2. Kim Pearson em seu artigo “How
Computacional Thinking is Changing
Journalism and What’s the Next”afirma que
os jornalistas atuais precisam “acima de tudo
dominar os fundamentos do que os cientistas
começaram a identificar como ‘pensamento
computacional’”
4. Pensamento computacional não se trata de
saber navegar na internet, enviar email,
publicar um blog, ou operar um processador
de texto.
5. Para Kim Pearson, o "Pensar
Computacionalmente" significa criar e fazer uso
de diferentes níveis de abstração, para entender
e resolver problemas com mais eficiência.
Significa pensar algoriticamente e com
habilidade para aplicar conceitos matemáticos
como indução para desenvolver soluções com
mais eficiência, justiça e segurança. Significa
ainda entender as escalas de conseqüência, não
apenas as razões de eficiência, mas também as
razões econômicas e sociais envolvidas.
6. Em outras palavras, pensamento
computacional é saber usar o computador
como um instrumento de aumento do poder
cognitivo e operacional humano, ou seja,
usar computadores, e redes de
computadores, para aumentar nossa
produtividade, inventividade e criatividade.
O computador não é visto como uma
ferramenta, mas como um meio expressivo.
8. Estamos em uma época de transição no
mundo científico, em que o pensamento
computacional está transformando
profundamente a academia e a indústria.
Cientista de ontemXcientista de hoje
9. A primeira etapa do “pensar
computacionalmente” é identificar as tarefas
cognitivas que podem ser feitas de forma
mais rápida e eficiente por um computador.
A segunda etapa é saber programar um
computador para realizar essas tarefas
cognitivas
11. Ainda segundo Kim Pearson “existem muitos
paralelos entre o pensamento computacional
e as formas de saber que estão embutidos na
prática do jornalismo.”
12. “O jornalismo se tornou uma profissão
dependente da computação muito antes da
revolução online que inverteu os modelos de
negócios que sustentaram a indústria desde a
década de 1830.
Os jornalistas investigativos, em particular, têm
utilizado bases de dados do governo por
décadas. Eles têm criado bancos de dados desde
o início de 1990, e não é por acaso que muitos
dos vencedores do Prêmio Pulitzer ao longo dos
últimos 15 anos, dependem fortemente de
relatórios de banco de dados.”
13. “... a transformação digital de apuração e
disseminação de notícias exige que os jornalistas se
tornem criadores, e não apenas consumidores de
tecnologias de computação. Eu não estou dizendo
que os jornalistas precisam se tornar
programadores. Eu estou dizendo que precisamos
ser capazes de raciocinar abstratamente sobre o que
fazemos, compreender toda a parafernália de
ferramentas computacionais à nossa disposição, e
colaborar para implantar essas ferramentas com a
máxima eficiência e eficácia. Isso significa a
compreensão das estruturas e processos subjacentes
de criação de mídia. “ (Kim Pearson)
15. “Pense em uma das funções básicas de uma
operação da imprensa local: entregar o maior
número de notícias quentes possível. Nos
velhos tempos, um editor diria para o
diagramador que modificasse a primeira
página do jornal até dar espaço para uma
nova manchete juntamente com as
informações disponíveis no estilo pirâmide
invertida...”
16. “Havia regras - algoritmos, se quiserem - que
regiam todo o processo, como o fato de que
o título deveria conter um sujeito e predicado
além de que devia haver uma data limite, e
que as fontes deveriam ser confiáveis e
concisas. Agora, visualizem a mesma tarefa
em uma redação moderna...”
17. “Um editor precavido, provavelmente, terá
trabalhado com um editor de programação do
site para definir um campo dentro do sistema de
gerenciamento de conteúdo deste chamado
"Breaking News". A política mais eficaz seria a de
restringir as manchetes a 140 caracteres, e
alimentar o RSS para os títulos ligados ao
Twitter através de uma API. Da mesma forma, o
feed do Twitter deve despejar a uma mensagem
de status no Facebook, assim como aos alertas
SMS dos assinantes de notícias...”
18. “No entanto, suponha que o site de notícias é um site
hiperlocal, sem uma equipe em tempo integral para
realmente desenvolver as notícias quentes. Supondo que
o site local é um membro de uma Agência de Notícias, o
editor de programação precavido pode criar uma função
(ou ter um criado) que irá postar uma reportagem que
atenda aos critérios pré-definidos para uma notícia
urgente de seu sistema de gestão de conteúdo como um
rascunho para aprovação,e então alertar o editor. Depois
de verificar o material, o editor pode liberar a
reportagem como está ou obter rapidamente um
conteúdo de valor agregado adicional. O conhecimento
do editor de estruturas de computação básica e
processos aumenta a produtividade e a eficiência da
operação de notícias.”
19. Obviamente, o mercado vai responder a
algumas das nossas perguntas sobre como o
pensamento computacional acabará por
transformar a nossa produção e consumo da
notícia. Ao mesmo tempo, precisamos de
modelos de avaliação para nos ajudar a
entender como a criação e apresentação de
notícias online e informações interativas
afetarão a aprendizagem, participação cívica
e a coesão da comunidade.
20. Mais do que apurar e escrever bons textos,
para estas empresas, o novo perfil de
profissional deverá saber lidar com a grande
quantidade de informação proveniente de
diferentes bases de dados (sejam públicas,
privadas, abertas, fechadas etc), desenvolver
e utilizar ferramentas de extração, filtragem,
cruzamento e visualização de dados, entre
tantas outras atividades computacionais
ainda a serem concebidas.
21. A relevância social, essência do jornalismo,
será sempre a mesma, o que mudam são as
possibilidades de se trabalhar esta
característica.
22. O jornalista do futuro, além de ser um
contador de histórias e um produtor de
conteúdo multimídia, deverá com o auxílio
do seu pensamento computacional, começar
a utilizar de forma mais inteligente o infinito
oceano informacional disponível na rede. Só
assim conseguirá ser relevante e, por
consequência, despertará a atenção da sua
potencial audiência.
23. O profissional de comunicação deve entender as
características peculiares da comunicação em
rede e todas as suas potencialidades. Já em uma
segunda fase, não muito distante, novas
habilidades deverão ser incorporadas ao
repertório profissional jornalístico, estreitando
cada vez mais o laço entre as ciências da
comunicação social e da computação. A
multidisciplinaridade poderá ser uma
necessidade vital para a sobrevivência do
jornalismo.
24. FONTES BIBLIOGRÁFICAS
PEARSON, Kim. How Computacional Thinking
is changing journalism and what’s the next. In:
http://www.poynter.org/how-tos/digital-
strategies/e-media-tidbits/95941/how-
computational-thinking-is-changing-
journalism-whats-next. Acessado em
25/04/2011