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Via verde para a vida
Alimentação sã e corpo
em movimento reduzem
o risco de enfarte.
Quando este ocorre,
a recuperação depende
da rapidez da assistência.
Chame logo o 112
18
testesaúde102abril/maio2013
ENFARTE
DO MIOCÁRDIO
>
As doenças cardiovasculares,
como o enfarte e os acidentes vas-
culares cerebrais, constituem a
principal causa de morte no nosso
país. Em 2010, ceifaram mais de 40
mil vidas, o que representa cerca
de um terço da mortalidade to-
tal. A palavra enfarte assusta, por
estar geralmente associada a um
desfecho fatal ou a sequelas muito
graves. Mas, se reagirmos aos pri-
meiros sinais, é possível reduzir as
consequências e voltar a ter uma
vida normal.
Coração em risco
■ Os enfartes atingem mais
os homens, a partir dos 50,
mas não poupam as mu-
lheres, sobretudo a partir dos 65
anos e a seguir à menopausa.
■ Alguns fatores aumentam o ris-
co, como o tabagismo, o sedenta-
rismo e a obesidade, em particular
quando a gordura se acumula no
abdómen. Níveis elevados de co-
lesterol, acima de 190 miligramas
por decilitro de sangue (mg/dl) e
de triglicéridos (mais de 150 mg/
dl), diabetes e pressão arterial
superior a 140/90 são igualmente
inimigos do coração. O stresse e a
ansiedade também não ajudam.
■ Quando uma artéria fica obs-
truída, o tecido muscular por ela
irrigado é privado de fluxo sanguí-
neo e, logo, de oxigenação. Dá-se
a chamada isquemia. Se não se
agir rapidamente para desobs-
truir a artéria, as células afetadas
morrem e ocorre um enfarte.
A idade do paciente, a
eventual presença
de outras doen-
ças e o tempo
que decorre
até receber
assistência
O enfarte ocorre frequentemente em repouso, durante a noite
ou de madrugada, sem causa aparente. Perante os sinais de
alarme, ligue de imediato o 112.
´ 
Dor e pressão forte, geralmente no centro do tórax,
que não diminui ao mudar de postura.
´ 
Náuseas e suores frios.
´ 
Dor que irradia para os braços, sobretudo para o
esquerdo, para o pescoço ou maxilar.
´ 
Dificuldade respiratória eaceleraçãodosbatimentos
cardíacos ou batimentos irregulares.
sinais de alerta
testesaúde102abril/maio2013
19
Como se produz um enfarte do miocárdio
Artéria
coronária
direita
Necrose do músculo
cardíaco
A falta de irrigação sanguínea
causada pela obstrução da
artéria impede a oxigenação do
músculo cardíaco. Se a obstrução
se prolongar, gera um enfarte:
o tecido entra em sofrimento,
podendo mesmo morrer se não for
tratado atempadamente.
Obstrução
da artéria
As placas de ateroma (compostas,
essencialmente, por gordura e
tecido fibroso) estreitam o interior
da artéria, diminuindo o fluxo
sanguíneo. Se uma placa romper,
facilita a formação de um coágulo
(trombo), que entope a artéria na
zona mais estreita.
Artéria
coronária
esquerda
Atualmente, recorre-se cada vez mais
à angioplastia para tratar um enfarte
do miocárdio. Ou seja, introduz-se
um cateter muito fino até ao local
afetado da artéria, para desobstruí-
-la. Para uma maior eficácia, esta
intervenção, deverá ser realizada
até 2 horas após o primeiro contacto
médico. É recomendada a doentes de
alto risco, e deve ser complementada
com um tratamento de longo prazo com
antiagregantes (aspirina e similares).
Estes poderão ser suficientes para
tratar uma obstrução parcial. Quando a
angioplastia não é possível no imediato,
aplica-se primeiro a fibrinólise,
que consiste em dissolver o trombo
com medicação específica injetada.
A angioplastia poderá ser realizada
posteriormente. A cirurgia (bypass)
só é indicada em casos específicos.
Tratamentos recentes
Conselhos práticos para um coração saudável
em www.deco.proteste.pt/coracao
Ao insuflar o
balão, coloca-
-se uma rede
de aço junto
da parede
da artéria
Após retirar
o cateter,
a rede de
aço mantém
a artéria
dilatada
Não se deve confundir um enfarte do miocárdio com paragem cardíaca. No primeiro caso, há uma obstrução parcial ou total de uma das artérias
que transportam o sangue para o músculo cardíaco. Trata-se de um problema de circulação. O segundo é um problema “elétrico”: o coração
para de repente, por causas variadas, entre as quais arritmia ou enfarte
Conselhos práticos para um coração saudável
no nosso dossiê em www.deco.proteste.pt/coracao
Placa
de ateroma
Via de entrada
do cateter
Introduz-se um
cateter fino,
com um balão
na ponta,
até ao local
obstruído
enfarte do miocárdio

20
testesaúde102abril/maio2013
Desde que foi criada, em 2007, a Via
Verde Coronária contribuiu para a re-
dução da mortalidade por enfarte. Em
2005, 12% das vítimas acabaram por fa-
lecer, contra 8% em 2011. Contudo, Rui
Ferreira, diretor do Programa Nacional
para as Doenças Cerebrocardiovascu-
lares, realça que mais vidas poderiam
ser poupadas se a população estivesse
informada, sobretudo os doentes com
antecedentes cardíacos.
“Em 2011, 18% das admissões hospita-
lares por enfarte foram efetuadas pela
Via Verde. Tal significa que, perante os
sinais de alarme, infelizmente, 82% dos
doentes, ou seja, a grande maioria pro-
cura ajuda médica pelos seus próprios
meios. Devem ligar de imediato para o
112. Ao ativar a Via Verde Coronária, o
INEM inicia mais cedo o diagnóstico e
tratamento enquanto encaminha a ví-
tima para uma unidade hospitalar es-
pecializada no tratamento de enfartes.
A sua principal vantagem está relacio-
nada com a rapidez dos tratamentos,
decisiva para um bom resultado tera-
pêutico, e com o correto encaminha-
mento para os hospitais com recursos
adequados, que muitas vezes não são
os mais próximos da residência.”
Em 2010, a Via Verde Coronária socor-
reu cerca de 18 mil vítimas com queixas
cardíacas. Em 53% dos casos, verificou
tratar-se mesmo de enfarte do miocár-
dio. O recurso à angioplastia no prazo
adequado tem vindo a aumentar sig-
nificativamente desde a criação da Via
Verde: em 2005, 1401 vítimas de enfarte
receberam este tratamento atempada-
mente, passando para mais do dobro
em 2011.
Mais vidas
podem ser
salvas se,
perante sinais
de enfarte,
chamar logo
o 112
médica são fatores que influen-
ciam o prognóstico.
■ Mas nem tudo são más notícias.
Estudos recentes revelam que
a mortalidade diminuiu consi-
deravelmente graças aos novos
tratamentos. Perante os sinais de
alarme, chame o 112 de imediato.
Enquanto espera pelos primeiros
socorros, desaperte o cinto e o
colarinho da vítima, para facili-
tar a respiração. Procure manter
a calma e tranquilize o paciente.
Ao telefone, procure transmitir in-
formações precisas.
■ Se tiver uma aspirina à mão,
administre até 500 mg à vítima.
É bastante seguro para quem não
é alérgico nem sofre de gastrite,
e melhora o prognóstico, já que
contraria a formação de trombos.
Medicação, exercício
e tranquilidade
■ Assim que dá entrada no hos-
pital, a vítima é submetida a um
eletrocardiograma, a análises e a
medicação para aliviar as dores.
Dependendo dos resultados, po-
derá ser necessário realizar uma
ecografia ao coração (ecocardio-
grama). O primeiro passo é resta-
belecer o fluxo sanguíneo na arté-
ria afetada, com medicação e/ou
angioplastia. Para o alívio rápido
da dor e para relaxar o paciente,
são-lhe administrados analgésicos
potentes. Também deve ser admi-
nistrado oxigénio, para facilitar a
Mortalidade por enfarte
cai 30% em 6 anos
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Fonte: Indicadores de Atividade das Vias
Verdes, Coordenação Nacional para
as Doenças Cerebrocardiovasculares, 2011
12,2%
11,2%
10,9%
10%
9,5%
9,4%
8,4%
Perante os sinais de alerta, ligue de
imediato para o 112. É a forma mais rápida
de tratar com sucesso um enfarte
TESTE SAÚDE entrevista
Rui Ferreira, diretor do Programa Nacional
para as Doenças Cerebrocardiovasculares
“Via verde poderia
salvar mais vidas”
testesaúde102abril/smaio2013
21
oxigenação do tecido cardíaco.
■ Perante um enfarte sem com-
plicações, tratado precocemente
com angioplastia, o paciente pode
ter alta hospitalar ao fim de alguns
dias ou pouco mais de uma sema-
na. Mas o restabelecimento não
acaba aqui. É fundamental apos-
tar num programa de reabilitação
cardíaca, com medicação e exercí-
cios adequados. Em 70 a 80% dos
casos, as vítimas voltam a ter uma
vida normal.
■ Existem vários medicamentos
que ajudam a restabelecer o co-
ração: os bletabloqueantes re-
duzem o risco de recaídas e os
antiarrítmicos visam regularizar
os batimentos. Os antagonistas
de cálcio e os inibidores da enzi-
ma de conversão da angiotensina
(IECA) poderão melhorar a circu-
lação sanguínea nalguns doentes.
A aspirina, em pequenas doses
(70 a 100 mg), ou o clopidogrel
previnem tromboses nas artérias.
As estatinas, por sua vez, são indi-
cadas para controlar os níveis de
colesterol, quando elevados. Se-
guir o tratamento recomendado,
tomando a medicação todos os
dias, é fundamental para uma boa
Ação após um enfarte
´
Siga à risca a medicação diária prescrita para o coração.
´
Procure praticar uma atividade física, respeitando o
ritmo definido pelo seu médico, após uma prova de esfor-
ço. Os exercícios aeróbicos, como caminhadas, jogging,
natação e ciclismo, são os mais indicados. São bons para o
coração, mas também para a mente.
´
Optar por uma alimentação cuidada, pobre em gor-
duras animais e sal, mas rica em peixe, fruta e legumes,
ajuda a manter o peso ideal e a combater o mau colesterol
e a hipertensão.
´
Parar de fumar reduz para metade o risco de recaída e
aumenta a esperança de vida.
´
Procure ter uma rotina tranquila, modere o ritmo e
reduza os níveis de stresse, inimigos do coração.
mais vale prevenir
afinal, há outras CAUSAS possíveis
dores no peito
Problema ósseo ou muscular
A dor aumenta quando se pressio-
na a zona afetada, ao tossir ou ao
inspirar profundamente. Este pro-
blema é mais frequente nas mu-
lheres, na zona da articulação das
costelas com o esterno.
Problema respiratório Em caso
de infeção respiratória pulmonar,
a dor aumenta ao tossir ou ao ins-
pirar. Geralmente, causa febre.
Distúrbio digestivo O refluxo gás-
trico pode gerar ardor e espasmos
no esófago e dores intensas no tó-
rax. Estas também poderão surgir
após uma refeição pesada.
Outras causas A zona (herpes
zoster) pode causar dores mui-
to fortes na parede torácica.
As crises de ansiedade causam
com frequência sensação de aper-
to ou de peso no peito.
As dores no tórax são um sintoma bastante frequente, que assusta
por associarmos a um problema cardíaco. Mas a origem é, muitas
vezes, de outra natureza: por exemplo, um problema digestivo.
As dores torácicas são com frequência causadas
por um problema digestivo
Após um
enfarte, 70
a 80% das
vítimas
voltam a ter
uma vida
normal
recuperação.
■ A par da medicação, a reabilitação
deve incluir exercício físico adap-
tado, uma alteração nos hábitos
alimentares e a aprendizagem de
gestão do stresse. Além de manter
o coração e o corpo em boa for-
ma e evitar o aumento de peso e
de gorduras nocivas no sangue,
estes programas de reabilitação
têm um efeito psicológico bené-
fico nos doentes.

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Via verde para a vida

  • 1. Via verde para a vida Alimentação sã e corpo em movimento reduzem o risco de enfarte. Quando este ocorre, a recuperação depende da rapidez da assistência. Chame logo o 112 18 testesaúde102abril/maio2013 ENFARTE DO MIOCÁRDIO > As doenças cardiovasculares, como o enfarte e os acidentes vas- culares cerebrais, constituem a principal causa de morte no nosso país. Em 2010, ceifaram mais de 40 mil vidas, o que representa cerca de um terço da mortalidade to- tal. A palavra enfarte assusta, por estar geralmente associada a um desfecho fatal ou a sequelas muito graves. Mas, se reagirmos aos pri- meiros sinais, é possível reduzir as consequências e voltar a ter uma vida normal. Coração em risco ■ Os enfartes atingem mais os homens, a partir dos 50, mas não poupam as mu- lheres, sobretudo a partir dos 65 anos e a seguir à menopausa. ■ Alguns fatores aumentam o ris- co, como o tabagismo, o sedenta- rismo e a obesidade, em particular quando a gordura se acumula no abdómen. Níveis elevados de co- lesterol, acima de 190 miligramas por decilitro de sangue (mg/dl) e de triglicéridos (mais de 150 mg/ dl), diabetes e pressão arterial superior a 140/90 são igualmente inimigos do coração. O stresse e a ansiedade também não ajudam. ■ Quando uma artéria fica obs- truída, o tecido muscular por ela irrigado é privado de fluxo sanguí- neo e, logo, de oxigenação. Dá-se a chamada isquemia. Se não se agir rapidamente para desobs- truir a artéria, as células afetadas morrem e ocorre um enfarte. A idade do paciente, a eventual presença de outras doen- ças e o tempo que decorre até receber assistência O enfarte ocorre frequentemente em repouso, durante a noite ou de madrugada, sem causa aparente. Perante os sinais de alarme, ligue de imediato o 112. ´ Dor e pressão forte, geralmente no centro do tórax, que não diminui ao mudar de postura. ´ Náuseas e suores frios. ´ Dor que irradia para os braços, sobretudo para o esquerdo, para o pescoço ou maxilar. ´ Dificuldade respiratória eaceleraçãodosbatimentos cardíacos ou batimentos irregulares. sinais de alerta
  • 2. testesaúde102abril/maio2013 19 Como se produz um enfarte do miocárdio Artéria coronária direita Necrose do músculo cardíaco A falta de irrigação sanguínea causada pela obstrução da artéria impede a oxigenação do músculo cardíaco. Se a obstrução se prolongar, gera um enfarte: o tecido entra em sofrimento, podendo mesmo morrer se não for tratado atempadamente. Obstrução da artéria As placas de ateroma (compostas, essencialmente, por gordura e tecido fibroso) estreitam o interior da artéria, diminuindo o fluxo sanguíneo. Se uma placa romper, facilita a formação de um coágulo (trombo), que entope a artéria na zona mais estreita. Artéria coronária esquerda Atualmente, recorre-se cada vez mais à angioplastia para tratar um enfarte do miocárdio. Ou seja, introduz-se um cateter muito fino até ao local afetado da artéria, para desobstruí- -la. Para uma maior eficácia, esta intervenção, deverá ser realizada até 2 horas após o primeiro contacto médico. É recomendada a doentes de alto risco, e deve ser complementada com um tratamento de longo prazo com antiagregantes (aspirina e similares). Estes poderão ser suficientes para tratar uma obstrução parcial. Quando a angioplastia não é possível no imediato, aplica-se primeiro a fibrinólise, que consiste em dissolver o trombo com medicação específica injetada. A angioplastia poderá ser realizada posteriormente. A cirurgia (bypass) só é indicada em casos específicos. Tratamentos recentes Conselhos práticos para um coração saudável em www.deco.proteste.pt/coracao Ao insuflar o balão, coloca- -se uma rede de aço junto da parede da artéria Após retirar o cateter, a rede de aço mantém a artéria dilatada Não se deve confundir um enfarte do miocárdio com paragem cardíaca. No primeiro caso, há uma obstrução parcial ou total de uma das artérias que transportam o sangue para o músculo cardíaco. Trata-se de um problema de circulação. O segundo é um problema “elétrico”: o coração para de repente, por causas variadas, entre as quais arritmia ou enfarte Conselhos práticos para um coração saudável no nosso dossiê em www.deco.proteste.pt/coracao Placa de ateroma Via de entrada do cateter Introduz-se um cateter fino, com um balão na ponta, até ao local obstruído
  • 3. enfarte do miocárdio 20 testesaúde102abril/maio2013 Desde que foi criada, em 2007, a Via Verde Coronária contribuiu para a re- dução da mortalidade por enfarte. Em 2005, 12% das vítimas acabaram por fa- lecer, contra 8% em 2011. Contudo, Rui Ferreira, diretor do Programa Nacional para as Doenças Cerebrocardiovascu- lares, realça que mais vidas poderiam ser poupadas se a população estivesse informada, sobretudo os doentes com antecedentes cardíacos. “Em 2011, 18% das admissões hospita- lares por enfarte foram efetuadas pela Via Verde. Tal significa que, perante os sinais de alarme, infelizmente, 82% dos doentes, ou seja, a grande maioria pro- cura ajuda médica pelos seus próprios meios. Devem ligar de imediato para o 112. Ao ativar a Via Verde Coronária, o INEM inicia mais cedo o diagnóstico e tratamento enquanto encaminha a ví- tima para uma unidade hospitalar es- pecializada no tratamento de enfartes. A sua principal vantagem está relacio- nada com a rapidez dos tratamentos, decisiva para um bom resultado tera- pêutico, e com o correto encaminha- mento para os hospitais com recursos adequados, que muitas vezes não são os mais próximos da residência.” Em 2010, a Via Verde Coronária socor- reu cerca de 18 mil vítimas com queixas cardíacas. Em 53% dos casos, verificou tratar-se mesmo de enfarte do miocár- dio. O recurso à angioplastia no prazo adequado tem vindo a aumentar sig- nificativamente desde a criação da Via Verde: em 2005, 1401 vítimas de enfarte receberam este tratamento atempada- mente, passando para mais do dobro em 2011. Mais vidas podem ser salvas se, perante sinais de enfarte, chamar logo o 112 médica são fatores que influen- ciam o prognóstico. ■ Mas nem tudo são más notícias. Estudos recentes revelam que a mortalidade diminuiu consi- deravelmente graças aos novos tratamentos. Perante os sinais de alarme, chame o 112 de imediato. Enquanto espera pelos primeiros socorros, desaperte o cinto e o colarinho da vítima, para facili- tar a respiração. Procure manter a calma e tranquilize o paciente. Ao telefone, procure transmitir in- formações precisas. ■ Se tiver uma aspirina à mão, administre até 500 mg à vítima. É bastante seguro para quem não é alérgico nem sofre de gastrite, e melhora o prognóstico, já que contraria a formação de trombos. Medicação, exercício e tranquilidade ■ Assim que dá entrada no hos- pital, a vítima é submetida a um eletrocardiograma, a análises e a medicação para aliviar as dores. Dependendo dos resultados, po- derá ser necessário realizar uma ecografia ao coração (ecocardio- grama). O primeiro passo é resta- belecer o fluxo sanguíneo na arté- ria afetada, com medicação e/ou angioplastia. Para o alívio rápido da dor e para relaxar o paciente, são-lhe administrados analgésicos potentes. Também deve ser admi- nistrado oxigénio, para facilitar a Mortalidade por enfarte cai 30% em 6 anos 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Fonte: Indicadores de Atividade das Vias Verdes, Coordenação Nacional para as Doenças Cerebrocardiovasculares, 2011 12,2% 11,2% 10,9% 10% 9,5% 9,4% 8,4% Perante os sinais de alerta, ligue de imediato para o 112. É a forma mais rápida de tratar com sucesso um enfarte TESTE SAÚDE entrevista Rui Ferreira, diretor do Programa Nacional para as Doenças Cerebrocardiovasculares “Via verde poderia salvar mais vidas”
  • 4. testesaúde102abril/smaio2013 21 oxigenação do tecido cardíaco. ■ Perante um enfarte sem com- plicações, tratado precocemente com angioplastia, o paciente pode ter alta hospitalar ao fim de alguns dias ou pouco mais de uma sema- na. Mas o restabelecimento não acaba aqui. É fundamental apos- tar num programa de reabilitação cardíaca, com medicação e exercí- cios adequados. Em 70 a 80% dos casos, as vítimas voltam a ter uma vida normal. ■ Existem vários medicamentos que ajudam a restabelecer o co- ração: os bletabloqueantes re- duzem o risco de recaídas e os antiarrítmicos visam regularizar os batimentos. Os antagonistas de cálcio e os inibidores da enzi- ma de conversão da angiotensina (IECA) poderão melhorar a circu- lação sanguínea nalguns doentes. A aspirina, em pequenas doses (70 a 100 mg), ou o clopidogrel previnem tromboses nas artérias. As estatinas, por sua vez, são indi- cadas para controlar os níveis de colesterol, quando elevados. Se- guir o tratamento recomendado, tomando a medicação todos os dias, é fundamental para uma boa Ação após um enfarte ´ Siga à risca a medicação diária prescrita para o coração. ´ Procure praticar uma atividade física, respeitando o ritmo definido pelo seu médico, após uma prova de esfor- ço. Os exercícios aeróbicos, como caminhadas, jogging, natação e ciclismo, são os mais indicados. São bons para o coração, mas também para a mente. ´ Optar por uma alimentação cuidada, pobre em gor- duras animais e sal, mas rica em peixe, fruta e legumes, ajuda a manter o peso ideal e a combater o mau colesterol e a hipertensão. ´ Parar de fumar reduz para metade o risco de recaída e aumenta a esperança de vida. ´ Procure ter uma rotina tranquila, modere o ritmo e reduza os níveis de stresse, inimigos do coração. mais vale prevenir afinal, há outras CAUSAS possíveis dores no peito Problema ósseo ou muscular A dor aumenta quando se pressio- na a zona afetada, ao tossir ou ao inspirar profundamente. Este pro- blema é mais frequente nas mu- lheres, na zona da articulação das costelas com o esterno. Problema respiratório Em caso de infeção respiratória pulmonar, a dor aumenta ao tossir ou ao ins- pirar. Geralmente, causa febre. Distúrbio digestivo O refluxo gás- trico pode gerar ardor e espasmos no esófago e dores intensas no tó- rax. Estas também poderão surgir após uma refeição pesada. Outras causas A zona (herpes zoster) pode causar dores mui- to fortes na parede torácica. As crises de ansiedade causam com frequência sensação de aper- to ou de peso no peito. As dores no tórax são um sintoma bastante frequente, que assusta por associarmos a um problema cardíaco. Mas a origem é, muitas vezes, de outra natureza: por exemplo, um problema digestivo. As dores torácicas são com frequência causadas por um problema digestivo Após um enfarte, 70 a 80% das vítimas voltam a ter uma vida normal recuperação. ■ A par da medicação, a reabilitação deve incluir exercício físico adap- tado, uma alteração nos hábitos alimentares e a aprendizagem de gestão do stresse. Além de manter o coração e o corpo em boa for- ma e evitar o aumento de peso e de gorduras nocivas no sangue, estes programas de reabilitação têm um efeito psicológico bené- fico nos doentes.