SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 5
Downloaden Sie, um offline zu lesen
I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA
III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL



  TRABALHANDO LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS NAS AULAS DE
 CIÊNCIAS: UM ESTUDO DE CASO COM UMA TURMA DA 5ª SÉRIE DO ENSINO
              FUNDAMENTAL SOBRE A TEMÁTICA TERRA

READING AND INTERPRETATION OF TEXTS IN THE SCIENCE CLASSES: A CASE
 STUDY WITH 5TH GRADE STUDENTS OF ELEMENTARY SCHOOL INVOLVING
                         SUBJECT “EARTH”

                                                   CLÁUDIA DE O. LOZADA

           Programa de Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática, Universidade Cruzeiro do Sul
                            Rua Galvão Bueno, 868, 01506-000 – São Paulo, SP
                                  E-mails: clalloz@yahoo.com.br


    Abstract In this work we center the focus for the question of the reading and interpretation of texts in the Science classes,
    with the objective to stimulate the interest of the students for the thematic ones that they involve the study of the planet Earth.
    For in such a way, we present a qualitative research carried through with a group of students of 5th grade of elementary school.
    The results demonstrate that the students do not possess the habit to read scientific texts, what certainly he can influence in the
    agreement of some concepts that if he intends to develop in the Science classes.

    Keywords planet Earth, reading and interpretation of texts, science classes, elementary school, science education

    Resumo Neste trabalho centramos o foco para a questão da leitura e interpretação de textos nas aulas de Ciências, com o ob-
    jetivo de estimular o interesse dos alunos pelas temáticas que envolvem o estudo do planeta Terra. Para tanto, apresentamos uma
    pesquisa qualitativa realizada com uma turma de alunos da 5ª série do Ensino Fundamental de uma escola da rede pública
    estadual. Os resultados demonstram que os alunos não possuem o hábito de ler textos científicos, o que certamente pode influen-
    ciar no entendimento de alguns conceitos que se pretende desenvolver nas aulas de Ciências.

    Palavras-chave Planeta Terra, leitura e interpretação de textos, aulas de Ciências, Ensino Fundamental, Ensino de Ciências

    Linha temática Ensino de geociências na educação básica e no ensino superior
                  




                                                                              Sendo assim, todos estes tópicos que aqui cita-
                      1    Introdução                                    mos sucintamente permitem ao professor estabelecer
                                                                         diversas formas de se trabalhar o conteúdo planeta
                                                                         Terra, desenvolvendo competências e habilidades, as
O contato mais efetivo que os alunos do Ensino Fun-
                                                                         quais preceituam os PCN, um dos principais docu-
damental possuem com o estudo do planeta Terra
                                                                         mentos norteadores da Educação Nacional.
ocorre na 5ª série, momento em que podem estudar
                                                                              Acreditamos contudo que as aulas de Ciências
de modo mais aprofundado a Ecosfera e seus subsis-
                                                                         não devem se ater apenas a copias de textos e tipos
temas (Atmosfera, Hidrosfera, Biosfera e Litosfera),
                                                                         de exercícios cujas respostas encontram-se imediata-
bem como temáticas ambientais, importantes para a
                                                                         mente no texto. É preciso mobilizar as estruturas
Educação Ambiental e a formação cidadã.
                                                                         cognitivas de nossos alunos, levando-os a compreen-
     Ao enfocar-se o tópico Litosfera, os alunos estu-
                                                                         der os fenômenos abordados, bem como discuti-los,
dam os diferentes tipos de rochas, os agentes exter-
                                                                         visando à formação de um aluno crítico e reflexivo.
nos que influenciam a transformação da crosta terres-
                                                                         Sendo assim, as aulas de Ciências devem pressupor
tre, os diferentes tipos de solo, a contaminação sofri-
                                                                         atividades de leitura e interpretação de textos, cola-
da pelo solo, bem como fenômenos que comumente
                                                                         borando inclusive para minimizar as dificuldades que
são divulgados pela mídia tais como vulcões.
                                                                         os alunos apresentam em outra disciplina, a Língua
     Também estabelecem um contato maior com a                           Portuguesa, uma vez que diversas pesquisas têm de-
estrutura terrestre estudando suas diferentes camadas                    monstrado os baixos índices de aproveitamento em
e como estas se formaram ao longo de bilhões de                          leitura e interpretação de textos.
anos, percebendo inclusive que a Terra passou por
                                                                              Dessa maneira, pautando-se por um ensino base-
uma série de transformações, portanto nem sempre
                                                                         ado na concepção de aprender a aprender (NOVAK e
aparentando o que hoje vêem.
                                                                         GOWIN, 1999) e no ensino por pesquisa
                                                                         (CACHAPUZ, PRAIA e JORGE, 2000), que produ-
                                                                         za uma         aprendizagem significativa crítica



                                                                   153
I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA
III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL



(MOREIRA, 2005), desenvolvemos uma atividade de                  to e Princípio da participação ativa do aluno, nos
leitura e interpretação de texto nas aulas de Ciências           quais pautamos a intervenção relatada neste trabalho.
da 5ª série do Ensino Fundamental, abordando a te-
mática planeta Terra, visando construir conhecimen-
                                                                                      3. Metodologia
tos, bem como desenvolver competências e habilida-
des em Ciências.
                                                                 Este trabalho relata uma pesquisa qualitativa caracte-
                                                                 rizada por uma intervenção. O sujeitos envolvidos na
               2. Fundamentação teórica                          intervenção são 39 alunos regularmente matriculados
                                                                 na 5ª série do Ensino Fundamental de uma escola
O conteúdo abordado pela intervenção que realiza-                pública da rede estadual paulista.
mos junto a uma turma da 5ª série do Ensino Funda-                    Antes de procedermos à intervenção detectamos
mental está amparado nos Parâmetros Curriculares                 que estes alunos apresentam dificuldades em leitura e
Nacionais de Ciências (1998, p. 41), no eixo temático            interpretação de textos, bem como em escrita, revela-
“Terra e Universo” como se vê a seguir:                          do por respostas sem sentido em outras atividades
    “A estrutura interna da Terra é também dinâ-                 que haviam sido aplicadas anteriormente, bem como
    mica, originando vulcões, terremotos e                       erros de ortografia. Percebemos, que os alunos apre-
    distanciamentos entre os continentes, o que                  sentam estes problemas em decorrência de falhas no
    altera constantemente o relevo e a composição                processo de alfabetização.
    das rochas e da atmosfera, seja pela deposição                    Com base no que observamos, procedemos à e-
    de gases das erupções, seja por mudanças                     laboração da atividade a ser utilizada na intervenção.
    climáticas drásticas, como glaciações e degelos.             Em consonância com o conteúdo programático que
    Portanto, as paisagens, tal como são                         estavam estudando na ocasião referente ao planeta
    percebidas, representam apenas um momento                    Terra, selecionamos um texto denominado de “Terra:
    dentro do longo e contínuo processo pelo qual a              um planeta vivo”, retirado de uma caixa – texto1 do
    Terra, em uma escala de tempo de muitos                      livro Ciências – Entendendo a natureza, com o obje-
    milhares, milhões e bilhões de anos: é a escala              tivo de que os alunos percebessem que o planeta em
    de tempo geológico, como hoje é conhecida.”                  que vivem têm passado por diversas transformações
                                                                 ao longo dos bilhões de anos. O texto seguiu-se de
        E prosseguem destacando a importância dos fós-           questões não muito diferentes do tipo daquelas a que
seis:                                                            estavam acostumados a responder. Posteriormente,
        “O conhecimento de algumas dessas transfor-              aplicamos um questionário para levantar dados acer-
        mações geológicas que ocorreram em tempos                ca da leitura e interpretação do texto. Com base nos
        distantes foi sendo constituído conforme foram           dados coletados, reorientamos a intervenção, pro-
        sendo decifradas a composição e a formação da            pondo duas novas atividades sobre o mesmo texto,
        litosfera. Fósseis de seres vivos extintos suge-         visando identificar outros aspectos da aquisição dos
        rem ambientes terrestres organizados de formas           conhecimentos.
        muito diferentes daquelas conhecidas atualmen-
        te, mas que propiciaram o surgimento da vida,                       3.1. A intervenção e os resultados
        fato exclusivo em todo o Universo conhecido até               Para a aplicação das atividades que compuseram
        o momento.”                                              a intervenção foram utilizadas quatro horas -aulas.
                                                                      A primeira parte da atividade consistia na leitura
     Assim, os PCN explicitam a relevância da abor-              e interpretação do texto a seguir:
dagem desta temática no Ensino Fundamental, pois
implicam em convergência com outros sub-temas que                Parte A -
certamente podem despertar o interesse dos alunos
em pesquisá-los.
                                                                 TEXTO: “TERRA:UM PLANETA VIVO”
     No que tange à questão da pesquisa nas escolas,
é urgente que esta se constitua como um hábito, co-              Quando observamos extensas formações montanho-
mo um princípio norteador do ensino, como pressu-                sas, grandes vales e imensos oceanos, temos a sen-
põe Demo (2003). Assim, o ensino por pesquisa em                 sação de que todo esse cenário é imutável e de que a
Ciências preconiza uma formação conceitual, proces-              Terra está pronta e acabada. Na verdade, o pano-
sual, ética, social e cultural, levando o aluno a uma            rama de nosso planeta sofre transformações cons-
autonomia de pensamento e de ação, inserindo-se                  tantes. A Terra está sendo permanentemente reescul-
criticamente no mundo que o cerca. Esta postura de-              pida, permanentemente alterada, mas numa lentidão
sencadeia o que Moreira (2005) denominou de A-                   tal, que raramente somos capazes de perceber qual-
prendizagem Significativa Crítica, a qual é norteada
por 9 princípios, dentre os quais destacamos os se-              1
                                                                   Caixas-textos referem-se aos boxes com textos informativos
guintes: Princípio da interação social e do questio-             sobre temáticas de Ciências. Nos livros didáticos, aparecerem
namento – ensinar/aprender perguntas ao invés de                 como complementares ao texto abordado pelo capítulo ou como
                                                                 textos que não se referem ao tema abordado no capítulo, mas se
respostas, Princípio da não centralidade do livro tex-           referem a outras temáticas da área de Ciências.




                                                           154
I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA
III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL



quer modificação. Os geólogos descobriram que os                   O passo seguinte foi solicitar que os alunos res-
continentes estão à deriva, ou seja, deslocam-se len-          pondessem ao questionário reproduzido abaixo:
tamente com o passar do tempo (fique tranqüilo, esse               1- Você possui dificuldade em interpretação de
movimento é tão lento que ninguém vai sair prejudi-                     textos?
cado), a uma velocidade de alguns centímetros por                  a) às vezes b) freqüentemente c) raramente
século.                                                            2 – Você possui o hábito de leitura?
Os cientistas encontraram semelhanças entre fósseis                a)sim b) não
colhidos no Brasil e na áfrica do Sul, entre rochas                3 – Você tem o hábito de ler textos científicos?
encontradas no Brasil e no Congo e entre fósseis                   a)sim b) não
encontrados na Austrália e na Índia. Assim, foi pos-               4 – Você achou o texto “Terra: um planeta vivo”
sível descobrir que os continentes outrora formavam                difícil de interpretar?
um único e grande continente, chamado PANGÉIA,                     a)sim b) não
o qual provavelmente fragmentou-se há mais ou me-                  5 – Você precisa de um dicionário quando reali-
nos 300 milhões de anos. Além dessas grandes trans-                za leitura?
formações, outras menores estão acontecendo na                     a)sim b) não
superfície da Terra. A ação da água e dos ventos é a               6 – Você apresenta dificuldade em expressar su-
principal responsável pelo trabalho superficial da                 as idéias (redigir um texto, por exemplo)?
escultura. Ações vulcânicas também modificam nos-                  a) às vezes b) freqüentemente c) raramente
sas paisagens, em virtude de grande quantidade de                  7 – Você tem o hábito de emprestar livros da bi-
matéria (magma) que é lançada na superfície da                     blioteca da escola?
Terra vinda do manto. Algumas forças vindas do                     a)sim b) não
espaço também provocaram mudanças profundas na                     8 – Quando você lê um texto você costuma ima-
Terra. Hoje se acredita, por exemplo, que o desapa-                ginar o que você está lendo?
recimento dos dinossauros está ligado à queda de                   a) às vezes b) freqüentemente c) raramente
um grande cometa na superfície de nosso planeta. A                 Os alunos apresentaram as seguintes respostas ao
força do impacto teria lançado uma enorme quanti-              questionário:
dade de poeira na atmosfera, que se espalhou prati-                      a)       Questão 1: 30 alunos responderam
camente por toda a Terra. Dificultando a chegada de                       que às vezes apresentam dificuldades de
luz à superfície, essa poeira teria reduzido enorme-                      interpretação de textos; 1 aluno afirmou
mente a capacidade de fotossíntese nas plantas, fa-                       que freqüentemente apresenta dificuldades
zendo decrescer a população de dinossauros. Assim,                        de interpretação de textos e 8 alunos afir-
quebrou-se o celeiro alimentar desses grandes rép-                        maram que raramente apresentam dificul-
teis, que foram aos poucos desaparecendo.                                 dades de interpretação de textos.
Fenômenos físicos e químicos estão presentes em                          b)       Questão 2: 28 alunos afirmaram
todas essas transformações que ocorrem na Terra.                          que possuem o hábito de leitura e 11 afir-
Quanto melhor entendermos esses processos, mais                           maram não possuírem o hábito de leitura.
profundamente estaremos conhecendo o planeta em                          c)       Questão 3: 4 alunos afirmaram ter
que nascemos e vivemos e mais poderemos contribu-                         o hábito de ler textos científicos e 35 afir-
ir para melhorar as condições de vida de todos nós.                       maram não possuir hábito de ler textos ci-
                                                                          entíficos.
    Trabalhando a leitura:                                               d)       Questão 4: 24 afirmaram que en-
    1. Com que rapidez se movimentam os conti-                            contraram dificuldades para interpretar o
         nentes?                                                          texto dado e 15 afirmaram que não encon-
    2. Como foi possível descobrir que os conti-                          traram dificuldades na interpretação do
         nentes formavam um único continente?                             texto proposto.
    3. Há quanto tempo, aproximadamente, o                               e)       Questão 5: em relação à utilização
         grande continente Pangéia fragmentou-se                          de dicionário como auxiliar na leitura, 1
         em continentes menores?                                          aluno afirmou que utiliza, 10 alunos afir-
    4. Qual a causa aceita atualmente para a abrup-                       maram não utilizar e 28 afirmaram que o
         ta extinção dos dinossauros?                                     utilizam às vezes.
    Em relação às questões propostas, os alunos não                      f)       Questão 6: em relação a expressar
encontraram dificuldades de respondê-las como pu-                         as idéias por meio da escrita, 29 alunos a-
demos constatar, pois estão habituados com este tipo                      firmaram que apresentam dificuldades pa-
de análise de texto. No entanto, identificamos ao todo                    ra expressá-las, 4 alunos afirmaram que
20 palavras escritas incorretamente o que denota que                      não apresentam dificuldades em expressá-
problemas no percurso da alfabetização.                                   las e 6 alunos afirmaram que raramente a-
    Contudo, acreditamos que este tipo de aborda-                         presentam dificuldades em expressá-las.
gem limita a aprendizagem significativa crítica dos                      g)       Questão 7: com relação ao emprés-
conceitos em Ciências.                                                    timo de livros da biblioteca, 8 alunos afir-
                                                                          maram que o fazem e 31 afirmaram que
                                                                          não fazem.



                                                         155
I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA
III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL



           h)      Questão 8: em relação a imaginar o             o planeta Terra; 2 alunos desenharam fósseis; 2 alu-
            que se está lendo, 17 alunos afirmaram que            nos desenharam apenas dinossauros; 2 alunos dese-
            o fazem às vezes, 13 alunos afirmaram que             nharam prédios e apenas 1 aluno ilustrou a Pangéia
            o fazem freqüentemente e 9 alunos rara-               ao lado de um desenho sobre fósseis.
            mente procedem ao processo de imagina-                     Alguns desenhos nos chamaram atenção pelo fa-
            ção o que se está lendo.                              to de que os alunos o fizeram fazendo uma alusão ao
     Pela análise do questionário, percebemos que os              título do texto e não à interpretação do texto. Um dos
alunos não possuem o hábito de ler textos científicos,            alunos desenhou prédios. Pedimos ao autor deste
embora realizem outros tipos de leitura, como de-                 desenho que nos explicasse o que o seu desenho re-
monstrado pelas respostas à pergunta 2. Sugerimos                 presentava. Ele assim nos respondeu: “ O texto não é
que os professores utilizem com mais freqüência tex-              TERRA:UM PLANETA VIVO?Então, a Terra é um
tos que abordem assuntos correlacionados ao conteú-               planeta vivo, tem poste para acender a luz, tem pré-
do que está sendo desenvolvido ou até mesmo a ou-                 dio para os seres vivos morarem!”
tros conteúdos de Ciências, relacionados por exem-                     Outro aluno relacionou a palavra “vivo” com se-
plo, ao Meio Ambiente e ao enfoque Ciência, Tecno-                res vivos e desenhou o planeta Terra de modo
logia e Sociedade.                                                personificado, com braços, olhos e boca.
     Os alunos também apresentam dificuldades na                       Deste modo, inferimos que a representação pic-
linguagem escrita como demonstrado pelas respostas                tórica dos alunos demonstrou que eles não compre-
à pergunta 6, bem como não costumam utilizar sua                  enderam o conceito de Pangéia exposto no texto e
imaginação aliada ao processo de leitura. Recomen-                que o trecho do texto que conseguiram assimilar de
damos, então que os professores de Ciências estimu-               modo mais fácil foi aquele relacionado ao desapare-
lem os alunos a produzirem seus próprios textos por               cimento dos dinossauros. No entanto, inferimos que
meio de atividades como por exemplo, elaborar um                  eles, embora representassem devidamente por meio
relatório sobre um experimento realizado em sala de               do desenho o desaparecimento dos dinossauros, cer-
aula ou após assistir a um filme relacionado aos te-              tamente não conseguiram compreender que este fato
mas de Ciências.                                                  provocou também mudanças no planeta Terra. Os
     A maioria dos alunos também afirmou ter encon-               que desenharam prédios fizeram uma interpretação
trado dificuldades na interpretação do texto “Terra:              literal do título do texto, não o relacionando às trans-
um planeta vivo”. Para este fato, sugerimos que o                 formações ocorridas pela deriva dos continentes.
professor utilize leituras dirigidas em que leia e inter-              Após a finalização dos desenhos, procedemos à
prete verbalmente os parágrafos, inclusive com o                  discussão do texto, indagando verbalmente os alunos
auxílio do dicionário, para que os alunos aprendam                o que haviam entendido da leitura que efetuaram.
também a utilizá-lo quando tiverem dúvidas sobre o                Novamente, a maior parte das falas concentrou-se no
significado das palavras.                                         cometa e nos dinossauros e apenas 3 alunos aborda-
     Após a reflexão sobre os dados levantados pelo               ram a questão da Pangéia. Então, procuramos focali-
questionário, nas duas aulas seguintes apresentamos               zar as discussões em torno da Pangéia de modo que
duas outras atividades sobre o mesmo texto, que re-               compreendessem a importância deste fenômeno e as
produzimos a seguir:                                              transformações que dele decorreram.

Parte B –                                                                             4. Conclusão
     1) Re-análise do texto: escreva com suas pró-
          prias palavras o que você entendeu do 2° pa-            A intervenção relatada neste trabalho aponta que os
          rágrafo do texto “Terra: um planeta vivo”.              alunos possuem dificuldades na interpretação de tex-
     2) Faça um desenho demonstrando a sua inter-                 tos científicos o que pode influenciar certamente na
          pretação do texto “Terra: um planeta vivo”.             assimilação dos conceitos científicos presentes no
            Pela análise das respostas dadas à questão            texto. É necessário, entretanto que os professores
1 da parte B da intervenção, percebemos que poucos                trabalhem com freqüência textos científicos, inclusive
alunos escreveram com suas próprias palavras o que                textos de divulgação científica e textos de livros pa-
entenderam sobre o 2° parágrafo do texto. A maioria               radidáticos, procurando sempre promover o debate
copiou no todo ou em parte o 2° parágrafo e o apre-               sobre o texto, o que desenvolverá a criticidade e a
sentou como resposta, o que demonstra a herança de                reflexão.
um ensino tecnicista, reprodutor de conhecimentos,
                                                                       Representar por meio de desenhos os conceitos
no qual o aluno apenas reproduz e não questiona o
                                                                  físicos é uma estratégia potencializadora no ensino de
que está sendo ensinado, não apresenta uma postura
                                                                  Ciências.
crítica e reflexiva sobre o conhecimento.
                                                                       Esta forma de descrever conceitos científicos por
     Com relação aos desenhos, 20 alunos apresenta-
                                                                  meio de desenho nas séries iniciais é defendida por
ram desenhos de um cometa se aproximando da Ter-
                                                                  Carvalho et al (1998,p. 24), que afirmam ser necessá-
ra, sendo que esta aparece habitada por dinossauros;
                                                                  rio:
7 alunos apresentaram desenhos de um cometa se
aproximando do planeta Terra; 5 alunos desenharam




                                                            156
I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA
III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL



     “(...) nos primeiros anos da escola fundamental
     (...) dar aos alunos condições de desenvolver,
     de forma integrada, sua capacidade de expres-
     são.”

     Pela análise dos desenhos, como se referem Car-
valho et al (op.cit), é possível identificar os conceitos
científicos apreendidos e, sobretudo as concepções
espontâneas e se as mesmas modificam-se ou convi-
vem com novos conceitos, como sugere Mortimer
(1994) em sua teoria de mudança de perfis conceitu-
ais.
     Giordan e De Vecchi (1996, p. 120) sustentam
que a análise dos desenhos, permite estabelecer uma
tipologia de concepções dos alunos em relação ao
assunto abordado, fornecendo elementos para que os
professores optem por determinadas “decisões didáti-
cas indispensáveis à transformação das concepções”.
     Ademais, nesta fase de desenvolvimento, as cri-
anças desenvolvem a linguagem causal, um momento
oportuno para se trabalhar interdisciplinarmente com
a Língua Portuguesa, como sugerem Carvalho et al
(op. cit) por meio de relatos verbais e escritos, cola-
borando com o processo de alfabetização.

             Referências Bibliográficas

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Pa-
   râmetros Curriculares Nacionais: Ciências Natu-
   rais/Secretaria de Educação Fundamental – 3° e
   4 ° ciclos. – Brasília:MEC/SEF, 1998, 138 p.
CARVALHO, A . M. et al. Ciências no Ensino Fun-
   damental – O conhecimento físico. Coleção Pen-
   samento e ação no magistério. São Paulo: Scipi-
   one, 1998.
CACHAPUZ, A .; PRAIA, J; JORGE, M. Reflexão
   em torno de perspectivas do ensino de Ciências,
   contributos para uma nova orientação curricular
   – Ensino por pesquisa. Revista de Educação,
   IX(1), 67-77, 2000.
DEMO, P. Educar pela pesquisa. Campinas, SP: Au-
   tores Associados, 2003.
GIORDAN, A . ; VECCHI, G. As origens do saber:
   das concepções dos aprendentes aos conceitos
   científicos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
MOREIRA, M. A . Aprendizagem Significativa Crí-
   tica. Porto Alegre, 2005.
MORTIMER, E. F. Evolução do atomismo em sala
   de aula: mudança de perfis conceituais. Tese de
   Doutorado. Faculdade de educação, Universida-
   de de São Paulo, 1994.
NOVAK, J.D. ; GOWIN, D. B. Aprender a aprender.
   Lisboa: Plátano, 1999.
SILVA JR, C; SASSON, S; SANCHES, P.S.B. Ciên-
   cias – Entendendo a natureza – 8ª série. São Pau-
   lo: Saraiva, 2001. p.25-26.




                                                            157

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Was ist angesagt? (19)

Relea A4 N6[1]
Relea A4 N6[1]Relea A4 N6[1]
Relea A4 N6[1]
 
Planejamento anual de ciências
Planejamento anual de ciênciasPlanejamento anual de ciências
Planejamento anual de ciências
 
Metodologia das ciências naturais
Metodologia das ciências  naturaisMetodologia das ciências  naturais
Metodologia das ciências naturais
 
Análise de livro didático de Geografia
Análise de livro didático de Geografia Análise de livro didático de Geografia
Análise de livro didático de Geografia
 
1⺠ano 1⺠b.
1⺠ano  1⺠b.1⺠ano  1⺠b.
1⺠ano 1⺠b.
 
Baptista costa neto_429 433 bsea 47 completo-57
Baptista costa neto_429 433 bsea 47 completo-57Baptista costa neto_429 433 bsea 47 completo-57
Baptista costa neto_429 433 bsea 47 completo-57
 
Leitura e Interpretação no ensino de física
Leitura e Interpretação no ensino de físicaLeitura e Interpretação no ensino de física
Leitura e Interpretação no ensino de física
 
Dce ciencias (1)
Dce ciencias (1)Dce ciencias (1)
Dce ciencias (1)
 
Dce ciencias
Dce cienciasDce ciencias
Dce ciencias
 
Ler 20versão final
Ler 20versão finalLer 20versão final
Ler 20versão final
 
Plano de ensino ciencias
Plano de ensino cienciasPlano de ensino ciencias
Plano de ensino ciencias
 
Ciências naturais no terceiro ciclo
Ciências naturais no terceiro cicloCiências naturais no terceiro ciclo
Ciências naturais no terceiro ciclo
 
Transposição didaticaa
Transposição didaticaaTransposição didaticaa
Transposição didaticaa
 
Mais um relato
Mais um relatoMais um relato
Mais um relato
 
Artigo fractal ens. médio
Artigo fractal  ens. médioArtigo fractal  ens. médio
Artigo fractal ens. médio
 
Formação de professor e o ensino de ciencias
Formação de professor e o ensino de cienciasFormação de professor e o ensino de ciencias
Formação de professor e o ensino de ciencias
 
Transposição didática
Transposição didáticaTransposição didática
Transposição didática
 
Artigo bioterra v18_n2_05
Artigo bioterra v18_n2_05Artigo bioterra v18_n2_05
Artigo bioterra v18_n2_05
 
Plano de curso 6ano
Plano de curso 6anoPlano de curso 6ano
Plano de curso 6ano
 

Ähnlich wie 060

CONTEÚDOS DO LIVRO DE GEOGRAFIA DA 9ª CLASSE
CONTEÚDOS DO LIVRO DE GEOGRAFIA DA 9ª CLASSECONTEÚDOS DO LIVRO DE GEOGRAFIA DA 9ª CLASSE
CONTEÚDOS DO LIVRO DE GEOGRAFIA DA 9ª CLASSEConheça Luz
 
A CIDADE É A SALA DE AULA- ENSINAR-APRENDER GEOGRAFIA A PARTIR DO LUGAR.pdf
A CIDADE É A SALA DE AULA- ENSINAR-APRENDER GEOGRAFIA A PARTIR DO LUGAR.pdfA CIDADE É A SALA DE AULA- ENSINAR-APRENDER GEOGRAFIA A PARTIR DO LUGAR.pdf
A CIDADE É A SALA DE AULA- ENSINAR-APRENDER GEOGRAFIA A PARTIR DO LUGAR.pdfcarloscardoso948296
 
PCN e Ensino de Ciências
PCN e Ensino de CiênciasPCN e Ensino de Ciências
PCN e Ensino de Ciênciasfimepecim
 
Apresentação Monografia Unilab.pptx
Apresentação Monografia Unilab.pptxApresentação Monografia Unilab.pptx
Apresentação Monografia Unilab.pptxNairysFreitas
 
Atividades de campo no ensino das ciências...
Atividades de campo no ensino das ciências...Atividades de campo no ensino das ciências...
Atividades de campo no ensino das ciências...tefarroupilha
 
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciais
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos IniciaisTrabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciais
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciaisluciany-nascimento
 
Conhecendo o Planeta Terra a partir do Espaço Sideral
Conhecendo o Planeta Terra a partir do Espaço SideralConhecendo o Planeta Terra a partir do Espaço Sideral
Conhecendo o Planeta Terra a partir do Espaço SideralDaniela Menezes
 
2016_pdp_cien_uem_valdneyalvesmagalhaes.pdf
2016_pdp_cien_uem_valdneyalvesmagalhaes.pdf2016_pdp_cien_uem_valdneyalvesmagalhaes.pdf
2016_pdp_cien_uem_valdneyalvesmagalhaes.pdfVívian Nascimento
 
Projeto Aguas Rio Bacalhau
Projeto Aguas Rio BacalhauProjeto Aguas Rio Bacalhau
Projeto Aguas Rio BacalhauMatheus Bueno
 
O Ensino de Efeito Estufa como Estratégia de Enculturação Científica nos Anos...
O Ensino de Efeito Estufa como Estratégia de Enculturação Científica nos Anos...O Ensino de Efeito Estufa como Estratégia de Enculturação Científica nos Anos...
O Ensino de Efeito Estufa como Estratégia de Enculturação Científica nos Anos...NairysFreitas
 
Ens ciencias no brasil
Ens ciencias no brasilEns ciencias no brasil
Ens ciencias no brasilfimepecim
 
A dinâmica discursiva no contexto do ensino da evolução bilógica
A dinâmica discursiva no contexto do ensino da evolução bilógicaA dinâmica discursiva no contexto do ensino da evolução bilógica
A dinâmica discursiva no contexto do ensino da evolução bilógicasergio_chumbinho
 
A aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental ações que
A aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental ações queA aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental ações que
A aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental ações quepibidbio
 
Ppc lcn alunos_110720
Ppc lcn alunos_110720Ppc lcn alunos_110720
Ppc lcn alunos_110720casifufrgs
 
41 a historia-da-ciencia-no-ensino-da-termodinamica-revisado
41 a historia-da-ciencia-no-ensino-da-termodinamica-revisado41 a historia-da-ciencia-no-ensino-da-termodinamica-revisado
41 a historia-da-ciencia-no-ensino-da-termodinamica-revisadoFabiano Antunes
 
Mortimer e scott___2002___atividade_discursiva_nas_salas_de_aula_de_ci_ncias
Mortimer e scott___2002___atividade_discursiva_nas_salas_de_aula_de_ci_nciasMortimer e scott___2002___atividade_discursiva_nas_salas_de_aula_de_ci_ncias
Mortimer e scott___2002___atividade_discursiva_nas_salas_de_aula_de_ci_nciasManoella Morais
 

Ähnlich wie 060 (20)

CONTEÚDOS DO LIVRO DE GEOGRAFIA DA 9ª CLASSE
CONTEÚDOS DO LIVRO DE GEOGRAFIA DA 9ª CLASSECONTEÚDOS DO LIVRO DE GEOGRAFIA DA 9ª CLASSE
CONTEÚDOS DO LIVRO DE GEOGRAFIA DA 9ª CLASSE
 
A CIDADE É A SALA DE AULA- ENSINAR-APRENDER GEOGRAFIA A PARTIR DO LUGAR.pdf
A CIDADE É A SALA DE AULA- ENSINAR-APRENDER GEOGRAFIA A PARTIR DO LUGAR.pdfA CIDADE É A SALA DE AULA- ENSINAR-APRENDER GEOGRAFIA A PARTIR DO LUGAR.pdf
A CIDADE É A SALA DE AULA- ENSINAR-APRENDER GEOGRAFIA A PARTIR DO LUGAR.pdf
 
Ciencias da natureza e artigo
Ciencias da natureza e artigoCiencias da natureza e artigo
Ciencias da natureza e artigo
 
10 encontro
10 encontro10 encontro
10 encontro
 
Sem título 1
Sem título 1Sem título 1
Sem título 1
 
PCN e Ensino de Ciências
PCN e Ensino de CiênciasPCN e Ensino de Ciências
PCN e Ensino de Ciências
 
Apresentação Monografia Unilab.pptx
Apresentação Monografia Unilab.pptxApresentação Monografia Unilab.pptx
Apresentação Monografia Unilab.pptx
 
Atividades de campo no ensino das ciências...
Atividades de campo no ensino das ciências...Atividades de campo no ensino das ciências...
Atividades de campo no ensino das ciências...
 
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciais
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos IniciaisTrabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciais
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciais
 
Conhecendo o Planeta Terra a partir do Espaço Sideral
Conhecendo o Planeta Terra a partir do Espaço SideralConhecendo o Planeta Terra a partir do Espaço Sideral
Conhecendo o Planeta Terra a partir do Espaço Sideral
 
2016_pdp_cien_uem_valdneyalvesmagalhaes.pdf
2016_pdp_cien_uem_valdneyalvesmagalhaes.pdf2016_pdp_cien_uem_valdneyalvesmagalhaes.pdf
2016_pdp_cien_uem_valdneyalvesmagalhaes.pdf
 
Projeto Aguas Rio Bacalhau
Projeto Aguas Rio BacalhauProjeto Aguas Rio Bacalhau
Projeto Aguas Rio Bacalhau
 
O Ensino de Efeito Estufa como Estratégia de Enculturação Científica nos Anos...
O Ensino de Efeito Estufa como Estratégia de Enculturação Científica nos Anos...O Ensino de Efeito Estufa como Estratégia de Enculturação Científica nos Anos...
O Ensino de Efeito Estufa como Estratégia de Enculturação Científica nos Anos...
 
Ens ciencias no brasil
Ens ciencias no brasilEns ciencias no brasil
Ens ciencias no brasil
 
A dinâmica discursiva no contexto do ensino da evolução bilógica
A dinâmica discursiva no contexto do ensino da evolução bilógicaA dinâmica discursiva no contexto do ensino da evolução bilógica
A dinâmica discursiva no contexto do ensino da evolução bilógica
 
A aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental ações que
A aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental ações queA aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental ações que
A aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental ações que
 
Ppc lcn alunos_110720
Ppc lcn alunos_110720Ppc lcn alunos_110720
Ppc lcn alunos_110720
 
Plano de ensino 6 ano
Plano de ensino 6 anoPlano de ensino 6 ano
Plano de ensino 6 ano
 
41 a historia-da-ciencia-no-ensino-da-termodinamica-revisado
41 a historia-da-ciencia-no-ensino-da-termodinamica-revisado41 a historia-da-ciencia-no-ensino-da-termodinamica-revisado
41 a historia-da-ciencia-no-ensino-da-termodinamica-revisado
 
Mortimer e scott___2002___atividade_discursiva_nas_salas_de_aula_de_ci_ncias
Mortimer e scott___2002___atividade_discursiva_nas_salas_de_aula_de_ci_nciasMortimer e scott___2002___atividade_discursiva_nas_salas_de_aula_de_ci_ncias
Mortimer e scott___2002___atividade_discursiva_nas_salas_de_aula_de_ci_ncias
 

Mehr von Jose Carlos

Transparencias tecido epitelial 17 03
Transparencias tecido epitelial 17 03Transparencias tecido epitelial 17 03
Transparencias tecido epitelial 17 03Jose Carlos
 
Hipotireoidismo na criança
Hipotireoidismo na criançaHipotireoidismo na criança
Hipotireoidismo na criançaJose Carlos
 
Semiologia De Abdome
Semiologia De AbdomeSemiologia De Abdome
Semiologia De AbdomeJose Carlos
 
Farmacia Hospitalar Introducao
Farmacia Hospitalar IntroducaoFarmacia Hospitalar Introducao
Farmacia Hospitalar IntroducaoJose Carlos
 
FARMACOTECNICA - Isotonicidade – Preparacoes Oftalmicas, Nasais E Otologicas
FARMACOTECNICA - Isotonicidade – Preparacoes Oftalmicas, Nasais E OtologicasFARMACOTECNICA - Isotonicidade – Preparacoes Oftalmicas, Nasais E Otologicas
FARMACOTECNICA - Isotonicidade – Preparacoes Oftalmicas, Nasais E OtologicasJose Carlos
 
Mecanismo das Sinapses
Mecanismo das SinapsesMecanismo das Sinapses
Mecanismo das SinapsesJose Carlos
 
Sistema de Distribuição de medicamentos
Sistema de Distribuição de medicamentosSistema de Distribuição de medicamentos
Sistema de Distribuição de medicamentosJose Carlos
 
Antibióticos e Quimioterápicos
Antibióticos e QuimioterápicosAntibióticos e Quimioterápicos
Antibióticos e QuimioterápicosJose Carlos
 

Mehr von Jose Carlos (13)

Transparencias tecido epitelial 17 03
Transparencias tecido epitelial 17 03Transparencias tecido epitelial 17 03
Transparencias tecido epitelial 17 03
 
Hipotireoidismo na criança
Hipotireoidismo na criançaHipotireoidismo na criança
Hipotireoidismo na criança
 
Alimentos
Alimentos Alimentos
Alimentos
 
Pedacinhos
PedacinhosPedacinhos
Pedacinhos
 
Futebol
FutebolFutebol
Futebol
 
Quimioterapia
QuimioterapiaQuimioterapia
Quimioterapia
 
Semiologia De Abdome
Semiologia De AbdomeSemiologia De Abdome
Semiologia De Abdome
 
Farmacia Hospitalar Introducao
Farmacia Hospitalar IntroducaoFarmacia Hospitalar Introducao
Farmacia Hospitalar Introducao
 
FARMACOTECNICA - Isotonicidade – Preparacoes Oftalmicas, Nasais E Otologicas
FARMACOTECNICA - Isotonicidade – Preparacoes Oftalmicas, Nasais E OtologicasFARMACOTECNICA - Isotonicidade – Preparacoes Oftalmicas, Nasais E Otologicas
FARMACOTECNICA - Isotonicidade – Preparacoes Oftalmicas, Nasais E Otologicas
 
Mecanismo das Sinapses
Mecanismo das SinapsesMecanismo das Sinapses
Mecanismo das Sinapses
 
Sistema de Distribuição de medicamentos
Sistema de Distribuição de medicamentosSistema de Distribuição de medicamentos
Sistema de Distribuição de medicamentos
 
Receptores
ReceptoresReceptores
Receptores
 
Antibióticos e Quimioterápicos
Antibióticos e QuimioterápicosAntibióticos e Quimioterápicos
Antibióticos e Quimioterápicos
 

Kürzlich hochgeladen

2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamentalAntônia marta Silvestre da Silva
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFtimaMoreira35
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 

Kürzlich hochgeladen (20)

2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 

060

  • 1. I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL TRABALHANDO LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS NAS AULAS DE CIÊNCIAS: UM ESTUDO DE CASO COM UMA TURMA DA 5ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE A TEMÁTICA TERRA READING AND INTERPRETATION OF TEXTS IN THE SCIENCE CLASSES: A CASE STUDY WITH 5TH GRADE STUDENTS OF ELEMENTARY SCHOOL INVOLVING SUBJECT “EARTH” CLÁUDIA DE O. LOZADA Programa de Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática, Universidade Cruzeiro do Sul Rua Galvão Bueno, 868, 01506-000 – São Paulo, SP E-mails: clalloz@yahoo.com.br Abstract In this work we center the focus for the question of the reading and interpretation of texts in the Science classes, with the objective to stimulate the interest of the students for the thematic ones that they involve the study of the planet Earth. For in such a way, we present a qualitative research carried through with a group of students of 5th grade of elementary school. The results demonstrate that the students do not possess the habit to read scientific texts, what certainly he can influence in the agreement of some concepts that if he intends to develop in the Science classes. Keywords planet Earth, reading and interpretation of texts, science classes, elementary school, science education Resumo Neste trabalho centramos o foco para a questão da leitura e interpretação de textos nas aulas de Ciências, com o ob- jetivo de estimular o interesse dos alunos pelas temáticas que envolvem o estudo do planeta Terra. Para tanto, apresentamos uma pesquisa qualitativa realizada com uma turma de alunos da 5ª série do Ensino Fundamental de uma escola da rede pública estadual. Os resultados demonstram que os alunos não possuem o hábito de ler textos científicos, o que certamente pode influen- ciar no entendimento de alguns conceitos que se pretende desenvolver nas aulas de Ciências. Palavras-chave Planeta Terra, leitura e interpretação de textos, aulas de Ciências, Ensino Fundamental, Ensino de Ciências Linha temática Ensino de geociências na educação básica e no ensino superior  Sendo assim, todos estes tópicos que aqui cita- 1 Introdução mos sucintamente permitem ao professor estabelecer diversas formas de se trabalhar o conteúdo planeta Terra, desenvolvendo competências e habilidades, as O contato mais efetivo que os alunos do Ensino Fun- quais preceituam os PCN, um dos principais docu- damental possuem com o estudo do planeta Terra mentos norteadores da Educação Nacional. ocorre na 5ª série, momento em que podem estudar Acreditamos contudo que as aulas de Ciências de modo mais aprofundado a Ecosfera e seus subsis- não devem se ater apenas a copias de textos e tipos temas (Atmosfera, Hidrosfera, Biosfera e Litosfera), de exercícios cujas respostas encontram-se imediata- bem como temáticas ambientais, importantes para a mente no texto. É preciso mobilizar as estruturas Educação Ambiental e a formação cidadã. cognitivas de nossos alunos, levando-os a compreen- Ao enfocar-se o tópico Litosfera, os alunos estu- der os fenômenos abordados, bem como discuti-los, dam os diferentes tipos de rochas, os agentes exter- visando à formação de um aluno crítico e reflexivo. nos que influenciam a transformação da crosta terres- Sendo assim, as aulas de Ciências devem pressupor tre, os diferentes tipos de solo, a contaminação sofri- atividades de leitura e interpretação de textos, cola- da pelo solo, bem como fenômenos que comumente borando inclusive para minimizar as dificuldades que são divulgados pela mídia tais como vulcões. os alunos apresentam em outra disciplina, a Língua Também estabelecem um contato maior com a Portuguesa, uma vez que diversas pesquisas têm de- estrutura terrestre estudando suas diferentes camadas monstrado os baixos índices de aproveitamento em e como estas se formaram ao longo de bilhões de leitura e interpretação de textos. anos, percebendo inclusive que a Terra passou por Dessa maneira, pautando-se por um ensino base- uma série de transformações, portanto nem sempre ado na concepção de aprender a aprender (NOVAK e aparentando o que hoje vêem. GOWIN, 1999) e no ensino por pesquisa (CACHAPUZ, PRAIA e JORGE, 2000), que produ- za uma aprendizagem significativa crítica 153
  • 2. I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL (MOREIRA, 2005), desenvolvemos uma atividade de to e Princípio da participação ativa do aluno, nos leitura e interpretação de texto nas aulas de Ciências quais pautamos a intervenção relatada neste trabalho. da 5ª série do Ensino Fundamental, abordando a te- mática planeta Terra, visando construir conhecimen- 3. Metodologia tos, bem como desenvolver competências e habilida- des em Ciências. Este trabalho relata uma pesquisa qualitativa caracte- rizada por uma intervenção. O sujeitos envolvidos na 2. Fundamentação teórica intervenção são 39 alunos regularmente matriculados na 5ª série do Ensino Fundamental de uma escola O conteúdo abordado pela intervenção que realiza- pública da rede estadual paulista. mos junto a uma turma da 5ª série do Ensino Funda- Antes de procedermos à intervenção detectamos mental está amparado nos Parâmetros Curriculares que estes alunos apresentam dificuldades em leitura e Nacionais de Ciências (1998, p. 41), no eixo temático interpretação de textos, bem como em escrita, revela- “Terra e Universo” como se vê a seguir: do por respostas sem sentido em outras atividades “A estrutura interna da Terra é também dinâ- que haviam sido aplicadas anteriormente, bem como mica, originando vulcões, terremotos e erros de ortografia. Percebemos, que os alunos apre- distanciamentos entre os continentes, o que sentam estes problemas em decorrência de falhas no altera constantemente o relevo e a composição processo de alfabetização. das rochas e da atmosfera, seja pela deposição Com base no que observamos, procedemos à e- de gases das erupções, seja por mudanças laboração da atividade a ser utilizada na intervenção. climáticas drásticas, como glaciações e degelos. Em consonância com o conteúdo programático que Portanto, as paisagens, tal como são estavam estudando na ocasião referente ao planeta percebidas, representam apenas um momento Terra, selecionamos um texto denominado de “Terra: dentro do longo e contínuo processo pelo qual a um planeta vivo”, retirado de uma caixa – texto1 do Terra, em uma escala de tempo de muitos livro Ciências – Entendendo a natureza, com o obje- milhares, milhões e bilhões de anos: é a escala tivo de que os alunos percebessem que o planeta em de tempo geológico, como hoje é conhecida.” que vivem têm passado por diversas transformações ao longo dos bilhões de anos. O texto seguiu-se de E prosseguem destacando a importância dos fós- questões não muito diferentes do tipo daquelas a que seis: estavam acostumados a responder. Posteriormente, “O conhecimento de algumas dessas transfor- aplicamos um questionário para levantar dados acer- mações geológicas que ocorreram em tempos ca da leitura e interpretação do texto. Com base nos distantes foi sendo constituído conforme foram dados coletados, reorientamos a intervenção, pro- sendo decifradas a composição e a formação da pondo duas novas atividades sobre o mesmo texto, litosfera. Fósseis de seres vivos extintos suge- visando identificar outros aspectos da aquisição dos rem ambientes terrestres organizados de formas conhecimentos. muito diferentes daquelas conhecidas atualmen- te, mas que propiciaram o surgimento da vida, 3.1. A intervenção e os resultados fato exclusivo em todo o Universo conhecido até Para a aplicação das atividades que compuseram o momento.” a intervenção foram utilizadas quatro horas -aulas. A primeira parte da atividade consistia na leitura Assim, os PCN explicitam a relevância da abor- e interpretação do texto a seguir: dagem desta temática no Ensino Fundamental, pois implicam em convergência com outros sub-temas que Parte A - certamente podem despertar o interesse dos alunos em pesquisá-los. TEXTO: “TERRA:UM PLANETA VIVO” No que tange à questão da pesquisa nas escolas, é urgente que esta se constitua como um hábito, co- Quando observamos extensas formações montanho- mo um princípio norteador do ensino, como pressu- sas, grandes vales e imensos oceanos, temos a sen- põe Demo (2003). Assim, o ensino por pesquisa em sação de que todo esse cenário é imutável e de que a Ciências preconiza uma formação conceitual, proces- Terra está pronta e acabada. Na verdade, o pano- sual, ética, social e cultural, levando o aluno a uma rama de nosso planeta sofre transformações cons- autonomia de pensamento e de ação, inserindo-se tantes. A Terra está sendo permanentemente reescul- criticamente no mundo que o cerca. Esta postura de- pida, permanentemente alterada, mas numa lentidão sencadeia o que Moreira (2005) denominou de A- tal, que raramente somos capazes de perceber qual- prendizagem Significativa Crítica, a qual é norteada por 9 princípios, dentre os quais destacamos os se- 1 Caixas-textos referem-se aos boxes com textos informativos guintes: Princípio da interação social e do questio- sobre temáticas de Ciências. Nos livros didáticos, aparecerem namento – ensinar/aprender perguntas ao invés de como complementares ao texto abordado pelo capítulo ou como textos que não se referem ao tema abordado no capítulo, mas se respostas, Princípio da não centralidade do livro tex- referem a outras temáticas da área de Ciências. 154
  • 3. I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL quer modificação. Os geólogos descobriram que os O passo seguinte foi solicitar que os alunos res- continentes estão à deriva, ou seja, deslocam-se len- pondessem ao questionário reproduzido abaixo: tamente com o passar do tempo (fique tranqüilo, esse 1- Você possui dificuldade em interpretação de movimento é tão lento que ninguém vai sair prejudi- textos? cado), a uma velocidade de alguns centímetros por a) às vezes b) freqüentemente c) raramente século. 2 – Você possui o hábito de leitura? Os cientistas encontraram semelhanças entre fósseis a)sim b) não colhidos no Brasil e na áfrica do Sul, entre rochas 3 – Você tem o hábito de ler textos científicos? encontradas no Brasil e no Congo e entre fósseis a)sim b) não encontrados na Austrália e na Índia. Assim, foi pos- 4 – Você achou o texto “Terra: um planeta vivo” sível descobrir que os continentes outrora formavam difícil de interpretar? um único e grande continente, chamado PANGÉIA, a)sim b) não o qual provavelmente fragmentou-se há mais ou me- 5 – Você precisa de um dicionário quando reali- nos 300 milhões de anos. Além dessas grandes trans- za leitura? formações, outras menores estão acontecendo na a)sim b) não superfície da Terra. A ação da água e dos ventos é a 6 – Você apresenta dificuldade em expressar su- principal responsável pelo trabalho superficial da as idéias (redigir um texto, por exemplo)? escultura. Ações vulcânicas também modificam nos- a) às vezes b) freqüentemente c) raramente sas paisagens, em virtude de grande quantidade de 7 – Você tem o hábito de emprestar livros da bi- matéria (magma) que é lançada na superfície da blioteca da escola? Terra vinda do manto. Algumas forças vindas do a)sim b) não espaço também provocaram mudanças profundas na 8 – Quando você lê um texto você costuma ima- Terra. Hoje se acredita, por exemplo, que o desapa- ginar o que você está lendo? recimento dos dinossauros está ligado à queda de a) às vezes b) freqüentemente c) raramente um grande cometa na superfície de nosso planeta. A Os alunos apresentaram as seguintes respostas ao força do impacto teria lançado uma enorme quanti- questionário: dade de poeira na atmosfera, que se espalhou prati- a) Questão 1: 30 alunos responderam camente por toda a Terra. Dificultando a chegada de que às vezes apresentam dificuldades de luz à superfície, essa poeira teria reduzido enorme- interpretação de textos; 1 aluno afirmou mente a capacidade de fotossíntese nas plantas, fa- que freqüentemente apresenta dificuldades zendo decrescer a população de dinossauros. Assim, de interpretação de textos e 8 alunos afir- quebrou-se o celeiro alimentar desses grandes rép- maram que raramente apresentam dificul- teis, que foram aos poucos desaparecendo. dades de interpretação de textos. Fenômenos físicos e químicos estão presentes em b) Questão 2: 28 alunos afirmaram todas essas transformações que ocorrem na Terra. que possuem o hábito de leitura e 11 afir- Quanto melhor entendermos esses processos, mais maram não possuírem o hábito de leitura. profundamente estaremos conhecendo o planeta em c) Questão 3: 4 alunos afirmaram ter que nascemos e vivemos e mais poderemos contribu- o hábito de ler textos científicos e 35 afir- ir para melhorar as condições de vida de todos nós. maram não possuir hábito de ler textos ci- entíficos. Trabalhando a leitura: d) Questão 4: 24 afirmaram que en- 1. Com que rapidez se movimentam os conti- contraram dificuldades para interpretar o nentes? texto dado e 15 afirmaram que não encon- 2. Como foi possível descobrir que os conti- traram dificuldades na interpretação do nentes formavam um único continente? texto proposto. 3. Há quanto tempo, aproximadamente, o e) Questão 5: em relação à utilização grande continente Pangéia fragmentou-se de dicionário como auxiliar na leitura, 1 em continentes menores? aluno afirmou que utiliza, 10 alunos afir- 4. Qual a causa aceita atualmente para a abrup- maram não utilizar e 28 afirmaram que o ta extinção dos dinossauros? utilizam às vezes. Em relação às questões propostas, os alunos não f) Questão 6: em relação a expressar encontraram dificuldades de respondê-las como pu- as idéias por meio da escrita, 29 alunos a- demos constatar, pois estão habituados com este tipo firmaram que apresentam dificuldades pa- de análise de texto. No entanto, identificamos ao todo ra expressá-las, 4 alunos afirmaram que 20 palavras escritas incorretamente o que denota que não apresentam dificuldades em expressá- problemas no percurso da alfabetização. las e 6 alunos afirmaram que raramente a- Contudo, acreditamos que este tipo de aborda- presentam dificuldades em expressá-las. gem limita a aprendizagem significativa crítica dos g) Questão 7: com relação ao emprés- conceitos em Ciências. timo de livros da biblioteca, 8 alunos afir- maram que o fazem e 31 afirmaram que não fazem. 155
  • 4. I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL h) Questão 8: em relação a imaginar o o planeta Terra; 2 alunos desenharam fósseis; 2 alu- que se está lendo, 17 alunos afirmaram que nos desenharam apenas dinossauros; 2 alunos dese- o fazem às vezes, 13 alunos afirmaram que nharam prédios e apenas 1 aluno ilustrou a Pangéia o fazem freqüentemente e 9 alunos rara- ao lado de um desenho sobre fósseis. mente procedem ao processo de imagina- Alguns desenhos nos chamaram atenção pelo fa- ção o que se está lendo. to de que os alunos o fizeram fazendo uma alusão ao Pela análise do questionário, percebemos que os título do texto e não à interpretação do texto. Um dos alunos não possuem o hábito de ler textos científicos, alunos desenhou prédios. Pedimos ao autor deste embora realizem outros tipos de leitura, como de- desenho que nos explicasse o que o seu desenho re- monstrado pelas respostas à pergunta 2. Sugerimos presentava. Ele assim nos respondeu: “ O texto não é que os professores utilizem com mais freqüência tex- TERRA:UM PLANETA VIVO?Então, a Terra é um tos que abordem assuntos correlacionados ao conteú- planeta vivo, tem poste para acender a luz, tem pré- do que está sendo desenvolvido ou até mesmo a ou- dio para os seres vivos morarem!” tros conteúdos de Ciências, relacionados por exem- Outro aluno relacionou a palavra “vivo” com se- plo, ao Meio Ambiente e ao enfoque Ciência, Tecno- res vivos e desenhou o planeta Terra de modo logia e Sociedade. personificado, com braços, olhos e boca. Os alunos também apresentam dificuldades na Deste modo, inferimos que a representação pic- linguagem escrita como demonstrado pelas respostas tórica dos alunos demonstrou que eles não compre- à pergunta 6, bem como não costumam utilizar sua enderam o conceito de Pangéia exposto no texto e imaginação aliada ao processo de leitura. Recomen- que o trecho do texto que conseguiram assimilar de damos, então que os professores de Ciências estimu- modo mais fácil foi aquele relacionado ao desapare- lem os alunos a produzirem seus próprios textos por cimento dos dinossauros. No entanto, inferimos que meio de atividades como por exemplo, elaborar um eles, embora representassem devidamente por meio relatório sobre um experimento realizado em sala de do desenho o desaparecimento dos dinossauros, cer- aula ou após assistir a um filme relacionado aos te- tamente não conseguiram compreender que este fato mas de Ciências. provocou também mudanças no planeta Terra. Os A maioria dos alunos também afirmou ter encon- que desenharam prédios fizeram uma interpretação trado dificuldades na interpretação do texto “Terra: literal do título do texto, não o relacionando às trans- um planeta vivo”. Para este fato, sugerimos que o formações ocorridas pela deriva dos continentes. professor utilize leituras dirigidas em que leia e inter- Após a finalização dos desenhos, procedemos à prete verbalmente os parágrafos, inclusive com o discussão do texto, indagando verbalmente os alunos auxílio do dicionário, para que os alunos aprendam o que haviam entendido da leitura que efetuaram. também a utilizá-lo quando tiverem dúvidas sobre o Novamente, a maior parte das falas concentrou-se no significado das palavras. cometa e nos dinossauros e apenas 3 alunos aborda- Após a reflexão sobre os dados levantados pelo ram a questão da Pangéia. Então, procuramos focali- questionário, nas duas aulas seguintes apresentamos zar as discussões em torno da Pangéia de modo que duas outras atividades sobre o mesmo texto, que re- compreendessem a importância deste fenômeno e as produzimos a seguir: transformações que dele decorreram. Parte B – 4. Conclusão 1) Re-análise do texto: escreva com suas pró- prias palavras o que você entendeu do 2° pa- A intervenção relatada neste trabalho aponta que os rágrafo do texto “Terra: um planeta vivo”. alunos possuem dificuldades na interpretação de tex- 2) Faça um desenho demonstrando a sua inter- tos científicos o que pode influenciar certamente na pretação do texto “Terra: um planeta vivo”. assimilação dos conceitos científicos presentes no Pela análise das respostas dadas à questão texto. É necessário, entretanto que os professores 1 da parte B da intervenção, percebemos que poucos trabalhem com freqüência textos científicos, inclusive alunos escreveram com suas próprias palavras o que textos de divulgação científica e textos de livros pa- entenderam sobre o 2° parágrafo do texto. A maioria radidáticos, procurando sempre promover o debate copiou no todo ou em parte o 2° parágrafo e o apre- sobre o texto, o que desenvolverá a criticidade e a sentou como resposta, o que demonstra a herança de reflexão. um ensino tecnicista, reprodutor de conhecimentos, Representar por meio de desenhos os conceitos no qual o aluno apenas reproduz e não questiona o físicos é uma estratégia potencializadora no ensino de que está sendo ensinado, não apresenta uma postura Ciências. crítica e reflexiva sobre o conhecimento. Esta forma de descrever conceitos científicos por Com relação aos desenhos, 20 alunos apresenta- meio de desenho nas séries iniciais é defendida por ram desenhos de um cometa se aproximando da Ter- Carvalho et al (1998,p. 24), que afirmam ser necessá- ra, sendo que esta aparece habitada por dinossauros; rio: 7 alunos apresentaram desenhos de um cometa se aproximando do planeta Terra; 5 alunos desenharam 156
  • 5. I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL “(...) nos primeiros anos da escola fundamental (...) dar aos alunos condições de desenvolver, de forma integrada, sua capacidade de expres- são.” Pela análise dos desenhos, como se referem Car- valho et al (op.cit), é possível identificar os conceitos científicos apreendidos e, sobretudo as concepções espontâneas e se as mesmas modificam-se ou convi- vem com novos conceitos, como sugere Mortimer (1994) em sua teoria de mudança de perfis conceitu- ais. Giordan e De Vecchi (1996, p. 120) sustentam que a análise dos desenhos, permite estabelecer uma tipologia de concepções dos alunos em relação ao assunto abordado, fornecendo elementos para que os professores optem por determinadas “decisões didáti- cas indispensáveis à transformação das concepções”. Ademais, nesta fase de desenvolvimento, as cri- anças desenvolvem a linguagem causal, um momento oportuno para se trabalhar interdisciplinarmente com a Língua Portuguesa, como sugerem Carvalho et al (op. cit) por meio de relatos verbais e escritos, cola- borando com o processo de alfabetização. Referências Bibliográficas BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Pa- râmetros Curriculares Nacionais: Ciências Natu- rais/Secretaria de Educação Fundamental – 3° e 4 ° ciclos. – Brasília:MEC/SEF, 1998, 138 p. CARVALHO, A . M. et al. Ciências no Ensino Fun- damental – O conhecimento físico. Coleção Pen- samento e ação no magistério. São Paulo: Scipi- one, 1998. CACHAPUZ, A .; PRAIA, J; JORGE, M. Reflexão em torno de perspectivas do ensino de Ciências, contributos para uma nova orientação curricular – Ensino por pesquisa. Revista de Educação, IX(1), 67-77, 2000. DEMO, P. Educar pela pesquisa. Campinas, SP: Au- tores Associados, 2003. GIORDAN, A . ; VECCHI, G. As origens do saber: das concepções dos aprendentes aos conceitos científicos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. MOREIRA, M. A . Aprendizagem Significativa Crí- tica. Porto Alegre, 2005. MORTIMER, E. F. Evolução do atomismo em sala de aula: mudança de perfis conceituais. Tese de Doutorado. Faculdade de educação, Universida- de de São Paulo, 1994. NOVAK, J.D. ; GOWIN, D. B. Aprender a aprender. Lisboa: Plátano, 1999. SILVA JR, C; SASSON, S; SANCHES, P.S.B. Ciên- cias – Entendendo a natureza – 8ª série. São Pau- lo: Saraiva, 2001. p.25-26. 157