Este documento discute transtornos de personalidade, psicopatia e serial killers. Apresenta conceitos-chave como Neurociência, assassinos em série, e tipos de psicopatas. Explica que lesões no lobo frontal do cérebro podem estar relacionadas a comportamentos anti-sociais, e que a distinção entre psicopatia e sociopatia depende da origem do transtorno.
1. Escola Secundária/3 Garcia de Orta
Transtornos de personalidade,
psicopatia e serial killers
Ana Filipa Cordeiro
nº 2, 12ºB
Professora Joana Inês Pontes
Psicologia
Data de conclusão: 11/12/10
Data de entrega: 13/12/10
11
de
Dezembro
de
2010
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personalidade,
psicopatia
e
serial
killers
Introdução
Os mistérios da mente. Sempre foi, e sempre será, um tema fascinante, seja por pura
curiosidade ou, por outro lado, pela permanente dúvida do que o homem é realmente capaz
de fazer.
Neste ensaio, pretende-se apresentar os traços característicos básicos de diversos
transtornos específicos de personalidade, focando essencialmente o transtorno de
personalidade “anti-social”, a psicopatia.
Propõe-se, também, abordar o estudo da figura do serial killer, observando as
características em comum e as que diferem com os traços característicos da psicopatia.
Os objectivos deste trabalho de pesquisa são, portanto, compreender o funcionamento
do cérebro de um ser afectado com transtornos de personalidade, depreender as diferenças
entre homicidas e psicopatas e assimilar a figura do serial killer.
Colocam-se algumas questões relativamente a este tema, que se propõe responder
através deste ensaio. São elas: “Serial killers – criminosos ou loucos?”, “Psicopatas: Almas
atormentadas ou cérebros doentes?”, “Qual é a causa destes transtornos? Poderão ser
prevenidos? De que maneira o cérebro está envolvido?”.
Neste trabalho, irá explorar-se o que a Neurociência consegue fazer com pessoas com
este tipo de distúrbios e que respostas conseguem ser obtidas, através da mesma.
Analisar-se-á, ainda, um caso fictício mas que pode ser usado como base para explicar
alguns dos transtornos mais misteriosos – “Dexter”, a “mão esquerda de Deus”, uma série
televisiva inspirada nos livros homónimos do escritor Jeff Lindsay.
Este tema está enquadrado na matéria de “O Cérebro” uma vez que é o mesmo que
está na base da explicação destes desconcertos da personalidade; é através do cérebro que
se tem vindo a avançar na resolução científica destes problemas.
Deste modo, espera-se que seja possível responder aos problemas colocados
previamente, tendo por base a Neurociência, o estudo do cérebro.
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Conceitos básicos
O que é a Neurociência?
Ø A Neurociência, tal como o nome indica, é um termo que
reúne as vertentes biológicas que estudam o funcionamento do sistema nervoso,
em especial a anatomia e a fisiologia do cérebro. Basicamente, é uma
interdisciplinaridade resultante da interacção de diversas áreas como, por
exemplo, a neurobiologia, a a neurofisiologia, a neuropsicologia, a
neuropsiquiatria, entre outras.
Assassinos em série ou serial killers
Ø São indivíduos que praticam uma série de crimes,
normalmente com um intervalo de tempo constante entre cada homicídio. O
assassino em série pode ainda matar várias pessoas de uma só vez. É um tipo
de criminoso de perfil psicopatológico que, geralmente, segue um “modus
operandi” e deixa a sua “assinatura”. Regra geral, são indivíduos muito
inteligentes; segundo estudos realizados pelo FBI (Federal Bureau of
Investigation), os seus quocientes de inteligência, QI, estão entre os 110 e 120
podendo, em alguns casos, ser até mais elevados.
Psicopatia
Ø A palavra “psicopata” designa, a rigor, um indivíduo
clinicamente perverso, com personalidade psicopática. A psicopatia é um
distúrbio mental grave caracterizado por um desvio de carácter, isto é, ausência
de sentimentos genuínos, frieza, insensibilidade, manipulação, egocentrismo e
falta de remorsos. Apesar de ser mais frequente em indivíduos do sexo
masculino, também se conhecem casos de mulheres afectadas, embora não
possuam características tão específicas como as dos homens. Por vezes, a
psicopatia é também denominada de sociopatia; cientificamente, a doença é
classificada como sendo um transtorno de personalidade anti-social.
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Assassinos em série ou serial killers
Os assassinos em série são, normalmente, indivíduos com boa aparência, bem
sucedidos, membros activos da comunidade – cidadãos responsáveis à primeira vista.
Geralmente, demonstram três comportamentos durante a infância, conhecidos como
“Triade MacDonald”: urinam na cama, provocam incêndios e são cruéis com animais. Ainda em
criança, têm tendência a destruir propriedades, a masturbação compulsiva, isolamento social,
mentiras crónicas, rebeldia, pesadelos constantes, acessos de raiva exagerados, fobias, dores
de cabeça constantes e auto-mutilações.
O motivo das atitudes de um assassino em série é, quase sempre, psicológico que se
transforma em comportamentos violentos com nuances sádicas e/ou sexuais.
Existem, basicamente, dois tipos de serial killers: os “organizados” que correspondem a
indivíduos com inteligência normal e que se inserem facilmente na sociedade; são os mais
difíceis de descobrir, uma vez que planeiam os seus homicídios, não costumam deixar provas
e, aparentemente, levam uma vida normal, e os “desorganizados” que são impulsivos e não
planeiam os seus actos. No entanto, os primeiros são os que existem em maior número e são
os que têm os distúrbios mentais mais profundos.
A maioria das pessoas é incapaz de perceber como é possível existirem seres humanos
com uma personalidade anti-social e criminosa, como a de um serial killer.
Os assassinos em série podem ser classificados, ainda, relativamente ao número de
crimes que cometem ou a forma como os cometem. Assim, dividem-se dois grandes grupos: os
“mass murders” (assassinos em massa) – quatro ou mais vítimas num mesmo local, num único
acontecimento – e os “spree killers” – assassínios em locais diferentes num curto espaço de
tempo.
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Psicopatia
A personalidade dos psicopatas é frequentemente descrita como se tratando de um
encantamento superficial e manipulador, as mentiras sistemáticas e o comportamento
fantasioso são recorrentes, bem como a ausência de sentimentos afectuosos, a
amoralidade, a impulsividade e a incorrigibilidade. No entanto, existem diferentes tipos de
psicopatas que, apesar de terem características das referidas em comum, diferem em
alguns aspectos:
Ø Amorais: Indivíduos insensíveis, arrogantes, anti-sociais
ou perversos, destituídos de compaixão, de vergonha, de sentimentos de honra e
conceitos éticos, que não sentem simpatia pelas pessoas do seu grupo social e
que praticam condutas lesivas ao bem-estar e à ordem estabelecida. Sendo inútil
qualquer tipo de recuperação a estes indivíduos.
Ø Asténicos: Sensitivos e assustadiços, insatisfeitos,
perturbações das funções orgânicas.
Ø Fanáticos: indivíduos que se caracterizam pela extrema
importância que concedem a certas constelações idealistas, sejam relacionadas
com a própria personalidade, sejam ligadas a determinados sistemas religiosos,
filosóficos ou políticos.
Ø Inseguros: Indivíduos marcados pela falta de confiança
em si mesmos e pela sensação de insuficiência que os domina. São pessoas
honestas, escrupulosas e de carácter impoluto.
Ø Ostentativos: Indivíduos mentirosos mórbidos, afáveis,
solícitos, inteligentes, simpáticos, instáveis, vaidosos, excêntricos, que procuram
aparentar mais do que aquilo que na realidade são e que, quando descobertos
na sua delinquência, costumam alegar amnésia ou ignorância.
Ø Sexuais: Indivíduos que possuem perversões ou
aberrações sexuais primitivas, caracterizadas tanto pela intensidade do instinto
como pelo desvio deste em natureza e finalidade.
Ø Reactividade Múltipla: Indivíduo em que os caracteres
anormais exibem várias formas de reacção psicótica, logo não é possível
enquadrá-los em nenhum dos tipos descritos anteriormente.
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Os psicopatas são incapazes de aprender com a punição ou de modificar os seus
comportamentos. Podem esconder, mas nunca suprimem; limitam-se a disfarçar, de forma
inteligente, as suas características de personalidade.
Mas por que motivo têm os psicopatas estas características? Os seus cérebros
são diferentes dos cérebros das pessoas normais?
Muitos estudos têm vindo a demonstrar que assassinos e criminosos ultra-violentos
evidenciam doenças cerebrais. Entre os diagnósticos mais comuns estão a esquizofrenia, a
depressão, a epilepsia, o retardamento mental, a paralisia cerebral, entre outros.
Ainda que este assunto tenha sido sempre muito controverso, muitos cientistas acham
que existem fortes argumentos a favor de um substrato de doença cerebral presente em
criminosos violentos. Estas teorias têm grandes consequências, desde o ponto de vista da
Lei até à perspectiva de uma prevenção efectiva e do tratamento da psicopatia.
v A Hipótese do Cérebro Frontal
Muitos comportamentos associados às relações sociais são controlados pelo lobo
frontal, que está localizado na parte mais anterior dos hemisférios cerebrais. Todos os
primatas sociais desenvolveram bastante o cérebro frontal, e, naturalmente, a espécie
humana tem o maior desenvolvimento de todos. Auto-controlo, planeamento, julgamento,
emoções, e muitas outras funções essenciais às relações sociais e afectivas são mediadas
pelas estruturas frontais do cérebro.
Já há bastante tempo que os neurocientistas sabem que as lesões nesta parte do
cérebro originam défices severos em todos estes comportamentos.
Existem muitos exemplos de pessoas que adquiriram personalidades sociopáticas
devido a lesões patológicas no córtex pré-frontal, como é o exemplo de Phineas Gage.
Por que razão o cérebro frontal parece ser tão importante na génese de psicopatas?
Uma hipótese é que, quando não existe punição, ou quando a pessoa é incapaz de ser
condicionada pelo medo, devido a uma lesão nessa área, então desenvolve-se uma
personalidade anti-social.
O médico americano Adrian Raine estudou assassinos e chegou a resultados
surpreendentes: 41 assassinos tinham um nível muito baixo do funcionamento cerebral no
córtex pré-frontal em relação às pessoas normais. Este investigador e médico, descobriu
ainda que os assassinos provenientes de ambientes familiares instáveis tinham défices
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muito maiores na área frontal do cérebro do que os assassinos vindos de ambientes
familiares normais.
É importante reter que uma personalidade psicopata não se restringe ao assassínio em
série. Um psicopata pode ser uma pessoa simpática e de expressões sensatas que, não
obstante, não hesita em cometer um crime quando lhe convém, não sentindo qualquer tipo
de remorso.
v Psicopatia vs. Sociopatia
Actualmente, não se tem a certeza sobre as disparidades entre estes dois termos.
Alguns autores consideram que o termo sociopatia é mais abrangente que psicopatia, isto é,
a psicopatia é parte constituinte da sociopatia. Por outro lado, outros peritos defendem que
ambos os termos se referem a um transtorno de personalidade anti-social.
Para o especialista Robert Hare, a diferença entre sociopatia e psicopatia consiste
unicamente na origem do transtorno: quando o distúrbio é originado a partir do próprio meio
social (por exemplo, ter pais violentos, ter sido vítima de maus tratos), designa-se sociopatia;
se o transtorno “nascer” com o indivíduo, então designa-se psicopatia. Estes autores
consideram que psicopatia e sociopatia são, parcialmente, sinónimas.
Contrariamente, há especialistas que defendem que a sociopatia e a psicopatia são
duas manifestações diferentes de transtornos de personalidade. Enquanto os psicopatas
nascem com as características básicas, como a ausência de medo e impulsividade, os
sociopatas apresentam um temperamento que se aproxima do que se considera “normal”.
De qualquer forma, ambos os termos dizem respeito a alterações no cérebro de um
indivíduo, influenciadas tanto pela genética como pelo meio ambiente, que levam à
manifestação de distúrbios mentais.
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Dexter – a mão esquerda de Deus
“Dexter” é uma série americana centrada em Dexter Morgan, um assassino em série
que trabalha como analista forense, especialista em padrões de dispersão de sangue, no
departamento de polícia de Miami-Dade.
A primeira temporada foi, em grande parte, baseada no livro “Darkly Dreaming Dexter”
de Jeff Lindsay. As temporadas seguintes evoluíram distintamente das obras literárias.
Dexter é um perito em análise sanguínea e vale-se disso para matar, de uma forma
meticulosa e sem deixar pistas, criminosos que a Justiça não consegue deter. Ele organiza
os seus homicídios baseando-se no “Código de Harry”, um conjunto de regras e
procedimentos desenvolvidos pelo seu pai adoptivo, Harry, que permitem garantir que
Dexter nunca será preso e assegurar que ele mate apenas outros criminosos.
O seu pai ensinou-lhe, ainda, como conviver e interagir de forma convincente com
outras pessoas, escondendo o facto de ser um sociopata.
No entanto, Dexter Morgan é, na verdade, um homem charmoso, bem sucedido e com
relações interpessoais. Dexter só mata quem merece morrer, e é aí que surge o dilema: será
Dexter o bom ou o vilão?
Dexter, na sua infância, manifestava uma das características típicas de um psicopata –
maltratava e matava animais. Quando o seu pai adoptivo repara nas suas atitudes,
rapidamente conclui que ele seria um psicopata e decide ensinar-lhe como canalizar a sua
violência e como disfarçar o seu distúrbio perante a sociedade, fazendo-o passar por uma
pessoa completamente normal. Assim, Dexter é capaz de fingir emoções “normais” e manter
a sua falsa identidade, de bom vizinho e amigo. No entanto, Dexter mantém relações
verdadeiras, como a que tem com a sua irmã e com a namorada.
v Análise comportamental e psicológica de Dexter
Dexter apresenta sintomas de transtorno de personalidade anti-social e esquizofrenia,
típico de do diagnóstico de psicopatia. Como um “bom” anti-social, Dexter não respeita leis
de moralidade. São recorrentes e frequentes em Dexter as alucinações do seu falecido pai e
é movido pela crença, bastante excêntrica, de que é um agente em prol da purificação do
Mundo. Dexter apresenta os três maiores traços característicos da psicopatia: ausência de
emoções, obsessão pelo controlo e sadismo.
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Mas existem, de facto, acontecimentos que podem servir de justificação para o
comportamento de Dexter; primeiramente, o facto de ter assistido ao assassinato da sua
mãe, quando era apenas uma criança e ter ficado dias coberto com o sangue dela, até ser
encontrado, moldou, indubitavelmente, a sua vida. Este evento explica a obsessão de
Dexter por sangue, bem como a sua “anestesia” perante as emoções: ele não consegue
ligar-se às suas emoções, excepto quando mata. Ou seja, não é que ele não as possua,
mas precisa de matar para as sentir, consequência do trauma que sofreu.
Além disso, Dexter, quando mata, gosta de deixar as suas vítimas nuas, o que
demonstra a sua “sede” de ter o poder de controlar, para além da que tem por sangue.
O transtorno de personalidade de Dexter não tem cura. É uma disfunção no sistema
límbico e no córtex pré-frontal do cérebro, impossível de reverter, até agora.
Ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa, Dexter não é louco, pelo
contrário, é extremamente racional.
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Conclusão
Através da pesquisa efectuada, pode inferir-se que os resultados, obtidos das
experiências realizadas pelos especialistas e neurocientistas da área dos transtornos de
personalidade, convergem para uma hipótese: a de que os cérebros dos criminosos
violentos e dos psicopatas são “alterados”, na zona do córtex pré-frontal e no sistema
límbico, que são os responsáveis pelas características que nos tornam humanos, como as
emoções.
No entanto, esta hipótese traz grandes problemas ao nível da Justiça – será que todos
os criminosos sofrem deste tipo de patologias? A resposta é negativa. Nem todos os serial
killers são vítimas de distúrbios ao nível do cérebro.
O comportamento humano é o resultado da interacção entre vários factores. Na
realidade, um psicopata não é automaticamente um serial killer: a interacção com o meio
pode amenizar ou agravar o seu distúrbio; mas características como falta de culpa e de
remorsos mantêm-se sempre, ou seja, o meio ambiente apenas tem o poder de esconder ou
evidenciar o transtorno.
Em suma, e respondendo a algumas das questões colocadas inicialmente, os
assassinos em série podem ou não ser psicopatas/ sociopatas. A causa destes transtornos
de personalidade poderá ser de dois tipos: genética, no caso dos psicopatas; social, no caso
dos sociopatas.
Neste momento, a Neurociência ainda não pode dar respostas definitivas para casos
como o de “Dexter”, mas o avanço tem sido muito grande e, decerto, que se obterão as
respostas que se procuram.
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Bibliografia
Livros:
DAMÁSIO, António, (1995) Descarte’s Error Emotion, Reason and the Human Brain. Nova
Iorque: Avon Hearst,– revisão online
BOURGOIN, Stéphane, (1996) Serial Killers – Inquérito sobre os Assassinos em série,
Porto: Edições Asa
Documentos Electrónicos:
CÉREBRO & MENTE (1998) – O cérebro do psicopata by SABBATINI PhD, Renato
[consultado 09 Dez. 2010] in http://www.cerebromente.org.br/n07/doencas/index_p.html
NPR (2010) - 'Dexter': Criminologist by Day, Killer by Night (7 Nov 2007) by GREENBERG,
Jill [consultado 10 Dez. 2010] in
http://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=16082918
TELEGRAPH (2010) – Dexter: an ethical serial killer (14 Jan 2010) by RAY, Rachel
[consultado 10 Dez. 2010] in http://www.telegraph.co.uk/culture/tvandradio/6988215/Dexter-
an-ethical-serial-killer.html
WIKIPEDIA (2010) Psicopata [consultado 08 Dez 2010] in
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicopata
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