrói o seu conhecimento, usando a linguagem de programação, descreve as resoluções dos seus problemas, reflete sobre os resultados e depura suas ideias buscando novas formas de resolver. Segundo Valente (1999 p.2) nesse caso, o software utilizado podem ser os softwares abertos de uso geral, como as linguagens de programação, sistemas de autoria de multimídia, ou aplicativos como processadores de texto, software para criação e manutenção de banco de dados. Vejamos a imagem representativa baseada no Construcionismo: 
Construcionismo 
Entretanto conforme, Valente (1999 p.2): 
Por outro lado, o uso do computador na criação de ambientes de aprendizagem que enfatizam a construção do conhecimento, apresenta enormes desafios. Primeiro, implica em entender o computador como uma nova maneira de representar o conhecimento, provocando um redimensionamento dos conceitos já conhecidos e possibilitando a busca e compreensão de novas idéias e valores. Usá-lo com essa finalidade, requer a análise cuidadosa do que significa ensinar e aprender bem como, demanda rever o papel do professor nesse contexto. 
Utilizando o computador como ambiente de aprendizagem o aluno busca resolver problemas ou realizar tarefas como desenhar, escrever, calcular, etc. Sendo preciso uma base
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de conhecimento tanto do aluno como do professor na mediação do processo de ensino aprendizagem. 
De acordo com a classificação da utilização do computador nas escolas segundo Borges Neto (1998, p.2) caracteriza em quatro formas, sendo elas: a informática Aplicada à Educação, a Informática à Educação, Informática Educacional, Informática Educativa. 
Nesta primeira forma, faz o uso de aplicativos da informática em trabalhos tipo controles administrativos ou acadêmicos, como emitir relatórios, escrever textos, confeccionar tabelas, manipular bancos de dados, controlar fluxo de pagamento. Entende-se assim que a mesma é usada para a organização administrativa do processo escolar, segundo Borges Neto (1998, p. 2): 
A segunda, caracteriza-se pela utilização do computador através de softwares desenvolvidos para propiciar suporte à educação, como os tutoriais ou outros aplicativos que, em geral, trazem características bem lineares de aprendizagem; o aluno vai ao laboratório tirar suas dúvidas, em aulas tipo reforço, usando tutoriais ou “livros multimídias”, ou mesmo consultando a Internet. A maioria de software utilizados nessa etapa usam pouco os recursos de computação, como os hipertextos para navegação intra-texto, não permitindo uma navegação eficiente e de livre escolha do usuário. 
Na Informática à Educação, entendemos que seu uso há uma limitação na navegação dos softwares ou na internet, não permitindo retorno ao estágio inicial ou níveis anteriores, comprometendo o processo de utilização do computador, enquadrado apenas como máquina de ensinar de Skiner. 
A Informática Educacional traz como perspectiva uma utilização da informática que concorra para a educação, caracterizando-se pelo uso do computador como ferramenta para a resolução de problemas. Os projetos são atividades desenvolvidas onde grupos de alunos são orientados a desenvolver determinado tema. Podem usar todos os recursos que tem direito e acesso, consultas a bancos de dados, a rede de internet, troca de informações, participação de listas de discussões... Conforme Borges Neto, (1998, p.3). 
Compreendemos ser um uso mais amplo de liberdade pelo fato os alunos poderem acessar todos os meios computacionais disponíveis; entretanto, pode não acontecer um ensino e aprendizagem eficaz do conteúdo, por muitas vezes não ter uma participação efetiva de um professor especialista no acompanhamento do trabalho, no que concerne a questão da formação para trabalhar com o computador, pois o mesmo participa mais como um consultor
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(in) formal, como aquele que encaminha os alunos ao responsável pela sala de informática, que é quem dá os andamentos ao projeto, conforme (BORGES NETO, 1998). 
E por fim, a Informática Educativa, que se caracteriza pelo uso da informática como suporte ao professor, como um instrumento a mais em sua sala de aula, no qual o professor possa utilizar esses recursos colocados a sua disposição. 
Nesse nível, o computador é explorado pelo professor especialista em sua potencialidade e capacidade, tornando possível simular, praticar ou vivenciar situações- podendo até sugerir conjecturas abstratas -, fundamental a compreensão de um conhecimento ou modelo de conhecimento que se está construindo. Borges Neto (1998, p. 4). 
Esta forma de utilizar do computador assume um papel importante na propagação do conhecimento, uma vez que funciona como recurso didático na representação específica de um saber, facilidades de manuseio, feedback e uma possibilidade para acompanhar, a distância, a construção de um conhecimento realizado pelo aluno, assim como afirma Borges Neto, (1998). 
1.6.2 Uma breve história da informática na educação no Brasil 
No Brasil a introdução da informática foi diferente dos Países como a França e EUA, a sua implantação iniciou-se nas universidades em 1970 e já 1971 aconteceu na Universidade Federal de São Carlos um seminário intensivo sobre o uso do computador no ensino de Física ministrado por E. Huggins, especialista da Universidade de Dartmouth, E.U.A. (Souza, 1983). No mesmo ano o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras organizaram I ACONTECE, no qual um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), acoplou, via modem, um terminal no Rio de Janeiro a um computador localizado no campus da USP (Souza, 1983). 
Na UFRJ em 1973, o Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde e o Centro Latino-Americano de Tecnologia Educacional (NUTES/CLATES) usou software de simulação no ensino de Química. A UFRGS, nesse mesmo ano, realizaram-se algumas experiências, usando simulação de fenômenos de Física com alunos de graduação e na mesma universidade o Centro de Processamento de Dados desenvolveu o software SISCAI para avaliação de alunos de pós-graduação em Educação. Segundo Valente, em 1982, o SISCAI foi traduzido para os microcomputadores de 8 bits como CAIMI (CAI para
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MIcrocomputadores), funcionando como um sistema CAI e foi utilizado no ensino do 2ºgrau pelo grupo de pesquisa da Faculdade de Educação (FACED), liderado pela Profa. Lucila Santarosa, conforme Valente (1999). 
Na UNICAMP, em 1974, Valente desenvolveu com um aluno de iniciação científica, Marcelo Martelini, um software tipo CAI implementado em linguagem BASIC, para o ensino de fundamentos de programação BASIC. Esse CAI foi usado por alunos do Mestrado em Ensino de Ciência e Matemática, coordenado pelo Prof. Ubiratan D’Ambrósio, realizado no Instituto de Matemática, Estatística e Ciência da Computação e financiado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e Ministério da Educação (MEC) nas palavras de Valente (1999). Em 1975, aconteceu a primeira visita de Seymour Papert e Marvin Minsky ao Brasil, que lançaram as primeiras sementes das ideias do Logo. E em 1976, retornam para ministrar seminários e participar de atividades de grupos de pesquisas do logo aplicado a educação. No qual o grupo de pesquisa foi consolidado com a criação do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED), em maio de 1983. Em 1981, o Logo foi intensamente utilizado por um grupo de pesquisadores liderados pela Profa. Léa da Cruz Fagundes do Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC) da UFRGS. O LEC foi criado em 1973 por pesquisadores preocupados com as dificuldades da aprendizagem de matemática apresentadas por crianças e adolescentes da escola pública. 
Os estudos realizados tinham uma forte base piagetiana e eram coordenados pelo Dr. António Battro, discípulo de Piaget, conforme Valente (1999). Com os avanços das pesquisas e experiências dentro e fora do Brasil, despertaram os interesses das universidades e do governo e resolveram implantar programas educacionais com a utilização da informática nas instituições. Assim, aconteceu o primeiro e o segundo Seminário Nacional de Informática em Educação, na Universidade de Brasília em 1981 e Universidade Federal da Bahia em 1982. 
Desses dois seminários originou o EDUCOM implantado pela Secretaria Especial de Informática (SEI) do MEC. Possibilitando a formação de pesquisadores das universidades e de profissionais das escolas públicas na realização de diversas ações como o Concursos Nacional de Software Educacional (em 1986, 1987 e 1988), a implementação do FORMAR Curso de Especialização em Informática na Educação (realizados em 1987 e 1989), e implantação nos estados do CIEd que são os Centros de Informática em Educação (iniciado em 1987). Em 1989, foi implantado na Secretaria Geral do MEC o Plano Nacional de Informática Educativa o PRONINFE. Esse programa consolidou as diferentes ações que tinham sido desenvolvidas em termos de normas e uma rubrica no Orçamento da União, realizou o FORMAR III (Goiânia) e FORMAR IV (Aracajú) destinados a formar professores
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das escolas técnicas e implantou os Centros de Informática Educativa nas Escolas Técnicas Federais (CIET). E por fim em 1997, foi criado o Programa Nacional de Informática na Educação PROINFO, vinculado à Secretaria de Educação a Distância-SEED do MEC. 
De acordo com (Valente, 1999) podemos diferenciar o programa de informática na educação do Brasil e da França e Estados Unidos, sendo a primeira é a relação que se estabeleceu entre os órgãos de pesquisa e a escola pública. Na França, as políticas implantadas pelo governo não foram necessariamente frutos da pesquisa e não houve o estabelecimento de uma ligação direta entre os centros de pesquisa e escola pública. Nos Estados Unidos, embora tenham sido produzidas inúmeras pesquisas, estas podiam ou não ser adotadas pela escola interessada em implantar a informática. 
A segunda diferença entre o programa brasileiro e o francês e americano é a descentralização das políticas e sistemática de trabalho estabelecida entre o MEC e as instituições que desenvolvem atividades de informática na educação. No caso da informática na educação, as decisões e as propostas não têm sido totalmente centralizadas no MEC, mas fruto de discussões e propostas feitas pela comunidade de técnicos e pesquisadores da área. Pois sua função foi de acompanhar, viabilizar e implementar essas decisões. Portanto, no Brasil, as políticas de implantação e desenvolvimento da informática na educação não são produto somente de decisões governamentais, como na França, nem consequência direta do mercado como nos Estados Unidos. 
A terceira diferença é com relação à proposta pedagógica e o papel que o computador desempenha no processo educacional. No programa brasileiro, o papel do computador é o de provocar mudanças pedagógicas profundas, em vez de "automatizar o ensino" ou preparar o aluno para ser capaz de trabalhar com a informática. Essa proposta de mudança sempre esteve presente, desde o I Seminário Nacional de Informática na Educação, realizado em Brasília. Todos os centros de pesquisa do projeto EDUCOM atuaram na perspectiva de criar ambientes educacionais, usando o computador como recurso facilitador do processo de aprendizagem. O intuito dessa abordagem educacional seria transformar uma educação em que o aluno pudesse realizar atividades por intermédio do computador e, assim, aprender. Por isso toda a plataforma da informática na educação, por meio da formação dos pesquisadores dos centros, os cursos de formação ministrados e mesmo os software educacionais desenvolvidos por alguns centros eram elaborados, tendo em mente a possibilidade desse tipo de mudança pedagógica. 
Uma das vantagens do foco brasileiro na introdução da informática foi a formação dos profissionais para trabalharem o computador como recurso pedagógico nas suas aulas
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facilitando o ensino-aprendizagem numa abordagem construcionista em que o aluno aprende manipulando o computador por meio de jogos, programas educacionais e ambiente virtual de aprendizagem, como também na implantação de projetos de incentivo a criação de software educacional por profissionais em universidades.
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CAPÍTULO 3 
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 
Neste capítulo buscamos analisar os dados produzidos durante a permanência no período no campo de pesquisa, por meio da aplicação de uma entrevista semiestruturada e observação não participante às aulas das duas colaboradoras. Assim, para uma melhor compreensão, dividimos os dados em categorias os quais apresentaremos e analisaremos para alcance dos objetivos propostos. 
Os dados coletados foram divididos em oito categorias, de acordo com as temáticas abordadas. São elas: Uso do computador no cotidiano; Formação para o uso do computador; O uso do computador na prática pedagógica; O uso do computador nas aulas; Reação dos alunos com a utilização do computador; Utilização do Laboratório de informática; Dificuldades em trabalhar com o computador e por último o aperfeiçoamento para o uso do computador nas aulas. 
Como já citado, as colaboradoras serão identificados por cognomes da área da informática. Ressaltamos que as duas professores selecionadas atenderam aos requisitos necessários, porque utilizaram o computador na sala de aula, dentre o universo de nove professores (as) que lecionavam nesta turma de 7ª série, turno tarde do Ensino Fundamental – séries finais, de um CEEP de Luiz Correia-PI. 
3.1. USO DO COMPUTADOR NO COTIDIANO 
Para esta categoria, perguntamos o seguinte: Você tem computador em casa ou notebook ou netbook? Em caso afirmativo, como faz uso dessa tecnologia? Para quê? 
Tenho somente um computador de mesa. Utilizo para estudar, no qual faço curso à distância e às vezes acesso as redes sociais. (PROFESSORA GIGA) 
Tenho 01 computador de mesa e 01 notebook. Utilizo para fazer pesquisas, baixar arquivos, vídeos e músicas educativas, como também para o trabalho da coordenação pedagógica, na preparação das aulas e para divertir-se. (PROFESSORA BYTES) 
Com base nas falas das duas professoras, estas confirmaram a utilização do computador em seus cotidianos, tanto no trabalho, como em casa. Foi recorrente nas afirmações das mesmas, utilizarem para o trabalho, realizar pesquisas, estudos, acesso às redes sociais e diversão. Entretanto infere-se nos relatos destacados, onde torna mais evidente
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o uso do computador de forma mais abrangente por parte da professora Bytes, pois além de utilizar como diversão, faz uso no seu trabalho para a coordenação pedagógica e na preparação de suas aulas da disciplina de inglês. 
Com base no exposto, buscamos compreender em Valente (1999, p.1), as rápidas mudanças com o uso computador: 
Se a mudança na Educação é lenta e quase imperceptível, a mudança em outros segmentos da nossa sociedade - como no sistema produtivo - é rápida, visível, afetando drasticamente o nosso comportamento, principalmente o modo de trabalhar e, por conseguinte, o modo de pensar e atuar. 
O mercado produtivo exige mudanças rápidas nos comportamentos das pessoas, para que se adaptem às novas tecnologias, no intuito de atender a demanda de exigências da clientela, sejam empresas educacionais ou não, por conta até mesmo da própria sociedade, no qual o sistema educacional a sua introdução das NTICS ainda continuam lentas. 
Também na fala da professora Giga está relatou que usa o computador para estudar a distância, segundo Moran (2000, p.1) define está modalidade de ensino, sendo um processo de: 
[...] ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes. 
Entendemos que está modalidade necessita ter além de momentos presenciais, onde que professores e alunos não estando fisicamente no mesmo local e horário devem estar conectados por meio das NTICS. 
3.2 FORMAÇÃO PARA O USO DO COMPUTADOR 
Nessa categoria buscamos compreender se as professoras fizeram algum curso de informática e se caso positivo, tinha sido particular ou ofertado pela rede de ensino que trabalha atualmente ou trabalhou no intuito de capacitação em um processo de formação continuada com as novas tecnologias de informação e comunicação para aplicação no ambiente escolar e no seu cotidiano.
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A esse respeito perguntamos da seguinte maneira: Você fez algum curso para trabalhar com o computador? Caso for afirmativo, foi particular ou oferecido pela secretária de educação? 
Fiz um curso de informática básico sendo particular, mas desisti, porque uma hora de curso passava rápido. (PROFESSORA GIGA) 
Sim. Fiz um curso de informática, sendo particular. (PROFESSORA BYTES) 
Nesta passagem, a professora Giga iniciou um curso de informática, mas percebemos que a mesma não chega a concluir. Já a segunda afirma que fez um curso de informática também por conta própria, inferindo que concluiu o curso. 
Dessa forma inferimos que as professoras em questão, reconhecem a importância de uma formação para o uso do computador tendo em vista que ingressaram em um curso de informática, entretanto mesmo assim a professora Giga não o concluiu. 
A questão fundamental é recorrente (MORAN, ALMEIDA 2005, p.23): sem o conhecimento técnico será impossível implantar soluções pedagógicas inovadoras e vice- versa; sem o pedagógico os recursos técnicos disponíveis serão adequadamente utilizados? Pois não adianta ter o conhecimento básico somente das ferramentas do computador, e sim está aliado ao conhecimento da prática pedagógica em que um complementa o outro numa construção do saber fazer dentro da sala de aula. 
Também podemos concluir que apesar do tempo de trabalho destas na instituição, máximo dois meses, aparentemente a rede de ensino que atuam ainda não ofereceu um curso de qualificação para o trabalho com computador no ambiente pedagógico. Segundo a legislação, para que os profissionais possam trabalhar com as NTICS é necessário que tenham formação na área. 
3.2.1 O USO DO COMPUTADOR NA PRÁTICA PEDAGÓGICA 
Ainda de acordo com o uso do computador, agora na prática docente na sala de aula, questionamos as interlocutoras: Você acha que esse conhecimento é útil em sua prática pedagógica? Por quê? Como? 
Foi muito importante, mas acho que é preciso melhorar minha prática pedagógica, como por exemplo, na utilização do programa Power Point e outros. (PROFESSORA GIGA)
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Com certeza, pois tudo que faço hoje com o computador foi graças a esse conhecimento adquirido, podendo muitas vezes no meu trabalho economizar folhas e o meu tempo. (PROFESSORA BYTES) 
Percebemos no depoimento da professora Giga uma falta de conhecimento (ou prática) em utilizar programas básicos de apresentação, como o Power point3 e outros que não relatou. Na sua concepção, este fato representa uma grande barreira no seu trabalho pedagógica, como por exemplo, na elaboração de slides dos conteúdos para exposição de suas aulas. 
Neste sentido, descrevo um trecho do diário de bordo no período de observação da professora Giga: 
Dia 21 de novembro de 2012: 
Solicitou aos grupos que iniciassem as apresentações dos seminários programados para aquela data. Dessa forma os alunos apresentaram o seminário utilizando o computador acoplado ao Datashow ou retroprojetor, que a professora trouxe já combinado com os grupos. Os alunos fizeram os slides com textos e imagem pesquisados da internet sobre a História da Arte e Arte moderna. Já outro grupo para a sua apresentação confeccionou um cartaz e a professora colocou o vídeo da música popular brasileira “roda viva” que fazia parte da temática, passando para a turma que a professora estava preparada com os recursos relacionados com tema em questão. Pois esses alunos trouxeram a música somente escrita, mas a professora trouxe em DVD. (PROFESSORA GIGA). 
Apesar da docente aparentemente não saber construir os slides, um grupo de alunos demostraram que são hábeis nesta ferramenta de apresentação. Ao contrário do outro grupo que não trouxe recursos suficientes para dinamizar o seu conteúdo de estudo, contudo a mesma apresentou o vídeo que abordava a temática. 
Ainda com relação ao seu relato, pudemos perceber o reconhecimento da sua dificuldade, pois sua atitude demostra um lado positivo, podendo despertar para um repensar de sua prática numa posterior busca de uma formação sólida na área da informática educativa. 
No discurso da professora Bytes inferimos que este conhecimento está sendo aparentemente mais aproveitado para atividades administrativas ao invés do fazer pedagógico, como por exemplo, no seu trabalho de coordenação pedagógica e a inclusão de notas das avaliações dos discentes no diário. 
3 O PowerPoint é um editor de apresentações que oferece muitos recursos, possibilitando a integração de objetos multimídia (som, imagem, filme, texto, gráfico) e definição de efeitos programados. Permite, portanto, a personalização dos slides de acordo com as preferências do usuário e o tipo de utilização a que se destina. Na área educacional pode ser uma ferramenta útil para mostras e documentação de trabalhos. (FREIRE, PRADO 2000 p.17)
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Vejamos o relato do diário de bordo da professora Bytes, em relação à utilização do computador em suas aulas. 
Dia 22 de novembro de 2012 
Chamava os alunos por ordem da lista de frequência, assim corrigia as provas na presença dos mesmos e utilizando o seu notebook colocava as notas das provas por meio do programa Excel. (PROFESSORA GIGA). 
Segundo Valente (1999 p.6) baseado na abordagem construcionista, professores e administração escolar por meio da convivência com o computador pode [...] implicar na construção de conhecimento pedagógico sobre como usar [...] e mudanças administrativas de modo que o computador possa vir a ser parte das atividades realizadas pelos próprios professores da escola. Quando toda escola utiliza o computador para diversas funções, ficaria mais fácil o acesso e sua utilização pedagógica pelos (as) professores (as). Entretanto não é o que percebemos in lócus, as professoras ainda têm resistências quanto ao uso nas salas de aulas seja de forma colaborativa pelos alunos ou como recurso de ensino aprendizagem. 
Buscamos a funcionalidade do Excel do pacote Office em Freire e Prado (2000 p.23) descobrimos que: 
A planilha eletrônica Excel oferece recursos para efetuar cálculos matemáticos, financeiros e contábeis, bem como gerar diversos gráficos. Pode-se utilizá-la com diversas finalidades, desde o controle do orçamento doméstico até o gerenciamento financeiro de uma empresa. Na escola, é muito útil para tratar dados provenientes de pesquisas, produzir e interpretar gráficos e tabelas. 
Vimos que o programa oferece recursos não só pedagógicos mais também para uso em empresas e na vida pessoal. 
3.3 UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NAS AULAS 
O computador pode ser um importante recurso para promover a passagem da informação ao usuário ou facilitar o processo de construção de conhecimento. A aprendizagem pode ocorrer de duas formas: a primeira pela memorização seguindo o modelo tradicional e a outra pelo processamento da informação na qual o denominamos de construção do conhecimento, conforme Valente (1999 p.1).
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Nesse questionamento buscamos saber por que e como as professoras utilizam o computador nas suas aulas, no qual perguntamos da seguinte maneira: Você utiliza o computador em suas aulas? Por quê? Como? 
Sim. Utilizo o computador. Porque as aulas não ficam limitadas, desperta a curiosidade dos alunos diante das diversidades de estilos artísticos da música, imagens, desenhos, textos, demostrando por meio de DVDs, computador e Data Show. (PROFESSORA GIGA) 
Sim. Porque é uma ótima ferramenta e economiza tempo, chama atenção dos alunos, sempre procuro trazer algo diferente para as aulas, como na apresentação de vídeos, músicas, slides conforme o conteúdo e utilizo na própria elaboração das atividades. (PROFESSORA BYTES) 
Diante dos relatos fica evidente que as duas utilizam o computador, porém ambas com visões e finalidades diferentes e ora que aproximam no caso de despertar a curiosidade e interesse do alunado. 
A professora Giga utiliza porque dar uma maior possibilidade de demostrar o conteúdo de sua disciplina artes e também por despertar a curiosidade dos seus alunos. Já professora Bytes justifica por economia de tempo na elaboração de material, além de despertar o interesse dos alunos e dinamizar as aulas. 
A respeito da contribuição das mídias audiovisuais Almeida (2005, p.41) comenta: 
A linguagem produzida na integração entre imagens, movimentos e sons atrai e toma conta das gerações mais jovens, cuja comunicação resulta do encontro entre palavras, gestos e movimentos, distanciando-se do gênero do livro didático, da linearidade das atividades da sala de aula e da rotina escolar. 
A dinâmica de introdução das mídias audiovisuais nas atividades pedagógicas principalmente do computador atrai e desperta atenção devido já fazer parte da vida da geração mais jovem e consequentemente dos alunos presentes nas escolas. 
Por isso é fundamental os professores utilizarem de forma consciente e apropriada a cada conteúdo de forma criativa. 
No período de observação fizemos as seguintes anotações. 
Dia 23 de novembro de 2012 
[...] continuidade as apresentações dos seminários da História da Arte. Somente um grupo trouxe a apresentação em slides [...]. A professora projetou (o Data Show)4 na parede do 
4 O data show é apresentado diretamente da tela do computador, pode ser acoplado a vários tipos de mídia e é de fácil transporte. O custo de aquisição deste equipamento é alto, nem sempre está disponível em locais de apresentação e a sala deve ficar no escuro (RAMO, CUNHA, FRIZZO) apud (SCHMIDT; PAZIN FILHO, 2007).
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fundo da sala, por achar um local melhor para a projeção, mas inadequadamente para a visão dos alunos por causa da iluminação natural atrapalhar a visualização e até mesmo porque os alunos têm que virar de costas e saírem da frente da projeção. (PROFESSORA GIGA) 
Tendo em vista o compromisso da professora com o uso do computador para dinamizar as suas aulas enriquecendo os conteúdos, percebemos que a estrutura da sala de aula ainda não favorece que professores e alunos tenham uma boa visualização com o uso dos recursos pedagógicos, interferindo em toda a dinâmica da sala de aula, dispersando a atenção da turma. 
Para Moran uma escola de qualidade deverá atender alguns requisitos: 
Precisa fundamentalmente de professores bem preparados, motivados, e bem remunerados e com formação pedagógica atualizada. 
[...] salas confortáveis, com boa acústica e tecnologias, das simples até as sofisticadas. [...] sala de aula hoje precisa ter acesso fácil ao vídeo, DVD e, no mínimo, um ponto de Internet, para acesso a sites em tempo real pelo professor ou pelos alunos, quando necessário. 
Um computador em sala com projetor multimídia são recursos necessários, embora ainda caros, para oferecer condições dignas de pesquisa e apresentação de trabalhos a professores e alunos. 
Segundo o autor para que a escola de qualidade aconteça, deverá ocorrer uma revolução nas bases de sua estrutura, ou seja, passar pela formação continuada do profissional, transformação da infraestrutura da escola e da sala de aula e a implantação de recursos multimídias de última geração. 
Verificamos nas falas das professoras que as mesmas utilizam o computador com o Datashow porque reconhecem seus benefícios de ensino e aprendizagem, entretanto percebemos na observação de uma professora que muitas vezes a sua prática de utilização torna-se limitada por desconhecimento de seu potencial de uso, devido uma carência de formação na área, como também a estrutura da escola que contempla a esse favorecimento. 
3.4 REAÇÃO DOS ALUNOS COM A UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR 
Desta vez interrogamos as participantes da seguinte forma: Quando você utiliza o computador em sala de aula, qual a reação dos alunos? Por quê? Como? 
Os alunos demostram curiosidade. Porque eles apropriam de elementos culturais diversos por meio da visualização de vídeos em DVDs. (PROFESSORA GIGA)
46 
É bem interessante, porque os alunos ficam mais atentos aos conteúdos e participam mais das aulas. (PROFESSORA BYTES) 
De acordo com as respostas das professoras as mesmas confirmaram que os alunos reagem por meio da curiosidade e da atenção diante dos conteúdos nas aulas. 
No qual a primeira afirma que por meio dos vídeos que reproduz durante suas aulas, além de despertar a curiosidade dos mesmos, expõe que melhora a aprendizagem com relação aos conteúdos de sua disciplina, enquanto a segunda relatou que os alunos ficam mais atentos e acontece uma maior participação nas aulas. 
Entretanto não foi possível presenciar na observação da professora Bytes utilizando o computador na aplicação dos conteúdos, mas somente colocando as notas das avaliações diretamente no programa Excel. 
Nessa direção Bettega (2010, p.22) ressalta que “Também se percebe que a tecnologia atrai mais a atenção dos alunos, pois o computador torna mais fácil o aprendizado de disciplinas consideradas difíceis, como a Física e a Química, melhorando, assim, o desempenho escolar”. 
Conforme o exposto, observamos que o computador é um ótimo recurso de aplicação nas aulas devido os alunos reagirem positivamente com sua introdução, seja por meio de projetos educacionais ou por conteúdos das disciplinas e até mesmo na parte administrativa do professor. 
3.5 UTILIZAÇÃO DO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA 
O PROINFO é um programa educacional de introdução das novas tecnologias nas escolas públicas como ferramenta de apoio e ao processo de ensino-aprendizagem, proposto pelo Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação a Distância criado Portaria nº 522, de 9 de abril de 1997, (BRASIL, 1997). 
Nesse contexto, perguntamos as interlocutoras o seguinte: Quando o laboratório de informática estava em funcionamento, você alguma vez levou os alunos até lá para utilizar os computadores como recurso de ensino e aprendizagem dos conteúdos. Por que você decidiu fazer isso? Como foi esse momento para você e para os alunos? Por quê? 
Não. Porque quando cheguei à instituição, o laboratório de informática já não estava em funcionamento, pois encontrava em reforma. (PROFESSORA GIGA)
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Não nunca levei. Porque nesse momento eu era somente coordenadora pedagógica, pois faz somente dois meses que iniciei como professora na instituição, por ocasião da ausência da professora da disciplina de inglês. (PROFESSORA BYTES) 
Ao analisarmos os relatos das colaboradoras, ambas afirmaram que nunca levaram os seus alunos ao Laboratório de Informática- LI, com justificativas distintas, pois a professora Giga relata porque a sala encontrava-se em reforma. Contudo a professora Bytes explica que não era docente na instituição na época de funcionamento do LI, somente exercendo a função de coordenadora pedagógica. 
O Programa Nacional de Informática na Educação- Proinfor têm os seguintes objetivos: melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem; incorporar novas tecnologias de informação nas escolas por meio de criação de nova ecologia cognitiva; propiciar uma educação que busque o desenvolvimento científico e tecnológico e educar para uma cidadania global numa sociedade mais desenvolvida tecnologicamente, (BRASIL, 1997). 
Conforme explicitado nos objetivos do programa, percebemos o quanto a instituição como um todo, principalmente os alunos, perdem pela ausência desta sala de informática em funcionamento, tendo em vista ser um espaço de ensino e aprendizado para aluno e docente aliado a formação contínua para o uso NTICS na sala de aula. 
É importante buscarmos o relato da professora com relação ao não funcionamento da sala de Informática na instituição. 
Entrevista realizada em novembro de 2012 
[...] o bom seria uma sala com os recursos prontos (instalados). (PROFª BYTES) 
Diante do relato da professora inferimos que ela sente a necessidade de um espaço apropriado e equipado com recursos tecnológicos a disposição dos professores a realização de suas atividades, que podemos denominar de Laboratório de Informática-LI que a escola já dispõe, mas pelo fato de não funcionar e nunca ter levado os alunos até lá, a mesma não ver este local dentro de sua concepção de trabalho pedagógico. 
Também inferimos que a mesma pode aparentemente estar culpabilizando a ausência deste espaço, no intuito de justificar o não uso do computador nas suas atividades pedagógicas na sala porque demanda um pouco mais de trabalho e tempo para instalação dos recursos.
48 
Portanto analisamos que as professoras não utilizam o laboratório por motivo de reforma, conquanto sabem da importância deste espaço atendendo as diretrizes do programa do Proinfor. 
3.6 DIFICULDADES EM TRABALHAR COM O COMPUTADOR 
Os entraves no uso desses recursos didáticos, como os computadores, precisam ser vencidos, e o ideal é que tenhamos mais experiências positivas acontecendo segundo Bettega (2010, p.111). Nessa direção indagamos as entrevistadas: Você sente dificuldades em trabalhar com o computador na sala de aula? Por quê? Como? Com relação a essa questão elas responderam: 
Sinto um pouco de dificuldade. Mas a cada dia aprendo mais, principalmente com os colegas de profissão, também fazendo pesquisas e até mesmo com os próprios alunos. (PROFESSORA GIGA) 
Não. Porque já está habituada no manuseio e tudo o que vejo na internet relacionado com a minha prática pedagógica, logo estou baixando para aplicação em minhas aulas. Mas como o tempo de aula é muito curto, dificulta um pouco, o bom seria uma sala com os recursos prontos (instalados). (PROFESSORA BYTES) 
Ao analisarmos as respostas dos depoimentos das interlocutoras percebemos que ambas são contrárias, enquanto a primeira têm dificuldades, a outra não encontra nenhuma dificuldade com a utilização do computador em sua prática pedagógica. 
Neste sentido Garcia (2012, p.6-7) vai de encontro com o relato da primeira professora no âmbito das barreiras enfrentadas com a utilização da TIC5 na educação: 
É preciso, primeiramente, superar o desafio da condição do professor de “forasteiro” digital, reconhecendo que a maioria dos docentes não nasceu neste mundo repleto de tecnologias como seus alunos, que são nativos digitais e que não concebem o mundo sem essas engenhocas eletrônicas. 
Em segundo lugar, é necessário superar o desafio da ineficiência da formação inicial. 
Em terceiro lugar, é preciso superar o desafio da formação contínua baseada no modelo de racionalidade técnica (clássico), reconhecendo que essa formação, do modo que está organizada, também não é transformadora de 
5 TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação. Terminologia que resulta da junção de algumas tecnologias de informação (antes chamadas de Informática) e as tecnologias de comunicação (antes denominadas como telecomunicações e mídia eletrônica). Essas tecnologias compreendem a obtenção, o armazenamento, o processamento e a distribuição da informação através de meios eletrônicos e digitais (ex.: rádio, televisão, telefone e computadores etc.). (GARCIA 2012, p.3).
49 
forma a levar os professores à utilização das TIC no processo de ensino e aprendizagem. 
Apesar de muitos professores já terem experiências na docência há muito tempo podem sim estarem inseridos no mundo digital e sair da condição “forasteiro” digital, com o qual às vezes os cursos de formação inicial não contemplavam disciplinas sobre essa concepção nos currículos ou até mesmo por não ter tido produtivo ou capaz de modificar sua formação docente para o uso do computador nas atividades diárias. E por fim propõe a alteração do modelo técnico-clássico para o prático-reflexivo por entender ser o ideal devido o professor irá atuar nas situações concretas de sala de aula (GARCIA, 2012). 
É importante ressaltar as estratégias utilizadas da professora Giga em busca dos conhecimentos necessários a respeito do uso do computador em sua prática, na qual procura aprender com os pares (colegas de profissão), os próprios alunos e além de realizar pesquisas na internet na busca de solução enfrentadas no cotidiano escolar. 
Enquanto a professora Bytes não expressou dificuldades na manipulação do computador no seu depoimento e sim bastante interesse em pesquisar na internet atividades e materiais para dinamização das suas aulas, a mesma relatou dificuldades inerentes à duração das aulas por achar pouco tempo para a realização do proposto e a falta do Laboratório de informática-LI equipado com recursos multimídias. 
Diante dos relatos percebemos dificuldades de ordem técnica e prática, umas vez que há uma carência de formação contínua para uso do computador na prática pedagógica das professoras no intuito de alcançar um processo de ensino aprendizagem atendendo a evolução da sociedade do conhecimento (VALENTE 1999). 
3.7 APERFEIÇOAMENTO PARA O USO DO COMPUTADOR NAS AULAS 
É inquestionável a formação continuada para a prática docente esteja sempre atualizada que possa atender as transformações que ocorrem no cotidiano e no mundo que o cerca. Sua atuação, sobretudo em sua área de formação, pressupõe seu desenvolvimento profissional (formação contínua), visando à transformação da sociedade (GARCIA, 2012 p.4). 
Neste intuito questionamos nossas entrevistadas a respeito deste processo: Você acha que ainda precisa melhorar para trabalhar com o computador nas suas aulas? O quê? Por quê? Com base nas perguntas as mesmas refletiram afirmando: 
Sim, claro sempre. Porque nunca utilizei o Power Point. (PROFESSORA GIGA)
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Computador e educação análise de sua utilização no centro estadual de educação profissional ceep, da cidade de luiz correia

  • 1. 1 GRUPO SER EDUCACIONAL FACULDADE PIAUIENSE – FAP/MAURÍCIO DE NASSAU CURSO DE PEDAGOGIA JOELSON VERAS FREIRE COMPUTADOR E EDUCAÇÃO: análise de sua utilização no Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP, da cidade de Luiz Correia (PI). PARNAÍBA 2013
  • 2. 2 JOELSON VERAS FREIRE COMPUTADOR E EDUCAÇÃO: análise de sua utilização no Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP, da cidade de Luiz Correia (PI). Monografia apresentada ao curso de Pedagogia da Faculdade Maurício de Nassau, como requisito para a obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. Orientação: Profª M.Sc. Regina de Fátima Mendes Schmidlin. PARNAÍBA 2013
  • 3. 3 JOELSON VERAS FREIRE COMPUTADOR E EDUCAÇÃO: análise de sua utilização no Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP, da cidade de Luiz Correia (PI). Monografia apresentada ao curso de Pedagogia da Faculdade Maurício de Nassau, como requisito para a obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. Orientação: Profª M.Sc. Regina de Fatima Mendes Schmidlin. Aprovação em ____/_____/________ Banca Examinadora: ____________________________________________________________ Professora orientadora: Mestra Regina de Fátima Mendes Schmidlin Faculdade Maurício de Nassau/FAP-Parnaíba ____________________________________________________________ Professora convidada: Especialista Rossana Carvalho e Silva Aguiar Faculdade Maurício de Nassau/FAP-Parnaíba ____________________________________________________________ Professor convidado: Especialista Jean Carlo Galvão Mourão Faculdade Maurício de Nassau/FAP-Parnaíba PARNAÍBA 2013
  • 4. 4 Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por nos dar força em acreditar em algo transcendental. A minha mãe Maria Creuza Veras, por confiar que podia conseguir alcançar meus objetivos e nunca deixar sem amparo; Ao meu pai José Antônio Freire, por nos motivar a seguir em frente e não desistir quando encontrar pedras no caminho; A minha irmã Joelma Freire, por me apoiar e servir de exemplo de que poderia conseguir quando queremos, mesmo em meio a tantas de dificuldades que encontramos na vida. A minha esposa Roseane Assunção, pelo amor que desfrutamos e que fez surgir a nossa filha Jeovana Antonella.
  • 5. 5 Primeiramente tenho a honra de ser grato a Deus, por ter vivenciado esta experiência tão especial na minha vida e poder no futuro próximo almejar muito mais outras vitórias em meus objetivos, pois sem ele não teria tanta garra de prosseguir nas horas difíceis. À minha família, em especial à minha mãe Mª Creuza, meu pai José Antônio, a minha irmã Joelma Freire pelo amor incondicional que temos em nosso lar. À minha família paternal e maternal que sempre nos deram forças por meio de palavras sinceras. À família da minha esposa por ter acreditado em mim. À minha esposa Roseane, que sempre compreendeu as minhas ausências e apoiou nos meus projetos que são também seus. À minha filha Jeovana Antonela, pelo amor que incendia nossa casa nos momentos que estamos juntos. Ao cursinho popular Amarração, por ter dado a chance de experienciar um espaço de aprendizagem e consciência cidadã! Aos meus amigos e colegas de convivência que não citarei os nomes porque são muitos, e outros (as) (in memoriam), por terem acreditado na educação como meio de ascensão social! À instituição CEEP- LUIS CORREIA-PI, que nos acolheu de braços abertos e a todos os (as) professores (as) e especialmente aquelas que participaram de nosso trabalho, encontro esse tão importante para a minha carreira profissional e também suas. A todas (os) colegas de curso que conviveram nesses três anos e meio de idas e vindas, que não foram somente um mar de rosas, mas turbulências também, nesse eterno mar da vida, assim fomos aprendendo e superando os obstáculos dessa batalha e almejando algumas vitórias!
  • 6. 6 Aos professores (as) da instituição FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU/FAP, pelos momentos que deram o máximo de si, no intuito que saíssemos realizados nessa trajetória acadêmica. Em especial à orientadora REGINA DE FÁTIMA MENDES SCHMIDLIN, que sempre me atendeu prontamente em todos os momentos dessa caminhada. Um Grande Abraço A Todos! Muito Obrigado!
  • 7. 7 Eu valorizo o texto; eles valorizam a ação, o ritmo frenético de múltiplas imagens e flashes. Eu tenho uma caneta à mão e escrevo ideias; eles filmam tudo e o postam no Facebook. Eu organizo o pensamento em frases e parágrafos; eles postam sensações, vídeos, compartilham tudo, não temem vírus nem perigos. José Manoel Moran
  • 8. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 12 CAPÍTULO 1 – PERCURSO METODOLÓGICO: A PESQUISA E SUAS ETAPAS .... 18 1.1 TIPO E ABORDAGEM DA PESQUISA ....................................................................... 18 1.2 CONTEXTO EMPÍRICO .................................................................................................. 19 1.2.1 A cidade de Luis Correia- PI ........................................................................................... 19 1.2.2 O Centro Estadual de Educação Profissional-CEEP ....................................................... 20 1.3 SUJEITOS PARTICIPANTES .......................................................................................... 21 1.3.1 A professora Giga ............................................................................................................ 22 1.3.2 Professora Bytes .............................................................................................................. 22 1.4 OS INSTRUMENTOS E/OU TÉCNICAS DE PESQUISA .............................................. 22 1.4.1 Entrevista Semiestruturada .............................................................................................. 23 1.4.2 Observação não participante ............................................................................................ 24 1.4.3 Diário de bordo ................................................................................................................ 24 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................................... 25 CAPÍTULO 2 - APORTES TEÓRICOS DA PESQUISA .................................................. 29 2.1 UM POUCO DA HISTÓRIA... AS NOVAS TECNOLOGIAS ........................................ 29 2.2 COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO .................................................................................. 32 2.2.1 Uma breve história da informática na educação no Brasil .............................................. 35 CAPÍTULO 3 - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ....................................... 39 3.1 Uso do computador no cotidiano ........................................................................................ 39 3.2 Formação para o uso do computador .................................................................................. 40 3.2.1 O uso do computador na prática pedagógica ................................................................... 41 3.3 Utilização do computador nas aulas ................................................................................... 43 3.4 Reação dos alunos com a utilização do computador .......................................................... 45 3.5 Utilização do laboratório de informática ............................................................................ 46 3.6 Dificuldades em trabalhar com o computador .................................................................... 48 3.7 Aperfeiçoamento para o uso do computador nas aulas ...................................................... 49 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 51 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 54 APÊNDICE ............................................................................................................................. 57 APÊNDICE A - Roteiro para a entrevista semiestruturada..................................................... 57 APÊNDICE B - Roteiro de observação não participante ........................................................ 59
  • 9. 9 APÊNDICE C - Diário de bordo ............................................................................................. 60 ANEXO .................................................................................................................................... 62 ANEXO A- Carta de encaminhamento a instituição ............................................................... 62 ANEXO B- Termo de consentimento da participação da pessoa como sujeito ....................... 63 ANEXO C- Termo de consentimento livre e esclarecido ........................................................ 65
  • 10. 10 RESUMO O presente estudo intitulado computador e educação: análise de sua utilização no Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP, da cidade de Luiz Correia (PI), partiu do seguinte questionamento: Como o computador está sendo utilizado por duas professoras de uma turma de 7º série, turno tarde de um Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP da cidade de Luiz Correia-PI? Para alcançarmos o proposto, definimos como objetivos específicos: Saber como os professores dessa instituição utilizam o computador em suas aulas; Verificar os conhecimentos que esses professores têm sobre a utilização dos computadores na educação e saber como esses conhecimentos foram adquiridos e por fim conhecer os possíveis desafios enfrentados por esses professores para utilizar o computador em suas aulas. No segundo semestre de 2012, realizamos uma pesquisa de campo com abordagem qualitativa, na qual estabelecemos o contato direto com as duas professoras, colaboradoras da pesquisa. Para a produção dos dados, utilizamos uma entrevista semiestruturada, a observação não participante e o diário de bordo. Para fundamentar o estudo, com apoio dos teóricos como Valente (1999), Moran (2000), Almeida (2005), dentre outros. Os resultados obtidos puderam revelar a compreensão da utilização do computador nas atividades pedagógicas dos professores, onde se encontram ainda muitas barreiras para que se efetive sua utilização no ambiente da sala de aula como um recurso a mais no processo de ensino - aprendizagem. PALAVRAS - CHAVE: Professores. Computador. Utilização. sala de aula.
  • 11. 11 ABSTRACT This work aims to do a research about the use of computer by professors in their classes. The point is: How the professors from Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP Luiz Correia city, use the computer in their final classes? To answer this question the general goal is: Investigate how the professors from Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP use the computer in their final classes. To get this purpose, there are some specific goals, as: Know how the professors of this institution use the computer in their classes; verify the knowledges that these professors have about the use of the computer in the education and know how these knowledges were acquired; and finally know the possible challenges faced by these professors when they use the computer in their classes. In the second semester, in 2012, a research in loco was done with qualitative approach, where was established the professors who would participate of the research. To produce the dates it was used a half structured interview with no participation, only observation. To settle the research, it has the contribution by theorics as Valente (1999), Moran (2000), Almeida (2005), and others. With the results it's possible to reveal the comprehension about the use of computer in the activities done by professors, where many difficulties are founded to use the computer in the classroom as resource in the teaching and learning process. KEY - WORDS: Professors. Computer. Classroom.
  • 12. 12 INTRODUÇÃO Estamos vivendo em uma época de grandes transformações. As novas tecnologias estão presentes em nossas vidas em todos os momentos e lugares, como na realização de coisas simples do cotidiano. O acesso à informação é quase instantâneo pelas diversas vias de transmissão, tais como televisão, rádio, internet, celular, espalhados por todos os cantos do mundo. Esse fato vem transformando a forma como trabalhamos ou pensamos, levando a mudanças significativas tornando mais prático e fácil a realização de muitas tarefas. No sistema educacional/escola é um dos locais adequados para se tomar consciência do acesso correto e da promoção a esta sociedade da informação. Por isso, é de fundamental importância a utilização dos computadores por parte dos professores em suas aulas como recurso a mais no ensino, além de meio para se adquirir conhecimentos e aperfeiçoamento da prática pedagógica. Deve-se compreender que a escola não está à parte da sociedade, porém, a prática está sendo introduzida timidamente e com certa resistência por parte de alguns professores, por diferentes fatores, mas os alunos trazem consigo o anseio da utilização das Novas Tecnologias em sala de aula. Não se pode ver a utilização das tecnologias como redentora da educação, mas como meio para melhorar o processo de ensino e aprendizagem, bem como afirma Rezende (2002, p.1): Embora seja verdade que a tecnologia educacional não irá resolver os problemas da educação, que são de natureza social, política, ideológica, econômica e cultural, essa constatação não nos pode deixar sem ação frente à introdução das inovações tecnológicas no contexto educacional. A educação é processo muito amplo, onde devemos compreender que tais ações devem ultrapassar as barreiras dos muros da escola, com isso o professor pode mediar os alunos na construção da identidade através de projetos, desenvolvendo habilidades cognitivas, motoras e sociais para torna-lhes cidadãos realizados e produtivos. A realidade no sistema educacional nesse aspecto é um tanto contraditória, pois muitas vezes são oferecidas salas com estruturas inadequadas, números excessivos de alunos, professores mal preparados, salários insuficiente, pouco material escolar mais avançado, tecnologias pouco acessíveis à maioria, etc. Uma vez a estrutura da escola defasada,
  • 13. 13 certamente estará comprometido o aprendizado dos alunos, sendo eles pouco capazes de utilizarem e manipularem recursos tecnológicos como o computador e a internet, usados na pesquisa de trabalhos escolares, para o mercado de trabalho e para vida em geral. Graças à criação dessa tecnologia, hoje podemos ter acesso a livros diversos, a preço acessível, ao contrário da Idade média, onde alguns privilegiados eram para os monges e nobres, que usufruíam da leitura dos livros, que eram manuscritos e isso impedia à população de menor poder aquisitivo adquiri-los. Com a introdução desses aparelhos tecnológicos na vida dos alunos na escola, especificamente o computador e suas multifunções, pode-se despertar o interesse e o desejo em aprender, principalmente devido à sua interatividade. A tecnologia vem revolucionando há muito tempo a educação, exemplo disso é o livro que foi possível ser produzido em larga escala por meio da invenção da impressa, resultado de uma técnica da máquina tipográfica, que revolucionou o século XV, aperfeiçoada por Gutenberg. Hoje, utilizando-se um computador com acesso à internet, é possível fazer várias coisas no único aparelho: ouvir rádio, digitar e adicionar trabalhos na rede, produzir filmagens, comunicar com pessoas on line, “em tempo real”, em imagem e áudio utilizando o microfone, como também a câmera acoplada ou embutida, etc. São múltiplas funções que o aluno pode usufruir com as NTIC1. Nesse aspecto, Saviani (2008, p.64) diz que: Estamos vivendo aquilo que alguns chamam de Segunda Revolução Industrial ou Revolução da Informática ou Revolução da Automação. E qual é a característica específica dessa nova situação? Penso que se antes, como se descreveu, ocorreu a transferência de funções manuais para as máquinas, o que hoje está ocorrendo é a transferência das próprias operações intelectuais para as máquinas. Por isso também se dizia que estamos na “era das máquinas inteligentes”. Pelos estudos realizados percebe-se que, em alguns casos a escola está mais preocupada com o ensino de qualidade mais do que com educação de qualidade, como afirma Moran (2000, p.12): Ensino e educação são coisas diferentes. No ensino organiza-se uma série de atividades didáticas para ajudar os alunos a compreender áreas específicas do conhecimento (ciências, história, matemática). Na educação o foco, além de ensinar, é ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e 1 O termo refere-se às Novas Tecnologias da Informação e Comunicação.
  • 14. 14 ação, a ter uma visão de totalidade. Educar é ajudar a integrar todas as dimensões da vida, a encontrar nosso caminho intelectual, emocional, profissional, que nos realize e que contribua para modificar a sociedade que temos. Ao utilizar os recursos tecnológicos é importante sempre questionar os objetivos que se quer atingir, avaliando os seus benefícios e limitações de tais recursos. O profissional da educação tem que ter em mente a consciência de que o uso das novas tecnologias pode facilitar o dia a dia das pessoas, usufruindo dos meios que a sociedade dispõe de novidade e inovação. Como por exemplo, sacar um dinheiro no caixa eletrônico, enviar e-mail, podemos também ler notícias por meio do computador sem precisar deslocar até a banca, se necessitarmos fazermos compras em lojas distantes por meio da internet e receber em domicílio. Por isso, é incontestável o uso das NTIC, inclusive do computador nas práticas sociais diárias para facilitar a vida das pessoas. O alerta que se faz é o uso intensivo e abusivo da internet nas comunicações, pode reduzir o contato físico das pessoas, considerando-se que a relação interpessoal e intrapessoal entre os seres humanos é um fator essencial e necessário nas interações sociais, e que nenhuma outra tecnologia pode substituir a tecnologia humana, por ser uma das mais perfeitas já produzidas. Diante do exposto, buscamos conhecer como os professores estão lidando com o computador em suas atividades pedagógicas e suas diversas formas de utilização. Com esse propósito de conhecer esta realidade, realizamos este estudo voltado para busca de respostas para esta pergunta, no qual temos como objetivo geral: Investigar como está sendo utilizado o computador por duas professoras de uma turma de 7º série2, turno tarde de um Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP da cidade de Luiz Correia-PI. Para alcançarmos o proposto envolvido neste processo, temos como objetivos específicos:  Saber como os professores dessa instituição utilizam o computador em suas aulas; 2Utilizamos o termo série de acordo com a recomendação da direção que recebemos durante a elaboração das entrevistas de caracterização da instituição, ao afirmar em atender a legislação que ampara a mesma utilizar o termo a um determinado período de tempo.
  • 15. 15  Verificar os conhecimentos que esses professores têm sobre a utilização dos computadores na educação e saber como esses conhecimentos foram adquiridos;  Conhecer os possíveis desafios enfrentados por esses professores para utilizar o computador em suas aulas. Diante disso, acreditamos que essa pesquisa terá relevância pessoal, acadêmica e social. O interesse pelo tema surgiu quando participei da defesa de Trabalho de Conclusão de Curso-TCC do Curso de Pedagogia, da turma de 2011, na Faculdade Piauiense – FAP, com tema nesta mesma área. A partir daí despertou muita curiosidade em saber mais da temática e conseguir respostas para minhas dúvidas. Com isso estava decidido que o meu tema seria a inserção das novas tecnologias na educação, mas quais tecnologias? Existem tantas? Então fui procurar orientação aos professores (as) e fazer leituras dos autores especialistas a respeito do tema, assim depois de várias leituras e orientações delimitamos o objeto de pesquisa “o computador na educação” e o problema: como o computador está sendo utilizado pelos professores de uma turma de 7º série tarde de um Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP da cidade de Luiz Correia-PI. Depois de definido o problema procurei me aprofundar mais na área para a produção do TCC, enriquecendo com leituras na área de estudo, almejando adquirir conhecimentos, saberes e práticas profissionais para um futuro educador inovador. Foi evidente a diferença do uso dos recursos tecnológicos na Faculdade Piauiense- FAP comparando ao ensino básico público fundamental ou médio, pois ao ingressar no ensino superior, obtive a oportunidade in lócus de observar a preocupação da instituição com as inovações tecnológicas tão em voga na sociedade, exemplo disso é a matriz curricular do curso de pedagogia (2011) contemplando duas disciplinas que aborda a formação do pedagogo para o uso das NTIC são elas: Educação a Distância (EAD) e Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação (NTIC). Além do mais oferecer a utilização do computador, Datashow e outros recursos por parte dos professores e como também os ambientes favoráveis ao ensino e aprendizagem via tecnológicos como a biblioteca virtual, computadores disponíveis aos (as) acadêmicos (as) para pesquisa e estudo, além de uma conexão wireless acessível aos que tenham aparelhos compatíveis com o sistema.
  • 16. 16 Uma realidade muito distante do ensino básico, principalmente do ensino médio quando era estudante em que não havia quase ou nenhum uso do computador pelos professores no processo de aprendizagem e também sala de Laboratórios de Informática-LI. Tendo em vista que atualmente com a implantação de Laboratórios de Informática Educacional (LIES) por meio do MEC através do PROINFO e a facilidade em adquirir computadores, em larga escala pela população pelo preço acessível das máquinas e inclusive pelos professores e formação na área oferecida pelo programa, buscamos conhecer como os professores utilizam estes recursos (computadores) para o processo de ensino e aprendizagem. Uma vez que em 2005, ano de conclusão do ensino médio na rede pública, não havia a inserção dos computadores na rede de escolas públicas e estaduais de ensino e pouco ou nenhum uso dos computadores pelos professores. Na relevância pessoal foi importante uma vez que procurei ampliar meus horizontes buscando preencher as lacunas que tanto me afligem e ao mesmo tempo refletir e buscar soluções para os desdobramentos diários para uma melhor utilização do computador como profissional inovador e pesquisador. No meio acadêmico esperamos trazer à tona reflexões sobre a forma como é utilizado o computador pelos professores, tendo em vista que o computador na educação é um tema pertinente na atualidade, pois encontram poucas pesquisas abordando, no intuito de elucidar as suas formas de utilização. E no campo social ressaltamos a importância de sensibilizar e se possível conscientizar a escola e a comunidade da utilização do computador como recurso pedagógico por parte dos professores e alunos para um melhor processo de ensino e aprendizagem. Portanto a temática é de suma importância para a sociedade, em virtude que a escola precisa acompanhar o ritmo das inovações tecnológicas e está inserida nesse contexto digital, buscando abordar os conteúdos adequando às crianças de uma forma que compreendam dinamicamente e assim aplicando-as em situações reais do seu cotidiano, tornando essas atividades mais significativas e menos abstratas para inserção do mesmo no mundo do trabalho e um cidadão consciente de seus direitos. Importante também esta temática, uma vez que trás à tona a discussão no meio acadêmico em relação a utilização desses recursos e como estímulo para rever a atuação e prática pedagógica, dando subsídios da sua magnitude na esfera social. O trabalho que apresentaremos a seguir, para uma melhor compreensão, está dividido em três capítulos, além da introdução e da conclusão. Na introdução apresentaremos o
  • 17. 17 surgimento do interesse, a história do computador na educação, caracterização do problema, como também os objetivos e a estrutura do trabalho. No capítulo 1 - Percurso metodológico: a pesquisa e suas etapas, destacaremos o caminho percorrido por meio da metodologia adequada para nossa pesquisa, a qualitativa, com suportes teóricos de Gil (1991, 2011), Andrade (2007), Minayo (2007), Lakatos e Marconi (2008), dentre outros. Seguidamente explanaremos o contexto empírico escolhido, o perfil dos interlocutores, os procedimentos e as técnicas utilizadas para a coleta de dados. No capítulo 2 - Aportes teóricos da pesquisa, apresentaremos de uma forma ampla o contexto educacional com introdução do computador na escola, a implantação dos LIES por meio do PROINFO e revelar quais as formas as professoras do CEEP das séries finais, mas especificamente do 7º ano, estão utilizando o computador no cotidiano de suas aulas. Com apoio de autores como Moran (2000), Valente (1999), Almeida (2005), dentre outros. No capítulo 3 - Análise e interpretação dos dados, apresentaremos os resultados levantados através da análise de dados extraídos durante a pesquisa, conforme os autores renomados no assunto em questão. Nas Considerações finais apresentaremos as discussões a respeito do estudo realizado, sua contribuição e importância no contexto social, por meio do uso pedagógico do computador pelos professores para o processo de ensino e aprendizagem.
  • 18. 18 CAPÍTULO 1 PERCURSO METODOLÓGICO: A PESQUISA E SUAS ETAPAS Apresentaremos neste capítulo o caminho percorrido na pesquisa, com ênfase na abordagem qualitativa escolhida por meio do referencial de autores como Gil (1991, 2011), Andrade (2007), Minayo (2007), Lakatos e Marconi (2008), dentre outros. Em seguida demostraremos o local onde foi realizada a pesquisa e os seus sujeitos participantes, os procedimentos, os instrumentos, as técnicas para a coleta de dados e além da análise de dados. 1.1 TIPO E ABORDAGEM DA PESQUISA Primeiramente para iniciar nossa compreensão da definição de pesquisa, buscamos o conceito de Marconi e Lakatos (2008) ao comentar que é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Conforme Andrade (2007) é o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para problemas propostos, mediante a utilização de métodos científicos. E Gil (2011) define a atividade básica da ciência na sua indagação e construção da realidade. Concordamos que é um processo de desenvolvimento dentro dos padrões exigidos cientificamente com o objetivo de encontrar e conhecer algo dentro de certo tempo e espaço. E pesquisa científica? Na definição de Cunha (2010) implica a busca de possíveis respostas e/ou soluções para problemas surgidos no dia-a- dia, recorrendo ao método científico, que deve ser objetivo, sistematizado e rigoroso. Utilizaremos a abordagem metodológica do tipo qualitativa em que segundo Gil (1991), considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. As experiências pessoas vividas pelo pesquisador são elementos importantes na análise e compreensão dos fenômenos estudados, fato esse que escolhemos por se adequar aos nossos objetivos pretendidos. Para Cunha (2010, p. 28), considera: No entanto, interrogamo-nos se é possível explicar o objeto de investigação das Ciências Humanas e Sociais, ou seja, o ser humano e suas relações, de forma objetiva, sistematizada e rigorosa. Para responder a tal questionamento, precisamos relembrar que o homem não pode e nem deve
  • 19. 19 ser visto como um objeto pronto e acabado, que pode ser analisado separadamente do ambiente em que está inserido, como insistem os adeptos do paradigma positivista, referencial maior da abordagem quantitativa. A pesquisa qualitativa tem como característica o fato de que o pesquisador observa o problema sob a óptica de alguém interno à organização; pesquisa busca uma profunda compreensão do contexto da situação; é uma pesquisa que enfatiza o processo dos acontecimentos, ou seja, a sequência dos fatos ao longo do tempo; seu enfoque é mais desestruturado; não há hipóteses fortes no início da pesquisa. Isso confere à pesquisa bastante flexibilidade e geralmente emprega mais de uma fonte de dados, segundo Silva (2011). Para Gil (2011, p. 21), “Esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilhada com seus semelhantes”. Portanto, entendemos que essa abordagem é a melhor que atende aos nossos objetivos dentro de uma visão social dos significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes. No qual utilizamos os instrumentos de coleta de dados através da entrevista semiestruturada e a observação não participante, além do diário de campo que discutiremos a seguir. 1.2 CONTEXTO EMPÍRICO O campo para Minayo (2007) na pesquisa qualitativa define como o recorte espacial que diz respeito à abrangência, em termos empíricos, do recorte correspondente ao objeto da investigação. Entendemos o local de trabalho do pesquisador diante da realidade com que deseja extrair e compreender suas indagações propostas durante a elaboração do projeto de pesquisa. 1.2.1 Luis Correia- PI No intuito de conhecermos a localização da cidade local onde a pesquisa foi realizada, buscamos informações no site Wikipédia, que assim nos relata: Luis Correia é uma cidade litorânea pertencente ao Estado do Piauí localizado ao norte do estado, fazendo limites ao leste com Cajueiro da Praia e ao estado do Ceará, ao sul a cidade de Bom Princípio do Piauí e
  • 20. 20 Cocal e ao Oeste com Parnaíba, têm uma área de 1.071, 276 km² e uma população de 28.406 habitantes segundo demostra o Censo do IBGE (2010), e uma distância da capital do estado Teresina de 365 km. 1.2.2 O Centro Estadual de Educação Profissional-CEEP Escolhemos o Centro Estadual de Educação Profissional-CEEP de Luiz Correia pelo fato de já ter sido aluno da instituição há algum tempo atrás, só que na ocasião era uma Escola Estadual de nível fundamental menor e maior, e recentemente no ano de 2010 passou a ser um CEEP, contudo mantendo este nível por um período de transição até o ano de 2013, por este motivo despertou ainda mais meu interesse em conhecer o funcionamento e as práticas com vista ao uso dos computadores para o ensino e aprendizagem nessa nova estrutura de ensino. Então pela enorme quantidade de salas e professores da instituição, resolvemos trabalhar com a sala de 7ª ano tarde e com todos os professores que nela atuam e aceitaram participar de nossa pesquisa, pegando uma amostra de dois professores que utilizaram o computador em suas aulas. A escolha do horário do turno da tarde foi pela disponibilidade de tempo livre e o interesse pela turma foi de que o pesquisador ter vivenciado muita dificuldade nesta série quando estudante. Com base no Projeto Político Pedagógico-PPP (2012) da instituição, ainda em andamento, buscamos contextualizá-lo: o Centro Estadual de Educação Profissional-CEEP é uma escola pública de referência em qualidade de educação, foi inaugurada em 20 de Julho de 1968, responsável pela educação de várias gerações de cidadãos. Ainda segundo o PPP, a população do Bairro Centro onde localiza-se o CEEP tem como atividade econômica predominante: a pesca, o turismo e o comércio. Atendendo também alunos da zona rural e do bairro Portinho localizado no município de Parnaíba. O CEEP por ser uma instituição administrada pelo governo do Estado e por possuir um terreno amplo, está em fase de conclusão ao seu lado o prédio do polo da Universidade Aberta do Piauí-UAPI e pelo visto a construção encontra-se em atraso, a mesma faz parte da Universidade Federal do Piauí-UFPI em consórcio com os Governos Federal, Estadual, UESPI, CEFET-PI e municípios locais no qual uniram esforços e elaboraram o Projeto de criação do Centro de Educação à Distância (CEAD/UFPI). Como cita o Site da UAPI - Universidade Aberta do Piauí:
  • 21. 21 O Projeto Universidade Aberta do Brasil (UAB), criado pelo Ministério da Educação em 2005, via Fórum das Estatais pela Educação, objetiva construir um sistema Nacional Integrado de Educação superior à Distância, onde se pretende sistematizar as ações, programas, projetos e atividades pertencentes às políticas públicas destinadas à ampliação e interiorização da oferta de Educação Superior gratuita e de qualidade no Brasil. Na instituição campo de pesquisa CEEP dispõem de uma sala de vídeo que está em andamento o projeto Mais Saber, em que os alunos matriculados da instituição ou da comunidade têm aulas à distância para preparação ao ingresso no ensino superior, pois segundo o Guia de Atuação do Programa de Educação com Mediação Tecnológica Mais Saber explicita que: [...] o Programa possui como objetivo central qualificar a oferta da educação básica, através do ensino a distância com mediação presencial, nas diferentes modalidades de ensino, para atender a população residente em áreas urbanas e rurais, e suprir o déficit de profissionais habilitados conforme preceitua a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDB/96. Desta forma, o Mais Saber procura ofertar ensino em nível médio, Educação de Jovens e Adultos, reforço escolar e preparatório para Vestibulares proporcionando acesso a educação de qualidade as mais diferentes necessidades das pessoas. A metodologia de atuação do Programa Mais Saber consiste em aulas transmitidas pela televisão, em tempo real, no formato de videoconferência, ministradas por professores habilitados, a partir do estúdio instalado na TV Educativa do Estado, em Teresina. (p.2) Apesar de o programa ser importante para a formação e o reforço dos alunos para facilitar o ingresso ao ensino superior a matrícula e a presença dos alunos nas aulas durante o nosso período na instituição encontrava-se esporádicos. Segundo a coordenadora pedagógica da instituição com base na entrevista de caracterização da instituição, no ano de 2012 dispõem de um diretor, duas coordenadoras pedagógicas, um secretário, dois auxiliares de secretaria, 42 professores e 312 alunos, divididos nos três turnos. A escola têm no seu espaço disponível 08 salas divididas da seguinte maneira: duas salas da 6ª série, duas 7ª série, duas da 8ª série, seis do 1º ano regular, três do 2º ano regular e duas do 3º ano regular, sendo o 1º ano regular concomitante ao técnico em informática ou em administração com duas turmas em funcionamento no turno tarde e duas manhã. 1.3 SUJEITOS PARTICIPANTES
  • 22. 22 Para o desenvolvimento de nossa pesquisa contamos com a participação livre e voluntária dos nove professores que atuam na 7º série da referida instituição CEEP, mas para efeito de amostra e para alcançarmos o objetivo pretendido de nossa pesquisa de investigar como os professores utilizam o computador em suas aulas, utilizamos duas professoras que de fato utilizaram o computador em suas aulas no período de observação não participante. Também asseguramos o anonimato dos participantes que aceitaram contribuir com a nossa pesquisa, para dessa forma preservar as identidades e ao mesmo tempo abrir espaço para que os sujeitos sintam a vontade, no qual escolhi os seus cognomes de acordo com as novas tecnologias, assim denominamos a professora Giga e a professora Bytes. Para sabermos o aspecto da formação e experiência profissional das professoras participantes, utilizamos das entrevistas por elas concedidas no campo de pesquisa. 1.3.1 A professora Giga Reside em Luiz Correia, tem 51 anos e é solteira. Formou-se em 2003 em Licenciatura Plena em Artes Visuais e está cursando especialização em ciências da educação com acesso ao mestrado no Estado do Ceará. Com relação ao tempo de trabalho na instituição, a professora Giga afirmou que está há somente 01 mês nos turnos manhã e tarde com carga horária de 40h/aulas e sobre a experiência profissional a mesma não respondeu. A mesma leciona no CEEP a disciplina de Arte. 1.3.2 Professora Bytes Reside em Parnaíba, têm 27 anos e é solteira. Formada desde em 2008, em Licenciatura Letras Inglês, no qual leciona no CEEP esta disciplina, atualmente cursa especialização em Gestão Escolar. Pois, trabalha também na coordenação pedagógica da mesma instituição campo de pesquisa daí a necessidade desta especialização. Em relação ao tempo de trabalho na instituição, está somente há dois meses na sala de aula, por motivo da ausência do professor titular, a mesma já tem experiência profissional na área, em um curso particular de inglês na cidade de Parnaíba há dois anos, e na Educação Infantil 04 anos e Ensino Fundamental 06 anos. 1.4 INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
  • 23. 23 Para a coleta dos dados utilizamos uma entrevista semiestruturada, observação não participante e o diário de bordo. 1.4.1 Entrevista Semiestruturada Segundo Deslandes (2011, p.64) conceitua entrevista acima de tudo como uma conversa a dois, ou entre vários interlocutores, realizada por iniciativa do entrevistador. Nesse sentido faz parte da comunicação verbal da sociedade e que na pesquisa, busca construir informação relacionada a uma finalidade científica por meio do diálogo. Para Marconi e Lakatos (2008) é uma técnica muito utilizada na investigação social, dando subsídio para responder ao tratamento do problema social. Com relação ao conteúdo da entrevista Selltiz (1965:286-95) apud Marconi e Lakatos (2008, p.198) apresentam seis tipos de objetivos, são eles: Averiguação de “fatos”; Determinação das opiniões sobre os “fatos”; Determinação de sentimentos; Descoberta de planos de ação; Conduta atual ou do passado; Motivos conscientes para opiniões, sentimentos ou condutas. Em uma entrevista semiestruturada o entrevistador tem liberdade para discorrer acerca das questões que tornam pertinentes a cada situação e em que direção seja mais adequada, no qual as perguntas são do tipo abertas e são respondidas num diálogo informal. O entrevistado responde sem um direcionamento prévio dando a liberdade de expressar a respeito do seu posicionamento. Escolhemos esse instrumento para compor nossa pesquisa pelas vantagens que este oferece: pela maior flexibilidade, podendo repetir e esclarecer as perguntas, formular de maneiras diferentes, especificar algum significado; avaliar atitudes e condutas; oportunidade de encontrar informações que não encontramos em fontes documentais que sejam relevantes e significativas, conforme Marconi e Lakatos (2008, p. 200). Sabendo das limitações ao escolher essa técnica, não é possível apreender fidedignamente as práticas dos sujeitos, mas as narrativas de suas práticas, segundo a visão deste narrador, aponta Deslandes (2011, p. 49). A experiência do entrevistador e entrevistado conta muito para o êxito da pesquisa, ou caso contrário pode ocorrer a dificuldade de expressão e comunicação, a incompreensão dos entrevistados diante dos objetivos das perguntas e da pesquisa, pois pode omitir dados importantes por medo de revelar sua identidade e a disponibilização de tempo do informante em atender a pesquisa.
  • 24. 24 1.4.2 OBSERVAÇÃO NÃO PARTICIPANTE Também para dar um suporte maior na pesquisa utilizamos a técnica da observação não participante para captar dados informacionais no campo de estudo e do qual utiliza os sentidos na obtenção dos aspectos, fatos e fenômenos, que são importantes para a compreensão da realidade e possa contribuir para nossa pesquisa. Para Minayo (2011, p. 63) define esta técnica como aquela que [...] é feita sobre tudo aquilo que não é dito, mas pode ser visto e captado por um observador atento e persistente. Por isso merece destacar que o pesquisador esteja bem embasado teoricamente para confrontar com o contexto social escolhido, pois o nosso caso são os professores (as) da sala de 7º série do CEEP-LC. Ao contrário da observação participante, o pesquisador se coloca como observador não participando, ou melhor, não interferindo, como afirma (MINAYO 2011, p. 70), no cenário cultural, mas somente com a finalidade de colher dados por meio da compreensão de ações e práticas do cotidiano escolar. Neste sentido Marconi e Lakatos (2008, p. 195) caracterizam como: Presencia o fato, mas não participa dele; não se deixa envolver pelas situações; faz consciente, dirigida, ordenada para um fim determinado. Tendo em vista a importância da técnica observação para pesquisa social do tipo qualitativa, buscamos com a observação não participante compreender como os professores fazem o uso dos computadores nas suas práticas pedagógicas com os conteúdos de suas respectivas disciplinas no intuito de melhorar e dinamizar o processo de interação e integração dos alunos na era tecnológica. 1.4.3 Diário de bordo É o principal instrumento utilizado para a coleta de dados da observação, em que define-se como um caderno e ou arquivo eletrônico, onde registramos as informações essenciais captadas no campo de pesquisa e que são utilizados para análise e interpretação dos dados, segundo Minayo (2011, p. 71). Segundo Araújo (2011, p.25), verifica, na verdade, é a predominância de casos em que o diário é utilizado como instrumento de coleta de dados sendo acompanhado de um estudo complementar de suas potencialidades. E são escassos os trabalhos sobre o diário como objeto de estudo. Buscamos embasar também de acordo Silva & Duarte (2001, p. 2) apud Araújo (2011, p.25) acerca da definição de diário, ao afirmarem que o mesmo se constitui de “[...] um
  • 25. 25 conjunto de narrações que refletem as perspectivas do professor, nas dimensões objetiva e subjetiva, sobre os processos mais significativos da sua ação”. Assim corroboramos com a fala dos autores no que tange o registro de aspectos importantes na ação das pesquisadas no decorrer da pesquisa de campo. 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A pesquisa foi realizada no ambiente escolar com a colaboração voluntária de duas professoras do Ensino Fundamental maior 7ª série, tuno tarde em um Centro de Estadual de Educação Profissional - CEEP da cidade de Luiz Correia que atenderam aos requisitos necessários, porque utilizaram o computador na sala de aula, dentre o universo de nove professores (as) que lecionavam nesta turma. Para coletarmos os dados no campo de pesquisa utilizamos uma entrevista semiestruturada, a observação não participante e o diário de bordo, no intuito de captarmos as informações pertinentes ao estudo proposto. Assim iniciei minha caminhada no dia vinte e dois de outubro de dois mil e doze, deslocando até o Centro de Estadual de Educação Profissional - CEEP para dialogar com o responsável pela direção, mas na ausência fui bem recepcionado pela coordenadora pedagógica para a qual expliquei o motivo da minha presença no ambiente, pois pude colher informações referentes a quantidades de salas de 7º ano à tarde e a com relação a minha proposta de pesquisa, no qual ela já adiantou-me que a escola dispõem de 01 notebook, 01 Datashow e 01 Datashow com computador, podendo os professores no caso de querer utilizar os mesmo devem fazer o agendamento e sendo que uma minoria possui notebook pessoal relato segundo a coordenadora pedagógica. Assim ficou combinado que retornaria depois sem data marcada. No dia trinta e um de Outubro retornei ao CEEP-LC porque precisei pegar algumas assinaturas dos(as) professores(as) que aceitarem participar voluntariamente da pesquisa, mas chegando fui informado pelo responsável pela segurança da instituição que não haveria aula, devido acontecer os Jogos Interclasses promovido pela mesma no Ginásio Poliesportivo. Mesmo assim insisti perguntando se tinha algum responsável na secretaria, confirmando que sim, e para não dar viagem à toa, falei com o Secretário adjunto e a secretária adjunta sobre o objetivo de minha pesquisa e com isso se pudesse passar informações sobre as características da instituição, no qual aceitaram gentilmente responder as perguntas contidas no questionário de caracterização emitido pela coordenação do TCC.
  • 26. 26 No dia quatorze de novembro desloquei até o respectivo CEEP com toda a documentação necessária para apresentar-me para o diretor, por conseguinte convidar os professores para participarem de minha pesquisa, no primeiro momento duas professoras que se encontravam na sala destinado a eles, aceitaram participar voluntariamente assinando os termos de consentimento livre e esclarecido e o termo de participação da pessoa como sujeito. Sendo a primeira a professora da disciplina de Ciências e segunda a professora da disciplina de Arte, que ambas afirmaram utilizarem o computador. Então ao dar continuidade ao questionário de caracterização da escola, descobri que a quantidade é de professores na 7ª série é composto por 9 (nove) docentes. Assim, na data de dezenove de novembro iniciamos as observações dos professores na respectiva sala de 7ª série e finalizamos no dia vinte e nove de novembro do corrente ano. Para isso, elaboramos um roteiro de observação no campo de pesquisa, dessa forma pudéssemos ter um embasamento de nosso trabalho de observação. Foram os seguintes:  Observar com que frequência os professores utilizam o computador;  De que forma utilizam o computador nas aulas;  Com que objetivos é utilizado o computador nas aulas;  Observar a relação professor e aluno com a utilização do computador; Os dados adquiridos nas observações foram anotados no diário de bordo, para assim facilitar o pesquisador no momento da análise dos dados, reforçando ou questionando com as respostas das entrevistas. No primeiro dia observei a professora da disciplina de Português, relatou que não utiliza o computador em suas aulas e que já tinha entrado no ano letivo substituindo a professora da turma por motivo de licença maternidade e o planejamento encontrava-se pronto, dando outro motivo de não utilizar o computador em suas aulas. Também observei a professora que ministra a disciplina de matemática e que aceitou participar da nossa pesquisa assinando os termos e autorizando ser observada e aproveitamento os minutos restantes do fim da aula para conceder a entrevista, esta afirmou também que não utiliza o computador em suas aulas. Já no dia vinte de novembro do corrente ano, abordei a professora que ministra a disciplina de história, fui relatar o objetivo de minha presença, na qual aceitou gentilmente assinando os termos e autorizando observar suas aulas, mas já antecipando que não utiliza o
  • 27. 27 computador em suas aulas. No mesmo dia, observei a aula da professora de Inglês, no qual me surpreendi, pois era coordenadora pedagógica, a primeira pessoa com quem havia falado ao chegar à instituição com a proposta da pesquisa. Ficando a entrevista combinado para ser realizada em outro momento, que tivéssemos tempo de aplicar. Pois neste dia foi realizada a aplicação de sua avaliação e que a mesma na aula seguinte, utilizou o computador na sala para adicionar as notas no programa Excel, corrigindo na frente do aluno e dando o resultado do desempenho individual da avaliação. No dia seguinte observei a aula da professora de Artes, uma das que relatou que utilizava o computador em suas aulas, no qual foi confirmando na observação, pois era que sempre carregava o Datashow acoplado ao computador. Nesse dia os alunos estavam apresentando seminário. Contudo, foi a única que se recusou a colocar o número de RG e CPF nos termos, pelo fato de não gostar de ceder esses números, mantendo sua privacidade. Também observei a aula da professora que ministra a disciplina de Ciências que relatou que gosta de utilizar o computador e o Datashow em suas aulas, não nesta série e sim no ensino médio, por achar que esses alunos são muitos agitados, no qual foi confirmado ao passar no corredor, observei que a mesma utilizou o computador neste nível de ensino no período de observação. Abordei também o único professor do sexo masculino que leciona a disciplina de Educação Física nesta sala, que concordou em participar como voluntário assinando os termos e observando suas aulas, entretanto não ocorreu como o combinado, ele não concedeu a entrevista por motivo de falta de tempo. Já a professora da disciplina de Ensino Religioso que aceitou participar, assinando os termos e concedendo a entrevista, entretanto não tivemos a oportunidade de presenciar suas aulas, mas somente a aplicação da avaliação, e por meio da entrevista descobríamos que não utiliza o computador em suas aulas. O processo burocrático da documentação de aceitação de participação por meio da assinatura dos termos da pesquisa e os procedimentos de concessão de entrevistas foram acontecendo aleatoriamente respeitando a rotina dos professores na instituição, ora na sala de aula, ora na sala dos professores e/ou nos momentos de intervalo. No geral fizemos a observação não participante aos nove professores (as) duas semanas ou 50h/aulas na instituição entre aulas e avaliações, sendo um período agitado para todos (corpo discente, docente e administrativo) pelo fato de estar ocorrendo avaliação e aproximar o fim do período letivo, devido ser a maior preocupação da instituição é porque atende alunos que residem bairros ou comunidades distantes e nesse caso dependem de transporte escolar em convênio com o munícipio e por esse motivo têm que acelerar as suas
  • 28. 28 atividades e igualar ao da secretaria municipal de educação para assim não prejudicar os seus discentes que porventura fiquem com algumas pendências disciplinares. Foi um longo período de observação nessa trajetória de desvelar os aspectos que envolvem o ato pedagógico dos professores, relacionados a utilização do computador nas aulas regulares dos anos finais do ensino fundamental. Em sequência será apresentado o Capitulo 2, intitulado Aportes Teóricos da Pesquisa, onde é discutido e realizado o levantamento da revisão literária que nortearam a pesquisa apresentada.
  • 29. 29 CAPÍTULO 2 APORTES TEÓRICOS DA PESQUISA Este capítulo denominado aportes teóricos da pesquisa, buscamos na literatura a fundamentação nos autores especialistas na temática como Valente (1999), Moran (2000), Almeida (2005), dentre outros. 1.6 UM POUCO DA HISTÓRIA ... AS NOVAS TECNOLOGIAS As novas tecnologias estão presentes em todos os lugares e em todas as atividades que realizamos desde os primórdios da civilização humana. Na pré-história o homem demonstrou isso por meio da fabricação de ferramentas e utensílios utilizados para deixar as escritas rupestres em paredes das cavernas como forma de registro de seu cotidiano. No período Paleolítico, os grupos nômades fabricavam utensílios com pedra lascada facilitando a caça de animais e a coleta de alimentos como frutas e raízes. Desde o início das civilizações, os recursos tecnológicos auxiliam a humanidade avançarem em suas lutas pela sobrevivência. Tendo em vista: Na idade da pedra, os homens – que eram frágeis fisicamente diante dos outros animais e das manifestações da natureza – conseguiam garantir a sobrevivência da espécie e sua supremacia, pela engenhosidade e astúcia com que dominava o uso dos elementos da natureza. A água e o fogo, um pedaço de madeira ou osso de um animal era utilizado para matar, dominar ou afugentar os animais e outros homens que não tinham os mesmos conhecimentos e habilidades. A ação bem sucedida de grupos armados desencadeou novos sentimentos e ambições em nossos ancestrais. Novas tecnologias foram sendo criadas não para a defesa, mas para o ataque e dominação. (KENSKI apud ALTOÉ; SILVA, 2007, p. 24). Já no Neolítico, o homem estabeleceu-se em locais formando clãs e aldeias, adequando as suas práticas sociais, devido à fabricação de instrumentos mais desenvolvidos como a pedra polida melhorando o corte, podendo desenvolver a agricultura e a domesticação de animais para sua subsistência. Com essa evolução nos instrumentos e desenvolvimento das práticas dos homens em sociedade, Kenski (apud ALTOÉ; SILVA, 2005, p.15), afirma que: As pessoas, em seus grupos sociais, foram criando culturas especificas e diferenciadas que foram constituindo-se em conhecimentos, maneiras peculiares e técnicas particulares de fazer as coisas; consequentemente,
  • 30. 30 consolidaram as culturas e os costumes, crenças, hábitos sociais que foram sendo transmitidos às gerações. A partir dos conhecimentos adquiridos e suas necessidades cada vez mais exigentes, as sociedades foram se diversificando e revolucionando as maneiras de utilização e aperfeiçoamento, como também a criação de novos objetos com que venha atender suas práticas sociais mais satisfatoriamente. As inovações no ramo tecnológico acontecem em uma velocidade bastante acelerada alterando as formas de comunicação, informação, comportamentos, interação e de aprendizagem entre as pessoas, pois estão presentes em todos os lugares e momentos inimagináveis, pois com a nova geração as crianças vivem mergulhadas e já acessam desde cedo estes meios, que para outros povos de outra geração seria impossível manusear, por exemplo, a internet, o computador e o celular comum entre outros, mas com o passar do tempo, percebe-se que essa mentalidade vem lentamente alterando. Na educação escolar não podiam ser diferentes, as novas tecnologias estão adentrando os muros da escola com muitos suportes e máquinas dinâmicas que devem auxiliar o trabalho do educador. O professor tem que está passando por formação continuada e sempre pesquisando no intuito de buscar responder as perguntas na altura certa, como os questionamentos dos alunos da era digital, como também as surpresas que possam ocorrer em situações do cotidiano escolar, uma vez qualificado o professor está mais preparado para lidar com imprevistos e formar cidadãos plenos que saibam exercer seu papel de direito na sociedade. Cada vez mais as escolas, estão sendo desafiadas a utilizar as novas tecnologias pedagogicamente, para se ter uma educação diferenciada que atenda aos anseios de uma sociedade em evolução que supere os modelos anteriores. Percebemos que os professores de qualquer forma estão sentido a necessidade constante da presença das novas tecnologias no meio educacional, como por exemplo, a TV, o DVD, os computadores, a internet, os vídeos, aparelho de som e outros meios de comunicação e informação. Com este subsídio a prática pedagógica dos professores aliado as mídias pode tornar-se mais significativo e atraente os conteúdos escolares e dessa forma, conseguir atender os desejos e anseios da realidade do aluno. Para Moran (1999, p.1) especialista em Educação a Distância, aponta em relação às novas tecnologias e o papel do professor é que:
  • 31. 31 A aquisição da informação, dos dados dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podem trazer hoje dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor - o papel principal - é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los. O professor tem que se policiar com relação a aprendizagem para que esta ocorra mais facilmente, no qual o conteúdo deve está relacionado o mais próximo ao contexto cognitivo da criança, sendo intelectual ou pessoal, pois dessa forma a informação seja melhor internalizada possuindo um real significado para a mesma. Também um dos aspectos importantes é que o professor valorize e respeite as diferenças individuais, respeitando os limites dos alunos e com isto, sintam-se mais seguros. Procurando uma definição de computador no Dicionário Eletrônico Houaiss (ON LINE), encontramos a seguinte afirmação: o que computa; calculador, calculista. Rubrica: informática. Máquina destinada ao processamento de dados, capaz de obedecer a instruções que visam produzir certas transformações nesses dados para alcançar um fim determinado. Já no Dicionário Aurélio Eletrônico (ON LINE), define: Máquina capaz de receber, armazenar e enviar dados, e de efetuar, sobre estes, sequências previamente programadas de operações aritméticas (como cálculos) e lógicas (como comparações), com o objetivo de resolver problemas. Dessa forma o computador necessariamente exige um operador para que manipule no sentido de resolver seus trabalhos ou objetivos, com o qual o computador sozinho não processa os dados desejados. O computador ligado a internet é possível a transmissão de informações na comunicação no processo de construção do conhecimento, pois por meio dela podemos fazer diversas pesquisas via web, fazer download de livros digitalizados, de revistas eletrônicas, chat “conversas em tempo real”, correio eletrônico, adquirindo informações em tempo real na sua residência, no trabalho, ou Lan House e em outros lugares caso o internauta possua outro aparelho com suporte via rede internet. A internet nasceu de uma necessidade de melhorar a comunicação no planejamento e estratégias de batalhas militares caso ocorresse um ataque nuclear, sendo desenvolvido por uma equipe de pesquisa de universidades americanas. Desse modo, verificando a importância da internet como ferramenta segura de transmissão de informações, passou-se a utilizá-la como produto a partir da segunda metade da década de 1990, chegando ao Brasil somente em Maio de 1995 com a empresa Embratel, sendo 26 anos que separam do surgimento até chegar ao Brasil.
  • 32. 32 Assim no contexto das grandes transformações na educação, o governo brasileiro construiu um documento, legitimando um programa de informatização das escolas denominado PROINFO, tendo como objetivo dar o impulso no processo de universalização do uso da tecnologia de ponta no sistema público de ensino, buscando reduzir as diferenças de oportunidades que encontramos entre os alunos de escolas públicas e os da escola particular. 1.6.1 COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO O computador inserido na escola pode assumir duas formas de uso pelos professores: o Instrucionismo e o Construcionismo (VALENTE 1999). No instrucionismo, o computador é utilizado como meio de transmitir a informação se comportando como máquina de ensinar e a abordagem pedagógica é a instrução auxiliada pelo computador, utilizando softwares como os tutoriais e os de exercício-e-prática. Nesse caso mantém a abordagem tradicional de ensino do professor, devido ao invés de utilizar o livro como instrução, o computador o substitui. Como podemos observar a imagem logo abaixo: Instrucionismo Segundo essa abordagem, Valente (1999 p.2) comenta: [...] não exige muito investimento na formação do professor. Para ser capaz de usar o computador nessa abordagem, basta ser capaz de inserir o disquete ou, quando muito, ser treinado nas técnicas de uso de cada software. No entanto, os resultados em termos da adequação dessa abordagem no preparo de cidadãos capazes de enfrentar as mudanças que a sociedade está passando, são questionáveis. Tanto o ensino tradicional, quanto sua informatização, preparam um profissional obsoleto.
  • 33. 33 Busca-se dessa forma superar esta forma de utilização do computador por não alterar a dinâmica de ensino e aprendizagem que as escolas predominam, buscando meios de alternar nas atividades pedagógicas os recursos que o computador dispõem para dinamizar suas aulas. Enquanto no construcionismo, o computador passa a ser máquina para ser ensinada, o aluno constrói o seu conhecimento, usando a linguagem de programação, descreve as resoluções dos seus problemas, reflete sobre os resultados e depura suas ideias buscando novas formas de resolver. Segundo Valente (1999 p.2) nesse caso, o software utilizado podem ser os softwares abertos de uso geral, como as linguagens de programação, sistemas de autoria de multimídia, ou aplicativos como processadores de texto, software para criação e manutenção de banco de dados. Vejamos a imagem representativa baseada no Construcionismo: Construcionismo Entretanto conforme, Valente (1999 p.2): Por outro lado, o uso do computador na criação de ambientes de aprendizagem que enfatizam a construção do conhecimento, apresenta enormes desafios. Primeiro, implica em entender o computador como uma nova maneira de representar o conhecimento, provocando um redimensionamento dos conceitos já conhecidos e possibilitando a busca e compreensão de novas idéias e valores. Usá-lo com essa finalidade, requer a análise cuidadosa do que significa ensinar e aprender bem como, demanda rever o papel do professor nesse contexto. Utilizando o computador como ambiente de aprendizagem o aluno busca resolver problemas ou realizar tarefas como desenhar, escrever, calcular, etc. Sendo preciso uma base
  • 34. 34 de conhecimento tanto do aluno como do professor na mediação do processo de ensino aprendizagem. De acordo com a classificação da utilização do computador nas escolas segundo Borges Neto (1998, p.2) caracteriza em quatro formas, sendo elas: a informática Aplicada à Educação, a Informática à Educação, Informática Educacional, Informática Educativa. Nesta primeira forma, faz o uso de aplicativos da informática em trabalhos tipo controles administrativos ou acadêmicos, como emitir relatórios, escrever textos, confeccionar tabelas, manipular bancos de dados, controlar fluxo de pagamento. Entende-se assim que a mesma é usada para a organização administrativa do processo escolar, segundo Borges Neto (1998, p. 2): A segunda, caracteriza-se pela utilização do computador através de softwares desenvolvidos para propiciar suporte à educação, como os tutoriais ou outros aplicativos que, em geral, trazem características bem lineares de aprendizagem; o aluno vai ao laboratório tirar suas dúvidas, em aulas tipo reforço, usando tutoriais ou “livros multimídias”, ou mesmo consultando a Internet. A maioria de software utilizados nessa etapa usam pouco os recursos de computação, como os hipertextos para navegação intra-texto, não permitindo uma navegação eficiente e de livre escolha do usuário. Na Informática à Educação, entendemos que seu uso há uma limitação na navegação dos softwares ou na internet, não permitindo retorno ao estágio inicial ou níveis anteriores, comprometendo o processo de utilização do computador, enquadrado apenas como máquina de ensinar de Skiner. A Informática Educacional traz como perspectiva uma utilização da informática que concorra para a educação, caracterizando-se pelo uso do computador como ferramenta para a resolução de problemas. Os projetos são atividades desenvolvidas onde grupos de alunos são orientados a desenvolver determinado tema. Podem usar todos os recursos que tem direito e acesso, consultas a bancos de dados, a rede de internet, troca de informações, participação de listas de discussões... Conforme Borges Neto, (1998, p.3). Compreendemos ser um uso mais amplo de liberdade pelo fato os alunos poderem acessar todos os meios computacionais disponíveis; entretanto, pode não acontecer um ensino e aprendizagem eficaz do conteúdo, por muitas vezes não ter uma participação efetiva de um professor especialista no acompanhamento do trabalho, no que concerne a questão da formação para trabalhar com o computador, pois o mesmo participa mais como um consultor
  • 35. 35 (in) formal, como aquele que encaminha os alunos ao responsável pela sala de informática, que é quem dá os andamentos ao projeto, conforme (BORGES NETO, 1998). E por fim, a Informática Educativa, que se caracteriza pelo uso da informática como suporte ao professor, como um instrumento a mais em sua sala de aula, no qual o professor possa utilizar esses recursos colocados a sua disposição. Nesse nível, o computador é explorado pelo professor especialista em sua potencialidade e capacidade, tornando possível simular, praticar ou vivenciar situações- podendo até sugerir conjecturas abstratas -, fundamental a compreensão de um conhecimento ou modelo de conhecimento que se está construindo. Borges Neto (1998, p. 4). Esta forma de utilizar do computador assume um papel importante na propagação do conhecimento, uma vez que funciona como recurso didático na representação específica de um saber, facilidades de manuseio, feedback e uma possibilidade para acompanhar, a distância, a construção de um conhecimento realizado pelo aluno, assim como afirma Borges Neto, (1998). 1.6.2 Uma breve história da informática na educação no Brasil No Brasil a introdução da informática foi diferente dos Países como a França e EUA, a sua implantação iniciou-se nas universidades em 1970 e já 1971 aconteceu na Universidade Federal de São Carlos um seminário intensivo sobre o uso do computador no ensino de Física ministrado por E. Huggins, especialista da Universidade de Dartmouth, E.U.A. (Souza, 1983). No mesmo ano o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras organizaram I ACONTECE, no qual um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), acoplou, via modem, um terminal no Rio de Janeiro a um computador localizado no campus da USP (Souza, 1983). Na UFRJ em 1973, o Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde e o Centro Latino-Americano de Tecnologia Educacional (NUTES/CLATES) usou software de simulação no ensino de Química. A UFRGS, nesse mesmo ano, realizaram-se algumas experiências, usando simulação de fenômenos de Física com alunos de graduação e na mesma universidade o Centro de Processamento de Dados desenvolveu o software SISCAI para avaliação de alunos de pós-graduação em Educação. Segundo Valente, em 1982, o SISCAI foi traduzido para os microcomputadores de 8 bits como CAIMI (CAI para
  • 36. 36 MIcrocomputadores), funcionando como um sistema CAI e foi utilizado no ensino do 2ºgrau pelo grupo de pesquisa da Faculdade de Educação (FACED), liderado pela Profa. Lucila Santarosa, conforme Valente (1999). Na UNICAMP, em 1974, Valente desenvolveu com um aluno de iniciação científica, Marcelo Martelini, um software tipo CAI implementado em linguagem BASIC, para o ensino de fundamentos de programação BASIC. Esse CAI foi usado por alunos do Mestrado em Ensino de Ciência e Matemática, coordenado pelo Prof. Ubiratan D’Ambrósio, realizado no Instituto de Matemática, Estatística e Ciência da Computação e financiado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e Ministério da Educação (MEC) nas palavras de Valente (1999). Em 1975, aconteceu a primeira visita de Seymour Papert e Marvin Minsky ao Brasil, que lançaram as primeiras sementes das ideias do Logo. E em 1976, retornam para ministrar seminários e participar de atividades de grupos de pesquisas do logo aplicado a educação. No qual o grupo de pesquisa foi consolidado com a criação do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED), em maio de 1983. Em 1981, o Logo foi intensamente utilizado por um grupo de pesquisadores liderados pela Profa. Léa da Cruz Fagundes do Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC) da UFRGS. O LEC foi criado em 1973 por pesquisadores preocupados com as dificuldades da aprendizagem de matemática apresentadas por crianças e adolescentes da escola pública. Os estudos realizados tinham uma forte base piagetiana e eram coordenados pelo Dr. António Battro, discípulo de Piaget, conforme Valente (1999). Com os avanços das pesquisas e experiências dentro e fora do Brasil, despertaram os interesses das universidades e do governo e resolveram implantar programas educacionais com a utilização da informática nas instituições. Assim, aconteceu o primeiro e o segundo Seminário Nacional de Informática em Educação, na Universidade de Brasília em 1981 e Universidade Federal da Bahia em 1982. Desses dois seminários originou o EDUCOM implantado pela Secretaria Especial de Informática (SEI) do MEC. Possibilitando a formação de pesquisadores das universidades e de profissionais das escolas públicas na realização de diversas ações como o Concursos Nacional de Software Educacional (em 1986, 1987 e 1988), a implementação do FORMAR Curso de Especialização em Informática na Educação (realizados em 1987 e 1989), e implantação nos estados do CIEd que são os Centros de Informática em Educação (iniciado em 1987). Em 1989, foi implantado na Secretaria Geral do MEC o Plano Nacional de Informática Educativa o PRONINFE. Esse programa consolidou as diferentes ações que tinham sido desenvolvidas em termos de normas e uma rubrica no Orçamento da União, realizou o FORMAR III (Goiânia) e FORMAR IV (Aracajú) destinados a formar professores
  • 37. 37 das escolas técnicas e implantou os Centros de Informática Educativa nas Escolas Técnicas Federais (CIET). E por fim em 1997, foi criado o Programa Nacional de Informática na Educação PROINFO, vinculado à Secretaria de Educação a Distância-SEED do MEC. De acordo com (Valente, 1999) podemos diferenciar o programa de informática na educação do Brasil e da França e Estados Unidos, sendo a primeira é a relação que se estabeleceu entre os órgãos de pesquisa e a escola pública. Na França, as políticas implantadas pelo governo não foram necessariamente frutos da pesquisa e não houve o estabelecimento de uma ligação direta entre os centros de pesquisa e escola pública. Nos Estados Unidos, embora tenham sido produzidas inúmeras pesquisas, estas podiam ou não ser adotadas pela escola interessada em implantar a informática. A segunda diferença entre o programa brasileiro e o francês e americano é a descentralização das políticas e sistemática de trabalho estabelecida entre o MEC e as instituições que desenvolvem atividades de informática na educação. No caso da informática na educação, as decisões e as propostas não têm sido totalmente centralizadas no MEC, mas fruto de discussões e propostas feitas pela comunidade de técnicos e pesquisadores da área. Pois sua função foi de acompanhar, viabilizar e implementar essas decisões. Portanto, no Brasil, as políticas de implantação e desenvolvimento da informática na educação não são produto somente de decisões governamentais, como na França, nem consequência direta do mercado como nos Estados Unidos. A terceira diferença é com relação à proposta pedagógica e o papel que o computador desempenha no processo educacional. No programa brasileiro, o papel do computador é o de provocar mudanças pedagógicas profundas, em vez de "automatizar o ensino" ou preparar o aluno para ser capaz de trabalhar com a informática. Essa proposta de mudança sempre esteve presente, desde o I Seminário Nacional de Informática na Educação, realizado em Brasília. Todos os centros de pesquisa do projeto EDUCOM atuaram na perspectiva de criar ambientes educacionais, usando o computador como recurso facilitador do processo de aprendizagem. O intuito dessa abordagem educacional seria transformar uma educação em que o aluno pudesse realizar atividades por intermédio do computador e, assim, aprender. Por isso toda a plataforma da informática na educação, por meio da formação dos pesquisadores dos centros, os cursos de formação ministrados e mesmo os software educacionais desenvolvidos por alguns centros eram elaborados, tendo em mente a possibilidade desse tipo de mudança pedagógica. Uma das vantagens do foco brasileiro na introdução da informática foi a formação dos profissionais para trabalharem o computador como recurso pedagógico nas suas aulas
  • 38. 38 facilitando o ensino-aprendizagem numa abordagem construcionista em que o aluno aprende manipulando o computador por meio de jogos, programas educacionais e ambiente virtual de aprendizagem, como também na implantação de projetos de incentivo a criação de software educacional por profissionais em universidades.
  • 39. 39 CAPÍTULO 3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Neste capítulo buscamos analisar os dados produzidos durante a permanência no período no campo de pesquisa, por meio da aplicação de uma entrevista semiestruturada e observação não participante às aulas das duas colaboradoras. Assim, para uma melhor compreensão, dividimos os dados em categorias os quais apresentaremos e analisaremos para alcance dos objetivos propostos. Os dados coletados foram divididos em oito categorias, de acordo com as temáticas abordadas. São elas: Uso do computador no cotidiano; Formação para o uso do computador; O uso do computador na prática pedagógica; O uso do computador nas aulas; Reação dos alunos com a utilização do computador; Utilização do Laboratório de informática; Dificuldades em trabalhar com o computador e por último o aperfeiçoamento para o uso do computador nas aulas. Como já citado, as colaboradoras serão identificados por cognomes da área da informática. Ressaltamos que as duas professores selecionadas atenderam aos requisitos necessários, porque utilizaram o computador na sala de aula, dentre o universo de nove professores (as) que lecionavam nesta turma de 7ª série, turno tarde do Ensino Fundamental – séries finais, de um CEEP de Luiz Correia-PI. 3.1. USO DO COMPUTADOR NO COTIDIANO Para esta categoria, perguntamos o seguinte: Você tem computador em casa ou notebook ou netbook? Em caso afirmativo, como faz uso dessa tecnologia? Para quê? Tenho somente um computador de mesa. Utilizo para estudar, no qual faço curso à distância e às vezes acesso as redes sociais. (PROFESSORA GIGA) Tenho 01 computador de mesa e 01 notebook. Utilizo para fazer pesquisas, baixar arquivos, vídeos e músicas educativas, como também para o trabalho da coordenação pedagógica, na preparação das aulas e para divertir-se. (PROFESSORA BYTES) Com base nas falas das duas professoras, estas confirmaram a utilização do computador em seus cotidianos, tanto no trabalho, como em casa. Foi recorrente nas afirmações das mesmas, utilizarem para o trabalho, realizar pesquisas, estudos, acesso às redes sociais e diversão. Entretanto infere-se nos relatos destacados, onde torna mais evidente
  • 40. 40 o uso do computador de forma mais abrangente por parte da professora Bytes, pois além de utilizar como diversão, faz uso no seu trabalho para a coordenação pedagógica e na preparação de suas aulas da disciplina de inglês. Com base no exposto, buscamos compreender em Valente (1999, p.1), as rápidas mudanças com o uso computador: Se a mudança na Educação é lenta e quase imperceptível, a mudança em outros segmentos da nossa sociedade - como no sistema produtivo - é rápida, visível, afetando drasticamente o nosso comportamento, principalmente o modo de trabalhar e, por conseguinte, o modo de pensar e atuar. O mercado produtivo exige mudanças rápidas nos comportamentos das pessoas, para que se adaptem às novas tecnologias, no intuito de atender a demanda de exigências da clientela, sejam empresas educacionais ou não, por conta até mesmo da própria sociedade, no qual o sistema educacional a sua introdução das NTICS ainda continuam lentas. Também na fala da professora Giga está relatou que usa o computador para estudar a distância, segundo Moran (2000, p.1) define está modalidade de ensino, sendo um processo de: [...] ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes. Entendemos que está modalidade necessita ter além de momentos presenciais, onde que professores e alunos não estando fisicamente no mesmo local e horário devem estar conectados por meio das NTICS. 3.2 FORMAÇÃO PARA O USO DO COMPUTADOR Nessa categoria buscamos compreender se as professoras fizeram algum curso de informática e se caso positivo, tinha sido particular ou ofertado pela rede de ensino que trabalha atualmente ou trabalhou no intuito de capacitação em um processo de formação continuada com as novas tecnologias de informação e comunicação para aplicação no ambiente escolar e no seu cotidiano.
  • 41. 41 A esse respeito perguntamos da seguinte maneira: Você fez algum curso para trabalhar com o computador? Caso for afirmativo, foi particular ou oferecido pela secretária de educação? Fiz um curso de informática básico sendo particular, mas desisti, porque uma hora de curso passava rápido. (PROFESSORA GIGA) Sim. Fiz um curso de informática, sendo particular. (PROFESSORA BYTES) Nesta passagem, a professora Giga iniciou um curso de informática, mas percebemos que a mesma não chega a concluir. Já a segunda afirma que fez um curso de informática também por conta própria, inferindo que concluiu o curso. Dessa forma inferimos que as professoras em questão, reconhecem a importância de uma formação para o uso do computador tendo em vista que ingressaram em um curso de informática, entretanto mesmo assim a professora Giga não o concluiu. A questão fundamental é recorrente (MORAN, ALMEIDA 2005, p.23): sem o conhecimento técnico será impossível implantar soluções pedagógicas inovadoras e vice- versa; sem o pedagógico os recursos técnicos disponíveis serão adequadamente utilizados? Pois não adianta ter o conhecimento básico somente das ferramentas do computador, e sim está aliado ao conhecimento da prática pedagógica em que um complementa o outro numa construção do saber fazer dentro da sala de aula. Também podemos concluir que apesar do tempo de trabalho destas na instituição, máximo dois meses, aparentemente a rede de ensino que atuam ainda não ofereceu um curso de qualificação para o trabalho com computador no ambiente pedagógico. Segundo a legislação, para que os profissionais possam trabalhar com as NTICS é necessário que tenham formação na área. 3.2.1 O USO DO COMPUTADOR NA PRÁTICA PEDAGÓGICA Ainda de acordo com o uso do computador, agora na prática docente na sala de aula, questionamos as interlocutoras: Você acha que esse conhecimento é útil em sua prática pedagógica? Por quê? Como? Foi muito importante, mas acho que é preciso melhorar minha prática pedagógica, como por exemplo, na utilização do programa Power Point e outros. (PROFESSORA GIGA)
  • 42. 42 Com certeza, pois tudo que faço hoje com o computador foi graças a esse conhecimento adquirido, podendo muitas vezes no meu trabalho economizar folhas e o meu tempo. (PROFESSORA BYTES) Percebemos no depoimento da professora Giga uma falta de conhecimento (ou prática) em utilizar programas básicos de apresentação, como o Power point3 e outros que não relatou. Na sua concepção, este fato representa uma grande barreira no seu trabalho pedagógica, como por exemplo, na elaboração de slides dos conteúdos para exposição de suas aulas. Neste sentido, descrevo um trecho do diário de bordo no período de observação da professora Giga: Dia 21 de novembro de 2012: Solicitou aos grupos que iniciassem as apresentações dos seminários programados para aquela data. Dessa forma os alunos apresentaram o seminário utilizando o computador acoplado ao Datashow ou retroprojetor, que a professora trouxe já combinado com os grupos. Os alunos fizeram os slides com textos e imagem pesquisados da internet sobre a História da Arte e Arte moderna. Já outro grupo para a sua apresentação confeccionou um cartaz e a professora colocou o vídeo da música popular brasileira “roda viva” que fazia parte da temática, passando para a turma que a professora estava preparada com os recursos relacionados com tema em questão. Pois esses alunos trouxeram a música somente escrita, mas a professora trouxe em DVD. (PROFESSORA GIGA). Apesar da docente aparentemente não saber construir os slides, um grupo de alunos demostraram que são hábeis nesta ferramenta de apresentação. Ao contrário do outro grupo que não trouxe recursos suficientes para dinamizar o seu conteúdo de estudo, contudo a mesma apresentou o vídeo que abordava a temática. Ainda com relação ao seu relato, pudemos perceber o reconhecimento da sua dificuldade, pois sua atitude demostra um lado positivo, podendo despertar para um repensar de sua prática numa posterior busca de uma formação sólida na área da informática educativa. No discurso da professora Bytes inferimos que este conhecimento está sendo aparentemente mais aproveitado para atividades administrativas ao invés do fazer pedagógico, como por exemplo, no seu trabalho de coordenação pedagógica e a inclusão de notas das avaliações dos discentes no diário. 3 O PowerPoint é um editor de apresentações que oferece muitos recursos, possibilitando a integração de objetos multimídia (som, imagem, filme, texto, gráfico) e definição de efeitos programados. Permite, portanto, a personalização dos slides de acordo com as preferências do usuário e o tipo de utilização a que se destina. Na área educacional pode ser uma ferramenta útil para mostras e documentação de trabalhos. (FREIRE, PRADO 2000 p.17)
  • 43. 43 Vejamos o relato do diário de bordo da professora Bytes, em relação à utilização do computador em suas aulas. Dia 22 de novembro de 2012 Chamava os alunos por ordem da lista de frequência, assim corrigia as provas na presença dos mesmos e utilizando o seu notebook colocava as notas das provas por meio do programa Excel. (PROFESSORA GIGA). Segundo Valente (1999 p.6) baseado na abordagem construcionista, professores e administração escolar por meio da convivência com o computador pode [...] implicar na construção de conhecimento pedagógico sobre como usar [...] e mudanças administrativas de modo que o computador possa vir a ser parte das atividades realizadas pelos próprios professores da escola. Quando toda escola utiliza o computador para diversas funções, ficaria mais fácil o acesso e sua utilização pedagógica pelos (as) professores (as). Entretanto não é o que percebemos in lócus, as professoras ainda têm resistências quanto ao uso nas salas de aulas seja de forma colaborativa pelos alunos ou como recurso de ensino aprendizagem. Buscamos a funcionalidade do Excel do pacote Office em Freire e Prado (2000 p.23) descobrimos que: A planilha eletrônica Excel oferece recursos para efetuar cálculos matemáticos, financeiros e contábeis, bem como gerar diversos gráficos. Pode-se utilizá-la com diversas finalidades, desde o controle do orçamento doméstico até o gerenciamento financeiro de uma empresa. Na escola, é muito útil para tratar dados provenientes de pesquisas, produzir e interpretar gráficos e tabelas. Vimos que o programa oferece recursos não só pedagógicos mais também para uso em empresas e na vida pessoal. 3.3 UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NAS AULAS O computador pode ser um importante recurso para promover a passagem da informação ao usuário ou facilitar o processo de construção de conhecimento. A aprendizagem pode ocorrer de duas formas: a primeira pela memorização seguindo o modelo tradicional e a outra pelo processamento da informação na qual o denominamos de construção do conhecimento, conforme Valente (1999 p.1).
  • 44. 44 Nesse questionamento buscamos saber por que e como as professoras utilizam o computador nas suas aulas, no qual perguntamos da seguinte maneira: Você utiliza o computador em suas aulas? Por quê? Como? Sim. Utilizo o computador. Porque as aulas não ficam limitadas, desperta a curiosidade dos alunos diante das diversidades de estilos artísticos da música, imagens, desenhos, textos, demostrando por meio de DVDs, computador e Data Show. (PROFESSORA GIGA) Sim. Porque é uma ótima ferramenta e economiza tempo, chama atenção dos alunos, sempre procuro trazer algo diferente para as aulas, como na apresentação de vídeos, músicas, slides conforme o conteúdo e utilizo na própria elaboração das atividades. (PROFESSORA BYTES) Diante dos relatos fica evidente que as duas utilizam o computador, porém ambas com visões e finalidades diferentes e ora que aproximam no caso de despertar a curiosidade e interesse do alunado. A professora Giga utiliza porque dar uma maior possibilidade de demostrar o conteúdo de sua disciplina artes e também por despertar a curiosidade dos seus alunos. Já professora Bytes justifica por economia de tempo na elaboração de material, além de despertar o interesse dos alunos e dinamizar as aulas. A respeito da contribuição das mídias audiovisuais Almeida (2005, p.41) comenta: A linguagem produzida na integração entre imagens, movimentos e sons atrai e toma conta das gerações mais jovens, cuja comunicação resulta do encontro entre palavras, gestos e movimentos, distanciando-se do gênero do livro didático, da linearidade das atividades da sala de aula e da rotina escolar. A dinâmica de introdução das mídias audiovisuais nas atividades pedagógicas principalmente do computador atrai e desperta atenção devido já fazer parte da vida da geração mais jovem e consequentemente dos alunos presentes nas escolas. Por isso é fundamental os professores utilizarem de forma consciente e apropriada a cada conteúdo de forma criativa. No período de observação fizemos as seguintes anotações. Dia 23 de novembro de 2012 [...] continuidade as apresentações dos seminários da História da Arte. Somente um grupo trouxe a apresentação em slides [...]. A professora projetou (o Data Show)4 na parede do 4 O data show é apresentado diretamente da tela do computador, pode ser acoplado a vários tipos de mídia e é de fácil transporte. O custo de aquisição deste equipamento é alto, nem sempre está disponível em locais de apresentação e a sala deve ficar no escuro (RAMO, CUNHA, FRIZZO) apud (SCHMIDT; PAZIN FILHO, 2007).
  • 45. 45 fundo da sala, por achar um local melhor para a projeção, mas inadequadamente para a visão dos alunos por causa da iluminação natural atrapalhar a visualização e até mesmo porque os alunos têm que virar de costas e saírem da frente da projeção. (PROFESSORA GIGA) Tendo em vista o compromisso da professora com o uso do computador para dinamizar as suas aulas enriquecendo os conteúdos, percebemos que a estrutura da sala de aula ainda não favorece que professores e alunos tenham uma boa visualização com o uso dos recursos pedagógicos, interferindo em toda a dinâmica da sala de aula, dispersando a atenção da turma. Para Moran uma escola de qualidade deverá atender alguns requisitos: Precisa fundamentalmente de professores bem preparados, motivados, e bem remunerados e com formação pedagógica atualizada. [...] salas confortáveis, com boa acústica e tecnologias, das simples até as sofisticadas. [...] sala de aula hoje precisa ter acesso fácil ao vídeo, DVD e, no mínimo, um ponto de Internet, para acesso a sites em tempo real pelo professor ou pelos alunos, quando necessário. Um computador em sala com projetor multimídia são recursos necessários, embora ainda caros, para oferecer condições dignas de pesquisa e apresentação de trabalhos a professores e alunos. Segundo o autor para que a escola de qualidade aconteça, deverá ocorrer uma revolução nas bases de sua estrutura, ou seja, passar pela formação continuada do profissional, transformação da infraestrutura da escola e da sala de aula e a implantação de recursos multimídias de última geração. Verificamos nas falas das professoras que as mesmas utilizam o computador com o Datashow porque reconhecem seus benefícios de ensino e aprendizagem, entretanto percebemos na observação de uma professora que muitas vezes a sua prática de utilização torna-se limitada por desconhecimento de seu potencial de uso, devido uma carência de formação na área, como também a estrutura da escola que contempla a esse favorecimento. 3.4 REAÇÃO DOS ALUNOS COM A UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR Desta vez interrogamos as participantes da seguinte forma: Quando você utiliza o computador em sala de aula, qual a reação dos alunos? Por quê? Como? Os alunos demostram curiosidade. Porque eles apropriam de elementos culturais diversos por meio da visualização de vídeos em DVDs. (PROFESSORA GIGA)
  • 46. 46 É bem interessante, porque os alunos ficam mais atentos aos conteúdos e participam mais das aulas. (PROFESSORA BYTES) De acordo com as respostas das professoras as mesmas confirmaram que os alunos reagem por meio da curiosidade e da atenção diante dos conteúdos nas aulas. No qual a primeira afirma que por meio dos vídeos que reproduz durante suas aulas, além de despertar a curiosidade dos mesmos, expõe que melhora a aprendizagem com relação aos conteúdos de sua disciplina, enquanto a segunda relatou que os alunos ficam mais atentos e acontece uma maior participação nas aulas. Entretanto não foi possível presenciar na observação da professora Bytes utilizando o computador na aplicação dos conteúdos, mas somente colocando as notas das avaliações diretamente no programa Excel. Nessa direção Bettega (2010, p.22) ressalta que “Também se percebe que a tecnologia atrai mais a atenção dos alunos, pois o computador torna mais fácil o aprendizado de disciplinas consideradas difíceis, como a Física e a Química, melhorando, assim, o desempenho escolar”. Conforme o exposto, observamos que o computador é um ótimo recurso de aplicação nas aulas devido os alunos reagirem positivamente com sua introdução, seja por meio de projetos educacionais ou por conteúdos das disciplinas e até mesmo na parte administrativa do professor. 3.5 UTILIZAÇÃO DO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA O PROINFO é um programa educacional de introdução das novas tecnologias nas escolas públicas como ferramenta de apoio e ao processo de ensino-aprendizagem, proposto pelo Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação a Distância criado Portaria nº 522, de 9 de abril de 1997, (BRASIL, 1997). Nesse contexto, perguntamos as interlocutoras o seguinte: Quando o laboratório de informática estava em funcionamento, você alguma vez levou os alunos até lá para utilizar os computadores como recurso de ensino e aprendizagem dos conteúdos. Por que você decidiu fazer isso? Como foi esse momento para você e para os alunos? Por quê? Não. Porque quando cheguei à instituição, o laboratório de informática já não estava em funcionamento, pois encontrava em reforma. (PROFESSORA GIGA)
  • 47. 47 Não nunca levei. Porque nesse momento eu era somente coordenadora pedagógica, pois faz somente dois meses que iniciei como professora na instituição, por ocasião da ausência da professora da disciplina de inglês. (PROFESSORA BYTES) Ao analisarmos os relatos das colaboradoras, ambas afirmaram que nunca levaram os seus alunos ao Laboratório de Informática- LI, com justificativas distintas, pois a professora Giga relata porque a sala encontrava-se em reforma. Contudo a professora Bytes explica que não era docente na instituição na época de funcionamento do LI, somente exercendo a função de coordenadora pedagógica. O Programa Nacional de Informática na Educação- Proinfor têm os seguintes objetivos: melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem; incorporar novas tecnologias de informação nas escolas por meio de criação de nova ecologia cognitiva; propiciar uma educação que busque o desenvolvimento científico e tecnológico e educar para uma cidadania global numa sociedade mais desenvolvida tecnologicamente, (BRASIL, 1997). Conforme explicitado nos objetivos do programa, percebemos o quanto a instituição como um todo, principalmente os alunos, perdem pela ausência desta sala de informática em funcionamento, tendo em vista ser um espaço de ensino e aprendizado para aluno e docente aliado a formação contínua para o uso NTICS na sala de aula. É importante buscarmos o relato da professora com relação ao não funcionamento da sala de Informática na instituição. Entrevista realizada em novembro de 2012 [...] o bom seria uma sala com os recursos prontos (instalados). (PROFª BYTES) Diante do relato da professora inferimos que ela sente a necessidade de um espaço apropriado e equipado com recursos tecnológicos a disposição dos professores a realização de suas atividades, que podemos denominar de Laboratório de Informática-LI que a escola já dispõe, mas pelo fato de não funcionar e nunca ter levado os alunos até lá, a mesma não ver este local dentro de sua concepção de trabalho pedagógico. Também inferimos que a mesma pode aparentemente estar culpabilizando a ausência deste espaço, no intuito de justificar o não uso do computador nas suas atividades pedagógicas na sala porque demanda um pouco mais de trabalho e tempo para instalação dos recursos.
  • 48. 48 Portanto analisamos que as professoras não utilizam o laboratório por motivo de reforma, conquanto sabem da importância deste espaço atendendo as diretrizes do programa do Proinfor. 3.6 DIFICULDADES EM TRABALHAR COM O COMPUTADOR Os entraves no uso desses recursos didáticos, como os computadores, precisam ser vencidos, e o ideal é que tenhamos mais experiências positivas acontecendo segundo Bettega (2010, p.111). Nessa direção indagamos as entrevistadas: Você sente dificuldades em trabalhar com o computador na sala de aula? Por quê? Como? Com relação a essa questão elas responderam: Sinto um pouco de dificuldade. Mas a cada dia aprendo mais, principalmente com os colegas de profissão, também fazendo pesquisas e até mesmo com os próprios alunos. (PROFESSORA GIGA) Não. Porque já está habituada no manuseio e tudo o que vejo na internet relacionado com a minha prática pedagógica, logo estou baixando para aplicação em minhas aulas. Mas como o tempo de aula é muito curto, dificulta um pouco, o bom seria uma sala com os recursos prontos (instalados). (PROFESSORA BYTES) Ao analisarmos as respostas dos depoimentos das interlocutoras percebemos que ambas são contrárias, enquanto a primeira têm dificuldades, a outra não encontra nenhuma dificuldade com a utilização do computador em sua prática pedagógica. Neste sentido Garcia (2012, p.6-7) vai de encontro com o relato da primeira professora no âmbito das barreiras enfrentadas com a utilização da TIC5 na educação: É preciso, primeiramente, superar o desafio da condição do professor de “forasteiro” digital, reconhecendo que a maioria dos docentes não nasceu neste mundo repleto de tecnologias como seus alunos, que são nativos digitais e que não concebem o mundo sem essas engenhocas eletrônicas. Em segundo lugar, é necessário superar o desafio da ineficiência da formação inicial. Em terceiro lugar, é preciso superar o desafio da formação contínua baseada no modelo de racionalidade técnica (clássico), reconhecendo que essa formação, do modo que está organizada, também não é transformadora de 5 TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação. Terminologia que resulta da junção de algumas tecnologias de informação (antes chamadas de Informática) e as tecnologias de comunicação (antes denominadas como telecomunicações e mídia eletrônica). Essas tecnologias compreendem a obtenção, o armazenamento, o processamento e a distribuição da informação através de meios eletrônicos e digitais (ex.: rádio, televisão, telefone e computadores etc.). (GARCIA 2012, p.3).
  • 49. 49 forma a levar os professores à utilização das TIC no processo de ensino e aprendizagem. Apesar de muitos professores já terem experiências na docência há muito tempo podem sim estarem inseridos no mundo digital e sair da condição “forasteiro” digital, com o qual às vezes os cursos de formação inicial não contemplavam disciplinas sobre essa concepção nos currículos ou até mesmo por não ter tido produtivo ou capaz de modificar sua formação docente para o uso do computador nas atividades diárias. E por fim propõe a alteração do modelo técnico-clássico para o prático-reflexivo por entender ser o ideal devido o professor irá atuar nas situações concretas de sala de aula (GARCIA, 2012). É importante ressaltar as estratégias utilizadas da professora Giga em busca dos conhecimentos necessários a respeito do uso do computador em sua prática, na qual procura aprender com os pares (colegas de profissão), os próprios alunos e além de realizar pesquisas na internet na busca de solução enfrentadas no cotidiano escolar. Enquanto a professora Bytes não expressou dificuldades na manipulação do computador no seu depoimento e sim bastante interesse em pesquisar na internet atividades e materiais para dinamização das suas aulas, a mesma relatou dificuldades inerentes à duração das aulas por achar pouco tempo para a realização do proposto e a falta do Laboratório de informática-LI equipado com recursos multimídias. Diante dos relatos percebemos dificuldades de ordem técnica e prática, umas vez que há uma carência de formação contínua para uso do computador na prática pedagógica das professoras no intuito de alcançar um processo de ensino aprendizagem atendendo a evolução da sociedade do conhecimento (VALENTE 1999). 3.7 APERFEIÇOAMENTO PARA O USO DO COMPUTADOR NAS AULAS É inquestionável a formação continuada para a prática docente esteja sempre atualizada que possa atender as transformações que ocorrem no cotidiano e no mundo que o cerca. Sua atuação, sobretudo em sua área de formação, pressupõe seu desenvolvimento profissional (formação contínua), visando à transformação da sociedade (GARCIA, 2012 p.4). Neste intuito questionamos nossas entrevistadas a respeito deste processo: Você acha que ainda precisa melhorar para trabalhar com o computador nas suas aulas? O quê? Por quê? Com base nas perguntas as mesmas refletiram afirmando: Sim, claro sempre. Porque nunca utilizei o Power Point. (PROFESSORA GIGA)