Este documento fornece instruções sobre como realizar fichamentos de textos de forma sistemática. Ele explica que o fichamento envolve ler atentamente o texto, registrar as principais ideias em uma ficha contendo dados bibliográficos e resumos ou citações, e que existem diferentes tipos de relatórios de leitura dependendo do objetivo.
1. Fichamento
Júlia Sara Accioly Quirino
Metodologia da Pesquisa Científica
BARRAL, Welber Oliveira. Técnicas de Pesquisa. In: BARRAL, Welber Oliveira. Metodologia
da Pesquisa Jurídica. Belo Horizonte: Del Rey, 2007, pp. 97-102.
NUNES, Rizzatto. Leitura e Fichamento de Textos. In: Manual de monografia jurídica: como
se faz: uma monografia, uma dissertação, uma tese. 7ª ed. Ver. E atual. São Paulo: Saraiva,
2009.
2. Leitura e Fichamento de textos
• Como ler e guaradr informações?
a) Marque o texto;
b) Abra fichas e folhas;
c) Use várias marcas;
d) Separe folhas ou abra arquivo no micro para observações;
e) O Tempo da leitura: crie uma grade horária;
f) A ordem da leitura: Quando se tratar de tema jurídico-conceitual,
parta dos textos mais recentes, indo até os mais antigos.
3. Leitura e Fichamento de textos
• Como o conhecimento (científico ou não) é sempre “acúmulo”
de conhecimento, a leitura de textos mais atualizados
apresentará acréscimos e contribuições. A leitura tem de ser
crítica, porque há textos que, embora recentes, são
ultrapassados e muitas vezes refletem posições nas quais
grande parte do pensamento científico não mais acredita.
• No setor jurídico, é possível encontrar livros publicados nos
dias de hoje que ignoram totalmente os modernos conceitos
trazidos pelo CDC (Código de Defesa do Consumidor).
• Ex.: Acidente áereo em 1996 – avião da TAM em
Jabaquara/SP.
4. Leitura e Fichamento de textos
• Eleja o tema com seu texto principal e vá lendo os demais
textos que tratam do assunto e os dos temas que o
fundamentam, até atingir os textos eleitos como principais.
• Quando o tema escolhido tiver ligação direta com o texto da
norma jurídica, a primeira providência que você deve tomar é
ter certeza de que a norma jurídica está em vigor e que o seu
teor é aquele que tem em mãos.
5. Leitura e Fichamento de textos
• Pode acontecer de você estar-se utilizando de norma jurídica
revogada ou que teve alguns artigos revogados ou que foi
parcialmente alterada. (Editora Saraiva: CD-ROM LIS –
Legislação Informatizada Saraiva).
• No que diz respeito à jurisprudência, por razões óbvias, a
sequência de leitura deve ser a mesma. Primeiro devem ser
lidas as decisões mais recentes, indo até as mais antigas
6. O Fichamento
• É o registro sistemático das idéias de uma obra (texto, artigo
de revista, livro ou capítulo de livro. A palavra fichamento
deriva de ficha. Antigamente (antes da invenção do
microcomputador), quando um professor se referia a
fichamento de uma obra, ele esperava que o aluno registrasse
em uma ficha de papel cartonado o resumo das principais
idéias lidas no texto.
7. Fichamento
• O primeiro passo para se fazer um fichamento é
uma leitura atenciosa do texto a ser fichado. Um
texto de fácil entendimento irá requerer
geralmente apenas uma leitura. Textos de difícil
entendimento podem exigir duas, três ou mais
leituras. Se for este o seu caso (um texto denso e
de difícil entendimento), faça uma primeira
leitura rápida apenas para se familiarizar com o
estilo do autor e identificar quais palavras você
não conhece ainda.
8. Fichamento
• Você poderá utilizar estas palavras que você
ainda não conhecia para montar um glossário e
enriquecer mais o seu próprio vocabulário.
Depois de verificar qual significado de cada
palavra desconhecida, se coincide com o sentido
que o autor quis utilizar em seu texto, faça uma
segunda leitura, agora mais apurada, buscando
identificar quais são as idéias centrais. Se for
necessário, faça outras leituras complementares
para esclarecer passagens do texto que ainda
continuem obscuras.
9. Estrutura do Fichamento
• O segundo passo para fazer o fichamento é
reunir as informações em um documento, que
deve ter a seguinte estrutura:
• CABEÇALHO: Referência bibliográfica
completa da obra (livro, capítulo de livro,
artigo de revista, jornal ou internet, etc.), que
deve ser elaborada de acordo com as normas
da ABNT (NBR 6023).6023).
10. Estrutura do Fichamento
• Dependendo do tipo (finalidade) do fichamento.,
apresentará estrutra diversa.
• Alguns tipos de Relatórios de Leitura
(Fichamentos):
1) Relatório de Leitura de Bibliografia (RLB);
2) Relatório de Leitura de Obras (RLO);
3) Relatório de Leitura de Temas (RLT);
4) Relatório de Leitura de Normas Jurídicas (RLN);
5) Relatório de Leitura de Jurisprudência (RLJ).
11. Relatório de Leitura de Bibliografia (RLB)
• Deve conter os dados bibliográficos mínimos e todos os que
forem necessários à identificação da obra, mas apenas dados
bibliográficos;
• Servirá de suporte para as notas de rodapé, feitura da
bibliografia final da monografia e localização do texto
12. Relatório de Leitura de Obras (RLO)
• No RLO se fará fichamento das obras escolhidas para leitura. Antes da
passagem para o RL das informações sobre o texto, deve-se anotar os
dados bibliográficos da obra, que permitirão o uso de citações e notas:
nome do autor, título e subtítulo e demais dados bibliográficos
• Ex.: ARAÚJO, Luiz Alberto David. A proteção constitucional das pessoas
portadoras de deficiência – Tese de Doutorado, PUC/SP, 1992).
O autor apresenta um rol exemplificativo das causas de dificuldade de
integração social das pessoas portadora de deficiência, a saber:
A. Deficiência Mental (p. 29)
- Conceito de deficiência mental (p. 29)
- Causas da deficiência mental (p. 31)
- Tipos de deficiência mental (p. 34)
Podem ser feitas transcrições ipsis litteris, isto é, ao pé da letra. Pode-se,
também, utilizar-se de paráfrases, que é um resumo dos pontos de vista
do autor examinado, elaborado com suas próprias palavras.
13. Relatório de Leitura de Temas
• Utilizar-se-á a mesma técnica do RLO, colocando no alto, o
título do tema em pesquisa. Após um espaço em branco,
transcrever-se-á os trechos ou paráfrases e, ao final destas, se
indicarão os dados bibliográficos.
• Ex.: “*...+ as sociedades de economia mista, as empresas públicas e
outros que tais não constituem “Fazenda Pública”, senão ‘lato
sensu’, sendo certo que ‘a execução de julgados proferidos contra
tais entes não se processa pelo sistema contido no art. 100 da
Constituição Federal e nos arts. 730 e 731 do Código de Processo
Civil’. Apenas as autarquias, além da própria administração ‘central’,
por assim dizer, estão sujeitas a esse tipo de execução” (Wanderley
José Federighi. A execução contra a fazenda pública, p. 11)