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COMANDO DA AERONÁUTICA
   ESTADO-MAIOR DA AERONÁUTICA

CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO
    DE ACIDENTES AERONÁUTICOS




         RELATÓRIO FINAL
       A-N° 008/CENIPA/2008

      OCORRÊNCIA: ACIDENTE AERONÁUTICO

      AERONAVE: PT – YUM

      MODELO: BELL 407

      DATA: 23 FEV 2001
RF A-008/CENIPA/2008                                                   PT - YUM    23 FEV 2001




                                   ADVERTÊNCIA


              Conforme a Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986, Artigo 86, compete ao Sistema
de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – SIPAER – planejar, orientar, coordenar,
controlar e executar as atividades de investigação e de prevenção de acidentes aeronáuticos.

              A elaboração deste Relatório Final foi conduzida com base em fatores contribuintes e
hipóteses levantadas, sendo um documento técnico que reflete o resultado obtido pelo SIPAER em
relação às circunstâncias que contribuíram ou podem ter contribuído para desencadear esta
ocorrência.

               Não é foco do mesmo quantificar o grau de contribuição dos fatores contribuintes,
incluindo as variáveis que condicionaram o desempenho humano, sejam elas individuais,
psicossociais ou organizacionais que interagiram propiciando o cenário favorável ao acidente.

              O objetivo exclusivo deste trabalho é recomendar o estudo e o estabelecimento de
providências de caráter preventivo, cuja decisão quanto a pertinência em acatá-las será de
responsabilidade exclusiva do Presidente, Diretor, Chefe ou o que corresponder ao nível mais alto
na hierarquia da organização para a qual estão sendo dirigidas.

              Este relatório não recorre a quaisquer procedimentos de prova para apuração de
responsabilidade civil ou criminal; estando em conformidade com o item 3.1 do Anexo 13 da
Convenção de Chicago de 1944, recepcionada pelo ordenamento jurídico brasileiro através do
Decreto nº21.713, de 27 de agosto de 1946.

              Consequentemente, o seu uso para qualquer propósito que não o de prevenção de
futuros acidentes, poderá induzir a interpretações e conclusões errôneas.




                                                                                          2/15
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SUMÁRIO

ABREVIATURAS
SINOPSE
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VÔO
DIVULGAÇÃO
1.    HISTÓRICO DO ACIDENTE
2.    DANOS CAUSADOS
2.1   Pessoais
2.2   Materiais
3.    ELEMENTOS DE INVESTIGAÇÃO
3.1   Informações sobre o pessoal envolvido
3.2   Informações sobre a aeronave
3.3   Exames, testes e pesquisas
3.4   Informações meteorológicas
3.5   Navegação
3.6   Comunicação
3.7   Informações sobre o aeródromo
3.8   Informações sobre o impacto e os destroços
3.9   Dados sobre fogo
3.10 Aspectos de sobrevivência e/ou abandono da aeronave
3.11 Gravadores de Vôo
3.12 Aspectos organizacionais
3.13 Aspectos operacionais
3.14 Aspectos fisiológicos
3.15 Aspectos psicológicos
3.16 Aspectos ergonômicos
3.17 Informações adicionais
4.    ANÁLISE
5.    CONCLUSÃO
5.1   Fatos
5.2   Fatores contribuintes
5.2.1 Fator humano
5.2.2 Fator material




                                                                           3/15
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ABREVIATURAS


ANAC         Agência Nacional de Aviação Civil

CCF          Certificado de Capacidade Física

CENIPA       Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos

CHT          Certificado de Habilitação Técnica

CTA          Centro Técnico Aeroespacial

ECU          Eletronic Control Unit

FADEC        Full Authority Digital Engine Control

HMU          Hydromechanical Unit

IAM          Inspeção Anual de Manutenção

PLA          Power Lever Angle

SERAC        Serviço Regional de Aviação Civil

SERIPA       Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos




                                                                                 4/15
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SINOPSE

         Este acidente ocorreu durante um vôo em que o piloto decolou do Batalhão Florestal
de São Gonçalo (RJ), transportando o prefeito do município, o secretário de obras públicas e
o chefe de segurança do município, com a finalidade de realizar um vôo panorâmico sobre
os locais mais carentes da região.
        No transcorrer do vôo ocorreu uma perda de potência do motor, com a subseqüente
entrada em auto-rotação por parte do piloto, a fim de efetuar um pouso em uma área
descampada.
        Em conseqüência do pouso brusco, situação agravada pelo terreno de perfil
acidentado, a aeronave acabou sofrendo avarias nos esquis e na parte dorsal.
        O piloto sofreu lesão na coluna e os passageiros saíram ilesos.
        Os Fatores Contribuintes deste acidente foram:
        Fator Humano
            Aspecto Operacional
                Julgamento
                Indisciplina de Vôo
                Supervisão




                                                                                     5/15
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RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VÔO

           Recomendação de Segurança, conforme definido na NSMA 3-9 de 30 JAN 96, é o
estabelecimento de uma ação ou conjunto de ações emitidas pelo SIPAER, para o órgão ao qual foi
dirigida, em ação e responsabilidade nela estabelecida.

Recomendações de Segurança de Vôo emitidas durante a investigação:

À SIPAC-3 :

RSV (A) 003/A/2003 – SERAC3                                  Emitida em 2003

1. Deverá realizar uma Vistoria Especial de Segurança de Vôo, na empresa Castle Air, a fim
de verificar a qualidade do treinamento e da instrução ministrada aos seus pilotos.

Ao SERAC-3:

RSV (A) 061/A/2004 – DIPAA                                Emitida em 14 / 09 /2004

1. Deverá realizar uma Vistoria Especial de Segurança de Vôo, na empresa Castle Air Táxi
Aéreo Ltda, a fim de verificar o cumprimento do Programa de Treinamento dos tripulantes
técnicos, visando assegurar que o profissional da atividade aérea foi corretamente treinado
e adaptado para o tipo de equipamento no qual está habilitado.



RSV (A) 062/A/2004 – DIPAA                                Emitida em 14/ 09 /2004

2. Deverá envidar esforços no sentido de divulgar este acidente aeronáutico, através de
DIVOP, a todos os operadores de BH-47.


Recomendações de Segurança de Vôo emitidas pelo CENIPA após o término da
investigação:

Aos SERIPA 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 recomenda-se:

RSV    102 /2008 – CENIPA                              Emitida em 09/ 07 / 2008

1. Promover a divulgação deste Acidente Aeronáutico junto aos operadores de helicóptero,
com a finalidade de disseminar os ensinamentos adquiridos.


À ANAC recomenda-se:

RSV    103 /2008 – CENIPA                              Emitida em 09/ 07 / 2008

1. Realizar uma Vistoria Técnica na empresa CASTLE AIR Táxi Aéreo Ltda, a fim de avaliar
seu Programa de Treinamento dos tripulantes técnicos, visando assegurar que o profissional
da atividade aérea tenha sido corretamente treinado e adaptado para o tipo de equipamento
no qual tenha sido habilitado.


                                                                                       6/15
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RSV    104 /2008 – CENIPA                         Emitida em 09/ 07 / 2008

2. Fiscalizar, junto aos operadores de aeronaves BELL 407 dotadas de motores Rolls Royce
modelo 250-C47B, o cumprimento do “Commercial Engine Bulletin CEB-73-6048”, que
estabelece a troca da ECU EMC 35A pela EMC 35R, visando à redução da freqüência de
reversões dos FADEC para modo manual.


DIVULGAÇÃO
 • ANAC
 • CASTLE AIR Táxi Aéreo;
 • Rolls Royce do Brasil; e
 • SERIPA 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7




                                                                                  7/15
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                    Modelo: Bell 407                  OPERADOR:
  AERONAVE
                    Matrícula: PT – YUM               CASTLE AIR TAXI AÉREO

                    Data/hora:23 Fev 2001 – 09:50P    TIPO:
   ACIDENTE         Local: Bairro Chic / Fonseca
                                                      Falha de Motor em Vôo
                    Município, UF: São Gonçalo – RJ


1. HISTÓRICO DO ACIDENTE
          O piloto decolou do Batalhão Florestal de São Gonçalo (RJ), transportando o
prefeito do município, o secretário de obras públicas e o chefe de segurança do município,
com a finalidade de realizar um vôo panorâmico sobre os locais mais carentes da região.
          Quando sobrevoava uma das favelas, a aeronave apresentou uma perda de
potência, associada ao acendimento da luz “FADEC DEGRADE” e, logo em seguida, da luz
“FADEC FAIL”.
         Por se encontrar a baixa altura (aproximadamente 350 pés), o piloto iniciou
imediatamente um procedimento de auto-rotação, a fim de efetuar o pouso em uma área
descampada.
          Em conseqüência do pouso brusco (aproximadamente 10G), situação agravada
pelo terreno de perfil acidentado, a aeronave acabou sofrendo avarias na parte dorsal e nos
esquis, tendo estes últimos sido considerados irrecuperáveis.
         O piloto sofreu lesões leves e os passageiros saíram ilesos.

2. DANOS CAUSADOS
2.1 Pessoais

        Lesões                  Tripulantes           Passageiros             Terceiros
         Fatais                        -                   -                      -
        Graves                         -                   -                      -
         Leves                      01                     -                      -
         Ilesos                        -                  03                      -

2.2 Materiais
2.2.1 À aeronave
       A aeronave teve a recuperação de seus esquis considerada economicamente
inviável. Sofreu também danos leves no motor, rotor principal, transmissão, estrutura, cabine
de passageiros, cone de cauda, estabilizador horizontal, assentos traseiros, sistema elétrico
e sistema hidráulico.
       O proprietário optou por não recuperar a aeronave, decidindo vender a mesma.

2.2.2 A terceiros
       Não houve.


                                                                                          8/15
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3. ELEMENTOS DE INVESTIGAÇÃO

3.1 Informações sobre o pessoal envolvido
 a. Horas voadas                                                                                                                 PILOTO
    Totais     ...........................................................................................................
                                                                                                                9.500:00
    Totais nos últimos 30 dias ................................................................................. 22:40
    Totais nas últimas 24 horas .............................................................................. 02:30
    Neste tipo de aeronave                ..................................................................................     353:30
    Neste tipo nos últimos 30 dias                  ..........................................................................    22:40
    Neste tipo nas últimas 24 horas                     ......................................................................    02:30

    Obs.: As horas de vôo foram obtidas mediante declarações do piloto.

b. Formação
      O piloto foi formado pela WMB, em 1979.

c. Validade e categoria das licenças e certificados
        O piloto possuía Licença de Piloto Comercial, categoria Helicóptero e estava com as
Habilitações de Bell-406 e Bell-407 válidas.

d. Qualificação e experiência de vôo para o tipo de vôo realizado
       O piloto era qualificado e possuía suficiente experiência para a operação da
aeronave.

e. Validade da inspeção de saúde
        O piloto estava com o Certificado de Capacidade Física válido.

3.2 Informações sobre a aeronave
        A aeronave tipo helicóptero, modelo BH-407, fabricada pela Bell Helicopter em
1997, com número de série 53.152, categoria táxi-aéreo, estava com os Certificados de
Matrícula e Aeronavegabilidade nº 15322, expedidos em 01 JAN 1999, válidos até 30 JUN
2005.
        Constatou-se que a Líder Táxi Aéreo fora responsável pela ultima Inspeção Anual
de Manutenção (IAM), realizada em 22 SET 2000. Os registros da Caderneta de Célula
encontravam-se atualizados, tendo o helicóptero voado 34 h após inspeção tipo 25 h,
realizada em 26 JAN 2001, 174 h após revisão tipo IAM e 1.316 h 50 min totais. Os serviços
de manutenção foram considerados periódicos e adequados.
       O motor ALLISON 250-C47B, N/S CAE 847166, apresentou uma variação de PLA
(Power Lever Angle), associada ao acendimento da luz de “FADEC DEGRADE” e, logo
após, “FADEC FAIL”. O componente “FADEC” estava instalado na aeronave desde sua
homologação, e a manutenção era realizada pela oficina homologada Líder Táxi Aéreo.



                                                                                                                                  9/15
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3.3 Exames, testes e pesquisas
       Os ensaios realizados na Unidade Hidro-Mecânica (HMU) não detectaram
evidências que pudessem ter contribuído para falha do motor.
       Quanto à Unidade Eletrônica de Controle (ECU), o laudo emitido pelo Centro
Técnico Aeroespacial (CTA) afirmou que a causa para a falha severa que aconteceu foi a
detecção do sinal de referência da PLA fora da faixa, com um valor maior que o esperado.
Nos ensaios realizados com o componente, porém, não foi detectada qualquer tipo de falha
na função de controle de entrada da PLA.
        O registrador de incidentes, rastreando a entrada do ECU, indicou flutuações de NR
(Rotação da Turbina) dez segundos antes do desencadeamento da falha do motor. Esta
flutuação, de maneira intermitente, afetava o controle do combustível por parte do ECU.
Devido a esta flutuação, foi observado nos testes realizados que, um segundo antes de a
falha ocorrer, a entrada comandada de PLA havia reduzido para 40% e uma falha na
variação de referência havia sido declarada, revertendo, automaticamente, o controle da
aeronave para manual.
     Esta situação se apresentou para o piloto com o acendimento da luz “FADEC
DEGRADE” e, logo após, “FADEC FAIL”, além de a perda de potência.
        Foi verificado também pelo registrador de incidentes que, um segundo depois de a
falha haver ocorrido, a referência de PLA retornou novamente para 100%, transferindo, mais
uma vez, o controle para o FADEC.
       Nos testes realizados com a ECU constatou-se que esta, isoladamente, não
apresentava nenhum problema.
        A amostra de combustível retirada da aeronave foi analisada pelo Centro Técnico
Aeroespacial - CTA, o qual emitiu o Relatório de Ensaio ASA-P 014/01. Segundo este
documento, a amostra apresentava aspecto claro e límpido, visivelmente contendo água
depositada no fundo do frasco, sem contenção de material sólido à temperatura ambiente
normal. Portanto, conforme Portaria ANP Nº 137, de 1º de agosto de 2000, o combustível
estava fora dos padrões exigidos.

3.4 Informações meteorológicas
       Nada a relatar.

3.5 Navegação
       Nada a relatar.

3.6 Comunicação
       Nada a relatar.

3.7 Informações sobre o aeródromo
       O acidente ocorreu fora de área de aeródromo.

3.8 Informações sobre o impacto e os destroços
        Em conseqüência do pouso brusco, situação agravada pelo terreno de perfil
acidentado, a aeronave acabou sofrendo avarias nos esquis e na parte dorsal.
       Não houve impactos anteriores à queda e os destroços permaneceram
concentrados.
                                                                                   10/15
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       A manete de potência foi encontrada reduzida, a manete de combustível, a bateria e
o gerador desligados.

3.9 Dados sobre fogo
       Não houve fogo.

3.10 Aspectos de sobrevivência e/ou abandono da aeronave
       O piloto, apesar de haver sofrido uma lesão na coluna, em virtude do pouso
placado, desligou a bateria, fechou o sistema de combustível e orientou o abandono da
aeronave após a parada total do rotor principal. Logo após o acidente, o piloto e os
passageiros foram socorridos por uma equipe da Polícia Militar.

3.11 Gravadores de Vôo
       Não requeridos e não instalados.

3.12 Aspectos Organizacionais
       Nada a relatar.

3.13 Aspectos operacionais
        Ao ter indicação luminosa no painel de alarmes de “FADEC FAIL”, o manual da
aeronave prevê, entre outras ações operacionais, que se pressione o disjuntor do “FADEC
MODE”, para confirmar a transferência de controle eletrônico para manual, visto que a luz
indica uma falha no sistema eletrônico.
        Por estar voando a aproximadamente 350 pés, ao configurar a falha de motor, o
piloto não teve tempo suficiente para realizar todos os procedimentos requeridos à auto-
rotação, preocupando-se somente em pousar com segurança. A Instrução do Comando da
Aeronáutica 100-4 (Regras e Procedimentos Especiais de Tráfego Aéreo Para Helicópteros)
prevê que, exceto em situações de pouso e decolagem, ou quando autorizado pelo órgão
regional do SISCEAB (Sistema do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro) com jurisdição
sobre a área em que seja pretendida a operação, o vôo VFR (Visual Flight Rules) de
helicóptero não se efetuará sobre cidades, povoados, lugares habitados ou sobre grupos de
pessoas ao ar livre, em altura inferior a 500 pés acima do mais alto obstáculo existente em
um raio de 600 m em torno da aeronave.

3.14 Aspectos fisiológicos
        Não foram encontrados indícios de alterações de ordem fisiológica relevantes para o
acidente.

3.15 Aspectos psicológicos
        Não foram encontrados indícios de alterações de ordem psicológica relevantes para
o acidente.

3.16 Aspectos ergonômicos
       Nada a relatar.


                                                                                    11/15
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3.17 Informações adicionais
        O fabricante do motor emitiu a “Commercial Service Letter CSL-6125”, que aborda
procedimentos a serem adotados em quatro diferentes situações de anomalias no sistema
FADEC. O referido sistema também foi modificado, através do “Commercial Engine Bulletin
CEB-73-6048”, que estabelece a troca da ECU EMC 35A pela EMC 35R, visando à redução
da freqüência de reversões dos FADEC para modo manual.

4. ANÁLISE

         O piloto decolou do Batalhão Florestal de São Gonçalo (RJ), transportando o
prefeito do município, o secretário de Obras Públicas e o chefe de segurança do município,
com a finalidade de realizar um vôo panorâmico sobre os locais mais carentes da região.
        Quando sobrevoava uma das favelas, a aeronave apresentou uma perda de
potência, associada ao acendimento da luz “FADEC DEGRADE” e, logo em seguida, a luz
“FADEC FAIL”.
         Conforme previsto no manual da aeronave, ao ter indicação luminosa no painel de
alarmes de “FADEC FAIL”, o piloto deveria, entre outras ações operacionais, ter
pressionado o disjuntor do “FADEC MODE”, para confirmar a transferência de controle
eletrônico para manual, já que a luz indicava uma falha no sistema eletrônico.
        Pode ter ocorrido uma falha operacional durante a realização do procedimento de
auto-rotação, visto que o impacto da aeronave com o solo ocorreu de forma bastante brusca
(aproximadamente 10G), danificando seus esquis e a sua parte dorsal e, ainda, causando
uma lesão na coluna cervical do piloto.
        A altura em que o piloto voava contrariou os mínimos previstos nas regras de
tráfego aéreo (ICA 100-4) e, ao configurar a falha de motor, este iniciou imediatamente um
procedimento de auto-rotação, não tendo tempo suficiente para realizar todos os
procedimentos requeridos, preocupando-se somente em realizar o pouso com segurança
em uma área descampada.
       Os ensaios realizados na Unidade Hidro-Mecânica (HMU) não detectaram
evidências que pudessem ter contribuído para falha do motor. No caso da ECU, ocorreu a
detecção do sinal de referência da PLA fora da faixa, com um valor maior que o esperado.
Nos ensaios realizados com o componente, porém, não foi detectada qualquer tipo de falha
na função de controle de entrada da PLA.
        O registrador de incidentes, rastreando a entrada do ECU, indicou flutuações de NR
(Rotação da Turbina) dez segundos antes do desencadeamento da falha do motor. Esta
flutuação, de maneira intermitente, afetava o controle do combustível por parte do ECU.
        Devido a esta flutuação, foi observado nos testes realizados que, um segundo antes
de a falha ocorrer, a entrada comandada de PLA havia reduzido para 40% e uma falha na
variação de referência havia sido declarada, revertendo, automaticamente, o controle da
aeronave para manual.
     Esta situação se apresentou para o piloto com o acendimento da luz “FADEC
DEGRADE” e , logo após, “FADEC FAIL”, além de a perda de potência.
        Foi verificado também, pelo registrador de incidentes que, um segundo depois de a
falha haver ocorrido, a referência de PLA retornou novamente para 100%, transferindo, mais
uma vez, o controle para o FADEC.
                                                                                   12/15
RF A-008/CENIPA/2008                                                  PT - YUM   23 FEV 2001

        Depois de analisados todos os fatores, podem ser consideradas duas hipóteses
para a falha do motor.
        A primeira hipótese é a de que a falha do motor possa ter ocorrido em virtude de
água presente no combustível, visto que a amostra retirada da aeronave para análise
apresentava aspectos claro e límpido, visivelmente contendo água depositada no fundo do
frasco, sem contenção de material sólido à temperatura ambiente normal. Portanto
conforme Portaria ANP Nº 137, de 1º de agosto de 2000, o combustível estava fora dos
padrões exigidos.
        A segunda hipótese baseou-se nos ensaios realizados no HMU e no ECU,
componentes do FADEC, onde nenhuma anormalidade foi detectada, quando estes foram
analisados isoladamente. Como ficou comprovado, por intermédio do registrador de
incidentes, que houve uma perda de potência e em seguida o acendimento das luzes
“FADEC DEGRADE” e “FADEC FAIL”, podemos considerar, também, a possibilidade de a
falha do motor ter sido ocasionada por um problema ocorrido no sistema FADEC como um
todo, abrangendo-se contatos de cablagens, contaminações ambientais, interferências
eletromagnéticas, problemas de software ou até mesmo sinais espúrios que pudessem ter
causado algum problema.
        As medidas corretivas adotadas pelo fabricante do motor, objetivando maior
confiabilidade do sistema FADEC foram consideradas adequadas.
        Em conseqüência do pouso brusco, aproximadamente 10G, situação agravada pelo
terreno de perfil acidentado, a aeronave acabou sofrendo avarias nos esquis e na parte
dorsal.
        O piloto sofreu lesões leves e os passageiros saíram ilesos.



5. CONCLUSÃO
5.1. Fatos:

a. a aeronave era homologada, perfeitamente aplicável para a atividade desenvolvida;

b. o piloto estava com o Certificado de Capacidade Física (CCF) válido;

c. o piloto possuía a Licença de Piloto Comercial, categoria helicóptero e estava com as
   Habilitações de Bell-406 e Bell-407 válidas;

d. os serviços de manutenção foram considerados periódicos e adequados, estando a
   aeronave com toda sua documentação em dia e em ordem;

e. o piloto possuía aproximadamente 350 horas de vôo na aeronave;

f. o piloto voava a baixa altura, a cerca de 350 pés;

g. o combustível utilizado não estava em conformidade com a Portaria ANP nº 137, de 1º de
   agosto de 2000;

h. os testes realizados com o ECU e o HMU não acusaram nada que pudesse ter
   contribuindo para a falha do motor;

                                                                                       13/15
RF A-008/CENIPA/2008                                             PT - YUM    23 FEV 2001

i. o motor apresentou variações de PLA;

j. as luzes “FADEC DEGRADE” e de “FADEC FAIL” acenderam durante a falha do motor;

k. a aeronave sofreu danos graves, o piloto sofreu lesão na coluna e os passageiros saíram
   ilesos.

5.2 Fatores contribuintes

5.2.1 Fator Humano

Aspecto Fisiológico

          Não Contribuiu

Aspecto Psicológico

          Não Contribuiu

Fator Operacional

a. Julgamento – Contribuiu

       Conforme previsto no manual da aeronave, ao ter indicação luminosa no painel de
alarmes de “FADEC FAIL”, o piloto deveria, entre outras ações operacionais, ter
pressionado o disjuntor do “FADEC MODE”, para confirmar a transferência de controle
eletrônico para manual, já que a luz indicava uma falha no sistema eletrônico, ao invés de
ter optado por efetuar uma auto-rotação.


b. Indisciplina de Vôo – Contribuiu

         Por estar voando a baixa altura, aproximadamente a 350 pés, contrariando os
mínimos previstos nas regras de tráfego aéreo, ao configurar a falha de motor, o piloto
iniciou imediatamente a auto-rotação, não tendo tempo suficiente para realizar todos os
procedimentos requeridos à mesma, preocupando-se somente em realizar o pouso com
segurança em uma área descampada.

c. Supervisão – Indeterminado

        Não houve, por parte do pessoal de apoio de solo da empresa, uma verificação
eficaz do combustível, antes da realização da missão, logo, considerando-se a hipótese de
que o combustível fora dos padrões previstos pode ter contribuído para a falha do motor, a
carência de supervisão nas atividades de reabastecimento estaria diretamente ligada ao
evento.


                                                                                   14/15
RF A-008/CENIPA/2008                                                                      PT - YUM        23 FEV 2001

5.2.2 Fator Material

a. Fabricação / Manuseio do material - Indeterminado

         Como os ensaios realizados no motor abrangeram apenas o HMU e o ECU,
componentes do FADEC, onde nenhuma anormalidade foi detectada isoladamente, tendo,
entretanto, sido comprovado que houve uma perda de potência seguida do acendimento
das luzes “FADEC DEGRADE” e “FADEC FAIL”, podemos considerar, também, a
possibilidade de a falha do motor ter sido ocasionada por um problema ocorrido no sistema
FADEC como um todo (contatos de cablagens, contaminações ambientais, interferências
eletromagnéticas, problemas de software ou até mesmo sinais espúrios que pudessem ter
causado algum problema).
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
   Em, 09 / 07 /2008.




                                                                                                                    15/15

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Acidente com Aeronave PT-YUM 23 de fevereiro de 2007

  • 1. COMANDO DA AERONÁUTICA ESTADO-MAIOR DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS RELATÓRIO FINAL A-N° 008/CENIPA/2008 OCORRÊNCIA: ACIDENTE AERONÁUTICO AERONAVE: PT – YUM MODELO: BELL 407 DATA: 23 FEV 2001
  • 2. RF A-008/CENIPA/2008 PT - YUM 23 FEV 2001 ADVERTÊNCIA Conforme a Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986, Artigo 86, compete ao Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – SIPAER – planejar, orientar, coordenar, controlar e executar as atividades de investigação e de prevenção de acidentes aeronáuticos. A elaboração deste Relatório Final foi conduzida com base em fatores contribuintes e hipóteses levantadas, sendo um documento técnico que reflete o resultado obtido pelo SIPAER em relação às circunstâncias que contribuíram ou podem ter contribuído para desencadear esta ocorrência. Não é foco do mesmo quantificar o grau de contribuição dos fatores contribuintes, incluindo as variáveis que condicionaram o desempenho humano, sejam elas individuais, psicossociais ou organizacionais que interagiram propiciando o cenário favorável ao acidente. O objetivo exclusivo deste trabalho é recomendar o estudo e o estabelecimento de providências de caráter preventivo, cuja decisão quanto a pertinência em acatá-las será de responsabilidade exclusiva do Presidente, Diretor, Chefe ou o que corresponder ao nível mais alto na hierarquia da organização para a qual estão sendo dirigidas. Este relatório não recorre a quaisquer procedimentos de prova para apuração de responsabilidade civil ou criminal; estando em conformidade com o item 3.1 do Anexo 13 da Convenção de Chicago de 1944, recepcionada pelo ordenamento jurídico brasileiro através do Decreto nº21.713, de 27 de agosto de 1946. Consequentemente, o seu uso para qualquer propósito que não o de prevenção de futuros acidentes, poderá induzir a interpretações e conclusões errôneas. 2/15
  • 3. RF A-008/CENIPA/2008 PT - YUM 23 FEV 2001 SUMÁRIO ABREVIATURAS SINOPSE RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VÔO DIVULGAÇÃO 1. HISTÓRICO DO ACIDENTE 2. DANOS CAUSADOS 2.1 Pessoais 2.2 Materiais 3. ELEMENTOS DE INVESTIGAÇÃO 3.1 Informações sobre o pessoal envolvido 3.2 Informações sobre a aeronave 3.3 Exames, testes e pesquisas 3.4 Informações meteorológicas 3.5 Navegação 3.6 Comunicação 3.7 Informações sobre o aeródromo 3.8 Informações sobre o impacto e os destroços 3.9 Dados sobre fogo 3.10 Aspectos de sobrevivência e/ou abandono da aeronave 3.11 Gravadores de Vôo 3.12 Aspectos organizacionais 3.13 Aspectos operacionais 3.14 Aspectos fisiológicos 3.15 Aspectos psicológicos 3.16 Aspectos ergonômicos 3.17 Informações adicionais 4. ANÁLISE 5. CONCLUSÃO 5.1 Fatos 5.2 Fatores contribuintes 5.2.1 Fator humano 5.2.2 Fator material 3/15
  • 4. RF A-008/CENIPA/2008 PT - YUM 23 FEV 2001 ABREVIATURAS ANAC Agência Nacional de Aviação Civil CCF Certificado de Capacidade Física CENIPA Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos CHT Certificado de Habilitação Técnica CTA Centro Técnico Aeroespacial ECU Eletronic Control Unit FADEC Full Authority Digital Engine Control HMU Hydromechanical Unit IAM Inspeção Anual de Manutenção PLA Power Lever Angle SERAC Serviço Regional de Aviação Civil SERIPA Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos 4/15
  • 5. RF A-008/CENIPA/2008 PT - YUM 23 FEV 2001 SINOPSE Este acidente ocorreu durante um vôo em que o piloto decolou do Batalhão Florestal de São Gonçalo (RJ), transportando o prefeito do município, o secretário de obras públicas e o chefe de segurança do município, com a finalidade de realizar um vôo panorâmico sobre os locais mais carentes da região. No transcorrer do vôo ocorreu uma perda de potência do motor, com a subseqüente entrada em auto-rotação por parte do piloto, a fim de efetuar um pouso em uma área descampada. Em conseqüência do pouso brusco, situação agravada pelo terreno de perfil acidentado, a aeronave acabou sofrendo avarias nos esquis e na parte dorsal. O piloto sofreu lesão na coluna e os passageiros saíram ilesos. Os Fatores Contribuintes deste acidente foram: Fator Humano Aspecto Operacional Julgamento Indisciplina de Vôo Supervisão 5/15
  • 6. RF A-008/CENIPA/2008 PT - YUM 23 FEV 2001 RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DE VÔO Recomendação de Segurança, conforme definido na NSMA 3-9 de 30 JAN 96, é o estabelecimento de uma ação ou conjunto de ações emitidas pelo SIPAER, para o órgão ao qual foi dirigida, em ação e responsabilidade nela estabelecida. Recomendações de Segurança de Vôo emitidas durante a investigação: À SIPAC-3 : RSV (A) 003/A/2003 – SERAC3 Emitida em 2003 1. Deverá realizar uma Vistoria Especial de Segurança de Vôo, na empresa Castle Air, a fim de verificar a qualidade do treinamento e da instrução ministrada aos seus pilotos. Ao SERAC-3: RSV (A) 061/A/2004 – DIPAA Emitida em 14 / 09 /2004 1. Deverá realizar uma Vistoria Especial de Segurança de Vôo, na empresa Castle Air Táxi Aéreo Ltda, a fim de verificar o cumprimento do Programa de Treinamento dos tripulantes técnicos, visando assegurar que o profissional da atividade aérea foi corretamente treinado e adaptado para o tipo de equipamento no qual está habilitado. RSV (A) 062/A/2004 – DIPAA Emitida em 14/ 09 /2004 2. Deverá envidar esforços no sentido de divulgar este acidente aeronáutico, através de DIVOP, a todos os operadores de BH-47. Recomendações de Segurança de Vôo emitidas pelo CENIPA após o término da investigação: Aos SERIPA 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 recomenda-se: RSV 102 /2008 – CENIPA Emitida em 09/ 07 / 2008 1. Promover a divulgação deste Acidente Aeronáutico junto aos operadores de helicóptero, com a finalidade de disseminar os ensinamentos adquiridos. À ANAC recomenda-se: RSV 103 /2008 – CENIPA Emitida em 09/ 07 / 2008 1. Realizar uma Vistoria Técnica na empresa CASTLE AIR Táxi Aéreo Ltda, a fim de avaliar seu Programa de Treinamento dos tripulantes técnicos, visando assegurar que o profissional da atividade aérea tenha sido corretamente treinado e adaptado para o tipo de equipamento no qual tenha sido habilitado. 6/15
  • 7. RF A-008/CENIPA/2008 PT - YUM 23 FEV 2001 RSV 104 /2008 – CENIPA Emitida em 09/ 07 / 2008 2. Fiscalizar, junto aos operadores de aeronaves BELL 407 dotadas de motores Rolls Royce modelo 250-C47B, o cumprimento do “Commercial Engine Bulletin CEB-73-6048”, que estabelece a troca da ECU EMC 35A pela EMC 35R, visando à redução da freqüência de reversões dos FADEC para modo manual. DIVULGAÇÃO • ANAC • CASTLE AIR Táxi Aéreo; • Rolls Royce do Brasil; e • SERIPA 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 7/15
  • 8. RF A-008/CENIPA/2008 PT - YUM 23 FEV 2001 Modelo: Bell 407 OPERADOR: AERONAVE Matrícula: PT – YUM CASTLE AIR TAXI AÉREO Data/hora:23 Fev 2001 – 09:50P TIPO: ACIDENTE Local: Bairro Chic / Fonseca Falha de Motor em Vôo Município, UF: São Gonçalo – RJ 1. HISTÓRICO DO ACIDENTE O piloto decolou do Batalhão Florestal de São Gonçalo (RJ), transportando o prefeito do município, o secretário de obras públicas e o chefe de segurança do município, com a finalidade de realizar um vôo panorâmico sobre os locais mais carentes da região. Quando sobrevoava uma das favelas, a aeronave apresentou uma perda de potência, associada ao acendimento da luz “FADEC DEGRADE” e, logo em seguida, da luz “FADEC FAIL”. Por se encontrar a baixa altura (aproximadamente 350 pés), o piloto iniciou imediatamente um procedimento de auto-rotação, a fim de efetuar o pouso em uma área descampada. Em conseqüência do pouso brusco (aproximadamente 10G), situação agravada pelo terreno de perfil acidentado, a aeronave acabou sofrendo avarias na parte dorsal e nos esquis, tendo estes últimos sido considerados irrecuperáveis. O piloto sofreu lesões leves e os passageiros saíram ilesos. 2. DANOS CAUSADOS 2.1 Pessoais Lesões Tripulantes Passageiros Terceiros Fatais - - - Graves - - - Leves 01 - - Ilesos - 03 - 2.2 Materiais 2.2.1 À aeronave A aeronave teve a recuperação de seus esquis considerada economicamente inviável. Sofreu também danos leves no motor, rotor principal, transmissão, estrutura, cabine de passageiros, cone de cauda, estabilizador horizontal, assentos traseiros, sistema elétrico e sistema hidráulico. O proprietário optou por não recuperar a aeronave, decidindo vender a mesma. 2.2.2 A terceiros Não houve. 8/15
  • 9. RF A-008/CENIPA/2008 PT - YUM 23 FEV 2001 3. ELEMENTOS DE INVESTIGAÇÃO 3.1 Informações sobre o pessoal envolvido a. Horas voadas PILOTO Totais ........................................................................................................... 9.500:00 Totais nos últimos 30 dias ................................................................................. 22:40 Totais nas últimas 24 horas .............................................................................. 02:30 Neste tipo de aeronave .................................................................................. 353:30 Neste tipo nos últimos 30 dias .......................................................................... 22:40 Neste tipo nas últimas 24 horas ...................................................................... 02:30 Obs.: As horas de vôo foram obtidas mediante declarações do piloto. b. Formação O piloto foi formado pela WMB, em 1979. c. Validade e categoria das licenças e certificados O piloto possuía Licença de Piloto Comercial, categoria Helicóptero e estava com as Habilitações de Bell-406 e Bell-407 válidas. d. Qualificação e experiência de vôo para o tipo de vôo realizado O piloto era qualificado e possuía suficiente experiência para a operação da aeronave. e. Validade da inspeção de saúde O piloto estava com o Certificado de Capacidade Física válido. 3.2 Informações sobre a aeronave A aeronave tipo helicóptero, modelo BH-407, fabricada pela Bell Helicopter em 1997, com número de série 53.152, categoria táxi-aéreo, estava com os Certificados de Matrícula e Aeronavegabilidade nº 15322, expedidos em 01 JAN 1999, válidos até 30 JUN 2005. Constatou-se que a Líder Táxi Aéreo fora responsável pela ultima Inspeção Anual de Manutenção (IAM), realizada em 22 SET 2000. Os registros da Caderneta de Célula encontravam-se atualizados, tendo o helicóptero voado 34 h após inspeção tipo 25 h, realizada em 26 JAN 2001, 174 h após revisão tipo IAM e 1.316 h 50 min totais. Os serviços de manutenção foram considerados periódicos e adequados. O motor ALLISON 250-C47B, N/S CAE 847166, apresentou uma variação de PLA (Power Lever Angle), associada ao acendimento da luz de “FADEC DEGRADE” e, logo após, “FADEC FAIL”. O componente “FADEC” estava instalado na aeronave desde sua homologação, e a manutenção era realizada pela oficina homologada Líder Táxi Aéreo. 9/15
  • 10. RF A-008/CENIPA/2008 PT - YUM 23 FEV 2001 3.3 Exames, testes e pesquisas Os ensaios realizados na Unidade Hidro-Mecânica (HMU) não detectaram evidências que pudessem ter contribuído para falha do motor. Quanto à Unidade Eletrônica de Controle (ECU), o laudo emitido pelo Centro Técnico Aeroespacial (CTA) afirmou que a causa para a falha severa que aconteceu foi a detecção do sinal de referência da PLA fora da faixa, com um valor maior que o esperado. Nos ensaios realizados com o componente, porém, não foi detectada qualquer tipo de falha na função de controle de entrada da PLA. O registrador de incidentes, rastreando a entrada do ECU, indicou flutuações de NR (Rotação da Turbina) dez segundos antes do desencadeamento da falha do motor. Esta flutuação, de maneira intermitente, afetava o controle do combustível por parte do ECU. Devido a esta flutuação, foi observado nos testes realizados que, um segundo antes de a falha ocorrer, a entrada comandada de PLA havia reduzido para 40% e uma falha na variação de referência havia sido declarada, revertendo, automaticamente, o controle da aeronave para manual. Esta situação se apresentou para o piloto com o acendimento da luz “FADEC DEGRADE” e, logo após, “FADEC FAIL”, além de a perda de potência. Foi verificado também pelo registrador de incidentes que, um segundo depois de a falha haver ocorrido, a referência de PLA retornou novamente para 100%, transferindo, mais uma vez, o controle para o FADEC. Nos testes realizados com a ECU constatou-se que esta, isoladamente, não apresentava nenhum problema. A amostra de combustível retirada da aeronave foi analisada pelo Centro Técnico Aeroespacial - CTA, o qual emitiu o Relatório de Ensaio ASA-P 014/01. Segundo este documento, a amostra apresentava aspecto claro e límpido, visivelmente contendo água depositada no fundo do frasco, sem contenção de material sólido à temperatura ambiente normal. Portanto, conforme Portaria ANP Nº 137, de 1º de agosto de 2000, o combustível estava fora dos padrões exigidos. 3.4 Informações meteorológicas Nada a relatar. 3.5 Navegação Nada a relatar. 3.6 Comunicação Nada a relatar. 3.7 Informações sobre o aeródromo O acidente ocorreu fora de área de aeródromo. 3.8 Informações sobre o impacto e os destroços Em conseqüência do pouso brusco, situação agravada pelo terreno de perfil acidentado, a aeronave acabou sofrendo avarias nos esquis e na parte dorsal. Não houve impactos anteriores à queda e os destroços permaneceram concentrados. 10/15
  • 11. RF A-008/CENIPA/2008 PT - YUM 23 FEV 2001 A manete de potência foi encontrada reduzida, a manete de combustível, a bateria e o gerador desligados. 3.9 Dados sobre fogo Não houve fogo. 3.10 Aspectos de sobrevivência e/ou abandono da aeronave O piloto, apesar de haver sofrido uma lesão na coluna, em virtude do pouso placado, desligou a bateria, fechou o sistema de combustível e orientou o abandono da aeronave após a parada total do rotor principal. Logo após o acidente, o piloto e os passageiros foram socorridos por uma equipe da Polícia Militar. 3.11 Gravadores de Vôo Não requeridos e não instalados. 3.12 Aspectos Organizacionais Nada a relatar. 3.13 Aspectos operacionais Ao ter indicação luminosa no painel de alarmes de “FADEC FAIL”, o manual da aeronave prevê, entre outras ações operacionais, que se pressione o disjuntor do “FADEC MODE”, para confirmar a transferência de controle eletrônico para manual, visto que a luz indica uma falha no sistema eletrônico. Por estar voando a aproximadamente 350 pés, ao configurar a falha de motor, o piloto não teve tempo suficiente para realizar todos os procedimentos requeridos à auto- rotação, preocupando-se somente em pousar com segurança. A Instrução do Comando da Aeronáutica 100-4 (Regras e Procedimentos Especiais de Tráfego Aéreo Para Helicópteros) prevê que, exceto em situações de pouso e decolagem, ou quando autorizado pelo órgão regional do SISCEAB (Sistema do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro) com jurisdição sobre a área em que seja pretendida a operação, o vôo VFR (Visual Flight Rules) de helicóptero não se efetuará sobre cidades, povoados, lugares habitados ou sobre grupos de pessoas ao ar livre, em altura inferior a 500 pés acima do mais alto obstáculo existente em um raio de 600 m em torno da aeronave. 3.14 Aspectos fisiológicos Não foram encontrados indícios de alterações de ordem fisiológica relevantes para o acidente. 3.15 Aspectos psicológicos Não foram encontrados indícios de alterações de ordem psicológica relevantes para o acidente. 3.16 Aspectos ergonômicos Nada a relatar. 11/15
  • 12. RF A-008/CENIPA/2008 PT - YUM 23 FEV 2001 3.17 Informações adicionais O fabricante do motor emitiu a “Commercial Service Letter CSL-6125”, que aborda procedimentos a serem adotados em quatro diferentes situações de anomalias no sistema FADEC. O referido sistema também foi modificado, através do “Commercial Engine Bulletin CEB-73-6048”, que estabelece a troca da ECU EMC 35A pela EMC 35R, visando à redução da freqüência de reversões dos FADEC para modo manual. 4. ANÁLISE O piloto decolou do Batalhão Florestal de São Gonçalo (RJ), transportando o prefeito do município, o secretário de Obras Públicas e o chefe de segurança do município, com a finalidade de realizar um vôo panorâmico sobre os locais mais carentes da região. Quando sobrevoava uma das favelas, a aeronave apresentou uma perda de potência, associada ao acendimento da luz “FADEC DEGRADE” e, logo em seguida, a luz “FADEC FAIL”. Conforme previsto no manual da aeronave, ao ter indicação luminosa no painel de alarmes de “FADEC FAIL”, o piloto deveria, entre outras ações operacionais, ter pressionado o disjuntor do “FADEC MODE”, para confirmar a transferência de controle eletrônico para manual, já que a luz indicava uma falha no sistema eletrônico. Pode ter ocorrido uma falha operacional durante a realização do procedimento de auto-rotação, visto que o impacto da aeronave com o solo ocorreu de forma bastante brusca (aproximadamente 10G), danificando seus esquis e a sua parte dorsal e, ainda, causando uma lesão na coluna cervical do piloto. A altura em que o piloto voava contrariou os mínimos previstos nas regras de tráfego aéreo (ICA 100-4) e, ao configurar a falha de motor, este iniciou imediatamente um procedimento de auto-rotação, não tendo tempo suficiente para realizar todos os procedimentos requeridos, preocupando-se somente em realizar o pouso com segurança em uma área descampada. Os ensaios realizados na Unidade Hidro-Mecânica (HMU) não detectaram evidências que pudessem ter contribuído para falha do motor. No caso da ECU, ocorreu a detecção do sinal de referência da PLA fora da faixa, com um valor maior que o esperado. Nos ensaios realizados com o componente, porém, não foi detectada qualquer tipo de falha na função de controle de entrada da PLA. O registrador de incidentes, rastreando a entrada do ECU, indicou flutuações de NR (Rotação da Turbina) dez segundos antes do desencadeamento da falha do motor. Esta flutuação, de maneira intermitente, afetava o controle do combustível por parte do ECU. Devido a esta flutuação, foi observado nos testes realizados que, um segundo antes de a falha ocorrer, a entrada comandada de PLA havia reduzido para 40% e uma falha na variação de referência havia sido declarada, revertendo, automaticamente, o controle da aeronave para manual. Esta situação se apresentou para o piloto com o acendimento da luz “FADEC DEGRADE” e , logo após, “FADEC FAIL”, além de a perda de potência. Foi verificado também, pelo registrador de incidentes que, um segundo depois de a falha haver ocorrido, a referência de PLA retornou novamente para 100%, transferindo, mais uma vez, o controle para o FADEC. 12/15
  • 13. RF A-008/CENIPA/2008 PT - YUM 23 FEV 2001 Depois de analisados todos os fatores, podem ser consideradas duas hipóteses para a falha do motor. A primeira hipótese é a de que a falha do motor possa ter ocorrido em virtude de água presente no combustível, visto que a amostra retirada da aeronave para análise apresentava aspectos claro e límpido, visivelmente contendo água depositada no fundo do frasco, sem contenção de material sólido à temperatura ambiente normal. Portanto conforme Portaria ANP Nº 137, de 1º de agosto de 2000, o combustível estava fora dos padrões exigidos. A segunda hipótese baseou-se nos ensaios realizados no HMU e no ECU, componentes do FADEC, onde nenhuma anormalidade foi detectada, quando estes foram analisados isoladamente. Como ficou comprovado, por intermédio do registrador de incidentes, que houve uma perda de potência e em seguida o acendimento das luzes “FADEC DEGRADE” e “FADEC FAIL”, podemos considerar, também, a possibilidade de a falha do motor ter sido ocasionada por um problema ocorrido no sistema FADEC como um todo, abrangendo-se contatos de cablagens, contaminações ambientais, interferências eletromagnéticas, problemas de software ou até mesmo sinais espúrios que pudessem ter causado algum problema. As medidas corretivas adotadas pelo fabricante do motor, objetivando maior confiabilidade do sistema FADEC foram consideradas adequadas. Em conseqüência do pouso brusco, aproximadamente 10G, situação agravada pelo terreno de perfil acidentado, a aeronave acabou sofrendo avarias nos esquis e na parte dorsal. O piloto sofreu lesões leves e os passageiros saíram ilesos. 5. CONCLUSÃO 5.1. Fatos: a. a aeronave era homologada, perfeitamente aplicável para a atividade desenvolvida; b. o piloto estava com o Certificado de Capacidade Física (CCF) válido; c. o piloto possuía a Licença de Piloto Comercial, categoria helicóptero e estava com as Habilitações de Bell-406 e Bell-407 válidas; d. os serviços de manutenção foram considerados periódicos e adequados, estando a aeronave com toda sua documentação em dia e em ordem; e. o piloto possuía aproximadamente 350 horas de vôo na aeronave; f. o piloto voava a baixa altura, a cerca de 350 pés; g. o combustível utilizado não estava em conformidade com a Portaria ANP nº 137, de 1º de agosto de 2000; h. os testes realizados com o ECU e o HMU não acusaram nada que pudesse ter contribuindo para a falha do motor; 13/15
  • 14. RF A-008/CENIPA/2008 PT - YUM 23 FEV 2001 i. o motor apresentou variações de PLA; j. as luzes “FADEC DEGRADE” e de “FADEC FAIL” acenderam durante a falha do motor; k. a aeronave sofreu danos graves, o piloto sofreu lesão na coluna e os passageiros saíram ilesos. 5.2 Fatores contribuintes 5.2.1 Fator Humano Aspecto Fisiológico Não Contribuiu Aspecto Psicológico Não Contribuiu Fator Operacional a. Julgamento – Contribuiu Conforme previsto no manual da aeronave, ao ter indicação luminosa no painel de alarmes de “FADEC FAIL”, o piloto deveria, entre outras ações operacionais, ter pressionado o disjuntor do “FADEC MODE”, para confirmar a transferência de controle eletrônico para manual, já que a luz indicava uma falha no sistema eletrônico, ao invés de ter optado por efetuar uma auto-rotação. b. Indisciplina de Vôo – Contribuiu Por estar voando a baixa altura, aproximadamente a 350 pés, contrariando os mínimos previstos nas regras de tráfego aéreo, ao configurar a falha de motor, o piloto iniciou imediatamente a auto-rotação, não tendo tempo suficiente para realizar todos os procedimentos requeridos à mesma, preocupando-se somente em realizar o pouso com segurança em uma área descampada. c. Supervisão – Indeterminado Não houve, por parte do pessoal de apoio de solo da empresa, uma verificação eficaz do combustível, antes da realização da missão, logo, considerando-se a hipótese de que o combustível fora dos padrões previstos pode ter contribuído para a falha do motor, a carência de supervisão nas atividades de reabastecimento estaria diretamente ligada ao evento. 14/15
  • 15. RF A-008/CENIPA/2008 PT - YUM 23 FEV 2001 5.2.2 Fator Material a. Fabricação / Manuseio do material - Indeterminado Como os ensaios realizados no motor abrangeram apenas o HMU e o ECU, componentes do FADEC, onde nenhuma anormalidade foi detectada isoladamente, tendo, entretanto, sido comprovado que houve uma perda de potência seguida do acendimento das luzes “FADEC DEGRADE” e “FADEC FAIL”, podemos considerar, também, a possibilidade de a falha do motor ter sido ocasionada por um problema ocorrido no sistema FADEC como um todo (contatos de cablagens, contaminações ambientais, interferências eletromagnéticas, problemas de software ou até mesmo sinais espúrios que pudessem ter causado algum problema). ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Em, 09 / 07 /2008. 15/15