O documento discute estratégias de ensino diferenciadas para atender às necessidades de aprendizagem diversas em sala de aula, garantindo os direitos de aprendizagem de todas as crianças. Ele descreve estudos que observam práticas docentes inclusivas com atividades e avaliações adaptadas individualmente, e também práticas que privilegiam alunos mais avançados. Defende diagnósticos que mapeiam as aprendizagens de cada criança para orientar planejamentos diferenciados.
3. PLANEJANDO O ENSINO PARA TODOS:
DIVERSIFICAÇÃO NO TRABALHO DOCENTE
Esse é o tema do Texto 2 da Unidade 7, de autoria
de Leal, Albuquerque e Cruz (2012). Nesse texto,
as autoras reafirmam que a heterogeneidade é um
fenômeno intrínseco à sala de aula, defendendo
a ideia de que no momento de planejar o
professor precisa considerar as diferentes
necessidades de aprendizagem das crianças,
tendo como princípio a GARANTIA DOS
DIREITOS DE APRENDIZAGEM A TODAS AS
CRIANÇAS.
5. Em pesquisas realizadas por Oliveira
(2012), foi constatado que ainda são
privilegiadas, nas práticas docentes,
atividades que contribuem para o avanço
das crianças que estão em mais
“vantagem” no aprendizado, favorecendo
muito pouco a participação das crianças
em níveis iniciais de apropriação da
leitura e da escrita.
6. Essa constatação da pesquisadora ocorreu em
situações em que as atividades:
- eram individuais e coletivas com intervenções
pedagógicas limitadas;
- favoreciam participação ativa das crianças que já
tinham autonomia na escrita em detrimento das
demais, que apenas se restringiam à atividades de
cópias ou esperavam a resolução coletiva, sem a
necessária reflexão sobre a natureza dos “erros”,
- não favoreciam a cooperação entre as crianças.
7. Essa abordagem, no entanto, não é a única
presente nas práticas alfabetizadoras, como
revelado em outros estudos. CoutinhoMonnier (2009), por exemplo, observa
práticas em que as professoras procuravam
atender as necessidades de aprendizagem
específicas das crianças, com estratégias de
ensino
e
de
avaliação
diferenciadas,
conduzindo nas atividades coletivas e
individuais
mediações
favoráveis
à
aprendizagem de todas.
8. Silveira e Aires (2008), também verificam a
existência de estratégias produtivas para
lidar com os diferentes percursos de
aprendizagem em uma turma de 4º ano,
com crianças que ainda não dominavam o
sistema de escrita, realidade que ainda se faz
presente nas escolas e bastante questionável:
10. Defendendo que tanto a reprovação quanto a
progressão automática são prejudiciais para as
crianças, as autoras tomam como exemplo a ser
seguido a atitude da professora, que assumiu a
responsabilidade de promover aprendizagens,
instaurando as condições favoráveis de
aprendizagem, tais quais:
atividades de reflexão sobre o SEA;
estratégias variadas de participação das
crianças, inclusive nas práticas de produção de
textos, com formação de duplas mistas, na qual
a criança mais experiente na escrita realiza o
registro, conforme exemplo:
12. • No caso observado, ainda foi constatado que
nas atividades de produção de textos coletiva,
a participação das crianças “não alfabéticas”
era muito significativa no processo de
planejamento e organização das ideias.
• As estratégias de produção utilizadas pela
professora são importantes para promover a
participação de todas as crianças e podem
potencializar
a
aprendizagem
de
conhecimentos fundamentais que abarcam
outras dimensões da alfabetização, para além
dos conhecimentos sobre o sistema de escrita.
13. Planejar e avaliar a prática são,
portanto, atividades fundamentais
para o alcance da apropriação do SEA.
No caderno da Unidade 7, temos um
exemplo de quadro de monitoramente
de atividades realizadas que têm como
propósito oferecer subsídios para o
planejamento e para autoavaliação.
Analisemos esse quadro:
14.
15. O PAPEL DO DIAGNÓSTICO NO PLANEJAMENTO
DE ATIVIDADES QUE CONSIDEREM AS
DIFERENTES NECESSIDADES DE APRENDIZAGEM
Para planejar o processo de ensino, levando em
conta as diferentes aprendizagens na sala de
aula, é necessário investir no diagnóstico das
necessidades das crianças com atividades que
possibilitem ir além das relações entre o oral e
o escrito, como comumente ocorre nos
diagnósticos que se pautam nos níveis de
escrita.
16. Como já afirmamos, a produção de textos é
a dimensão da alfabetização que permite às
crianças colocarem em prática todos os
conhecimentos que já dominam sobre o
sistema de escrita. E é no processo de
produção que elas também evidenciam as
suas necessidades de aprendizagem.
Para mapear esses conhecimentos é
importante fazer uso de instrumentos de
registro que
permitem avaliar as
aprendizagens da turma como um todo e de
cada criança em particular.
17. REFERÊNCIAS
• LEAL, Telma Ferraz; ALBUQUERQUE,
Eliana Borges Correia de; CRUZ, Magna
do Carmo Silva. In: BRASIL, PACTO
NACIONAL
PARA
ALFABETIZAÇÃO
NA
IDADE
CERTA, UNIDADE 7, ANO 1, 2012.
• GONTIJO, Cláudia Maria Mendes;
SCHWARTZ,
Cleonara
Maria.
Alfabetização: teoria e prática.
Curitiba: Sol, 2009.
Hinweis der Redaktion
{"11":"Refletir sobre o modo como Yago é caracterizado: não era alfabético, que reforça a tendência construtivista no processo de avaliação das escritas infantis, provocando a classificação das crianças por níveis de aprendizagem. O que isso representa? O que Yago efetivamente precisa aprender? \n","9":"Deixar que as orientadoras reflitam sobre as questões propostas, analisando se essa realidade é recorrente na rede de ensino onde atuam.\n"}