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C.E. PROFª MARIA
LUIZA
Anexo povoado Cassimiro
O
HUMANISMO
Prof. José Arnaldo da Silva
Telefones: (98)3664-2231 ou (98) 99157-2274
e-mails: jarnaldosilva@professor.ma.gov.br
jarnaldosilva@yahoo.com.br
O HOMEM EM BUSCA DA LIBERDADE
O homem volta-se para si mesmo readquirindo a consciência de que
é uma força criadora capaz de dominar o universo e transformá-lo.
Conscientiza-se que é necessário o saber, busca o conhecimento
junto da ação.
Monalisa
Leonardo da Vinci, 1503.
O Homem VitruvianoO Homem Vitruviano
(Leonardo Da Vinci - 1490)
“O homem é
a medida de
todas as
coisas”
O QUE É O HUMANISMO?O QUE É O HUMANISMO?
Concepção filosófica: o objetivo da existência humana é a plena
realização das capacidades do homem, o que equivale à sua felicidade;
para ser feliz, o ser humano depende apenas de si mesmo
(antropocentrismo).
HOMEM
O homem como centro e medida de todas as coisas – posição já
sustentada por Protágoras (séc. V, a.C.) e reforçada por Sócrates ao
considerar o homem como agente do conhecimento.
Historicamente, o Humanismo
corresponde a uma fase de profundas
transformações sociais: o desenvolvimento do
comércio, o surgimento da burguesia e das
cidades, a aliança entre o rei e a burguesia
(fermento das monarquias nacionais), o
aparecimento da imprensa, a divulgação da
cultura clássica e as Grandes Navegações.
• Movimento intelectual: volta aos valores da Antiguidade Clássica.
• Movimento literário: iniciado na Itália com Dante Alighieri (1265-
1321), Francesco Petrarca (1304-1374) e Giovanni Bocaccio
(1313-1375), resgata os autores da Antigüidade greco-latina e
fazem uma transição entre a visão medieval (teocêntrica) e a visão
renascentista (antropocêntrica).
Cronologia:Início: 1434 – Fernão Lopes é nomeado cronista-
mor do Reino.
 Término: 1527 – Francisco de Sá de Miranda inicia o
Renascimento em Portugal.
Giovanni BocaccioDante AlighieriPetrarcaLeonardo da Vinci
MOMENTO HISTÓRICO DO HUMANISMOMOMENTO HISTÓRICO DO HUMANISMO
Política, Economia, Sociedade e Vida Cultural
(Bifrontismo)
 Idade Média x Renascimento;
 Feudalismo x Capitalismo (Ascensão do
comércio e da burguesia);
 Nobreza x Burguesia;
 Cavalaria x Marinha;
 Religião x Ciência (Crises internas da Igreja);
 Espiritismo x Materialismo;
 Teocentrismo x Antropocentrismo;
 Invenção da imprensa;
 Peste Negra.
Página da Bíblia de
Gutenberg
As classes sociais no HumanismoAs classes sociais no Humanismo
Observações:
Durante o Humanismo, surgiu uma nova classe social, a
burguesia, que era composta por comerciantes oriundos do
povo. Sua importância em fins do século XV foi tão grande
que o próprio Cristóvão Colombo só conseguiu as caravelas
para descobrir as Américas porque foi financiado pela
burguesia.
Trovadorismo
Nobreza
Clero
Povo
Humanismo
Nobreza
Clero
Burguesia
Povo
MOMENTO HISTÓRICO EM PORTUGALMOMENTO HISTÓRICO EM PORTUGAL
D. João I, da
Dinastia de
Avis
• Formação do Estado Nacional Português;
• Batalha de Aljubarrota contra os nobres galegos
e castelhanos;
• Substituição da dinastia de Borgonha (ligada à
Espanha) pela de Avis;
• Início das grandes navegações (Tomada de
Ceuta);
• Diferenciação entre o galego e o português;
• Mercenarismo oficial: patrocínio das ciências e
das artes.
MANIFESTAÇÕES LITERÁRIAS DO HUMANISMOMANIFESTAÇÕES LITERÁRIAS DO HUMANISMO
EM PORTUGALEM PORTUGAL
• Poesia palaciana (Cancioneiro Geral, de Garcia
de Resende);
• A prosa no período humanista;
• Teatro de Gil Vicente.
 Poesia PalacianaPoesia Palaciana
Foi chamada palaciana por ser feita por nobres e para a
nobreza, retratando usos e costumes da Corte. A
principal modificação apresentada por essa poesia é a
separação entre a musica e o texto, o que resultou em
um maior apuro formal: apresentava rítmo e melodia
próprios, obtidos a partir da métrica, da rima, das
sílabas tônicas e átonas. Desenvolveram-se as
redondilhas, tanto a maior (verso de sete sílabas
poéticas) quanto a menor (verso de cinco sílabas
poéticas).
Características da Poesia PalacianaCaracterísticas da Poesia Palaciana
• Compilada no Cancioneiro Geral, por Garcia de Resende, 1516;
• Realizada na corte, destinava-se ao entretenimento da
nobreza;
• Poesia frívola, afetada e circunstancial;
• Poesia para ler (separada da música);
• O trovador é substituído pelo poeta.
• A espontaneidade das cantigas medievais é substituída pelo
uso dos versos redondilhos: 5 sílabas (redondilha menor) e 7
sílabas poéticas (redondilha maior).
• Composições de mote glosado: o poeta compõe o poema com
base em um mote (tema), sobre o qual desenvolve a sua glosa,
constituída de voltas (estrofes) que retomam o tema um ou
mais versos do mote.
• Tema principal: o lirismo amoroso.
• O amor na poesia palaciana: cortês, idealizado e sofrido (coyta)
como nas cantigas de amor; repleto de paradoxos e conflitos
espirituais (influência da poesia de Petrarca).
A métrica da poesia palaciana
Uma característica marcante na poesia palaciana é a
utilização de versos curtos de 5 sílabas e de 7 sílabas, chamados
versos redondilhas.
Exemplos:
 Redondilha maior-7 sílabas
Se/ nho/ra,/ par/tem/ tão/ tris/tes
meus/ o/lhos / por /vós,/ meu /bem,/
que /nun/ca /tão/ tris/tes /vis/tes
ou/tros /ne/nhuns /por /nin/guém/
João Ruiz de Castelo Branco
 Redondilha menor- 5 sílabas.
Ri/bei/ras/ do /mar,/
que/ tem/des/ mu/dan/ças,
as/ min/has/ lem/bran/ças
dei/xai/-as/ pas/sar./
Francisco de Sousa (Séc. XV)
Principais autores:
Garcia de Resende, Bernardim Ribeiro, João Ruiz de Castelo Branco, Luiz Vaz
de Camões.
Cantiga sua
partindo-se
Senhora, partem tão tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
Tão tristes, tão saudosos,
tão doentes da partida,
tão cansados, tão chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tão tristes, os tristes,
tão fora de esperar bem
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
João Ruiz de Castelo Branco
- Cancioneiro Geral, III, p.
134.
 Prosa do período humanistaProsa do período humanista
Época de transição, o período humanista caracteriza-se pelo progressivo
abandono da mentalidade teocêntrica medieval, preparando o advento
do Renascimento. O desenvolvimento da prosa literária denuncia esse
movimento.
A historiografia de Fernão Lopes
•Fernão Lopes: nomeado por D. João I de Avis a Guarda-Mor da Torre do
Tombo (1418 – início do Humanismo em Portugal). Encarregado de
contar a história dos reis de Portugal;
•Autor de 3 crônicas:
– Crônica de El-Rei D. Pedro;
– Crônica de El-Rei D. Fernando;
– Crônica de El-Rei D. João.
Observação:
Crônica: na Idade Média, era a narração dos feitos da nobreza.
Fernão Lopes
Características das crônicas de Fernão Lopes
 imparcialidade, pesquisa, investigação, espírito crítico;
 visão de conjunto da sociedade portuguesa da época, ao invés de
exaltar a figura individual dos monarcas;
 critica a corrupção e as intrigas palacianas;
 nacionalismo;
 linguagem sóbria, cuidada;
 apresentação vibrante dos fatos, plasticidade
cinematográfica das descrições;
 densidade dos retratos psicológicos dos vultos do passado;
 escrita caudalosa (seguida de perto hoje por José Saramago);
 Primeiro grande prosador da Língua Portuguesa.
1.ª página da
Chronica del Rey D.
Pedro I
Crônica de El-Rei D. Pedro (fragmento)
A Portugal foram trazidos Álvaro Gonçalves e Pero Coelho. Chegaram a
Santarém onde estava el-rei D. Pedro, e este com prazer de sua vinda, embora irritado
porque Diego Lopes fugira, saiu fora a recebê-los. E sa-nha cruel sem piedade lhes fez pela
sua mão meter a tormento, querendo que lhe confessassem quem e que participara na
morte de D. Inês, e que é que o seu pai tratava contra ele quando andavam desavindos
por causa da morte dela. Nenhum deles respondeu a tais perguntas cousa que agradasse
a el-rei, e dizem que ele ressentido deu um açoite no rosto a Pero Coelho. Este soltou-se
en-tão em desonestas e feias palavras contra el-rei, chaman-do-lhe traidor, perjuro, algoz
e carniceiro dos homens. El-rei, dizendo que lhe trouxessem cebola e vinagre para o
coelho, enfadou-se deles e mandou-os matar.
A maneira da morte deles dita pelo miúdo seria muito estranha e crua de contar,
porque a Pero Coelho man-dou arrancar o coração pelo peito, e a Álvaro Gonçalves, pelas
espáduas. E tudo o que se passou seria cousa dolo-rosa de ouvir. Finalmente el-rei
mandou-os queimar. E tu-do feito diante dos paços em que ele estava, de maneira que,
enquanto comia, olhava o que mandava fazer.
Muito perdeu el-rei de sua boa fama por tal troca como esta, a qual foi tida em
Portugal e em Castela por muito grande mal, dizendo todos os bons que a ouviam, que os
reis erraram muito, faltando à sua verdade, visto que estes cavaleiros estavam açoitados
em seus reinos com garantia.
(As Crônicas de Fernão Lopes, selecionadas e transpostas em português moderno.
Antônio José Saraiva, Lisboa, Gradiva, 3- edição, 1993, p. 52)
 O teatro de Gil VicenteO teatro de Gil Vicente
• O teatro na Idade Média era dividido em encenações
litúrgicas (voltadas para a catequese) e profanas (realizadas
na corte ou nas grandes festas populares).
• O teatro litúrgico era chamado com o nome genérico de auto,
podendo apresentar a dramatização de passagens da Bíblia
(mistérios), da vida dos santos (milagres) ou a denúncia de
comportamentos pecaminosos (moralidades).
• O teatro profano era representado sobretudo pela farsa,
espécie de comédia repleta de personagens caricaturescas,
exageradas, envolvidas e situações ridículas e desastrosas.
Gil Vicente
Gil Vicente foi um poeta e
dramaturgo português. É
considerado, por muitos
estudiosos, como o pioneiro do
teatro português. Sua obra mais
conhecida é " A farsa de Inês
Pereira". Suas obras marcam a
fase histórica da passagem da
Idade Média para o
Renascimento (século XVI).
Gil Vicente
Sobre o teatro de Gil Vicente
Gil Vicente serviu-se dos dois principais gêneros teatrais de seu
tempo: o auto (litúrgico) e a farsa (profana, cômica).
•Dois tipos de peças:
– peças de ação fragmentária: sem ligação entre as cenas
(Auto da barca do inferno);
– peças de enredo: desenvolvem uma trama (Farsa de Inês
Pereira).
•Dois tipos de personagens:
– Personagens-tipo: representam toda uma classe social (o
Fidalgo, o Frade, o Juiz, o Cavaleiro,... do (Auto da barca do
inferno);
– Personagens alegóricas: personificam ideias ou instituições
(Todo-o-Mundo, Ninguém, do Auto da Lusitânia);
Características do teatro vicentinoCaracterísticas do teatro vicentino
• Suas peças revelam o bifrontismo humanista: fortes resíduos
medievais somados a antecipações renascentistas;
• Uma visão teocêntrica e conservadora da sociedade aliada a
uma aguçado espírito crítico, que não poupa os excessos do
clero da época;
• As críticas de seu teatro não se dirigem às instituições
(Monarquia, Nobreza, Igreja, Clero), mas contra os indivíduos
que as corrompiam;
• Convivência de figuras bíblicas com divindades mitológicas
greco-romanas;
• Toda a sociedade portuguesa do século XV encontra-se
retratada nas peças gilvicentinas: reis, bispos, mendigos,
beberrões, nobres orgulhosos, judeus, ciganos, mouros,
negros, soldados, comerciantes, artesãos, agiotas, camponesas
ingênuas, damas da corte, esposas infiéis,...
• Sincretismo: mistura a fala coloquial com a culta,
formas mais antigas com outras mais modernas
(escritor de transição);
• Textos com trechos em português, castelhano,
latim e no dialeto saiaguês (o “caipira” de
Portugal);
• Falas das personagens em versos redondilhos,
agrupados em estrofes rimadas → Teatro poético.
A linguagem gilvicentina
Auto da Barca do InfernoAuto da Barca do Inferno
FIDALGO Esta barca onde vai ora,
que assi está apercebida?
DIABO Vai pera a ilha perdida,
e há-de partir logo ess'ora.
FIDALGO Pera lá vai a senhora?
DIABO Senhor, a vosso serviço.
FIDALGO Parece-me isso cortiço...
DIABO Porque a vedes lá de fora.
FIDALGO Porém, a que terra passais?
DIABO Pera o inferno, senhor.
FIDALGO Terra é bem sem-sabor.
DIABO Quê?... E também cá zombais?
FIDALGO E passageiros achais
pera tal habitação?
DIABO Vejo-vos eu em feição
pera ir ao nosso cais...
FIDALGO Parece-te a ti assi!...
DIABO Em que esperas ter guarida?
FIDALGO Que leixo na outra vida
quem reze sempre por mi.
DIABO Quem reze sempre por ti?!..
Hi, hi, hi, hi, hi, hi, hi!...
E tu viveste a teu prazer,
cuidando cá guarecer
por que rezam lá por ti?!...
Embarca - ou embarcai...
que haveis de ir à derradeira!
Mandai meter a cadeira,
que assi passou vosso pai.
FIDALGO Quê? Quê? Quê? Assi lhe vai?!
DIABO Vai ou vem! Embarcai prestes!
Segundo lá escolhestes,
assi cá vos contentai.
Pois que já a morte passastes,
haveis de passar o rio.
FIDALGO Não há aqui outro navio?
Farsa de Inês PereiraFarsa de Inês Pereira
LATÃO Cala-te!
VIDAL Não queres que diga?
Não fui eu também contigo?
Tu e eu não somos eu?
Tu judeu e eu judeu,
Não somos massa dum trigo?
LATÃO Leixa-me falar.
VIDAL Já calo.
Senhora, fomos... agora falo,
Ou falas tu?
LATÃO Dize, que dizias?
Que foste, que fomos, que ias
Buscá-lo, esgravatá-lo...
VIDAL Vós, amor, quereis marido
Mui discreto, e de viola?
LATÃO Esta moça não é tola,
Que quer casar per sentido...
VIDAL Judeu, queres-me leixar?
LATÃO Leixo, não quero falar
VIDAL Buscámo-lo...
LATÃO Demo foi logo!
Crede que o vosso rogo
Vencerá o Tejo e o mar
Eu cuido que falo e calo...
Calo eu agora ou não?
Ou falo se vem à mão?
Não digas que não te falo.
INÊS Jesu! Guarde-me ora Deus!
Não falará um de vós?
Já queria saber isso...
MÃE Que siso, Inês, que siso
Tens debaixo desses véus...
INÊS Diz o exemplo da velha:
«O que não haveis de comer
Leixai-o a outrem mexer».
Auto da LusitâniaAuto da Lusitânia
CORTESÃO Vosso pai é cá senhora?
LEDIÇA Que lhe quereis vós dizê?
CORTESÃO Pregunto a vossa mercê.
LEDIÇA Per i saiu ele fora
arrecadar nam sei quê.
Quereis-lhe algũa coisa?
Havei-lo mester senhor?
CORTESÃO Tem ele muito lavor?
LEDIÇA De ventura nam repoisa
nem sossega o pecador.
CORTESÃO Vossa mãe é também
fora?
LEDIÇA Mas em cima está cosendo
e eu ando isto fazendo.
CORTESÃO Nam devia tal senhora
como vós d’andar
varrendo
senam infiar aljofre
LEDIÇA Minha mãe tem no seu cofre
duas voltas de corais.
CORTESÃO Senhora sam cortesão
e da linagem de Eneas
e por vossa inclinação
folgara de ser de Abraão
sangue de minhas veas.
Mas vosso e nam de ninguém
é tudo o que está comigo
e quero-vos grande bem.
LEDIÇA Bem vos queira Deos amém
quereis oitra coisa amigo?
CORTESÃO Temo muito que me leixe
vosso amor pobre coitado
de favor com que me queixe.
LEDIÇA Lançai na sisa do peixe
e logo sões remediado.
CORTESÃO Nam falo senhora disso
porque eu me queimo e
arso
com dores de coração.
LEDIÇA Muitas vezes tenho eu isso
diz Mestr’Aires que é do baço
e reina mais no Verão.
CORTESÃO Mas senhora por amar
fiz minha sorte sojeita
e perdi a mais andar.
LEDIÇA Crede senhor que o jogar
poicas vezes aproveita.
Dom Donegal saborido
que tinha tanta fazenda
por jogar está perdido
que nam tem o dolorido
nem que compre nem que venda.
CORTESÃO Ó doce frol antre espinhas
crede o amor sem mudança
que vos tenho e que vos digo.
LEDIÇA Assi ũas primas minhas
e toda esta vizinhança
todos tem amor comigo.
Dom Izagaa Barabanel
e rabi Abrão Çacuto
e Donegal Coronel
e dona Luna de Cosiel
e todos me querem muito.
CORTESÃO Senhora por piedade
que entendais minha rezão
entendei minha verdade
entendei minha vontade
e mudareis a tenção.
Entendei bem minha dor
e mil maleitas quartãs
que por vós me hão de matar.
LEDIÇA Assi é meu pai senhor
que tem dores d’almorrãs
que é coisa d’apiadar.
Imagens doTeatro de Gil Vicente
– Auto da Índia
Auto da Barca do InfernoAuto da Barca do Inferno
Auto da Lusitânia
TEOCENTRISMO
O HOMEM RENASCENTISTA
O HOMEM MEDIEVAL
ANTROPOCENTRISMO
Criação divina:
Símbolo máximo
da perfeição
Interesse pela
cultura greco-
romana/valorização
do homem
Tudo pode
conhecer e
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O Humanismo

  • 1. C.E. PROFª MARIA LUIZA Anexo povoado Cassimiro O HUMANISMO Prof. José Arnaldo da Silva Telefones: (98)3664-2231 ou (98) 99157-2274 e-mails: jarnaldosilva@professor.ma.gov.br jarnaldosilva@yahoo.com.br
  • 2. O HOMEM EM BUSCA DA LIBERDADE O homem volta-se para si mesmo readquirindo a consciência de que é uma força criadora capaz de dominar o universo e transformá-lo. Conscientiza-se que é necessário o saber, busca o conhecimento junto da ação. Monalisa Leonardo da Vinci, 1503.
  • 3. O Homem VitruvianoO Homem Vitruviano (Leonardo Da Vinci - 1490) “O homem é a medida de todas as coisas”
  • 4. O QUE É O HUMANISMO?O QUE É O HUMANISMO? Concepção filosófica: o objetivo da existência humana é a plena realização das capacidades do homem, o que equivale à sua felicidade; para ser feliz, o ser humano depende apenas de si mesmo (antropocentrismo). HOMEM O homem como centro e medida de todas as coisas – posição já sustentada por Protágoras (séc. V, a.C.) e reforçada por Sócrates ao considerar o homem como agente do conhecimento. Historicamente, o Humanismo corresponde a uma fase de profundas transformações sociais: o desenvolvimento do comércio, o surgimento da burguesia e das cidades, a aliança entre o rei e a burguesia (fermento das monarquias nacionais), o aparecimento da imprensa, a divulgação da cultura clássica e as Grandes Navegações.
  • 5. • Movimento intelectual: volta aos valores da Antiguidade Clássica. • Movimento literário: iniciado na Itália com Dante Alighieri (1265- 1321), Francesco Petrarca (1304-1374) e Giovanni Bocaccio (1313-1375), resgata os autores da Antigüidade greco-latina e fazem uma transição entre a visão medieval (teocêntrica) e a visão renascentista (antropocêntrica). Cronologia:Início: 1434 – Fernão Lopes é nomeado cronista- mor do Reino.  Término: 1527 – Francisco de Sá de Miranda inicia o Renascimento em Portugal. Giovanni BocaccioDante AlighieriPetrarcaLeonardo da Vinci
  • 6. MOMENTO HISTÓRICO DO HUMANISMOMOMENTO HISTÓRICO DO HUMANISMO Política, Economia, Sociedade e Vida Cultural (Bifrontismo)  Idade Média x Renascimento;  Feudalismo x Capitalismo (Ascensão do comércio e da burguesia);  Nobreza x Burguesia;  Cavalaria x Marinha;  Religião x Ciência (Crises internas da Igreja);  Espiritismo x Materialismo;  Teocentrismo x Antropocentrismo;  Invenção da imprensa;  Peste Negra. Página da Bíblia de Gutenberg
  • 7. As classes sociais no HumanismoAs classes sociais no Humanismo Observações: Durante o Humanismo, surgiu uma nova classe social, a burguesia, que era composta por comerciantes oriundos do povo. Sua importância em fins do século XV foi tão grande que o próprio Cristóvão Colombo só conseguiu as caravelas para descobrir as Américas porque foi financiado pela burguesia. Trovadorismo Nobreza Clero Povo Humanismo Nobreza Clero Burguesia Povo
  • 8. MOMENTO HISTÓRICO EM PORTUGALMOMENTO HISTÓRICO EM PORTUGAL D. João I, da Dinastia de Avis • Formação do Estado Nacional Português; • Batalha de Aljubarrota contra os nobres galegos e castelhanos; • Substituição da dinastia de Borgonha (ligada à Espanha) pela de Avis; • Início das grandes navegações (Tomada de Ceuta); • Diferenciação entre o galego e o português; • Mercenarismo oficial: patrocínio das ciências e das artes.
  • 9. MANIFESTAÇÕES LITERÁRIAS DO HUMANISMOMANIFESTAÇÕES LITERÁRIAS DO HUMANISMO EM PORTUGALEM PORTUGAL • Poesia palaciana (Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende); • A prosa no período humanista; • Teatro de Gil Vicente.
  • 10.  Poesia PalacianaPoesia Palaciana Foi chamada palaciana por ser feita por nobres e para a nobreza, retratando usos e costumes da Corte. A principal modificação apresentada por essa poesia é a separação entre a musica e o texto, o que resultou em um maior apuro formal: apresentava rítmo e melodia próprios, obtidos a partir da métrica, da rima, das sílabas tônicas e átonas. Desenvolveram-se as redondilhas, tanto a maior (verso de sete sílabas poéticas) quanto a menor (verso de cinco sílabas poéticas).
  • 11. Características da Poesia PalacianaCaracterísticas da Poesia Palaciana • Compilada no Cancioneiro Geral, por Garcia de Resende, 1516; • Realizada na corte, destinava-se ao entretenimento da nobreza; • Poesia frívola, afetada e circunstancial; • Poesia para ler (separada da música); • O trovador é substituído pelo poeta. • A espontaneidade das cantigas medievais é substituída pelo uso dos versos redondilhos: 5 sílabas (redondilha menor) e 7 sílabas poéticas (redondilha maior). • Composições de mote glosado: o poeta compõe o poema com base em um mote (tema), sobre o qual desenvolve a sua glosa, constituída de voltas (estrofes) que retomam o tema um ou mais versos do mote.
  • 12. • Tema principal: o lirismo amoroso. • O amor na poesia palaciana: cortês, idealizado e sofrido (coyta) como nas cantigas de amor; repleto de paradoxos e conflitos espirituais (influência da poesia de Petrarca).
  • 13. A métrica da poesia palaciana Uma característica marcante na poesia palaciana é a utilização de versos curtos de 5 sílabas e de 7 sílabas, chamados versos redondilhas. Exemplos:  Redondilha maior-7 sílabas Se/ nho/ra,/ par/tem/ tão/ tris/tes meus/ o/lhos / por /vós,/ meu /bem,/ que /nun/ca /tão/ tris/tes /vis/tes ou/tros /ne/nhuns /por /nin/guém/ João Ruiz de Castelo Branco  Redondilha menor- 5 sílabas. Ri/bei/ras/ do /mar,/ que/ tem/des/ mu/dan/ças, as/ min/has/ lem/bran/ças dei/xai/-as/ pas/sar./ Francisco de Sousa (Séc. XV) Principais autores: Garcia de Resende, Bernardim Ribeiro, João Ruiz de Castelo Branco, Luiz Vaz de Camões.
  • 14. Cantiga sua partindo-se Senhora, partem tão tristes meus olhos por vós, meu bem, que nunca tão tristes vistes outros nenhuns por ninguém. Tão tristes, tão saudosos, tão doentes da partida, tão cansados, tão chorosos, da morte mais desejosos cem mil vezes que da vida. Partem tão tristes, os tristes, tão fora de esperar bem que nunca tão tristes vistes outros nenhuns por ninguém. João Ruiz de Castelo Branco - Cancioneiro Geral, III, p. 134.
  • 15.  Prosa do período humanistaProsa do período humanista Época de transição, o período humanista caracteriza-se pelo progressivo abandono da mentalidade teocêntrica medieval, preparando o advento do Renascimento. O desenvolvimento da prosa literária denuncia esse movimento. A historiografia de Fernão Lopes •Fernão Lopes: nomeado por D. João I de Avis a Guarda-Mor da Torre do Tombo (1418 – início do Humanismo em Portugal). Encarregado de contar a história dos reis de Portugal; •Autor de 3 crônicas: – Crônica de El-Rei D. Pedro; – Crônica de El-Rei D. Fernando; – Crônica de El-Rei D. João. Observação: Crônica: na Idade Média, era a narração dos feitos da nobreza. Fernão Lopes
  • 16. Características das crônicas de Fernão Lopes  imparcialidade, pesquisa, investigação, espírito crítico;  visão de conjunto da sociedade portuguesa da época, ao invés de exaltar a figura individual dos monarcas;  critica a corrupção e as intrigas palacianas;  nacionalismo;  linguagem sóbria, cuidada;  apresentação vibrante dos fatos, plasticidade cinematográfica das descrições;  densidade dos retratos psicológicos dos vultos do passado;  escrita caudalosa (seguida de perto hoje por José Saramago);  Primeiro grande prosador da Língua Portuguesa. 1.ª página da Chronica del Rey D. Pedro I
  • 17. Crônica de El-Rei D. Pedro (fragmento) A Portugal foram trazidos Álvaro Gonçalves e Pero Coelho. Chegaram a Santarém onde estava el-rei D. Pedro, e este com prazer de sua vinda, embora irritado porque Diego Lopes fugira, saiu fora a recebê-los. E sa-nha cruel sem piedade lhes fez pela sua mão meter a tormento, querendo que lhe confessassem quem e que participara na morte de D. Inês, e que é que o seu pai tratava contra ele quando andavam desavindos por causa da morte dela. Nenhum deles respondeu a tais perguntas cousa que agradasse a el-rei, e dizem que ele ressentido deu um açoite no rosto a Pero Coelho. Este soltou-se en-tão em desonestas e feias palavras contra el-rei, chaman-do-lhe traidor, perjuro, algoz e carniceiro dos homens. El-rei, dizendo que lhe trouxessem cebola e vinagre para o coelho, enfadou-se deles e mandou-os matar. A maneira da morte deles dita pelo miúdo seria muito estranha e crua de contar, porque a Pero Coelho man-dou arrancar o coração pelo peito, e a Álvaro Gonçalves, pelas espáduas. E tudo o que se passou seria cousa dolo-rosa de ouvir. Finalmente el-rei mandou-os queimar. E tu-do feito diante dos paços em que ele estava, de maneira que, enquanto comia, olhava o que mandava fazer. Muito perdeu el-rei de sua boa fama por tal troca como esta, a qual foi tida em Portugal e em Castela por muito grande mal, dizendo todos os bons que a ouviam, que os reis erraram muito, faltando à sua verdade, visto que estes cavaleiros estavam açoitados em seus reinos com garantia. (As Crônicas de Fernão Lopes, selecionadas e transpostas em português moderno. Antônio José Saraiva, Lisboa, Gradiva, 3- edição, 1993, p. 52)
  • 18.  O teatro de Gil VicenteO teatro de Gil Vicente • O teatro na Idade Média era dividido em encenações litúrgicas (voltadas para a catequese) e profanas (realizadas na corte ou nas grandes festas populares). • O teatro litúrgico era chamado com o nome genérico de auto, podendo apresentar a dramatização de passagens da Bíblia (mistérios), da vida dos santos (milagres) ou a denúncia de comportamentos pecaminosos (moralidades). • O teatro profano era representado sobretudo pela farsa, espécie de comédia repleta de personagens caricaturescas, exageradas, envolvidas e situações ridículas e desastrosas.
  • 19. Gil Vicente Gil Vicente foi um poeta e dramaturgo português. É considerado, por muitos estudiosos, como o pioneiro do teatro português. Sua obra mais conhecida é " A farsa de Inês Pereira". Suas obras marcam a fase histórica da passagem da Idade Média para o Renascimento (século XVI). Gil Vicente
  • 20. Sobre o teatro de Gil Vicente Gil Vicente serviu-se dos dois principais gêneros teatrais de seu tempo: o auto (litúrgico) e a farsa (profana, cômica). •Dois tipos de peças: – peças de ação fragmentária: sem ligação entre as cenas (Auto da barca do inferno); – peças de enredo: desenvolvem uma trama (Farsa de Inês Pereira). •Dois tipos de personagens: – Personagens-tipo: representam toda uma classe social (o Fidalgo, o Frade, o Juiz, o Cavaleiro,... do (Auto da barca do inferno); – Personagens alegóricas: personificam ideias ou instituições (Todo-o-Mundo, Ninguém, do Auto da Lusitânia);
  • 21. Características do teatro vicentinoCaracterísticas do teatro vicentino • Suas peças revelam o bifrontismo humanista: fortes resíduos medievais somados a antecipações renascentistas; • Uma visão teocêntrica e conservadora da sociedade aliada a uma aguçado espírito crítico, que não poupa os excessos do clero da época; • As críticas de seu teatro não se dirigem às instituições (Monarquia, Nobreza, Igreja, Clero), mas contra os indivíduos que as corrompiam; • Convivência de figuras bíblicas com divindades mitológicas greco-romanas; • Toda a sociedade portuguesa do século XV encontra-se retratada nas peças gilvicentinas: reis, bispos, mendigos, beberrões, nobres orgulhosos, judeus, ciganos, mouros, negros, soldados, comerciantes, artesãos, agiotas, camponesas ingênuas, damas da corte, esposas infiéis,...
  • 22. • Sincretismo: mistura a fala coloquial com a culta, formas mais antigas com outras mais modernas (escritor de transição); • Textos com trechos em português, castelhano, latim e no dialeto saiaguês (o “caipira” de Portugal); • Falas das personagens em versos redondilhos, agrupados em estrofes rimadas → Teatro poético. A linguagem gilvicentina
  • 23. Auto da Barca do InfernoAuto da Barca do Inferno FIDALGO Esta barca onde vai ora, que assi está apercebida? DIABO Vai pera a ilha perdida, e há-de partir logo ess'ora. FIDALGO Pera lá vai a senhora? DIABO Senhor, a vosso serviço. FIDALGO Parece-me isso cortiço... DIABO Porque a vedes lá de fora. FIDALGO Porém, a que terra passais? DIABO Pera o inferno, senhor. FIDALGO Terra é bem sem-sabor. DIABO Quê?... E também cá zombais? FIDALGO E passageiros achais pera tal habitação? DIABO Vejo-vos eu em feição pera ir ao nosso cais... FIDALGO Parece-te a ti assi!... DIABO Em que esperas ter guarida? FIDALGO Que leixo na outra vida quem reze sempre por mi. DIABO Quem reze sempre por ti?!.. Hi, hi, hi, hi, hi, hi, hi!... E tu viveste a teu prazer, cuidando cá guarecer por que rezam lá por ti?!... Embarca - ou embarcai... que haveis de ir à derradeira! Mandai meter a cadeira, que assi passou vosso pai. FIDALGO Quê? Quê? Quê? Assi lhe vai?! DIABO Vai ou vem! Embarcai prestes! Segundo lá escolhestes, assi cá vos contentai. Pois que já a morte passastes, haveis de passar o rio. FIDALGO Não há aqui outro navio?
  • 24. Farsa de Inês PereiraFarsa de Inês Pereira LATÃO Cala-te! VIDAL Não queres que diga? Não fui eu também contigo? Tu e eu não somos eu? Tu judeu e eu judeu, Não somos massa dum trigo? LATÃO Leixa-me falar. VIDAL Já calo. Senhora, fomos... agora falo, Ou falas tu? LATÃO Dize, que dizias? Que foste, que fomos, que ias Buscá-lo, esgravatá-lo... VIDAL Vós, amor, quereis marido Mui discreto, e de viola? LATÃO Esta moça não é tola, Que quer casar per sentido... VIDAL Judeu, queres-me leixar? LATÃO Leixo, não quero falar VIDAL Buscámo-lo... LATÃO Demo foi logo! Crede que o vosso rogo Vencerá o Tejo e o mar Eu cuido que falo e calo... Calo eu agora ou não? Ou falo se vem à mão? Não digas que não te falo. INÊS Jesu! Guarde-me ora Deus! Não falará um de vós? Já queria saber isso... MÃE Que siso, Inês, que siso Tens debaixo desses véus... INÊS Diz o exemplo da velha: «O que não haveis de comer Leixai-o a outrem mexer».
  • 25. Auto da LusitâniaAuto da Lusitânia CORTESÃO Vosso pai é cá senhora? LEDIÇA Que lhe quereis vós dizê? CORTESÃO Pregunto a vossa mercê. LEDIÇA Per i saiu ele fora arrecadar nam sei quê. Quereis-lhe algũa coisa? Havei-lo mester senhor? CORTESÃO Tem ele muito lavor? LEDIÇA De ventura nam repoisa nem sossega o pecador. CORTESÃO Vossa mãe é também fora? LEDIÇA Mas em cima está cosendo e eu ando isto fazendo. CORTESÃO Nam devia tal senhora como vós d’andar varrendo senam infiar aljofre LEDIÇA Minha mãe tem no seu cofre duas voltas de corais. CORTESÃO Senhora sam cortesão e da linagem de Eneas e por vossa inclinação folgara de ser de Abraão sangue de minhas veas. Mas vosso e nam de ninguém é tudo o que está comigo e quero-vos grande bem. LEDIÇA Bem vos queira Deos amém quereis oitra coisa amigo? CORTESÃO Temo muito que me leixe vosso amor pobre coitado de favor com que me queixe. LEDIÇA Lançai na sisa do peixe e logo sões remediado.
  • 26. CORTESÃO Nam falo senhora disso porque eu me queimo e arso com dores de coração. LEDIÇA Muitas vezes tenho eu isso diz Mestr’Aires que é do baço e reina mais no Verão. CORTESÃO Mas senhora por amar fiz minha sorte sojeita e perdi a mais andar. LEDIÇA Crede senhor que o jogar poicas vezes aproveita. Dom Donegal saborido que tinha tanta fazenda por jogar está perdido que nam tem o dolorido nem que compre nem que venda. CORTESÃO Ó doce frol antre espinhas crede o amor sem mudança que vos tenho e que vos digo. LEDIÇA Assi ũas primas minhas e toda esta vizinhança todos tem amor comigo. Dom Izagaa Barabanel e rabi Abrão Çacuto e Donegal Coronel e dona Luna de Cosiel e todos me querem muito. CORTESÃO Senhora por piedade que entendais minha rezão entendei minha verdade entendei minha vontade e mudareis a tenção. Entendei bem minha dor e mil maleitas quartãs que por vós me hão de matar. LEDIÇA Assi é meu pai senhor que tem dores d’almorrãs que é coisa d’apiadar.
  • 27. Imagens doTeatro de Gil Vicente – Auto da Índia
  • 28. Auto da Barca do InfernoAuto da Barca do Inferno
  • 29.
  • 31. TEOCENTRISMO O HOMEM RENASCENTISTA O HOMEM MEDIEVAL ANTROPOCENTRISMO Criação divina: Símbolo máximo da perfeição Interesse pela cultura greco- romana/valorização do homem Tudo pode conhecer e explicar Ser inferior, dependente da vontade de Deus Toda a sua vida é comandada pela Igreja Tudo é obra de Deus