2. Enquanto muitos apregoam o fim das relações familiares e observa-se uma diminuição do afeto em tantos casais, encontra-se, em contrapartida, exemplos que tocam fundo a alma.
3. Contou-nos uma senhora que há alguns meses, em exames de rotina, foi-lhe constatado um início de diabetes.
4. O exame estava ali, mostrando a alta taxa de glicose. Sua primeira reação foi vestir-se de tristeza.
5. Pensou que bem podia diminuir ou até eliminar os farináceos, os tubérculos, o arroz. Mas, os doces... Como poderia ficar sem eles?
6. Ela já tivera anteriormente outros problemas de saúde, bastante sérios. Mas para se recuperar impusera-se um rigoroso ritmo de vida.
7. Abrira mão de tantas coisas, pensava. Mas agora, teria que se privar também dos doces. Doces que ela adorava fazer e saborear
8. Com que prazer criava novas receitas e oferecia pratos saborosos à família e aos amigos.
9. Contou ao marido e ficou imaginando como poderia iniciar a nova dieta. E quando o faria.
10. Naturalmente, o médico a iria orientar melhor e dizer-lhe exatamente como proceder dali em diante.
11. O retorno ao equilíbrio orgânico exigia que a decisão fosse imediata. Entretanto, ela aguardou alguns dias.
12. Dias que passaram lentos. Finalmente, decidiu refazer todos os exames. Outro médico. Outro laboratório. Nova coleta de material.
13. Dias depois, o marido foi apanhar os resultados no laboratório. Retornou ao lar e, mal estacionou o carro, entrou em casa chamando as filhas, a esposa, todos.
14. Na mão direita, um envelope que sacudia sem parar. Ante o suspense que se fez, ele abriu o envelope e disse, eufórico: "este exame diz que você, meu bem, está com a dosagem glicêmica absolutamente normal.
16. O que importa mesmo é que você poderá continuar a comer doces. E nós vamos comemorar.
17. Porque agora eu posso voltar a ficar feliz, sabendo que você não precisará se submeter a mais essa dieta, privando-se de algo que você gosta tanto."
20. Isto se chama amor. Alguém que se importa tanto com o outro, que se alegra quando descobre que aquele não necessitará de mais um sacrifício para prosseguir a viver.
21. Alegra-se com a alegria dele. Entristece-se com a sua problemática.
22. Benditos os casais que levam a vida assim, mesmo depois de muitos anos de convívio, e ainda que os olhos já não guardem o mesmo brilho dos tempos do namoro.
23. Casais que compartilham tudo. A dor, a alegria, o desconforto. Que se apóiam mutuamente nos dias de necessidades.