O documento discute as doenças inflamatórias intestinais, incluindo a Retocolite Ulcerativa e a Doença de Crohn. Ele aborda a epidemiologia, sintomas, diagnóstico e tratamento dessas condições crônicas não infecciosas que causam inflamação no intestino.
2. Introdução
Doença inflamatória crônica intestinal,
Não infecciosa,
Idiopática,
Inclui: Retocolite Ulcerativa (RCUI), Doença de Crohn,
Colite indeterminada: quando não é possível fazer a
classificação, mesmo com os dados clínicos, laboratoriais,
radiológicos, endoscópicos e histopatológicos.
3. Epidemiologia
Picos de incidência: entre 15 e 30 anos e entre 60 e 80anos;
Mais comum em Judeus, brancos, negros e asiáticos;
Sexo: RCUI -> ambos os sexos e DC -> sexo feminino
Histórico familiar ( 1°grau): risco aumentado 4 a 20 vezes ;
4. Epidemiologia
Maior incidência no hemisfério Norte: EUA, Reino Unido:
◦ CU: 6-12 / 100.000 hab.
◦ DC: 5-7 / 100.000 hab.
Raridade na América do Sul, Ásia e África:
◦ CU: 2-8 / 100.000 hab.
◦ DC: 0,1-4 / 100.000 hab.
Brasil: a incidência tem aumentado, principalmente em relação à
Doença de Crohn;
5. Inflamação difusa da mucosa
Limitada ao cólon
Episódios recorrentes
Classificação
1.Extensão
•Colite distal: Proctite (reto) e Proctossigmoidite
(reto e sigmóide)
•Colite esquerda: do reto ao âng. esplênico
•Colite extensa: além do ângulo hepático
•Pancolite: todo o cólon
2. Gravidade
• Leve
• Moderada
• Grave
6. Quadro clínico: extensão + gravidade
Sintomas:
Diarréia crônica
Dor abdominal em cólicas (raro)
Eliminação de muco e sangue nas fezes
Febre, emagrecimento, desidratação, palidez, taquicardia,
hipotensão postural, edema
Manifestações extra intestinais (10 a 20% dos casos)
Artrite, eritema nodoso, episclerite, entre outros.
7. Diagnóstico
Critérios:
◦ Hematoquesia ou diarréia por mais de uma semana,
◦ Aspecto endoscópico: inflamação contínua, ulcerações superficiais, granulidade da
mucosa,
◦ Aspecto histológico: neutrofilia, distorção das criptas e formação de abcessos
◦ Eliminação de colite infecciosa: coprocultura e pesquisa de ovos
Quadro clínico
Exames laboratoriais
Exames endoscópicos
Exames radiológicos
(Lennard- Jones J et al 1997)
8. Exames laboratoriais
1. Podem ser normais ou discretamente alterados nos casos leves.
2. Anemia hipocrômica microcítica (ferropriva), leucocitose (às
vezes eosinofilia e monocitose).
3. Elevação das provas de atividade inflamatória - velocidade de
hemossedimentação (VHS), alfa-1-glicoproteína ácida, proteína C
reativa (PCR).
4. Nos casos graves - hipopotassemia, hipocloremia, hiponatremia,
alcalose ou acidose metabólica.
5. Presença de leucócitos nas fezes (diarréia exsudativa).
9. Exames radiológicos
1. Raio X – casos graves
◦ Dilatação colônica (> 6 cm) no megacólon tóxico
◦ Presença de pneumoperitônio.
2. Enema opaco com duplo contraste
◦ Aspecto granuloso,
◦ Contornos colônicos irregulares (imagem em "papel rasgado" ou "borda de selo"),
◦ Falhas de enchimento ("pseudopólipos"),
◦ Aspecto tubular do cólon nos casos crônicos;
◦ A presença de estenose pode estar associada ao carcinoma.
3. US, TC e RM
10. Exames endoscópicos com biópsias
• Retossigmoidoscopia e colonoscopia.
- Hiperemia, edema, mucosa friável, erosões, ulcerações.
- Casos de longa evolução - mucosa pálida, atrófica, aspecto
tubular do cólon.
- Pseudopólipos (15% a 30% dos casos).
• A colonoscopia é o exame de eleição para avaliação da
extensão da RCUI.
12. Tratamento clínico
Reposição hidroeletrolítica
Correção da anemia
Antibióticos: aminoglicosídeo, ciprofloxacina
Suporte emocional
Suporte nutricional
◦ Dieta não restritiva :100g proteínas por dia
◦ Nutrição enteral
Tratamento medicamentoso
Antidiarréico: opiáceos
Corticoide: fase aguda (prednisona, hidrocortisona)
Antiinflamatório e imunossupressor
13. Tratamento cirúrgico
Indicações
◦ Doença refratária ao tratamento clínico
◦ Doença fulminante
◦ Megacólon tóxico
◦ Hemorragia maciça
◦ Perfuração ou obstrução do intestino grosso
◦ Displasia
◦ Manifestação extra intestinal sem controle
Tipos
• Colectomia total
• Proctomucosectomia,
• Reconstruçäo íleo-anal com reservatório ileal
14. Rodrigues M, Barbieri D, Koda YKL, Faria RM. Retocolite
ulcerativa inespecífica. In: Barbieri e Koda (ed.) Doenças
Gastroenterológicas em Pediatria. São Paulo: Atheneu, 1996.
p.283.
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