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Júdice Fialho, o maior industrial conserveiro do Algarve
José Carlos Vilhena Mesquita
A figura mais notável da História da Industria Conserveira no
Algarve, foi sem sombra para dúvidas João António Júdice Fialho,
um homem inteligente e empreendedor,
que nas primeiras décadas do século XX
conseguiu conquistar os principais
mercados europeus com as suas
conservas de atum e de sardinha, mas
também com as suas massas
alimentícias, compotas e marmeladas.
Foi dos poucos industriais das pescas
que há mais de um século atrás soube
visionar o conceito de globalização à
escala atlântica, investindo na aquisição
de modernos meios de transformação
industrial do pescado, cujos avultados
lucros lhe permitiram diversificar a
produção e reinvestir noutros segmentos
de mercado.
Proprietário e industrial de conservas, João António Júdice Fialho
nasceu em Portimão a 17-4-1859 e faleceu em Lisboa, na Casa de
Saúde de Benfica, a 17-3-1934, com 74 anos de idade. Era filho de
Francisco Alexandre Abreu Fialho e de Maria Glória Júdice, natural
de Estombar, concelho de Lagoa. ambos abonados de meios de
fortuna, e descendentes de proprietários rurais.
Os avantajados meios
de fortuna do industrial
conserveiro, J. A. Júdite
Fialho, permitiram-lhe
reunir uma magnífica
coleção de arte (quadros,
porcelanas, mobiliário),
fazendo-se distinguir na
sociedade do seu tempo,
quer no país quer no
estrangeiro, como um
mecenas e um magnata
da cultura e da arte. A sua prosperidade financeira permitiu-lhe
construir na colina de St.º António do Alto, em Faro, uma magnífica
residência ao estilo dos “châteaux” do Loire francês, que ficou
João António Júdice Fialho, industrial
conserveiro, foto dos anos vinte.
O antigo Palácio Fialho, hoje propriedade da Diocese do Algarve
conhecida, e ainda hoje se designa, como Palácio Fialho. Começou
a construir-se em 1913, sob projeto do arquiteto Joaquim Manuel
Norte Júnior, possui dois pisos e águas furtadas (ou sótão de caixão
em pé alto), cujo eixo central se destaca do restante edifício. As
suas características arquitetónicas evidenciam um forte revivalismo
do estilo clássico francês. As obras concluíram-se em 1925, tendo-
se então realizado uma faustosa cerimónia de inauguração que
contou com a presença das principais autoridades políticas,
religiosas e militares do Algarve.
Nessa altura poucos se
interessavam em Faro, ou no
Algarve, pelo colecionismo de
antiguidades e peças
artísticas, paixão essa que
herdou do sogro, o famoso
Dr. Justino Cúmano, que foi
no último quartel do séc. XIX
um verdadeiro mecenas da
arte e da cultura, proprietário
do Teatro Lethes e grande
impulsionador da Arte de
Talma no Algarve.
Iniciou a sua atividade industrial precisamente na cidade de Faro
onde fundou uma fábrica de álcool que por razões conjunturais teve
efémera duração. Investiu depois no ramo da indústria da pesca do
atum e da sardinha, sector tradicional mas de confiável retorno
financeiro. Depressa se apercebeu da oportunidade do sector
conserveiro, que nos finais do séc. XIX estava ainda a dar os
primeiros passos, fundando algumas fábricas em Portimão e Lagos.
Anos depois fundaria novas e sofisticadas unidades fabris na cidade
de Faro, nas vilas de Olhão e Espinho, tendo por fim avançado para
a ilha da Madeira, onde se tornou
o principal industrial do sector, tal
como aliás acontecia no Algarve.
O número de operários, que tinha
por sua conta nas diversas
fábricas espalhadas pelo país,
ascendia a largos milhares.
As marcas que lançou no
mercado, sobretudo das suas
conservas de sardinha, eram as
mais conhecidas na Europa, principalmente em Inglaterra, onde
praticamente dominava esse sector de mercado. As latas de
Galleon, consagrada marca de conservas de sardinha
da fábrica Júdice Fialho de Portimão
Marie Elisabeth famosa marca de conservas da Júdice Fialho
sardinha e de atum das fábricas algarvias da Casa Fialho foram
imprescindíveis para a alimentação dos exércitos beligerantes
durante a I Guerra Mundial.
Júdice Fialho foi um dos
maiores industriais de
conservas da Europa, cujo
sucesso se deve ao seu
espírito criativo e
empreendedor, capaz de
ver à distância os interesses
do mercado e a evolução do
consumo em diferentes
regiões do mundo. Com o
elevado volume de negócios
que manteve nos principais
mercados mundiais, conseguiu reunir um pecúlio financeiro
verdadeiramente invulgar, tornando-se num dos maiores capitalistas
portugueses do seu tempo.
Teve uma vida de intenso trabalho, com muitos dissabores,
traições e desilusões, que lhe endureceram o carácter. Retirou da
sua experiência como empresário uma capacidade negocial
invulgar e uma diplomacia nas relações exteriores muito peculiar.
Soube extrair das relações com os políticos nacionais e
estrangeiros grandes lições, umas positivas quando baseadas na
honra, outras negativas quando envasadas na corrupção. De todas
soube sempre colher ensinamentos que lhe foram muito úteis no
seu longo percurso empresarial. Muitas dessas falsas amizades
usou-as em proveito próprio. Não obstante, foi um dos maiores
industriais das pescas e da transformação conserveira no país, com
fábricas no Algarve e noutras regiões do país, contribuindo com as
suas iniciativas empresariais para o desenvolvimento da economia
nacional.
Curiosamente nos últimos anos de vida virou-se para a
agricultura, tendo adquirido no Algarve vastas propriedades,
situadas no Areal Gordo e Pereiro, as courelas das Caliças, as
fazendas de Marachique e das Areias, do Vau da Rocha (em
Portimão), Atalaia e Benefícios, assim como a famosa Quinta do
Alto, onde construíra a sua residência. Mas também adquiriu as
conhecidas Hortas de Olhão e dos Fumeiros, a quinta do Bom João
e a vastíssima fazenda do Montenegro, sem esquecer ainda as
valiosas e extensas propriedades dos salgados e reguengos de
Portimão, em Boina e Arge, tendo por fim adquirido o antigo
Morgado de Quarteira, que mais tarde o banqueiro Cupertino de
Pedra de litografia usada nas conservas da fábrica Júdice Fialho
Miranda compraria aos seus herdeiros para aí fundar o resort
turístico hoje conhecido
como Vilamoura. Nessas
propriedades desenvolveu
culturas novas e empregou
modernas máquinas,
adubos e desinfestantes
até aí desconhecidos na
região. Algumas dessas
máquinas existiam ainda
há poucos anos nas
arrecadações agrícolas da
sua apalaçada residência,
hoje transformada, ou adaptada às suas funções educativas, sob a
designação de Colégio de Santo António do Alto. A ele se deve a
introdução no Algarve das culturas intensivas do pimenteiro e do
marmeleiro, cujas produções aproveitou para criar as primeiras
agroindústrias no género, além de ter também experimentado a
exportação em lata da pasta de pimento e do doce de marmelo.
Também investiu na pesca do bacalhau, enviando vários navios
da sua frota pesqueira do Algarve para os bancos na Terra Nova de
onde voltavam carregados de peixe que era depois aqui submetido
à secagem, embalagem e exportação para os mercados
consumidores em todo o mundo. Embora o Algarve tivesse
condições muito propícias à indústria da secagem do bacalhau, o
certo é que depois da experiência da Casa Fialho praticamente não
houve quem prosseguisse no aproveitamento desse sector.
Face aos seus
negócios e aos
avultados meios de
fortuna, Júdice Fialho
passava largas
temporadas no
estrangeiro usufruindo
da avançada cultura
dos países do centro
europeu, adquirindo
conhecimentos nos
mais diversos meios,
quer científicos quer artísticos. A sua educação e esmerado bom
gosto, levou-o a colecionar imensas obras de arte, principalmente
quadros, tapeçarias, esculturas e ricas porcelanas, com as quais
decorou e enriqueceu o seu palácio de Faro.
Bancas dos operários especializados na soldagem das conservas
Palácio Fialho, vendido m 1960 à Diocese do Algarve, tornou-se
num colégio privado para alunos do ensino Primário e Básico até
ao 9.º ano
Uma das suas características mais cativantes era a forma como
tratava os seus colaboradores, desde o engenheiro até ao mais
humilde trabalhador rural, que a todos conhecia pelo primeiro nome.
A nenhum, sobretudo aos mais carenciados, permitia que faltasse o
sustento, diligenciando sempre trabalho para os operários ativos e
apoio médico-social, assim como financeiro, para os mais velhos e
doentes. Impõe-se também salientar que as fábricas conserveiras
da empresa Júdice Fialho foram as primeiras no país a possuírem
creches para os filhos das operárias e salas de aleitamento para
que as mães pudessem cuidar dos seus bebés durante as horas de
trabalho. Também lhes eram prestados serviços médicos e apoio
farmacêutico, além de ensinamentos de puerícia e aconselhamento
no planeamento familiar.
Em 17-4-1916, a Câmara Municipal de Portimão prestou-lhe uma
homenagem pública, descerrando o seu retrato no salão nobre
daquela edilidade, como prova de gratidão pelo desenvolvimento
económico prestado à sua terra-natal.
Dois dias antes de falecer foi submetido a uma intervenção
cirúrgica que correu satisfatoriamente, sucumbindo no pós-
operatório por causa de um ataque cardíaco, enfarte agudo do
miocárdio.
Era casado com D. Maria Antónia Cúmano Fialho, descendente
de uma das mais prestigiadas famílias do Algarve, filha do médico
italiano Dr. Justino Cúmano. Teve duas filhas, D. Justina Cúmano
Fialho de Sousa Coutinho, casada com D. António de Sousa
Coutinho, Conde de Linhares, e de D. Isabel Cúmano Fialho de
Mendonça, viúva de Jorge de Mendonça.
O féretro do benemérito industrial chegou a Faro por via-férrea no
dia 21-5-1934, ficando depositado no jazigo da família Cúmano até
que ficasse pronto o mausoléu que a viúva mandou edificar no
Cemitério da Esperança. Para quem não conhece é uma obra de
arte fúnebre da maior imponência, cujo traço arquitetónico se revela
inspirado nos cânones do classicismo italiano. O seu funeral foi uma
grandiosa manifestação de pesar, demonstrada por milhares de
pessoas que deviam ao defunto diferentes provas de amizade e de
proteção. Vieram autocarros de todo o Algarve, especialmente de
Portimão, Peniche e Sines, onde aquele industrial possuiu fábricas
e propriedades agrícolas.
O nome de João António Júdice Fialho encontra-se imortalizado
na toponímia das cidades de Faro, Sines e Portimão. Recentemente
o município de Portimão atribuiu-lhe o nome a uma Escola do
Ensino Básico dos 2º e 3º Ciclos.

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Júdice Fialho, o maior industrial conserveiro do Algarve

  • 1. Júdice Fialho, o maior industrial conserveiro do Algarve José Carlos Vilhena Mesquita A figura mais notável da História da Industria Conserveira no Algarve, foi sem sombra para dúvidas João António Júdice Fialho, um homem inteligente e empreendedor, que nas primeiras décadas do século XX conseguiu conquistar os principais mercados europeus com as suas conservas de atum e de sardinha, mas também com as suas massas alimentícias, compotas e marmeladas. Foi dos poucos industriais das pescas que há mais de um século atrás soube visionar o conceito de globalização à escala atlântica, investindo na aquisição de modernos meios de transformação industrial do pescado, cujos avultados lucros lhe permitiram diversificar a produção e reinvestir noutros segmentos de mercado. Proprietário e industrial de conservas, João António Júdice Fialho nasceu em Portimão a 17-4-1859 e faleceu em Lisboa, na Casa de Saúde de Benfica, a 17-3-1934, com 74 anos de idade. Era filho de Francisco Alexandre Abreu Fialho e de Maria Glória Júdice, natural de Estombar, concelho de Lagoa. ambos abonados de meios de fortuna, e descendentes de proprietários rurais. Os avantajados meios de fortuna do industrial conserveiro, J. A. Júdite Fialho, permitiram-lhe reunir uma magnífica coleção de arte (quadros, porcelanas, mobiliário), fazendo-se distinguir na sociedade do seu tempo, quer no país quer no estrangeiro, como um mecenas e um magnata da cultura e da arte. A sua prosperidade financeira permitiu-lhe construir na colina de St.º António do Alto, em Faro, uma magnífica residência ao estilo dos “châteaux” do Loire francês, que ficou João António Júdice Fialho, industrial conserveiro, foto dos anos vinte. O antigo Palácio Fialho, hoje propriedade da Diocese do Algarve
  • 2. conhecida, e ainda hoje se designa, como Palácio Fialho. Começou a construir-se em 1913, sob projeto do arquiteto Joaquim Manuel Norte Júnior, possui dois pisos e águas furtadas (ou sótão de caixão em pé alto), cujo eixo central se destaca do restante edifício. As suas características arquitetónicas evidenciam um forte revivalismo do estilo clássico francês. As obras concluíram-se em 1925, tendo- se então realizado uma faustosa cerimónia de inauguração que contou com a presença das principais autoridades políticas, religiosas e militares do Algarve. Nessa altura poucos se interessavam em Faro, ou no Algarve, pelo colecionismo de antiguidades e peças artísticas, paixão essa que herdou do sogro, o famoso Dr. Justino Cúmano, que foi no último quartel do séc. XIX um verdadeiro mecenas da arte e da cultura, proprietário do Teatro Lethes e grande impulsionador da Arte de Talma no Algarve. Iniciou a sua atividade industrial precisamente na cidade de Faro onde fundou uma fábrica de álcool que por razões conjunturais teve efémera duração. Investiu depois no ramo da indústria da pesca do atum e da sardinha, sector tradicional mas de confiável retorno financeiro. Depressa se apercebeu da oportunidade do sector conserveiro, que nos finais do séc. XIX estava ainda a dar os primeiros passos, fundando algumas fábricas em Portimão e Lagos. Anos depois fundaria novas e sofisticadas unidades fabris na cidade de Faro, nas vilas de Olhão e Espinho, tendo por fim avançado para a ilha da Madeira, onde se tornou o principal industrial do sector, tal como aliás acontecia no Algarve. O número de operários, que tinha por sua conta nas diversas fábricas espalhadas pelo país, ascendia a largos milhares. As marcas que lançou no mercado, sobretudo das suas conservas de sardinha, eram as mais conhecidas na Europa, principalmente em Inglaterra, onde praticamente dominava esse sector de mercado. As latas de Galleon, consagrada marca de conservas de sardinha da fábrica Júdice Fialho de Portimão Marie Elisabeth famosa marca de conservas da Júdice Fialho
  • 3. sardinha e de atum das fábricas algarvias da Casa Fialho foram imprescindíveis para a alimentação dos exércitos beligerantes durante a I Guerra Mundial. Júdice Fialho foi um dos maiores industriais de conservas da Europa, cujo sucesso se deve ao seu espírito criativo e empreendedor, capaz de ver à distância os interesses do mercado e a evolução do consumo em diferentes regiões do mundo. Com o elevado volume de negócios que manteve nos principais mercados mundiais, conseguiu reunir um pecúlio financeiro verdadeiramente invulgar, tornando-se num dos maiores capitalistas portugueses do seu tempo. Teve uma vida de intenso trabalho, com muitos dissabores, traições e desilusões, que lhe endureceram o carácter. Retirou da sua experiência como empresário uma capacidade negocial invulgar e uma diplomacia nas relações exteriores muito peculiar. Soube extrair das relações com os políticos nacionais e estrangeiros grandes lições, umas positivas quando baseadas na honra, outras negativas quando envasadas na corrupção. De todas soube sempre colher ensinamentos que lhe foram muito úteis no seu longo percurso empresarial. Muitas dessas falsas amizades usou-as em proveito próprio. Não obstante, foi um dos maiores industriais das pescas e da transformação conserveira no país, com fábricas no Algarve e noutras regiões do país, contribuindo com as suas iniciativas empresariais para o desenvolvimento da economia nacional. Curiosamente nos últimos anos de vida virou-se para a agricultura, tendo adquirido no Algarve vastas propriedades, situadas no Areal Gordo e Pereiro, as courelas das Caliças, as fazendas de Marachique e das Areias, do Vau da Rocha (em Portimão), Atalaia e Benefícios, assim como a famosa Quinta do Alto, onde construíra a sua residência. Mas também adquiriu as conhecidas Hortas de Olhão e dos Fumeiros, a quinta do Bom João e a vastíssima fazenda do Montenegro, sem esquecer ainda as valiosas e extensas propriedades dos salgados e reguengos de Portimão, em Boina e Arge, tendo por fim adquirido o antigo Morgado de Quarteira, que mais tarde o banqueiro Cupertino de Pedra de litografia usada nas conservas da fábrica Júdice Fialho
  • 4. Miranda compraria aos seus herdeiros para aí fundar o resort turístico hoje conhecido como Vilamoura. Nessas propriedades desenvolveu culturas novas e empregou modernas máquinas, adubos e desinfestantes até aí desconhecidos na região. Algumas dessas máquinas existiam ainda há poucos anos nas arrecadações agrícolas da sua apalaçada residência, hoje transformada, ou adaptada às suas funções educativas, sob a designação de Colégio de Santo António do Alto. A ele se deve a introdução no Algarve das culturas intensivas do pimenteiro e do marmeleiro, cujas produções aproveitou para criar as primeiras agroindústrias no género, além de ter também experimentado a exportação em lata da pasta de pimento e do doce de marmelo. Também investiu na pesca do bacalhau, enviando vários navios da sua frota pesqueira do Algarve para os bancos na Terra Nova de onde voltavam carregados de peixe que era depois aqui submetido à secagem, embalagem e exportação para os mercados consumidores em todo o mundo. Embora o Algarve tivesse condições muito propícias à indústria da secagem do bacalhau, o certo é que depois da experiência da Casa Fialho praticamente não houve quem prosseguisse no aproveitamento desse sector. Face aos seus negócios e aos avultados meios de fortuna, Júdice Fialho passava largas temporadas no estrangeiro usufruindo da avançada cultura dos países do centro europeu, adquirindo conhecimentos nos mais diversos meios, quer científicos quer artísticos. A sua educação e esmerado bom gosto, levou-o a colecionar imensas obras de arte, principalmente quadros, tapeçarias, esculturas e ricas porcelanas, com as quais decorou e enriqueceu o seu palácio de Faro. Bancas dos operários especializados na soldagem das conservas Palácio Fialho, vendido m 1960 à Diocese do Algarve, tornou-se num colégio privado para alunos do ensino Primário e Básico até ao 9.º ano
  • 5. Uma das suas características mais cativantes era a forma como tratava os seus colaboradores, desde o engenheiro até ao mais humilde trabalhador rural, que a todos conhecia pelo primeiro nome. A nenhum, sobretudo aos mais carenciados, permitia que faltasse o sustento, diligenciando sempre trabalho para os operários ativos e apoio médico-social, assim como financeiro, para os mais velhos e doentes. Impõe-se também salientar que as fábricas conserveiras da empresa Júdice Fialho foram as primeiras no país a possuírem creches para os filhos das operárias e salas de aleitamento para que as mães pudessem cuidar dos seus bebés durante as horas de trabalho. Também lhes eram prestados serviços médicos e apoio farmacêutico, além de ensinamentos de puerícia e aconselhamento no planeamento familiar. Em 17-4-1916, a Câmara Municipal de Portimão prestou-lhe uma homenagem pública, descerrando o seu retrato no salão nobre daquela edilidade, como prova de gratidão pelo desenvolvimento económico prestado à sua terra-natal. Dois dias antes de falecer foi submetido a uma intervenção cirúrgica que correu satisfatoriamente, sucumbindo no pós- operatório por causa de um ataque cardíaco, enfarte agudo do miocárdio. Era casado com D. Maria Antónia Cúmano Fialho, descendente de uma das mais prestigiadas famílias do Algarve, filha do médico italiano Dr. Justino Cúmano. Teve duas filhas, D. Justina Cúmano Fialho de Sousa Coutinho, casada com D. António de Sousa Coutinho, Conde de Linhares, e de D. Isabel Cúmano Fialho de Mendonça, viúva de Jorge de Mendonça. O féretro do benemérito industrial chegou a Faro por via-férrea no dia 21-5-1934, ficando depositado no jazigo da família Cúmano até que ficasse pronto o mausoléu que a viúva mandou edificar no Cemitério da Esperança. Para quem não conhece é uma obra de arte fúnebre da maior imponência, cujo traço arquitetónico se revela inspirado nos cânones do classicismo italiano. O seu funeral foi uma grandiosa manifestação de pesar, demonstrada por milhares de pessoas que deviam ao defunto diferentes provas de amizade e de proteção. Vieram autocarros de todo o Algarve, especialmente de Portimão, Peniche e Sines, onde aquele industrial possuiu fábricas e propriedades agrícolas. O nome de João António Júdice Fialho encontra-se imortalizado na toponímia das cidades de Faro, Sines e Portimão. Recentemente o município de Portimão atribuiu-lhe o nome a uma Escola do Ensino Básico dos 2º e 3º Ciclos.