O documento apresenta orientações ortográficas sobre o uso das letras S, Z, J e G em palavras da língua portuguesa. Explica que S e Z possuem regras específicas para sufixos, verbos derivados e depois de ditongos. Também esclarece que J é usado em palavras derivadas cuja última sílaba é -ja, enquanto G é empregue em outras situações. O texto fornece exemplos para ilustrar cada regra apresentada.
2. FONOLOGIA: estudo dos sons que compõem
cada palavra.
(língua é, antes de tudo, som)
• Fonemas: sons que formam as palavras.
– Classificação:
• Vogal: fonema que sai livremente pela boca e é forte.
Exemplo: a
• Semivogal: fonema que sai livremente pela boca e é
fraco. Exemplo: peito. Somente as vogais i , u podem se
tornar semivogais se acompanhadas de vogais na
mesma sílaba.
• Consoante: fonema que encontra obstáculo ao sair da
boca.
“soa com”. Exemplo: b.
• Sílaba: um ou mais fonema pronunciados uma única
vez.
Exemplo: boca bo – ca duas sílabas
3. EXEMPLOS DE SEMIVOGAL
ACEITOU
CAIXA
POUCO
OPINIÃO
MÃE
HÍFEN
PAI
MAL
• QUASE
• MEL
• FAIXA
• NOTÍCIA
• ANDOU
4. • Encontro vocálico: encontro de vogais e semivogais
– Classificação:
• hiato: vogal + vogal em sílabas diferentes.
Exemplo: hi – a – to a palavra “hiato” é um hiato.
• ditongo: vogal + semivogal na mesma sílaba.
crescente → semivogal + vogal. Exemplo: re – ló –
gio
decrescente → vogal + semivogal. Exemplo: bei – jo
• tritongo: semivogal + vogal + semivogal na mesma sílaba.
Exemplo: Pa – ra – guai
10. • Encontro consonantal: encontro de duas ou mais
consoantes em uma mesma palavra.
Exemplos: cla – ro ; af – ta
• Dígrafo: duas letras representando um só fonema.
Exemplos: chuva ; carro ; campo
dígrafo vocálico
dígrafos consonantais
11. DÍGRAFOS VOCÁLICOS
(vogais nasais)
AM - tampa, rampa, bamba, campo;
AN - santa, janta, sangue, mangue;
EM - tempo, sempre, lembro, templo;
EN - venda, tento, sente, vento;
IM - limpo, limbo, ímpeto, imparcial;
IN - tingir, linda, finta, ginga;
OM - ombro, rombo, computador,
comprometido;
ON - sonda, ronda, tonto, fronte;
UM - jejum, nenhum, tumba, cumprir;
UN - mundo, fundo, nunca, sunga;
13. SEPARAÇÃO DE SÍLABAS
Não se separam os ditongos e
tritongos: Como ditongo é o encontro
de uma vogal com uma semivogal na
mesma sílaba, e tritongo, o encontro
de uma vogal com duas semivogais
também na mesma sílaba, é evidente
que eles não se separam
silabicamente. Por exemplo:
Ex. Au-las / au = ditongo decrescente
oral.
Guar-da / ua = ditongo crescente oral.
A-guei / uei = tritongo oral.
14. SEPARAÇÃO DE SÍLABAS
Não se separam os dígrafos ch, lh,
nh, qu, gu:
Ex. Cho-ca-lho / ch, lh = dígrafos
inseparáveis.
Qui-nhão / qu, nh = dígrafos
inseparáveis.
Gui-sa-do / gu = dígrafo inseparável.
15. SEPARAÇÃO DE SÍLABAS
Separam-se os dígrafos rr, ss, sc, sç,
xc e xs:
Ex. Ex-ces-so / xc, ss = dígrafos
separáveis.
Flo-res-cer / sc = dígrafo separável.
Car-ro-ça / rr = dígrafo separável.
Des-ço / sç = dígrafo separável.
16. Separam-se as vogais idênticas e os
grupos consonantais cc e cç:
Ca-a-tin-ga
Re-es-tru-tu-rar
Ni-i-lis-mo
Vo-o
Du-un-vi-ra-to
Fric-ção
oc-ci-pi-tal
17. Prefixos terminados em
consoante:
Ligados a palavras iniciadas por
vogal: A consoante do prefixo ligar-
se-á à vogal da palavra.
Ex. Su-ben-ten-di-do
Tran-sal-pi-no
Hi-pe-ra-mi-go
Su-bal-ter-no
19. ACENTUAÇÃO GRÁFICA NA SÍLABA TÔNICA
• Acentos:
– Classificação:
• Agudo: ̷
• Grave:
• Circunflexo: ˄
– Classificação das palavras quanto à sílaba tônica:
o x í t o n a ú l t i m a
p a r o x í t o n a p e n ú l t i m a
p r o p a r o x í t o n a a n t e p e n ú l t i m a
20. ACENTUAÇÃO GRÁFICA NA SÍLABA TÔNICA
• Acentos:
– Classificação:
• Agudo: ̷
• Grave:
• Circunflexo: ˄
– Classificação das palavras quanto à sílaba tônica:
o x í t o n a ú l t i m a
p a r o x í t o n a p e n ú l t i m a
p r o p a r o x í t o n a a n t e p e n ú l t i m a
21. • Regras de acentuação:
- Paroxítonas: acentuam-se as paroxítonas terminadas em:
R mártir
O
U(s) húmus
X tórax
I (s) lápis
N hífen
O
L túnel
- ditongo: importância
PS bíceps
L móvel
I(S) táxi
X látex
ÃO órgão
US vírus
à ímã
N íon
DO
R dólar
UM(UNS) fórum, álbuns
PS LIXÃO USANDO RUM
23. CASOS ESPECIAIS DE ACENTUAÇÃO
GRÁFICA
• Hiato: recebe acento a segunda vogal tônica I ou U do
hiato, seguida ou não de S.
– Historinha do I e do U que “choram” quando estão
sozinhos na sílaba ou acompanhados do S.
• sa – Í – da ; sa – Ú – va ; fa – ÍS -ca
– ATENÇÃO: se a vogal I ou U estiver com uma consoante
diferente de S na mesma sílaba, for seguida de NH ou
antecedida por ditongo, não haverá acento.
• Exemplos: sa – IR ; ra – I – nha ; bai – U – ca .
• Não haverá acento se a vogal de repetir. Exemplo: xiita.
24. • Ditongo oral aberto: acentuam-se somente os
ditongos orais abertos se forem a sílaba tônica das
oxítonas.
– Ditongos orais abertos:
• ÉU(s): véu, chapéu
• ÉI(s): carretéis
• ÓI(s): lençóis
– ATENÇÃO:
• Não se acentuam os ditongos abertos tônicos das paroxítonas.
Exemplos: ideia (i – dei – a); heroico (he – roi – co).
• Não se acentuam os ditongos abertos quando não forem
tônicos.
Exemplos: carreteizinhos; chapeuzinho.
25. • Trema: usado apenas nas palavras estrangeiras e
suas derivadas.
Exemplos: Müller; müllerianos.
• Acento diferencial:
pôr – verbo por – preposição
pôde – 3ª p. sing. pret. perf. Ind. pode – 3ª p. sing. pres. Ind.
OPCIONAL: forma (objeto) forma (estrutura de pessoas e
objetos)
– Verbos TER e VIR: ele tem – eles têm ; ele vem – eles vêm.
26. • Outros casos:
– C R E D E L E V E : verbos “crer”, “dar”, “ler”, “ver”
eles veem
eles leem
eles deem
eles creem
– Verbos com acento no singular e no plural:
• Exemplos:
o Ele mantém – singular → “uma perninha”;
o Eles mantêm – plural → “duas perninhas”;
o Ele detém – singular → “uma perninha”;
o Eles detêm – plural → “duas perninhas”.
27. ORTOGRAFIA
É a parte da gramática que determina como
as palavras devem ser escritas, segundo os
padrões da língua culta.
28. Na língua portuguesa, diversos fatores dificultam a
escrita correta de certas palavras. Um desses fatores,
por exemplo, relaciona-se à possibilidade de alguns
fonemas admitirem diferentes grafias.
30. Embora poucas orientações sejam realmente
eficientes para escrever de modo correto os
vocábulos, há três procedimentos que, em
conjunto, podem diminuir as dificuldades
relativas à ortografia:
Conhecer as orientações ortográficas que
serão expostas a seguir;
Consultar, sempre que necessário, o
dicionário;
Memorizar a grafia das palavras.
32. Alguns empregos de S e Z
a. Sufixos (terminações) -ES, ESA
Observe a correlação entre as frases
e também a letra em destaque:
Meu primo nasceu na França – Meu
primo é francês.
Joana nasceu no campo – Joana é
camponesa.
Este chocolate veio da Holanda – Este
chocolate é holandês.
33. REGRA
Escrevem-se com s (-ês, -esa) os
sufixos que indicam nacionalidade,
origem ou procedência.
34. Alguns empregos de S e Z
b. Sufixo –ISA
Observe novamente:
Masculino Feminino
Ele é profeta. – Ela é profetisa.
Ele é sacerdote. – Ela é sacerdotisa.
Carlos é poeta. – Cecília é poetisa.
36. Alguns empregos de S e Z
c. Sufixos -EZ, -EZA
Observe as correlações e os
destaques:
Adjetivo Substantivo
Abstrato
O carro é rápido. - O carro tem
rapidez.
O balão era leve. - O balão tinha
leveza.
A foto é nítida. - A foto tem nitidez.
37. REGRA
São escritos com z (-ez, eza) os
sufixos que se unem a adjetivos
para formar substantivos
abstratos.
38. Alguns empregos de S e Z
d. Verbos terminados em –ISAR ou
IZAR
Observe as correlações e os
destaques:
Palavra primitiva Verbo derivado
Aviso - avisar
Análise - analisar
Improviso - improvisar
39. REGRA
São escritos com s (-isar) os
verbos derivados de palavras que
têm s na última sílaba.
Obs.: Nesse tipo de verbo, o que ocorre é o
simples acréscimo da terminação –ar após
a letra s da última sílaba da palavra
primitiva.
41. REGRA
São escritos com z (-izar) os
verbos formados de palavras que
não têm s na última sílaba.
Obs.: Nesses verbos, a terminação que se
adapta à palavra primitiva é –izar, que já
apresenta a letra z.
42. Alguns empregos de S e Z
e. Depois de ditongo: S ou Z?
Observe os ditongos das palavras e
a letra que se usou depois deles:
Faisão maisena coisa
Sousa pousada
ausência
46. Alguns empregos de J e de G
a. Observe as correlações e os
destaques:
Canja - canjica
Loja - lojista
Cereja - cerejeira
Gorja - gorjeta
47. REGRA
As palavras cuja última sílaba é –
ja dão origem a palavras
derivadas escritas com j.
48. Alguns empregos de J e de G
b. Observe novamente:
Viajar - viajei, viajem, viajemos
etc.
Arejar - arejem, arejei, areje etc.
Enferrujar - enferrujou, enferrujem
etc.
49. REGRA
Todas as formas verbais dos
verbos terminados em –jar são
escritas com j e não com g.
50. Alguns empregos de J e de G
c. Observe as terminações em
destaque nas palavras:
Adágio
Privilégio
Vestígio
Necrológio
subterfúgio
56. Alguns empregos de X
b. Depois de sílaba inicial EN: X ou CH?
Observe:
Enxoval Enxuto
Enxotar Enxovia
Enxaguar Enxó
Obs.: enxovia – prisão
enxó – ferramenta de
carpinteiro
57. REGRA
Depois da sílaba inicial –en emprega-
se x e não ch.
Obs.: Essa regra não se aplica às
palavras com sílaba inicial –en,
formadas a partir de palavras
grafadas com ch.
Exs.: encher, enchente etc. (de
cheio); enchiqueirar (de chiqueiro);
encharcar (de charco).
Profª. Luciana Balduíno
58. ORIENTAÇÕES
ORTOGRÁFICAS
MAL e MAU
Para grafar corretamente essas duas
palavras, basta utilizar o seguinte
critério prático:
Se o antônimo for BEM, usa-se MAL.
Se o antônimo for BOM, usa-se MAU.
59. Observe:
Ontem o time jogou _________.
(...jogou bem.)
Marcelo é um ______ aluno.
(...bom aluno.)
Você está muito _____ informado.
(...muito bem informado.)
60. Alguns empregos de E e de I
a. Verbos terminados em –UAR
observe a correlação entre as duas
colunas:
Verbo Forma verbal
Efetuar - que ele efetue
Habituar - que ele habitue
Tumultuar - que ele tumultue
Continuar - que ele continue
62. Alguns empregos de E e de I
b. Verbos terminados em –UIR
Observe a correlação:
Verbo Forma verbal
Possuir - ele possui
Distribuir - ele distribui
Usufruir - ele usufrui
Concluir - ele conclui
64. FIQUE ATENTO!
As orientações a e b são úteis nos
casos em que há dúvida quanto ao
uso de e ou i na forma verbal. Mas há
também formas de verbos terminados
em –UIR que são escritas com E (ex.:
contribuem, possuem etc.), casos em
que a própria pronúncia indica o uso
dessa letra.
65. Palavras homônimas e
parônimas
a. Homônimas
Observe estes três pares de palavras:
São (verbo ser) – grafias e pronúncias iguais
São (sadio) – grafias e pronúncias iguais
Cela (de cadeia) – grafias diferentes e pronúncias
iguais
Sela (de cavalo) – grafias diferentes e pronúncias
iguais
Selo /ê/ - (subst.) – grafias iguais e pronúncias
diferentes
Selo /é/ - (verbo) – grafias iguais e pronúncias
diferentes
66. PALAVRAS HOMÔNIMAS
Palavras que têm sentidos diferentes, mas a
mesma pronúncia e/ou grafia.
Acento (sinal gráfico)
Assento (lugar de sentar)
Apreçar (indicar preço)
Apressar (acelerar)
Cessão (ato de ceder)
Seção / secção (setor, parte)
Sessão (espaço de tempo)
68. Palavras homônimas e
parônimas
b. Parônimas
Compare a pronúncia e a grafia das
duas palavras destacadas:
A tarefa foi cumprida com facilidade.
Puxa! Como a fila está comprida!
69. PALAVRAS PARÔNIMAS
Palavras de sentidos diferentes que
apresentam entre si certa semelhança na
grafia e na pronúncia.
Comprimento (medida)
Cumprimento (saudação)
Descrição (ato de descrever)
Discrição (qualidade de quem é discreto)
Eminente (ilustre)
Iminente (que está para ocorrer)
71. USO DOS PORQUÊS
POR QUE
• Em frases interrogativas (diretas ou
indiretas)
Por que ele sumiu?
Pessoal, eu não sei por que ele sumiu.
• Em substituição à expressão pelo qual (e
suas variações)
As ruas por que passamos eram sujas.
72. USO DOS PORQUÊS
PORQUE
• Em frases afirmativas e respostas.
Gramaticalmente é uma conjunção.
Não fui à festa porque choveu.
POR QUÊ
• No final de frases
Eles estão revoltados por quê?
Ele não veio não sei por quê.
PORQUÊ
• Como substantivo
Todos sabem o porquê de seu medo.