A meningite tuberculosa é uma infecção grave do sistema nervoso central causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, que pode ser transmitida pelo ar através da fala, tosse ou espirro de uma pessoa infectada. Apresenta sintomas inespecíficos no estágio inicial, podendo evoluir para sinais neurológicos e convulsões. O diagnóstico é feito através de exames de imagem e análise do líquido cefalorraquidiano. O tratamento consiste em esquemas de medicação por nove meses
2. Sobre a doença
• Meningite tuberculosa é uma infecção grave que ocorre
no sistema nervoso central e tem como causador o
Mycobacterium tuberculosis, um bacilo que tem como
meio de dispersão o ar.
• É uma das complicações mais graves da Tuberculose. O
seu quadro clínico costuma ser de inicio lenta e seus
sintomas se apresentam paulatinamente, porém podem
vim de modo abrupto, marcado pelo surgimento de
convulsões. A fala, o espirro e, principalmente, a tosse
de um doente de Tuberculose pulmonar bacilífera lança
no ar gotículas, de tamanhos variados, contendo no seu
interior o bacilo.
3. .
Além do homem, há outros animais que
servem também de reservatório, com
destaque ao boi. Já começa daqui um dos
cuidados a serem tomados em relação ao
meio ambiente. Com a finalidade de ingerir
carnes não contaminada e que também não
haja a transmissão de pessoa à pessoa.
4. • Portanto, deve-se procurar transmitir à população as causas
e consequências da doença e procurar sempre analisar com
o fator moradia da pessoa, para agregar informações
referentes de como se dá o comportamento da família do
infectado ou de simplesmente evitar que haja um.
5. Divisões Sintomatológicas
Na Meningite Tuberculosa não tratada, classicamente o curso da
doença e dividido em três estágios:
Estágio I - Em geral, tem duração de 1 a 2 semanas,
caracterizando-se pela inespecificidade dos sintomas, podendo
ocorrer febre, mialgias, sonolência, apatia, irritabilidade, cefaleia,
anorexia, vômitos, dor abdominal e mudanças súbitas do humor,
sintomas comuns a qualquer processo inespecífico. Nessa fase, o
paciente pode encontrar-se lúcido e o diagnóstico geralmente é
estabelecido pelos achados ligúricos.
6. Estágio II - Caracteriza-se pela persistência dos sintomas
sistêmicos e pelo surgimento de evidências de dano cerebral
(sinais de lesão de nervos cranianos, exteriorizando-se por
paresias, plegias, estrabismo, ptose palpebral, irritação
meníngea e hipertensão endocraniana). Nessa fase, alguns
pacientes apresentam manifestações de encefalite, com
tremores periféricos, distúrbios da fala, trejeitos e movimentos
atetoides.
Estágio III ou período terminal - Ocorre quando surge o
déficit neurológico focal, opistótono, rigidez de nuca,
alterações do ritmo cardíaco e da respiração e graus variados
de perturbação da consciência, incluindo o coma. Em
qualquer estagio clínico da doença, pode-se observar
convulsões focais ou generalizadas.
7. Mycobacterium tuberculosis é um aeróbio
obrigatório. Por esta razão, no caso clássico de
tuberculose, complexos MTB são sempre
encontrados nos lobos superiores bem arejados dos
pulmões. A bactéria é um parasita intracelular
facultativo , geralmente de macrófagos , e tem um
tempo de geração lenta , 15-20 horas . Esse ataque
ao macrófagos é uma característica fisiológica que
contribui para a sua virulência .
8. A sua evolução demorada é um dos fatores que a
diferencia de outros tipos de meningite. Além desse fato
e da mortalidade bem elevada, a doença apresenta
alterações do LCR (líquido cefalorraquidiano) e o
tratamento menos eficaz, com um maior número de
sequelas
A figura histológica mostra os
bacilos álcool-ácido resistentes
da tuberculose em coloração
avermelhada.
9. Técnicas de Identificação
• Pode-se utilizar a Tomografia Computadorizada (TC) ou
mesmo a Ressonância Magnética (RM). A TC é um
método que se tornou bastante acessível na atualidade,
apresentando algumas facilidades que ajudaram na sua
ampla difusão. Trata-se de um exame de execução
rápida, o que facilita a avaliação de pacientes com
quadros confusionais e de agitação psicomotora.
Permite uma adequada análise das cavidades
paranasais e mastóides facilitando a detecção de lesões
inflamatórias que por extensão direta possam acometer
o encéfalo.
10. A RM sem dúvida representa um grande avanço na
neurorradiologia. A resolução de imagem associada
à sua capacidade multiplanar implementaram
bastante o diagnóstico das afecções neurológicas,
incluindo as lesões inflamatórias/infecciosas do
sistema nervoso. É um método altamente sensível
às alterações do conteúdo hídrico do tecido
encefálico, condição quase que invariavelmente
presente nessas afecções.
A RM é o melhor método
para a demonstração de
cistos intraventriculares e
neste caso evidencia um
volumoso cisto no IV
ventrículo que obstrui a
circulação liquórica.
11. • Toda essa análise tem que está em perfeita harmonia
com as análise do líquido cefalorraquidiano (LCR), já
que alterações na sua constituição e nos elementos que
o compõem dão indicador se está havendo meningite
tuberculosa ou não, ou mesmo se é outro tipo de
doença; como por exemplo nos testes envolvendo a
quantidade de cloro no líquido, no qual há diminuição da
sua quantidade. O mesmo vale para a glicose presente
no LCR
12. Sua relação com o Meio
• A Meningite Tuberculosa não sofre variações
sazonais e sua distribuição não é igual em todos
os continentes. A doença guarda íntima relação
com as características socioeconômicas,
principalmente naqueles países onde a
população está sujeita à desnutrição e às
condições precárias de habitação. Com relação
à faixa etária, o risco de adoecimento é elevado
nos primeiros anos de vida, muito baixo na
idade escolar, voltando a se elevar na
adolescência e no início da idade adulta.
13. • Os indivíduos HIV (+) também têm um maior risco de
adoecimento. A incidência de Meningite Tuberculosa é
indicador epidemiológico importante de uma região, pois
guarda estreita correlação com a incidência de casos
bacilíferos na população adulta, além de indicar baixas
coberturas vacinais com BCG.
14. • Mas por que mesmo a incidência é menor quando está na fase de
infância?
Pelo fato de a meningite bacteriana em crianças com 2 meses a 12
anos de idade ser geralmente causada por Streptococus
pneumoniae, Neisseria meningitidis ou Haemophilus influenzae tipo
b.
Portanto, quando houve a implementação de imunização universal
contra esta última bactéria, começando com cerca de 2 meses de
idade, a incidência de meningite por H. influenzae tipo b caiu
rapidamente. A idade mediana de meningite bacteriana nos Estados
Unidos aumentou de 15 meses em 1986 para 25 anos em 1995.
15. Com isso, a meningite agora é mais comumente
causada por S. pneumoniae e N. meningitidis.
• Isso pode mostrar um balanço em relação ao número de
casos da doença com a faixa etária da pessoa para ter
um ideia de como foi medicada sua prevenção contra o
agente bactericida e dá um norte em relação às medidas
a serem tomadas para a prevenção e vacinação da
comunidade
16. Medicamentos
• O esquema preconizado para casos da forma
meningoencefálica em adultos e adolescentes consiste em
doses fixas combinadas por nove meses, sendo dois meses
de RHZE ( Rifampicina -R, Isoniazida -H e Pirazinamida –Z e
Etambutol –E ) seguidos de sete meses de RH em doses que
variam conforme o peso.
17. • O esquema preconizado para casos da forma
meningoencefálica em crianças (menores de 10 anos de
idade) consiste em doses fixas combinadas por nove meses,
sendo dois meses de RHZ seguidos de sete meses de RH
em doses que variam conforme o peso