SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 6
Downloaden Sie, um offline zu lesen
PARECER SOBRE A SITUAÇÃO DA INDÚSTRIA DE ENERGIA EÓLICA NO ESTADO DO
                        RIO GRANDE DO NORTE




                 Cliente:                             Wind Energy Brazil


                 Doc. Nº:                                            03/2012


                 Data:                                              Fev/2012


                 Class.:                                            Comercial




                            José Henrique R. Azeredo
                           Advogado | Especialista em energia
                                  Diretor do CERNE




                            ANDRÉ ELALI ADVOGADOS

                         Natal • São Paulo • Recife • João Pessoa

                                www.andreelali.com.br
                             josehenrique@andreelali.com.br
1 - Energia eólica e sua representação na economia do Rio Grande do Norte

Nos últimos 4 anos, o RN passou da condição de importadores absolutos de energia para a de
provedores regionais. Isso significa investimento e PIB gerado no Estado e conforto
energético para atrair outros setores para o RN. A indústria da energia eólica representa ainda
gerar, pelo menos, 10 empregos diretos e 15 indiretos, para cada MW instalado, ou seja, cerca
de 50.000 empregos até 2015.



2 - Investimentos

Em 2008, o RN se preparou como poucos para enfrentar a competição dos leilões de 2009 e
2010.

O governo local fez o dever de casa de mobilizar investidores, diminuir incertezas
regulatórias e fundiárias, agilizar a burocracia e tomaram iniciativas concretas quanto à
logística local.

Ainda liderou nacionalmente a reivindicação da participação das eólicas nos leilões federais.

O Estado foi campeão nacional de todos os leilões (exceto um em 2011) e, devido a isso, é o
Estado com mais projetos em construção/contratados: mais de 2 mil MW, contra cerca de mil
na Bahia, 700 no Ceará e 500 no Rio Grande do Sul.

Em termos de investimentos, isso significa que o RN assegurou, desde 2009/2010, mais de 7
bilhões de reais para o RN. E, com mais leilões pela frente, poderá atingir os 9 bilhões de
reais a serem investidos até 2014.



3 - Empresas já instaladas e as regiões mais concorridas

Em função de algumas vantagens fiscais e regulatórias, cada parque eólico é registrado como
uma empresa separada, mesmo que subsidiárias de um mesmo grupo empresarial que tenha
vários empreendimentos.

Se contabilizado cada empreendimento, são mais de 60 pessoas jurídicas novas, todas com
sede no RN.

Se considerarmos grupos empresariais, ainda assim é um número significativo: cerca de 15.
As áreas mais procuradas são o Litoral Norte, a região do Mato Grande e as Serras, em
especial a de Santana. Mas já há projetos se alastrando por novas áreas no interior, como
Lages, Angicos, e o Seridó.



4 - Processo de instalação de uma empresa de eólica no Rio Grande do Norte

Há uma fase inicial de prospeção, em que se firmam contratos com proprietários de terras e se
instalam anemômetros em torres de até 130m de altura.

Segue-se uma fase de avaliação do potencial e de elaboração de um projeto de parque eólico
(posicionamento dos aerogeradores, acesso às linhas de transmissão, planos de obra etc.).
Nesta fase também é necessário definir uma estratégia de comercialização da energia, seja nos
leilões federais ou no chamado "mercado livre" (onde se negocia com o comprador
diretamente).

A instalação do parque, propriamente dito, só se dá quando tudo isso estiver definido e for
considerado viável pelo investidor. Há o risco de algum ou alguns destes fatores falharem e o
projeto não ir a leilão.



5 – Maiores desafios

O licenciamento ambiental juntamente com a logística de escoamento de energia, são hoje os
maiores dasafios enfrentados pelo Estado.

À medida que a boa prospecção e a má especulação avançam, começarão a surgir projetos
eólicos de difícil execução ou de viabilidade duvidosa, tornando esses desafios cada vez
maiores.

E também projetos em áreas ambientalmente difíceis ou até impossíveis. Não será motivo de
surpresa aparecer projetos simplesmente vetados pelo órgão ambiental por absoluta
inexequibilidade.



6 – Atuação do atual Governo do Estado

O setor não aprovou a extinção (no Governo Iberê) e a não-recriação (no Governo atual) da
Secretaria de Energia. Um estado que já se perfila como provedor energético regional, grande
produtor de petróleo e gás, sede de uma refinaria, líder em energia renovável no país e com o
potencial que tem a desenvolver não pode restringir este setor ao terceiro escalão de governo.

Era um erro das administrações anteriores que a gestão da Governadora Wilma de Faria soube
descortinar ao criar a Secretaria de Energia.

Louvavelmente, o Governo do RN tem uma Secretaria de Recursos Hídricos porque o
Governo Garibaldi fez as adutoras.

A energia é um investimento pelo menos 10 vezes maior e que não termina com as obras.
Requer acompanhamento e planejamento contínuos. Justifica-se muito mais uma estrutura
para gerir isso.

Apesar disso, o atual secretário de desenvolvimento econômico, Benito Gama, em meio a ter
que cuidar de todos os demais setores econômicos demandadores de energia, tem conseguido
manter atenção especial sobre os projetos eólicos. No IDEMA, a recente constituição de um
núcleo especial para as eólicas foi extremamente positiva.


7 - A inserção dos setores empresariais locais no processo de instalação das eólicas

Este é um trabalho que deve muito a duas pessoas: o ex-Presidente da FIERN, Flavio
Azevedo, e o Diretor Geral do SEBRAE-RN, Zeca Melo. Eles, mais do que ninguém no
Estado, trabalharam para criar as bases para que os setores empresariais locais ingressassem e
fossem capacitados para aproveitar ao máximo este ciclo. A FIERN, o CTGás-ER, o SENAI-
RN, o SEBRAE-RN e outras entidades, têm este papel importantíssimo a consolidar.



8 – O preço para quem produz e consome

Sempre se falou que a energia eólica é cara para quem produz e para quem consome. Isso, de
fato, era uma realidade até 2009.

Graças ao seu inédito sistema de leilões reversos (onde o menor preço ganha), o Brasil agora
é onde se pratica o preço de energia eólica mais competitivo do mundo. Cerca de U$60/MWh,
algo inimaginável até três anos atrás. Países pioneiros neste tipo de geração renovável como a
Dinamarca, o Canadá, a Alemanha, os EUA e a Espanha ainda rondam os U$120 a
U$160/MWh.
Por isso, todos os olhos desta indústria no mundo estão hoje voltados para o Brasil.



9 - Auto-suficiencia em energia

O Rio Grande do Norte hoje tem capacidade instalada para, se necessário, gerar sozinho a sua
própria demanda energética. Isso não é só em eólicas, claro. Conta também a Termoaçu, a
biomassa da BioFormosa e as térmicas emergenciais de Macaíba, além de 7 parques eólicos já
em operação. E lembrando que o Estado saiu do zero, em 2003.



10 – O papel do CERNE na discussão de energia renovável no Rio Grande do Norte

Ter o vento e sol não é tudo. Inúmeras outras variáveis se alinham para viabilizar estes
projetos: investimento, tecnologia, mercado, preço e mão-de-obra são os componentes
essenciais de um setor industrial integral.

O CERNE (Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia) é uma entidade
empresarial da qual participam grupos importantes como Petrobras, CPFL, EDP, Martifer,
Serveng, Abengoa, Eletrobras, entre outros, representando hoje um PIB superior a 230 bilhões
de reais. Todos esses grupos, de uma forma ou outra, foram apoiados pelo CERNE para se
instalarem no RN.

O CERNE, além do segmento de energias renováveis, trabalha em tudo o que se refere a
recursos naturais, incluindo a mineração e o sal, o petróleo e o gás, recursos hídricos, etc. O
importante é que o foco das ações e estratégias é o RN e a região em que ele se insere, o
Nordeste Setentrional do Brasil.




---
José Henrique R. Azeredo
Advogado | Especialista em energia
Diretor do CERNE
josehenrique@andreelali.com.br
skype: josehenriqueazeredo
www.cerne.org.br
Natal    •    São Paulo      •   Recife     •   João Pessoa


                                     www.andreelali.com.br




                        Natal/RN: Rua Seridó, nº 555, Petrópolis, Natal/RN, CEP: 59020-010
               Phone: (55 84) 4005-5555 / Fax: (55 84) 4005-5554 - josehenrique@andreelali.com.br

             São Paulo/SP: Av. Paulista, nº 1499, 20º andar, Bela Vista - São Paulo/SP – CEP: 01311-200
                               Phone: (55 11) 3254-5500 / Fax: (55 11) 3254-5501

      Recife/PE: Av. Frei Matias Teves, nº 280, cj. 516- Empresarial Albert Eistein, Recife/PE – CEP: 50070-450
                                             Phone: (55 81) 3221-5564

João Pessoa/PB: Av. Rui Carneiro, nº 300, cj. 707, Ed. Trade Office Center, Miramar, João Pessoa/PB - CEP: 58032-100
                                              Phone: (55 83) 3224-0939

Weitere ähnliche Inhalte

Andere mochten auch

Presentación1
Presentación1Presentación1
Presentación1Lizeth150
 
Internet -mails
Internet  -mailsInternet  -mails
Internet -mailsaninhaaas
 
21 exercicios de neurobica
21 exercicios de neurobica21 exercicios de neurobica
21 exercicios de neurobicaFelipe Fagundes
 
Modelos pedagogicos
Modelos pedagogicosModelos pedagogicos
Modelos pedagogicosDiego Paez
 
definicion sobre el internte
definicion sobre el internte definicion sobre el internte
definicion sobre el internte dianita00
 
Certificate - Petroleum
Certificate - PetroleumCertificate - Petroleum
Certificate - Petroleumdomingos vemba
 
International business poster presentation
International business poster presentationInternational business poster presentation
International business poster presentationHari Shankar
 
Dictadura Militar
Dictadura MilitarDictadura Militar
Dictadura MilitarAntoMendez_
 
Ccna exploration fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na rede
Ccna exploration   fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na redeCcna exploration   fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na rede
Ccna exploration fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na redeveruzkavaz
 
Sin título 1
Sin título 1Sin título 1
Sin título 1ericjar6
 
Email contas
Email contasEmail contas
Email contasaninhaaas
 
Article Tonucci
Article TonucciArticle Tonucci
Article Tonucciescolamura
 

Andere mochten auch (20)

Presentación1
Presentación1Presentación1
Presentación1
 
Elxel avanzado 4
Elxel avanzado 4Elxel avanzado 4
Elxel avanzado 4
 
Internet -mails
Internet  -mailsInternet  -mails
Internet -mails
 
21 exercicios de neurobica
21 exercicios de neurobica21 exercicios de neurobica
21 exercicios de neurobica
 
Proceso productivo (1)
Proceso productivo (1)Proceso productivo (1)
Proceso productivo (1)
 
História10º (2)
História10º (2)História10º (2)
História10º (2)
 
Flyer
FlyerFlyer
Flyer
 
Prueba
PruebaPrueba
Prueba
 
Modelos pedagogicos
Modelos pedagogicosModelos pedagogicos
Modelos pedagogicos
 
Asd
AsdAsd
Asd
 
Prueba de ti
Prueba de tiPrueba de ti
Prueba de ti
 
definicion sobre el internte
definicion sobre el internte definicion sobre el internte
definicion sobre el internte
 
Certificate - Petroleum
Certificate - PetroleumCertificate - Petroleum
Certificate - Petroleum
 
Estudodecasomwa
EstudodecasomwaEstudodecasomwa
Estudodecasomwa
 
International business poster presentation
International business poster presentationInternational business poster presentation
International business poster presentation
 
Dictadura Militar
Dictadura MilitarDictadura Militar
Dictadura Militar
 
Ccna exploration fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na rede
Ccna exploration   fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na redeCcna exploration   fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na rede
Ccna exploration fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na rede
 
Sin título 1
Sin título 1Sin título 1
Sin título 1
 
Email contas
Email contasEmail contas
Email contas
 
Article Tonucci
Article TonucciArticle Tonucci
Article Tonucci
 

Ähnlich wie Parecer Sobre a Situação da Indústria de Energia Eólica no Estado do Rio Grande do Norte

JornalPLP134
JornalPLP134JornalPLP134
JornalPLP134Y2Studio
 
Abeeólica - Pedro Cavalcanti - Energias Renováveis como o vetor do desenvolv...
Abeeólica  - Pedro Cavalcanti - Energias Renováveis como o vetor do desenvolv...Abeeólica  - Pedro Cavalcanti - Energias Renováveis como o vetor do desenvolv...
Abeeólica - Pedro Cavalcanti - Energias Renováveis como o vetor do desenvolv...Pe Business
 
Fórum nacional eólico
Fórum nacional eólicoFórum nacional eólico
Fórum nacional eólicoVIEX americas
 
JP Prates RN Política Estadual Energética 2009
JP Prates RN Política Estadual Energética 2009JP Prates RN Política Estadual Energética 2009
JP Prates RN Política Estadual Energética 2009Jean-Paul Prates
 
Corporate Presentation CPFL Energia - Agosto 2017
Corporate Presentation CPFL Energia - Agosto 2017Corporate Presentation CPFL Energia - Agosto 2017
Corporate Presentation CPFL Energia - Agosto 2017CPFL RI
 
Hiria_Report Preços de Energia 2013/2015
Hiria_Report Preços de Energia 2013/2015Hiria_Report Preços de Energia 2013/2015
Hiria_Report Preços de Energia 2013/2015FIA Business School
 
Prioridades do MME
Prioridades do MME Prioridades do MME
Prioridades do MME ascommme
 
Apresentação institucional 1_t11_port_final
Apresentação institucional 1_t11_port_finalApresentação institucional 1_t11_port_final
Apresentação institucional 1_t11_port_finalAES Eletropaulo
 
Apresentação Inicial JPP Projeto Rota dos Ventos RN 2013
Apresentação Inicial JPP Projeto Rota dos Ventos RN 2013Apresentação Inicial JPP Projeto Rota dos Ventos RN 2013
Apresentação Inicial JPP Projeto Rota dos Ventos RN 2013Jean-Paul Prates
 
Fórum Nacional Eólico / Carta dos Ventos
Fórum Nacional Eólico / Carta dos VentosFórum Nacional Eólico / Carta dos Ventos
Fórum Nacional Eólico / Carta dos Ventosgueste9fc93f
 
Apresentação cpfl para previ 08jun15
Apresentação cpfl para previ   08jun15Apresentação cpfl para previ   08jun15
Apresentação cpfl para previ 08jun15ersa_ri
 
Apresentação CPFL - Evento organizado pela PREVI
Apresentação CPFL - Evento organizado pela PREVIApresentação CPFL - Evento organizado pela PREVI
Apresentação CPFL - Evento organizado pela PREVICPFL RI
 
Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Maio 2012
Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Maio 2012Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Maio 2012
Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Maio 2012Sistema FIEB
 
Apresentação do ex-presidente do BNDES Demian Fiocca
Apresentação do ex-presidente do BNDES Demian FioccaApresentação do ex-presidente do BNDES Demian Fiocca
Apresentação do ex-presidente do BNDES Demian FioccaCartaCapital
 

Ähnlich wie Parecer Sobre a Situação da Indústria de Energia Eólica no Estado do Rio Grande do Norte (20)

Hora do Sul
Hora do SulHora do Sul
Hora do Sul
 
PCH 2010
PCH 2010PCH 2010
PCH 2010
 
Hora do Sul
Hora do SulHora do Sul
Hora do Sul
 
Hora do Sul
Hora do SulHora do Sul
Hora do Sul
 
JornalPLP134
JornalPLP134JornalPLP134
JornalPLP134
 
Abeeólica - Pedro Cavalcanti - Energias Renováveis como o vetor do desenvolv...
Abeeólica  - Pedro Cavalcanti - Energias Renováveis como o vetor do desenvolv...Abeeólica  - Pedro Cavalcanti - Energias Renováveis como o vetor do desenvolv...
Abeeólica - Pedro Cavalcanti - Energias Renováveis como o vetor do desenvolv...
 
Fórum nacional eólico
Fórum nacional eólicoFórum nacional eólico
Fórum nacional eólico
 
JP Prates RN Política Estadual Energética 2009
JP Prates RN Política Estadual Energética 2009JP Prates RN Política Estadual Energética 2009
JP Prates RN Política Estadual Energética 2009
 
Corporate Presentation CPFL Energia - Agosto 2017
Corporate Presentation CPFL Energia - Agosto 2017Corporate Presentation CPFL Energia - Agosto 2017
Corporate Presentation CPFL Energia - Agosto 2017
 
Hiria_Report Preços de Energia 2013/2015
Hiria_Report Preços de Energia 2013/2015Hiria_Report Preços de Energia 2013/2015
Hiria_Report Preços de Energia 2013/2015
 
Prioridades do MME
Prioridades do MME Prioridades do MME
Prioridades do MME
 
Apresentação institucional 1_t11_port_final
Apresentação institucional 1_t11_port_finalApresentação institucional 1_t11_port_final
Apresentação institucional 1_t11_port_final
 
Apresentação Inicial JPP Projeto Rota dos Ventos RN 2013
Apresentação Inicial JPP Projeto Rota dos Ventos RN 2013Apresentação Inicial JPP Projeto Rota dos Ventos RN 2013
Apresentação Inicial JPP Projeto Rota dos Ventos RN 2013
 
Fórum Nacional Eólico / Carta dos Ventos
Fórum Nacional Eólico / Carta dos VentosFórum Nacional Eólico / Carta dos Ventos
Fórum Nacional Eólico / Carta dos Ventos
 
Portugalglobal_n72-_Jan15_P47
Portugalglobal_n72-_Jan15_P47Portugalglobal_n72-_Jan15_P47
Portugalglobal_n72-_Jan15_P47
 
Apresentação cpfl para previ 08jun15
Apresentação cpfl para previ   08jun15Apresentação cpfl para previ   08jun15
Apresentação cpfl para previ 08jun15
 
Apresentação CPFL - Evento organizado pela PREVI
Apresentação CPFL - Evento organizado pela PREVIApresentação CPFL - Evento organizado pela PREVI
Apresentação CPFL - Evento organizado pela PREVI
 
Termeletricas
TermeletricasTermeletricas
Termeletricas
 
Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Maio 2012
Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Maio 2012Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Maio 2012
Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Maio 2012
 
Apresentação do ex-presidente do BNDES Demian Fiocca
Apresentação do ex-presidente do BNDES Demian FioccaApresentação do ex-presidente do BNDES Demian Fiocca
Apresentação do ex-presidente do BNDES Demian Fiocca
 

Parecer Sobre a Situação da Indústria de Energia Eólica no Estado do Rio Grande do Norte

  • 1. PARECER SOBRE A SITUAÇÃO DA INDÚSTRIA DE ENERGIA EÓLICA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Cliente: Wind Energy Brazil Doc. Nº: 03/2012 Data: Fev/2012 Class.: Comercial José Henrique R. Azeredo Advogado | Especialista em energia Diretor do CERNE ANDRÉ ELALI ADVOGADOS Natal • São Paulo • Recife • João Pessoa www.andreelali.com.br josehenrique@andreelali.com.br
  • 2. 1 - Energia eólica e sua representação na economia do Rio Grande do Norte Nos últimos 4 anos, o RN passou da condição de importadores absolutos de energia para a de provedores regionais. Isso significa investimento e PIB gerado no Estado e conforto energético para atrair outros setores para o RN. A indústria da energia eólica representa ainda gerar, pelo menos, 10 empregos diretos e 15 indiretos, para cada MW instalado, ou seja, cerca de 50.000 empregos até 2015. 2 - Investimentos Em 2008, o RN se preparou como poucos para enfrentar a competição dos leilões de 2009 e 2010. O governo local fez o dever de casa de mobilizar investidores, diminuir incertezas regulatórias e fundiárias, agilizar a burocracia e tomaram iniciativas concretas quanto à logística local. Ainda liderou nacionalmente a reivindicação da participação das eólicas nos leilões federais. O Estado foi campeão nacional de todos os leilões (exceto um em 2011) e, devido a isso, é o Estado com mais projetos em construção/contratados: mais de 2 mil MW, contra cerca de mil na Bahia, 700 no Ceará e 500 no Rio Grande do Sul. Em termos de investimentos, isso significa que o RN assegurou, desde 2009/2010, mais de 7 bilhões de reais para o RN. E, com mais leilões pela frente, poderá atingir os 9 bilhões de reais a serem investidos até 2014. 3 - Empresas já instaladas e as regiões mais concorridas Em função de algumas vantagens fiscais e regulatórias, cada parque eólico é registrado como uma empresa separada, mesmo que subsidiárias de um mesmo grupo empresarial que tenha vários empreendimentos. Se contabilizado cada empreendimento, são mais de 60 pessoas jurídicas novas, todas com sede no RN. Se considerarmos grupos empresariais, ainda assim é um número significativo: cerca de 15.
  • 3. As áreas mais procuradas são o Litoral Norte, a região do Mato Grande e as Serras, em especial a de Santana. Mas já há projetos se alastrando por novas áreas no interior, como Lages, Angicos, e o Seridó. 4 - Processo de instalação de uma empresa de eólica no Rio Grande do Norte Há uma fase inicial de prospeção, em que se firmam contratos com proprietários de terras e se instalam anemômetros em torres de até 130m de altura. Segue-se uma fase de avaliação do potencial e de elaboração de um projeto de parque eólico (posicionamento dos aerogeradores, acesso às linhas de transmissão, planos de obra etc.). Nesta fase também é necessário definir uma estratégia de comercialização da energia, seja nos leilões federais ou no chamado "mercado livre" (onde se negocia com o comprador diretamente). A instalação do parque, propriamente dito, só se dá quando tudo isso estiver definido e for considerado viável pelo investidor. Há o risco de algum ou alguns destes fatores falharem e o projeto não ir a leilão. 5 – Maiores desafios O licenciamento ambiental juntamente com a logística de escoamento de energia, são hoje os maiores dasafios enfrentados pelo Estado. À medida que a boa prospecção e a má especulação avançam, começarão a surgir projetos eólicos de difícil execução ou de viabilidade duvidosa, tornando esses desafios cada vez maiores. E também projetos em áreas ambientalmente difíceis ou até impossíveis. Não será motivo de surpresa aparecer projetos simplesmente vetados pelo órgão ambiental por absoluta inexequibilidade. 6 – Atuação do atual Governo do Estado O setor não aprovou a extinção (no Governo Iberê) e a não-recriação (no Governo atual) da
  • 4. Secretaria de Energia. Um estado que já se perfila como provedor energético regional, grande produtor de petróleo e gás, sede de uma refinaria, líder em energia renovável no país e com o potencial que tem a desenvolver não pode restringir este setor ao terceiro escalão de governo. Era um erro das administrações anteriores que a gestão da Governadora Wilma de Faria soube descortinar ao criar a Secretaria de Energia. Louvavelmente, o Governo do RN tem uma Secretaria de Recursos Hídricos porque o Governo Garibaldi fez as adutoras. A energia é um investimento pelo menos 10 vezes maior e que não termina com as obras. Requer acompanhamento e planejamento contínuos. Justifica-se muito mais uma estrutura para gerir isso. Apesar disso, o atual secretário de desenvolvimento econômico, Benito Gama, em meio a ter que cuidar de todos os demais setores econômicos demandadores de energia, tem conseguido manter atenção especial sobre os projetos eólicos. No IDEMA, a recente constituição de um núcleo especial para as eólicas foi extremamente positiva. 7 - A inserção dos setores empresariais locais no processo de instalação das eólicas Este é um trabalho que deve muito a duas pessoas: o ex-Presidente da FIERN, Flavio Azevedo, e o Diretor Geral do SEBRAE-RN, Zeca Melo. Eles, mais do que ninguém no Estado, trabalharam para criar as bases para que os setores empresariais locais ingressassem e fossem capacitados para aproveitar ao máximo este ciclo. A FIERN, o CTGás-ER, o SENAI- RN, o SEBRAE-RN e outras entidades, têm este papel importantíssimo a consolidar. 8 – O preço para quem produz e consome Sempre se falou que a energia eólica é cara para quem produz e para quem consome. Isso, de fato, era uma realidade até 2009. Graças ao seu inédito sistema de leilões reversos (onde o menor preço ganha), o Brasil agora é onde se pratica o preço de energia eólica mais competitivo do mundo. Cerca de U$60/MWh, algo inimaginável até três anos atrás. Países pioneiros neste tipo de geração renovável como a Dinamarca, o Canadá, a Alemanha, os EUA e a Espanha ainda rondam os U$120 a U$160/MWh.
  • 5. Por isso, todos os olhos desta indústria no mundo estão hoje voltados para o Brasil. 9 - Auto-suficiencia em energia O Rio Grande do Norte hoje tem capacidade instalada para, se necessário, gerar sozinho a sua própria demanda energética. Isso não é só em eólicas, claro. Conta também a Termoaçu, a biomassa da BioFormosa e as térmicas emergenciais de Macaíba, além de 7 parques eólicos já em operação. E lembrando que o Estado saiu do zero, em 2003. 10 – O papel do CERNE na discussão de energia renovável no Rio Grande do Norte Ter o vento e sol não é tudo. Inúmeras outras variáveis se alinham para viabilizar estes projetos: investimento, tecnologia, mercado, preço e mão-de-obra são os componentes essenciais de um setor industrial integral. O CERNE (Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia) é uma entidade empresarial da qual participam grupos importantes como Petrobras, CPFL, EDP, Martifer, Serveng, Abengoa, Eletrobras, entre outros, representando hoje um PIB superior a 230 bilhões de reais. Todos esses grupos, de uma forma ou outra, foram apoiados pelo CERNE para se instalarem no RN. O CERNE, além do segmento de energias renováveis, trabalha em tudo o que se refere a recursos naturais, incluindo a mineração e o sal, o petróleo e o gás, recursos hídricos, etc. O importante é que o foco das ações e estratégias é o RN e a região em que ele se insere, o Nordeste Setentrional do Brasil. --- José Henrique R. Azeredo Advogado | Especialista em energia Diretor do CERNE josehenrique@andreelali.com.br skype: josehenriqueazeredo www.cerne.org.br
  • 6. Natal • São Paulo • Recife • João Pessoa www.andreelali.com.br Natal/RN: Rua Seridó, nº 555, Petrópolis, Natal/RN, CEP: 59020-010 Phone: (55 84) 4005-5555 / Fax: (55 84) 4005-5554 - josehenrique@andreelali.com.br São Paulo/SP: Av. Paulista, nº 1499, 20º andar, Bela Vista - São Paulo/SP – CEP: 01311-200 Phone: (55 11) 3254-5500 / Fax: (55 11) 3254-5501 Recife/PE: Av. Frei Matias Teves, nº 280, cj. 516- Empresarial Albert Eistein, Recife/PE – CEP: 50070-450 Phone: (55 81) 3221-5564 João Pessoa/PB: Av. Rui Carneiro, nº 300, cj. 707, Ed. Trade Office Center, Miramar, João Pessoa/PB - CEP: 58032-100 Phone: (55 83) 3224-0939