2. A POESIA VISUAL DE “RARINDRA PRAKARSA”
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3. Já reparou? E mais fácil ser-se verdadeiro com os estranhos. As pessoas
que viajam de Trem começam a falar com estranhos e contam coisas que
nunca contaram aos amigos, porque, com um estranho, não se sentem
envolvidas.
4. Meia hora mais tarde, chegam ao seu destino e saem; esquecem e o
estranho esquecerá tudo aquilo que lhe contaram. Por isso nada do
que lhe disseram tem qualquer importância. Não se correm riscos
com um estranho.
5. Ao falar com estranhos, as pessoas são mais verdadeiras e revelam o
seu coração.
6. Mas ao falar com os amigos, com os familiares — pai, mãe, mulher, marido,
irmão, irmã — há uma profunda inibição inconsciente. «Não digas isso, ele
pode ficar magoado. Não faças isso, ela pode não gostar. Não te comportes
dessa maneira, o pai é velho, pode ficar chocado.» Então a pessoa continua
a controlar-se.
7. A pouco e pouco, a verdade cai na cave do seu ser e ela torna-se
muito esperta e astuciosa com o não verdadeiro. Continua a fazer
falsos sorrisos, que não passam de pinturas nos lábios.
8. Continua a dizer coisas simpáticas, sem qualquer significado.
Começa a sentir-se aborrecida com o namorado ou com os pais, mas
continua a dizer: «Estou muito contente por te ver!» Enquanto isso,
todo o seu ser diz: «Agora deixa-me em paz!» Mas verbalmente
continua a fingir.
9. E os outros também estão a fazer a mesma coisa; ninguém se
apercebe de que estamos todos no mesmo barco.
10. E os outros também estão a fazer a mesma coisa; ninguém se
apercebe de que estamos todos no mesmo barco.