1. Fundamentos do Novo Testamento
PROS KORINQIOS A
C ap. 13
1 ᾿Εὰν ταῖς γλώσσαις τῶν ἀνθρώπων λαλῶ καὶ τῶν ἀγγέλων, ἀγάπην δὲ μὴ
ἔχω, γέγονα χαλκὸς ἠχῶν ἢ κύμβαλον ἀλαλάζον.
2 καὶ ἐὰν ἔχω προφητείαν καὶ εἰδῶ τὰ μυστήρια πάντα καὶ πᾶσαν τὴν
γνῶσιν, καὶ ἐὰν ἔχω πᾶσαν τὴν πίστιν, ὥστε ὄρη μεθιστάνειν, ἀγάπην δὲ μὴ
ἔχω, οὐδέν εἰμι.
3 καὶ ἐὰν ψωμίσω πάντα τὰ ὑπάρχοντά μου, καὶ ἐὰν παραδῶ τὸ σῶμά μου
ἵνα καυθήσομαι, ἀγάπην δὲ μὴ ἔχω, οὐδὲν ὠφελοῦμαι.
4 ῾Η ἀγάπη μακροθυμεῖ, χρηστεύεται, ἡ ἀγάπη οὐ ζηλοῖ, ἡ ἀγάπη οὐ
περπερεύεται, οὐ φυσιοῦται,
5 οὐκ ἀσχημονεῖ, οὐ ζητεῖ τὰ ἑαυτῆς, οὐ παροξύνεται, οὐ λογίζεται τὸ κακόν,
Fundamentos
6 οὐ χαίρει ἐπὶ τῇ ἀδικίᾳ, συγχαίρει δὲ τῇ ἀληθείᾳ·
7 πάντα στέγει, Novo πάντα ἐλπίζει, πάντα ὑπομένει.
Do πάντα πιστεύει, Testamento
8 ῾Η ἀγάπη οὐδέποτε πίπτει. εἴτε δὲ προφητεῖαι, καταργηθήσονται· εἴτε
γλῶσσαι, παύσονται· εἴτε γνῶσις, καταργηθήσεται.
9 ἐκ μέρους γὰρ γινώσκομεν καὶ ἐκ μέρους προφητεύομεν·
10 ὅταν δὲ ἔλθῃ τὸ τέλειον, τὸτε τὸ ἐκ μέρους καταργηθήσεται.
11 ὅτε ἤμην νήπιος, ὡς νήπιος ἐλάλουν, ὡς νήπιος ἐφρόνουν, ὡς νήπιος
ἐλογιζόμην· ὅτε δὲ γέγονα ἀνήρ, κατήργηκα τὰ τοῦ νηπίου.
12 βλέπομεν γὰρ ἄρτι δι᾿ ἐσόπτρου ἐν αἰνίγματι, τότε δὲ πρόσωπον πρὸς
πρόσωπον· ἄρτι γινώσκω ἐκ μέρους, τότε δὲ ἐπιγνώσομαι καθὼς καὶ
ἐπεγνώσθην,
13 νυνὶ δὲ μένει πίστις, ἐλπίς, ἀγάπη, τὰ τρία ταῦτα· μείζων δὲ τούτων ἡ
ἀγάπη.
1
Só a Graça, Só a Fé, Só Cristo, Só a Escritura, Só a Deus Glória
2. Fundamentos do Novo Testamento
Í N D I C E
I. A LÍNGUA DO NOVO TESTEMENTO.................................................................................... 04
a. Alfabeto grego................................................................................................................. 04
b. Vocábulos gregos............................................................................................................. 05
C. Texto grego..................................................................................................................... 06
II. CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS DO NT.............................................................................. 07
III. INTERPRETANDO O NT................................................................................................... 08
Fluxo e refluxo interpretativo................................................................................................ 08
Aspectos da revelação bíblica no NT...................................................................................... 08
IV. ANTECEDENTES HISTÓRICOS......................................................................................... 10
a. Desafios de Israel no exílio................................................................................................ 10
b. Contribuição das nações à vinda de Cristo.......................................................................... 10
c. Organograma das contribuições das nações....................................................................... 11
V. PERÍODO INTERBÍBLICO.................................................................................................. 12
a. Conceito..................................................................................................................................... 12
b. Fatos Importantes...................................................................................................................... 12
VI. O IMPÉRIO ROMANO....................................................................................................... 14
a. Cidadão romano........................................................................................................................ 14
b. A religião.................................................................................................................................... 14
c. A pax romana............................................................................................................................. 16
d. A política administrativa............................................................................................................. 16
e. Morte por crucificação............................................................................................................... 17
VII. ESPERANÇA MESSIÂNICA NO NOVO TESTAMENTO...................................................... 18
VIII. MOVIMENTOS FILOSÓFICOS........................................................................................ 19
a. Gnósticos................................................................................................................................... 19
b. Epicureus................................................................................................................................... 19
c. Estóicos..................................................................................................................................... 19
d. Nicolaítas................................................................................................................................... 20
IX. MOVIMENTOS RELIGIOSOS........................................................................................................ 21
a. Escribas..................................................................................................................................... 21
b. Fariseus..................................................................................................................................... 21
c. Saduceus................................................................................................................................... 22
d. Essênios.................................................................................................................................... 23
X. MOVIMENTOS POLÍTICOS............................................................................................................ 24
a. Herodianos................................................................................................................................ 24
b. Zelotes....................................................................................................................................... 24
XI. PROFISSÕES................................................................................................................................ 25
a. Escriba....................................................................................................................................... 25
b. Publicano................................................................................................................................... 25
c. Carpinteiro................................................................................................................................. 26
d. Curtidor ................................................................................................................................. 26
e. Pastor......................................................................................................................................... 26
f. Eunuco....................................................................................................................................... 26
XII. CLASSE DE PESSOAS................................................................................................................ 27
a. Os judeus................................................................................................................................... 27
b. Os samaritanos ......................................................................................................................... 27
c. Os gentios.................................................................................................................................. 29
e. Os tementes a Deus.................................................................................................................. 29
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Só a Graça, Só a Fé, Só Cristo, Só a Escritura, Só a Deus Glória
3. Fundamentos do Novo Testamento
f, Os prosélitos............................................................................................................................... 29
g. Os judaizantes........................................................................................................................... 29
XIII. MOMENTOS DE TENSÃO.......................................................................................................... 30
Tensão Racial................................................................................................................................ 30
Tensão Política.............................................................................................................................. 30
Tensão religiosa............................................................................................................................ 30
Tensão cultural.............................................................................................................................. 31
XIV. VIDA COTIDIANA ....................................................................................................................... 32
Roupas........................................................................................................................................... 32
Vestimentas femininas................................................................................................................... 32
Comida........................................................................................................................................... 32
Moradias........................................................................................................................................ 32
Família........................................................................................................................................... 33
Moralidade..................................................................................................................................... 33
As casses sociais........................................................................................................................... 33
XV. SACRAMENTOS.......................................................................................................................... 34
Batismo.......................................................................................................................................... 34
Santa ceia...................................................................................................................................... 38
XVI. INSTITUIÇÕES JUDAICAS......................................................................................................... 39
Templo........................................................................................................................................... 39
Sinagoga........................................................................................................................................ 39
Sinédrio.......................................................................................................................................... 40
XVII. EVANGELHOS........................................................................................................................... 42
Mateus........................................................................................................................................... 42
Marcos........................................................................................................................................... 43
Lucas............................................................................................................................................. 43
João............................................................................................................................................... 43
XVIII ATOS.......................................................................................................................................... 45
XIX. VOCÁBULOS DO NOVO TESTAMENTO................................................................................. 46
a. Areópago .................................................................................................................................. 46
b. Calvário...................................................................................................................................... 46
c. Centurião.................................................................................................................................... 46
d. Cesaréia..................................................................................................................................... 46
e. Cesaréia de Filipos.................................................................................................................... 46
f. Decápolis.................................................................................................................................... 47
g. Denário...................................................................................................................................... 47
h. Legião........................................................................................................................................ 47
i. Pedra angular.............................................................................................................................. 47
XX. BILBIOGRAFIA............................................................................................................................ 48
XXI. EXERCÍOS DE FIXAÇÃO .......................................................................................................... 49
3
Só a Graça, Só a Fé, Só Cristo, Só a Escritura, Só a Deus Glória
4. Fundamentos do Novo Testamento
I. A LÍNGUA DO NOVO TESTAMENTO
koinh),
koinh
A língua no qual o Novo Testamento foi escrito foi o grego helenístico ou coinê (koinh que
quer dizer “comum”. Era a língua geral daquela época. Depois das conquistas de Alexandre Magno (300
a.C.) a língua comum ao redor do Mediterrâneo se tornou o grego simplificado; e Paulo escreveu a sua carta
à igreja em Roma não em latim, mas em grego! Era a língua franca daquela época.
O ALFABETO GREGO
MINÚSCULAS MAIÚSCULAS NOME SOM
a A Alfa a: aba
b B Beta b: boi
g G Gama g: gato
d D Delta d: dedo
e E Épsilon é: eco
z Z zêta z: zelo
h H Êta ê: êpa
q Q Thêta th: thin
i I Iota i: ira
k K Kapa k: cá
l L Lambida l: lá
m M My m: mico
n N Ny n: nada
x X Ksi ks: sexo
o O Ómicron ó: óleo
p P Pi p: pis
r R Ro r: rato
s (j) S Sigma s: sim
t T Tau t: tem
u U Úpsilon u: tur
f F Fi f: filho
c C Khi kh: ich
y Y Psi ps: psiu
w W Ômega ô: olho
4
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5. Fundamentos do Novo Testamento
VOCÁBULOS GREGOS
aggeloj Anjo zhloj Zelo
adelfo,j Irmão qa,natoj Morte
apo,stoloj Apostolo qro,noj Trono
dia,boloj Diabo kairo,j Tempo, época
dia,konoj diácono karpo,j Fruto
douloj Escravo lao,j povo
Qeo,j Deus oikoj Casa
ku,rioj Senhor ourano,j Céu
ko,smoj Mundo ofqalmo,j Olho
lo,goj Palavra para,klhtoj Advogado
li,qoj Pedra stauro,j Cruz
no,moj Lei Uioj Filho
potamo,j Rio fi,loj Amigo
presbu,teroj Presbítero fo,boj Medo
Cristo,j Cristo, ungido cro,noj tempo
ba,llei Ele joga amarti,a Pecado
ble,pei Ele vê anomi,a Iniquidade
kai, E, também basilei,a Reino
de, E, mas diakoni,a Serviço
alláa, Mas ekklhsi,a Igreja
agw Guio epaggeli,a Promessa
akou,w Ouço eucaristi,a Gratidão
ba,llw Jogo kardi,a Coração
ginw,skw Conheço koinwni,a Comunhão
grãaã,fw escrevo meta,noia Arrependimento
dida,skw Ensino parousi,a Vinda
eimi, Sou, estou sofi,a Sabedoria
khru,ssw Prego, proclamo swthri,a Salvação
le,gw Falo filadelfi,a Amor fraternal
pisteu,w creio hme,ra Dia
amartwlo,j Pecador pe,tra Pedra, rocha
amno,j Cordeiro amh,n Amém
arto,j pão aga,ph Amor
didáa,skaloj Mestre adelfh, Irmã
5
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6. Fundamentos do Novo Testamento
O TEXTO GREGO: I Corínrios 13
1 ean taij glwssaij twn anqrwpwn lalw kai twn aggelwn agaphn de mh ecw
gegona calkoj hcwn h kumbalon alalazon
2 kan ecw profhteian kai eidw ta musthria panta kai pasan thn gnwsin kan
ecw pasan thn pistin wste orh meqistanein agaphn de mh ecw ouqen eimi
3 kan ywmisw panta ta uparconta mou kan paradw to swma mou ina
kauchswmai agaphn de mh ecw ouden wfeloumai
4 h agaph makroqumei crhsteuetai h agaph ou zhloi ou perpereuetai ou
fusioutai
5 ouk aschmonei ou zhtei ta eauthj ou paroxunetai ou logizetai to kakon
6 ou cairei epi th adikia sugcairei de th alhqeia
7 panta stegei panta pisteuei panta elpizei panta upomenei
8 h agaph oudepote piptei eite de profhteiai katarghqhsontai eite glwssai
pausontai eite gnwsij katarghqhsetai
9 ek merouj gar ginwskomen kai ek merouj profhteuomen
10 otan de elqh to teleion to ek merouj katarghqhsetai
11 ote hmhn nhpioj elaloun wj nhpioj efronoun wj nhpioj elogizomhn wj
nhpioj ote gegona anhr kathrghka ta tou nhpiou
12 blepomen gar arti di esoptrou en ainigmati tote de proswpon proj
proswpon arti ginwskw ek merouj tote de epignwsomai kaqwj kai
epegnwsqhn
13 nuni de menei pistij elpij agaph ta tria tauta meizwn de toutwn h agaph
Quando cristo nasce ele encontra um região na qual, embora o seu povo possuir uma língua
mãe (hebraico), o grego era a língua mais difundida em todas as regiões civilizadas de então. De fato, não
era incomum um judeu ter conhecimento de pelo menos três línguas básicas: o hebraico, o aramaico e o
grego. E, por que não dizer também o latim, língua original do império romano (Mc 15:34; Jo 19:20)?
Esta influência muito abrangente da língua grega deu ao cristianismo um caráter universal pois
suas doutrinas facilmente foram lidas e entendidas por todas as regiões por onde o império romano se fazia
presente. A importância desta língua se faz claramente exposta quando lembramos que todo o Novo
testamento foi escrito em grego e que as várias citações usadas por Paulo em sua epístolas geralmente são
referências ao texto grego do Velho Testamento, tradução esta denominada de Septuaginta (LXX).
A importância e o alcance desta tradução se faz claramente presente no texto de At 8:26-39,
onde encontramos um etíope lendo o texto do profeta Isaías.
6
Só a Graça, Só a Fé, Só Cristo, Só a Escritura, Só a Deus Glória
7. Fundamentos do Novo Testamento
II. A CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO
LIVROS DO NOVO TESTAMENTO
EVANGELHOS HISTÓRIA
1. Mateus Atos dos Apóstolos
2. Marcos
3. Lucas
4. João
EPÍSTOLAS
1. Romanos 12. Tito
2. I Coríntios 13. Filemom
3. II Coríntios 14. Hebreus
4. Gálatas 15. Tiago
5. Efésios 16. I Pedro
6. Filipenses 17. II Pedro
7. Colossenses 18. I João
8. I Tessalonicenses 19. II João
9. II Tessalonicenses 20. III João
10. I Timóteo 21. Judas
11. II Timóteo
PROFECIA
Apocalipse
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8. Fundamentos do Novo Testamento
III. INTERPRETANDO O NOVO TESTAMENTO
Segundo as Escrituras Sagradas os dois Testamentos, que ela compõem, estão em um constante
fluxo e refluxo de interpretação, ou seja, tanto o V.T. deve ser interpretado à luz do N.T. como o N.T. à luz do
V.T. Neste movimento interpretativo temos a relação:
a. Entre realidade e sombra,
b. Tipo e antítipo.
c. Profecia cumprida e profecia verbalizada (Cl 2:16,17; Hb 10:1 / Hb 7:1-3; Jo 1:29; At
2:29-36; Mt 1:1-16).
Diante deste fato, necessário se faz que entendamos alguns aspectos da revelação bíblia no Novo
Testamento:
1. O Novo Testamento é continuidade do Velho Testamento (Mt 1). Isto é o que
percebemos claramente quando o evangelista Mateus, no primeiro capítulo do
evangelho que leva o seu nome, expõe a descendência de Jesus como vinda do rei
Davi. Ou seja, Cristo é a continuidade história da descendência dos patriarcas e do rei
messiaj).
messiaj
Davi, de quem viria o messias (messiaj
2. O Novo Testamento é o cumprimento de todas as profecias messiânicas do Velho
Testamento. Isto podemos ver claramente quando Mateus explica o nascimento e os
acontecimentos a respeito da vida de Cristo como sendo coisas que os profetas haviam
falado.
a. Ele é o descente prometido de Davi (Mt 1:1)
b. Ele nasceria de uma virgem (Mt 1:22,23)
c. Ele nasceria em Belém da Judéia (Mt 2:4,5)
d. Ele voltaria do Egito (Mt 2:14,15)
e. Ele seria perseguido já na infância (Mt 2:16-18)
f. Ele seria chamado de nazareno (Mt 2:23)
g. Ele teria um precursor (Mt 3:1-3)
h. Ele evangelizaria os gentios (Mt 4:12-16 // Mt 12:21)
i. Ele faria curas (Mt 8:1-17 // 11:1-5)
j. Ele seria cheio do Espírito (Mt 12:18 // Mt 3:13-17)
k. Ele anunciaria o juízo aos gentios (Mt 12:18)
l. Ele teria um ministério sóbrio (Mt 12:19)
m. Ele estaria morto por três dias (M 12: 38-40)
n. Suas palavras seriam ignoradas por muitas pessoas (Mt 13:10-15)
o. Ele falaria por parábolas (Mt 13:34,35)
p. Sua entrada em Jerusalém montado em um jumentinho (Mt 21:1-9)
q. Ele seria morto (Mt 26:24)
r. Ele seria traído (Mt 26:24)
s. Seus discípulos o negariam (Mt 26:31)
t. Ele seria traído por trinta moedas de prata (Mt 27:3-10)
3. O Novo Testamento é a realidade de todas as sombras e tipos que encontramos nos
rituais mosaicos (Jo 1:29). Em seu encontro com João Batista, Jesus é identificado por
seu precursor através da linguagem simbólica e ritual do Velho Testamento. João diz a
multidão que Jesus é o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). Além
de João Batista, apóstolo Paulo é bem enfático e claro quando afirma que Jesus é a
realidade de todas as sombras rituais do Velho testamento (Cl 2:16-17). E o escritor de
Hebreus nos diz que em Cristo somos santificados de uma vez por todas (Hb 10:1-10).
4. O Novo Testamento é o fim de todo o processo de revelação quanto ao meio de
salvação dado por Deus aos homens. A promessa de redenção feita a Adão e Eva (Gn
3:15) se cumpre de tal forma na pessoa de Cristo que somente ele é o caminho para a
reconciliação com o Pai (Jo 14:6) e não há outro nome pelo qual importa que sejamos
salvo (At 4:11,12).
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Só a Graça, Só a Fé, Só Cristo, Só a Escritura, Só a Deus Glória
9. Fundamentos do Novo Testamento
a. Mateus disse: “ele salvará o seu povo”
b. João Batista disse: “eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”
c. O escritor de Hebreus disse: “tendo Deus outrora falado, muitas vezes e de
muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo
Filho...”
d. Paulo disse: “pois o fim da lei é Cristo”;
“ninguém vos julgue por causa de comida e bebida ou dia de
festas ou lua novas ou sábados pos que todas estas coisas
tem sido sombras das coisas que haveriam de vir, o corpo,
porém, é de Cristo”.
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Só a Graça, Só a Fé, Só Cristo, Só a Escritura, Só a Deus Glória
10. Fundamentos do Novo Testamento
IV. ANTECEDENTES HISTORICOS
O tempo histórico no qual Cristo veio, foi sabiamente planejado por Deus e soberanamente
decretado para o seu nascimento e início da igreja cristã (Gl 4:1-5). Disto entendemos que antes mesmo do
nascimento de Cristo, o mundo já havia sido preparado para o nascimento do Salvador. Observemos os
seguintes detalhes.
O pecado que Deus mais combateu no V.T. foi a idolatria. Foi devido a este pecado que o povo de
Israel foi várias vezes para o cativeiro. O marco histórico que é testemunha da ação curadora de Deus se
encontra na narrativa da vida de Daniel e seus amigos que, embora todas as ameaças, mantiveram-se fiéis
ao Deus de Israel, mesmo estando em terra do cativeiro e com o risco de perderem todas as regalias
concedidas pelo império babilônico. De fato, foi exatamente na babilônia que o povo de Israel aprendeu a
adorar a Yahweh.
Ao mesmo tempo em que a ida para a babilônia fora um meio didático de Deus ensinar ao povo o
monoteísmo, este cativeiro também impôs sobre a religião de Israel três grandes desafios:
a. Cultuar a Deus pela forma prescrita pela Lei de Moisés. Neste primeiro desafio temos
a origem dos escribas e fariseus, os quais trabalharam para a conservação dos escritos
da Lei e para a prática daquilo que estava registrado.
]
b. Aprender a cultuar sem a presença do templo de Jerusalém. No segundo desafio
encontramos a origem da sinagoga, local este idealizado pelos israelitas piedosos, no
cativeiro babilônico, com o fim de ser aquele local no qual qualquer judeu poderia
cultuar ao Deus de Israel e aprender de sua Lei.
c. Manter sempre na vida e no coração dos judeus a esperança messiânica. Nisto os
profetas sistematicamente continuaram profetizando sobre a vinda o Libertador de
Israel (Ml 4:5,6). Além dos profetas inspirados, Deus se utilizou de outros escritos
judaicos (livros apócrifos, pseudepígrafos, etc.), originados no período interbíblico que,
embora não inspirados, certamente avivou na mente dos judeus o messianismo em um
período de completa escassez da voz profética divinamente autoritativa.
Deus, como o senhor da história, levantou reinos e os abateu com o fim de preparar o mundo para
a vinda de seu filho. Observemos a seguir as contribuições da cada nação para o advento do Messias:
a. Império Babilônico: a sinagoga, os fariseus, os escribas, a cura da idolatria, a volta à Lei
de Deus, dispersão.
b. Império Medo-Persa: o retorno à Jerusalém, a reconstrução desta cidade e a
reconstrução do templo.
c. Império Grego: a união do ocidente ao oriente, a disseminação da cultura e línguas
gregas, elaboração da Septuaginta (LXX).
d. Império Romano: A liberdade religiosa a Israel, paz na Palestina e liberdade de ir e vir
em toda a região governada pelo Império Romano (pax romana),
construção de estradas.
e. Os Judeus: A posição geográfica, o escribismo, o profetismo, a sinagoga, o messianismo
e o nacionalismo.
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Só a Graça, Só a Fé, Só Cristo, Só a Escritura, Só a Deus Glória
11. Fundamentos do Novo Testamento
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12. Fundamentos do Novo Testamento
V. O PERÍODO INTERBÍBLICO
1. Conceito
Etimologicamente, “interbíblico” quer dizer “entre a Bíblia”, ou melhor “entre os dois Testamentos”,
isto é, entre o Velho e o Novo Testamento assim como se acham hoje em nossas Bíblias.
Historicamente, podemos conceituá-lo como sendo aquele largo período de tempo, entre
Malaquias e Mateus, que durou mais ou menos 400 anos.
O livro de Malaquias, último profeta do VT, termina com a promessa do precursor do Messias (Ml
4:4-6 e 3:1). E Mateus 3:1 é o cumprimento fiel desta profecia. No decurso desses anos, entre a profecia
verbalizada e a profecia cumprida, houve mudanças radicais na terra e na vida do podo de Deus, como
também na vida e nos costumes das nações gentias.
2. Fatos Importantes
a. Silêncio Profético
Neste período nenhum homem se levantou dizendo “assim diz o Senhor”. Os judeus tão
acostumados às diretas revelações divinas através dos profetas, viram em Malaquias a última manifestação
da revelação de Deus ao povo da aliança.
b. Helenização do mundo
Neste período, o grande império grego é o fato histórico que muito vai influenciar a vida no Novo
Testamento. Sua história estende-se das primeiras conquistas de Felipe (333 a.C) e vai até as Guerra
macabéias (167 a.C). Com o grande império grego dominando sobre o mundo, a língua, a cultura, a filosofia,
a religião e o modo de vida grego terão grande influência na história dos outros povos.
c. Revolta Macabéia
Podemos dizer que a revolta macabéia foi um movimento militar iniciado por Matatias e seus cinco
filhos, contra a perseguição e influência grega aos judeus. O período macabeu (167-63 a.C) se caracteriza
por lutas, perseguições, sacrifícios e, finalmente, por um longo período de independência e paz.
d. Império Romano
O período romano neste estudo não se refere totalmente à dominação romana no mundo, mas à
intervenção de Roma na Ásia, de modo particular na Palestina. A supremacia romana no mundo, data das
Guerras Púnicas, mais de dois séculos antes de Cristo. Para o estudo do Período Interbíblico basta dizer que
o poder romano em Israel começou em 63 a.C., uma vez que foi neste ano que os romano se tornaram
senhores da Palestina, ainda que muitos anos antes disso dominassem a Ásia.
e. Livros Apócrifos
e.1 Conceituação
“Apócrifa” é um vocábulo grego que significa “aquilo que está oculto”. Usado primitivamente em
literatura para designar o que achava em sigilo para os iniciados e revelado aos sábios. Séculos depois serviu
para designar escritos de segunda classe. Nos dias de Jerônimo (tradutor de Vulgata Latina) designava a
literatura “falsa”, isto é, não inspirada; sentido este que permaneceu. Hoje, “apócrifo” significa “falso”. Como
usualmente o entendemos, refere-se à coleção de livros não canônicos, incorporados à Septuaginta (LXX), à
Antiga Latina e à Vulgata Latina; rejeitados, entretanto, pelos judeus e Protestantes.
e.2 Fatores Históricos
A produção dos livros apócrifos tem sido explicado por uma série de fatores históricos pelos quais
o povo de Israel passou e que ocorrem neste período denominado Interbíblico. Vejamos cada um deles:
* O silêncio Profético: Depois de Malaquias os judeus não receberam uma só palavra de
Deus por meio de profecias. Nisto, então, começaram a ficar decepcionados com as
promessas messiânicas. Faltando-lhes a revelação divina, voaram nas asas da
imaginação, urdindo planos que formaram peças literárias, cujas preocupações eram
consolar o povo que esperava uma palavra de Deus. Entretanto, no silêncio da voz divina,
multiplicaram-se as palavras humanas.
* A dispersão dos judeus: Antes de Nabucodonosor, os reis de Judá tudo fizeram para
manter a unidade nacional. Uma vez disperso o rebanho do sul, em que repousavam
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Só a Graça, Só a Fé, Só Cristo, Só a Escritura, Só a Deus Glória
13. Fundamentos do Novo Testamento
todas as esperanças do futuro da teocracia; uma vez Judá em contato com estrangeiros,
derrotado e humilhado; aflito e desnorteado, separado do templo e quebrada a sua
hegemonia, enfraquecida a força de suas tradições, abandonaram velhos costumes,
adquiriram riquezas, espalharam-se pelo mundo, lembrando-se sempre de Jerusalém e
mantendo-se firme e fiel a Deus e à sua Palavra. Dessa nostalgia nasceram muitos livros
apócrifos.
* O espírito nacionalista do judeu ao interpretar as profecias: este povo era
exageradamente imediatista e concebia um reino messiânico temporal e segundo os seus
caprichos. E em certos livros apócrifos encontramos este tema sendo abordado.
* As perseguições: As perseguições movidas pelos sírios, após a morte de Alexandre o
Grande, muito contribuiu para a proliferação deste tipo de literatura. O Povo de Israel
tinha uma história de glória à contar; mas agora seu templo estava profanado e os seus
tesouros do passado roubados. Vem a reação que começa com o despertar do
sentimento nacionalista. O povo luta e registra seus feitos e aparecem os livros de I e II
Macabeus. Talvez os mais lindos e os mais plenos de patriotismo ardoroso de todos os
apócrifos.
* Helenização da cultura e da fé: com o império grego, muitos judeus tendem à aceitar o
modo de vida e valores desta nação. Neste contexto, os livros apócrifos são ao mesmo
tempo uma reprovação aos judeus helenizados, que se deixavam de várias formas se
influenciarem aos costumes gregos, como uma exortação os judeus fiéis para se
manterem nesta fidelidade.
e.3 Lista dos Apócrifos
* Históricos: Livro dos jubileus; Vida de Adão e Eva; Ascensão de Isaías; III Esdras; III
Macabeus; O Testamento de Moisés; Eldade e Medade; História de João
Hircano.
* Didáticos: Testamento dos Doze Patriarcas; Salmos de Salomão; Ode de Salomão;
Oração de Manasses; IV Macabeus.
* Apocalípticos: Livro de Enoque; Ascensão de Moisés; IV Esdras; Apocalipse de Baruque;
Apocalipse de Elias; Apocalipse de Ezequiel; Oráculos Sibilinos.
A Igreja Romana, por resolução do Concílio de Trento (1547), aceita apenas os seguintes
apócrifos: Judite, Tobias, Acréscimo à Ester, Livro de Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, Acréscimo a Daniel,
II e II Macabeus.
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Só a Graça, Só a Fé, Só Cristo, Só a Escritura, Só a Deus Glória
14. Fundamentos do Novo Testamento
VI. O IMPÉRIO ROMANO
1. O Cidadão Romano
O direito à cidadania romana podia ser conseguido nos seguintes casos:
a. Por nascimento (At 22:28) em uma cidade romana.
b. Por compra, com grande quantidade de dinheiro (At 22:28).
c. Por algum serviço de distinção fora do comum realizado a favor do Império Romano.
d. Quando um escravo romano recebia a sua liberdade.
O cidadão romano além de não poder ser açoitado nem morto por crucificação (At 16:35-39), tinha
também o direito de defender-se diante de seus acusadores e apelar a César (At 25:13-22).
2. A Religião
O paganismo – O Deus supremo do “panteão” grego a hierarquia de divindades, era Zeus, filho de
Cronos.
Cronos que arrebatara o governo do mundo das mãos de seu pai, Urano. Canibal, que devorava
os seus próprios filhos à medida que iam nascendo. Todavia, a mãe de Zeus salvou o seu infante ao
entregar a Cronos uma pedra envolta em cobertores infantis, para que a engolisse ao atingir a idade adulta
Zeus derrubou o seu pai e dividiu o seu reino com seus dois irmãos: Posseidom, que ficou como
governantes dos mares, e Ades, que se tornou senhor do mundo inferior, do mundo dos mortos. O próprio
Zeus pôs-se a governar os céus. Os deuses tinham acesso a terra, vindos de sua capital, o Monte Olímpio,
na Grécia.
De acordo com mitologia, vez por outra Zeus era forçado a abafar rebeliões entre os deuses, os
quais exibiam pendores perfeitamente humanos, de paixão e concupiscência, de amor e ciúmes de ira e
ódio.
De fato os deuses seriam superiores aos homens somente em poder, mas de forma nenhuma
quanto a moralidade. Um deus extremamente popular era “Apolo”, filho de Zeus, inspirador de poetas,
vidente e profeta, que também realizava outras numerosas funções. Em Delfos na Grécia, um templo
dedicado á Apolo fora erigido por cima de uma caveira, de onde emanava vapores das profundezas da terra
e o povo comum julgava ser o hálito de Apolo. Uma sacerdotisa ficava assentada sobre uma trípode
diretamente sob a abertura no solo, inalava os vapores, em estado de transe, murmurava sonhos
desconexos e ininteligíveis, que eram registrados e interpretados de modo vago pelos sacerdotes, em
respostas aos adoradores e consultantes.
A religião oficial de Roma adotou grande parte da mitologia grega. As divindades romanas vieram
a ser identificadas com os deuses gregos e os romanos também adicionaram certas características, como
sacerdócio sobre o qual o próprio imperador atuava como “Pontifex Maximus” ou sumo sacerdote.
A religião na Roma Antiga caracterizou-se pelo politeísmo, com elementos que combinaram
influências de diversos cultos ao longo de sua história. Desse modo, em sua origem, crenças etruscas,
gregas e orientais foram sendo incorporadas aos costumes tradicionais adaptando-os às necessidades da
população.Os deuses dos antigos romanos, à semelhança dos antigos gregos, eram antropomórficos, ou
seja, eram representados com a forma humana e possuíam características (qualidades e defeitos) de seres
humanos.
O Estado romano propagava uma religião oficial que prestava culto aos grandes deuses de origem
grega, porém com nomes latinos, como por exemplo, Júpiter, pai dos deuses; Marte, deus da guerra, ou
Minerva, deusa da arte. Em honra desses deuses eram realizadas festas, jogos e outras cerimônias.
Posteriormente, diante da expansão militar que conduziu ao Império, muitos deuses das regiões conquistadas
também foram incorporados aos cultos romanos.
No âmbito privado, os cidadãos, por sua vez, tradicionalmente buscavam proteção nos espíritos
domésticos, os chamados "lares", e nos espíritos dos antepassados, os "penates", aos quais rendiam culto
dentro de casa.
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Só a Graça, Só a Fé, Só Cristo, Só a Escritura, Só a Deus Glória
15. Fundamentos do Novo Testamento
Posteriormente, diante da difusão do cristianismo, o imperador Constantino promulgou o Édito de
Milão (313), que estabeleceu a liberdade de culto aos cristãos, encerrando as violentas perseguições que
lhes eram movidas. Pouco depois, no século IV, o cristianismo tornou-se a religião oficial do Estado, por
determinação do imperador Teodósio, em 381.
Comparação Entre o Panteão Grego e o Romano
Grécia Roma Atributos Principais
Zeus Júpiter Rei de todos os deuses
Hera Juno Rainha de todos os deuses, protetora das mulheres, do casamento e do parto
Afrodite Vénus Deusa do amor
Ares Marte Deus da guerra
Hades Plutão Deus dos mortos
Poseidon Netuno Deus dos mares
Eros Cupido Deus do amor e da paixão
Apolo Febo Deus da poesia, da música, da beleza masculina
Ártemis Diana Deusa da caça, da castidade, dos animais selvagens
Deméter Ceres Deusa da colheita, da agricultura
Dionísio Baco Deus das festas, do vinho
Hermes Mercúrio Mensageiro dos deuses, protetor do comércio
Hefesto Vulcano Deus dos metais, da metalurgia, do fogo
Crono Saturno Deus do tempo
Héstia Vesta Deusa do fogo sagrado
Segundo a prática de a muito firmada de atribuir divindade aos governantes, o senado romano
lançou a idéia do culto ao imperador ao deificar a Augusto, após sua morte. Elementos leais e entusiastas
das províncias orientais algumas vezes apresentavam essa deificação para si mesmos antes de morrer. O
insano Calígula ordenara que uma estátua sua fosse erigida no templo em Jerusalém a fim de ser adorada.
Afortunadamente tal medida foi adiada pelo mais sensato embaixador sírio, porquanto por elas, sem dúvida,
os judeus teriam ser voltado. Neste ínterim, no entanto, Calígula foi assassinado.
Domiciano foi o primeiro a tomar providencia sérias e generalizadas para forçar a adoração de
sua esposa. A recusa dos Cristãos em participarem do que passou a ser tido como um dever patriótico,
como uma medida tendente a unificar o peito de lealdade ao imperador, procurar uma perseguição que foi
crescendo de intensidade.
Muito se tem escrito sobre a larga popularidade e influência das religiões de mistério dos gregos,
egípcios e povos orientais sobre o primeiro século cristão, como os cultos de Eleusis, Mitra, Isis, Dionísio e
Cibele. Prometendo purificação e imortalidade ao indivíduo, freqüentemente esses cultos giravam em torno
de mitos sobre uma deusa cujo amante ou filho fora arrebatado dela, usualmente através da morte, para ser
subseqüentemente restaurado. Esses mistérios também envolviam ritos secretos de iniciação e outras
cerimônias como lavagens cerimoniais, aspersão de sangue, refeições sacramentais, intoxicação alcoólica,
frenesi emocional e um impressionante Fausto por meio do qual dos devotos em contato místico com os
deuses. A igualdade social no seio desses cultos misteriosos contribuía para a atração que exercia. Em anos
mais recentes, contudo, tem-se percebido de maneira crescente que a ausência de antigas informações
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Só a Graça, Só a Fé, Só Cristo, Só a Escritura, Só a Deus Glória
16. Fundamentos do Novo Testamento
sobre essas religiões, mui provavelmente significa que não desempenham um papel dos mais importantes
no s estudos sobre o novo testamento.
É somente já nos séculos II, III e IV da era cristã que chegamos obter informações detalhadas a
respeito das crenças defendidas pelos devotos desse mistério. Assim sendo apesar de ser indubitável a
existência das religiões misteriosas antes do cristianismo, suas crenças posteriores se tornaram um tanto
paralelas às crenças cristãs – aliás, esse paralelismo com freqüência tem sido exagerado – o mais provável
é que as religiões misteriosas tenham tomado por empréstimo certas idéias do cristianismo e não ao
contrário, se levarmos em conta que os pagãos eram notáveis assimiladores, ao passo que passo que os
primitivos cristãos eram exclusivistas. Não obstante, os paralelos geralmente são reais, isso não implica
necessariamente em que tenha havido empréstimos de uma coisa para a outra.
3. A Pax Romana
Os historiadores deram o título de “Pax Romana” (paz romana) ao período compreendido entre 30
a.C. até cerca de 180 d.C., quando Roma floresceu numa época de grandeza imperial. Neste período, o
Império Romano trouxe paz, prosperidade e bom governo a uma região que ia da Bretanha ao Eufrates, e do
Mar do Norte até ao Saara; e isto sob um único governante, Otaviano. Este, concentrou-se nos problemas
internos de seu império e lançou os fundamentos para dois séculos de governo forte e pacífico.
A Pax Romana deu grande aumento no comércio e trouxe grande prosperidade à Roma. As
importantes estradas romanas foram construídas neste período.
Um dos segredos da manutenção da paz foi a disposição de Augusto de dar governo autônomo às
províncias, ao lado do emprego rápida da força militar para sufocar rebeliões ou terrorismo. Augusto permitia
que as nações conquistadas conservassem sua língua, costumes e religião, enquanto o povo vivesse em
paz com Roma.
A Pax Romana chegou ao fim na época da verdadeira crise monetária no terceiro século, quando a
anarquia política e a inflação monetária causaram o colapso da economia do império.
4. Política administrativa
4.1 O Modo
Os imperadores romanos geralmente eram tolerantes com as religiões dos povos conquistados e
davam uma relativa liberdade aos seus subordinados enquanto estes pagavam seus tributos e eram fiéis à
política romana.
4.2 Os Césares
Nome de família de um romano da casa Juliana de Roma. O nome de família vem desde 501 A.C.
mas, celebrizou-se na pessoa de Caio Julio César, que juntamente com Alexandre , O Grande, e Napoleão,
foi um dos conquistadores mais notáveis que o mundo civilizado tem produzido.
Por ter sido este o nome do grande conquistador, o nome César ficou sendo o tipo ou símbolo do
poder civil em geral, e é usado continuamente neste sentido nas discussões relativas aos domínios do poder
civil e religioso (Mt 22:17-21; Mc 12:14-17; Lc 20:22-25). O nome César aplica-se no NT, aos seguintes:
a. Algusto César: primeiro imperador romano (Lc 2:1) no ano 43 A.C. fez parte do
segundo triunvirato juntamente com Antônio e Lépido. Este foi julgado incompetente
forçado a retirar-se, e Antônio sofre a derrota de Actium, ficando Augusto como o
único governador do mundo com o título de imperador. Foi em conseqüência de um
decreto deste imperador que José e Maria tiveram de ir á Belém pra se alistarem ali.
Augusto César não gostava dos judeus, mas nem por isso deixava de favorecê-los na
política e na religião. Era ele quem mandava fazer ás suas custas, o sacrifico de cada
dia no templo. Era amigo pessoal de Herodes e considerava-o como um dos seus
preciosos aliados. As cidades Cesaréia de Filipus e a outra cesaréia na costa do mar,
foram edificada em sua honra por Herodes. Algusto morreu no ano 14 de nossa era,
na idade de 66 anos.
b. Tibério César: segundo imperador romano (Mt 22:17; Mc 12:14; Lc 3:1; Lc 20:21,22;
Jo 19:12) nascido no ano 42 a.C., filho adotivo de Augusto. Durante o seu reinado a
Judéia foi governada por Valério Grato e Pôncio Pilatos, por um dos seus editos
expulsou mos judeus de Romãs, e por causa da severidade com que eram tratados
pelos governadores provinciais, revogou o edito e recebeu-os novamente na capital. A
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Só a Graça, Só a Fé, Só Cristo, Só a Escritura, Só a Deus Glória
17. Fundamentos do Novo Testamento
cidade de Tiberíades, a beira do mar da Galiléia, foi edificada em sua honra por
Herodes Antipas. Foi assassinado por seus próprios guardas no ano 37 d.C.
c. Cláudio: imperador romano fraco, vacilante, tomou posse do governo contra a sua
vontade. Herodes Agripa tinha ido /á Romãs para assistir à sua coroação o que lhe
valeu o domínio sobre toda a Palestina. No princípio de seu reinado favoreceu aos
judeus e os reintegrou os judeus de Alexandria em seus primitivos privilégios, porém
depois baniu-os de Roma (At 18:2). Morreu no ano 54 d.C. tendo reinado 14 anos.
d. Nero: quanto imperador romano (At 25:12-21; At 26:32). Foi adotado como filho de
seu antecessor Cláudio. Procurando garantir-se no poder envenenou seu irmão
britânico. No décimo na o de seu reinado, uma grande incêndio devorou três dos
quatro distritos da capital. Julga-se ter sido ele mesmo que ateou fogo. Correndo
perigo a sua vida acusou os cristãos de serem eles os incendiários e, por isso, muitos
deles sofreram morte cruel. Como Saul, tentou suicidar-se mas, falhando seu intento,
ordenou a um dos assistente a completar a obra. Morreu no ano 68 com 32 anos de
idade e 14 anos de reinado.
e. Tito: filho de Vespasiano foi o décimo imperador romano. No ano 66, Vespasiano foi
enviado á Palestina para sufocar uma revolta dos judeus, sendo acompanhado por
Tito. Três anos depois, quando Vespasiano correu á Roma para assegurar para si o
trono, deixou Tito no comando do exército dirigindo o cerco de Jerusalém no na o 70.
Tito fez-se imperado no ano 79 e morreu no ano 81, tendo 40 anos de idade.
5. A Morte por Crucificação
Ato ou operação pelo qual uma vítima é condenada a morte fixando-a à cruz atando-lhe as
mãos e os pés ou cravando-os com pregos para dar-lhe morte mais cruel.
Este processo de castigo era praticado por muitas nações da antiguidade. Alexandre, o grande,
mandou crucificar 1000 tírios. Ciro, diz o historiador Josefo quando publicou o decreto concedendo a volta
dos judeus para Jerusalém, ameaçou de morte pela crucificação a todo aquele que embaraçasse a execução
de sua ordens. Antíoco Epifanes crucificou a muitos judeus que recusavam a abandonar a sua religião em
contrário as sua ordens.
Entre os romanos a crucificação era plena infligida somente aos escravos ou aos libertos que tinha
cometido crime hediondos. Os cidadãos romanos eram isentos desta pena em virtude de leis especiais. Eram
muitos comuns as crueldades que precediam o ato da crucificação; açoitavam o paciente e depois dilacerado
o corpo obrigavam-no a carregar a cruz (Mt 27:28; Mc 15:15; Jo 19:1). Se a vítima tinha que ser atada à cruz
a morte era mais lenta. Este caso se dava pela fome e pela sede uns três dias depois, e em alguns casos
acontecia o mesmo com os que eram pregados.
Quando era necessário apressar a morte do condenado, quebravam-lhe as pernas (Jo 19:31-33).
Tito mandou crucificar a muitos judeus após a tomada de Jerusalém. Constantino aboliu este gênero de
marte em todo o império romano.
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18. Fundamentos do Novo Testamento
VII. ESPERANÇA MESSIÂNICA NO NOVO TESTAMENTO
cristoj),
cristoj
Messias, é a palavra hebraica, correspondente à palavra grega “christos” (cristoj aplicável a
qualquer pessoa que era ungida com óleo santo, como foi o sumo sacerdote (Lv 4:3,5,6; I Sm 12:3,5) ou o rei
(II Sm 1:1,-16).
Este título aplicava-se aos patriarcas Abraão, Isaque e a Ciro, rei persa, escolhidos para
administrarem o reino de Deus (Sl 105:15; Is 45:1).
Quando Deus prometeu a Davi que o trono e o cetro permaneceriam na sua família para sempre
(II Sm 7:13), a palavra ungido adquiriu uma referência especial aos representantes da linha real de Davi (Sl
2:2; Sl 18:50; Lm 4:20; Hc 3:13).
Quando as profecias começaram a anunciar a vinda de um rei procedente da linhagem de Davi,
que havia de ser o grande libertador de seu povo cuja geração é desde o princípio, desde e a eternidade (Mq
5:2-5), se assentará sobre o trono de Davi para sempre (Is 9:6,7) a este pertence, por excelência o título de
messias (Dn 9:25,26).
Entretanto, quando lemos todas as Escrituras, logo percebemos que o conceito messiânico já
estava posto nas Escrituras antes mesmo de Davi. Como vimos, esta esperança messiânica começa em Gn
3:15 (com a promessa do descendente da mulher que viria para esmagar a cabeça da serpente) e tem sua
confirmação com o pacto noético, abraâmico, sináitico e davídico; além de ser relembrada através dos livros
apócrifos.
Portanto, quando Cristo vem a este mundo na plenitude dos tempos, Ele vem em um período em
que os judeus têm grandes expectativas quanto à chagada do Messias; além de terem toda uma série de
doutrinas à respeito deste evento.
E não somente os judeus esperavam o Messias. Os samaritanos também tinha consigo a doutrina
de um Messias vindouro (Jo 4:19-42).
Nas páginas do Novo Testamento encontramos algumas destas teorias. Vejamos cada uma
delas:
1. O Messias faria milagres (Mt 11:1-5)
2. Ele seria descendente de Davi (Mt 21:9; Mt 22:41,42)
3. Ele seria filho de Deus (Mt 16:15,16)
4. Ele seria rei sobre Israel (Mt 21:4,5)
5. Ele seria profeta (Mt 26:68)
6. Ele seria superior a Davi (Mt 22:41-45)
7. Ele anunciaria todas as coisas (Jo 4:25)
8. Ele nasceria em Belém da Judéia (Mt 2:4-6)
9. Ele libertaria Israel do julgo dos seus opressores (Lc 24:19-21 // At 1:6)
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19. Fundamentos do Novo Testamento
VIII. MOVIMENTOS FILOSÓFICOS
a. GNOSTICISMO
Em se tratando deste assunto de religiões de mistério, gostaríamos de recomendar um maior
aprofundamento numa que por muitas não é considerada uma religião, mas que, sem dúvida, funciona como
uma, uma vez que indica um “caminho de melhora espiritual” em suas afirmações e dogmas, isto é o
“Gnosticismo”, a qual se acha fortemente entranhada nas situações e ensinos do novo testamento.
O termo “Gnosticismo”, é o termo derivado do vocábulo grego “gnosis”, conhecimento, e tradicionalmente
aplicado a um conjunto de ensino herético que a igreja primitiva teve de enfrentar nos dois primeiros séculos
de nossa era.
Os gnósticos apareceram na mesma época que os ebionitas. Na venda de gnosticismos incipiente é
mencionado na epístola aos colossenses, nas epístolas a Timóteo, na primeira epístola de João, nas
epístolas de Judas e no Apocalipse. Havia pelo menos três tipos de gnósticos: Primeiro, os que negavam
realidade do corpo humano de Cristo. Eram chamados de “docetas” (de dokeo, “parecer”). Em segundo lugar
os que afirmavam que ele tinha um corpo real, mas negavam que fosse material; e em terceiro lugar, os que
afirmavam que Jesus Cristo eram duas pessoas distintas, como em Coríntios, Jesus era um homem comum,
o filho de José e Maria, Cristo era um espírito ou poder que desceu sobre Jesus quando de seu batismo. Na
hora da crucificação o Cristo abandonou, deixando o homem Jesus para sofrer sozinho. Os gnósticos
negavam a realidade do corpo humano de Cristo devido a sua crença de que a matéria é inerentemente má.
Hebreus 2:14 é um forte argumento contra o docetismo, como nada é tão essencial para que Cristo seja o
salvador dos homens quanto o fato de que Lee fosse verdadeiramente humano, todas estas teorias
gnósticas foram rejeitadas, como sendo heréticas.
b. EPICUREUS
Alguns filósofos encontrados por Paulo em Atenas (At.17:18) pertenciam a essa escola, cujo
discípulo mais bem conhecido era o poeta romano Lucrécio. Seu fundador nasceu em 341 A.C, na ilha de
Samos. Durante algum tempo viveu no exílio e na pobreza. Gradualmente foi reunindo ao seu redor um
circulo de amigos, e começou a ensinar suas doutrinas distintivas:
1. Seus primeiros estudos sob Nausifanes ensinaram-no a considerar o mundo como
resultado do movimento e combinação ao acaso de partículas atômicas.
2. os deuses seguem perfeitamente a vida de sereno desprendimento e nada tem haver
com existência humana,
3. O atomismo de Demócrito bania todo o temor de intervenção divina na vida ou castigo
após a morte;
4. enquanto que a morte provoca a dispersão final de nossos átomos constituintes.
A busca de prazeres extravagantes, que dá ao termo “epicurismo” o seu sentido moderno, foi uma
perversão posterior da busca da felicidade, não necessariamente os sexuais, o sumo bem da vida.
Geralmente os que viviam sob os preceitos epicureus eram homens de temperamento brando.
c. ESTÓICOS
A escola estóica de filosofia, começa a ensinar suas doutrinas características. Seu ensinamento foi
sistematizado e desenvolvido, segundo o fundador do estoicismo, pelo tempo que Paulo encontrou do
estoicismo, em Atenas (At. 17:18). Suas crenças eram:
1. Lutando com mesma certeza de vida, assim como os epicureus a buscar a felicidade no
sereno desprendimento de tudo, os estóicos buscavam a salvação alinhando a sua
vontade com a inerente razão do universo. O homem é feliz quando não deseja que as
coisas sejam diferentes do que são; por conseguinte, que o indivíduo busque
compreender claramente o ciclo da natureza e cultivar a aceitação voluntária do mesmo.
Ainda que o homem tenha que desempenhar a sua parte, sendo obrigado a fazer, com
ou sem vontade no plano da razão universal.
2. O estoicismo ensinava que a aceitação racional da própria sorte, determinada por uma
razão impessoal, que governaria o universo e do qual todos os homens fazem parte, é
dever do homem.
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Só a Graça, Só a Fé, Só Cristo, Só a Escritura, Só a Deus Glória
20. Fundamentos do Novo Testamento
3. Eles criam que o cosmo estava em combustão e que voltaria a um estado de evolução
sempre contínuo.
4. Declaravam que um ato é bom ou mau em si mesmo, e que o prazer nunca deve ser o
motivo de nossos atos.
5. O bem supremo é a virtude.
6. A virtude é a vida de conformidade com a natureza ou a harmonia com a vontade divina.
7. As virtudes cardeais são a sabedoria prática em referência ao bem e ao mal; a coragem,
a prudência ou o domínio sobre si e a justiça.
Em tarso, cidade natal de Paulo, a maioria dos filósofos eram estóicos.
O estoicismo criou caracteres mui nobres e exerceu influência poderosa durante 400 anos. Os
mais eminente de seus professores foram Epicteto, o filósofo Sêneca e o imperador Marco Aurélio.
d. NICOLAÍTAS
Era uma forma extrema de gnosticismo que passou pela igreja (I, II Jo, Ap 2:6,14,15). Alegavam
que, visto que o corpo era mau, somente o que seus espíritos faziam era importante.
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Só a Graça, Só a Fé, Só Cristo, Só a Escritura, Só a Deus Glória
21. Fundamentos do Novo Testamento
IX. MOVIMENTOS RELIGIOSOS
a. ESCRIBAS
grammateuj
No Novo testamento tem ele o nome de “grammateis” (grammateuj – Mt 8:19), ou mais exatamente
“nomikoi” (nomiko,j - Lc 10:25), doutores da Lei, e “nomodidaskaloi” (nomodisdakaloi – Lc 5:17), que ensina leis.
nomiko, nomodisdakaloi
Na Bíblia encontramos os escribas redigindo as ordens e mandados reais (II Sm 8:17; II Re 2:11),
alistando homens para a guerra (II Re 25:19; Jr 52:25) e sendo considerado como um perito no Livro Santo (I
Cr 27:32; Ed 7:6,11,12,21).
No princípio, copiar a Lei e interpretá-la era função específica do sacerdote. Com o passar do
tempo, afunção se desdobra, entretanto, Esdras era sacerdote e escriba (Ne 8:9).
O escriba como nós o vemos no N.T. apareceu após o exílio babilônico. E por pressão de Antíoco
Epifanes, se uniram e se tornaram um bloco político ao lado dos fariseus. Em toda a terra de Israel havia
escribas (Lc 5:17), na Babilônia durante o exílio e até em Roma.
Durante o cativeiro babilônico, o judeu recorreu à religião para preservar sua integridade nacional.
E por isso, centralizou tudo na Lei. Dedicaram-se a copiá-la e vieram a ser peritos na Lei, doutores da Lei,
intérpretes da Lei. Estes comentários foram os alicerces da Misnah, o Talmude.
A profissão de escriba recebeu grande impulso depois que os judeus voltaram do cativeiro ,
quando havia cessado a profecia, restando apenas o estudo das escrituras para servir de alicerce à vida
nacional.
Os escribas deram origem às sinagogas e alguns figuravam como membros do sinédrio (Mt 16:21 e
26:3). Alguns, também pertenciam a seita dos saduceus; contudo, a maior parte se alinhava com os fariseus.
Entre os escribas alguns se converteram (Mt 8:19).
Os escribas tinham algumas funções, a saber:
a. Preservar a Lei escrita, especialmente no período helenístico (grego), quando o
sacerdócio se pervertera;
b. Eram mestres da Lei;
c. Faziam conferências no templo (Lc 2:46; Jo 18:20);
d. Eram “doutores da Lei” e cabia-lhes a responsabilidade de administrar a Lei como juízes
do sinédrio (Mt 22:35; Mc 14:43,53; Lc 22:62-71).
e. Estudavam e interpretavam a Lei, tanto civil (Jo 8:1-9) quanto religiosa (Mc 7:3) e os
pormenores de sua aplicação na vida prática. As decisões dos grandes escribas
constituíam a Lei oral, ou tradição.
f. Dedicavam-se ao estudo das escrituras em geral, sobre assuntos históricos e doutrinas.
g. Ocupavam as cadeiras de ensino que ministravam a um grupo de discípulos.
No tempo de Cristo exerciam grande influência entre o povo. Muitos deles faziam parte do Sinédrio
(Mt 16:21; Mt 26:3). Ainda que alguns deles aceitavam os ensinos de Cristo (Mt 8:19), a maior parte os
desprezava. Sempre murmuravam quando pensavam descobrir alguma falta na vida e proceder dos
discípulos (Mt 21:15) e tomaram parte bem ativa na condenação de Jesus. Associaram-se aos principais e
anciãos na perseguição contra Pedro e João (At 4:5 etc) e em tudo que se relacionava com a morte de
Estevão (At 6:12). Quando se agitou as questão sobre a questão da ressurreição dos mortos, eles se aliaram,
aos fariseus a favor de Paulo (At 23:9).
b. FARISEUS
O nome fariseu vem do adjetivo aramaico que significa “separado”, “segregado”. Esse nome lhes
fora dado pelos inimigos, em virtude do fariseu viver separado do povo temendo a imundícia. Contudo eles
mesmos gostavam de chamar-se “haberim”=companheiros, ou “qedoshim”=santos.
As principais doutrinas dos fariseus eram:
a. O livre arbítrio do homem;
b. A alma é imortal;
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22. Fundamentos do Novo Testamento
c. Acreditavam na ressurreição do corpo (At 23:8);
d. Aceitavam a existência dos anjos (At 23:8);
e. Todas as coisas são dirigidas pela providência de Deus;
f. Os justos serão galardoados e os ímpios serão castigados;
g. Os maus serão presos em cadeias eternas, enquanto os justos gozarão a vida eterna.
h. Além da alma, existem outros espíritos: bons e maus
Por fim, não nos esqueçamos que nem todos os fariseus eram contra Cristo. Nicodemos é um
exemplo de que certos fariseus tinham por Cristo uma grande admiração (Jo 3).
Era prática comum entre os fariseus o uso dos filactérios, uma tira em que se escrevia curtas
sentenças do livro da lei de Moisés, usadas na fronte ou nos braços (Mt 23:5).
Em geral, os filactérios tinham a forma de uma caixinha de pequenas dimensões, feita de
pergaminho, ou de pele de foca. O filactério usado na fronte continha quatro compartimentos, em cada um
dos quais se colocava uma tira de pergaminho com uma passagem da Escritura. As quarto passagens era:
Ex 13:2-10; Ex 13:11-17; Dt 6:4-9; Dt 11:13-21.
O filactério prendia-se à fronte, bem como no centro e sobre os olhos, por meio de ataduras. A
outras caixa para o braço, continha um só compartimento, com uma tira contendo as quatro passagens já
citadas. As primeiras três, serviam para regular o proceder. Todos os judeus traziam os filactérios durante as
horas matinais de oração, exceto nos dias de sábado e nas festas. Estes dias, já em si possuíam elementos
que dispensavam o uso dos filactérios (Ex 13:9).
c. SADUCEUS
Era o nome dado a um partido oposto /á seita dos fariseus. Compunha-se de um número
comparativamente reduzido de homens educados, ricos e de boa posição social.
Compondo-se este partido de elementos de alta aristocracia sacerdotal, crê-se geralmente de o
nome Zadoque se refere ao sacerdote de igual nome que oficiava no reinado de Davi, e em cuja família se
perpetuou a linha sacerdotal até a confusão política na época dos Macabeus. Os descendentes de
Zadoque tinham o nome de zadoquitas ou saduceus.
Em oposição aos fariseus, enérgicos defensores das tradições dos antigos, os saduceus
limitavam o seu credo às doutrinas que encontravam no texto sagrado.
Os aspectos mais importantes de sua linha doutrinária, que chocam com o ritualismo dos fariseus,
podemos resumir nos seguintes pontos:
a. Aceitavam somente a Lei escrita e rejeitavam os preceitos orais e tradicionais dos
fariseus.
b. Defendiam o direito do juízo privado da interpretação da lei.
c. Negavam a providência divina;
d. Negavam tanto a recompensa como o castigo após a morte;
e. Para a eles a alma não existia,com a destruição do corpo, tudo estava terminado (Mt
22:23-33).
f. Não aceitavam a ressurreição (At 23:8; 22:23-33);
g. Interpretavam o V.T. lendo ao pé da letra, por causa de sua posição relativa à lei oral;
h. Não criam na existência de anjos, nem bons e nem maus (At 23:8);
i. Não acreditavam na existência do céu , nem do inferno;
j. Não aceitavam a existência do Diabo;
k. Negavam o fatalismo em defesa da liberdade do homem em definir seu destino
l. Negam que Deus interferia na vida dos homens
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23. Fundamentos do Novo Testamento
Negando a existência da alma e dos espíritos,. Os saduceus entravam em conflito com a angiologia
do judaísmo elaborada no seu tempo, e ainda iam ao outro extremo; não se submetiam ao ensino da lei (Ex
3:2; Ex 14:19).
Quanto á origem e desenvolvimento dos saduceus, Schurer é de parecer que a casa de Zadoque,
que estava à frente dos negócios da Judéia no quarto e terceiro século a.C. (sob o domínio persa e grego),
começou a colocar a política acima das considerações religiosas. No tempo de Esdras e Neemias a família
do sumo sacerdote era mundana e inclinada a consentir na junção dos judeus com os gentios. No tempo de
Antíoco Epifânes, grande número de sacerdotes amava a cultura grega (II Mc 4). Entre eles estavam os
sumo-sacerdotes Jasom, Menelau e Alcimus. O povo postou-se ao lado dos macabeus para defender a
pureza da religião de Israel. Quando este partido triunfou, os macabeus tomaram conta do sacerdócio e
obrigaram os zadoquitas a se retirarem para as fileiras da política, onde continuaram a desprezar os
costumes e as tradições dos antigos e a favorecer a cultuar e a civilização grega.
Na época dos romanos, o sacerdócio volta aos saduceus e estes adquirem grande influencia política
(At 5:17).
Os saduceus e fariseus que iam ao encontro de João Batista foram por ele denominados de de
"raça de víboras” (Mt 3:7). Unidos aos fariseus, pediram a Jesus que lhes fizessem ver algum prodígio do
céu (Mt 16). Contra essas duas seitas, Jesus alertou a seus discípulos.
Foram os saduceus que proporam a Jesus o problema a respeito da ressurreição (Mt 22:23-33).
Ligaram-se com os sacerdotes e com o magistrado do templo para perseguirem a Pedro e a João (At 4:1-
22).
Tanto os saduceus como os fariseus achavam-se no sinédrio, quando acusavam a Paulo, que,
aproveitando-se das suas divergências de doutrina, habilmente os atirou uns contra os outros (At 23:6-10).
d. OS ESSÊNIOS
Provavelmente os essênios nasceram dos assideus do período Macabeu. Eram homens retos que,
precionados pela perseguição helenista refugiaram-se no deserto. Suas doutrina eram:
a. Consideravam-se servos de Deus e não imolavam animais;
b. Viviam em aldeias e longe da contaminação dos grandes centros;
c. Não se preocupavam em ajuntar tesouros;
d. Não fabricavam armas e não as usavam;
e. Não se interessavam pelo comércio;
f. Todos eram livres;
g. eram monoteístas convictos;
h. acreditavam em anjos;
i. aceitam a ressurreição e a vida pós túmulo;
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24. Fundamentos do Novo Testamento
X. MOVIMETOS POLÍTICOS
a. OS HERODIANOS
Os herodianos aparecem devido à crença de alguns judeus acharem que Herodes, o Grande,
fosse o messias.
Na rivalidade entre judeus e herodianos, nascem as doutrinas destes: os primeiros ensinavam,
baseados em Dt 17:15, que não se devia pagar absolutamente tributo a César; os segundo pregaram
incondicional fidelidade a Herodes, cuja política era de subserviência aos romanos, portanto,
sustentavam que os judeus deviam pagar tributo a César.
Fariseus e herodianos uniram-se contra Cristo e urdiram planos para o apanharem, fracassando,
porém, sua investida (Mt 22:17).
b. ZELOTES
Descendiam de Judas Gâmala, que incitou a uma revolta contra Roma. Eles eram conhecidos
como galileus. Joséfo responsabiliza o ódio dos zelotes contra os romanos pela destruição de Jerusalém
no ano 70 d. C.
Jesus teve um apóstolo chamado Simão que havia pertencido ao grupo dos zelotes (Mt 10:1-4;
Mc 3:13-19).
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25. Fundamentos do Novo Testamento
XI. PROFISSÕES
a. ESCRIBAS
Na Bíblia encontramos os escribas redigindo as ordens e mandados reais (II Sm 8:17; II Re 2:11),
alistando homens para a guerra (II Re 25:19; Jr 52:25) e sendo considerado como um perito no Livro Santo (I
Cr 27:32; Ed 7:6,11,12,21).
No princípio, copiar a Lei e interpretá-la era função específica do sacerdote. Com o passar do
tempo, a função se desdobra, entretanto, Esdras era sacerdote e escriba (Ne 8:9).
O escriba como nós o vemos no N.T. apareceu após o exílio babilônico. E por pressão de Antíoco
Epifanes, se uniram e se tornaram um bloco político ao lado dos fariseus. Em toda a terra de Israel havia
escribas (Lc 5:17), na Babilônia durante o exílio e até em Roma.
Durante o cativeiro babilônico, o judeu recorreu à religião para preservar sua integridade nacional.
E por isso, centralizou tudo na Lei. Dedicaram-se a copiá-la e vieram a ser peritos na Lei, doutores da Lei,
intérpretes da Lei. Estes comentários foram os alicerces da Mishnah, o Talmud.
Os escribas deram origem às sinagogas e alguns figuravam como membros do sinédrio (Mt 16:21
e 26:3). Alguns, também pertenciam a seita dos saduceus; contudo, a maior parte se alinhava com os
fariseus. Entre os escribas alguns se converteram (Mt 8:19).
Os escribas tinham algumas funções, a saber:
a. Preservar a Lei escrita, especialmente no período helenístico, quando o sacerdócio se
pervertera;
b. Eram mestres da Lei;
c. Faziam conferências no templo (Lc 2:46; Jo 18:20);
d. Eram “doutores da Lei” e cabia-lhes a responsabilidade de administrar a Lei como juízes
do sinédrio (Mt 22:35; Mc 14:43,53; Lc 22:62).
b. PUBLICANOS
Eram os rendeiros dos impostos do governo romano, cobradores de impostos.
Em vez de nomear oficiais para a cobrança do fisco, os romano e seus prepostos, à semelhança,
de Herodes, punham à venda os privilégios para a arrecadação das rendas públicas, ou parte delas, nas
diversas províncias, cidades, vilas e distritos. Às pessoas que concorriam a este cargo deveriam possuir
fortes cabedais; porquanto elas se comprometiam a entrar para o tesouro, in publicum, com certa soma e,
para isso tinham de oferecer garantias suficientes.
Em alguns casos, por sua vez, os publicanos vendiam os direitos de seu cargo, ou parte deles; e
, em outros casos, empregavam certo número de agentes subordinados a eles, para os efeitos da cobrança.
Estes sub-coletores das taxas e dos impostos tinham o nome de publicanos, como os denomina o Novo
testamento.
Com raras exceções, os publicanos eram conhecidos por extorquirem dinheiro do povo e
cobrarem além daquilo que era certo. Por esta razão, todas as pessoas e classes sociais os desprezavam.
Algumas vezes os subordinados, e na maioria dos casos, os colaboradores subordinados a estes,
no país conquistado, pertenciam ao povo do lugar. Assim, Zaqueu pertencia ao povo judeus e ao mesmo
tempos era o coletor de impostos em Jericó (Lc 19). Assim Mateus, também judeu, era coletor de impostos
em Cafarnaum (Mt 9:9; Mc 2:14; Lc 5:27). Este ofício tornava ainda mais odioso aquele de entre os judeus
que aceitavam o encargo de agentes do governo romano. A sociedade os repudiavam, tanto em publico
como em particular. Uma das acusações contra Jesus é que ele comia com publicanos e pecadores (Mt
9:10-13) e que era amigo de tal gente (Mt 11:19). Eles eram igualados aos pecadores (Mt 9:10, Mc 2:15; Lc
5:30; 7:34) e prostitutas ( Mt 21:31)
Jesus honrou esta classe de homens chamando um para o apostolado (Mt 9:9; Mt 10:3).
Jesus salvou e pôs no apostolado a Levi ou Mateus (Mt 9:9) que era um publicano; comeu com
publicanos (Mt 9:10-13), salvou Zaqueu, chefe dos publicanos (Lc 19:1-10); João Batista batizou muitos
publicanos (Lc 3:12,13) e não ordenou que deixassem seus trabalhos mas que não cobrassem mais do que
o estipulado.
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26. Fundamentos do Novo Testamento
c. CARPINTEIRO
Tanto José (Mt 13:35) como Jesus (Mc 6:3) seguiram o antigo ofício de carpinteiro. Este
trabalhador ocupava-se de todas as tarefas de carpintaria exigidas nas operações da edificação, da
fabricação de telhados, portas, janelas e escadas. Além destes trabalhos, o carpinteiro também fabricava os
instrumentos agrícolas, como arados, cangas e instrumentos de joeirar (II Sm 24:22) ou então tábuas (Is
28:27,28) e máquinas de irrigação. Nas cidades grandes, grupos de carpinteiros que faziam carroças, em
tempos de guerra passavam a fazer carros de combate (Ct 3:9).
Os instrumentos especiais dos carpinteiros incluíam um instrumento de marcar (régua), o
compasso, a enxó (instrumentos de raspar ou plaina) e serra de ferro (algumas com corte nos dois lados) e
pregos, etc.
d. CURTIDORES
O couro, as peles tratadas de ovelhas e cabras, era usado para o fabrico de certas peças do
vestuário (Lv 13:48; Nm 31:20) incluindo sandálias e cinturões (II Rs 1:8; Mt 3:4).
As peles costuradas eram especialmente apropriadas para servirem como vasos ou receptáculos
baratos de transportar água (Gn 21:14), vinho (Mt 9:17) ou outros líquidos (Jz 4:19).
O couro era raramente empregado para fazer tendas (Ex 25:5, Nm 4:6), mas era comumente
usado para artigos militares tais como capacetes, aljavas, peças dos carros de guerra, fundas e escudos,
estes últimos bem azeitados para impedir que rachassem ao que deixassem penetrar flechas (II Sm 1:21; Is
21:5).
Visto que o curtimento era uma tarefa mal cheirosa, usualmente era efetuado fora das cidades,
onde houvesse abundância de água.
A visita de Pedro a Simão, o curtidor, fora de Jope (At 9:43; At 10:6,32), ilustra até que ponto ele
já havia chegado para vencer os seus escrúpulos contra o entrar em contato com aquilo que era
cerimonialmente impuro.
e. PASTORES
Pessoa encarregada de guardar rebanhos de ovelhas. Nos tempos bíblicos havia vários tipos de
pastores
Havia pastores nômades possuidores de grandes rebanhos que m oravam em tendas; mudavam-
se de um lugar para outro à procura de pastagens e de abrigo seguro para as suas manadas. Assim viviam
Abraão, Jabal e os recabitas (Gn 4:20; Gn 13:2,3; Jr 35:6-10).
Havia também ricos pastores que habitavam em cidades e cujos rebanhos andavam de pastagens
em pastagens ao cuidado dos servos (I Sm 25:2-7; Gn 37:12-17). Às vezes os rebanhos ficavam sob os
cuidados de um filho (Gn 37:2; I Sm 16:11) ou de servos jornaleiros (Gn 30:32; Zc 11:12; Jo 10:12). Em geral,
os servos eram responsáveis pela perda sofridas, e extravio de ovelhas (Gn 31:39). A lei mosaica isentava
desta responsabilidade, sempre que ficasse provado que o prejuízo não fora motivado por negligência (Ex
22:10-13).
O pastor dirigia-se de manhã para o aprisco, onde se achavam recolhidos os vários rebanhos,e
chamavam as ovelhas. As ovelhas de cada pastor ouviam a sua voz e seguiam. As ovelhas de outros
rebanhos não davam atenção a voz do pastor estranho (Jo 10:2-5).
O pastor levava o rebanho às pastagens, passava o dia inteiro com ele e /ás vezes, até /á noite
(Gn 31:40; Ct 1:7; Lc 2:8) defendia-o contra os assaltos das feras e dos ladrões (I Sm 17:34,35; Is 31:4) e
impedia que as ovelhas entrassem nas searas, procurava as extraviadas e as recolhia no aprisco (Ez 34:12;
Lc 15:4) com grande desvelo cuidava dos cordeirinhos e das que eram fracas (Is 40:11; Ez 34:4,16; Zc 11:9).
Os pastores levavam consigo cobertas que lhes serviam para se resguardarem do frio, uma bolsa
com alimentos e armas de defesa (I Sm 17:40; Jr 43:12). Comprida vara de ponta curva como ainda se usa,
servia para guiar as ovelhas, obriga-las a se unirem, guá-las e defend/~e-las e também para castigar as
desobedientes (Sl 23:4; Mq 7:14; Zc 11:7). Os cães euxiliavam os pastores na guarda dos rebanhos.
f. EUNUCO
Nome de certos indivíduos que serviam em várias funções: camareiros, guardas do aposentos
íntimos (Is 56:3; Mt 19:12). Não é muito certo que eles tenham o mesmo significado em todas as pesagens da
Escritura. Houve eunucos casados (Gn 39).
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27. Fundamentos do Novo Testamento
Os eunucos tinham alta posição e eram investidos de grande autoridade. O capitão das guardas
de Faraó, bem como o seu copeiro-mor e o seu padeiro, eram eunucos (Gn 37:36; Gn 40:2,7).
Homens desta natureza ministravam na corte da Babilônia (Dn 1:3). Serviam na presença do rei
da pérsia e ao mesmo tempo exerciam as funções de porteiros (Et 1:10; At 2:21).
Candace, rainha da Etiópia tinha um eunuco como superintendente de todos os seus tesouros, o
qual se converteu aos cristianismo e foi batizado por Felipe (At 8:27,37).
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28. Fundamentos do Novo Testamento
XII. CLASSES DE PESSOAS
a. OS JUDEUS
Eram aqueles descendentes de Abraão que não se “contaminaram” com os outros povos, antes,
sim casaram entre si com o objetivo de manter a pureza racial.
b. OS SAMARITANOS
O sentido desta palavra na única passagem do AT (II Re 17:29) aplica-se a um indivíduo
pertencente ao antigo reino do norte de Israel.
Em escritos posteriores, significa um indivíduo natural do distrito de Samaria, na Palestina central
(Lc 17:11).
De onde veio a raça ou como se originou a nacionalidade samaritana? Quando sargom tomou
Samaria levou para o cativeiro (segundo ele diz) 27.280 de seus habitantes, deixando ainda alguns israelitas
no país. Sabendo que eles conservavam o espírito de rebelião, planejou um meio de os desnacionalizar,
estabelecendo ali colônias de habitantes da Babilônia, de Emate (II Re 17:24) e da Arábia. Estes elementos
estrangeiros levaram consigo a sua idolatria. A população deixada em samaria era insuficiente para o cultivo
da terra, interrompido pela guerra, de modo que as feras começaram a invadir as povoações e a se
multiplicarem. Os leões mataram alguns dos novos colonizadores. Estes atribuíram o fato a um castigo do
deus da terra que não sabiam como apaziguar, e neste sentido pediram instruções ao rei da Assíria, que lhes
mandou um sacerdote dos que haviam entre os israelitas levados para o cativeiro. Este foi residir em Betel e
começou a instruir o povo nas doutrinas de YAHWEH. Porém, não conseguiu que os gentios abandonassem
a idolatria de seus antepassados. Levaram imagens de seus deuses nos lugares altos de Israel combinando
a idolatria com o culto de YAHWEH (II Re 17:25-33). Este regime misturado de adoração permaneceu até a
queda de Jerusalém. Asor-Hadã continuou a política de seu avô Sargom (Ed 4:2), e o grande e glorioso
Asenafar completou a obra de seus antecessores, acrescentando à população existente, mais gente de Elã e
de outros lugares (II Re 9,10).
Desde a muito tempo que a maior parte dos judeus sentiam repugnância em manter relações
sociais e religiosas com samaritanos (Ed 4:3; Lc 9:52,53; Jo 4:9). Os samaritanos não tinham sangue puro
de hebreus nem religião judaica. diz Josefo que no tempo em que os judeus prosperavam, os samaritanos
pretendiam possuir aliança de sangue; mas em tempo de adversidades, repudiavam tais alianças, dizendo-
se descendentes dos emigrantes assírios. Tendo Zorobabel, Josué e seus associados rejeitado a oferta dos
samaritanos para auxiliar a reconstrução do templo, não mais tentaram reconciliações com os judeus, antes
pelo contrário, empenharam-se em obstacular a conclusão da obra (Ed 4:1-10), e mais tarde, procuravam
impedir o levantamento dos muros por Neemias (Ne 4:1-23).
O cabeça deste movimento era certo Sambalá, horonita, cujo genro havia sido expulso do
sacerdócio por Neemias. O sogro com certeza, fundou o templo samaritano sobre o monte Gerizim para
servir para ao dignitário deposto em Jerusalém.
Daqui em diante, todos os elementos indisciplinados da Judéia, procuravam, o templo rival de
Samaria, onde eram recebidos de braços abertos.
Enquanto durou a perseguição promovida por Antíoco Epifanes contra os judeus, declaravam não
pertencer /á mesma raça e agradavam ao tirano mostrando os desejos que o seu templo do monte der
Gerizim fosse dedicado a Júpiter, defensor dos estrangeiros (II Mac 6:2). Pelo ano 129 a.C. João Hircano
tomou Siquém e o monte Gerizim, e destruiu o templo samaritano; porém, os antigos adoradores
continuaram a oferecer culto no cabeço do monte, onde existiu o edifício sagrado. Prevalecia ainda este
costume no tempo de Cristo (Jo 5:20,21). Neste tempo, as suas doutrinas teológicas não diferiam muito na
sua essência, das doutrinas dos judeus e especialmente da seita dos saduceus. Partilhavam na crença na
vinda do messias (Jo 4:25), mas somente aceitavam os cinco livros de Moisés.
O motivo principal que levou os samaritanos a receber tão alegremente o evangelho pregado por
Felipe foram os milagres por ele operados (At 8:5,6). Outro motivo, sem dúvida, concorreu para o mesmo
resultado é que, ao contrário das doutrinas dos judeus, o cristianismo seguia os ensinos e os exemplos de
seu fundador, admitindo os Samaritanos aos mesmo privilégios de que gozavam os judeus convertidos aos
evangelho (Lc 10:29,37; Lc 17:16-18; Jo 4:1-42).
Existem ainda cerca de 150 samaritanos em torno de Nablus, antiga Siquém.
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